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Exposição imersiva destaca a vida e a obra de Ariano Suassuna no RioMar Recife

Exposição imersiva celebra a obra do escritor com tecnologia, cenografia e itens inéditos. Foto: Arnaldo Carvalho A maior exposição imersiva já realizada sobre um artista brasileiro, "O Auto de Ariano, o Realista Esperançoso", estreia hoje (29) no RioMar Recife O evento apresenta uma experiência única que explora a vida e a obra de Ariano Suassuna, um dos maiores ícones da literatura nacional. A exposição combina tecnologia de ponta e cenografia detalhada para oferecer uma imersão nas raízes da cultura popular brasileira. Com curadoria que inclui a participação de João Suassuna, neto do escritor, o evento chega a Recife após grande sucesso na Paraíba, ampliando o número de salas temáticas de quatro para treze. Os visitantes poderão apreciar manuscritos inéditos, fotos raras e objetos pessoais de Ariano, como a cadeira em que lia e o traje que utilizava. "A exposição é linda e revela o Ariano gênio como escritor e como ser humano", destaca João Suassuna. Novidades exclusivas para o público pernambucano Localizada no Piso L3 do RioMar Recife, a exposição contará com itens inéditos e experiências sensoriais que vão além da mostra original na Paraíba. Dividida em cinco atos imersivos, a obra de Ariano é apresentada por meio de temas como amor pela poesia, pela sua aldeia e pela vida. Segundo Denielly Halinski, gerente de marketing do RioMar Recife, a iniciativa reforça o compromisso do shopping com a valorização da cultura brasileira e a criação de experiências memoráveis. Serviço e ingressos A exposição fica em cartaz até 30 de janeiro de 2025, com ingressos a partir de R$ 35 disponíveis no site da Fever e no aplicativo do RioMar Recife. Crianças até dois anos e 11 meses têm entrada gratuita, e menores de 12 anos devem estar acompanhados por responsáveis. O evento funciona de segunda a sábado, das 9h às 22h, e domingos e feriados, das 12h às 21h. Para mais informações, visite os perfis no Instagram @luzzco, @autoarianoimersivo e @riomar_recife.

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“Pagu: do punho à pena escritos de liberdade”

*Paulo Caldas A arte do cordel, tão comum às letras tangidas por mãos masculinas, cedeu destaque aos versos delicados, porém marcantes, da pernambucana Paola Tôrres, em “Pagu: do punho à pena escritos de liberdade”, lançadoquando do Festival Internacional do Livro de Paraty, FLIP- Rio de Janeiro, versão que homenageou Patrícia Galvão, a inesquecível Pagu. Nascida no interior de São Paulo, em 1910, a jornalista, escritora, poeta, artista plástica e tradutora Patrícia Galvão, a conhecida Pagu, foi uma referência feminina no seu tempo. Participante ativa do Movimento Modernista nos anos de 1920, publicou o romance “Parque Industrial” no esquema do livro “Proletário”, hoje conhecido como edição do autor, além de contos policiais. Ligada a Tarcila do Amaral, foi casada com Oswaldo de Andrade. Filiada ao Partido Comunista, quando da militância política foi presa vinte e três vezes. Faleceu de câncer em 1962. A publicação tem o prefácio assinado por Cida Pedrosa, ilustrações de Jô Oliveira, diagramação de Raoni Kachielé, revisão de Milena Bandeira e Rouxinol do Rinaré. Os exemplares podem ser adquiridos no site Amazon. *Paulo Caldas é Escritor

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Fincar exibe 26 filmes e celebra a diversidade no Cinema São Luiz

