Arquivos Notícias - Página 639 de 656 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Notícias

Regata vai homenagear Nelcy Campos

Considerado um herói pernambucano contemporâneo, o prático Nelcy da Silva Campos vai ganhar uma regata em sua homenagem. Há 31 anos, ele salvou o Recife de uma tragédia, ao rebocar para alto mar um navio carregado de combustível, que estava em chamas e poderia explodir o parque de tancagem do Porto do Recife. O ato heróico será lembrado com a Regata Prático Nelcy Campos, que será realizada no dia 21 de maio. Aberta a todos os tipos de barcos das classes de Oceano, a competição é válida para o Campeonato Pernambucano de Velas. Além do prático Nelcy Campos, irá homenagear o nadador pernambucano Luís Silva, atleta paraolímpico recordista de medalhas. A saída dos barcos será no Marco Zero do Recife, no Bairro do Recife Antigo, de onde os participantes seguem até a Praia de Boa Viagem e depois retornam para o ponto de partida. A estimativa é que cerca de 50 barcos participem do evento, que está previsto para começar a partir das 13h. A Regata Prático Nelcy Campos é promovida pela Sociedade dos Amigos da Marinha (Soamar) e pela Frotilha Recifense de Veleiros de Oceano (Frevo), com apoio do Cabanga Iate Clube, Armazéns do Porto, Associação Comercial de Pernambuco e Porto do Recife. A infraestrutura em terra, montada em frente aos Armazéns do Porto, junto ao Marco Zero no Recife Antigo, será composta por um lounge e uma área de convivência com local VIP e espaços para exposição e de demonstração de marcas e produtos de empresas parceiras que integram o evento. O valor das inscrições dos participantes da regata será repassado para a Associação dos Surdos de Pernambuco, entidade que atua para melhorar a vida dos portadores de deficiência motora através do apoio e do incentivo à prática de esportes. A ação será um reforço financeiro importante nesse momento de paraolimpíada, servindo de estímulo e referência para a superação e determinação de todos os para-atletas pernambucanos. HOMENAGEADO EVITOU EXPLOSÃO GIGANTESCA NO CENTRO DO RECIFE Há 30 anos, no dia 12 de maio de 1985, Nelcy da Silva Campos rebocou para longe da costa o navio petroleiro Jatobá, que pegou fogo e cujas chamas ameaçavam explodir o Parque de Tancagem do Brum, onde estavam armazenados 153 mil metros cúbicos de produtos inflamáveis. A situação de risco começou por volta da 1h30 da madrugada de um domingo, quando um dos três tanques do navio explodiu, deixando a embarcação em chamas. Atracado no Porto do Recife, o petroleiro carregava 1.500 toneladas de gás butano, conhecido como gás de cozinha. O pior é que o incêndio e as explosões em série poderiam atingir o Parque de Tancagem do Brum, que estava a 500 metros do petroleiro e armazenava mais de cento e cinqüenta mil metros cúbicos de produtos inflamáveis. Todo o efetivo do Corpo de Bombeiros do Recife foi mobilizado para combater o incêndio, mas os homens não conseguiram debelar as chamas, que chegavam a 20 metros de altura. A situação era tão grave que o então governador de Pernambuco, Roberto Magalhães, foi acordado às presas e teve que deixar o Palácio do Campo das Princesas, onde morava, localizado no Bairro da Boa Vista. Foi nessa situação que o prático da barra Nelcy da Silva Campos, então com 54 anos, foi chamado às pressas em sua casa pelas autoridades responsáveis pela Capitania dos Portos. Ele chegou ao porto por volta das duas horas da manhã e, com a ajuda de alguns auxiliares, começou um perigoso trabalho. Depois de muitos esforços e manobras perigosas, o petroleiro foi deixado à deriva a aproximadamente cinco quilômetros da costa. Nelcy da Silva Campos nasceu no Recife no dia 21 de janeiro de 1931. Trabalhou durante 25 anos como prático, ofício que aprendeu com o pai. Morreu no dia 27 de setembro de 1990 no Recife.

