Arquivos Notícias - Página 619 de 655 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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Meireles não descarta aumento de impostos

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que, se as previsões de receita não se confirmarem, o governo não descarta “aumentos pontuais” de tributos para equilibrar as contas públicas e garantir que o déficit não ultrapasse os R$ 170,5 bilhões previstos na meta fiscal. A informação é da Agência Brasil. Até o dia 31 de agosto, a área econômica vai analisar o crescimento das receitas públicas, previsto para ocorrer neste ano e em 2017, e o possível ingresso de recursos com privatizações, concessões e outorgas. “Vamos fazer a previsão e se necessário, sim, faremos aumentos pontuais, mas apenas se necessário, porque é possível que não seja necessário”, disse o ministro após participar de seminário na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), no centro da capital fluminense. Segundo Meirelles, o governo ainda não definiu quais seriam os setores atingidos pela eventual elevação de tributos. O ministro espera que a proposta de emenda à Constituição que cria um teto para os gastos públicos seja aprovada pelo Congresso ainda este ano e que a queda na arrecadação seja revertida nos próximos meses, para retomada do crescimento da economia. Estados Meirelles destacou compromisso do governo com o cumprimento da meta de déficit de R$ 170,5 bilhões para este ano, mas disse que, se houver uma folga, a União poderá cobrir parte do deficit dos estados. O apoio aos estados, segundo o ministro, só ocorrerá em caso de evolução das receitas públicas nos próximos meses e da confirmação de expectativas para a previsão de gastos obrigatórios com alguma sobra na meta. “Caso, de fato, o fundo do poço já tenha sido atingido, caso como os indicadores antecedentes indicam, tenhamos uma recuperação da atividade nos próximos meses; caso haja uma recuperação da receita e neste caso haja uma folga – o que depende de fato de uma recuperação forte da economia – é possível, aí sim nós usaremos desta provisão legal, que diz: o governo federal pode, em caso de folga, compensar o aumento de um deficit dos estados. Pode. Não há compromisso e nem deve ser assim porque não está sob controle estrito do governo federal”, ponderou. Segundo Meirelles, o único compromisso expresso do governo é com o cumprimento da meta. “Não haverá, como houve várias vezes, em passado recente, mudança na meta do governo federal.” O ministro destacou a negociação da dívida dos estados com a União e disse que o mais importante é que os estados se comprometeram com um teto de gastos para os próximos 20 anos e com a suspensão de concessão de reajustes salariais para servidores estaduais por, pelo menos, dois anos.

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Jairo Bouer faz palestra no Recife

Psiquiatra e autor de livros - que trabalha com prevenção e sexualidade dos jovens - Jairo Bouer fará palestra sobre Impactos da Tecnologia na Saúde e Emoção dos Jovens. O encontro acontece hoje, às 19h30, no campus Boa Vista da Faculdade dos Guararapes (FG),  integrante da rede internacional de universidades Laureate. Voltado a profissionais da área de saúde, educação e do comportamento humano, estudantes e interessados no assunto, o encontro é aberto ao público e inicia às 18h, na Avenida Governador Carlos de Lima Cavalcanti, 110, no Derby. As vagas são limitadas e as inscrições podem ser feitas antecipadamente pelo telefone: 3033.8402.    

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Cervejas com mel, uma experiência que vale a pena (Por Rivaldo Neto)

