Arquivos Notícias - Página 644 de 648 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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Novos ares para o setor canavieiro

A cana-de-açúcar já foi o ouro branco da economia pernambucana e um dos principais produtos do País. Os tempos mudaram e ela perdeu sua importância na fatia de exportações e dava sinais de encolhimento nos últimos anos, com o fechamento de algumas usinas. No entanto, os ventos voltaram a soprar a favor do setor sucroalcooleiro. O aumento da demanda por etanol - provocado pela subida do preço da gasolina - e a reativação de três usinas movimentaram esse mercado. Outra novidade é o surgimento das primeiras cooperativas de produtores no Estado. Um panorama que de um lado sinaliza a retomada de crescimento, mesmo em meio à crise, mas por outro convive com uma ameaça natural: a seca. As vendas de etanol no País subiram em 42,5% nos 10 primeiros meses do ano. Em Pernambuco, o salto no consumo foi ainda maior, 86,4%. Esses dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) revelaram o maior consumo do combustível desde 2010. O preço da tonelada de açúcar também cresceu no ano. Em outubro chegou a R$ 82,85, com estimativa de ter chegado a R$ 90,20 em novembro, segundo a Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco. No mesmo período de 2014 o valor variava entre R$ 61 e R$ 62. Foram esses números de consumo e preço que semearam as esperanças do setor sucroalcooleiro no Estado. Após uma década de redução do número de players - com o fechamento médio de uma usina por ano - o segmento produtivo mais tradicional do Estado comemorou em 2015 a reabertura de três usinas: Cruangi, a Pumaty e a Pedroza. As duas primeiras sendo administradas por um serviço de cooperativismo. Um modelo novo em Pernambuco, mas que já era praticado há nove anos no Rio de Janeiro. "Esse é um movimento construtivo, que agrega valor à atividade da indústria da cana-de-açúcar em Pernambuco e que se une aos demais modelos de sociedades anônimas existentes, beneficiando a renda de vários municípios, movimentando o mercado interno e contribuindo para as exportações", afirma Renato Cunha, presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar-PE). Além do momento do mercado favorável, a organização das cooperativas foi impulsionada por uma redução tributária por parte do Governo do Estado. Para estimular os produtores, foi instituído por lei o crédito presumido no ICMS de 6,5% sobre a produção de etanol nas usinas que trabalham nessa modalidade. Ao todo, essas cooperativas de agricultores terão um crédito total de 18,5% no ICMS estadual, visto que o Estado já disponilizara anteriormente uma redução de 12% do ICMS para todos as usinas em funcionamento. De acordo com presidente da Associação dos Fornecedores de Cana-de-Açúcar de Pernambuco e da Cooperativa dos Fornecedores de Cana de Pernambuco, Alexandre Andrade Lima, 600 cooperados reativaram a Cruangi. A usina, que funciona em Timbaúba, na Zona da Mata Norte, deverá gerar quatro mil empregos diretos na região. O insumo para processamento da Cruangi é cultivado nos municípios de Nazaré da Mata, Aliança, Condado, Itambé, Ferreiros, Tracunhaém, Vicência e Macaparana. Os investimentos para reativação da usina foram em torno de R$ 2,7 milhões. "Recomeçamos agora a produção na Cruangi. Estamos num período de investimento. O primeiro ano é muito dificil, sendo agravado pela escassez de chuvas. Tivemos sorte com o momento do preço, que nos últimos 5 anos era muito ruim. Estamos qualificando o parque industrial para moer mais matéria-prima nas próximas safras e também iniciamos o plantio em algumas novas áreas", diz Alexandre Andrade. Para 2015, a usina deverá processar 400 mil toneladas de cana, tendo a capacidade de gerar no futuro uma produção de 1,5 milhão para açúcar e etanol. EMPREGO. Localizada na cidade de Joaquim Nabuco, na Zona da Mata Sul, a usina Pumaty é administrada pela Cooperativa do Agronegócio da Cana­-de- ­Açúcar (Agrocan). Menos impactada pela seca, após processar mais de 500 mil toneladas no ano passado, as expectativas de moagem da Pumaty para a safra atual são de 700 mil toneladas. Para alcançar esses números de produção, a usina recebe cana de 10 municípios do seu entorno. A previsão de geração de empregos é de 4 mil postos de trabalho. Os investimentos nessa reativação são em torno de R$ 10 milhões. A terceira usina que foi reativada, a Pedroza, opera no município de Cortês, também na Zona da Mata Sul. Ela foi arrendada pela empresa à Copersul, dos empresários Gerson Carneiro Leão e Reginaldo Moraes, e recebeu investimentos iniciais de R$ 3 milhões. Também há uma estimativa de 4 mil empregos para a safra 2015/2016. A produtividade estimada para o período é de 400 mil toneladas de cana. A reativação dessas empresas e o início da safra foram os responsáveis pela melhora nos números do mercado de trabalho em Pernambuco. Em setembro, as contratações de carteira assinada no Estado se aceleraram no setor devido à sazonalidade da safra. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), elaborado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, anotou uma expansão de 5.818 postos devido às atividades de cultivo da cana-de-açúcar e 2.061 postos nas atividades de fabricação de açúcar em bruto e refinado. Apesar dos investimentos, do aumento da demanda e geração de empregos, a tendência observada pelo setor é de redução da safra. A seca na região promete encolher a produção em 12%. (Por Rafael Dantas)