Regata vai homenagear Nelcy Campos Read More »

Cresce a compra de imóveis em Portugal por brasileiros

Em 2015, os brasileiros foram responsáveis pela comercialização de 41% dos imóveis ofertados no mercado português, de acordo com a Associação dos Intermediadores Imobiliários de Portugal.  A proximidade cultural e o Golden Visa – visto adquirido por estrangeiros que compram imóvel em Portugal pelo valor mínimo de 500 mil euros – são algumas vantagens que têm atraído os brasileiros ao país europeu. O visto é conhecido como Autorização de Residência Especial para Investimento (ARI) e com ele os compradores de imóvel ganham o direito de livre circulação pelos países da União Europeia.  Após seis anos é possível solicitar a cidadania portuguesa. O crescente interesse dos brasileiros em adquirir imóveis na terra de Fernando Pessoa estimulou a empresa pernambucana Direct Imóveis - Portugal, em parceria com a imobiliária portuguesa Consultan, a comercializar no Brasil imóveis situados em Lisboa. Nestas quinta e sexta-feira (19 e 20) os próprios dirigentes das duas empresas farão apresentação dos pré-lançamentos para as pessoas interessadas em reuniões privadas. O agendamento pode ser feito pelo número  99353-4398. Recife é a primeira localidade do País a receber a ação das empresas do setor imobiliário. O objetivo das reuniões, segundo a Direct, é mostrar as oportunidades e os incentivos que a capital portuguesa oferece aos estrangeiros, a exemplo do programa Visto Gold. Os bons indicadores de crescimento da economia - o PIB português cresceu 1,5% em 2005 - e a língua em comum são algumas das vantagens encontradas em Portugal que têm atraído cada vez mais empresários e investidores brasileiros que buscam estabilidade política e econômica, além de qualidade de vida no padrão europeu. O país é uma ponte direta com o Brasil, contando com 72 voos semanais. Outro fator que tem inserido Portugal no radar dos investidores brasileiros são as ofertas do mercado imobiliário, com valores mais atrativos do que os demais destinos da Europa.

Cresce a compra de imóveis em Portugal por brasileiros Read More »

Dança e Música nas comemorações dos 166 anos do Teatro de Santa Isabel

Um dia é muito pouco para celebrar 166 anos de existência. Por isso, as comemorações de aniversário do Teatro de Santa Isabel, equipamento cultural da Prefeitura do Recife, tem um final de semana inteiro de programação para o público e, o melhor, com entrada franca. No sábado (21) e domingo (22), o espaço oferece atrações artísticas com o concerto da Banda Sinfônica da Cidade do Recife e apresentação da Compassos Cia. de Dança, além de visitas guiadas, que não precisam de pré-agendamento. Sábado, 21 de maio – A programação começa com a visitação guiada a partir das 14h. Esta é uma ótima oportunidade para a população do Recife e os turistas conhecerem de perto um dos 14 teatros monumento do país, considerado em 2015, o melhor teatro do Brasil pelo Prêmio Cenyn de Teatro Nacional. O passeio tem duração de 50 minutos e possibilita ao participante conhecer a história, curiosidades e as dependências do Teatro de Santa Isabel. Outras duas visitas serão realizadas nesse mesmo dia: às 15h e 16h. À noite, a pedida será conferir o espetáculo Três Mulheres e Um Bordado de Sol, da Compassos Cia. de Dança, que fará duas apresentações: às 18h e às 20h30. A lotação é de apenas 65 lugares e os ingressos poderão ser retirados gratuitamente na bilheteria do Santa Isabel, uma hora antes de cada apresentação, e com o limite de apenas 1 (uma) entrada por pessoa. Domingo, 22 de maio – Novas visitas guiadas poderão ser realizadas sem pré-agendamento pelo público às dependências do Teatro de Santa Isabel, nos horários das 14h, 15h e 16h. E à noite, a partir das 18h, as celebrações dos 166 anos do teatro serão encerradas com a apresentação da Banda Sinfônica da Cidade do Recife. Sob o comando do maestro Nenéu Liberalquino, os músicos apresentarão um repertório especialmente preparado para a ocasião. O programa do concerto começa com o Bolero de Ravel, seguido de Leão do Norte, de Lenine e Paulo Pinheiro. O Rei do Baião marca presença no medley Gonzaga em Tom Maior, composto por Asa Branca, Baião e A Volta da Asa Branca. Quem gostou do medley apresentado pela BSCR sobre os Beatles, vai poder ouvi-lo novamente. The Beatles: Love traz sete composições do grupo, entre elas, Drive My Car, Hey Jude e Eleanor Rigby. A Banda Sinfônica apresenta outro medley, Benny Goodman: The King of Swing, com músicas de vários autores. Em seguida, será executada Funk Attack, de Otto M. Schwarz, e finalizando a apresentação a inesquecível Disney Spetacular, composta por músicas dos cartoons da Disney. Os ingressos para o concerto da Banda Sinfônica da Cidade do Recife podem ser retirados, gratuitamente, na bilheteria do teatro a partir das 17h, sendo dois ingressos por pessoa. Da assessoria de imprensa

