Arquivos Urbanismo - Página 15 de 93 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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Seminário Nacional sobre Saneamento acontecerá no Recife neste mês

O Seminário Nacional "Saneamento & Desenvolvimento Sustentável" vai reunir especialistas de todo o país para debater questões cruciais relacionadas ao saneamento no Brasil. O evento, organizado pelo Instituto Brasileiro Pró-Cidadania, está agendado para os dias 27 e 28 de setembro e será realizado no Mar Hotel, localizado na zona sul do Recife. Profissionais da infraestrutura, líderes de empresas de saneamento, gestores municipais, parlamentares, membros de órgãos de controle e representantes do terceiro setor de todas as regiões do Brasil se reunirão para compartilhar suas experiências sobre modelos de gestão voltados para a universalização do acesso à água tratada, sistema de esgoto e limpeza urbana, que ainda não estão disponíveis para mais de 30 milhões de brasileiros. O seminário abordará temas cruciais, como o cumprimento de metas estabelecidas pelo marco legal, execução de contratos de Parcerias Público-Privadas (PPPs) e concessões, estratégias para alcançar a universalização dos serviços em diversas regiões do país, além da questão do financiamento e da estruturação de projetos para viabilizar investimentos. Já confirmaram presença Karla Bertocco, Sócia da Mauá Capital e Presidente do Conselho de Administração da SABESP, Márcia Conrado, Presidente da AMUPE e prefeita de Serra Talhada, além dos Deputados Federais Fernando Marangoni (SP), Fernando Monteiro (PE) e Pedro Campos (PE), Danilo Cabral, Superintendente da Sudene, Paulo Câmara, presidente do BNB e Ranilson Ramos, Presidente do TCE. Roberto Tavares, que contribui com a parte técnica do evento, destaca que "o empoderamento dos Municípios e da Sociedade Civil na questão do saneamento pode ajudar a tirar os projetos do papel e se transformar em melhorias efetivas no abastecimento de água e na coleta e tratamento de esgotos." As inscrições podem ser feitas no site www.procidadania.org.br

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Rio Beberibe: águas que alcançam os invisíveis