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Cultura popular na Avenida Rio Branco

Nos próximos dias 18, 19 e 20 de dezembro, a Avenida Rio Branco, no bairro do Recife se transformará em um grande "terreiro" recreativo a céu aberto, para receber as tradicionais brincadeiras de natal. Bandas, pastoris, mamulengos, cirandas e cavalos marinhos tomarão conta dos 240 metros da avenida, já decorada para o período de festas, em uma grande celebração da cultura popular que ganha espaço nos festejos de natal. A programação faz parte do calendário do Ciclo Natalino 2015, promovido pela Prefeitura do Recife, através das Secretarias de Cultura, Turismo e Lazer e da Fundação de Cultura da Cidade do Recife. Dando início aos três dias de festa e brincadeiras no clima da magia do natal, na sexta-feira (18) o público que comparecer à Avenida Rio Branco poderá conferir as apresentações dos tradicionais pastoris. A noite começa às 18h com um cortejo em que desfilarão onze grupos. Logo após, às 19h tem a Ciranda Mimosa convidando o público a entrar no ritmo pulsante desta tradicional dança pernambucana. O Cavalo Marinho Boi Matuto (um dos homenageados deste ano), vem para a avenida logo em seguida trazendo todo o legado cultural deixado pelo Mestre Salustiano, representado pela sua família. Encerrando a primeira noite de festa na Avenida Rio Branco, A Banda Sinfônica do Recife se apresenta às 20h, com o Concerto Natalino. No sábado (19), as atrações começam às 17h, com a Banda da Base Aérea do Recife, abrindo a festa com o Concerto de Natal. Em seguida, se apresenta o Mamulengo do Mestre Zé Bel. A festa segue até às 21h30 com apresentações de pastoris, reisados, cavalos marinhos e do Balé Deveras. O último dia, no domingo (20), também tem início às 17h, com o Coral do Conservatório Pernambucano de Música e mais apresentações culturais com várias brincadeiras de natal. Toda a programação dos três dias é inteiramente grátis e pode ser conferida no site da Prefeitura do Recife. HOMENAGEM Este ano os homenageados do Ciclo Natalino são: o Boi Matuto da família Salustiano, do Mestre Salu, patriarca que se estivesse vivo estaria completando 70 anos, a maioria deles dedicados à cultura popular pernambucana; e o Mestre Cirandeiro João da Guabiraba, natural de Aliança, interior do Estado, que em 1972 fundou a Ciranda Mimosa, e desde então, dedica-se às funções de músico e compositor do ritmo pernambucano. Serviço: O que: Brincadeiras de Natal – Av. Rio Branco Quando: de 18 a 20 de dezembro Horário: sexta (18) às 18h, sábado (19) e domingo (20) às 17h Entrada: Franca

