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Prepare-se para cair no frevo: cuidados essenciais com corpo e alimentação no Carnaval

De roupas leves e tênis confortáveis a uma alimentação equilibrada e hidratação reforçada, especialistas compartilham dicas indispensáveis para garantir energia e segurança durante os dias de folia O carnaval é sinônimo de festa, alegria e muita energia. No entanto, para aproveitar todos os dias de diversão sem comprometer a saúde, é essencial cuidar do corpo e da alimentação. O personal trainer Elton Alves, o fisioterapeuta Diogo Novaes e a nutricionista Julia Acioli trazem orientações valiosas para os foliões que desejam cair no frevo com disposição e bem-estar. Segundo o personal trainer Elton Alves, o uso de um bom tênis é fundamental para o conforto durante as longas horas de folia. "Um calçado adequado com bom amortecimento reduz o impacto nas articulações e proporciona mais comodidade nos movimentos", explica Elton Elton também ressalta a importância de alongamentos e mobilidades antes, durante e após os dias de festa. "Ainda que seja difícil manter a disciplina no calor do momento, parar por alguns minutos para alongar ajuda a reduzir a rigidez muscular, e fazer mobilidades irá ajudar as articulações", orienta. Para um Carnaval mais saudável, ele recomenda, além disso, o uso de roupas leves e respiráveis, que permitam a ventilação do corpo. Lesões - O asfalto, por ser uma superfície dura, aumenta o impacto nas articulações, especialmente joelhos, tornozelos e quadril. Se você já tem algum histórico de dor ou lesão, o risco pode ser maior. “Para diminuir os riscos de problemas, use tênis com bom amortecimento, que ajudam a absorver o impacto e reduzem a sobrecarga nas articulações. Além disso, mantenha a postura corporal ao caminhar ou dançar, evitando movimentos bruscos. Alongar-se e fazer mobilidade antes de sair e ao final do dia também ajuda a diminuir a rigidez muscular e protege as articulações”, informa Elton Alves.  Ouça seu corpo - É importante ouvir seu corpo. Se sentir muito cansaço ou dores, faça uma pausa e procure relaxar, mesmo durante a folia. Alterne momentos mais animados com períodos de descanso, preferencialmente sentado ou em um ambiente mais tranquilo e arejado. Hidratação e alimentação adequada também são indispensáveis. “Durante os intervalos dos dias de Carnaval, priorize o sono e evite excesso de atividades físicas intensas para permitir que o corpo se recupere. E lembre-se: dormir de 7 a 9 horas por noite é essencial para estar pronto para o dia seguinte”, lembra o profissional de educação física.  Como cuidar do corpo para curtir o carnaval sem dores nas ladeiras de Olinda Entre os pulos no frevo, a subida das ladeiras e a energia contagiante dos blocos de rua, o Carnaval de Olinda exige cuidado redobrado para evitar lesões e desconfortos físicos. O fisioterapeuta Diogo Novaes compartilha orientações valiosas para garantir uma folia saudável e sem dores. Priorize o alongamento “Dedique alguns minutos antes e depois da folia para alongar o corpo. Um bom alongamento aumenta a flexibilidade, ativa a circulação e prepara os músculos para o esforço repetitivo, reduzindo o risco de lesões”, orienta Diogo Novaes, reforçando as orientações de Elton Alves. Movimentos para as pernas, lombar e panturrilhas devem ser prioridade, já que essas áreas são muito exigidas durante o Carnaval. Evite exageros e proteja suas articulações O impacto causado pelo asfalto e as descidas íngremes das ladeiras pode sobrecarregar articulações, principalmente dos joelhos. "Utilizar um tênis com bom amortecimento é fundamental para diminuir a pressão sobre as articulações. Também é importante respeitar os limites do corpo, evitando saltos muito frequentes ou movimentos bruscos que forcem os joelhos ou tornozelos", explica o especialista. Cuidado com a lombar Os movimentos intensos e contínuos ao som do frevo podem impactar a região lombar, especialmente se a postura não for mantida. “Enquanto você dança ou caminha atrás dos blocos, tente manter uma postura mais alinhada, evitando arqueamentos exagerados da coluna”, aconselha Diogo. Descanso é parte essencial da festa Mesmo durante a folia, é fundamental encontrar momentos para relaxar. "Busque áreas mais tranquilas para se sentar e descansar, aliviando a pressão das articulações e dando uma pausa para o corpo se recuperar. A cada duas ou três horas, tente alternar entre momentos de grande atividade e períodos de repouso", orienta Diogo Novaes. "Lembre-se de que é melhor desacelerar um pouco e aproveitar o feriado inteiro, do que exagerar no primeiro dia e perder o restante", finaliza o fisioterapeuta. Mantenha alimentação saudável durante os festejos de momo Para a nutricionista Julia Acioli, a base de uma folia saudável está na alimentação adequada e equilibrada. "Priorize carboidratos complexos como a batata-doce, inhame, macaxeira e, que garantem energia de longa duração. Combine com boas fontes de proteína, como peito de frango, ovos, atum e cortes magros de carne vermelha, para auxiliar na saciedade e evitar a perda de massa muscular", aconselha. Ela destaca a importância de lanches práticos e nutritivos. "Castanhas, frutas desidratadas e barrinhas de proteína são ótimas opções para levar com você. Porém, é necessário redobrar o cuidado com alimentos vendidos na rua, especialmente os que precisam estar bem condicionados, pois podem estragar rapidamente no calor." A hidratação também é um ponto-chave para a nutricionista. "Beba água constantemente e alterne com isotônicos ou água de coco, que ajudam a repor os sais minerais perdidos pelo suor. Outra boa estratégia é levar um gel de carboidrato na bolsa ou pochete, especialmente em situações de longas horas de folia, pois o gasto energético é elevado e geralmente a alimentação fica comprometida. Esses géis oferecem uma reposição rápida de energia, mas é fundamental lembrar que não substituem uma refeição." Julia reforça que evitar bebidas alcoólicas em excesso é essencial para manter a energia e o bem-estar. Alimentos perecíveis e seus riscos nas ruas Alimentos perecíveis, como maionese, carnes, cremes e preparações com leite ou ovos, podem estragar rapidamente quando expostos ao calor. No Carnaval, com altas temperaturas e grande circulação de pessoas, esses alimentos vendidos na rua são um risco maior para intoxicação alimentar. “O consumo de alimentos contaminados pode causar náuseas, vômitos, diarreia, febre e dores abdominais, prejudicando a folia e podendo necessitar atendimento médico”, alerta a nutricionista

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Demetrius Montenegro

"Em época de férias, com aglomerações e confraternizações, a transmissão dos vírus da Covid aumenta"

