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Saúde: grupos de corrida tomam as ruas do Recife

Basta estar na rua para perceber que sempre há alguém fazendo caminhada ou corrida. Diferentemente de outros esportes, um tênis confortável é o único requisito necessário para o início da atividade. Por isso, correr se tornou uma prática barata, simples e de fácil acesso para quem deseja começar alguma atividade física. Para que o exercício tivesse um ganho no número de praticantes e se tornasse, além tudo, algo agradável de se fazer, surgiram os grupos de corrida. Além de manter a saúde, esses corredores, de quebra, também se beneficiam com o aumento do convívio social. Criado inicialmente com o propósito de unir amigos para a realização do esporte, a Associação dos Corredores da Jaqueira (Acorja) é um dos maiores grupos de corrida do Estado - hoje possui mais de 200 integrantes. O bancário Luiz Holanda, conhecido no grupo como Lula, de 62 anos, é o fundador da associação, que existe desde 2005. Um ano antes, contudo, ele começou a dar os primeiros passos na atividade. "Comecei a correr já com 50 anos. Eu era superintendente de uma grande empresa, mas fui convidado a deixar o emprego. Essa perda complicou muito minha saúde. Como moro perto do Parque da Jaqueira (na Zona Norte do Recife), dei os primeiros "trotes" lá. O tempo passou e isso me motivou a entrar no mundo da corrida", relembra. Os treinamentos seguiram e ele foi conhecendo mais pessoas que ansiavam por uma unidade e organização melhor. Até que, em fevereiro de 2005, Lula decidiu oficializar a ideia. Ele idealizou uma logomarca, além da confecção de camisas para identificação do grupo. A partir de experiências do fundador em maratonas, o funcionamento do Acorja foi sendo alterado. "Nós nos tornamos um grupo focado em grandes distâncias", revela. Por isso, os novos membros são indicados a realizarem uma espécie de "aclimatação" ao esporte. Eles são direcionados a treinamentos mais leves para, após alguns meses, estarem aptos aos treinos com os mais experientes. "Temos que ser muito transparentes com as pessoas. Quando chega um iniciante, indico que ele faça uma assessoria. A pessoa que começa tem que caminhar, trotar, e nós não fazemos esse trabalho de base", explica. Por meio do esporte, barreiras que parecem intransponíveis são colocadas ao chão. Para Anderson Holanda, filho do fundador da Acorja, o início no esporte e no grupo foi para lidar com a depressão. "Comecei a correr no final de 2013, porque desde 2008 estava depressivo e tive que lidar com isso durante um tempo. Busquei fazer alguma coisa para me sentir mais ativo", conta. "Fui evoluindo, e me bateu a ideia de fazer um treino com o pessoal da Acorja. Coloquei em mente que tinha de fazer 10km para poder correr com eles. Em 2014, no aniversário do meu pai, foi a primeira vez que fiz essa distância", relembra. Para o educador físico Nuno Trigueiro, fundador e coordenador do grupo Nunage Running, a corrida se transforma num estilo de vida à medida em que seus alunos vão participando dos treinos. Há três anos, os atletas se encontram duas vezes por semana no Terceiro Jardim, em Boa Viagem (Zona Sul do Recife); além de treinarem, também, todos os sábados em diferentes locais da cidade. "Só tem um dia de folga para meus alunos: são três corridas semanais e três dias de exercícios complementares para condicionar o corpo para os treinos", detalha o educador físico de 43 anos. "Hoje, estamos com cerca de 100 matriculados. A maioria das pessoas que corre no grupo mudou seu estilo de vida. Elas começam a se alimentar melhor, beber menos, optar por hábitos mais saudáveis. Tenho um aluno que perdeu 14 quilos em menos de um ano", completa. Além dos treinos no Recife, o grupo Nunage Running gosta de diversificar os locais de corridas. Só este ano, os atletas praticaram o esporte nas ruas de Santiago, no Chile, e de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. O próximo destino é São Paulo. "Muitos casais treinam juntos, viajam conosco... Tem gente de todas as idades, mas a média é de 35 a 45 anos, de iniciantes a maratonistas", comenta Nuno Trigueiro. O início do esporte, entretanto, pode ser complicado, principalmente se o indivíduo levar uma vida sedentária. É necessário que, antes de tudo, fazer exames de check up para realizar treinos adequados ao seu estado de saúde. Os iniciantes devem começar com caminhadas aliadas a exercícios de alongamento e quecimento, que, posteriormente, evoluem para trotes para, enfim, a corrida propriamente dita. Estima-se que são necessários três meses de treinos, aliados a uma boa alimentação, para que o praticante consiga correr 15km. Dentre os benefícios para o corpo, estão a melhora da capacidade pulmonar e cardiovascular, a diminuição da pressão sanguínea, o auxílio na redução da osteoporose - doença que acomete os ossos -, além da melhora nos níveis de colesterol e ajuda no emagrecimento. A mente também ganha com o esporte: a corrida ajuda a aumentar a autoestima e promove uma descarga de adrenalina e hormônios, como a endorfina, que ajudam na manutenção do bem estar.