Série "3 Rios, 3 Comunidades, 3 Desafios" apresenta os problemas ambientais e sociais que se entrelaçam na Região Metropolitana do Recife. Ouvimos estudiosos e o poder público sobre como solucioná-los. A produção é apoiada pelo Programa Acelerando a Transformação Digital, desenvolvido pelo International Center for Journalism (ICFJ) e Meta, em parceria com associações brasileiras de mídia. *Reportagem: Rafael Dantas *Fotos: Midiã Tavares Apoio Pernambuco é um Estado de relações conflitantes com as águas. Uma tensão que vai do processo de desertificação no interior às chuvas intensas e enchentes na Região Metropolitana do Recife. A capital é uma cidade anfíbia, entre as águas do mar, dos seus três rios e mais de 100 riachos. Muitos viraram canais, com cursos d’água quase mortos pela poluição. Com o advento das mudanças climáticas, uma série de problemas sociais e históricos, que estavam escondidos nos cantos dos municípios, começaram a surgir aos olhos da cidade formal. Escombros de realidade passaram a emergir nos dias de chuvas mais intensas, cada vez mais frequentes. Nesta série que começamos hoje, visitaremos os problemas mais emblemáticos que habitam às margens do Rio Beberibe, por onde começaremos, seguindo nos próximos meses pelos cursos do Tejipió e do Capibaribe. Nascido nas matas de Aldeia, em Camaragibe, o Beberibe atravessa o Recife e Olinda, se une ao Capibaribe no Bairro do Recife e deságua no oceano. Cada curso d’água tem suas nuances e desafios. O Beberibe, segundo o professor Wemerson Silva, do Departamento de Ciências Geográficas da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), está diretamente relacionado com o alto contingente de comunidades de baixa renda que vivem nas suas margens, em alguns casos dentro do seu leito e em extrema vulnerabilidade social. A vida do rio está implicada com a dos moradores que lhe são vizinhos. “O Beberibe, do médio para o baixo curso, tem uma altíssima densidade habitacional, chegando praticamente sobre a área do rio”, afirmou o docente. Adelma da Silva, 45 anos, mora no bairro de Dois Unidos, no extremo da Zona Norte do Recife. Natural de Cupira, município do Agreste, ela encontrou há 22 anos um lugar para chamar de lar pertinho das margens do Rio Beberibe. Vizinha de outros familiares, ela enxergava na capital mais oportunidades que na sua cidade natal. A primeira casa, que ela diz que era “um barraquinho", não aguentou as cheias que passou a enfrentar em cada inverno. Com as paredes cedendo e chão rachando, ela recorreu aos parentes para reconstruir tudo. “Qualquer chuva que dava já enchia. Todo ano tinha. A casa ficou muito ameaçada, eu tinha medo dela cair com a gente dentro. Minha família ajudou a aterrar 80 centímetros, justamente por causa das águas. Fizemos a base dobrada. Ficou cinco anos sem encher”, lembrou Adelma. Ela pensou que não veria mais as águas do rio entrarem nos seus cômodos e destruírem sua mobília. Mas, no ano