Chefe do Serviço de Infectologia do Hospital Oswaldo Cruz, Demetrius Montenegro diz que, graças à vacina, a Covid deixou de ser uma doença grave, mas apresenta grande capacidade de transmissão. Ele também avalia a possibilidade de aumentar os casos de dengue hemorrágica em Pernambuco, as perspectivas da nova vacina contra a dengue e as chances de ocorrer uma nova pandemia. Dados compilados por pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) e da Unesp (Universidade Estadual Paulista) revelam que o Brasil contabilizou 57.713 casos de Covid-19 nas três primeiras semanas de 2025, o maior registro dos últimos 10 meses. O número representa um aumento de 151% nos diagnósticos da doença em comparação com as três últimas semanas do mês passado que somaram 23.018 infecções. Mas de acordo com o infectologista Demetrius Montenegro, chefe do Serviço de Infectologia do Hospital Oswaldo Cruz, esse aumento ainda é bem menor do que foi registrado no período do final de 2023 para o início de 2024. Nesta entrevista a Cláudia Santos, Montenegro, que também é infectologista do Hospital Português, explica que o SARS-CoV-2, o vírus da Covid, tem uma capacidade de transmissão muito grande mas, graças à vacina, a maioria dos casos não apresenta gravidade. Ele também analisou a possibilidade de aumentar a prevalência do sorotipo 3 da dengue em Pernambuco, o que provocaria um aumento de casos com sintomas graves, como a hemorragia. O infectologista abordou ainda o impacto das mudanças climáticas no aumento das infecções e não descartou a hipótese de o mundo enfrentar outra pandemia. No verão, o número de casos de algumas viroses tende a aumentar. Por que isso acontece? Alguns vírus têm um comportamento sazonal. Ou seja, dependendo da época ou estação do ano, determinado vírus pode ter uma circulação maior. A característica da sazonalidade do vírus da Influenza é vir principalmente em épocas mais chuvosas ou na época de inverno, porque favorece a aglomeração das pessoas. Há, por exemplo, um vírus respiratório que acomete muito crianças no período de abril a maio. No caso do SARS-CoV-2, que é o vírus da Covid, em duas épocas do ano, mais ou menos, haverá um aumento do número de casos. Estamos observando que, em época de férias, aglomeração e confraternizações, a transmissão dos vírus aumenta. Em janeiro de 2024, também houve um aumento dos casos de Covid, como em janeiro de 2025. No entanto, este ano, o aumento ainda é um número bem menor do que foi o período do final de 2023 para o início de 2024. Ou seja, o vírus da Covid mudou muito sua genética. Antes, era um vírus devastador, muito grave, agora, com essas novas variantes, ele se transformou num vírus que tem uma capacidade de transmissão muito maior, porém uma gravidade menor. Vírus respiratórios podem circular ao longo do ano todo mas, em alguns períodos, pode aumentar sua transmissão. Então a capacidade de transmissão do vírus da Covid é maior que a da Influenza? Sim. Na influenza, mesmo que as pessoas não se isolem em casa, às vezes, apenas uma ou duas pessoas se contaminam, mas, na Covid, muito mais gente vai se contaminar. Outra diferença é que a vacina da gripe tem uma eficácia maior para proteger contra a doença. Então, a grande vantagem da vacina da Covid não é a pessoa não pegar a doença, lógico que diminui a chance de contaminação, mas o grande ganho é prevenir a evolução para casos mais graves. Por isso, a história da Covid hoje é outra, passamos de um conto de terror para praticamente um conto de fadas, a realidade hoje é totalmente diferente. Nas regiões Sul e Sudeste, principalmente no litoral, há relatos de contaminação por norovírus, que causa sintomas como diarreia. O número foi maior que nos anos anteriores. No Nordeste, também houve aumento dos casos? Existem vírus cuja característica é de transmissão respiratória e causam doenças respiratórias, e outros que podem até ter transmissão respiratória mas seu local de proliferação é o trato gastrointestinal, causando doenças gastrointestinais e também podem ser transmitidos por meio da ingestão de alimentos contaminados. Esse tipo de vírus é realmente mais comum nesta época do verão, como aconteceu no litoral do Sudeste, principalmente de São Paulo onde houve uma epidemia desse vírus. Ou seja, há relação com a água contaminada, praia contaminada, principalmente nessas grandes cidades, onde, por mais que haja cuidados, é mais comum a água do mar ser contaminada pelo esgoto. Então, as pessoas podem adoecer e também transmitir. Já aqui no Nordeste, não observamos. Se houve, foram casos bem pontuais de diarreia, mas que não se caracterizavam como uma transmissão viral em massa, como uma epidemia. Ficou restrito realmente no Sul e Sudeste. Além das vacinas, há alguma forma de prevenção contra essas infecções, tanto as respiratórias quanto as do trato gastrointestinal? Sim, o afastamento social. Não me refiro ao isolamento, que tem o estigma da doença infecciosa como a Covid no momento crítico quando a pessoa tinha que ficar trancada no quarto. Mas o recomendado é você se afastar de outras pessoas, principalmente no ambiente de trabalho, ou usar máscaras. É sabedoria dos povos orientais que, antes mesmo da existência do vírus da Covid, usam máscaras quando estão com sintomas respiratórios. Isso já seria uma quebra muito grande da transmissão. Associado a isso, a vacina vem se mostrando, cada vez mais, a grande ferramenta e foi o que girou a chave em relação à pandemia. E não só a pandemia da Covid mas, também, a pandemia do H1N1 que foi uma variante da Influenza totalmente desconhecida do nosso sistema imunológico e, assim como a Covid, pegou o mundo desprotegido. Rapidamente, quando a população começou a se vacinar, o número de casos diminuiu. Então, a vacina é fundamental, assim como a lavagem das mãos e aquela etiqueta respiratória de cobrir o nariz ao espirrar para diminuir a quantidade de partículas e do vírus no ambiente e nas superfícies. Em relação à Covid, os testes de farmácia são válidos ou o recomendável é fazer em laboratório? Eles

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Therapy Training: exercício físico como terapia ganha espaço na saúde e reabilitação