Dança e Música nas comemorações dos 166 anos do Teatro de Santa Isabel Read More »

Pátio de São Pedro sedia 1º Festival de Choro João Pernambuco

Duas noites para se encantar com os grandes sucessos do choro nacional e pernambucano. Essa é a proposta do 1º Festival de Choro João Pernambuco que acontece na próxima quinta (19) e sexta-feira (20), às 19h, no Pátio de São Pedro, no centro do Recife. A iniciativa é uma homenagem ao mestre do Choro pernambucano, o músico e compositor Chocho, e conta com o apoio da Prefeitura do Recife. O festival vai levar para o cenário histórico do Pátio grandes nomes do chorinho aqui do Estado. Chocho, Bozó 7Cordas, Betto do Bandolim, o flautista José Arimatea, os bandolinistas Bona e Jacozinho e as cantoras Dalva Torres e Sonnia Aguiar são alguns desses nomes. O público poderá apreciar grandes clássicos do choro e conhecer o que está sendo produzido nesse momento no Estado. Na quinta (19) se apresentam Chocho e seu regional, Bozó 7 Cordas e o Choro Miúdo, o flautista José Arimatea e, encerrando a cantora Dalva Torres. Na sexta-feira (20) quem abre a noite é Betto do Bandolim e o Brasil Sonoro. Em seguida, se apresentam os bandolinistas Jacozinho e Bona. E fechando a programação do festival, a cantora Sonnia Aguiar. Toda a programação é gratuita. Homenageado – Otaviano do Monte, conhecido no meio artístico como Chocho do Bandolim, nasceu no dia 12 de Fevereiro de 1924 no município do Cabo de Santo Agostinho/PE. Aos 12 anos já tocava violão junto com seu irmão e ainda adolescente começou a se apresentar em festas, bares e restaurantes do Recife e cidades vizinhas. Na década de 50, incentivado pelos amigos, foi se apresentar no programa de calouros da Radio Jornal do Comercio, onde conseguiu o 2°lugar com o chorinho de sua autoria - Derramada do Deserto. A partir de então, junto com alguns músicos, Chocho formou o grupo de Choro, “Chocho no violão”, com Edson no cavaquinho e Lula Amaral no pandeiro. Em 1955, Chocho parte para o Rio de Janeiro, com a esposa e o filho, para tentar viver da música.  Lá se apresentou com vários grupos, mas não tendo sucesso na sua empreitada de conseguir uma produtora, decide retornar ao Recife. Decide então formar o grupo de choro “Unidos dos Guararapes”, que mais tarde originou o “Quintal do Cosme”, no bairro de Prazeres, Jaboatão dos Guararapes, considerado o ponto de encontro do choro pernambucano. Atualmente com 92 anos, Chocho continua tocando seu bandolim e produzindo música de qualidade. Serviço: 1º Festival de Choro João Pernambuco Quando: quinta (19) e sexta (20) Horário: 19h Local: Pátio de São Pedro, bairro de São José, Recife Da assessoria de imprensa

Pátio de São Pedro sedia 1º Festival de Choro João Pernambuco Read More »

A paralisia da Câmara

Em meio à profunda crise política e econômica que assola o País é assustador o comportamento dos deputados federais. Embora haja medidas que precisam ser votadas urgentemente, os parlamentares da Câmara Federal não realizaram a votação de um único projeto sequer desde o dia 5 deste mês, quando Eduardo Cunha foi afastado da presidência da casa. A inoperância se deve à recusa de vários parlamentares em aceitar Waldir Maranhão (PP-MA) na presidência interina da Câmara. Ontem ele foi impedido de presidir a sessão em meio a gritos de “fora, fora” emitidos pela bancada do DEM e PSDB que pedem a sua renúncia. Pesa sobre Maranhão acusações de ser aliado de Cunha e estar ali a mando do deputado afastado, além de atuar como funcionário fantasma da Universidade Federal do Maranhão. Há ainda o fiasco da sua atitude no último dia 9, quando anulou a decisão da Câmara pelo impeachment da presidente Dilma e horas depois voltou atrás da decisão. Maranhão mantém-se firme em continuar na presidência interina. Setores da oposição afirmam que a única forma de afastá-lo seria cassar Cunha. Só assim será possível realizar novas eleições para o cargo. Enquanto isso, o País assiste num misto de estupefação e revolta, a paralisia dos trabalhos na Câmara Federal. Justamente num momento em que o tempo é fator essencial para a resolução de problemas graves que afetam a sociedade. Sem contar o mico que nós, brasileiros, enfrentamos de ver a imagem do Brasil detonada pelo jornal The New York Times que chamou o legislativo tupiniquim de “circo”. Mas para a população em crise, hoje não tem marmelada, não tem não senhor. Por Cláudia Santos