Lembra de Robin Hood? Do simpático Frei Tuck? Se você lembra vai lembrar ainda mais que em meio a uma ou outra batalha contra o Xerife de Nottingham, o simpático monge entornava canecas e mais canecas de uma bebida produzida por ele. Mas que bebida era essa? O Mead, como chamam alguns, um fermentando alcoólico variado do mel, muito similar ao Hydromel. O mel é uma mistura complexa de açúcares, como a glicose (cerca de 30%) e frutose (40%), água (18%) e outras substâncias como carboidratos, proteínas e aminoácidos. A inclusão do mel em bebidas é ancestral. Esse estilo vem sendo cada vez mais resgatado por produtores de cerveja da Inglaterra, Irlanda e até pelos franceses na Bretanha. Os efeitos ao adicioná-lo a cerveja é que o mel é tão fermentável quanto o açúcar e que gera uma cerveja mais seca, aumenta a quantidade de álcool, mas mesmo assim causa uma sensação alcoólica mais suave se comparada ao açúcar comum. Com isso o mel também acrescenta notas sutis de florais dando mais aroma à bebida, isso se dá devido aos vários pólens e néctares utilizados pelas abelhas em sua produção. Das cervejas importadas, a inglesa Honey Dew, da Fullers, é um verdadeiro deleite. Primeiro que é uma cerveja orgânica, turva,levemente picante, em que logo no primeiro gole o mel aparece. Os maltes e o lúpulo acrescentados tornam essa cerveja uma das melhores. Tem uma variação alcoólica de 5%Vol e é vendida em garrafas de 500ml. Devido a tudo isso a Honey Dew é a cerveja orgânica mais consumida pelos ingleses. Ao servi-la deve-se sempre mexer a garrafa em movimentos circulares no final para que os insumos orgânicos e o mel se misturem mais, proporcionando uma gratificante experiência. Uma outra opção de cerveja com mel também vem da Inglaterra e chama-se Waggle Dance, da cervejaria Wells. O nome é um curiosidade, pois trata-se de uma dança praticada pelas abelhas quando descobrem uma nova fonte de néctar. Uma cerveja igualmente saborosa, leve, de cor âmbar, com leves notas de mel e amargor na medida certa com os seus 5,2%Vol em garrafas de 500ml. A cervejaria americana Rogue Ale produz a Rogue Farms 19 Original Colonies Mead, um nome tão exótico quanto a experiência que você irá embarcar. A pedida é interessante tanto que na sua produção foram postos leveduras de champagne. Corpo bem leve, carbonatação baixa e boa drinkability em garrafas de 650ml. Aroma é o que não falta, florais mais ainda, nada mais lógico, pois estamos falando do que mais se assemelha ao hydromel. No mercado nacional, a cervejaria Colorado, recém adquirida pela Ambev, produz a Appia, que é uma cerveja de trigo com mel de laranjeira em garrafas de 600ml. É uma cerveja amarela escura, turva, ligeiramente doce e que harmonizada com uma torta de chocolate amargo dará o tom certo de amargor e o doce. Uma experiência que deliciosamente vale muito a pena. *Rivaldo Neto é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas rivaldoneto@outlook.com