Profissional de Educação Física e Fisioterapeuta cria método que alia exercício físico e reabilitação Com mais de duas décadas de experiência em Educação Física e Fisioterapia, Michelle Sousa Dias desenvolveu o conceito de Therapy Training. O método une diversas abordagens do exercício físico e da reabilitação para promover a saúde e a qualidade de vida, indo além da estética e do desempenho atlético. Inspirado por experiências em UTIs e academias, o Therapy Training busca um olhar personalizado sobre a condição clínica de cada paciente, trazendo um novo conceito de profissional: o Therapy Trainer. O exercício físico é amplamente reconhecido por seus benefícios à saúde, mas seu potencial terapêutico ainda não é plenamente explorado. Pensando nisso, Michelle Sousa Dias criou o Therapy Training, um método que integra diferentes técnicas para tornar o movimento uma ferramenta essencial na prevenção e no tratamento de diversas condições. "A necessidade de movimentação adequada dos pacientes transplantados para melhorar a perfusão e o funcionamento do órgão transplantado foi um divisor de águas no meu entendimento sobre o papel do exercício físico na medicina", destaca Michelle, que atuou na UTI de Transplante do Hospital Pedro II (IMIP). Atividade Física x Exercício Físico: entenda a diferença Antes de aprofundar o conceito de Therapy Training, é essencial compreender a diferença entre atividade física e exercício físico, dois termos frequentemente confundidos, mas com propósitos distintos para a saúde. De acordo com especialistas, a atividade física engloba qualquer movimento corporal que resulte em gasto energético acima do metabolismo de repouso. Isso inclui tarefas cotidianas, como caminhar, dançar, cozinhar e cuidar do jardim. Já o exercício físico é caracterizado como uma atividade planejada, estruturada e repetitiva, com o objetivo de melhorar ou manter componentes da aptidão física, como força muscular, resistência cardiovascular, equilíbrio e flexibilidade. É nesse contexto que o Therapy Training se destaca. A abordagem utiliza o exercício físico de forma planejada e personalizada, não apenas como uma forma de manutenção da aptidão física, mas também como um recurso terapêutico. Com um acompanhamento especializado, essa metodologia contribui para a reabilitação e prevenção de diversas condições de saúde, promovendo bem-estar e qualidade de vida. Compreender a distinção entre atividade e exercício físico é essencial para adotar práticas adequadas e obter os melhores resultados para a saúde física e mental. Contexto do método Diante dessa vivência, a profissional buscou especializações que complementassem sua prática. Entre elas, destacam-se o Pilates, a metodologia École du Dos do fisioterapeuta André Petit, a certificação CFSC (Certified Functional Strength Coach) de Michael Boyle e o método Rehab Barbell do Dr. Michael Mash. "Unindo esses conhecimentos, concebi o Therapy Training, que combina o melhor de cada método para oferecer um programa de exercícios altamente personalizado", explica Michelle. "Esse conceito traz uma nova categoria de profissional: o Therapy Trainer, aquele que aplica o exercício físico com um olhar clínico e personalizado, indo além do treinamento convencional". O papel do Therapy Trainer - Diferente do personal trainer tradicional, que foca principalmente em desempenho e estética, o Therapy Trainer trabalha com uma abordagem integrativa. Ele avalia histórico clínico, padrão respiratório, mobilidade e outras particularidades do paciente antes de elaborar um programa de exercícios. Os principais diferenciais desse profissional são: Para Michelle, o Therapy Training representa um avanço na maneira como o exercício é utilizado na saúde. "O movimento tem um poder transformador. Quando aplicado com precisão e conhecimento, pode ser um divisor de águas na reabilitação e na prevenção de doenças", conclui. Histórico: paixão pela reabilitação e movimento A inquietação em aprofundar os conhecimentos sobre o exercício físico como ferramenta terapêutica surgiu cedo para Michelle Souza Dias, filha de um médico cardiologista. Após a formação em Educação Física, a curiosidade a levou a ingressar também na faculdade de Fisioterapia em 2007. Ao longo da trajetória acadêmica e profissional, o interesse por compreender doenças, suas fisiopatologias e os processos de reabilitação e restauração de função se tornou cada vez mais evidente. Diante desse cenário, Michelle decidiu estruturar um método próprio de trabalho, combinando diferentes abordagens para potencializar os benefícios do exercício na reabilitação. Para isso, buscou certificações que complementassem sua prática profissional, trazendo embasamento técnico e inovação ao atendimento. Entre as especializações adquiridas, destacam-se: O método é um olhar atento à individualidade de cada paciente, sendo uma dinâmica atual e integrativa na área da reabilitação e do fortalecimento físico, unindo ciência e prática para promover qualidade de vida e recuperação eficaz. Michelle Sousa Dias @michellediastherapytrainer | Email: therapytrainermd@gmail.com 3ª edição do Difusora Running em Caruaru abre inscrições Já estão abertas as inscrições para a 3ª edição do Difusora Running, que este ano será realizado no dia 17 de maio. O evento que já está no calendário esportivo da cidade, abriu o primeiro lote de inscrições com valor promocional. Nesta primeira etapa, os interessados em participar podem realizar a inscrição através do site: https://www.ticketsports.com.br/. A inscrição custa R$ 110,00 mais 1kg de alimento não perecível que deve ser entregue no dia da retirada do kit. Os participantes PCD têm desconto de 50%.Este ano os competidores irão concorrer nas categorias de caminhada 3km e corrida, segmentados por masculino e feminino, em trajetos de 5km e 10 km. A premiação será destinada aos competidores da categoria corrida de rua. Nos dias 14, 15 e 16 de maio, os atletas devem retirar o kit corrida no Shopping Difusora, no stand de atendimento que será montado no shopping. O kit é composto de camisa Dry-Fit Sport, com 50% UV, sacochila, chip descartável, número de peito, medalha (entregue após a conclusão da prova). O kit só será retirado com a identificação do participante e a entrega do alimento não perecível. Não será entregue kit no dia do evento. A largada da corrida e  chegada será na Avenida Agamenon Magalhães, em frente ao Difusora, onde será montada uma estrutura para receber os corredores, que durante o percurso, receberão água e ao fim do evento, uma mesa com frutas será disponibilizada para hidratação dos atletas. Informações clique AQUI Hobbyterapia: como atividades manuais e criativas ajudam na saúde mental | Técnica