passado, em um dia de temporal no Recife, ela saiu de casa com água próximo aos ombros. Após esse episódio extremo, teve até vizinho que abandonou a residência. Mas, a opção para a maioria é continuar e seguir resistindo. Novos moradores, inclusive, chegaram. Em 2023, as águas avançaram até o segundo degrau da casa. Ameaçou, mas não entrou. Mais de duas décadas após sua chegada, com três filhos e agora já com um netinho, Adelma continua convivendo com o medo dos dias e noites de chuvas mais intensas. “Foi algo que eu nunca tinha visto. Antes, a gente já tinha saído com água acima do joelho. Mas, assim do jeito que foi no ano passado, acima dos peitos, eu nunca vi. Os móveis da vizinha da frente ficaram boiando. Perdemos centro, raque, cama. O fogão já ficou dentro d'água umas três cheias”, relatou a moradora. Na saída às pressas da última cheia mais forte, a cama do filho mais novo, Anthony da Silva, 11 anos, foi atingida pelas águas. Os dias de chuvas intensas e alagamentos estão nas lembranças de normalidade da criança. Meio lúdicas, meio amedrontadoras. O rio que o assiste brincando com os amigos ao longo do ano quase o encobriu. “A gente até gosta de passar por dentro d'água que está geladinha. E, às vezes, fico com medo da água aumentar e invadir a casa. Eu tive medo da última vez, quase me cobriu, ficou perto da minha boca. Uma chegou no meu peito, na outra semana ia me cobrindo”. A percepção de Adelma do surgimento de chuvas mais intensas está ligada às mudanças climáticas, na avaliação de Wemerson Silva. “Há uma relação de aumento dos processos de inundação e chuvas com as mudanças climáticas. Os danos são intensificados devido à presença de moradias em espaços que deveriam ser preservados, não ocupados”. Anthony viveu na pele os efeitos dessa mudança do clima do planeta e ficou alguns dias sem cama até receber uma doação. Essa rotina de perder os móveis e eletrodomésticos e lutar para conquistar de novo se repetiu muitas vezes na vida da família de Adelma e das pessoas que moram também do outro lado do Rio Beberibe, já em Olinda. O OUTRO LADO DO RIO Enquanto no lado do Recife as vilas que estão às margens do rio são pequenas, conjunto de casebres que se espremem em meio aos becos que partem da avenida principal do bairro, em Olinda o número de moradores é mais extenso. Centenas de casas ocuparam em 1994 uma área verde da margem no bairro de Passarinho, entre o Rio Beberibe e o terreno da antiga Rádio Olinda. Com a vitória da seleção brasileira na Copa do Mundo, o lugar passou a se chamar Comunidade do Tetra. As primeiras vias abertas, mesmo de barro, ganharam nomes dos jogadores tetracampeões. Quase 30 anos após a conquista daquela copa, a vila permanece sem saneamento, sem uma rua calçada, com muitos postes de madeira, com fiação irregular inclusive que vem do outro lado do rio. As ruas exalam mau cheiro de lixo e dos esgotos que navegam por entre as casas até o Beberibe. E em muitos dias