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Saídas para crise

Os cenários socioeconômico e político são nebulosos para o Brasil. Mas há uma expectativa de encontrar uma luz no fim do túnel dessa conjuntura que combinou em 2015 a falta de crescimento associada à alta inflação e baixo investimento. Na palestra de lançamento da Agenda TGI 2016, o consultor Francisco Cunha fez uma análise crítica do atual momento e fez projeções sobre as saídas da crise. Afinal, qual o dever de casa dos brasileiros e pernambucanos para sobreviver às turbulências do contexto e chegar no final do próximo ano com um horizonte mais otimista? Francisco Cunha classificou o contexto atual como o pior desde o Governo Collor e apontou o momento como de ruptura do ciclo econômico (ancorado no consumo interno e na exportação de commodities) e político. Ele lembrou que o Brasil conquistou avanços relevantes nas últimas décadas: a reimplantação da democracia, como um legado do PMDB; a década da estabilização econômica, pelas mãos do PSDB; e o período de inclusão social, promovido pelo PT. Conquistas que tendem ficar parcialmente em xeque, com a crise de representatividade política, retração do PIB, além da alta do desemprego e descontrole inflacionário, que pode devolver para pobreza parte da população que ascendeu socialmente nos últimos anos. “As crises econômica e política geram uma crise de confiança, que tem um efeito paralisante no País, já que cria uma tendência de reduzir o consumo e os investimentos”, afirma. Apesar da conjuntura de crise, a economista e sócia da Ceplan Tania Bacelar aposta em um 2016 melhor. Ela ressalta que alguns fatores determinantes para os indicadores negativos de 2015 não se repetirão no próximo ano. “Tivemos uma inflação muito alta, por causa dos preços administrados, que em 2014 estavam represados, como energia, gasolina, transporte. Esse ciclo não vai se repetir, porque já absorvemos esse impacto em 2015. O segundo foi a desvalorização do real, também uma tendência antiga. Houve uma valorização muito forte do dólar. Dois componentes com alto impacto e que não tendem a se repetir”, explica. Para construir um cenário mais fértil para o investimento, ela acredita que a inflação menor poderá induzir o governo a reduzir as taxas de juros. “Se a inflação se atenua, a justificativa para o aumento dos juros perde força. Isso é positivo por duas razões, quando a taxa de juros cai tem um impacto no governo, já que diminui as despesas financeiras do Estado. E pode estimular os investimentos também do setor privado”, sugeriu a economista. Apesar desse panorama traçado pela economista, as expectativas dos entrevistados na pesquisa com empresários da Agenda TGI não é das melhores. Apenas 22% acreditam num 2016 melhor, enquanto que 43% estão pessimistas com o ano que se aproxima. O economista e ex-diretor do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Gustavo Maia Gomes, também vê com ceticismo o desempenho econômico no curto prazo. “Ficamos quatro anos seguidos numa trajetória insustentável de gastos públicos, sempre com a inflação acima da meta. Uma receita de desastre. No meio desse cenário houve uma paralisia. O governo federal anunciava o desejo de fazer cortes, mas ao mesmo tempo dizia que não se podia cortar. Uma postura contraditória que foi somada a um congresso que ainda promovia medidas para aumentar os gastos. E, evidentemente, fazer nada quando a coisa está ruim, só piora. Não me surpreenderia se o desempenho da economia do próximo ano seja pior do que este. Não vejo nada melhorando para acreditar que será apenas 1% negativo, como sinalizam algumas pesquisas”. O economista acredita que apenas uma mudança de governo poderia abrir uma janela de oportunidade para a retomada de crescimento do País. Ele julga que a ascensão de outro presidente da República teria o potencial de melhorar o humor do investimento privado no Brasil. “Se houver impeachment ou renúncia vai haver um momento em que o País terá uma nova chance. A depender de como isso ocorrer você pode começar a reverter uma trajetória negativa, mas definitivamente não salvará o próximo ano. No entanto, teria a capacidade de gerar uma visão menos pessimista, enquanto as coisas começam a se arrumar, atraindo investimentos que seriam muito relevantes para a dinamização da nossa economia”. A pesquisa com empresários apontou que 58% dos entrevistados acredita que Dilma Rousseff não terminará o seu segundo mandato presidencial. Quase 90% acreditam que as dificuldades políticas deste segundo governo serão maiores que as do primeiro. Na palestra, Francisco Cunha afirmou que é justamente a vertente política da crise que lança mais incerteza sobre a retomada do crescimento. O governo não consegue promover o ajuste fiscal conjuntural indispensável e não dispõe de capital político para fazer mudanças estruturais necessárias para a retomada sustentada do crescimento. SOLUÇÕES. Se o cenário político é determinante para mudar o desânimo do País, há uma necessidade de modificar as estratégicas econômicas, na opinião de Tânia Bacelar. Diferente da última década, quando o consumo interno foi o fator que impulsionou o dinamismo da economia brasileira, ela defende que o momento é de apostar em dois outros pilares: aumento das exportações e dos investimentos. “O Brasil precisa combinar melhor esses três grandes componentes do crescimento. Fizemos uma aposta muito forte do consumo interno na década passada. Isso chegou num certo limite. Podemos fazer do limão uma limonada, fazer do nosso déficit de infraestrutura uma oportunidade e frente de expansão econômica estimulando o investimento privado com juros mais baixos. O peso das exportações é pequeno, mas caso seja dinamizado será importante para o País”, avalia. Sobre as exportações, Bacelar aponta um cenário positivo, com um câmbio favorável e uma atuação ousada do ministro Armando Monteiro Neto. “A mexida do dólar favoreceu a nossa balança comercial. Não é algo que teremos que mudar, mas surfar nessa direção já construída. Armando Monteiro Neto se destacou pois, apesar da crise, foi um dos poucos ministros que olhavam para frente, enquanto o governo ficou preso numa agenda de curto prazo. Para mudar a dinâmica, é preciso sinalizar para onde a gente vai. Sem expectativa positiva, a economia continua patinando”. Projetando um cenário

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Clarrisa Assad em show de piano e voz