Quarta edição do festival acontece entre 29 de novembro e 1º de dezembro, com entrada gratuita e obras inéditas no Recife.   O Festival Internacional de Cinema de Realizadoras (Fincar) retorna ao Recife com sua quarta edição, celebrando a diversidade e promovendo debates sobre gênero e inclusão no audiovisual. O evento, que acontece de 29 de novembro a 1º de dezembro no Cinema São Luiz, apresenta 26 produções nacionais e internacionais dirigidas por mulheres cis, trans e pessoas trans. A programação inclui filmes de estados como Pernambuco, Ceará, Bahia e São Paulo, além de obras de países como Palestina e Estados Unidos. Com entrada gratuita, o festival também terá sessões especiais no Cine São José, em Afogados da Ingazeira, no Sertão do Pajeú. Um dos destaques da edição é a exibição inédita em Recife do documentário A Stone’s Throw, da cineasta palestina Razan AlSalah, além de obras da cineasta estadunidense Camille Billops, exibidas no programa Ficine. “Entre os filmes selecionados, destacam-se diferentes formas de se posicionar a partir da vulnerabilidade e do risco de se expor”, ressalta Maria Cardozo, diretora do festival. Na abertura, serão apresentados o documentário pernambucano O Canto das Margaridas, que aborda a Marcha das Margaridas de 2019, e o curta indígena Fala Sincera, seguido de debates com as realizadoras e tradução em Libras. A programação oferece também uma sessão infantil no domingo, destinada a crianças da Ocupação 8 de Março do MTST. Curtas como Aurora - A Rua que queria ser um rio e Meu nome é Maluum prometem encantar o público com histórias sensíveis e inclusivas. Em Afogados da Ingazeira, as exibições no dia 3 de dezembro reforçam a proposta de descentralizar o festival, ampliando o acesso ao cinema de realizadoras. Serviço: Fincar - Festival Internacional de Cinema de Realizadoras 📅 Quando: 29 de novembro a 1º de dezembro 📍 Onde: Cinema São Luiz, Recife 🎟️ Entrada gratuita Sessão extra: Cine São José, Afogados da Ingazeira, 3 de dezembro Confira a programação da 4ª edição do Fincar: Sexta-feira (29) 19h Abertura do Fincar Fala sincera (Dir.: Yacewara Pataxó / 9'/ com LSE) O Canto das Margaridas (Dir.: MAPE / 76' / com LSE)  - Filme de Abertura Sábado (30) 14h30 Os sonhos guiam (Dir.: Natália Tupi / 20') A Stone's Throw (Dir.: Razan Al Salah / Canadá, Palestina, Líbano / 2024 / 40') 16h Acolher (Dir.: Éthel Ramos de Oliveira / 9') Pedagogias da Navalha (Dir.: Alma Flora, Colle Christine, Tiana Santos / 15') Corpo Onírico (Dir.: Marina Mahmood / 17') ORIXÁS CENTER (Dir.: Mayara Ferrão / 13') Rami Rami Kirani (Dir.: Lira Mawapãi Huni Kuin e Luciana Tira Huni kuin / 33') 19h Dalva da Rua Sete (Dir.: Gab Lourenzato e Nanda Ferreira / 15' / com LSE) América, do Sul (Dir.: Maria Clara Bastos / 20' / com LSE) Entre Vênus e Marte (Dir.: Cris Ventura / 61' / com Libras) Domingo (1º) Programação Infantil 11h Meu nome é Maalum (Dir.: Luísa Copetti / 7'53'') Tom Tom Dente de Leão (Dir.: Ariedhine Carvalho / 3') Aurora - A Rua que queria ser um rio (Dir.: Radhi Meron / 10') Rua Dinorá (Dir.: Natália Maia e Samuel Brasileiro / 17') 14h CURADORIA MOSTRA FICINE - CAMILLE BILLOPS Suzanne, Suzanne (Dir. Camille Billops / EUA / 26') Finding Christa (Dir. Camille Billops / EUA / 55') 16h Descarrego (Dir.: Joana Claude / 10') Lilith (Dir.: Nayane Nayse / 15') Ave Maria (Dir.: Pê Moreira / 15') O Céu não sabe meu nome (Dir.: Carol AÓ / 20') Outros nomes pra dignidade (Dir.: Maré de Matos / 22') 19h Onça (Dir.: Keyci Martins / 19') Parto, mas volto (Dir.: Lui Foito / 5') Quem é essa mulher? (Dir.: Mariana Jaspe / 71')   Serviço: Fincar - Festival Internacional de Cinema de Realizadoras Data: De 29 de novembro a 1º de dezembro Local: Cinema São Luís | Rua da Aurora, 175, Boa Vista Cine São José | Afogados da Ingazeira Data: 03 de dezembro Sessões com acessibilidade em LSE, Libras e audiodescrição: Fala Sincera, O Canto das Margaridas, Dalva da Rua Sete, América, do Sul, Entre Vênus e Marte.