A paralisia da Câmara Read More »

Zé Renato volta à MPB

O cantor e compositor Zé Renato, que nos anos 60 integrou o Grupo Manifesto e chegou a participar dos inflamados festivais da canção no Maracanãzinho – prepara-se para produzir seu terceiro CD. "Será um trabalho de MPB, que, na verdade, é mais a minha praia. A característica da minha música é muito mais acentuada para linha da bossa nova e voltada especificamente para a minha dissonância musical. Já estou partindo para fazer os arranjos", revela. No ano passado, Zé Renato, aproveitando-se de sua versatilidade, lançou-se em outras águas ao realizar o CD Zé Renato São João, composto por músicas de forró. Os discos são mais uma etapa da sua trajetória artística que teve início no Rio de Janeiro. Recifense, de nascimento, José Renato Silva Filho, aos 5 anos foi morar na Cidade Maravilhosa, porque seu pai recebera um convite para trabalhar na mítica Rádio Nacional. Durante a infância no Rio, ganhou um violão de presente de sua mãe e começou a arranhar os primeiros acordes dentro de casa. Ao mesmo tempo que a paixão pela música crescia, o pernambucano se aprofundou no campo do marketing e da propaganda, trabalhando em agências de publicidade e veículos de comunicação. O trabalho na área da comunicação, entretanto, não o fez deixar de lado as artes. Com amigos, criou uma peça musical De Chiquinha Gonzaga à Bossa Nova, onde identificava diversos aspectos da cultura da música do País. Através da música Manifesto - uma sátira sobre o turbulento momento em meio à Ditadura Militar - composta originalmente pelo pianista Mariozinho Rocha - o Grupo Manifesto foi criado. Era o início de um movimento que percorreu o Brasil. "Após os ensaios, íamos a alguns bares e continuávamos com as apresentações. Em dia, Gutemberg Guarabyra - hoje da dupla Sá e Guarabyra - nos convidou para participar com ele da apresentação da música Margarida, no II Festival Internacional da Canção, produzido pela Rede Globo, no Maracanãzinho. Conseguimos vencer e, a partir daí, começamos a viajar o País inteiro", afirma. A vitória no festival, entretanto, pegou todos de surpresa, principalmente pelo calibre dos concorrentes: Chico Buarque e Milton Nascimento. "Nós não estávamos esperando vencer. A letra da nossa música era bem incompatível com o modelo musical brasileiro daquela época. Mas o respaldo que o público deu, fez com que a música se tornasse um sucesso. Definitivamente, foi uma grande surpresa para todos e acabou sendo um fator bastante motivador e determinante para nossa carreira", diz Zé Renato. Como muitos outros artistas expoentes da época, o Grupo Manifesto também sofreu repressões e censuras por parte do governo militar. "Depois da nossa conquista no festival, fomos alvo de algumas pressões e censuras, porque as músicas - especialmente Manifesto - eram sátiras bem criativas em relação a tudo que estava acontecendo", revela. Após o final do grupo, Zé decidiu continuar no meio musical - sem esquecer, é claro, da sua carreira publicitária. Em 1995, ele retornou à cidade natal para atuar como gerente regional da TV Manchete, Rádio Manchete Fm e Bloch Editores. Anos depois, com o enfraquecimento e o posterior encerramento das atividades da emissora, foi o responsável pela implantação da rádio Nova Brasil. Durante esse período, nunca deixou a arte de lado. Como ele mesmo diz, a música corre nas veias. "Comecei, em 2012, a desenvolver um sarau. Era um projeto de intercâmbio cultural e musical com artistas da terra e de fora. Muitos deles, inclusive, eu conheci na época em que morei no Rio de Janeiro e que fiz parte do Grupo Manifesto. Após realizar edições desse projeto, me dediquei à produção do meu primeiro CD", relembra. Para o artista, que atuou na época dos festivais, considerada uma das fases áureas da música brasileira, o atual cenário da MPB não é nada animador. "Os veículos de comunicação possuem uma certa culpa nesse quesito, porque eles veiculam músicas sem nenhum conteúdo poético. Em busca de audiência, eles massificam a programação com músicas sem qualidade", afirma. (Por Yago Gouveia)

Zé Renato volta à MPB Read More »