A CAIXA Cultural Recife encerra a temporada projeto Solo Música com o show piano e voz de Clarisse Assad, no dia 16 de dezembro de 2015. Clarice pertence à geração mais recente do sobrenome Assad, que realizam um trabalho musical que une respeito à tradição e, ao mesmo tempo, experimentalismo e virtuosismo. Internacionalmente conhecidos são o Duo Assad, de Odair e Sérgio, e a irmã deles: Badi. Todos ligados ao violão. A apresentação tem sessão única, às 20h, e os ingressos a R$ 10 e R$ 5 (meia) estarão à venda a partir 10h do dia do espetáculo. A Classificação Indicativa é 10 anos. A carioca Clarice, que está no Recife pela primeira vez, é filha de Sergio (Duo) e seus instrumentos são piano e voz. Suas influências, como as de Badi, passam do popular ao jazz, além da música clássica e da ópera. Pouco conhecida no Brasil, Clarice reside nos Estados Unidos, onde possui carreira em ascensão como compositora e musicista. Compositora, arranjadora, cantora, virtuose ao piano, Clarice faz uma música intensa e possui forte presença de palco. “Mesmo quando faz releituras da MPB, há um frescor em sua música, que soa sempre como nova, dadas às qualidades de pianista e cantora. É artista a ser descoberta pelo público brasileiro”, destaca o produtor Alvaro Collaço, curador da Série Solo Música. “É com muita felicidade e entusiasmo que volto ao Brasil para uma série de recitais do Projeto Solo Música. E, melhor ainda, fazendo uma das coisas que mais gosto dentro da música: tocar e cantar”, diz Clarice. A artista selecionou o repertório do show com base no próprio histórico musical de mais de 15 anos de estudo, dedicação e pesquisa do mundo sonoro, principalmente em técnicas vocais que abrangem variadas culturas, experimentos vocais e melodias. “Esse estudo do ‘scat singing’ me proporciona a mistura característica da minha música, as influências americanas e brasileiras, cantos do mundo árabe, entre outros”, explica. O setlist mescla clássicos da MPB e música internacional: canções de Milton Nascimento (“Cravo e Canela”, Ponta de Areia” e “Maria Maria” ), um pout-pourri de Tom Jobim, Egberto Gismonti (“Frevo”) e Heitor Villa-Lobos (“Trenzinho do caipira”). Mas terá também George Gershwin (“The man I love”), The Beatles (“Blackbird”) e Quincy Jones, Rod Temperton e Lionel Richie, a música “Miss Celie´s blues”, escrita para o filme “A Cor Púrpura”. SERVIÇO Solo Música - Clarisse Assad Local: CAIXA Cultural Recife, Avenida Alfredo Lisboa, 505 – Praça do Marco Zero – Bairro do Recife Antigo. – 3425-1900/1915 Data: 16 de dezembro de 2015 Ingresso: R$ 10 e R$ 5 (meia) [meia-entrada para estudantes, professores, funcionários e clientes CAIXA e pessoas acima de 60 anos]. Vendas a partir das 10h do dia 16 de dezembro. Acesso para pessoas com deficiência

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Recife é a capital mais empreendedora do NE

O Recife é a capital mais empreendedora do Nordeste. É o que aponta o Índice de Cidades Empreendedoras 2015 (ICE2015), realizado pela Endeavor, principal organização voltada ao fomento do empreendedorismo no mundo. No estudo, a cidade ocupa a 4ª posição no ranking, sendo a única cidade nordestina entre as 20 primeiras colocadas. Ao todo, foram analisadas 32 cidades brasileiras localizadas em 22 estados, com base em sete pilares: ambiente regulatório, mercado, infraestrutura, acesso a capital, inovação, capital humano e cultura empreendedora. No índice de 2014, o Recife havia ficado em 12º lugar. "Assumimos o índice de Cidades Empreendedoras da Endeavor como um desafio. O prefeito Geraldo Julio criou uma secretaria com o nome Empreendedorismo para que de fato pudéssemos trabalhar os pilares que são elencados e também para desenvolver outras ideias que tínhamos como propósito. Então fomos caminhando pilar por pilar, juntando os atores que já fazem o empreendedorismo acontecer na cidade, porque a Prefeitura tem consciência que é uma ponte. Nós fazemos a articulação, o nosso papel é justamente pesquisar, apoiar, estimular e fomentar o empreendedorismo que tanta gente já faz no Recife", explica a secretária de Desenvolvimento e Empreendedorismo do Recife, Roseana Amorim. Entre as iniciativas desenvolvidas no âmbito municipal, pode se destacar a Sala do Empreendedor, que é um espaço da Prefeitura do Recife voltado para os micros e pequenos empreendedores, formalizados ou não, que tem como objetivo orientá-los. Essa iniciativa faz parte de uma série de ações que objetivam trazer respostas rápidas para quem quer abrir sua empresa ou que precisa de orientações para se manter no mercado. Atualmente, existem três postos de atendimento da Sala do Empreendedor: no térreo do edifício-sede da Prefeitura do Recife, no bairro de Casa Amarela (Avenida Norte Miguel Arraes de Alencar, 5600) e em Santo Antônio (Rua Imperial, s/n). De forma itinerante, o projeto Sala do Empreendedor nos Bairros leva os serviços oferecidos nos postos fixos para diversas comunidades da cidade, além de palestras, minicursos e oficinas sobre temáticas como finanças pessoais, atendimento ao cliente, formalização do empreendimento, orientações sobre crédito produtivo, entre outras. Uma outra iniciativa interessante é o Fórum de Microempreendedores, Empresas de Pequeno Porte e Microempreendedores Individuais, que reúne instituições como o Sebrae, a Femicro, o Banco do Brasil, o Banco do Nordeste para avaliar que melhoras podem ser buscadas pela Prefeitura. A tônica principal é a redução da burocracia buscando a maior eficiência possível no menor intervalo de tempo. Esse fórum foi ampliado para a área de inovação e tecnologia, contando com parceiros como o Porto Digital eo C.E.S.A.R. Termos de cooperação foram assinados junto à academia, como a UFRPE, a UFPE e também com as particulares. Em outra frente, foi publicada recentemente a lei de ampliação da área territorial do Porto Digital, que amplia a área de benefícios fiscais para poder acolher as empresas que buscavam se instalar nesse espaço, recentemente eleito o melhor parque tecnológico do Brasil pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec). Neste ano, a Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Desenvolvimento e Empreendedorismo, coordenou pela primeira vez a gestão do comitê local da Semana Global do Empreendedorismo, que promoveu cerca de 200 atividades entre palestras, mesas temáticas, workshops e oficinas impactando cerca de quatro mil pessoas. Além disso, a pasta lançou o 1º Prêmio Recife de Empreendedorismo Social, que objetivou incentivar e motivar o empreendedorismo no Recife por meio de ideias inovadoras que venham a contribuir com o dia-a-dia do cidadão. A premiação foi realizada no último dia 3 de dezembro, premiando dois projetos, um na categoria Inovação Social e outro na categoria Impacto Social. (Da Prefeitura do Recife)

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Quais os destinos mais procurados pelos pernambucanos?