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neurodivergente

Cresce o número de diagnósticos de neurodivergências

Especialistas apontam que crescimento se deve ao avanço dos critérios diagnósticos, ao maior acesso aos técnicos de saúde e à conscientização da população. Mas há profissionais que enxergam nesse aumento uma tendência à medicalização do comportamento humano e a transformação das emoções em transtornos. *Por Rafael Dantas Talvez você tenha percebido uma presença maior de estudantes no espectro autista nas escolas ou mesmo nas ruas. Ou notado mais diagnósticos de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) e dislexia, inclusive em adultos. Essas são algumas das principais condições neurodivergentes representadas pelo símbolo do infinito colorido ou pelo quebra-cabeça, este último associado ao autismo. Enquanto essas imagens ganham espaço em campanhas na mídia, essa população também se destaca em produções audiovisuais de sucesso, como The Good Doctor ou Uma Advogada Extraordinária. Mas, afinal, onde estavam essas pessoas décadas atrás? Em apenas um ano, o número de alunos com autismo matriculados nas escolas brasileiras aumentou 48%, de acordo com o Censo Escolar de 2023. O crescimento dos diagnósticos dessa condição é uma tendência global, conforme aponta o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos. Na década de 1970, o autismo era identificado em cerca de 1 em cada 10 mil crianças. Em 1995, essa proporção subiu para 1 em cada 1.000 e, em 2023, alcançou 1 em 36, evidenciando uma evolução significativa nos índices. Os dados referentes ao tamanho da população no TEA (Transtorno do Espectro Autista), por exemplo, ainda são desconhecidos. Porém, esse tema foi incluído na última pesquisa do Censo Demográfico 2022, ainda não divulgado. A população neurodivergente é formada por pessoas que apresentam autismo, TDAH, dislexia, síndrome de Tourette, entre outras condições. Esses grupos são caracterizados por apresentarem diferenças no funcionamento cerebral que afetam áreas como percepção, processamento de informações, comportamento e interação com o ambiente. Essas diferenças podem incluir desafios em algumas habilidades, como atenção, leitura ou interação social mas, também, pontos fortes únicos, como criatividade, memória ou resolução de problemas. Apesar da maior percepção da presença dessa população na sociedade e dos expressivos números de novos diagnósticos, há diferentes interpretações para explicar esse crescimento. A corrente científica majoritária considera três fatores principais: a amplitude dos diagnósticos, o maior acesso aos profissionais de saúde e a conscientização da população. “Neurodiversidade é um conceito que reconhece a variabilidade do nosso funcionamento neurológico. Temos os marcos do desenvolvimento mas todos não seguem o mesmo padrão”, afirma Victor Eustáquio, sócio-fundador da Somar Special Care, psicopedagogo e especialista em neurociência. “Eles sempre existiram. O que mudou foi a percepção”, avalia. Os pilares apontados pelo especialista são os avanços dos critérios de diagnósticos. Esse aperfeiçoamento seria uma das razões para o crescimento do número de pessoas diagnosticadas, incluindo os casos mais leves. Anteriormente, por exemplo, só seriam reconhecidos como autistas os quadros mais severos. Hoje percebe-se um panorama que considera perfis moderados e leves. Os outros pilares apontados pelo psicopedagogo são justamente o maior acesso da população aos profissionais de saúde. Se anteriormente o comportamento distinto do filho era negligenciado pela família ou, nos casos mais graves, até escondido da sociedade, a procura pelos médicos foi ampliada nas últimas décadas. Os investimentos mais massivos em comunicação midiática, seja pelo jornalismo ou no entretenimento, e nas campanhas educativas teriam levado também a sociedade a enxergar essa população que era invisibilizada. O Dia do Autismo, do TDAH, da Dislexia… entre tantas outras datas ajudaram a popularizar o tema. No caso brasileiro, um marco importante foi a entrada em vigor da MBI (Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência), no ano de 2015. Considerada decisiva para a visibilidade e os direitos das populações neurodivergentes no Brasil, a lei reconhecia as pessoas no Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outras condições neurodivergentes como parte do grupo de indivíduos com direitos ao acesso mais amplo a políticas de inclusão e suporte. “Havia muitas pessoas neurodivergentes, sim, antes disso. Mas, elas não estavam abraçadas por essas leis de proteção, pelo direito ao tratamento. Além disso, só era considerado com TEA aquele paciente bem caracterizado. Mas hoje a gente sabe que o espectro autista é muito mais abrangente”, declarou o fundador e diretor executivo da Clínica Mundos, Leonardo Lyra. Antes das leis e do avanço da comunicação, essa população não era percebida pela sociedade. “Muitas vezes essas pessoas estavam escondidas em casa pelas famílias, sofrendo em silêncio, ou eram aqueles indivíduos que tinha uma série de limitações mas tinham que se adequar ao ambiente normal. Isso não é incomum. Se fizermos esse exercício de parar um pouquinho e refletir, vamos lembrar daquele amiguinho da escola ou alguma pessoa próxima que poderia ser neurodivergente. Os dados atuais indicam que em cada sala de aula vamos ter pelo menos uma criança com essa característica”, afirmou Leonardo. DESAFIOS EDUCACIONAIS O avanço da população neurodivergente nas escolas é perceptível aos pais e um desafio às instituições. Se antes eram invisíveis, não chegavam às escolas ou dentro das salas de aula não tinham o devido apoio, hoje, a atenção educacional voltada para essas crianças está muito mais sofisticada. “Agora a gente tem muito mais conhecimento, mais embasamento e mais diagnóstico. Entendemos que essa quantidade de crianças já existia. Mas elas sofriam bullying, eram repetentes. Elas estavam lá, mas não eram vistas dentro da sua necessidade”, avalia a Gabriela Camarotti, diretora pedagógica da Escola Vila Aprendiz. Com 16 anos de atuação, a escola percebeu o aumento da procura das famílias com diagnósticos de autismo, TDAH, entre outras neurodivergências. “A Vila nasceu com o pilar da personalização da educação. Nosso objetivo lá atrás já era conseguir fazer a trilha de desenvolvimento mais personalizada por aluno. Mas percebemos, sim, um aumento significativo das crianças neurodivergentes com as mais diversas necessidades”, constata a diretora. 7A instituição, portanto, desenvolveu uma abordagem pedagógica personalizada, que integra psicologia e educação especial, promovendo um ambiente acolhedor e inclusivo. O maior vínculo com as famílias das crianças e o investimento em capacitação contínua em neurociências e educação especial, inclusive com visitas anuais a escolas em São Paulo, para

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Capa Debora Wagner

Volta às aulas: como montar uma lancheira saudável e atraente para as crianças?