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"Prefeitura do Recife lança programa para requalificar praças da cidade"

O Prefeito João Campos lançou o Programa Tá Aprumado Praças, que  promete revitalizar e transformar 120 espaços de lazer, incorporando a participação popular através do aplicativo de mensagens WhatsApp, com o objetivo de fazer o recifense viver a sua cidade. O investimento será de R$ 60 milhões. O Programa Tá Aprumado Praças se baseia em pilares como a inclusão direta da população no processo de tomada de decisão (Com uso do aplicativo WhatsApp, cada recifense terá a oportunidade de escolher quais praças serão revitalizadas em suas comunidades e até mesmo sugerir os equipamentos que serão implantados), foco no bem-estar das crianças e a conservação do patrimônio urbano. A Prefeitura irá revitalizar, até o início de 2024, todas as 15 praças  desenhadas e projetadas pelo paisagista Roberto Burle Marx na década de 1930. O trabalho já está em andamento na Praças do Derby; Entroncamento, nas Graças; Arthur Oscar (Praça do Arsenal), no Recife Antigo; e na de Casa Forte. A ação continuará na Praça Chora Menino, Praça Maciel Pinheiro, Praça Dezessete, Largo das Cinco Pontas, Largo da Paz, Praça Salgado Filho e no Jardim da Capela da Jaqueira. Com o envolvimento direto da população, o programa vai transformar 50 praças em locais novos a partir das sugestões coletadas. Isso incluirá recuperação completa, paisagismo integrado, módulos para crianças e a restauração de áreas esportivas para a comunidade desfrutar. PARTICIPAÇÃO - A participação ativa da população no programa Tá Aprumado Praças se dará de três formas. O cidadão poderá responder uma enquete sobre qual praça deve ser priorizada,  entrando no link https://taaprumadopracas.recife.pe.gov.br/votacao-da-selecao-de-pracas/; optar sobre qual é a vocação da praça, por exemplo se ela deve ser priorizada como área verde, de esportes, espaço para academias de saúde ou atividades infantis, no link https://taaprumadopracas.recife.pe.gov.br/vote; para as empresas, adotar uma praça obtendo selo de distinção de acordo com a contribuição concedida (https://taaprumadopracas.recife.pe.gov.br/adote-uma-praca/). Para participar, é preciso se cadastrar no Conecta Recife, clicar no ícone "Tá Aprumado Praças" e receber uma mensagem pelo Whatsapp para confirmar sua identidade.

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Retratos dos Visiveis

Prefeitura do Recife divulga resultados do Censo da População de Rua

No último dia 25, a Prefeitura da Cidade do Recife, em parceria com a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), apresentou os achados do Censo da População de Rua. A população total recenseada foi de 1.806 pessoas, sendo 1.443 delas em situação de rua no momento da contagem, e 363 em abrigos. O relatório destacou a predominância masculina (76%) entre as pessoas em situação de rua. Além disso, apontou que 75% eram homens cisgêneros, enquanto 25% eram mulheres cisgêneros e trans. Quanto à etnia, cerca de 80% eram de etnia preta ou parda. O relatório também enfatizou que, embora a maioria seja composta por adultos em idade ativa (80%), existem idosos (11%) e crianças/adolescentes (4%) enfrentando maior vulnerabilidade. A pesquisa indicou que 26,5% estavam nas ruas há menos de um ano, enquanto 35% viviam nessa situação há mais de cinco anos. A pesquisa destacou que conflitos familiares (mais de 50% dos casos) são uma das razões para a situação de rua. O Censo Pop Rua é parte integrante do Programa Recife Acolhe, que busca atenuar os riscos sociais enfrentados pela população em situação de rua e reduzir as disparidades na cidade. A pesquisa não apenas identificou as pessoas, mas também estabeleceu conexões entre profissionais e indivíduos, humanizando suas histórias e vivências. Elementos como nome, cor, identidade/expressão de gênero e locais específicos da cidade ocupados por esses indivíduos foram considerados. A secretária de Desenvolvimento Social, Ana Rita Suassuna, enfatizou que o objetivo do Censo é compreender a população em situação de rua no Recife, a fim de melhorar e ampliar os serviços oferecidos a essa comunidade. A abordagem colaborativa, envolvendo profissionais com experiência direta, enriqueceu o relatório. Ana Rita ressaltou que o documento reforçará as atividades e serviços disponibilizados. Com base nos resultados, a Prefeitura anunciou o lançamento de novas iniciativas no âmbito do Programa Recife Acolhe, guiadas pelo relatório. O projeto piloto Moradia Primeiro Recife tem como alvo oferecer moradia permanente para famílias em situação de rua que não aderem aos modelos de acolhimento provisório. Além disso, o Centro Popinho, direcionado a crianças e adolescentes desacompanhados, e o Programa Pão e Letra, focado em educação e cidadania, também foram anunciados como parte dessas iniciativas.