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São Luiz (por Bruno Moury Fernandes)

É um ritual tão simples e, no entanto, misterioso: um piscar de luzes, um sussurro de vozes que se apagam, a tela que brilha e, de repente, estamos em outro tempo, outro lugar. Nas poltronas ao nosso lado, desconhecidos se tornam cúmplices silenciosos. Em algum momento, nossas respirações se alinham; nossos olhos, fixos na mesma narrativa, fazem parte de uma irmandade de estranhos, unida pelo encanto do cinema. Depois de um silêncio imposto por tempo e reformas, o São Luiz retorna, mais imponente, como uma joia esquecida num baú. E lá dentro está você que um dia viu de olhos arregalados a nave de ET sumir entre as estrelas no céu da infância. Essa tela gigante, que guardava o mistério de outras galáxias e as despedidas implacáveis dos grandes filmes, agora promete um reencontro. Lá está você assistindo aos Saltimbancos Trapalhões, segurando a mão de sua mãe, nesse que é um monumento da nossa cidade. As paredes falam, os lustres brilham e as poltronas vermelhas, alinhadas em respeitosa simetria, esperam pelas novas histórias e por quem queira ouvi-las. Lá, o Recife sonhou acordado, num pacto com o realismo mágico. Viu os heróis, os amores proibidos, os dramas épicos e as comédias que arrancavam risos e, por vezes, até mesmo “vaias poéticas”, como num teatro espontâneo da nossa cultura. Hoje, ao entrar no São Luiz reaberto, o coração do Recife talvez bata diferente. As luzes, os detalhes art déco, os ares de uma Hollywood nordestina misturada com o charme tropical e rebelde que só uma cidade como o Recife possui. E quando as primeiras imagens voltam a bailar na tela, a impressão é de que todos nós voltamos um pouco no tempo — talvez àquele instante em que ET embarcava em sua nave, deixando você e tantos outros com os olhos marejados e a promessa de que o cinema é, sim, um lugar onde a mágica acontece. Cinema não é apenas entretenimento. Aqueles que já foram tocados por ele sabem que é mais. O cinema é um portal, uma máquina do tempo, uma ponte entre mundos. E, no fim, talvez a mágica maior esteja em perceber que toda aquela fantasia que vimos na tela é, de certa forma, nossa própria realidade ampliada, iluminada. Então, chame sua mãe para assistir à próxima grande história projetada na tela do São Luiz, permita-se emocionar de novo. Quem sabe você reencontre aquela criança que chorou ao ver ET partir, mas que hoje, com um sorriso escondido, finge ter maturidade para não se emocionar, enquanto come pipoca, ao lado de quem lhe pariu. *Bruno Moury Fernandes é advogado e cronista, assina mensalmente a coluna Ninho de Palavras

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Festival Circo Preto leva arte e cultura às escolas públicas do Recife