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Xô, cabileira

Houve um tempo - sombrio tempo, saliente-se - em que as paredes de Pernambuco eram tomadas pela mensagem Xô, cabilera, parida como que a fórceps, em português capenga e de gosto deplorável. Era endereçada ao candidato Marcos Freire, que, segundo indicavam as pesquisas, era o virtual vencedor da eleição que se avizinhava, para governador de Pernambuco. Era preciso derrotar o esquerdista Marcos Freire, pois, não importando os meios. Na guerra, tudo é válido, certamente avaliavam, para afastar qualquer resquício de consciência. A cada dia mais a luta se acirrava, como se fossem batalhas campais travadas no campo aberto da opinião. A indignidade, por seu turno, atingia o ponto de superlativa baixeza, ao se forjar o que buscava ser o flagrante de um encontro clandestino da esposa do candidato, dona Maria Carolina Vasconcelos Freire, com o então deputado federal Fernando Lyra, destacado membro do estado-maior da campanha do amigo Marcos Freire. Da farsa resultara uma ultrajante montagem fotográfica do casal desnudo, em um motel brasiliense. A vilania foi tanta que, mesmo integrantes da campanha do adversário, censuraram veementemente aquela calhordice. O próprio candidato, Roberto Magalhães, um homem digno, extremamente irritado com aquele procedimento ameaçou retirar seu nome do pleito, caso a prática criminosa, atribuída ao Serviço Nacional de Informações SNI, não fosse abandonada. Eram inaceitáveis as ofensas à honra do seu principal adversário, que, como ele, também era professor da Faculdade de Direito do Recife. Mas por que tanta vilania? - há que se perguntar. A resposta é simples: Marcos Freire era um líder nato e, na época, o poder estabelecido não acreditava dispor àquela altura de um nome capaz de arrostá-lo. Tinha. Tanto que, com a colaboração do voto vinculado, o eleito foi Roberto Magalhães. O tal voto vinculado só era válido se dado a um mesmo partido ou coligação, de vereador a presidente da República, passando por prefeito, deputado estadual, deputado federal, senador e governador.O resultado foi que Roberto Magalhães, ainda que anteriormente em desvantagem, elegeu-se governador com 909.962 votos, contra 814.447 de Marcos Freire. Mas quem foi Marcos Freire? Em linhas gerais, foi advogado, professor e importante político brasileiro, tendo como tal exercido os mandatos de deputado federal e senador por Pernambuco. Mas não foi só isso. Ele foi mais, muito mais. Qualificado intelectualmente, bem-apanhado pessoalmente e comunicador eficiente, não lhe foi difícil estabelecer uma parceria de sucesso com a vida. Tal sucesso, contudo, não veio embalado em um pacote de presente. Em 1950, Marcos Freire ingressou na Faculdade de Direito do Recife, e ali, cinco anos depois, bacharelou-se. Naqueles cinco anos começou a ser moldado não só o advogado mas, também, o político brilhante, já que ele participava ativamente da política estudantil. Sua vida pública, aliás, teve início naquele tempo, como oficial de gabinete do então prefeito Pelópidas Silveira. Dali em diante, foi uma vida de conquistas. Foi Secretário de Assuntos Jurídicos e, depois, de Abastecimento e Concessões da Prefeitura do Recife, cargo que ocupou até o movimento militar de 31 de março de 1964. Como era filiado ao Partido Socialista Brasileiro, o PSB, e naquela quadra da vida brasileira isso não era exatamente uma credencial, perdeu seu lugar. Elegeu-se prefeito de Olinda pelo MDB, quando obteve mais do que a soma dos votos dos outros dois candidatos por sublegendas do partido do governo, no entanto, fruto de uma atitude coberta de brio, renunciou ao cargo, pouco antes da posse, em repúdio à cassação do mandato do vice-prefeito eleito, Renê Barbosa. Era o funesto AI-5 mostrando a que viera. Entristecido com aqueles tempos, resolveu voltar-se para o magistério universitário, tornando-se professor na Faculdade de Ciências Econômicas. Ademais foi professor titular da cátedra de Direito Constitucional da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco, onde se graduara e ensinou também na Escola Superior de Relações Públicas de Recife. Em 1970, porém, não resistindo à vocação, elegeu-se deputado federal por Pernambuco, quando teve a maior votação do Estado. Orador com dotes excepcionais, logo ele chamou a atenção da imprensa para a contundência dos seus discursos não só sobre assuntos institucionais, mas igualmente em defesa das parcelas da sociedade que não podiam expressar livremente suas opiniões, como os artistas, dramaturgos, escritores e jornalistas. A campanha de Marcos Freire ao Senado, por seu turno, em 1974, foi a mais marcante ocorrida em Pernambuco durante o ciclo militar. Com sua oratória fácil, seu magnetismo e o seu poder de persuasão, ele conquistou eleitores em todo o Estado, com o slogan “Sem ódio e sem medo”. Conquistou 605.953 votos, contra 478.369 votos do adversário, o candidato apoiado pelo governador Francisco de Moura Cavalcanti e os ex-governadores Etelvino Lins, Cordeiro de Farias, Cid Sampaio, Paulo Guerra e Nilo Coelho. Vencera uma fortíssima estrutura de conquista de votos. Adicionalmente, além de jovem, carismático e simpático, o concorrente fora um político de 76 anos, chamado João Cleofas de Oliveira. Além de viver no Rio de Janeiro, Cleofas de Oliveira já havia perdido três eleições para o governo de Pernambuco, primeiro para Agamenon Magalhães, depois para Cordeiro de Farias e em seguida para Miguel Arraes, o que lhe valera o incômodo apelido de João Três Quedas. Lado a lado com a personalidade afável, porém, caminhava um homem movido pelo inconformismo, levando-o a formar, quando deputado, o grupo dos autênticos do MDB, uma ala mais à esquerda do partido. Lutou, e saiu vencedor, pela convocação da Assembleia Nacional Constituinte, pela anistia para os cassados e banidos pelo regime militar, pela eleição direta em todos os níveis, pela reforma agrária e pelo fim da censura aos órgãos de imprensa. Um dia, no entanto, e sempre chega um dia, Marcos Freire e a política se divorciaram. Ele se tornou presidente da Caixa Econômica Federal, e depois ministro da Reforma Agrária, no Governo José Sarney. Exerceu o. cargo por pouco tempo, de 4 de junho a 8 de setembro de 1987. Eram muitos os planos para fazer a tão sonhada reforma agrária - afinal era assunto do ministério de que ele era o titular - mas a indesejável das