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tom chico

Algomais vence o Prêmio Urbana de Jornalismo, com fotografia de Tom Cabral

O fotógrafo Tom Cabral venceu a 19ª edição do Prêmio Urbana – Engenheiro Pelópidas Silveira de Jornalismo, na categoria fotografia. A foto vencedora é Mobilidade nos Trilhos, que ilustrou uma das reportagens da Revista Algomais sobre os desafios do metrô do Recife. O Prêmio Urbana de Jornalismo é promovido pela Urbana-PE em parceria com o Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco (Sinjope) e tem o objetivo de incentivar reportagens que abordem o tema mobilidade urbana. Além de Tom Cabral, foram anunciados como vencedores no Prêmio os trabalhos Calçadas: caminho para a cidadania (de Marília Parente, do Portal Leia Já) e RotaViva – Pela preservação da vida (Roberta Soares, do Podcast Programa RotaViva).

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Greve dos metroviários pautou o debate do transporte sobre trilhos

Hoje o senador Humberto Costa promove uma visita às instalações do Metrorec, juntamente com um conjunto de parlamentares da bancada pernambucana. O embate das últimas semanas tem como principal ponto de discussão a possibilidade de privatização do sistema de transporte de passageiros sobre trilhos no Recife. Estão confirmadas as presenças da senadora Teresa Leitão e do deputado Túlio Gadêlha. A empresa enfrenta há anos uma crise na prestação de serviços, principalmente após a entrada no Programa Nacional de Desestatização (PND), no início do Governo Bolsonaro. Ano a ano, o orçamento executado da CBTU no Recife era inferior à metade solicitada para a operação, tendo em alguns anos atingido pouco mais de 30%. A pandemia agravou a crise, com a queda considerável do número de passageiros por dia. Desde que o Governo Lula assumiu o poder executivo, havia uma grande expectativa de que o rumo para o sistema traçado pelo Governo Bolsonaro fosse revertido. Mas até agora não foi. O assunto é tão delicado que até então o Governo Federal tem se esquivado de responder sobre o futuro do sistema. Questionado em uma coletiva, o ministro da Fazenda Fernando Haddad indicou que empresas que prestam serviço de interesse social não deveriam ser privatizadas. Porém, deixou em aberto o futuro da CBTU, sem tratar especificamente sobre o caso do Metrô do Recife, conforme foi questionado. Em outra ocasião, o ministro Rui Costa indicou apenas que o metrô estaria recebendo estudos no PAC para ser requalificado. Sem tratar do modelo de gestão. Os metroviários criaram uma caravana para realizar um protesto em Brasília, em frente ao Palácio do Planalto, juntamente com os profissionais da Trensurb, do Rio Grande do Sul, que vive uma situação semelhante. As lideranças sindicais não foram recebidos pelo presidente Lula, mas pelo ministro da Secretaria Geral da Presidência da República do Governo Lula, Márcio Macedo. A governadora Raquel Lyra, mesmo tendo tratado na campanha eleitoral o metrô como prioridade, também não sentou com os metroviários. Ela também não está na agenda programada hoje pelo senador Humberto Costa. Mais que uma visita para constatar a degradação do sistema sobre trilhos no Recife, a ação de hoje tem a relevância de insistir na tentativa de abertura de um debate sobre o metrô. Audiências públicas já aconteceram na Câmara dos Vereadores, na Assembleia Legislativa e no Senado. Hoje, o palco será na Unicap, reunindo representantes de vários setores. Mas é fundamental que o Governo Federal, que tem a tomada de decisão na mão, se manifeste. "Estamos reunindo forças para buscar soluções. O metrô do Recife é um dos principais serviços de transporte público da Região Metropolitana, mas sofreu um absurdo processo de sucateamento. O sistema foi abandonado e não atende às necessidades da população, além de colocar em risco a segurança dos trabalhadores. Vamos seguir atuando, de maneira coletiva, para encontrar alternativas que garantam a recuperação da rede e restabeleça a segurança e o conforto dos passageiros e dos trabalhadores", afirmou Humberto. Além dos