Z_Exclusivas - Página: 349 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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Abates de bovinos, suínos e frangos em queda

Os três principais abates da pecuária brasileira registraram queda no primeiro trimestre de 2016 em relação aos três últimos meses de 2015, informou hoje (16) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da pesquisa que mede a produção da pecuária no país. Apenas o setor bovino também caiu quando os números são comparados com janeiro, fevereiro e março do ano passado. Bovinos O abate de bovinos teve queda de 5,2% na comparação com o fim de 2015 e também registrou retração, de 5,8%, ante o primeiro trimestre de 2015. Em janeiro, fevereiro e março deste ano foram abatidas 7,29 milhões de cabeças de bovinos. Também houve queda na aquisição de leite, que recuou 6,8%, na comparação com o último trimestre de 2015, e 4,5%, em relação ao mesmo período do anterior. Em números absolutos, a queda frente ao início de 2015 chegou a 274,71 milhões de litros de leite, reduzindo o total contabilizado para 5,86 bilhões de litros. A aquisição de couro cresceu na comparação com o mesmo período de 2015, com uma alta de 2%. Apesar disso, também houve queda em relação ao fim de 2015, com um recuo de 0,4%. Frangos Nos primeiros três meses de 2016, o abate de frangos sofreu queda de 1,8% em relação ao fim de 2015, mas teve um crescimento de 7,1% quando levada em conta a produção do início de 2015. O número de cabeças de franco abatidas foi de 1,48 bilhão nos três meses pesquisados. A produção de ovos registrou alta nas duas bases de comparação, mas esse movimento foi mais forte em relação ao início de 2015, com crescimento de 6%. Na comparação com o fim de 2016, o avanço foi de 0,1%. Nos três meses pesquisados, o Brasil produziu 784 milhões de dúzias de ovos. Suínos A queda no abate de suínos, assim como o de frangos, se deu apenas na comparação com o trimestre que encerrou 2015, e foi de 1,5%. Se o primeiro trimestre deste ano for comparado com o mesmo período do ano passado, , houve crescimento de 9,6%. Entre janeiro e março deste ano, o Brasil abateu 10,06 milhões de cabeças de suínos. (Da Agência Brasil)

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41 arraiais no São João do Recife

"Eu e Santanna vamos botar para quebrar nesse São João". Foi com essa animação que Dona Glorinha do Coco, uma das homenageadas do São João do Recife 2016, deu a largada para a grande festa junina da capital. A Prefeitura do Recife anunciou nesta terça-feira (14) a estrutura e programação da festa de São João deste ano. O Ciclo Junino, que tem início na próxima quinta-feira (16), será caracterizado pela tradição e valorização dos artistas da terra. Ao todo, 41 Arraiais estarão espalhados por toda a cidade, onde o bom Forró Pé de Serra e a apresentação das Quadrilhas Juninas serão as grandes atrações. O prefeito Geraldo Julio, durante o anúncio, ressaltou a realização de uma grande festa, à altura da tradição do São João do Recife. "Esse ano vai ter São João no Recife, sim. Os artistas vão ter oportunidade de se apresentar e o público vai ter onde comemorar os festejos juninos. A gente tá fazendo isso com um esforço muito grande, com verba de patrocínios e uma parte de recursos da Prefeitura também", disse o prefeito Geraldo Julio. "Vão ser 41 locais na cidade onde acontecerá o São João. O Sítio Trindade é o maior deles onde a gente vai ter as maiores apresentações. Garantimos também o concurso de quadrilhas juninas, que é um valor muito importante no nosso São João. As pessoas passam o ano inteiro ensaiando, se preparando para se apresentar e isso está garantido. Os investimentos vão girar em torno de R$ 4 milhões no São João de 2016 aqui no Recife, grande parte de patrocínio", complementou o prefeito. A festa recifense terá 17 dias de animação, entre 16 de junho e 2 de julho. A abertura ocorre com a 12ª Edição da Caminhada do Forró, que sai da Rua da Moeda em direção à Praça do