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Tapioca: para comer sem culpa

Com um cheirinho de comida regional do Nordeste e indicada pelos nutricionistas, a tapioca virou o prato da moda para quem está na luta contra a balança. Com a entrada dela na dieta, quem vai perdendo espaço nas refeições dos pernambucanos é o pãozinho. No entanto, as vantagens do alimento vão além do emagrecimento. De acordo com a nutricionista do Hospital Jayme da Fonte, Stella Bezerra, a tapioca é uma fonte de carboidrato natural, que apresenta baixo teor de sódio e gordura, além de ser isento de glúten. Logo, é um alimento indicado para os celíacos. A facilidade no preparo e o preço reduzido dos seus ingredientes são alguns dos atrativos que tem feito mais pessoas incluírem o prato em sua dieta. Além de ser bem saboroso. “A tapioca pode ajudar no emagrecimento por se tratar de um alimento de baixa caloria, uma porção de 50g fornece cerca de 70kcal. É importante ressaltar que não é a tapioca exclusivamente que promove a redução do peso, deve-se procurar um nutricionista para realizar o planejamento alimentar”, alerta a especialista. Para ficar em forma, o funcionário público José Gomes, 28 anos, fez a troca do pão pela tapioca no café da manhã e no jantar. Morando sozinho, ele aliou a praticidade com a batalha contra a balança. “Em dois meses perdi cinco quilos. Estou na academia também, mas acredito que uma grande parcela disso veio da alimentação”, afirma. A indicação dessa adaptação na sua dieta partiu da sua mãe, que já substituiu o pão francês pelo quitute nordestino há mais tempo. Mas ele lembra que na sua academia, mais pessoas têm seguido essa orientação, até para abandonar o glúten. “A substituição do pãozinho não foi tão difícil. Acho a tapioca muito gostosa. E não enjoa porque tem a opção de ter recheios diferentes. Por mim não volto atrás, estou me sentindo muito melhor”, afirma José Gomes. Mas, para aliar a tapioca à perda do peso, é importante ter atenção à escolha dos recheios. Com o surgimento das tapiocarias, uma série de ingredientes passaram rechear a tradicional merenda, como doce de leite, brigadeiro, catupiry, bacon. Um dos acompanhamentos mais típicos do prato que é contraindicado para o emagrecimento é o coco. “Apesar de ser natural, o coco é um alimento rico em gordura. Cotém um óleo que é bastante calórico. Quem não quer ganhar quilos a mais, é interessante retirá-lo. Esse recheio também não é indicado para pessoas diabéticas e com pressão alta, pois eleva o índice de gorduras no sangue”, orienta  a nutricionista do Memorial Jaboatão, Hilda Karla. “É interessante fazer tapioca com chia, que é uma semente rica em fibra, além do queijo branco”, sugere. Stella Bezerra faz ainda outras indicações sobre o recheio para tornar o prato mais nutritivo.  “Ao tratamos da tapioca, estamos abordando um alimento pobre em fibras e proteínas, e de elevado índice glicêmico. Portanto, o recheio ideal é aquele que melhore essas características, sendo aconselhado uma fonte de proteína: ovo, queijos, carnes ou frango e evitar a adição de gorduras. Outra dica é a utilização de fibras no preparo da massa, acrescentando linhaça, chia, farelo de aveia, entre outros”, afirma. Quem está antenado com a alimentação saudável deve se preocupar também com o preparo. Hilda Karla orienta que o ideal é que a tapioca seja feita em casa ou, caso consumida fora do lar, que seja um lugar em que se conheça a procedência. Pelas suas qualidades, a tapioca passou a ser oferecida em lanchonetes de academias e em restaurantes de comida saudável. É o caso do Mr. Fit, que serve o quitute em forma de wrap. A proprietária Fabíola Fraga afirma que o prato tem uma grande procura entre seus clientes. “A única diferença da tapioca tradicional é o formato que usamos, que é de wrap. Servimos doces e salgados e os consumidores têm a opção de recheios que incluem uma proteína, dois energéticos, semente e molho”, afirma. A maioria dos clientes faz a opção pelo prato salgado, pois buscam substituir a refeição e não uma sobremesa. De acordo com Fabíola, além da própria tapioca proporcionar saciedade, a inclusão de uma semente na massa (que é uma das opções oferecidas pelo restaurante) contribui ainda mais para não haver a sensação de fome. Dos recheios oferecidos, o único que não é "fit" é o leite condensado. As nutricionistas indicam que a ingestão de tapioca pode ser realizada ao longo do dia. Ela pode ser consumida no café da manhã, jantar ou lanches. Para os adeptos das academias ou aos praticantes de atividade física de modo geral, o prato pode ser consumido após os treinos, favorecendo a hipertrofia (o aumento do volume dos músculos decorrentes de estímulos gerados pelo exercício físico). É preciso, no entanto ter algumas cautelas. “É aconselhado incluir tapioca na dieta, mas que não seja consumida de forma excessiva, uma alimentação saudável deve ser baseada em variedade e equilíbrio”, destaca Stella. Outra precaução é com pessoas com diabetes. O prato é fonte de carboidrato de alto índice glicêmico (o açúcar presente no alimento é rapidamente liberado na corrente sanguínea). Por isso, é recomendado o consumo da tapioca associada a fontes de fibras e proteínas, que irão retardar a absorção do açúcar. Na moda, gostosa, saudável e prática, a tapioca vai ganhando ainda mais espaço na mesa dos pernambucanos. Seja  em casa, na academia ou na alimentação fora do lar.Com um cheirinho de comida regional do Nordeste e indicada pelos nutricionistas, a tapioca virou o prato da moda para quem está na luta contra a balança. Com a entrada dela na dieta, quem vai perdendo espaço nas refeições dos pernambucanos é o pãozinho. No entanto, as vantagens do alimento vão além do emagrecimento. De acordo com a nutricionista do Hospital Jayme da Fonte, Stella Bezerra, a tapioca é uma fonte de carboidrato natural, que apresenta baixo teor de sódio e gordura, além de ser isento de glúten. Logo, é um alimento indicado para os celíacos. A facilidade no preparo e o preço reduzido dos seus