Viajar é um dos grandes sonhos dos brasileiros, e com os pernambucanos não é diferente. Apesar de viverem em um Estado que oferece belas praias e as mais diversas belezas naturais, os moradores de Pernambuco demonstram um grande interesse em visitar destinos badalados de seus Estados vizinhos. É isto o que aponta uma pesquisa realizada pelo Hotel Urbano (www.hotelurbano.com), agência online de viagens líder em hospedagens no Brasil. De acordo com o estudo, que considera buscas por pacotes de viagens e hospedagens realizadas por usuários de Pernambuco no site do Hotel Urbano em 2015, a cidade de Natal-RN é o destino atualmente mais procurado pelos viajantes pernambucanos. A capital do Rio Grande do Norte é seguida por Fernando de Noronha e outras duas capitais nordestinas: Maceió e Fortaleza-CE. "No quesito turismo, podemos dizer que o morador do Estado de Pernambuco é um privilegiado. Além de lindas belezas naturais dentro do estado, o viajante encontra cenários exuberantes a poucas horas de viagem", afirma Antônio Gomes, diretor comercial do Hotel Urbano. Na quinta posição entre os destinos mais procurados pelos Pernambucanos está a cidade de Gramado, tradicional destino de inverno localizado na Serra Gaúcha e único da lista que não oferece praias. Na sequência, segue a predominância dos destinos litorâneos: Porto Seguro-BA (6º), Salvador-BA (7º), Morro de São Paulo (8º), Rio de Janeiro-RJ (9º) e Balneário Camboriú-SC (10º), procurado não apenas por suas praias, mas também por estar próximo do parque do Beto Carreiro World. (Do Hotel Urbano)  

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Muito além das aulas de idioma

O domínio de uma língua estrangeira deixou de ser um diferencial e se transformou quase que uma obrigação para ter melhores oportunidades no mercado de trabalho. Realizar um intercâmbio é, então, a sonhada alternativa para garantir a fluência no idioma. Basta observar o crescimento no número de brasileiros que decidiram buscar a vivência em outros países nos últimos 10 anos. Um aumento de 494%, de acordo com dados da Brazilian Educational & Language Travel Association. Mas se engana quem pensa que a experiência no exterior se resume às tradicionais aulas de língua ou mesmo ao High School. Cada vez mais, os intercambistas escolhem opções que fogem ao convencional e aproveitam para incrementar o currículo. "Estudar no exterior é um componente enriquecedor de qualquer programa educacional e transforma a visão do mundo do aluno", avalia o diretor-executivo do centro de educação internacional ABA Global Education, Eduardo Carvalho. Cursos de curta duração em universidades e estágios são algumas das possibilidades para quem passa uma temporada fora. E foi justamente nesse “combo” que o estudante de relações internacionais, Felipe Cavalcanti, 23 anos, decidiu apostar. “Eu já tinha feito High School antes, mas queria algo voltado para a graduação". Depois de muita pesquisa, Felipe encontrou na escola de extensão da American University, em Washington, o curso que se enquadrava nas expectativas dele. O programa, de um semestre, aliava teoria à prática. Três vezes por semana, Felipe tinha aulas sobre economia global e negócio em importantes organizações como o FMI e a Bolsa de Nova York. Nos outros dois dias, era a vez do estudante testar os conhecimentos aprendidos em um estágio. Será que mais um intercâmbio valeu a pena? “Foi quando abri os olhos para o que eu realmente queria fazer profissionalmente." Para Arthur Danzi, 18, o contato com pessoas de nacionalidades e culturas diferentes foi a experiência mais significativa do intercâmbio. Escolher esse tópico dentre tantos outros vividos, no entanto, não deve ter sido fácil. Principalmente, quando se adiciona o fato de ele ter estudado na poderosa Harvard, uma das mais conceituadas universidades do mundo. Hoje estudante de direito, Arthur embarcou rumo aos Estados Unidos quando ainda cursava o segundo ano ensino médio. “Como estava perto o Enem e do SSA não dava para fazer um intercâmbio de seis meses ou um ano.” A alternativa, então, foi procurar um curso de curta duração e para encontrar o ideal, Arthur buscou ajuda de uma consultoria de intercâmbios. “A partir do interesse do aluno, fazemos um trabalho de pesquisa para identificar qual programa melhor se encaixa nos objetivos dele", explica a coordenadora da GlobEducar, Danyelle Marina. O centro de educação e carreira, que pertence a ABA, é cerificado com o Education USA, uma selo oficial do governo americano para informações sobre estudos nos EUA. Encontrada a oportunidade, é preciso preparar o material necessário para o processo seletivo. “No caso de Harvard, o estudante precisa submeter à nota do exame de inglês, fazer uma redação, enviar uma carta de recomendação, além de preencher um formulário”, detalha Danyelle. Com tudo aprovado, Arthur seguiu para Harvard e, assim, foram dois meses (julho/agosto) frequentando as disciplinas de direito e relações internacionais. Segundo o estudante, as aulas ainda ajudaram a decidir sobre a futura profissão. “Na época, eu pensava em cursar uma das duas graduações e depois do intercâmbio, voltei um pouco mais certo em fazer direito." Ao buscar por informações sobre intercâmbio, é possível encontrar modalidades ainda mais diversas. Viajar para realizar trabalho voluntário é uma dessas. Uma boa opção para economizar. “Em geral, tem um custo mais baixo, pois o aluno não paga pelo programa em si e, normalmente, não gasta com a acomodação”, coloca Danyelle. Nos portfólios das agências ainda há espaço para os mais ousados. Que tal umas aulinhas de golfe ou mesmo de futebol enquanto estiver no exterior? Esses são alguns dos esportes dentre tantos outros oferecidos para quem faz intercâmbio. A vez dos adultos. As variações de intercâmbio, no entanto, não ficam restritas às novas modalidades de cursos. O público também passou por transformações. Se no passado os programas no exterior eram relacionados apenas aos jovens, hoje os adultos também buscam essa experiência. “É uma geração que não teve a oportunidade de fazer um High School antes. Em geral, eles vão depois dos filhos criados, quando se sentem no direito de achar que é a hora”, relata a diretora da agência de intercâmbio Experimento, Carolina Vieira. É o caso do consultor de empresas Antônio Jorge Araújo, 61. Depois do filho, chegou a vez dele de aproveitar uma temporada fora. “É uma pausa, um momento de desenvolvimento pessoal e profissional”, espera. No final do mês passado, ele desembarcou em Adelaide, na Austrália, onde permanecerá por cerca de três meses. E no fluxo da nova tendência de intercâmbio, também vai utilizar a estadia em outro país para, além do aperfeiçoar o inglês, adquirir novos conhecimentos. Um curso no Instituto de Governança da Austrália (AICD) foi a opção de Antônio Jorge, que coordena em Pernambuco uma instituição semelhante. Mas conseguir conciliar o sonho de fazer um intercâmbio com o trabalho não foi fácil. “É uma decisão que eu venho amadurecendo há algum tempo. Foi algo que precisou ser bem planejado com a minha família e a equipe da minha empresa.” Mesmo com essa mudança na rotina, assim como a maioria dos adultos, Antônio Jorge não pode se distanciar completamente do trabalho. Ele está apostando, então, em reuniões via internet para continuar acompanhando a empresa, enquanto estiver em terras australianas. (Por Camila Moura)