Arsenal, no Recife Antigo, arrastando centenas de forrozeiros. Já o encerramento do Ciclo se dará com as festas nas dez ruas premiadas pelo Concurso "Eu amo minha rua", no dia 2 de julho. A partir do dia 17 de junho, o Sítio Trindade, em Casa Amarela, se transforma num grande Arraial com Palhoção para apresentação das Quadrilhas Juninas e Sala de Reboco com o tradicional Forró Pé de Serra, acontecendo todos os dias até 26 de junho. Neste mesmo dia, acontece o 18º Baile dos Namorados em clima de forró e solidariedade, no Arcádia Paço Alfândega, no Bairro do Recife. Um dos homenageados do São João do Recife 2016, junto com Dona Glorinha do Coco, o cantor e compositor Santanna destacou o reconhecimento a cultura nordestina na festa junina da cidade. "Estou muito emocionado e agradeço por essa homenagem do povo do Recife e pelo reconhecimento da Prefeitura à verdadeira cultura nordestina", disse. A Prefeitura do Recife promove ainda outros 13 Arraias de Bairro: Santo Amaro, Bomba do Hemetério, Campo Grande, Totó, Cordeiro, Jd. São Paulo, Várzea, UR-2, Lagoa do Araçá, Jordão Baixo, UR 5, Ibura de Baixo e Brasília Teimosa na Festa de São Pedro. Por eles passarão nomes consagrados na música regional como Maciel Melo, Petrúcio Amorim, Genival Lacerda, Cristina Amaral, Antúlio Madureira, Maria Dapaz, Gennaro, Lia de Itamaracá, Alcymar Monteiro, Josildo Sá, Nando Cordel, Silvério Pessoa, Geraldinho Lins, Beto Hortis, Jorge de Altinho e, claro, os homenageados do ciclo, Santanna e D. Glorinha do Coco. Uma novidade esse ano é a apresentação do espetáculo "Sonho de Menino, Dominguinhos Tocador", que será realizado pela Quadrilha Raio de Sol e o Quinteto Violado, no Sítio Trindade. "Em todos os cantos da cidade vamos ter arraial, ou oficial ou apoiado pela Prefeitura. A gente quer que a população esteja na rua, tem também o concurso de decoração Eu Amo Minha Rua para que todo mundo participe e possa fazer um belíssimo São João", avaliou o presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, Diego Rocha. "A gente vem fazendo um trabalho de consolidação do nosso São João como atrativo turístico e é por isso que toda nossa grade é de artistas pernambucanos, artistas nordestinos, valorizando o nosso tradicional forró pé de serra. A gente já fez essa experiência lá na Copa do Mundo e foi um sucesso. A cidade estava cheia de turistas internacionais e a gente teve uma boa ocupação hoteleira superando os 70%. A gente espera que esse ano haja um crescimento nessa ocupação e a gente consiga atingir entre 75% e 80% de ocupação nos hotéis", projetou o secretário de Turismo e Lazer, Camilo Simões. RESUMO: - De 16 a 30 de Junho - 41 Arraiais - Abertura: 16 de Junho com a 12ª Caminhada do Forró, Praça do Arsenal - 18º Baile dos Namorados: dia 17 de junho - Sítio Trindade: de 17 a 26 de junho - Pátio de São Pedro: 27 a 30 de Junho - Outros 13 Arraiais de Bairro - Concurso "Eu amo minha rua" – final dia 2 de julho HOMENAGEADOS: Dona Glorinha do Coco - Maria da Glória Braz de Almeida, ou Dona Glorinha do Coco, mestra de coco e viúva de pescador, tem 81 anos de idade e herdou de seus antepassados o gosto pelo coco de roda, principalmente aquele que se cantava, e se canta ainda hoje, na beira da praia. Ano passado foi finalista do Prêmio da Música Brasileira, nas categorias melhor álbum regional (produzido por Isa Melo) e melhor cantora regional, através de seu primeiro CD, intitulado Dona Glorinha do Coco. Santanna, O Cantador - Nasceu em Juazeiro do Norte, Ceará, em 29 de fevereiro de 1960. Vindo de uma família de artistas, na infância teve a influência do aboio do vaqueiro nordestino, do canto das lavadeiras e rezadeiras e dos violeiros e emboladores. Foi na obra de Luiz Gonzaga que o cantador teve suas maiores referências. Participou de vários shows do Rei do Baião, fazendo a abertura e, em seguida, vocais. Tornou-se cantor profissional em 1992 e hoje é considerado um dos grandes músicos do Forró. 12ª Caminhada do Forró – 16 de junho E o São João do Recife abre