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Para Francisco Cunha, desfecho do impeachment renova expectativas sobre economia

Com o desfecho do processo de impeachment da agora ex-presidente Dilma Rousseff, o mercado financeiro volta a criar expectativas positivas em relação à economia do País. De acordo com o sócio da TGI Consultoria em Gestão, Francisco Cunha, neste momento em que o governo de Michel Temer foi efetivado, há melhores condições institucionais para que os problemas econômicos possam ser enfrentados. "A partir de agora, vários problemas fiscais do setor público afetado pela necessidade de controle das despesas públicas, além do orçamento realista e das reformas necessárias para a Previdência Social, por exemplo, podem ser enfrentados. O governo ganhou condições institucionais mais estáveis para tomar medidas importantes de forma mais previsível", opinou Cunha. Confira a nossa entrevista com o consultor da TGI: Qual o impacto do impeachment para a economia do País e de Pernambuco? A perspectiva é de saída da recessão e retomada do crescimento econômico no Brasil. Pernambuco também será afetado positivamente em dois pontos: com a recuperação das contas públicas da União, que rebate sobre os estados e municípios, e com a saída da crise. A retomada de investimentos no País afetará positivamente o crescimento de Pernambuco, pois a trajetória econômica do Estado é bastante semelhante à do Brasil. As curvas são similares. Se o País recupera ou entra numa trajetória de recuperação, Pernambuco também deverá seguir o mesmo caminho. O mercado dizia que o governo Dilma não tinha capital político para fazer o ajuste fiscal. Quais são as chances de Temer conseguir realizá-lo? No caso de Dilma, houve um processo de desgaste político muito grande. Após algum tempo de governo, ela perdeu as condições de governabilidade, o que culminou no processo de impeachment. Com a consumação do seu afastamento, as condições de Temer são melhores, pois ele tem apoio político. Mas o trabalho que vai precisar ser feito é muito grande, muito intenso. A diferença em relação ao governo anterior é que ele conta com expectativas positivas. Dessa forma, ele ganha pista para poder fazer os ajustes necessários. Qual é o maior desafio do governo Temer? Apesar das boas expectativas, existe um prazo informal para que ele tome as medidas efetivas. Eu estimo que esse prazo seja de dois a três meses. Se nesse tempo não surgirem melhorias, o governo vai sofrer com a queda da confiança; e, se terminar esse ano sem melhoras substantivas, que tenham efeito ou comecem a sinalizar que terão efeito positivo sobre a economia, eu acredito que as manifestações de rua voltarão a acontecer em 2017. Qual a expectativa agora para controlar a inflação? A solução está no ajuste fiscal e na retomada dos investimentos, ou seja, o governo tem que aproveitar este momento inicial de boa vontade dos investidores para que sejam criadas as condições favoráveis, tanto do ponto de vista fiscal quanto de estímulo aos investimentos. Só há crescimento econômico se houver investimento e o investimento só vai acontecer se os agentes econômicos mantiverem a expectativa positiva, se a confiança permanecer. E a confiança só permanecerá se o governo realizar o ajuste fiscal... Qual seria a medida mais urgente para realizar o reajuste fiscal? É a aprovação do teto para as despesas públicas. Depois, a primeira grande reforma necessária é a da Previdência Social, cujo déficit estimado é de R$ 200 bilhões por ano. Além disso, é trabalhar para que o crescimento positivo da economia seja retomado e a arrecadação melhore, possibilitando que o deficit estimado no orçamento possa ser cumprido e a confiança dos agentes econômicos possa ser mantida, estimulando-os a consumir e a investir.