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Supérfluos saem do carrinho da Classe C

A pesquisa Tendências Nielsen (janeiro a agosto/2015) aponta que o consumo da cesta de produtos de Limpeza, Higiene e Beleza, Bebidas Alcoólicas/Não Alcoólicas, Perecíveis e outros itens de Mercearia, caiu 0,7% em volume de vendas. Na comparação entre junho a agosto de 2015 com o mesmo período de 2014, houve uma queda ainda maior, de 2,9% no volume de vendas das cestas de alimentos citadas acima. Segundo Paula Valadão, analista de mercado da Nielsen, a cesta de produtos analisada pela empresa deve ter uma retração de até 1,8% no fechamento de 2015. O destaque ficou para o segmento de Higiene e Beleza, que consegue crescer por marcas mais baratas ou embalagens econômicas, conforme gráfico abaixo. Na opinião de Paula Valadão, o país vive o pior cenário consumo desde 2009, principalmente porque a previsão de inflação para 2015 é de 9,9%, visto que em 2009 foi de 4,3%. Essa crise de confiança no país reflete muito no dia a dia dos consumidores. “O índice de confiança global da Nielsen mostrou que em 2009 os brasileiros eram mais otimistas, atingindo 108 pontos (8 pontos acima da média global), e agora, em 2015, está em 79 (21 pontos abaixo da média global), ou seja, brasileiros estão mais pessimistas, principalmente sobre suas expectativas em relação à economia, gastos e empregos. Já a variação da cesta Nielsen manteve o crescimento de 1,3% em 2009 e para este ano, até agosto, já temos queda de 0,7%”, destaca ela. CLASSE C – De junho a agosto deste ano, itens da cesta básica tiveram aumento de 0,9% em volume de vendas. A analista Paula Valadão explica que os consumidores da classe C estão mais endividados e são os que mais “cortam” itens supérfluos das compras, priorizando alimentos e produtos de necessidade básica, sendo que no período quase 60% das categorias supérfluas perderam penetração na classe C. A classe C continua estabilizando o consumo com baixa variação do ticket e gasto médio, ou seja, gasta cada vez menos na comparação com outras classes sociais.