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Problemas atingem Aldeia

Para o pernambucano que não mora em Aldeia, a região ficou marcada como um lugar de passeio e descanso. O território bucólico, dentro de uma área de proteção ambiental, representa uma experiência tipo Fugere urbem, expressão latina que significa o desejo de fugir para o campo. E esse é o sentimento de cidadãos que, cansados do cinza e do trânsito pesado da Região Metropolitana do Recife, optaram por residir nesse paraíso. O quadro de convívio pacífico e harmônico com o meio ambiente, porém, contrasta com problemas que estão mais para o mundo urbano que o rural. A multiplicação de habitantes, com a chegada de vários condomínios, e o processo de favelização na região aumentaram o fluxo de veículos na sua principal estrada, a PE-27. Ela se tornou uma dor de cabeça para os moradores. Mas as ameaças para Aldeia são muito maiores que esse pequeno trecho, mais conhecido pelos seus visitantes. Nos últimos anos, entraram na pauta da Área de Proteção Ambiental (APA) Aldeia-Beberibe assuntos como a construção do Arco Metropolitano e até a operação de um complexo de usinas termoelétricas. Não é apenas a tranquilidade de Aldeia que fica ameaçada com a chegada do “desenvolvimento”, mas também o abastecimento de água da região e a preservação de parte importante da Mata Atlântica. De acordo com o Conselho de Defesa Ambiental de Aldeia (Codeama) há uma crescente instalação de condomínios irregulares no local, que infringem as legislações vigentes para a área de proteção ambiental. “Aldeia hoje é um caos urbano. Tem mais de 40 condomínios. Só do lado esquerdo existem 25 de Camaragibe a Paudalho. Alguns são verdadeiras favelas elitizadas da especulação. Estima-se em 20 mil a 25 mil pessoas morando em condomínios, afora loteamentos antigos e outras ocupações urbanas. Os córregos estão tomados de moradias e as encostas também. O Codeama tem combatido a violação das leis ambientais.”, afirma o presidente da organização, Heleno Ramalho. Apesar de uma série de representações junto ao Ministério Público contra ocupações irregulares, Ramalho afirma que poucos são os resultados, pois as decisões do poder judicial não se posicionam em favor do meio ambiente. Para fortalecer a defesa ambiental, o Codeama defende a criação de uma promotoria única para cuidar de crimes ambientais em Aldeia. Como a região está inserida no território de oito cidades (Recife, Camaragibe, Paudalho, Igarassu, Paulista, São Lourenço da Mata, Araçoiaba e Abreu e Lima), esse papel está dissolvido entre as promotorias de cada município. “Estamos diante de um desastre", critica Ramalho, salientando que muitos moradores não têm consciência ambiental. "Quando se compra um lote, a primeira coisa a fazer é derrubar a jaqueira ou a mangueira para construir piscina”, afirma Ramalho. Com a crescente população, um problema urbano que afeta os moradores diariamente é o trânsito. A estrada não tem estrutura para o fluxo diário, o que tem levado alguns amantes da região de volta para o Recife. Esse é o caso de João Cunha, que há 40 anos presidiu uma associação de moradores em Aldeia, mas se mudou para Boa Viagem por causa dos deslocamentos. “Tenho 70 anos e preciso ir ao médico duas vezes por semana. Eu chegava a passar quatro horas no carro. E se precisar de um atendimento de urgência, não é possível. O trânsito nos horários de maior movimento é absurdo, no entanto abrir uma avenida seria outro problema, é preciso pensar em outras saídas de Aldeia”, afirma. O casal Célio Muniz e Eloísa Elena Assunção tem uma casa há 10 anos em Aldeia, mas moram efetivamente há 4 anos. Atraídos pelo ar puro, silêncio e qualidade de vida que o local pode oferecer, eles relatam que têm convivido com alguns inconvenientes urbanos. “Quem mantém a vida profissional no Recife sofre bastante. Não há estrada de escoamento. O comércio desordenado nos acostamentos contribui para isso”. Eles acrescentam que nos finais de semana, com a locação de alguns sítios e residências, além de aumentar o fluxo de veículos, muitos desses locatários perturbam a tranquilidade local com muito barulho. Há um antigo projeto para duplicação da PE-27, uma solução que desafogaria o trânsito, mas que é mal vista pelos moradores e ambientalistas, pelo impacto ambiental, pelo custo (promoveria várias desapropriações) e pelo aumento da velocidade na região. Mas os residentes de Aldeia não ficam apenas na crítica. Eles também sugerem alternativas. O Fórum Socioambiental de Aldeia (FSA) tem em mãos uma proposta de humanização dessa via urbana, que passaria a ser uma estrada parque. “Propomos uma estrada que privilegie o pedestre, o ciclista e, em alguns trechos, que contemple também quem cavalga. Tudo com um cuidado paisagístico, com o menor custo possível. Estamos lutando por este projeto”, afirma Hebert Tejo, presidente do FSA. A estrada parque contempla 18 quilômetros da PE-27. Desse total, o FSA já elaborou o projeto executivo de quatro quilômetros para sua implantação. Outra ação socioambiental em andamento pelas mãos do FSA é o fomento para a prática da coleta seletiva em Aldeia. O projeto tem como pilares o fortalecimento das cooperativas de catadores de Camaragibe e a conexão delas com os condomínios de Aldeia. "Esse trabalho está em evolução, mas ainda inicial. No primeiro momento nossa meta é atingir pelo menos 25 condomínios. Em 8 deles já está em operação a coleta seletiva", explica Hebert Tejo. Após a chegada desse serviço nos condomínios, o objetivo do FSA é expandí-lo para toda a comunidade do bairro. INFRAESTRUTURA. Outra preocupação é o Arco Metropolitano, uma das obras prometidas pelos governos do Estado e Federal para convencer a Fiat a se instalar em Goiana. Trata-se de uma via expressa que faria a conexão entre as Zonas da Mata Norte e Sul. Um dos grandes entraves para essa obra sair do papel é ambiental. O projeto inicial determinava que a via cortasse uma área de proteção ambiental em Aldeia. O Codeama e o FSA acompanham o andamento das discussões desse empreendimento e fizeram propostas alternativas para a rodovia. Segundo Ramalho, no traçado inicial, a estrada atravessava vales e matas ciliares do Rio Pitanga, passava pelo