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Porters e Stouts: saiba as diferenças (Por Rivaldo Neto)

Com o mercado de cervejas em plena ebulição e com uma grande variedade de estilos invadindo as prateleiras, cada vez mais surgem dúvidas em torno na bebida. Uma delas é clássica. Qual a diferença entre cerveja Stout e a Porter. As diferenças são sutis entres essas duas irmã Dark Beers. Um pouco de história para começar. O estilo Porter tem origem britânica e é resultado de uma mistura de cervejas escuras, que chamamos de Brow Ales. Inicialmente a Porter foi criada em 1700 como um bled das variações Old Ale, Pale Ale e Mid Ale. Tem origem nas docas da Inglaterra onde os trabalhadores as misturavam para completar um Pint (copo de 430ml). Possuem como característica um amargor constante e leve. Os aromas realmente são ricos e lembram chocolate, toffee, baunilha, café entre outros. Até então era conhecida como Entire, que significa “Inteira”. Com o surgimento dos maltes tostados esse nome foi abolido. É aí que entra o estilo Stout, pois devido à necessidade de se diferenciar - a partir de sabores mais intensos e robustos - surgiu a denominação Stout Porter. Stout que quer dizer preta e Porter uma homenagem aos antigos trabalhadores braçais do porto, onde se originou a bebida conforme citado acima. Então para entender melhor, as Porters têm uma cor marrom escuro ao preto, são mais cremosas, e com malte tostado ou torrado. As Stouts começaram sendo um subestilo das Porters, mas foi reinventada ganhando várias características e nomes como Dry, Imperial, Oatmeal e dentre outros. A maior presença do malte torrado e maior graduação alcoólica nas Stouts e um pouco de caramelo nas Porters é também uma diferença marcante entre elas. Para quem tem curiosidade de provar os estilos, indico primeiramente a Muphys, uma Irish Stout das mais saborosas. Assim como a Guinness (que já falei anteriormente, leia aqui), a cerveja possui o sistema "Draughtflow", que consiste em uma cápsula de nitrogênio que se rompe ao abrir a lata e entra em contato com o líquido e assim produz uma espuma cremosa e consistente. A Muphys tem uma variação alcóolica baixa, 4,0%Vol, levemente lupulada e com malte torrado e pouco amargor. Mesmo as Stouts, tendo por características serem mais alcoólicas que as Porters, no caso da Muphys isso não ocorre, pois trata-se de uma cerveja leve e ideal para se iniciar nesse estilo. Fabricada pela Fullers, cervejaria inglesa e uma das melhores do mundo, vem a London Porter. Com intensas notas de café, chocolate e baunilha. Feita com o lúpulo inglês Fuggle, que tem como característica ser aromático, suave e agradável. Com 5,4%Vol, tem uma entrada mais doce, finalizando com certo amargor. Possui baixa carbonatação, tem o corpo médio e excelente drinkability. Uma Porter verdadeiramente admirável como são as cervejas produzidas pela Fullers.   Leia também: Cerveja com hambúrguer. Vai uma aí? As Imperial IPAs, o topo do amargor Cervejas e Queijos, dupla imbatível!   *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas

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Por que os escritores vão às salas de aula III