O desafio de ser mãe e profissional

Um número cada vez menor de mulheres tem o luxo ou pretensão de serem classificadas como belas, recatadas e do lar na sociedade brasileira. O meme que se espalhou pelas redes sociais no último mês entra em confronto com o contexto social em que 37,3% das mulheres são as principais responsáveis pelo sustento da casa, de acordo com o IBGE. Muitas delas dividem a trajetória de crescimento profissional com a maternidade. Pesquisa do Instituto Sophia Mind indica que 91% delas acredita que é factível sim ser uma ótima profissional e mãe ao mesmo tempo. Na prática, com todo um malabarismo de atividades e gestão dos horários, elas têm mostrado que realmente é possível. Porém pagam um preço alto com a sobrecarga de tarefas e a falta de estruturas de creche. O suporte vez da famílias, em geral das avós. Segundo a consultora da ÁgilisRH, Eline Nascimento, existe uma percepção de que hoje há uma maior divisão nas atividades domésticas entre homens e mulheres. Mas quando se trata das responsabilidades com os filhos, o peso sobre a mãe ainda é grande. “Essa divisão entre o papel de mãe e trabalhadora gera um processo de angústia. Mas a vida profissional é parte da vida da mulher e ela tem que se desculpabilizar”, diz. Para gerenciar com qualidade a carreira e ter o tempo necessário para o cuidado dos filhos, Eline destaca a relevância de mobilizar uma rede de apoio familiar, negociar bem com o parceiro a divisão das atividades e, quando possível, na própria empresa por alternativas como horários mais flexíveis e a possibilidade de realizar parte da carga horária em casa. A boa gestão do tempo é uma das características das mulheres que conseguem crescer profissionalmente sem abrir mão de estar presentes no crescimento dos filhos. A médica Carla Núbia Nunes Borges, 45 anos, já viveu a experiência de amamentar os filhos nos intervalos dos plantões. “Eles me acompanharam muito nos hospitais, principalmente nos finais de semana. Desde pequenos sempre combinamos muito os horários. Eles sofreram muito com essa rotina, mas sempre foram parceiros nessa minha caminhada”, conta a médica. Nessa trajetória, além do trabalho nos hospitais, Carla ainda passou pelo divórcio quando os filhos Lucas, Lara e Luiz tinham respectivamente 10, 8 e 7 anos. Se as responsabilidades aumentaram, ela seguiu crescendo profissionalmente e fez duas especializações e um mestrado em ciência da saúde em paralelo aos empregos. “Foi bem difícil, mas fiz uma escolha. Sofri muito, pois me achava ausente. Mas investi em tempo de qualidade. A vida ficou dividida apenas entre eles e o trabalho. As festas e saída com amigas ficaram em segundo plano, mas não me arrependo”. Mesmo com o tempo restrito, ela se esforçou para fazer ao menos duas refeições por dia com a família, além de aproveitar os finais de semana com os filhos. Férias, aniversários e Dia das Crianças eram motivo de festa. Duas bases de apoio nessa jornada foram a sua mãe e o colégio. Outra profissional da área de saúde que divide trabalho, estudos e a maternidade é Gabriela Félix de Souza, 32. Hoje ela está em transição. É fisioterapeuta, faz faculdade de medicina e tem uma filha de 11 meses, Laura. A chegada da bebê foi planejada. A angústia veio quando voltou à rotina de trabalho e estudante. “Retornar às atividades foi o momento mais complicado de transição. Voltei às aulas quando Laura tinha dois meses. Não sabia se iria dar certo, a criança depende muito da mãe. No começo para sair de casa era bem difícil. Mas sempre deixei com alguma das avós”, conta. Com a volta ao trabalho em paralelo aos estudos, ela só fica com a bebê no começo da manhã e no período da noite. “Reduzi minha carga horária profissional, saí de um hospital, mas mesmo assim me cobro muito pelo fato de estar ausente. A cobrança é muito maior minha que de outras pessoas”. A rotina da pequena hoje é no hotelzinho das 7h às 18h. A mãe, além do emprego e do tempo na faculdade ainda se desdobra para manter os estudos em dia. Muitas vezes usando as madrugadas. As preocupações com os cuidados com os bebês nos seus primeiros meses, quando associados ao acúmulo das funções profissionais e de casa levam muitas mulheres a tensões emocionais mais intensas. “As mulheres entraram no mercado de trabalho, mas os homens não entraram em casa, no cuidado com os filhos, na mesma intensidade. Recebo nos consultórios muitas mulheres com depressão pós-parto ou vivendo muitos conflitos na volta ao trabalho. Elas têm uma sensação subjetiva de responsabilidade do cuidado com o filho que o homem não tem”, afirma o médico Amaury Cantilino, que é professor adjunto departamento de psiquiatria da UFPE e membro da Comissão de Saúde Mental da Mulher da Associação Brasileira de Psiquiatria. Além dessa preocupação com os filhos, o médico relata que a competitividade no mercado profissional, pouco flexível às mães, também angustia as mulheres. “O receio de ter seu espaço preenchido pelo profissional que a substituiu na gestação é muito presente. Nessa volta ao trabalho, com frequência há uma sensação de ameaça no emprego. A necessidade de se ausentar no adoecimento dos filhos, por exemplo, cria nas mães uma impressão de vulnerabilidade da sua empregabilidade”, explica Amaury. Esse dilema dos possíveis prejuízos na competitividade profissional feminina se aqueceu neste ano com declarações do polêmico parlamentar Jair Bolsonaro que defendeu que as mulheres recebessem menos por engravidar. Apesar da chuva de críticas recebidas pelo deputado federal, sua opinião segue sendo uma realidade no mercado de trabalho no Brasil, em que as mulheres ainda ganham 30% a menos que os homens, de acordo com pesquisa do Banco Interamericano de Desenvolvimento. Esse preconceito com as mulheres tem retardado as gestações e levado também à recusa da maternidade. Resultado disso é que no Censo 2010, 20% das famílias não tinham filhos. No Censo 2000 eram 14% das famílias nessa situação. MÃE E PARLAMENTAR. A deputada estadual Priscila Krause dividiu os últimos anos da sua vida parlamentar