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Comércio cai 10,2% em PE

Depois de fechar março em queda tanto na receita nominal quanto no volume de vendas, o comércio varejista do país reverteu a situação em abril com expansão em ambos os indicadores, na série com ajuste sazonal. Enquanto as vendas do comércio varejista aumentaram em abril 0,5%, a receita nominal cresceu 1,2%, comparativamente a março. Em Pernambuco, a queda registrada no período de abril foi de 10,2%. O pior dos segmentos registrados na pesquisa em Pernambuco foi o de "combustíveis e lubrificantes", com queda de 15,6%. Os hipermercados e supermercados também sofreram, com desempenho negativo de 13,8%. A venda de Tecidos, vestuário e calçados teve redução de 9,8%. Os dados fazem parte da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada hoje (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em março, houve queda de 0,9% no volume de vendas e de 0,2% na receita nominal do setor. Em relação a abril de 2015, série sem ajuste sazonal, o volume de vendas do varejo recuou 6,7%, a décima terceira taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação. Mesmo com o resultado positivo de abril, o comércio varejista fechou os quatro primeiros meses do ano com queda acumulada de 6,9%, retração que é ainda maior no acumulado dos últimos 12 meses: 6,1%, mantendo uma trajetória descendente iniciada em julho de 2014. Variações positivas Quanto à receita nominal de vendas, as taxas prosseguem com variações positivas. Frente abril do ano passado, o crescimento foi de 5,2%, caindo para 4,8% no acumulado no ano e para 3,2 % no acumulado dos últimos 12 meses (taxa anualizada). Os dados do IBGE indicam, também, que o comércio varejista ampliado (aí incluídas, além do varejo, as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção), fechou abril em relação a março de 2016 com queda de -1,4% para o volume de vendas e de -0,4% para a receita nominal, ambas na série com ajuste sazonal. Em relação a abril de 2015, o volume de vendas do varejo ampliado recuou 9,1% e a receita nominal, 0,4%. Quanto  às taxas acumuladas, as variações foram de -9,3% no acumulado dos quatro primeiros meses ano e de -9,7% nos últimos 12 meses para o volume de vendas; e de -0,6% para a receita nominal nos quatro primeiros meses do ano e de -0,2% na taxa acumulada nos últimos doze meses. Expansão limitada O crescimento de 0,5% nas vendas do comércio varejista de março para abril deste ano reflete, na série dessazonalizada, expansões em apenas três das oito atividades pesquisadas pelo IBGE. Em consequência, o resultado positivo foi influenciado, principalmente, pelos setores de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que saíram de um resultado negativo de 1,4% em março para uma alta de 1,0% em abril; outros artigos de uso pessoal e doméstico (de -1,9% para 2,8%); e tecidos, vestuário e calçados (de -4,7% para 3,7%). Já as vendas no setor de combustíveis e lubrificantes, que fecharam março em queda de 1,2%, em abril foram nulas, ficando estáveis (0,0%) frente a março. Em contrapartida, entre as cinco atividades que influenciaram negativamente as vendas do comércio estão as de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-4,9%); livros, jornais, revistas e papelaria (-3,4%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-2,9%); e móveis e eletrodomésticos (-1,8%). Varejo ampliado Os dados da Pesquisa Mensal do Comércio indicam que as vendas do comércio varejista ampliado mantiveram variação negativa de 1,4% entre março e abril, influenciadas pelo desempenho de veículos e motos, partes e peças, item que chegou a recuar 6,6%; e material de construção, com queda de 4%. Na comparação com abril do ano passado, o volume de vendas no comércio varejista teve queda ainda mais expressiva: de 6,7%. A retração teve perfil disseminado de resultados negativos, alcançando todas as oito atividades pesquisadas. Segundo o IBGE, o resultado foi impulsionado, principalmente, pelo desempenho negativo de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com queda de 4,4%. A segunda maior influência foi exercida pelos setores de combustíveis e lubrificantes (-10,8%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (-10,4%); e móveis e eletrodomésticos (-10,1%). Os três últimos segmentos fecharam com recuos de dois dígitos. No entanto, as quatro atividades responderam por mais de 80% do resultado global do varejo ampliado em abril, com o setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo acusando variação de -4,4% no volume de vendas com o maior impacto negativo na formação da taxa global do varejo. A queda no mês de abril foi a décima quinta consecutiva e a mais intensa nos últimos dois meses. O segmento de combustíveis e lubrificantes, com recuo de 10,8% no volume de vendas em relação a abril de 2015, representou a segunda maior contribuição negativa no resultado do varejo. A taxa acumulada em quatro meses do ano foi de -9,8% e nos últimos 12 meses, -8,2%. De acordo com o IBGE, o desempenho da atividade “foi influenciado pela elevação do preço de combustíveis, além da perda de renda real e restrição de crédito”. Números positivos O crescimento de 0,5% nas vendas do comércio varejista entre março e abril reflete resultados positivos em 17 das 27 unidades da federação, na série com ajuste sazonal. Entre os principais destaques em termos de magnitude estão os avanços de 6,3% nas vendas do comércio varejista de Sergipe; de 3,5% no Amapá; e de 2,9% no Paraná. Em Minas Gerais, as vendas ficaram estáveis entre um mês e outro, enquanto as maiores quedas foram  em Rondônia (-3,7%), Bahia (-1,8%) e Amazonas (-1,6%). Já na comparação com abril do ano passado, a redução do volume de vendas no varejo alcançou 26 das 27 unidades da federação. Roraima, com 0,1%, ficou  estável. As quedas mais significativas foram no Amapá (-15,1%); Rondônia (-14,7%); Amazonas (-14,3%), Distrito Federal (-13,8%) e Bahia (13,1%). Quanto à participação na composição da taxa do comércio varejista, em razão do peso exercido, destacaram-se São Paulo (-6,8%), Rio de Janeiro (-5,7%); Rio Grande do Sul (-9,4%) e Bahia (-12,2%). Quanto ao comércio varejista ampliado, todas

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A Casa de muitas histórias (junho)