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PCR inicia amanhã participação na COP-21

O Recife inicia, nesta quinta-feira (03), sua participação na Cúpula do Clima da ONU (COP-21), em Paris (França). Esta será a terceira vez em que a capital pernambucana integra os debates mundiais para frear o aquecimento global. Na pauta principal da Prefeitura, está a participação na mesa de Estratégias de Desenvolvimento de Baixo Carbono e Cooperação Norte-Sul, na zona de alto nível, área restrita onde ocorrem as negociações oficiais. Também fazem parte da estratégia municipal sessões temáticas e exposições dos projetos Parque Capibaribe e o Mapeamento de Áreas Críticas do Recife, no Pavilhão de Cidades e Regiões. "Nesta conferência, os governos locais poderão ter mais voz e peso frente ao debate das mudanças climáticas. Vou para somar forças e defender que as cidades precisam estar inseridas nesse processo, contribuir na redução de poluentes e ter acesso a financiamentos internacionais para implantar infraestruturas mais sustentáveis", destaca a secretária de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife, Cida Pedrosa, que representará o prefeito Geraldo Julio na COP-21, compondo a comitiva do ICLEI (sigla em Inglês para Governos Locais pela Sustentabilidade), a maior rede de cidades do mundo. Na mesa de Estratégias de Desenvolvimento de Baixo Carbono, Cida Pedrosa apresentará uma as ações e políticas que vêm sendo desenvolvidas no Recife, nos últimos três anos, e que colocaram a cidade num papel de protagonista na América do Sul. "O Recife avançou muito nas políticas sustentáveis. Vamos expor os inventários de GEE, juntamente com as metas e o plano de ação para alcançar esses números. Também vou falar um pouco sobre o conjunto de eis de Mudanças Climáticas e de maior proteção às áreas verde, além do Parque Capibaribe", enumera. A atividade, que acontece na área de negociações oficiais, envolve as cidades integrantes do programa internacional Urban LEDs, da qual Recife é "Cidade Modelo", e a iniciativa é fruto de uma parceria com o ICLEI. Ainda nesta zona restrita, a secretária acompanhará a mesa do Compacto de Prefeitos. "Geraldo Julio aderiu ao compacto de prefeitos e, pela Frente Nacional de Prefeitos, assinou a carta de posicionamento das cidades brasileiras. Os dois reforçam o amplo envolvimento dos governos locais na temática do clima", contou. Segundo o ICLEI, os centros urbanos abrigam hoje 50% da população mundial e são responsáveis por 75% do consumo de energia e das emissões de gases do efeito estufa no mundo. Só o Recife despejou na atmosfera, em 2013, 3.046.247 toneladas de CO2, sendo os setores de transporte e energia responsáveis por 62% e 17% das emissões, respectivamente. Financiamento internacional – Nesta edição da COP, a Prefeitura do Recife ainda abarca o programa do Pavilhão de Cidades e Regiões. Dois projetos da gestão municipal foram considerados exemplos a serem seguidos e eles serão expostos a financiadores internacionais através da plataforma TAP-2015. São eles: o projeto Parque Capibaribe e o Mapeamento de Áreas Críticas da cidade. O primeiro é uma iniciativa da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade, em parceria com a UFPE, que prevê a construção de um corredor de 30km para pedestres e ciclistas às margens do Rio Capibaribe, incluindo a recuperação de ambientes naturais. Já o Mapeamento é uma ação da Secretaria de Saneamento que irá resultar em um censo completo de 50 mil famílias residentes em 480 áreas de interesse social, distribuídas em 2.573 microrregiões, totalizando 4.460 hectares do território municipal. O trabalho vai analisar condições de infraestrutura urbana, renda familiar e moradia. O estudo foi dividido em três etapas: mapeamento, conhecimento e intervenções. O primeiro coletou dados para compor um levantamento dos locais. Em seguida, será feito um diagnóstico mais específico, avaliando onde residem as famílias e em quais condições elas vivem, e apontando as situações de moradia, saneamento, coleta de lixo, iluminação, abastecimento de água, drenagem e presença de equipamentos públicos. Os dados coletados em campo subsidiarão a implantação do Programa de Saneamento Integrado - PSI e permitirão elaborar projetos mais eficientes nas áreas de esgotamento sanitário e abastecimento de água, implantação de sistemas viários e de acessibilidade, contenção de encostas e recuperação de áreas degradadas. "Nosso projeto é inovador e fundamental para o desenvolvimento do Recife. Esperamos que essa apresentação, em um evento tão importante, gere muitos frutos positivos", avaliou o secretário de Saneamento do Recife, Alberto Feitosa, que também integrará a comitiva da PCR na COP-21. (Da Secretaria de Meio Ambiente do Recife)

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Mulheres adoecem em busca da beleza