Com o início do ano letivo, é hora de organizar a rotina das crianças, e a preparação da lancheira se torna um desafio para pais e responsáveis. Entre as cantinas escolares repletas de frituras e doces industrializados e a preocupação com uma alimentação nutritiva, surge a dúvida: como equilibrar prática e saudabilidade? A nutricionista Débora Wagner explica como criar lancheiras que combinem atratividade e nutrientes essenciais para o desenvolvimento infantil. “Uma lancheira saudável é equilibrada e contempla todos os macronutrientes: carboidratos, proteínas e gorduras boas. Além disso, deve incluir uma boa dose de micronutrientes vindos de frutas e vegetais para apoiar o crescimento e fortalecer o sistema imunológico das crianças”, detalha a nutricionista. Os pilares da lancheira: como dividir os macronutrientes? De acordo com Débora, os carboidratos são a principal fonte de energia e precisam vir em formas mais nutritivas, como pães e bolos integrais ou biscoitos caseiros. As proteínas, essenciais para o crescimento e a manutenção dos tecidos, podem ser garantidas com iogurtes naturais, queijos magros, ovos cozidos ou patês saudáveis, como os de frango ou atum. “Não podemos esquecer das gorduras boas, presentes em alimentos como castanhas, sementes ou uma pequena porção de abacate, que ajudam no desenvolvimento cerebral”, acrescenta. Colorir também é nutrir Para manter a lancheira atrativa, a variação de cores é um grande aliado. “Quanto mais colorido, maior a diversidade de nutrientes”, afirma a nutricionista. Frutas como morangos, uvas, bananas e mangas trazem dulçor natural e são fontes ricas em vitaminas. “Incluir vegetais crus, como cenouras em palitos ou tomate-cereja, torna o lanche mais completo e ainda estimula o paladar das crianças”, complementa. E a hidratação? Embora a água seja insubstituível, outras opções podem ser incluídas com moderação. “Água de coco, sucos naturais sem açúcar e chás leves, como camomila ou hortelã, são boas alternativas, especialmente em dias mais quentes. No entanto, o consumo de refrigerantes e bebidas industrializadas deve ser evitado, pois contêm altos níveis de açúcar e aditivos”, alerta Débora. Envolvendo as crianças no preparo Uma estratégia para aumentar a aceitação é trazer as crianças para o planejamento da lancheira. “Permita que elas participem da escolha dos alimentos e do preparo dos lanches. Essa atitude simples gera curiosidade, promove autonomia e torna a experiência mais divertida”, sugere. Até a ideia de “montar o próprio lanche” na escola pode estimular um maior consumo das opções saudáveis. Para manter o aspecto lúdico, a mamãe pode adotar estratégias como a criação do “dia do bolo caseiro” ou fazer frutas em formatos divertidos, transformando a hora do lanche em um momento especial. Concorrendo com as cantinas escolares A variedade de alimentos ultraprocessados, como frituras e doces, nas cantinas escolares muitas vezes dificulta a manutenção de uma alimentação equilibrada. “Proibir não é o caminho. Prefira um equilíbrio: converse sobre os benefícios do que foi preparado em casa e negocie dias para consumir algo da cantina, garantindo que isso seja eventual”, orienta a especialista. Segundo a nutricionista Débora Wagner, optar por versões assadas de alimentos como o pastel é uma escolha mais saudável. "Os alimentos assados geralmente possuem menos gordura saturada, o que os torna melhores para a saúde, especialmente no contexto da alimentação infantil, que deve ser balanceada e nutritiva", explica. Mesmo assim, a recomendação é priorizar alimentos naturais e preparados em casa sempre que possível. Turnos e a diferença nas escolhas alimentares As necessidades podem mudar conforme o período escolar. Pela manhã, é importante oferecer alimentos que sustentem e deem energia para as atividades. “Aqui, os carboidratos integrais, combinados com frutas e uma fonte de proteína, como um pedaço de queijo, fazem muita diferença”. Já no turno da tarde, a prioridade é evitar lanches muito pesados. “Opte por algo mais leve, como uma fruta acompanhada de iogurte natural ou uma pequena porção de castanhas”, recomenda. A alimentação e o desempenho cognitivo: a conexão para aprender mais e melhor A nutrição adequada não impacta apenas o crescimento físico, mas também desempenha um papel importante no desenvolvimento cerebral e no desempenho escolar. “Uma alimentação balanceada, rica em nutrientes como ômega-3, ferro, zinco e vitaminas do complexo B, está diretamente ligada à capacidade de concentração, memória e aprendizagem. Por outro lado, uma dieta pobre em nutrientes ou rica em açúcares e ultraprocessados pode levar a dificuldades cognitivas e queda no rendimento escolar”, ressalta Débora Wagner. Garantir que a lancheira inclua alimentos nutritivos significa mais energia e disposição para enfrentar os desafios do dia letivo, além de estimular habilidades importantes para o desenvolvimento infantil. Dicas rápidas para uma lancheira equilibrada: Receita: Sanduíche natural fácil e nutritivo Ingredientes: Modo de preparo: Espalhe o creme de ricota no pão. Monte o sanduíche adicionando os demais ingredientes. Corte ao meio e armazene em um recipiente térmico. @nutrideborawagner @marehortacafebistro Escola Alimentação saudável na escola fortalece aprendizado e bem-estar infantil Nutricionistas Mariana de Souza e Betina Schmidt destacam a importância de orientar famílias, capacitar profissionais e tornar a cantina uma aliada na promoção de hábitos alimentares saudáveis entre os alunos. A alimentação saudável nas escolas é um tema essencial para o desenvolvimento infantil, e as instituições devem investir em orientações e projetos para estimular bons hábitos alimentares entre seus alunos. Segundo Mariana de Souza, nutricionista escolar da Sapore, prestadora de serviço da Escola Eleva, os pais e responsáveis recebem cartilhas com sugestões de ingredientes nutritivos e naturais para compor a lancheira dos estudantes. "A orientação sobre alimentação saudável nas lancheiras é essencial para promover o crescimento e ofertar a energia necessária para o desenvolvimento das atividades diárias e melhor desempenho escolar das crianças", afirma. Betina Schmidt, gerente de nutrição da Escola Eleva, destaca que, em escolas de tempo integral, a formação de hábitos alimentares ocorre de forma significativa dentro do espaço escolar. "Metade das refeições do dia são realizadas no ambiente escolar, incluindo o almoço, que, especialmente no Brasil, tem um significado muito importante na nutrição e no convívio social do indivíduo. Sendo assim, não é apenas pertinente tratar deste assunto em nossa escola, como faz parte de uma série de projetos desenvolvidos com alunos