Ao chegarem em Olinda, em 1592, os primeiros beneditinos ocuparam, inicialmente, a Igreja de São João Batista, no Amparo, transferindo-se três anos mais tarde para a Capela de Nossa Senhora do Monte. Devido à distância que separava esse recolhimento da área urbana da primitiva Vila de Olinda, os monges adquiriram, em 1598, as terras do Sítio da Olaria no Varadouro da Galeota, onde, no ano seguinte, iniciaram a construção do atual Mosteiro de São Bento que veio a ser um dos mais belos exemplares da arte religiosa do Brasil colonial. Com a invasão holandesa, foi o mosteiro, a exemplo de outras igrejas situadas no sítio urbano e de todo o casario da vila, completamente destruído pelo incêndio de 25 de novembro de 1632. As ruínas do que restou da primitiva Vila de Olinda aparecem em gravura, desenhada por Frans Post e publicada no livro de Gaspar Barlaeus (1647). Expulsos os holandeses em 1654, a paz voltou à capitania e os monges puderam retornar ao seu mosteiro e assim iniciar as obras de reconstrução. Uma nova igreja vem a surgir, entre 1688-92, segundo registro da Crônica do frei Theodoro da Purificação, na qual aparecem referências à sacristia em pedra e cal, com arcazes em amarelo vinhático e pintura de seis painéis com cenas da vida da Virgem Maria, bem como às obras dos retábulos e cadeiral da capela-mor. Na segunda metade do século 18, o Mosteiro de São Bento foi inteiramente reconstruído e novamente decorado. Nessa reforma, José Luiz Motta Menezes, foi ampliado o corpo de sua igreja, cujo claustro ainda permanecia inacabado em 1764. Foram instaladas novas tribunas (1746-50), construída a torre do campanário (1750-53), com 25,08 m de altura, e levantado o atual frontispício (1760-63). Este último obedeceu ao projeto do mestre-pedreiro Francisco Nunes Soares, também autor das fachadas da Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres dos Montes Guararapes (1785-86) e da capelinha de Nossa Senhora da Conceição da Jaqueira (1761-63). Durante o terceiro período da administração do abade frei Miguel Arcanjo da Anunciação (1783-86), foi executado o atual altar-mor, que ainda em nossos dias desperta a atenção por sua suntuosidade. Por essa época, foram realizados pagamentos no valor de 55$000 ao mestre Gregório (1784-85), responsável pela confecção das imagens de São Gregório e Santa Escolástica, atribuindo-se à mesma oficina a confecção das tribunas e portas da capela-mor, bem como o coro com o seu cadeiral. O altar-mor do Mosteiro de São Bento tem o seu risco atribuído ao beneditino português frei José de Santo Antônio Vilaça, que o projetou seguindo as formas de um barroco tardio, numa transição do rococó para o neoclássico. Nas dimensões de 13,80 metros de altura por 7,80 metros de largura, nele se encontram hoje às imagens de São Bento (176 cm) e Santa Escolástica (176 cm), confeccionadas pelo mestre Gregório e estofadas pelo pintor Francisco Xavier. No ano de 2001, foi o altar, ameaçado pelos cupins, totalmente desmontado a fim de ser restaurado pelos conservadores da Fundação Joaquim Nabuco. Os trabalhos tiveram início em 23 de janeiro e se estenderam até 23 de agosto do mesmo ano, quando foi o conjunto transportado para o Museu Guggenheim de Nova York. Entre 26 de janeiro e 1º de junho de 2002 esteve o altar-mor do Mosteiro de São Bento de Olinda em exposição naquele museu, tendo sido apreciado por um público estimado em 500 mil pessoas. Voltando ao seu local de origem, foi novamente remontado pelos restauradores e solenemente instalado em 25 de outubro de 2002. O altar-mor do Mosteiro de São Bento pesa 12 toneladas, distribuídas numa estrutura formada por 54 blocos, unidos entre si através de garras de aço inoxidável, com argolas para o deslocamento. Por ocasião dos trabalhos de restauração foram usados, no conjunto de sua talha dourada, ouro de 22 quilates com efeitos visuais em laca. Digna de uma visita é a sacristia do Mosteiro de São Bento de Olinda, um dos exemplares mais importantes do patrimônio artístico brasileiro. Nela trabalhou o habilíssimo pintor e dourador José Eloy da Conceição (1785-86), autor de outros trabalhos em São Pedro dos Clérigos e Matriz de Santo Antônio do Recife. Ainda no mosteiro beneditino exerceu suas atividades o habilíssimo pintor Francisco Bezerra (1791-92), autor dos oito painéis (215 x 120 cm), pelos quais recebeu 159$000, com cenas da vida de São Bento, copiadas de estampas originárias de Portugal, dispostas sobre o arcaz e paredes da sacristia. Sendo assim, depreende-se que “a igreja do mosteiro foi construída em diferentes épocas: no óculo da portada aparece a data de 1761, no alto da fachada lateral a de 1779 e na lateral da sacristia a de 1783. Em 1860, o mosteiro passou por completa restauração, destacando-se a vasta capela-mor e todo o seu douramento”. Entre as imagens do acervo, merecem atenção especial o Crucificado do coro, executado entre 1790-91, e a do Menino Jesus de Olinda, moldada em barro cozido por Frei Agostinho da Piedade entre os anos de 1635 e 1639, com 40 centímetros de altura. Vale destaque a imagem de São Bento do altar-mor e o tesouro do mosteiro. Nas dependências da biblioteca do Mosteiro de São Bento, foram instalados, em 15 de maio de 1828, os Cursos Jurídicos de Olinda que ali funcionaram até 1852, quando vieram a ser transferidos para o Palácio dos Governadores e, dois anos depois, para o Recife. Motivaram a transferência dos Cursos Jurídicos de São Bento, “as reiteradas solicitações a respeito por parte dos padres do mosteiro, que se viam privados de uma grande parte do mesmo, os danos causados pelos estudantes, a quebra da paz do claustro e da sua disciplina religiosa pelo desrespeito reinante, e enfim pelos incômodos e desassossego em que vivia a comunidade”. Segundo Pereira da Costa, o salão da biblioteca ficava em um extremo do grande edifício, sobre a sacristia da igreja, medindo 16 m de extensão por 9 m de largura. À exceção das aberturas das janelas e portas, “todo o espaço era revestido de estantes, bastante desfalcadas de livros, faltando, seguramente,

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Mais de R$ 900 bilhões em impostos

Entre 1º de janeiro e ontem (13), os brasileiros já pagaram mais de R$ 900 bilhões em impostos. O valor foi calculado pelo Impostômetro, mecanismo criado pela Associação Comercial de São Paulo em 2005, e que mede o total de impostos, taxas e contribuições que a população brasileira pagou desde o início do ano. A marca de R$ 900 bilhões foi atingida no início da manhã de hoje. Em 2015, esse montante foi alcançado no dia 13 de junho. "A população brasileira já paga tributos demais e, neste período de forte recessão, isso pesa ainda mais. Apoiamos os ajustes propostos pelo governo, mas ponderamos que é impossível cogitar qualquer ideia de aumento de impostos agora: isso aprofundaria a crise", disse o presidente da associação e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Alencar Burti. Com esse valor, informou a associação, seria possível construir, por exemplo, mais de 25,7 milhões de casas populares de 40 metros quadrados, mais de 9,7 milhões de quilômetros de redes de esgoto, mais de 3,1 milhões de postos de saúde equipados e fornecer cestas básicas para toda a população brasileira durante 15 meses. (Agência Brasil)

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O homem que mudou Pernambuco (junho)

