De mãe para filho: doenças verticalmente transmissíveis comprometem saúde e vida do feto
Gerar um filho é sonho da maioria das mulheres, mas essa fase exige mudanças e diversos cuidados com a saúde. Alimentação balanceada, atividade física orientada e um extenso calendário de consultas passam a fazer parte da rotina da mulher. No rol dessas mudanças, os exames diagnósticos figuram como protagonistas não apenas na avaliação do desenvolvimento do feto, mas para controle da saúde da mãe e na detecção de doenças verticalmente transmissíveis. “A avaliação criteriosa da gestante é imprescindível, pois existem diversas doenças, que muitas vezes a mulher nem sabe que é portadora, e podem ser transmitidas durante a gestação ou no parto. O ideal é que a paciente que planeja ter um filho realize alguns exames antes mesmo de engravidar”, comenta a ginecologista obstetra, Lea Amaral Camargo. A toxoplasmose, doença infecciosa que pode ser adquirida principalmente por meio de alimentos crus ou mal lavados, como peixe ou carne crua, pode causar malformações importantes, especialmente se adquirida no primeiro trimestre de gravidez. Embora tenha tratamento, os efeitos colaterais também são indesejáveis e intensos. Já a rubéola, se adquirida no primeiro trimestre da gravidez, gera riscos de malformações gerais que podem causar surdez, retardo no crescimento intrauterino e problemas cardíacos e de visão. Por afetar o diretamente feto, também é comum abortamento e parto prematuro. A temida febre Zika causa microcefalia no feto, uma má-formação associada ao retardo mental em 90% dos casos. A malformação fetal também pode ser causada pelo Citomegalovírus, além dos riscos de surdez, retardo mental e epilepsia. Algumas infecções sexualmente transmissíveis também são de alto risco para o feto. A sífilis, além de aumentar o risco de parto prematuro ou aborto, pode provocar surdez, hidrocefalia e anomalias nos dentes e nos ossos. Já o herpes genital pode ser transmitido para o feto durante a gestação ou no momento do parto, se a mãe estiver com a doença ativa, causando sequelas na pele e cérebro. O HIV, vírus presente em mais de 827 mil pessoas no Brasil, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde em 2016, pode ter risco reduzido de transmissão da mãe para o feto, se forem administrados medicamentos antivirais durante a gestação. Porém, ainda assim, o bebê não pode ser amamentado no peito, porque o vírus é transmitido pelo leite. Exames moleculares garantem maior precisão no diagnóstico “A prevenção, por meio de vacinas e cuidados, sempre será a melhor alternativa para a saúde. No entanto, a detecção precoce de uma doença também colabora consideravelmente para o tratamento da mãe e prevenção da saúde do feto”, comenta a ginecologista. Com esse objetivo, os médicos vêm contando com o auxílio da biologia molecular na obtenção de resultados mais rápidos e precisos. Exames moleculares conseguem detectar patógenos em amostras de locais onde nem sempre o agente infeccioso é percebido com facilidade. “Testes baseados na tecnologia de PCR em tempo real podem detectar, em alguns casos, o DNA do agente patológico mesmo que a pessoa não tenha desenvolvido a doença. Além disso, os resultados costumam ficar prontos em algumas horas”, revela o especialista do laboratório da Mobius Life Science, Lucas França. A empresa desenvolve e distribui kits para exames diagnósticos que detectam infecções sexualmente transmissíveis, o citomegalovírus, diversos tipos de herpes e do HPV. O grande diferencial do exame molecular com genotipagem para HPV é capacidade de identificar 36 tipos do vírus, entre eles 18 com alto risco de evolução para câncer. Além disso, é um importante aliado na prevenção do câncer de colo de útero, causado principalmente pelos tipos 16 e 18 do vírus: com um resultado negativo no teste molecular, mais sensível e completo que o Papanicolau, a mulher pode ficar de três a cinco anos isenta de repetir o procedimento
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