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Foto Danilo Taccito dermato

Como proteger a pele e os cabelos dos danos do verão

Especialista Marina Coutinho aponta cuidados essenciais para aproveitar a estação mais quente do ano sem prejudicar sua saúde e beleza. Foto: Danilo Táccito Dias ensolarados, mergulhos, maresia e o contato frequente com água clorada fazem parte do verão de todo brasileiro. Mas, cabelos e pele sofrem impactos durante a estação mais quente do ano. Para aproveitar piscina e praia com saúde, a dermatologista Marina Coutinho destaca cuidados essenciais que ajudam a manter a hidratação e prevenir danos a longo prazo. "Não é só sobre estética, mas também sobre saúde. Cuidar da pele e do cabelo é essencial para evitar problemas como ressecamento, manchas e enfraquecimento dos fios," pontua Marina. A exposição ao sol intenso, somada ao contato excessivo com o cloro da piscina e à salinidade da água do mar, é altamente agressiva. "O sol pode causar manchas, queimaduras e acelerar o envelhecimento precoce da pele. Já o cloro e o sal retiram a hidratação natural, tanto da pele quanto dos cabelos, deixando-os ressecados e vulneráveis," explica Marina Coutinho. Nos cabelos, o impacto é ainda maior para quem tem fios quimicamente tratados. "Eles perdem a camada protetora com mais facilidade, o que resulta em pontas duplas, quebras e até mudanças na tonalidade da tintura", alerta. Cuidados com a sua pele Tratando o ressecamento capilar "Cuidar dos cabelos no verão vai além da estética: envolve proteger a saúde e manter a autoestima em alta mesmo nos dias de sol intenso. As pessoas estão corretas ao focar nos cuidados com a pele no verão, mas os cabelos merecem atenção especial. O cloro e o sal retiram os óleos naturais que protegem os fios, e os raios UV também degradam a estrutura capilar. Com os cuidados certos, dá para manter os fios hidratados e bonitos durante toda a estação”, explica Marina Coutinho.  É o dermatologista quem avalia a saúde dos cabelos e do couro cabeludo, identificando sinais de danos como ressecamento excessivo, quebra ou fragilidade, além de possíveis condições associadas, como dermatite seborreica causada pelo excesso de oleosidade no calor, indica produtos específicos para proteção dos fios, como shampoos, condicionadores e máscaras, aplica luz de LED em consultórios, para potencializar a absorção de nutrientes, reconstrução capilar dermatológica (recupera as camadas internas dos fios).  “Podemos criar um plano individualizado, considerando o tipo de cabelo da pessoa (liso, crespo, ondulado) e o nível de exposição ao cloro, ao sol e ao sal. E, após os excessos do verão, sugerir ajustes nos cuidados regulares, incluindo o uso de suplementos que promovam a recuperação da saúde capilar, como biotina e silício orgânico”, acrescenta.  Cuidados para os cabelos Reparação de danos à pele e aos fios Se, mesmo com tantos cuidados, a pele ou os cabelos sofrerem, a dermatologista sugere ações de recuperação. "Para a pele, invista em cremes ricos em antioxidantes e ácido hialurônico. Já para os cabelos, tratamentos de reconstrução à base de queratina são altamente recomendados". Verão é sinônimo de diversão, mas não pode ser motivo para descuidar da saúde da pele e do cabelo. "Com atenção e os produtos certos, é possível aproveitar os dias de sol com tranquilidade e manter a beleza e a saúde em alta", completa Marina Coutinho.

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Ricardo Haziz Asfora

"Não podemos deixar essa ferramenta poderosa, que é a cannabis medicinal, se esvair"

Diretor da Aliança Medicinal, Ricardo Hazin Asfora, fala dos planos de triplicar a capacidade produtiva que hoje é de 5 mil frascos por mês de cannabis para uso em tratamento de doença. A perspectiva é de aumento da demanda, caso seja aprovada a lei que regulamenta o acesso do medicamento pelo SUS. Também explica como é feito o cultivo da planta em contêineres. Foto: Rafael Dantas O uso medicinal da cannabis ainda enfrenta desafios no Brasil. O baixo conhecimento médico, os preconceitos relacionados à planta e a ausência de regulamentações ainda são entraves que pouco a pouco estão sendo enfrentados. Uma experiência bem-sucedida em Pernambuco é da Aliança Medicinal já atendendo nove mil associados que fazem terapia com o óleo extraído a partir da produção realizada em contêineres, no município de Olinda. Trata-se de uma verdadeira fazenda urbana em ampliação. Os primeiros movimentos da associação foram dados pela presidente Hélida Lacerda. Seu filho tinha até 80 ataques epiléticos por dia, mesmo usando várias medicações, antes de usar o óleo produzido a partir da cannabis. A organização nasce do esforço dela de compartilhar o benefício com outras mães que sofriam com as dores dos filhos. Ricardo Hazin Asfora, diretor-executivo da Aliança Medicinal, conversou com o jornalista Rafael Dantas sobre as perspectivas de avanço no uso medicinal da cannabis a partir das recentes regulamentações na Câmara do Recife e na Alepe. Além disso, o engenheiro agrônomo, responsável pela estruturação da produção, explica os planos de expansão e comenta também sobre os benefícios até para o Sistema Único de Saúde diante da possibilidade de maior popularização dos tratamentos com a planta. Qual a importância das recentes legislações aprovadas para o uso medicinal da cannabis? Primeiro tivemos a lei do município do Recife (Lei Nº 19324/2024). Ela foi aprovada na Câmara Municipal mas não veio com política determinada. O município terá que instituir a política para depois ocorrer uma regulamentação. Algumas semanas depois, foi aprovada a Lei Estadual 18.757/2024 que já veio com uma política determinada. Agora, aguarda apenas a regulamentação antes de chegar aos pacientes. Essas leis vêm para facilitar a disponibilização do medicamento pelo SUS que hoje só acontece com ações judiciais. Com a lei não precisa ter todo o trâmite jurídico para ter acesso a cannabis que deverá estar disponível e com previsão de orçamento. Pelo processo judicial, os cofres públicos não conseguem fazer uma previsão de orçamento. Então, resta apenas a regulamentação para tornar o uso medicinal da cannabis possível pelo SUS? Quais são as próximas etapas? Isso virá provavelmente da Secretaria Estadual de Saúde que vai iniciar esse processo representando o Governo do Estado. Estamos nessa etapa de regulamentação. Não podemos prever o tempo para isso porque o trâmite público não é tão simples de se efetivar. Mas a nossa expectativa é que nos próximos seis meses tenhamos essa regulamentação bem encaminhada. Há alguma preocupação com a regulamentação? O “como” esse processo vai ser feito é muito importante. Há dois caminhos a seguir. O primeiro é apenas suprir a demanda existente para cumprir o que a lei determinou. O outro, que seria ideal e muito mais viável para o Estado, seria entender a importância dessa terapêutica e compreendê-la como um caminho para desafogar o SUS, diminuindo internações e emergências de tantas pessoas que chegam aos hospitais. Como o uso dessas terapias poderia ajudar a diminuir a pressão no SUS? Imagine o filho de Hélida, presidente da Aliança Medicinal. Ele tinha 80 crises de convulsão por dia. Logo, ele vivia nos hospitais. Quanto custa internação e atendimento de urgência ou emergência? O tratamento de média ou grave complexidade com a cannabis medicinal custa entre R$ 300 a R$ 400 por mês. Compare isso com sucessivos atendimentos na urgência? Isso é um ponto muito importante que estamos tentando mostrar, pois pode ajudar a viabilizar o SUS, tirando a pressão do sistema. Outra preocupação é de uma regulamentação que leve o poder público a adquirir esses produtos na indústria farmacêutica, importando-o. Isso é como normalmente se faz com as decisões judiciais, mas a compra seria muito mais cara. A gente vem discutindo essa realidade de que não é só fabricar o medicamento, mas a um custo mais eficiente. A maioria dos tratamentos atualmente que usam os óleos produzidos pela cannabis para uso medicinal são feitos com a produção nacional ou ainda tem muita gente que consome produção importada? Hoje há ainda muito produto importado que tem um trâmite custoso para o Estado e tem a demora também do acesso. Aqui, a gente consegue num dia fazer o cadastro desse paciente e, no mesmo ou no outro dia, enviar o medicamento para ele. Então, a gente tem essa prontidão de atendimento. Mas, ainda há, sim, um volume muito grande de produtos importados, inclusive por demanda judicial. Geralmente são produtos mais caros. Isso termina por tornar mais custosa a compra para os cofres públicos do que utilizar uma produção local. Qual a diferença de preços na compra desses produtos entre a produção nacional e a importada? No custo de produto, a gente pode economizar em torno de quatro a cinco vezes numa fabricação nacional. Imagina o quanto conseguiríamos economizar se todas as pessoas pudessem ter acesso ao produto local! E, como falei, se considerar a internação e emergência, é possível desafogar o Sistema Único de Saúde com o avanço desse tipo de tratamento. A gente não pode deixar essa ferramenta, que é cannabis medicinal, se esvair. Além da regulamentação, quais as barreiras para um uso mais amplo da cannabis com finalidade medicinal? É ainda preconceito? Consideramos que é o conhecimento médico. Eles não têm acesso às pesquisas durante a sua formação nos cursos tradicionais. Isso por causa da proibição que teve por tanto tempo no Brasil do cultivo, mesmo para uso medicinal. Precisamos unir forças para que o conhecimento médico venha, de fato, avançar. Hoje as pessoas vão aos médicos pedir o tratamento com a cannabis, após tentativas frustradas de outras terapias. Deveria ser o inverso. Mas o conhecimento sobre o sistema endocanabinoide