O desafio de ser mãe e profissional Read More »

Venda de imóveis em queda do Nordeste

Os Indicadores ABRAINC-Fipe referentes a março revelam o total de 10.804 unidades vendidas, com queda de 14,8% frente às vendas de março de 2015. Nos primeiros três meses deste ano, as vendas somaram 23.460 unidades, o equivalente a um recuo de 16% frente ao volume observado no mesmo período do ano anterior. Nos últimos 12 meses, o setor vendeu 105.020 unidades, queda de 15,8% frente ao período anterior. Em março de 2016 foram lançadas 9.534 unidades, o que mostra uma elevação de 22,1% face ao mesmo mês de 2015. Já no acumulado de 2016 (jan-mar), os lançamentos totalizaram 14.172 unidades, volume 18,2% superior ao observado no mesmo período do ano anterior. Considerando os últimos 12 meses, o total lançado (65.740 unidades) ainda repercute queda de 6,0% face ao período precedente. O vice-presidente executivo da ABRAINC, Renato Ventura, avalia que a alta nos lançamentos no mês de março ainda não pode ser caracterizada como tendência, pois falta confiança do setor em retomar o crescimento diante do cenário econômico atual. "Ainda há dificuldade no cenário, com impacto no crédito e na confiança do comprador", ressalta ele. O levantamento mostra ainda que, em março de 2016, foram entregues 12.734 unidades, o que representa aumento de 14% em comparação ao número de entregas realizadas em março de 2015. As entregas totalizaram 29.505 unidades no acumulado de 2016, volume 4,2% inferior ao observado na mesma base de 2015. Nos últimos 12 meses, as entregas somaram 124.561 unidades, o que representa queda de 21,4% face ao período anterior. Em sua oferta final, o mercado imobiliário disponibilizou 113.022 unidades para compra ao final de março, No mesmo período, foi vendido o equivalente a 8,9% da oferta do mês, percentual que representa uma queda de 2,1 pontos percentuais face ao Venda sobre Oferta (VSO) estimado em março de 2015 (11%). Com isso, estima-se que a oferta atual seja suficiente para garantir o abastecimento do mercado durante 11,2 meses, se o ritmo de vendas de março de 2016 for mantido. Distratos Nos três primeiros meses de 2016, o total de distratos foi de 11.524 unidades, patamar 4,7% superior ao observado no primeiro trimestre de 2015. Já no mês de março, os distratos somaram 4.438 unidades, o que representa um aumento de 14% frente ao número absoluto de distratos observados em março de 2015. Nos últimos 12 meses foram 50.166 unidades distratadas, o que equivale a uma elevação de 6,6% face ao período anterior. Renato Ventura explica que a forma mais consistente de acompanhar o número este tema é realizando o cálculo por safra, com isso pode se ter um retrato mais preciso da ocorrência dos distratos no setor. Luiz Fernando Moura, diretor da ABRAINC, ressalta que o perfil dos compradores tem mudado, acompanhando o novo ritmo do setor. "Estão ficando no mercado mais pessoas que compram para morar ou que investem com expectativa de retorno a médio e longo prazos", conclui. Região Nordeste No mês de março, a região Nordeste contou com 2 mil unidades lançadas, tendo a sua participação em 21,8% no total nacional. No período, foram vendidas 1.300 unidades de novos imóveis, alcançando 11,8% do número vendido no Brasil pelas associadas ABRAINC. Em março foram entregues 1.900 unidades no Nordeste, 15,3% do total de entregas no Brasil. Os dados mostram que no Nordeste, em março, haviam disponíveis 17.800 unidades em oferta final, 15,7% do número nacional. Metodologia mensal Completados dois anos de estudo, os Indicadores ABRAINC-Fipe passam a ser divulgados no formato mensal por haver informações mais detalhadas e maior histórico do setor. Até o mês passado, os dados eram divulgados por trimestre móvel. O objetivo da mudança é facilitar o entendimento dos dados do setor imobiliário, alinhados com os outros indicadores da economia nacional, que também são calculados mensalmente. Os Indicadores ABRAINC-Fipe são elaborados pela Fipe com informações de 19 das 26 associadas da ABRAINC que atuam em todo o país. O estudo, lançado em agosto de 2015, vem sendo construído pela Fipe desde janeiro de 2014, é o primeiro conjunto de indicadores do setor imobiliário obtidos nacionalmente. Para a composição dos Indicadores são consideradas informações sobre lançamentos, vendas, entregas, oferta final e distratos do mercado primário de imóveis residenciais e comerciais. Divulgados mensalmente, os números são referentes ao mês de março de 2016. Os dados que compõem os Indicadores são fornecidos à Fipe mensalmente pelas empresas associadas à Abrainc. Após compilar os dados, é feita cuidadosa verificação para garantir a consistência das informações e, se for o caso, as empresas são contatadas para eventuais ajustes ou validação. Em seguida, com os dados validados, os Indicadores Abrainc-Fipe são calculados e, posteriormente, disponibilizados.