Se você revisitar a história pernambucana, vai encontrar a economia da cana-de-açúcar como causa da elevação de Pernambuco ao patamar de a mais próspera capitania da colônia. A monocultura canavieira, no entanto, a par de produzir riquezas, inibiu nosso espírito empreendedor. Indústrias, cingidas praticamente a tecidos e fumo, quase não existiam, exceto duas usinas de açúcar. O mais era insignificante, do ponto de vista econômico, e empresarialmente amadorístico. Mesmo assim, com os pés fincados no solo árido do atraso, Pernambuco tinha a visão focada no desenvolvimento. O comercio, por seu turno, não diferia do cenário industrial. O significativo era controlado pelos estrangeiros, o irrelevante, pelos brasileiros. Isso, contudo, não se esgotaria aí. Os dourados anos 1950 assistiram ao nascimento de importantes iniciativas brotadas do clima desenvolvimentista da época, como a Sudene, embora ainda mais importante haja sido a concertação política que resultou no movimento Frente do Recife. O sonho de modernidade acalentado pelos pernambucanos estava ao alcance da mão, e teria como instrumento a política, chegando-se à chapa encabeçada por Cid Sampaio, que derrotou João Cleofas de Oliveira. Além de eloquência e da inteligência fulgurante, Cid Sampaio era apoiado por uma das maiores campanhas políticas de Pernambuco, a primeira do gênero produzida por uma agência de publicidade, que se fez procedimento hoje tão corriqueiro. Como hoje, faziam-se, inclusive, as pesquisas de opinião, tão fundamentais para o êxito da candidatura. Slogans, textos para jornais e rádios (os principais meios de comunicação da época), eram discutidos amplamente. Ancorava tudo, a Vicar, agência de Vicente Silva, realizador, depois, da Fecin, famosa feira recifense. Atenta às oportunidades, a agência funcionou bem. Tanto que pouco antes da votação, diante da greve dos produtores, publicou anúncio no Diario de Pernambuco, com o título “um líder para o Estado líder do Nordeste”. Salientava ser Pernambuco o Estado que liderava o Nordeste, mas que, para corresponder à realidade, precisava ter o que há muito não tinha, um líder. Alguém como Cid Sampaio, que nunca falhara nos momentos decisivos da vida pernambucana, como o movimento do Código Tributário, que deixou de ser reivindicação de uma classe, tornando-se repúdio do povo à prepotência, ao desmando, à má-fé. Eleito em 3 de outubro de 1958 governador de Pernambuco, ele tomou posse em 31 de janeiro do ano seguinte, inaugurando novos tempos para o Estado. No seu governo foi construída a Companhia Pernambucana de Borracha Sintética (Coperbo), voltada para produzir a borracha a partir do álcool da cana-de-açúcar. Isso sem tomar empréstimo, mas com o dinheiro do ICM, que tivera a arrecadação aumentada com a emissão dos Bônus BS, selos entregues ao comprador por ocasião da compra de mercadorias. Não foi só isso. Criou o Banco de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco (Bandepe) e instalou na capital pernambucana a Cilpe, fábrica de laticínios e de beneficiamento de leite, com unidades receptoras do produto nas principais bacias leiteiras do Estado. Politicamente, ele se caracterizou pelo pragmatismo com que defendeu os interesses pernambucanos. Opôs-se ao Movimento Militar de 1964, porém filiou-se à Arena, partido situacionista, e por ele foi eleito, em 1966, deputado federal. Em 1978, candidatou-se a senador em uma sublegenda da Arena, enfrentando como adversários Jarbas Vasconcelos do Movimento Democrático Brasileiro, o famoso MDB, e Nilo Coelho, este também da Arena, contudo apoiado pelo governador Moura Cavalcanti. Graças à soma dos votos das duas sublegendas da Arena, Nilo Coelho sagrou-se vencedor, e Cid Sampaio, segundo votado, como seu suplente. Quando Nilo Coelho faleceu, em 1983, Cid passou a ocupar, em caráter permanente, o cargo de senador, até o fim do mandato, em 1987. Mas sua dinâmica não se limitou à política. Também esteve à frente das causas classistas, tanto que ocupou vários e destacados cargos, como presidente da Federação das Indústrias e primeiro presidente eleito do Centro das Indústrias, criado para realizar estudos econômicos comparativos entre as diferentes regiões brasileiras, assumindo também a presidência da Cooperativa dos Usineiros. Foram incontáveis as homenagens recebidas por ele. Entre as tantas que lhe foram outorgadas: a Medalha de Mérito Tamandaré; a Medalha do Mérito Industrial; a Grã-Cruz da Argentina; a Grã-Cruz da Itália; a Grande Oficial da Ordem do Congresso Nacional; a Medalha do Clube de Engenharia de Pernambuco e, em 2002, o título Expoente de Pernambuco, concedido pela Assembleia Legislativa do Estado. Cid Feijó Sampaio, usineiro e industrial, quinto filho do agricultor e industrial Mendo de Sá Barreto Sampaio e de Sofia Feijó Sampaio, formou-se em química, no Recife, e em química Industrial, no Rio de Janeiro. Estudou ainda mais, engenharia civil, seguido por engenharia industrial, sociologia e biologia, formando-se em todos. Como se viu, foi um homem versátil, vasto, intelectualmente inquieto, instrumentado para discutir os problemas não só de Pernambuco, mas do Brasil. Nascido e morrido no Recife, o homem que mudou Pernambuco veio ao mundo em 7 de dezembro de 1910 e dele se foi em 30 de setembro de 2010, às vésperas de completar 100 anos. *Por Marcelo Alcoforado

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Houve um empobrecimento da imprensa