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Massagem: aliada da saúde mental e do bem-estar

A massagem vai além do relaxamento físico. Reconhecida como uma prática de autocuidado essencial, ela desempenha um papel significativo na saúde mental, reduzindo o estresse, a ansiedade e sintomas de depressão. Por meio da estimulação sensorial, a prática eleva a produção de serotonina, hormônio associado ao bem-estar, melhora a qualidade do sono e promove autoconsciência e autoestima. Confira na série “Janeiro Branco”, a importância e benefícios da massagem para a saúde mental com a terapeuta Deva Narayam. No campo da saúde integral, a massagem é valorizada tanto pelos benefícios mentais quanto pelos físicos. Ao aliviar a tensão muscular, melhorar a circulação sanguínea e fortalecer o sistema imunológico, também contribui para a flexibilidade, mobilidade e a redução de dores crônicas. "Esses efeitos se traduzem em uma sensação de bem-estar geral que afeta positivamente a qualidade de vida", informa a terapeuta. Estudos revelam um perfil diversificado de público. Mais de 70% dos adeptos da massagem são homens, motivados principalmente pela redução do estresse e alívio de dores musculares. Já as mulheres geralmente procuram técnicas como a drenagem linfática e a massagem redutora, priorizando melhorias na estética corporal. Diversidade de massagens A diversidade de abordagens é outro diferencial. "Há técnicas para cada necessidade: a massagem sueca promove relaxamento; a profunda é ideal para aliviar dores crônicas; enquanto a esportiva atende atletas e pessoas ativas. Métodos como o shiatsu, reflexologia e lomi lomi oferecem experiências terapêuticas focadas em princípios orientais e culturais. Além disso, a automassagem surge como uma solução prática para aliviar tensões diárias, com movimentos simples no pescoço, ombros e costas", informa Deva Narayan. Periodicidade e efeitos Para quem busca integrar a massagem à rotina, a periodicidade depende da finalidade. Pessoas estressadas se beneficiam de sessões semanais, enquanto aqueles com dor crônica podem preferir a frequência quinzenal. Para manutenção, uma sessão mensal é suficiente para preservar os benefícios alcançados. "Os efeitos da massagem variam em intensidade e prazo: o relaxamento e a redução do estresse são percebidos imediatamente, enquanto melhorias no humor, no sono e no controle da dor aparecem com sessões regulares. Em longo prazo, a prática pode transformar positivamente a saúde mental e física, mostrando-se uma estratégia poderosa para o equilíbrio emocional e a qualidade de vida", revela Deva. Assim, a massagem se consolida não apenas como uma ferramenta terapêutica, mas como uma prática de bem-estar indispensável em uma vida cada vez mais exigente e estressante. Deva Narayan é terapeuta corporal com formações em massoterapia, terapia tântrica, xamânica e clínica. @nara.terapias

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Meditação: um convite ao presente e ao bem-estar emocional