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Até o íntimo do íntimo

Dom Helder Câmara pediu audiência com um importante empresário (e também político) por quem tinha admiração e amizade. Indagado sobre do que se tratava, o Dom respondeu que o mote era o estilo de vida do amigo. Ao encontrá-lo, demonstrando preocupação, o pai dos pobres disse ao bem sucedido que a correria escondia, sem ele notar, um medo de encontrar-se com si mesmo. No texto em que narra esse episódio, Dom Helder afirma com sabedoria: “Tenho visto pessoas que parecem dinâmicas, decididas, fortes, sabendo pensar, sabendo querer, mas na hora de pensar em si, de olhar até o íntimo do íntimo, mil pretextos surgem, mal escondendo o meio pavor ou o pavor e meio de olhar de cheio para o próprio eu...”. Isso foi escrito na década de 70. Acrescente agora 40 anos e chegarás à conclusão que o mundo mudou. Para pior! Além do trabalho em demasia, nos foi adicionado um ingrediente perigoso: tsunami de informações sem filtro algum. Tudo ao nosso alcance. Tenho refletido sobre o nosso ritmo frenético de cada dia, causado pelo excesso de trabalho e de conteúdo. Rapaz, as informações têm chegado em quantidade tão avassaladora que Tico e Teco andam se estranhando. Férias aos neurônios, exijo! Ócio para o cérebro, reivindico! Feliz de quem consiga represar o conteúdo da sociedade moderna. Mais feliz ainda quem filtra ou ignora. Notícias chegam em velocidade estonteante. Depois de meia hora aquilo já não é novidade. Você chega naquela roda de amigos para contar o que ninguém sabe e, surpresa! Sim, todo o mundo já sabe. Tudo está na palma da mão. A informação democratizou-se em demasia. Banalizou-se. Entre as vinte e uma horas do jornal televisivo e as seis horas do dia seguinte, dois ministros já caíram. Quando o zelador entrega o jornal impresso, bem cedinho, já verbaliza que a manchete está desatualizada porque “saiu na internet, doutor, que...”. Criei dependência psicológica da tríade jornal-café-banheiro. Talvez por isso não abandone nem tão cedo a tinta suja do impresso. Teria que fazer terapia para atitude tão corajosa. Mas não bastasse o jornal, tem também o Facebook, o Whatsapp, o podcast do Murilo Gun, os sites especializados em matérias jurídicas. Tudo contribui para hemorroidas. O que antes se fazia em dez minutos, agora leva-se uma hora, sentado ao trono. É o rei escravizado pelo excesso de informação. A vida exige que eu saiba mais e trabalhe mais. Cada vez mais. Então, produtividade, eficiência e conhecimento é o que querem de mim. Run Forrest, Forrest Run! Com informação, estudo e trabalho em demasia, cuidado, o AVC se avizinha. A vida é atropelo, correria. Não vou deixar essa armadilha me pegar. Continuarei valorizando o trabalho. Ele é fundamental à vida como o próprio ato de respirar. “Sem o seu trabalho, o homem não tem honra e sem a sua honra se morre e se mata”, cantou Gonzaguinha. Mas decidi que, a partir de agora, o tempo é o meu. A batida é a minha. Escravizar-se pelo mundo dos negócios 24 horas por dia é afastar-se de si mesmo. É preciso encontrar o ponto de equilíbrio. Estou com 40 anos e com tesão enorme pela minha profissão. Mas, na mesma proporção, com muito desejo de me conhecer melhor. Animado para olhar, como disse o Dom, “até o íntimo do íntimo”. Doar tempo ao “eu” de quem tanto me afastei.

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Luiz Gonzaga: um rei na paisagem