parlamentares, debate deve ter as presenças do diretor-presidente do Grande Recife Consórcio de Transportes, Matheus Freitas, do superintendente da CBTU, Dorival Martins, da chefe do Departamento de Estruturação de Projetos do BNDES, Anie Amicce, e do presidente do Sindicato dos Metroviários de Pernambuco, Luiz Soares. Existe um consenso sobre a necessidade de recuperação do sistema do metrô, que foi abandonado e atende majoritariamente a população trabalhadora e mais pobre da Região Metropolitana do Recife. O caminho traçado pelo Governo Bolsonaro para o setor de transporte sobre trilhos, no entanto, não é unanimidade. Além do impacto na tarifa, que é uma certeza desse processo, as experiências de outros sistemas amadurecidos que foram privatizados no Brasil não são satisfatórias. O maior exemplo atual é a Supervia, no Rio de Janeiro, mas não é o único. A própria Rede Ferroviária, que tinha uma forte operação em Pernambuco, é um case relevante a ser analisado. Boas decisões não partem de portas fechadas, estudos secretos e sem debate público. O futuro do metrô já está na boca de todo recifense. É preciso qualificar a discussão, com a participação direta dos tomadores de decisão. Pernambuco já perdeu no passado milhares de quilômetros de trilhos em um processo semelhante e hoje luta com muito esforço para retomá-los com a Transnordestina. O Estado quase perde o novo ramal da Transnordestina, também por uma decisão ancorada em estudos sigilosos. A lição tem que ser aprendida. LEIA TAMBÉM

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Tatico Dois Irmaos

Intervenção no Parque de Dois Irmãos visa garantir segurança viária e espaço público

A Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) estará inaugurando hoje (18) uma revitalização do espaço em frente ao Horto de Dois Irmãos. O projeto foi desenvolvido em parceria com a Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária (BIGRS) e a Secretaria Executiva de Comércio Popular, com o propósito de promover uma convivência mais segura e saudável entre pedestres e veículos. A área será reconfigurada para oferecer mais travessias e espaços dedicados aos pedestres. Com um olhar voltado à redução de velocidades e ao aumento da segurança, o projeto também incluirá elementos que promovam a adequação de velocidade dos veículos. Cerca de 960 pedestres, em sua maioria crianças, transitam pela região a cada hora devido à proximidade do Parque de Dois Irmãos. Reconhecendo a vulnerabilidade desse grupo, especialmente às distrações e aos impactos, a intervenção contará com nove novas travessias e uma expansão de calçadas, abrangendo 1.900 m². Essa ampliação beneficiará o trânsito seguro de pedestres e também acomodará atividades comerciais populares. O novo desenho viário buscará promover um ambiente seguro e tranquilo. As calçadas expandidas e as travessias adicionais contribuirão para um zigue-zague na pista, desacelerando os veículos motorizados. Além disso, a velocidade máxima permitida será readequada para 30 km/h, alinhando-se com as recomendações das Nações Unidas para vias locais. Bancos e balizadores serão implementados como parte do mobiliário urbano, enquanto um sentido único em direção à UFRPE será adotado nas vias da Praça, melhorando a circulação e a organização do trânsito. A relevância dessa intervenção é ressaltada pela incidência de 26 acidentes com vítimas registrados nos arredores da Praça Farias Neves entre 2017 e 2023. “Identificamos que esse era um ponto que merecia um ordenamento especial devido ao número de sinistros de trânsito e por ser uma área com grande fluxo de pedestres. Uma rua com uma velocidade adequada, estacionamentos ordenados e espaços segregados, como estamos fazendo aqui em Dois Irmãos, é uma rua cuja sinalização induz ao respeito e, com isso, salva vidas”, destaca Antônio Henrique, gerente geral de mobilidade humana da CTTU. Hoje a CTTU está realizando atividades educativas sobre trânsito, enquanto a Secretaria da Primeira Infância proporcionará uma biblioteca itinerante em colaboração com o Parque Estadual Dois Irmãos.