Meditar não é apenas uma moda, mas um caminho para cultivar a calma, o foco e a resiliência emocional. Nesta matéria, exploramos o que é a meditação, os seus benefícios cientificamente comprovados e como incorporá-la no dia a dia. Conversamos com a terapeuta Ennes do Rio, que compartilha sua experiência e dicas práticas para iniciantes, além de abordar tópicos como respiração, meditações guiadas e o papel de recursos complementares como músicas e óleos essenciais. A meditação, prática milenar que tem ganhado popularidade nos últimos anos, é mais do que apenas um momento de pausa. Segundo a terapeuta Ennes do Rio, trata-se de um convite para reconectar-se com o momento presente e cultivar tranquilidade e consciência. “A meditação é um treinamento da mente para focar em algo específico, como a respiração, sensações do corpo ou um som, enquanto se afasta gentilmente de distrações e pensamentos”, explica. Ennes compartilha sua experiência por meio de cursos estruturados de mindfulness, como os de oito semanas, que oferece tanto presencialmente em Recife quanto online para pessoas de todo o Brasil. “Nessas jornadas, ajudamos crianças, adolescentes e adultos a reduzir o estresse e a encontrar maior equilíbrio emocional, por meio de ferramentas práticas e acessíveis”, diz ela. Todos podem usufruir dos benefícios da meditação Os benefícios da prática Estudos científicos já comprovaram os numerosos benefícios da meditação. De acordo com Ennes, os principais são a redução do estresse e da ansiedade, o aumento do foco e da clareza mental, a melhora na qualidade do sono e o equilíbrio emocional. “A meditação também impacta a saúde física, reduzindo a pressão arterial, melhorando a imunidade e aliviando sintomas relacionados ao estresse crônico”, pontua. Esses efeitos positivos podem ser percebidos com práticas curtas, mas consistentes. “Meditar de 10 a 20 minutos por dia é suficiente para notar benefícios, como a redução do estresse e o aumento da concentração”, afirma Ennes. Para quem está começando, até mesmo 5 minutos diários podem trazer resultados significativos. Qualquer hora, qualquer lugar Uma das grandes vantagens da meditação é a acessibilidade: não há idade ou restrição para iniciá-la. Segundo a terapeuta, qualquer pessoa – seja criança, adolescente, adulto ou idoso – pode meditar. “A meditação pode ser feita a qualquer hora e em quase qualquer lugar tranquilo, adaptando-se às necessidades e realidades de cada indivíduo”, afirma. Para os iniciantes, os áudios de meditação guiada disponíveis na internet podem ser um bom ponto de partida. Ennes indica o aplicativo Aura, onde produz meditações guiadas. “São milhares de práticas criadas para melhorar o bem-estar, reduzir o estresse e aumentar o foco”, sugere. A importância da respiração A respiração desempenha um papel central na meditação, funcionando como uma espécie de “âncora” que conecta o praticante ao momento presente. “Ela acalma o sistema nervoso, promove relaxamento e ajuda a desenvolver autoconsciência”, explica Ennes. Em seus cursos, a terapeuta ensina crianças, adolescentes e adultos a utilizarem a respiração como uma ferramenta para lidar com a ansiedade e aprimorar o bem-estar emocional. Recursos para enriquecer a experiência Embora a meditação seja uma prática simples que não exige acessórios, itens como sinos tibetanos, óleos essenciais e músicas suaves podem enriquecer a experiência. “O sino tibetano ajuda a marcar o início e o fim da prática, e músicas ou óleos essenciais podem criar um ambiente ainda mais relaxante”, destaca Ennes. E se eu dormir? Dormir durante a meditação pode acontecer, especialmente se a pessoa estiver muito cansada. Para evitar isso, Ennes sugere praticar em uma posição ereta e em horários em que você esteja mais alerta, como pela manhã ou no início da tarde. Mas se o sono vier, tudo bem. “Não se culpe; apenas retome a prática quando acordar”, aconselha. Com tantos benefícios acessíveis a todas as idades, a meditação surge como uma ferramenta poderosa para quem busca uma vida mais equilibrada e tranquila. Seja por meio de cursos, aplicativos ou práticas individuais, essa jornada ao interior pode transformar o cotidiano. Ennes do Rio é instrutora de Meditação e Mindfulness Contatos

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Lucio Beltrao2

Janeiro Branco: coloque o exercício físico na sua rotina e tenha benefícios mentais

Janeiro é encarado por muitos como o marco para o recomeço, como uma nova oportunidade de fazer tudo diferente do ano anterior. A cor branca, por sua vez, não representa somente a paz, simboliza uma página limpa para escrever novos projetos. O mês de janeiro é dedicado à campanha nacional de conscientização sobre a saúde mental, criada a partir da Lei Federal nº 14556/23. O objetivo é estimular a promoção de hábitos e ambientes saudáveis e a prevenção de doenças psiquiátricas. Nos últimos anos, as doenças mentais tiveram um aumento considerável. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de um bilhão de pessoas vivem com algum tipo de transtorno mental no mundo e destas, mais de 300 milhões sofrem de depressão. O Brasil é considerado o país mais ansioso do mundo e o quinto mais depressivo. A depressão é o mal do século XXI. A ansiedade afeta quase 10% dos brasileiros. Os transtornos mentais são responsáveis por mais de um terço do número total de incapacidades nas Américas. O Brasil ocupa o quarto lugar entre os piores índices de saúde mental em um ranking global, divulgado em março de 2024, que analisou as emoções das pessoas em 71 países. O relatório anual "Estado Mental do Mundo" coloca o Brasil atrás apenas da África do Sul, Reino Unido e Uzbequistão. Além disso, o país se destaca negativamente como o terceiro mais estressado. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), os transtornos mentais representam 16% da carga global de doenças e lesões em pessoas de 10 a 19 anos. Diversos estudos apontam que a pratica regular do exercício físico (orientado) contribui efetivamente para a prevenção de doenças e promoção da saúde física e mental. O exercício físico feito com frequência pode ter um impacto profundamente positivo na depressão, na ansiedade, no Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH, dentre outros. Também alivia o estresse, melhora a memória e o estado de humor e ajuda a dormir melhor. O Profissional de Educação Física é, sem dúvidas, essencial no tratamento e prevenção dos transtornos mentais. É preciso uma mudança de mindset. Precisamos ter equilíbrio em nossas vidas. Ter tempo para a família, amigos, trabalho, estudo, lazer e bons hábitos. O cuidado deve ser integral. Manter hábitos saudáveis como não fumar, evitar o consumo excessivo de álcool e outras drogas. Exercício físico orientado, alimentação saudável, espiritualidade, convívio social, religiosidade, sono e propósito fazem a diferença quando se trata de prevenir a ocorrência de lesões e de doenças metabólicas, cardiovasculares, pulmonares, musculoesqueléticas, psiquiátricas e neurológicas. A sociedade precisa entender que não há hierarquia entre os profissionais de saúde. Todos são fundamentais e precisam trabalhar de maneira multiprofissional com muita comunicação, interação e planejamento com vistas ao cuidado integral do paciente. A diferença entre o medicamento e o veneno está na dose. O mesmo pode ser dito a respeito da prática de exercício físico, uma vez que é preciso respeitar, dentre outros, o princípio da individualidade, pois cada pessoa responde de maneira diferente a um mesmo estímulo. Duração, local, horário, frequência, volume, cadência, ritmo, intensidade, especificidade, regime de treinamento, tempo de repouso, modalidade, dentre outras, são variáveis determinantes para o alcance de resultados positivos. A partir de uma boa avaliação física, o Profissional de Educação Física é capaz de prescrever com segurança um treino específico baseado nas características individuais e nos objetivos almejados por cada aluno/paciente. Comece hoje! Mais movimento, menos tela e mais vida (com saúde)! Prof. Lúcio Beltrão (CREF 003574-G/PE) é Profissional de Educação Física e Especialista em Saúde Mental pela Faculdade de Ciências Médicas da UPE (Residência Multiprofissional em Saúde Mental). @luciobeltrao @cref12pe

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