Luiz Gonzaga do Nascimento, conhecido pelo Brasil inteiro como o Rei do Baião, falecido no Recife, em 2 de agosto de 1989, foi considerado por muitos como o Pernambucano do Século quando da passagem do ano de 2000. Em 12 de março de 2015, quando a cidade do Recife festejava o seu 378º aniversário, a prefeitura resolveu homenagear o Rei do Baião com um imenso painel de 77 metros de altura, oito metros de largura e 3,6 de profundidade, com sua imagem em cores vivas fixada no edifício sede. A monumental obra é de autoria do muralista paulista Eduardo Cobra, conhecido internacionalmente por seus trabalhos estampados em 14 países, em cidades como Nova York, Los Angeles e Moscou. O Gonzagão, como foi intitulado o painel da Prefeitura da Cidade do Recife, é a lateral de prédio com mural mais alta da América Latina. O trabalho mostra o cantor e compositor Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, com seu chapéu de couro e sua inseparável sanfona branca de 120 baixos. Para a confecção do mural, Eduardo Kobra usou cerca de 900 latas de spray e mais de 200 galões de esmalte sintético na fachada da prefeitura. "O equipamento foi instalado na face do prédio voltada para o rio e para a Rua da Aurora. É a maior imagem exposta em uma fachada na América Latina”, diz o artista. Nos dias atuais, quem quer que aviste o edifício da Prefeitura, localizado no Cais do Apollo, em qualquer hora do dia ou da noite, vai contemplar a monumental imagem de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião emoldurada pelo céu azul do Recife e pela mansidão do Capibaribe no seu caminhar em busca do oceano Atlântico. DE EXU PARA O MUNDO. Nascido em 13 de dezembro de 1912, no dia em que a Igreja Católica Romana celebra a festa de Santa Luzia, Luiz Gonzaga do Nascimento veio a tornar-se maior divulgador da música rural nordestina. Acompanhando o pai Januário, por bailes e feiras da região, o menino foi, aos poucos, afeiçoando-se aos oitos bai­xos e aos costumes. Cenas e usanças da região que viera des­crever mais tarde. Ao completar 17 anos, fugindo de um castigo de seu pai, o menino Luiz segue para Fortaleza onde se alista no Exército. Em outubro de 1930, com a Revo­lução Liberal é transferido para a Paraíba, percorre vários Estados do Norte, viajando, logo de­pois, para o Centro-Sul aonde vem fixar-se em Minas Gerais. Já no Rio de Janeiro, em 1939, deixa o Exér­cito e vai ganhar a vida como sanfoneiro. Passou a frequentar programas de rádio e surgiu assim o convite de Ja­nuário Franca para acompanhar Genésio Arruda numa gravação na RCA Victor; onde é convidado por Ernesto Matos para participar como solista: Em 1941, Luiz Gonzaga gravou os seus dois primeiros discos 78 RPM. Deixando a Rádio Clube passou para Rádio Tamoio, com um contrato de seiscentos mil réis acrescido da proibição de cantar; tão somente instrumentista. A sua primeira gravação como cantor veio acontecer em 1943, na mazurca Dança Mariquinha, feita de parceria com Miguel Lima. No ano seguinte deixa a Rádio Tamoio, passando para o cast da Rádio Nacional, onde Paulo Gracindo o apelida Luiz "Lua" Gonzaga, numa referência ao rosto redondo. Em 1945, quando do final da Segunda Guerra Mundial, Gonzaga com­põe com Miguel Lima o calango Dezessete e setecentos. No mesmo ano e com o mesmo parceiro, compõe Penerô xe­rém e a mazurca Cortando o pano, tornando-se parceiro, a partir daquele ano, do cearense Humberto Teixeira com quem compôs gran­des sucessos. Dessa parceria surgiu Baião, gravado pelos Quatro Ases e um Coringa na Odeon, gravado em 1946. Inspirado na vestimenta do cangaceiro nordestino e nos vaqueiros do Araripe, Luiz Gonzaga passou a apresentar-se encourado firmando-se como uma marca registrada em todo Brasil. No final dos anos 40 do século 20, surge o encontro com o então estudante de medi­cina José de Souza Dantas Filho... “Estávamos no ano de 1947, no Grande Hotel do Recife, e assim surgiu a parceria Zé Dantas-Luiz Gonzaga responsável pelos maio­res sucessos do baião nos anos 50”. Ao lado de Zé Dantas e Paulo Roberto, Gonzaga par­ticipou, em 1953, do programa da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, depois se transferiu para São Paulo quando suas apresenta­ções ficaram, cada vez mais, restritas a cidades do interior e ao ciclo junino. No mercado discográfico os seus discos con­tinuaram a ser reprensados e, com o aparecimento dos novos discos 33 RPM, os seus maiores sucessos tornaram a ser reeditados pela RCA. Com o aparecimento da bossa nova, da Jovem Guarda, da música dos Beatles e do Elvis Presley, nos anos 50 do século 20, Luiz Gonzaga eclipsou o seu talento e sumiu no cenário da música brasileira. Coube a Carlos Imperial chamar a atenção para o que muitos julgavam... “superado e obsoleto”: A música dos Beatles têm nítidas semelhanças com a música nordestina. Na se­gunda metade dos anos 60 foi o próprio Carlos Imperial que se encarregou de espalhar o boato de que os rapazes cabe­ludos do conjunto The Beatles iriam gravar Asa Branca. Na linguagem dos jornais, de uma "barriga" o Brasil despertou para a grande figura de Luiz Gonzaga. Daí em diante Luiz Gonzaga vol­tou a crescer, e voltou às paradas de sucesso com Ovo de codorna. Nestes três últimos discos, Luiz Gonzaga chegou atingir a mais de 200 mil cópias vendidas em cada lançamento. No âmbito discográfico suas gravações passaram a contar por vezes, com a participação de seu filho Gonzaguinha, Humberto Tei­xeira, Emilinha Borba, Carmélia Alves, Nélson Valença, José Marcolino, Fagner, Gal Costa, Elba Ramalho, Dominguinhos, Sivuca, Dorinha Gadelha, Alcione, dentre outros. O Rei voltou ao seu trono; novamente o baião vol­tou a reinar.