Venda de imóveis em queda do Nordeste Read More »

PT e PMDB distantes nas eleições municipais

O PT vai orientar suas lideranças regionais a firmarem alianças o mais à esquerda possível para as eleições municipais deste ano, distanciando-se ao máximo do PMDB e de outras siglas que fizeram oposição ao governo da presidenta afastada Dilma Rousseff. A direção nacional do partido se reuniu ontem em um hotel de Brasília e vai anunciar, à tarde, que não reconhece o governo do presidente interino Michel Temer. Alguns políticos petistas, no entanto, admitem que o afastamento de siglas que defenderam o impeachment de Dilma nem sempre será possível. “Creio que haverá uma fase de transição em que o partido deve ter um eixo prioritário para as alianças, mas deve, no caso a caso, a partir da direção de cada estado, tomar uma decisão para algumas exceções”, disse o governador do Piauí, Wellington Dias, ao chegar para a reunião do diretório nacional. Oposição No Congresso, a ordem é que o PT faça oposição dura a qualquer proposta enviada por Temer. Participam da reunião, iniciada às 11h, diversos parlamentares petistas, entre eles, o líder do governo afastado na Câmara, José Guimarães (PT-CE), mas nenhum deles quis conversar com jornalistas. O ministro afastado da Secretaria de Comunicação da Presidência, Edinho Silva, assegurou que o PT terá papel ativo na discussão de políticas públicas. "Ao longo dos últimos 13 anos, o PT teve a capacidade de mudar a cultura das políticas públicas. Agora, vai atuar defendendo o mandato da presidenta Dilma e debatendo cada proposta enviada [ao Congresso Nacional]." O presidente do PT, Ruy Falcão, anunciará, após reunião, que o partido não reconhece o governo do presidente interino Michel Temer. Segundo participantes do encontro que pediram para não ser identificados, o partido não vai sair em defesa de novas eleições gerais, para não desviar o foco da defesa no Senado do mandato de Dilma. (Da Agência Brasil)

PT e PMDB distantes nas eleições municipais Read More »