*Por Paulo Caldas Perguntada por que vai às salas de aula, a escritora Rosângela Lima, explica. “Porque lá é possível, por exemplo, propor que as crianças alterem as aventuras vividas pelos personagens ou que incluam alguns novos. Lá, podemos considerar pontos de vistas diferentes, enfim estar em contato direto com o leitor e sentir de perto que podemos sim, fornecer a elas referenciais que enriqueçam seu repertório. Só com o contato direto com as crianças na sala de aula é que eu poderia ouvir “pérolas” como essa: – Quem vai ao casamento do Pato? Perguntei antes de ler o meu livro com esse título; quase todas as crianças levantaram a mão, apenas uma baixou a cabeça e fez sinal negativo com a cabeça; no que eu perguntei? – Por que você não vai ao casamento do pato? – É que sábado eu vou pra Gravatá!” Quanto a sua receita para escrever literatura infantil, detalhou: “Conviver diariamente com elas (no meu caso, há 32 anos). Ouvi-las, percebê-las curtir as situações, surpreender-se com suas ideias, além de beber na fonte de lembranças e experiências pessoais. Algumas das minhas histórias confirmam essa ideia”. Rosângela acredita que a sua visita contribuiu para a formação do hábito da leitura. “Discutir com as crianças a motivação e as estratégias de criação, amplia bastante seu modo de olhar para as histórias, a maneira de compreender os textos. Assim percebo que há toda uma energia contagiante incentivando-as na produção oral e escrita. O contato é mágico, trata-se de uma troca de afetividade. Além de gratificante, é muito prazeroso”. Sobre o que eles (alunos) mais questionam, comentou. “É engraçado, além de percebê-los me fitando como se eu não fosse de ‘verdade’, as perguntas que ouço com maior frequência são de conteúdo pessoal: – Você escreve com óculos? – Eu vi sua foto na capa do livro; – Eu já li outro livro seu, meu amigo tem um também; – Com quantos anos você começou a escrever?” Com relação aos seus livros de maior aceitação nas escolas, disse: “Fico feliz em responder a pergunta por ter publicado 12 livros que, na maioria são bem aceitos nas escolas, porém eu poderia destacar alguns como: ‘Você vai ao casamento do Pato? ’; ‘O aniversário do rei’; ambos adotados na rede pública estadual, ‘Beijo de bicho’ (PNBE-obras complementares); ‘Banho de bicho’; ‘Um pomar de histórias’”, finalizou. O escritor Paulo Caldas foi um dos pioneiros na prática de visitar as salas de aula em Pernambuco. “Lembro que ao lado de Jussara Kouryh e Rubem Rocha Filho, arregacei as mangas na missão de levar nossos textos às escolas, conversar com alunos e educadores, até em reunião de pais e mestres compareci, isso lá pelos anos de 1980. Meus títulos, voltados para o público infantil, especialmente ‘Era uma vez um quintal’, ‘Asas pra que te quero’ e ‘República dos bichos’, levaram de um jeito subliminar exemplos de coragem, solidariedade e cuidados com o meio ambiente, ou seja, esses e outros valores disfarçados de histórias de bichos humanizados. Minha preocupação sempre foi desmistificar as figuras dos super-heróis, que conseguem seus feitos por meio da força e das armas. Assim criei os anti-heróis, pequenos animais inteligentes, que contornam os obstáculos pela via da astúcia e entendimento. Mais adiante, com ‘Flores para Cecília’, ‘As faces do escorpião’, ‘A cor da pele’ e ‘O sol além da minha rua’, do mesmo modo sutil, adotei variações em torno do preconceito, também disfarçados em textos que contemplam os usos, costumes, gostos e preferências de adolescentes e jovens. Acredito que as mensagens, embora ocultas, fizeram efeito desejado, o que me traz a sensação de ter colaborado na formação daqueles meninos e meninas de ontem, cidadãos de hoje”. Finalizou. *Paulo Caldas é escritor

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Priscila Krause fala à Rede Gestão

A candidata à Prefeitura do Recife Priscila Krause (DEM) participou ontem (01/09) da reunião da Rede Gestão, quando teve a oportunidade de explanar os 14 pontos estratégicos do seu plano de governo e respondeu a perguntas dos integrantes da mesa. Entre os principais assuntos defendidos pela democrata estão a necessidade da gestão municipal agir de forma metropolitana, a melhoria do gasto público na cidade (transformando o Monitora Recife em lei) e a mudança na orientação da mobilidade urbana (com destaque para o uso dos corredores exclusivos para ônibus e investimento em calçadas). Ao abordar sobre as propostas de gestão, Priscila afirmou que é preciso rever o formato gerencial da PCR. “Houve um aumento de 57% nos gastos com funções gratificadas e cargos comissionados nos últimos quatro anos. Temos hoje 27 secretarias, mas algumas não tem orçamento para trabalhar. É preciso melhorar a qualidade do gasto público”, critica. Ela defendeu a criação de um padrão de qualidade nos serviços públicos, em especial de educação e saúde. A democrata apresentou um gráfico do território da cidade, pontuando onde estão localizadas as estruturas educacionais e de unidades de saúde mantidas pelo poder municipal. A candidata questiona como escolas vizinhas, num mesmo contexto social e com mesmos recursos, podem ter desempenhos díspares. A mesma crítica foi feita a algumas unidades de atendimento médicos. “Por que uma dá certo e a outra dá errado? Falta padrão na prestação de serviços”. Priscila apresentou uma proposta de atender prioritariamente alguns territórios da cidade como o Bairro do Recife – em que ela inclusive sugere a criação de uma Agência de Desenvolvimento para o local – e o Centro Expandido, que inclui bairros como o da Boa Vista, por exemplo. “A criação da Agência de Desenvolvimento do Bairro do Recife é necessária, pois é preciso de um estímulo do poder público para esse território que é estratégico para a cidade”. Apesar de reconhecer a qualidade de alguns projetos da PCR em andamento, como o Parque Capibaribe e o Compaz, e de prometer a continuidade deles, Priscila fez críticas dessas que são algumas bandeiras do prefeito Geraldo Julio. Ela afirmou que começaria o Parque Capibaribe com a retirada das palafitas e não com a criação dos parques. Sobre o Compaz, ela afirmou que na comunidade onde foi instalado, o Alto Santa Terezinha, já existia uma estrutura de Centro Social Urbano (CSU) que não tinha o devido investimento em manutenção e operação da PCR por falta de recursos, enquanto que a nova estrutura foi construída com o investimento de R$ 9 milhões. Temas como gestão metropolitana, preservação dos espaços históricos, políticas culturais, acessibilidade, sustentabilidade, mobilidade urbana e a navegabilidade do Rio Capibaribe foram alguns dos temas que surgiram no debate da reunião. A próxima reunião da Rede Gestão terá a presença do candidato do PSDB à PCR, Daniel Coelho. A organização já recebeu o prefeito Geraldo Julio.