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As campanhas políticas são machistas

A conselheira do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco, Teresa Duere, fala à equipe da Algomais sobre sua trajetória social e política. Sua amizade com Dom Helder e a sua experiência de viver no Chile, em anos de ditadura militar no Brasil também entraram na conversa. Recifense, ela foi uma das deputadas estaduais de maior destaque na Assembléia Legislativa de Pernambuco. Como foi a sua infância? A minha infância foi muito boa. Sou recifense com muito orgulho. A cidade ainda era pacífica. As crianças podiam brincar na rua, podiam viver e ser criança. Tinha o Parque 13 de maio, tinha a festa da mocidade... Morei na Av. Visconde de Suassuna. Meu pai era empresário e depois foi político. O único trabalho da minha mãe foi ser voluntária no Banco da Providência com Dom Helder Camara. A senhora teve contato com Dom Helder? Trabalhei nove anos com ele. Eu fui fazer parte de um movimento chamado "Bandeirantismo" que, à época, era uma forma de você dar formação. Quem foi minha chefe foi Zezita Cavalcanti, secretária de Dom Helder. Fui uma das selecionadas para estagiar e lá fiquei trabalhando em uma área que Dom Helder chamou de "Operação Esperança", que era um movimento de formação de grupos para discutir as questões de direitos sociais, principalmente nas periferias. Depois ele ganhou um prêmio do exterior e quis mostrar que a reforma agrária era possível. Com esse prêmio comprou três engenhos e a partir daí fui trabalhar na zona rural, na questão da reforma agrária, no Cabo. Eu devia ter uns 20 e poucos anos. Como era esse trabalho? Reunião com associações. Trabalhava com eles para a formação da comunidade do engenho, formávamos escola, tínhamos uma área coletiva onde todos tinham que dar uma contribuição. Todo um trabalho de educação social. Esse trabalho influenciou sua carreira? Eu acho que não influenciou. Eu sempre gostei. Eu tenho um compromisso muito grande com a questão social, popular. Achei que o curso de Serviço Social seria o caminho a seguir, e foi. Foi um caminho que me deu muito conhecimento de instrumentos para essa questão. Depois, houve o golpe militar e consideraram que essa área rural de Dom Helder era guerrilha e aí tivemos - eu e Zezita - que sair. Eu fui para o Chile e ela para o México. Eu passei cinco anos fora, de 68 até 73. Como foi essa experiência? Eu trabalhava em uma fábrica de móveis que tinha sido tomada pelos trabalhadores e, à tarde, trabalhava em um projeto de pesquisa e estudo sobre as questões que estavam ocorrendo naquele momento. Era um grupo de intelectuais e eu ajudava como um apoio administrativo. Como era a atmosfera na época? A gente tinha muito receio, porque o governo brasileiro tinha profissionais para ficar nos acompanhando. Não podíamos formar grupos, a não ser que você conhecesse. Havia um isolamento grande pelo medo que tínhamos de se relacionar porque essas pessoas poderiam ser informantes. Não que fizéssemos grandes coisas, mas, por exemplo, íamos para as marchas de Salvador Allende. Sábados e domingos colhíamos vinhas que tinham sido tomadas pelos agricultores. Os estudantes eram convocados e nós íamos, pois não havia máquinas. Nunca me arrependi. Foi uma experiência válida. Como foi a queda de Allende? Eu saí 24 horas antes dele cair. Tinha uma pessoa muito amiga de Dom Helder, que era ministro, e ele me disse: "Vá embora enquanto é tempo. Tem um avião saindo para Buenos Aires, pegue e vá embora". Pegamos o avião e fomos. Ficamos em Buenos Aires para de lá voltarmos para o Brasil. Mas só pude voltar para o Recife na Anistia, em 79. Enquanto o processo corria, fiquei no Rio de Janeiro. Ainda quando cheguei lá quiseram me prender. Nesse período que fiquei no Rio. Tive apoio do pessoal de Dom Helder para trabalhar, mas sempre quis voltar para Recife. Quando pude voltar, fui falar com velhos companheiros de luta e as pessoas sempre diziam que não podiam fazer nada. A vida é muito interessante mesmo, porque quem me telefonou convidando para voltar foi Gustavo Krause. Ele me disse: "Olhe, sou prefeito do Recife, mas quero dizer a você que se você quiser voltar para o Recife, tenho um lugar". Eu respondi que não me filiaria ao partido dele, mas ele me deixou à vontade. Até que chegou uma época em que se falava muito dos "Tupamaros de Krause" (risos), que era aquele pessoal mais de esquerda que ele chamou para fazer o trabalho social. Eu era um desses. Construímos várias ruas, fizemos os barracões, grupos de ações comunitárias, feirinhas típicas... Teve um trabalho social muito intenso naquela época. Ele dava autonomia completa. Qual foi a emoção de ter voltado para Recife depois de tanto tempo? Recife é meu lugar, eu amo essa cidade, gosto de Pernambuco. Às vezes as pessoas dizem que se tivessem mais novas iriam embora por causa dos problemas. Se eu fosse mais nova ficaria aqui e não tenho nenhuma vontade sair, a não ser para passear. Tenho que lutar por isso, é minha raiz e meu povo. Voltar para o Recife foi um recomeço de muita coisa e foi interessante porque voltei dessa forma. Depois Krause foi ser vice de Roberto Magalhães. Como você entrou para a vida político partidária? Depois de trabalhar na área de habitação no governo, fui convidada por Marcos Vilaça para a Legião Brasileira de Assistência (LBA). Fui posteriormente ser diretora nacional da LBA no Rio de Janeiro. A intermediação para a carreira política veio através de Marcos Vilaça, que era muito amigo. Ele ficou forçando para que eu me candidatasse e fui a Dom Helder, que me encorajou. Fiquei preocupada com a ligação com o partido de José Mendonça, mas Dom Helder disse que isso não valia de nada. O importante eram meus princípios, convicções e o trabalho que eu iria fazer. Fui e fiquei na suplência de José Mendonça. Sempre ficava desconfiada porque todos diziam que ele era coronel, mas hoje digo que foi um grande