Dor da chikungunya tem tratamento

Combater a dor. Esse é o principal desejo dos pacientes com suspeita de chikungunya que chegam diariamente aos serviços de urgência ou aos consultórios. Os analgésicos mais receitados pelos médicos, como dipirona ou paracetamol, na maioria dos casos, passam longe de aliviar o desconforto. Como a doença tornou-se um grave problema na saúde pública – até o início de maio havia quase 17 mil casos suspeitos e 371 confirmados – e alcança parcela significativa da população, surge neste momento uma série de indicações populares do que fazer para amenizar os sintomas. Cada um dá um pitaco. Entre os médicos, no entanto, foi desenvolvido um protocolo para orientar esse tratamento. Apesar do sofrimento que os pacientes passam nos primeiros dias da chikungunya, na sua fase inicial, há algumas restrições para o uso de medicamentos. “Não são recomendados os anti-inflamatórios nessa primeira etapa, pois caso esse paciente tenha dengue, e não a febre chikungunya, o uso desses medicamentos poderá desencadear uma reação hemorrágica. Os sintomas dessas duas doenças são bem semelhantes”, alerta o infectologista do Hospital Esperança, Moacir Jucá. Essa fase aguda dura de dois dias até duas semana. Leia mais: Pacientes com chikungunya procuram fisioterapia Enquanto as dores da dengue são consideradas leves e os sintomas da zika são classificados como de leves a moderados, a gravidade das sensações provenientes da febre chikungunya estariam entre moderadas e intensas, segundo os especialistas. Uma característica que acomete os pacientes desse quadro mais agravado é que a maioria segue para a fase subaguda da doença. “Cerca de 80% dos pacientes entram nessa fase, em que há uma piora das dores articulares, em geral nas mesmas regiões já acometidas no primeiro momento, apesar de não haver mais febre. Os pacientes que continuam por mais de três meses entram numa fase classificada como crônica da doença”, diz Moacir Jucá. De acordo com informações do Ministério da Saúde, os sintomas dessa última fase podem durar até três anos. A partir da fase subaguda e da fase crônica – já com um diagnóstico e um quadro clínico mais preciso da doença – são iniciados tratamentos com o uso de anti-inflamatórios esteroides ou não esteroides (estes últimos são conhecidos como corticoides). Aos pacientes que chegam à última fase é necessário acompanhamento de um reumatologista. Recentemente foi desenvolvido pela Secretaria de Saúde do Recife o protocolo "Manejo de Dor na Chikungunya", que designa qual o tipo de tratamento a partir da escala de dor do paciente, que é medida de 0 a 10. De acordo com a especialista em reumatologia e tutora de medicina da Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS), Zelina Barbosa, que integrou a equipe de elaboração do protocolo, o nível da sensação dolorosa é medido durante as consultas médicas a partir de entrevistas com o paciente. “Identificamos algumas pessoas com graus 9 ou até 10. São casos mais intensos, que precisam de um acompanhamento de um especialista, pois pode haver a necessidade inclusive de usar derivados de morfina no tratamento”, afirma. Para as crianças, que também são vítimas frequentes da doença, o protocolo de tratamento é semelhante ao dos adultos, apenas considerando a ressalva das medicações que não são recomendadas para a fase infantil. “O quadro clínico dos pequenos é bem semelhante ao do adulto. Muitas manifestações cutâneas, além das dores nas articulares são muito presentes nas crianças. O tratamento também é muito parecido, respeitando drogas que têm restrições na infância. Buscamos os analgésicos, anti-inflamatórios e corticoides que são indicados para a idade”, ressalva Zelina. Com o desenvolver da doença alguns pacientes correm o risco de perder massa muscular ou até chegar a quadros de incapacidade funcional, de acordo com a médica. Nesses casos é possível fazer indicações de tratamentos alternativos com fisioterapia e até acupuntura. As indicações alimentares que têm sido propagadas pelas redes sociais, como o uso de sucos com inhame, não têm comprovação científica na literatura médica. RISCOS De acordo com a reumatologista do Real Instituto de Oncologia do Hospital Português e do Imip, Renata Menezes, os pacientes com maior risco de entrar na fase crônica, com comprometimento das articulações são as pessoas acima de 45 anos, portadoras de doenças articulares preexistentes. "O sintoma mais comum nessa fase é o acometimento articular persistente e semelhante à artrite reumatóide. Nessa fase podem ainda estar presentes a fadiga, rigidez matinal, artrite, tenossinovite e sintomas neurológicos", declara. Ela alerta que muitos pacientes estão se automedicando com corticóides, o que nem sempre é aconselhado, devido os riscos e contraindicações, além da volta dos sintomas após a suspensão da medicação (efeito rebote), que deve acontecer de forma moderada. Na fase crônica da artrite por chikungunya deve-se considerar, além dos corticóides, a possibilidade de uso de drogas usadas no tratamento da artrite reumatóide. (Rafael Dantas)

Dor da chikungunya tem tratamento Read More »