Jornalista desde adolescente, Geneton Moraes Neto ficou conhecido na tv por suas entrevistas, nas quais sempre conseguia retirar declarações surpreendentes de personalidades. Egresso do movimento Super 8, enveredou para a produção de documentários abordando temas como o exílio de artistas brasileiros na ditadura ou a visão política de Glauber Rocha. Nesta entrevista ele fala de sua infância em Pernambuco, da carreira e do jornalismo na era da web. Como foi sua infância no Recife? Nasci no Recife, minha família inteira por parte de pai era de agrônomos, veterinários. Não tinha nenhuma relação com o jornalismo. Até hoje eu não sei como fui parar nesse negócio. Todos os filhos dos meus pais, que são cinco, nasceram no Recife e até quando eu tinha os 6 anos, moramos em uma escola de São Bento, que fica em um lugar que foi inundado depois para a construção de Tapacurá. Meu pai era professor da escola, que pertencia aos irmãos beneditinos. Tudo na infância parece maior do que realmente é, mas era uma casa bem grande, tinha uma igreja que, aliás, foi a única coisa que sobrou. Fui filmar lá e a igreja fica submersa a maior parte do tempo. Aos 6 anos, nos mudamos para a Torre, onde minha mãe mora até hoje. Como era o bairro da Torre? Quando a gente chegou lá, a rua não era nem calçada. Muitos pais dos meus amigos trabalhavam na fábrica da Torre. Mas minhas melhores lembranças são do Cinema da Torre. Assisti aos filmes de Elvis Presley, dos Beatles, um faroeste chamado O homem que matou o fascínora, que é um clássico. Um filme que me marcou pelo resto da vida foi um de guerra Fugindo do inferno, com Steve Mcqueen. Lembro que a plateia inteira estava torcendo por ele escapar do campo de concentração. Cinema de bairro naquela época era uma presença muito forte. Era um programa obrigatório ir ao cinema e, às vezes, ficar próximo à cabine para conseguir um frame do filme para ficar olhando na luz e levar para casa uma foto do artista. Também jogava futebol na rua e futebol de botão com os amigos. Tinha um campeonato na rua que era uma sensação, era super organizado. Eu estudava no São Luís e lembro que em 1969, quando eu estava no 3° ano, marcávamos para estudar lá em casa, fechávamos a porta do quarto, tirava os livros de cima da mesa, colocávamos os times de futebol de botão. Meu pai me deu uma bronca histórica. A primeira providência que tomei foi esconder meus times de botão. A primeira vez que fui em um estádio de futebol foi para ver Pelé. Foi na Ilha do Retiro, em um Náutico x Santos, que acabou 2 x 0 para o Santos. Meu pai era torcedor fanático do Sport, mas como era Pelé fomos assistir. Vi Pelé três vezes. Três ou quatro anos depois teve outro jogo contra o Náutico que, na época, disputava os grandes campeonatos. Em 1969, quando a Seleção Brasileira, que viria a ser campeã na Copa de 1970, veio participar de um amistoso contra a seleção pernambucana, fui ao treino no estádio dos Aflitos. Eram meus ídolos da infância. Quando o ônibus chegou, todos corremos atrás. A organização acabou liberando a entrada no estádio e teve uma cena de um vão que dava para ver o vestiário. O pessoal meio que fez uma fila para olhar os jogadores lá dentro. Na minha vez de olhar, Pelé estava nu tomando banho. Essa foi a cena que eu vi: Pelé ensaboado tomando banho (risos). Na infância o jornalismo já o instigava? Não tenho a menor ideia do que me instigou. Acho que é de vocação mesmo. Complicado pra mim seria estudar medicina, engenharia, física, química. Naquele tempo você terminava o ginásio e escolhia o curso científico para quem ia fazer medicina, engenharia, e e o clássico para quem fazia humanas. Por algum motivo achei que devia fazer o clássico. Eu não tinha muita vocação pra a carreira da família, um caminho normal era ser agrônomo ou veterinário, mas eu sempre preferi a cidade. No terceiro ano estava na dúvida entre história e jornalismo. Aí optei por jornalismo . Quatro anos antes, em 1970, quando tinha 13 anos, escrevi umas coisas em casa sem a menor pretensão. Aí uma prima do meu pai era jornalista e conhecia Fernando Spencer, do Diario de Pernambuco e perguntou se eu não queria escrever alguma coisa para o suplemento infantil chamado Júnior. Era feito com colaboração das crianças. Mandei e ela levou pro jornal e foi publicado. Depois eu fiz outras coisas com assuntos como a conquista da lua, a transamazônica. Uma vez fui para o treino do Náutico e tinha Bita que era um jogador super famoso na época e saiu a entrevista com ele. Dois anos jornalistas perguntar para Spencer quem era que escrevia. Disseram: deve ser o pai dele que escreve. Aí me chamaram. Fui pela primeira vez numa redação morrendo de vergonha. Uma das primeiras matérias que fiz o diretor do jornal Antonio Camelo disse você vai fazer uma matéria sobre as condições do Hospital da Tamarineira. Fui, o fotógrafo ficou do lado de fora, eu entrei sozinho. Os pacientes ficavam andando e eu fiquei no meio dos pacientes – e eu até brinco dizendo que ninguém notou que eu não era pacientes – aí perguntei como era a comida eles disseram que era horrível, vem pedra dentro da comida, que é sem gosto. Depois falei com a direção do hospital com o fotógrafo, me apresentei como jornalista, mas a deram outra versão, dizendo que o cardápio era muito bem preparado por uma nutricionista. Aí você já aprende que tem duas versões: a oficial e a dos fatos. A partir dali fiquei fazendo matérias. Não era brincadeira não. Eu era repórter como se dizia da editoria geral, chegava às 14h, o chefe de reportagem te dava uma pauta datilografada com quatro matérias em locais diferentes. Você pegava a kombi do jornal que ia distribuindo a gente. A

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Produzir teatro é preciso, sempre! (Por Romildo Moreira)