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marcus andre silva

"Podemos aprender com o mangue a nos adaptar às mudanças climáticas"

Marcus André Silva, Professor do Departamento de Oceanografia da UFPE, alerta que o processo de modificação do clima tem ocorrido de forma mais acelerada do que apontavam as previsões, mas que o Brasil tem potencial para adotar soluções para mitigar os danos do fenômeno, muitas delas baseada na natureza. Diante dos efeitos das mudanças climáticas, que seguem em ritmo acelerado, teremos que encontrar soluções que se adaptem à natureza ao invés de confrontá-la. A recomendação é do professor do Departamento de Oceanografia da UFPE Marcus André Silva. Ele sugere que em alguns lugares do Recife, poderemos não recorrer à fria engenharia que ergue barreiras de concreto para impedir a cheia da maré, mas deixar que a água invada e depois vá embora. “Em Veneza, por exemplo, nas macro-marés, alguns lugares são alagados e todo veneziano sai de galocha”, compara o professor que também é coordenador substituto do Centro de Estudos Avançados da universidade. Assim como Chico Science inspirou-se na riqueza da vida no mangue para produzir a sua arte, Marcus Silva, pelas vias da ciência, nos convida também a aprender com esse ecossistema que convive com as oscilações da maré. Nesse sentido, até a palafita pode se tornar uma boa solução, desde que receba modificações para que se transformar numa moradia digna aos ribeirinhos. Nesta entrevista a Cláudia Santos, o oceanógrafo fala dessas soluções, explica como acontece o complexo processo de elevação do nível dos oceanos e alerta que temos que ser ligeiros em abandonar práticas como o uso de combustíveis fósseis porque o curso das mudanças climáticas está mais adiantado do que mostraram as previsões dos estudiosos. Como se dá o processo de elevação do nível dos oceanos? Não é um processo simples, ele envolve uma série de características físicas associadas à água, principalmente a do mar, e ao processo de mudança climática, que começou a partir da Revolução Industrial. Esse evento provocou o aumento das emissões de gás carbônico na atmosfera, que age como um filtro, impedindo que o calor seja dissipado para o espaço. Isso faz com que o planeta retenha mais calor. O oceano é um elemento importante no balanço da temperatura do planeta. Esses 2/3 de água que fazem parte da superfície da Terra retém 90% do calor que é absorvido da radiação solar. Se o continente não tivesse a parcela de oceano, a temperatura entre dia e noite oscilaria bastante. Um exemplo é o deserto do Saara, que é carente de água. Durante o dia ele chega a quase 50°C e, à noite, a temperatura está abaixo de zero. Enquanto no Recife, às margens do Atlântico, mesmo no inverno, a temperatura ficar abaixo de 20° é muito raro, porque recebemos o calor do oceano. Uma vez que aumenta o calor retido no planeta, a temperatura da superfície do mar também aumenta e aí a água vai expandir, vai haver o processo de expansão térmica, um fenômeno físico. Mas esse fenômeno não acontece apenas na superfície do oceano. Se focarmos na temperatura do Atlântico tropical, por exemplo, ela é mais quente até mais ou menos uns 100m de profundidade. Mas no oceano profundo, a 4 mil metros, as temperaturas caem para 4°C. Essa é uma água mais fria, que vem do Ártico e da Antártica. Nos oceanos há uma circulação que conecta a circulação superficial da água, que é basicamente induzida pelo vento, e a circulação profunda, induzida pelas diferenças de temperatura e salinidade que comandam a densidade da água. Então, se a gente tem uma água gelada mais densa ela vai empurrar uma água mais quente e menos densa. Basta pensar num aquário: se colocarmos água gelada de um lado e água quente do outro e juntarmos essas duas águas, a água gelada tende a circular por baixo e a água quente vai circular por cima. Existe um processo que é a circulação profunda da água do mar que vem dos polos para a região tropical e a água quente vai passar a fluir na superfície ao ser empurrada pela água fria da profundidade. Um processo que é contínuo. Acontece que há um aquecimento dos polos, principalmente do Ártico, que está perdendo massa de gelo, de permafrost, o gelo permanente do Ártico. As previsões apontam que essa água doce, que está aportando do desgelo da calota polar, tem a tendência de enfraquecer a circulação profunda. Ela é doce porque quando a água marinha congela, o sal fica na superfície. E, como eu disse, além da temperatura, a salinidade também aumenta a densidade dessa água e ela afunda, fazendo com que ela seja a bomba, o propulsor dessa circulação profunda. Mas com o aporte de água doce do derretimento da calota das geleiras, a água está menos salina, o que diminui a densidade da água do mar do Ártico enfraquecendo essa circulação profunda. Aí, ocorre o enfraquecimento do que chamamos de Célula de Revolvimento Meridional. Ela conecta as principais correntes num processo em que a circulação superficial da água do mar retira calor dos trópicos e o leva para as regiões temperadas e aos polos. A Célula de Revolvimento Meridional funciona como grande trocador de calor do planeta mas, ao enfraquecer, leva o planeta a reter mais calor na superfície do oceano tropical e diminuir o transporte de calor superficial para as regiões temperadas dos hemisférios sul e norte que tendem a ficar mais frias. Por isso que hoje falamos de mudança climática e não de aquecimento global, porque há uma transformação do clima no planeta todo onde algumas regiões apontam ficar mais frias e, outras, mais quentes. Além disso, essa água profunda também está esquentando, logo também está expandindo. Então, não temos só o processo da radiação e da temperatura da atmosfera induzindo a circulação e a temperatura da superfície do mar mas, também, uma tendência de aquecimento de toda a água do oceano. Isso é um processo lento, que as previsões avaliam começar em 2100 e evoluir ao longo do dos séculos. Então o processo é muito mais complexo do que o

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Quais os documentos necessários para regularizar um imóvel?