Se beleza é fundamental, como preconizava Vinícius de Moraes, o comportamento de mulheres que tem levado ao pé da letra o verso do poeta vem provocando nelas sérios problemas de saúde. A busca incessante por corresponder ao padrão estético imposto pela sociedade é a manifestação mais visível de transtornos que afetam a ala feminina. Para solucioná-los, muitas vão parar nos divãs dos psicoterapeutas ou recorrem à ajuda de medicamentos. Não há nada de errado, porém, em querer ser bela e recorrer aos avançados recursos de cosméticos e cirurgias plásticas. Afinal, quem não quer ser bonito e desejado? O problema é quando a meta da beleza física almejada torna-se inalcançável. “É quando as mulheres querem partir em busca de uma perfeição estética. Essa perfeição, é claro, não existe e portanto é inatingível. Buscá-la de maneira desenfreada, implica num transtorno grave de personalidade e corre-se o risco de chegar à loucura”, explica Sylvio Ferreira, psicólogo, professor da UFPE. A partir desse quadro surgem transtornos como o dismórfico corporal. As pessoas com esse comportamento se olham o tempo todo no espelho, acham sua aparência ruim o que gera um impacto na autoestima. Ao perceberem o mínimo defeito no corpo ficam com uma preocupação tão grande a ponto de atrapalhar sua vida social, acadêmica e no trabalho. “Elas passam por um pico de ansiedade, não saem de casa, não se encontram com outras pessoas”, detalha Amaury Cantilino, psiquiatra especializado em saúde da mulher e professor da UFPE. Segundo Cantilino, 10% das mulheres que vão ao cirurgião plástico têm esse transtorno. “Em geral ela não fica satisfeita com o resultado da cirurgia plástica ou migra: se antes, por exemplo, era o formato do nariz o que a incomodava, depois da operação o alvo da insatisfação passa a ser o queixo”, exemplifica o psiquiatra que também é membro da Comissão de Estudos e Pesquisa em Saúde Mental da Mulher da Associação Brasileira de Psiquiatria. Essas pessoas perdem a noção da realidade do seu aspecto físico e passam a ter uma visão distorcida da sua imagem. O mesmo ocorre com aquelas que sofrem de anorexia. Embora estejam extremamente magras, num grau considerado muito aquém do saudável, as anoréxicas jamais se consideram abaixo do peso. Na busca por atingir o que imaginam ser o patamar ideal, elas se submetem a uma dieta muito restritiva, praticam atividades físicas de forma exagerada, fazem jejum ou purgação, isto é, tomam laxantes ou vomitam os alimentos que ingerem. Trata-se de um transtorno que além de implicar em questões cognitivas – já que elas possuem um distúrbio da imagem – também envolve componentes físicos: por causa da privação alimentar elas não menstruam, os pelos caem, ocorre uma diminuição de potássio no organismo que pode levar a uma arritmia. “Estudos mostram que 7% das pessoas com anorexia morrem pelo baixo nível de potássio que é essencial para o ritmo cardíaco”, alerta Cantilino. Bulimia é outro transtorno que acomete as mulheres demasiadamente preocupadas com a autoimagem. Ao contrário das anoréxicas, as que sofrem de bulimia não são necessariamente magras, mas apresentam uma preocupação exagerada com o peso. Passam dias se alimentado de saladas, porém, de repente, começam a comer muito, de forma compulsiva num curto período de tempo. Em seguida vomitam o que ingeriu ou usam laxantes. “A bulimia envolve sintomas depressivos, essas pessoas se sentem culpadas por terem comido”, explica o psiquiatra. Muitas sofrem perda do esmalte dentário, perda de potássio, cloro e magnésio. Afinal, o que leva uma mulher a ter esses comportamentos? Na maioria dos casos há uma predisposição genética. Mas isso não explica tudo. Quando se analisa a realidade dessas patologias não se pode fechar os olhos para a pressão que a sociedade exerce para que a mulher seja extremamente linda e em boa forma física. Um padrão a ser seguido independentemente da idade. Basta reparar na referência que representam celebridades como Madonna, cinquentona de corpo malhado. E para agravar, nas últimas décadas, a magreza passou a ser associada ao ideal de beleza, principalmente com a popularização dos desfiles de moda e suas top models de fisionomia anoréxica. Estampado nas manchetes de jornais e revistas e admirado a partir de um simples clique nos portais da internet, esse modelo estético se impõe como um ideal de felicidade a ser alcançado. “Se pessoas com predisposição genética aos transtornos não fossem expostas a esse ambiente social talvez não desenvolvessem esse comportamento”, considera Cantilino. Ele faz uma analogia com o alcoolismo que tem prevalência baixa em certas culturas que desestimulam o consumo de bebidas alcoólicas, como as islâmicas. As mulheres, na verdade, são vítimas das convenções desses novos tempos, denominados por sociólogos como pós-modernidade, em que predominam o culto a si mesmo e à imagem. Selfies e a superexposição das pessoas nas redes sociais são algumas amostras dessa época. “A sociedade deixa de ser um projeto coletivo para se tornar um projeto de satisfação pessoal, dos indivíduos abastados e com poder de consumo”, resume Sylvio Ferreira. E nessa conjuntura é a mulher que sofre os maiores impactos já que a prevalência desses transtornos é muito baixa entre a população masculina. Na verdade, a pressão social exercida sobre a ala feminina é maior. Basta um exemplo para entender essa realidade: um homem de cabelos grisalhos é considerado charmoso, o mesmo não ocorre com as mulheres que não colorem as suas madeixas. Há ainda o fato de que homens são atraídos pelas mulheres principalmente pelo aspecto físico. Elas, porém, têm um repertório mais amplo de características que as atraem, que vão além da aparência, como a maneira como o homem fala e até pelo cheiro. “Eles são atraídos pelo visual. As mulheres sabem disso e de alguma forma assumem comportamentos que aumentam o grau de atratividade física. Numa perspectiva de psicologia evolucionista, o cuidado com a beleza acontece para que sejam mais facilmente selecionadas pelos parceiros”, esclarece Amaury Cantilino. Uma realidade muito conhecida pelo cirurgião plástico Pedro Pita, do Hospital Esperança. Segundo o médico, algumas mulheres fazem cirurgia plástica a pedido dos seus maridos. “Quando ele perde a

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