Por mais esforço que façamos para evitar o assunto “crise”, mas ele, sorrateiramente, chega e toma fôlego em qualquer roda de conversa. Seja no bar, no taxi, no ônibus, no metrô, na missa, no velório ou mesmo em casa, com a família, ele se faz presente. E com os artistas das artes cênicas não tem sido diferente. Enquanto uns lamentam não ter aprovado seus projetos para montar um novo espetáculo, o que possivelmente lhe garantiria trabalho e renda, outros encontram motivo na crise para não deixar a peteca cair e dar-lhe uma rasteira (na crise). – Ponderemos, portanto, aqui, uma questão: se um produtor depender de uma aprovação em Lei de Incentivo à Cultura para só assim ter o seu espetáculo em cena, quando isso não ocorrer, a crise será mais aguda pra ele, conforme já tratamos desse tema aqui. – Mas, graças a Baco e Dioniso (os deuses do teatro), boa parte dos produtores de teatro e dança, estão buscando alternativas para manter viva a sua arte, independente das leis de incentivo. – Outros, com parte dos recursos advindos do Funcultura, por exemplo, estão conseguindo driblar a famigerada crise para, com criatividade, complementar o orçamento da montagem e trazer à peça a público. Sabemos do espetáculo Angélicus, que fará apresentações em Portugal no segundo semestre, e que por falta de patrocínio para a viagem, o elenco e os produtores estão mobilizados neste intento (já realizaram uma feijoada dançante), levantando recursos para atravessar o Atlântico e levar uma mostra do teatro pernambucano para dialogar com o público português. – Em suma, os artistas estão fazendo a sua parte. Tratemos agora da relação da crise com o público. Para os que costumam investir no seu intelecto, a receita tem sido: diminuir sim, abandonar, jamais. Em momentos como esses de grana curta, é preciso ficar mais seleto no que consumir e não cortar, radicalmente, hábitos que lhes são favoráveis, e que irão lhes servir para todo o sempre, como livro, cinema, teatro... – Temos relatos de pessoas que iam duas vezes ou mais ao cinema por semana, e que agora estão indo uma vez a cada quinze dias, escolhendo atentamente o que realmente mais lhe interessa ver na telona. Com o teatro, o mesmo procedimento tem sido adotado, principalmente por quem tem o costume de levar suas crianças aos finais de semana para uma peça infantil. A cautela aí é verificar a procedência do espetáculo, o histórico dos artistas envolvidos e, em especial, as fontes que indicam, para decidir o que assistir em uma casa de espetáculos. – Atenção, este final de semana teremos estreia do novo trabalho do Coletivo Angu de Teatro (vide indicação abaixo). Sob a graça dos deuses acima citados, e a garra dos artistas que escapam da crise com trabalho e determinação, temos bons espetáculos em cartaz na capital pernambucana (e que por isso já merecem os nossos aplausos), mas que certamente merecerão muitos aplausos ao vivo, de um público que mesmo pensando em economia, sabe o quão importante é o investimento na formação intelectual, e sai de casa para vê-los, confiante na competência artística da produção local. Aos que acham que teatro é uma “diversão” cara, afirmamos aqui o contrário, se comparamos com os valores de ingressos cobrados para jogo de futebol, cinema em shopping, shows musicais em centros de convenções e casas noturnas, etc. – Observemos aqui que muitos dos espetáculos chegam ao público com ingressos a preços simbólicos, pelo fato de terem recebido algum patrocínio, mas que não eliminam todos os custos que uma produção tem em cada apresentação. Mas um motivo para economizar sem deixar de ir ao teatro, pagar o ingresso e aplaudir os artistas. DICAS DE ESPETÁCULOS EM CARTAZ: - “Ossos”, com o Coletivo Angu de Teatro Local: Teatro Apolo Dias: sábado 11/06 às 21h e domingo 12/06, às 19h. Preços: R$ 20,00 e R$ 10,00 – Informações: 33553319 / 33553320 - “O Tempo Perguntou ao Tempo”; Espetáculo de dança para criança / Grupo Acaso Local: Teatro Marco Camarotti (SESC Stº Amaro) Dias: sábado 11/06 e domingo 12/06, em dois horários: 11h e 16h. Preços: R$ 10,00 e R$ 5,00 – Informações: 32161728 - “LUIZ E EU? Ô viagem danada de boa”; Espetáculo de teatro para criança / Cia. Maravilha Local: Teatro Joaquim Cardozo Dia: 12/06, às 16h Preços: R$ 20,00 e R$ 10,00 – Informações: 21267388. *Romildo Moreira é ator, autor e diretor de teatro

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Quer levar chope pra casa? Compre um Growler (Por Rivaldo Neto)

Growlers? Com toda certeza alguns amantes das cervejas não sabem do que se trata, mas com a expansão do mercado de cervejas importadas e artesanais, esse item vai começar a se popularizar. Mas o que é isso? Bem, vamos lá. Os Growlers são garrafas de porcelana ou vidro, de capacidade variada, sendo o de 2 litros o mais popular dentre eles, mas podendo chegar até a 5 litros. Servem para armazenar chope fresco, quando o bar oferece o sistema “On tap”, que são as torneiras com vários rótulos, e assim enchê-lo e levá-lo para a comodidade do lar. Alguns estabelecimentos já dão até desconto aos clientes que encherem seus recipientes. Os descontos são variados, mas não deixa de ser interessante para reuniões com os amigos e assim degustar variados estilos de cervejas. Eles possuem uma tampa que conserva o liquido em até uma semana na geladeira. Além do ecologicamente correto,melhor que latas e frascos, o Growler é um objeto bonito, e alguns são até personalizados e também são muito práticos. Se você resolver adquirir um, algumas medidas são importantes como: – Se o seu Growler estiver cheio, mantenha-o sempre refrigerado. – Se resolver abrir, melhor consumir o conteúdo em até 48 horas devido à gaseificação da bebida. – Não o exponha ao sol quando estiver cheio, isso afetará a qualidade do chope. -Depois do uso, lave-o bem e evite deixar restos de detergente para que na sua próxima compra de chope a bebida não se misture com resíduos de sabão. – Evite batidas forte, são recipientes que podem ser danificados facilmente. Você pode encontrá-los em lojas na internet e em alguns estabelecimentos aqui no Recife como as lojas do Mestre Cervejeiro, ao preço de R$ 159,90, ou na BeerDock por 114,90. Serviço: Beerdock – R. des Luís Salazar, 98 – Madalena. Fone: (81) 3236-2423 Mestre Cervejeiro – Av. 17 de Agosto, 1609 – Casa Forte. Fone: (81) 3040-3210 R. Ribeiro de Brito, 830, Loja 06 – Boa Viagem. Fone: (81) 3132-0680 *Rivaldo Neto é designer e cervejeiro gourmet na horas vagas

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