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Meirelles sinaliza aumento de investimentos

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, informou em Xangai, na China, onde participou do Seminário Empresarial de Alto Nível Brasil-China, sinais de melhoria na taxa de investimento, após a queda registrada nos últimos anos. As informações foram divulgadas há pouco pela assessoria do ministro. “Agora, tem uma previsão de crescimento substancial. É importante mencionar que o investimento foi o primeiro setor da atividade econômica que reagiu, porque há um sinal claro de que a economia brasileira está crescendo”, disse. No seminário, o ministro apresentou as oportunidades de investimento do Brasil. Ele integra a comitiva do presidente Michel Temer em Xangai, China, para participar da Cúpula do G20 e também para negociar a ampliação do comércio bilateral. Durante o seminário, Meirelles mostrou o potencial de crescimento da economia brasileira depois do recente período de retração da atividade. A assessoria informou também que o ministro demonstrou a evolução dos investimentos estrangeiros diretos no Brasil. O ministro citou ainda indicadores que sinalizam para o processo de recuperação econômica do país, como a previsão do PIB de 1,6% para 2017 e 2,5% em 2018. Oportunidades de Investimentos Meirelles apresentou as oportunidades de investimento em infraestrutura no Brasil. Segundo ele, entre 2016 e 2019 o investimento total previsto em projetos de infraestrutura é de aproximadamente R$ 269 bilhões, divididos entre petróleo e gás, energia elétrica, telecomunicações, transporte, estradas, saneamento, estradas de ferro, aeroportos e mobilidade urbana, portos, entre outros. Outro setor citado é o do pré-sal. “Trata-se da exploração de campos de petróleo, que o Brasil tem uma vasta reserva offshore, que é o chamado pré-sal. É uma perfuração profunda, mas que tem oportunidades, de fato, substanciais”, acrescentou o ministro. Henrique Meirelles disse aos presentes que o Brasil tem espaço na produção de bens e serviços, devido ao mercado de consumo amplo e em expansão, além de potencial agrícola a ser explorado. “O Brasil é hoje um dos grandes exportadores mundiais de grãos. Essa é uma área em que o país tem condições de continuar expandindo. Aqui, há uma complementaridade muito grande entre a economia brasileira e a economia chinesa”, enfatizou. Citando o processo de substituição do governo no Brasil, o ministro afirmou que o país é seguro e estável, tanto do ponto de vista das instituições quanto para o investidor. “Não há conflitos políticos ou religiosos. Tivemos uma mudança de governo da maior importância, feita em paz e dentro das normas da constituição, segundo ritos definidos pela Justiça. As regras contratuais são sólidas, transparentes e claras. As instituições são estáveis e há movimento livre de capitais.” Henrique Meirelles concluiu que o Brasil tem um ambiente favorável para cooperação maior entre as empresas brasileiras e chinesas. “Vamos tirar partido desse enorme mercado doméstico, de um lado, e da enorme capacidade de produção e de exportação de produtos agrícolas e minerais de outro.”

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Unicap vai sediar Congresso Nordestino de Ciências da Religião e Teologia

A Universidade Católica de Pernambuco vai sediar, de 8 a 10 de setembro, o III Congresso Nordestino de Ciências da Religião e Teologia (III CNCRT), cuja temática central é “Devoções religiosas e pluralismo cultural.” O fenômeno religioso no Nordeste está em ebulição em, pelo menos, três frentes: o catolicismo se renova com processos de reabilitação e canonização de santos do povo como Padre Cícero, Padre Ibiapina, Frei Damião e Dom Helder; as religiões afro-brasileiras se reconfiguram com movimentos de afirmação social no espaço público e criação teológica de identidades da Jurema, Umbanda e Xangô/Candomblé; concomitantemente, surgem espiritualidades fluidas e de fronteira através do turismo religioso e de movimentos urbanos neopagãos e orientalistas, além do resgate das religiosidades indígenas. Nessa perspectiva, a Católica sedia o III CNCRT convicta de que o estudo desse espetro de religiosidades criará um diferencial para as pesquisas da religião no Nordeste, no Brasil e no mundo, reforçando a rede de colaboração entre os Programas de Pós-graduação da área, na região, e trazendo dinamismo para os seus grupos de pesquisa.