Dados do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional apontam que 60% dos imóveis do Brasil estão irregulares, ou seja, sem escritura pública e registro. Essa situação pode trazer muita dor de cabeça para as pessoas que adquiriram o imóvel por meio apenas do contrato particular de compra e venda ou um simples recibo, pois não há nenhuma garantia jurídica no que se refere à conclusão do processo de transferência da propriedade. Para evitar danos, que podem chegar à perda do imóvel, a especialista em negócios imobiliários do cartório Andrade Lima, Rayssa Véras, detalha o que precisa ser feito para regularizar o bem. “Um imóvel sem escritura pública registrada no cartório de imóveis competente, é a mesma coisa que um cidadão sem RG. Um imóvel irregular perde, em média, 30% do seu valor de mercado”, explica. Os principais documentos necessários para se regularizar um imóvel são: contrato particular de promessa de compra e venda, escritura pública do imóvel realizada no Tabelionato de Notas, certidão de matrícula atualizada, certidões negativas em nome do vendedor e em relação ao imóvel e certidão de regularização do Habite-se. “É possível que a depender de cada caso, o Cartório de Registro de Imóveis requeira outros documentos afim de instruir melhor o processo de registro”, explica Rayssa. A primeira etapa é realizar o lançamento do imposto (ITBI) perante a Prefeitura, em seguida, com a quitação em mãos, dirija-se a um cartório com o contrato particular de promessa de compra e venda, juntamente com os documentos pessoais das partes envolvidas para que a escritura pública possa ser efetuada e assinada por todos. Logo após, ela será levada, finalmente, para ser registrada, sendo este o ato final que concederá a transferência de propriedade. “Em um imóvel avaliado em R$ 300 mil, por exemplo, desde o lançamento do ITBI até o momento final do registro, gasta-se entre R$ 18 mil e R$ 20 mil para regularizar tudo certinho. Não é um valor baixo, considerando que o processo de regularização equivale a 6% do valor do imóvel, mas é um custo bem abaixo se pensarmos no quanto iríamos gastar mais na frente com outros tipos de regularizações mais complexas como é o caso da Usucapião, por exemplo”, acrescenta Rayssa. Segundo a especialista, um imóvel irregular traz problemas não apenas para os donos, mas também para toda uma cadeia negocial que vai desde os gestores públicos e o próprio mercado imobiliário. “Então caso você já more em um imóvel sem escritura, procure um tabelionato de notas para iniciar o processo de regularização”.

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Pesquisa da CNI aponta que menor preço faria brasileiros usarem transporte público

Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que a redução de preço da tarifa (25%), a diminuição do tempo de espera (24%) e o aumento da segurança (20%) são os principais incentivos que poderiam levar os não usuários de transporte público a adotarem essa opção nas grandes cidades. O estudo entrevistou 2.019 pessoas em municípios com mais de 250 mil habitantes nas 27 unidades federativas. Os entrevistados também apontaram outras melhorias que poderiam estimular o uso do transporte público, como maior disponibilidade de linhas e percursos, maior conforto interno, melhoria na qualidade dos veículos e tempos de viagem mais curtos. De acordo com a pesquisa, o carro ainda é o meio de transporte mais utilizado diariamente pelos entrevistados, representando 75% das respostas. Em seguida, vêm a motocicleta (60%) e a bicicleta (54%). O ônibus é o meio de transporte coletivo mais frequente, com 50% das pessoas utilizando-o diariamente ou quase todos os dias. A pesquisa também destacou a importância da segurança para o estímulo ao uso da bicicleta, com 39% dos entrevistados afirmando que usariam mais esse meio se houvesse melhorias nesse aspecto. Além disso, o respeito dos motoristas aos ciclistas (35%) e a expansão das ciclovias e ciclofaixas (27%) também seriam incentivos significativos. Outro ponto relevante da pesquisa é a avaliação positiva dos serviços de carros por aplicativos, que foram considerados bons ou ótimos por 64% dos usuários, superando em mais que o dobro a avaliação positiva dos táxis (30%). O metrô foi o segundo serviço mais bem avaliado, com 58% de ótimo ou bom. A pesquisa foi conduzida pelo Instituto Pesquisa de Reputação e Imagem (IPRI) entre 1º e 5 de abril, a pedido da CNI, com margem de erro de 2 pontos percentuais e intervalo de confiança de 95%. Queda na Utilização de Ônibus Urbanos no Brasil é Atribuída à Pandemia O sistema de transporte público por ônibus urbanos no Brasil experimentou uma queda de 24,4% na demanda entre 2019 e 2022, principalmente devido aos impactos da pandemia. Isso resultou em quase 8 milhões de deslocamentos diários de passageiros a menos, em média, nesse período. Esses dados foram divulgados durante o lançamento do Anuário 2022-2023 da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU). Embora tenha havido um aumento de 12,1% na demanda e de 10,3% na produtividade do sistema em 2022 em comparação com 2021, o segmento ainda não conseguiu se recuperar completamente dos níveis pré-pandemia.

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