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Museu da Cidade do Recife apresenta Paisagens

O Museu da Cidade do Recife recebe, a partir do próximo dia 16 de julho, a mostra Paisagens. Composta por 22 fotografias da artista visual francesa Dominique Berthé, a exposição é baseada no livro homônimo, lançado em março deste ano no MCR, e que reúne imagens captadas no nordeste brasileiro desde o início dos anos 20006, quando a fotógrafa veio morar definitivamente no país. A mostra pode ser conferida até o dia 28 de agosto, com entrada franca. O Museu fica no Forte das Cinco Pontas, no bairro de São José, e funciona de terça a domingo, das 9h às 17h. Os registros, que retratam texturas naturais, marcas da passagem do tempo no homem e na natureza, foram impressos em papel de tela de algodão em variados tamanhos e divididos em quatro ambientes: cinza de cana queimada, cana queimada inteira, cabelos e sala de projeção de imagens (serão projetadas todas as fotos do livro e mais 50 extras) com paisagem sonora – a captação de sons foi feita por Saluá Oliveira, durante as viagens de Dominique pela região. A poeta pernambucana Maria Alice Amorim também acompanhou a fotógrafa na feitura de algumas imagens, as mais recentes, em busca de inspiração para a concepção do poema Pays Sage, que recorta todo o livro e agora estará disposto para leitura na mostra. Com essas imagens de plantações de cana de açúcar, Paisagens dialoga com a exposição anual, Doc(e) Recife, em cartaz no Museu, e que aborda a história do município através da trajetória do açúcar e seu impacto na vida política, econômica, social e cultural da cidade. No Museu, estará disponível para venda o livro Paisagens. São 84 páginas que reúnem 96 fotos, realizadas desde seus primeiros carnavais olindenses, em 1997, até material exclusivo feito na Chapada Diamantina, em 2015, especialmente para o projeto, abrangendo também cidades como Petrolina, Recife, Ipojuca e Seridó. A ARTISTA Dominique Berthé (Brest, França, 1962) é uma das mais destacadas artistas visuais francesas radicadas em Pernambuco, realizando trabalho escultórico, fotográfico e instalações marcados pela articulação entre o uso de materiais diferenciados (ferro, água, plástico, vidro, entre outros) e soluções construtivas (cortes, encaixes, dobras, nós) típicos de uma artesania construtiva, além do emprego de uma linguagem plástica referenciada na história da arte contemporânea. SERVIÇO Mostra Paisagem, de Dominique Berthé Onde: Forte das Cinco Pontas – Museu da Cidade do Recife (Praça das Cinco Pontas, s/n - São José, Recife) Quando: De 16 de julho a 28 de agosto Quanto: Acesso gratuito O Museu funciona de terça a domingo, das 9h às 17h