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Discalculia ainda é desconhecida

“Eu não consigo aprender a somar. Por que os meus amigos entendem como fazer essa equação matemática e eu não?”. Para alguns, essas são apenas algumas desculpas de quem não quer estudar ou tem preguiça. O que muitos não sabem é que existe um distúrbio chamado “Discalculia”, originário de uma má formação neurológica, onde o seu portador tem bastante dificuldade em compreender a principal disciplina dos cálculos e seus conceitos. Segundo o livro “Dificuldades de Aprendizagem – um olhar psicopedagógico”, das autoras Daniela Leal e Makeliny Nogueira, cerca de 5% da população escolar brasileira tem esse transtorno. “A discalculia prejudica não só o rendimento na escola, mas, também, na resolução de problemas do dia a dia”, comenta a especialista na área de educação especial e inclusiva da Tutores Educação Multidisciplinar, Adelaide Sampaio. Os primeiros sinais da alteração neurológica podem ser identificados desde o começo das atividades escolares. “A partir da pré-escola, é possível observar quando o aluno tem dificuldades em compreender os sinais de ‘igual’ e ‘diferente’, mas apenas com a introdução dos números matemáticos mais específicos é que o problema pode ser de fato, diagnosticado”, explicou Sampaio. Assim, ao ser notada a presença de dificuldades com a disciplina dos numerais, a escola deve alertar aos pais do aluno para que os mesmos possam procurar um psicopedagogo ou neurologista. Durante a consulta, o profissional irá escolher entre testes como a Escala de Weshler de inteligência para crianças, de desempenho escolar ou baterias específicas de avaliação de habilidades matemáticas para conseguir detectar o distúrbio. Segundo o neurologista Lucas Alves, o diagnóstico é feito com apenas um dos testes. “Geralmente, usamos apenas um. Porém, quando há dúvidas, aplicamos outro exame para alcançar o laudo exato. O resultado sai na hora”, explica. É apenas após essa avaliação que será possível detectar qual o tipo de discalculia (verbal, gráfica, operacional, practognóstica e ideognóstica), assim como a melhor forma de tratamento. Além da intervenção, feita através de exercícios práticos de leituras e de interpretação dos números que devem ser exercitados tanto no consultório, como em casa, o aluno precisará de todo o apoio dos pais, amigos e da escola. Esses serão os responsáveis por valorizar a autoestima do estudante. Assim, o melhor caminho para a adaptação à discalculia está na busca por sempre mantê-lo motivado, “evitando a ocorrência de correções constantes e não o forçar a realizar tarefas quando o mesmo estiver nervoso por não conseguir fazer algo”, complementa Adelaide Sampaio. Apesar de não possuir cura, quanto mais cedo for descoberto o distúrbio e iniciado o tratamento, maiores são as chances de “aumento” da qualidade de vida do portador de discalculia. “A maior parte dos casos possui tratamento, o que possibilita uma melhora no desenvolvimento do jovem, com probabilidades de atingir um maior rendimento profissional e pessoal”, explica Lucas Alves. De acordo com o médico, os primeiros sinais de melhora já podem ser observados a partir da segunda semana de intervenção. Formas de trabalhar a discalculia Pode ser feito através do uso de simulação de situação problema, onde haverá a necessidade de construção de estruturas de classificação, seriação, partição, correspondências e grupos. Além disso, há algumas brincadeiras e jogos que também são utilizados como: Palitos: Uso de 16 palitos formando cinco quadrados. O objetivo do jogo é movimentar quatro palitos, originando três quadrados. Somar 15: Tabuleiro retangular numerado de 1 a 9 com seis fichas, onde apenas três são usadas. Tangram: Composto por sete peças (5 triângulos, 1 quadrado 1 paralelogramo) que juntos terão que formar um quadrado. Diversas combinações são permitidas. Intersecção: O jogo é formado por três circunferências entrelaçadas com fichas numeradas de 1 a 6. Nesse momento, o aluno deve colocar na intersecção os numerais que somem o mesmo valor. Portas com barreiras: O objetivo é percorrer todas as portas, começando por alguma ímpar, atravessando cada cômodo apenas uma vez.

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O Recife Que Precisamos discute projetos para o Capibaribe

Mais que um cartão-postal, o Capibaribe é um verdadeiro ícone do Recife. Revitalizar o velho “cão sem plumas” - como o chamava o poeta João Cabral – para que seja tão importante para o recifense quanto o Tâmisa o é para o londrino é uma das propostas do movimento O Recife que Precisamos. Criado pelo Observatório do Recife há quatro anos, o movimento tem como um dos objetivos pautar as discussões das eleições municipais para que os candidatos se apropriem de temas essenciais para a melhoria da qualidade de vida na cidade. É o caso da recuperação do rio. “Entre as reivindicações estão a implantação do saneamento básico para evitar que o Capibaribe e seus canais recebam e distribuam lixo pela capital pernambucana”, informa Fernando Braga, sócio da TGI e integrante do movimento. A proposta - juntamente com sugestões de outros quatro temas – foi levada para os candidatos a prefeito em 2012. Todas essas proposições foram construídas de forma coletiva a partir da escuta da sociedade. A Revista Algomais participou desse processo, publicando matérias sobre o movimento e mobilizando o recifense pelas redes sociais. Eleito, Geraldo Julio decidiu encampar o tema. A prefeitura estabeleceu um convênio com o Inciti – Pesquisa e Inovação para as Cidades (uma rede de pesquisadores da UFPE) para o desenvolvimento do projeto Parque Capibaribe, que é gerido pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade. Mais do que revitalizar o rio, o projeto prevê a transformação da cidade a partir do seu principal curso d'água. A ideia é humanizar as suas margens, integrando-as com espaços verdes, envolvendo 42 bairros margeados pelo rio. Essas áreas serão articuladas com diferentes meios de transporte: bicicletas, veículos motorizados, pedestres, barcos, etc. As transformações serão realizadas a partir de soluções simples e visam mudar a forma como o recifense se relaciona com o espaço público. E como o rio serpenteia o Recife inteiro, o projeto visa transformar a capital pernambucana numa cidade parque até o ano de 2037, quando completa 500 anos. O QUE FOI FEITO Para debater o que já foi executado do projeto e o que falta avançar na execução foi realizada uma reunião entre os integrantes do Observatório do Recife e Circe Monteiro, membro do Inciti, que está à frente do Parque Capibaribe. A sala da TGI, onde aconteceu o encontro, ficou lotada, demonstrando o interesse que o rio desperta na população. Circe disse que a ideia da cidade parque ainda está se consolidando. Embora o projeto tenha três anos, explica a professora, ele é de grande complexidade, além de ser elaborado com a participação da sociedade. “Queremos ativar os espaços antes de projetá-los”, justifica. Estratégia que foi empregada na primeira etapa a ser feita do Parque Capibaribe: o Jardim do Baobá. Localizada por trás da Estação Ponte D'Uchoa, a área foi palco de um evento que levou as pessoas a conhecerem a centenária árvore do local situada às margens do rio. “Veio muita gente, o que mostra a carência de espaços públicos”, constata Circe. O Jardim do Baobá é o marco zero do Parque Capibaribe e está sendo construído através de uma mitigação ambiental do Real Hospital Português. Será uma área de lazer, com brinquedos, mesas e bancos. Ainda nas Graças, moradores locais conseguiram reverter a construção de um corredor expresso de quatro faixas, entre as pontes do Capunga e da Torre para uma via com aspecto de parque. Ela terá integração com o rio, ciclovia, mirante e passarela de pedestres – propostas inspiradas no Projeto Parque Capibaribe. A Via-Parque terá financiamento da Caixa Econômica e está em fase de licitação. NOVAS PROPOSTAS Durante o debate, os participantes sugeriram novas propostas ao projeto. Uma delas refere-se à necessidade de implantar condições para que as áreas do rio, onde residem moradores com menor poder aquisitivo, não sejam alvo da especulação imobiliária, que serão valorizadas após as intervenções do projeto. O Parque dos Manguezais é outra área de alvo da preocupação deles. Eles querem saber como o espaço será incluído no projeto. Trata-se de uma área de 320 hectares, que deveria ser uma unidade de conservação, margeadas pelas duas pistas da Via Mangue. O projeto Parque dos Manguezais faz parte de uma ação mitigadora da prefeitura em razão da construção dessa via e prevê intervenções como oceanário, trilhas ecológicas, Academias da Cidade, mirantes e piers. Mas a Marinha, dona do terreno, não chegou a um consenso sobre o assunto com a gestão municipal. Realizar intervenções no Parque dos Manguezais para sensibilizar as pessoas para a preservação da área é uma das propostas sugeridas. Para garantir a proteção ao rio, foi sugerida a implantação de uma Unidade de Conservação de Paisagem do Capibaribe. O combate a poluição também foi ressaltado, a partir da recuperação dos córregos e riachos, vista como ação emergencial para evitar o efeito das mudanças climáticas e os problemas de drenagem. Também foi proposta a mobilização e educação da população que vive às margens do rio, independente de classe social. A inclusão foi outro ponto defendido pelos participantes do debate que sugeriram que seja garantida a acessibilidade universal às rotas que levam às travessias e espaços públicos de convivência às margens dos rios. E, como é prática comum entre governantes do País não dar continuidade às obras do seu antecessor, os participantes sugeriram ainda a elaboração de um Plano de Manutenção a cada marco inaugurado do projeto. Outra ideia é utilizar-se do Parque Capibaribe como oportunidade de qualificação radical da execução das obras públicas. O próximo encontro do movimento vai debater o Centro do Recife.

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