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Gravatá sedia maior feira de calçados do Nordeste

De 12 a 14 de julho, Gravatá sedia a 19ª edição da Feira Calçados Nordeste. Considerada a maior feira do segmento calçadista na região, a Calçados Nordeste vai trazer as novas tendências do segmento, com a Coleção Primavera-Verão 2016. A feira, que acontece no Centro de Convenções do Hotel Canariu's, terá 58 estandes e mais de 170 marcas de âmbito nacional. A expectativa de negócios é de aproximadamente R$ 50 milhões, fomentando assim o comércio dos estados de Alagoas, Pernambuco,  Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe. Nos três dias do evento, 1,5 milhão de pares de calçados, além de bolsas, cintos e acessórios, devem ser comercializados. Estão confirmadas as participações de grandes marcas conhecidas no mercado.  "Pernambuco é considerado um dos maiores centros de negócios da região. Com localização privilegiada e infraestrutura turística de primeira qualidade, é o mais apto e adequado para receber fabricantes, representantes, lojistas e convidados", afirma o diretor executivo da Lampejo Comunicação, Marketing e Eventos, Artur Brito. Sucesso – Realizada desde 2007, a Calçados Nordeste é destinada a lojistas e fechada ao público varejista. Consolidada como uma grande oportunidade de negócios, tem como objetivo alavancar as vendas do setor calçadista, assim como proporcionar aos lojistas maior conforto e maior possibilidade de negociação,  com diversas marcas em um mesmo local.

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JMJ Live é o maior festival católico gratuito

Um festival católico de grandes proporções e, com entrada gratuita, tomará conta do Campo de Marte, em São Paulo. Manifestações de fé se unirão à arte durante os dias 28, 29, 30 e 31 de julho, período em que ocorre, na Cracóvia (Polônia), a Jornada Mundial da Juventude. O JMJ Live transmitirá, ao vivo, as principais atividades do evento europeu, inclusive as celebrações presididas pelo Papa Francisco. Além das missas, a programação inclui shows do padre Marcelo Rossi, além de outras atrações musicais - divididas em três palcos. A iniciativa é do Portal Católico e, segundo Edu Amato, organizador, o JMJ Live foi concebido com o conceito de ser a alternativa aos jovens que não podem viajar o mundo atrás do Papa Francisco. "Os que não podem participar presencialmente da Jornada vão poder se sentir inseridos e em total sintonia com o Papa e os jovens do mundo inteiro", diz. Atrações musicais como Rosa de Saron, Dunga, Ziza Fernandes, Tony Alysson e Adoração e Vida se apresentarão em grandes shows. O palco Coreto, que tem a intenção de aproximar o público ao artista, contará com vários outros artistas que têm se destacado nos últimos anos. O evento será transmitido também pela internet e terá um canal via satélite disponível para TVs Católicas. SERVIÇO – JMJ LIVE DATA: 28, 29, 30 e 31 de Julho HORÁRIO: De quinta a sábado das 10h às 22h e Domingo das 8h30 às 18. LOCAL: Campo de Marte ENDEREÇO:Avenida Olavo Fontoura, 1078 - Santana - São Paulo INGRESSOS: Gratuito CAPACIDADE: 36 mil pessoas SITE OFICIAL: WWW.JMJLIVE.COM

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