Semana da consciência negra celebra ancestralidade com espetáculos gratuitos e programação diversificada Na Semana da Consciência Negra, o Festival Circo Preto - Negritude no Centro do Picadeiro chega às escolas públicas do Recife com apresentações circenses gratuitas que unem arte, cultura e ancestralidade. Pela primeira vez, as escolas se transformam em palcos para o evento, que busca valorizar a cultura afro-brasileira e formar novas plateias. A programação, que conta com o apoio da Secretaria de Cultura, Fundação de Cultura Cidade do Recife e Prefeitura do Recife, reúne espetáculos de Pernambuco, Paraíba e Minas Gerais até o dia 1º de dezembro. Nesta quinta-feira (21), as atividades começam na Escola Municipal João Pessoa Guerra, na Várzea, com o espetáculo "Um Curto-circuito de Risos!", do Palhaço Gambiarra (PE), prometendo diversão com números de malabarismo e equilíbrio. Às 16h, a Trupe Circuluz apresenta "Círculo Brincadeira" na Escola Santa Edwiges, em Afogados, explorando elementos das culturas afro-brasileira e indígena em uma narrativa lúdica. Na sexta-feira (22), a Escola Municipal Célia Arraes recebe o Palhaço Bam Bam, da Paraíba, com o espetáculo "Arara Azul", que combina música, mágica e interação com o público. No sábado (23), o Coletivo Ilusório, de Minas Gerais, apresenta "Intermitente" na Escola Pernambucana de Circo, às 18h, mesclando teatro de sombras e malabarismo. Encerrando o fim de semana, o Coletivo 3º Ato (PE) apresenta "Frevo na Ponta do Nariz" no domingo (24), às 16h, em Santo Amaro, com uma combinação de música ao vivo, palhaçaria e histórias sobre o frevo, exaltando a cultura pernambucana. ServiçoFestival Circo Preto - Negritude no Centro do PicadeiroPeríodo: 16 de novembro a 1º de dezembroEntrada: GratuitaInformações: Instagram do Festival

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4ª Edição do Festival Pernambucano de Literatura Negra destaca escritoras afro-brasileiras

Evento celebra a literatura negra com saraus, debates e homenagens durante o Dia da Consciência Negra De 18 a 20 de novembro, o Recife será palco da 4ª edição do Festival Pernambucano de Literatura Negra, um evento que coloca a literatura afro-brasileira em evidência como uma expressão de resistência e valorização cultural. Com um foco especial nas vozes de escritoras negras, o festival busca celebrar a diversidade e o impacto das autoras afro-brasileiras. Renomadas escritoras como Fabiana Moraes, Rosangela Nascimento e Maria Cristina Tavares estarão presentes, compartilhando suas experiências e perspectivas com o público. A programação, que se espalhará por diferentes locais da cidade, incluirá saraus, bate-papos literários, lançamentos de livros e sessões de autógrafos. A abertura será realizada no dia 18 de novembro, na Escola Técnica Estadual Miguel Batista, no bairro da Macaxeira, com palestras e um sarau literário. Já nos dias 19 e 20, o festival continua na Livraria Jaqueira, no Recife, onde acontecerão debates, sorteios de livros, uma roda de diálogo e uma palestra sobre a representatividade afro-brasileira na literatura. Neste ano, o festival já passou por Petrolina e Garanhuns e agora chega ao Recife em celebração ao Dia da Consciência Negra, 20 de novembro. Esse momento será dedicado a reflexões sobre as lutas e as conquistas da população negra no Brasil, bem como à valorização das contribuições históricas e culturais desse grupo. O evento também prioriza a inclusão, com tradução em Libras em todas as mesas temáticas. Idealizado pela escritora e jornalista Jacqueline Fraga, o festival tem o apoio da Lei de Incentivo à Cultura e é patrocinado pelo Banco do Nordeste e pela Lei Paulo Gustavo (LPG Recife).

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Comediano celebra 10 anos com retorno aos palcos em Recife

Espetáculo aborda comédia do cotidiano e promete noite de risadas e diversão no Teatro Riomar Após 10 anos de sucesso e premiações, o espetáculo “Comediano” retorna a Recife para uma apresentação única, no dia 19 de novembro, às 20h, no Teatro Riomar. Com um humor leve e acessível, o grupo de comediantes leva o público a uma jornada divertida pelos desafios e absurdos do dia a dia, revelando situações em que todos podem se reconhecer e rir da própria rotina. O show traz à cena mais de 20 personagens que exploram temas do cotidiano, como o uso das redes sociais, a experiência de pegar um transporte público lotado e a rotina dos profissionais da saúde em hospitais públicos. Os comediantes, entre eles o pernambucano Flávio Andradde, mergulham em papéis que capturam essas vivências com inteligência e perspicácia. Para intensificar a conexão com o público, “Comediano” utiliza projeções de vídeos, trilhas sonoras e efeitos de iluminação que dão vida às histórias. Além de Andradde, o elenco conta com outros grandes nomes do humor nacional, como Filipe Enndrio, Múcio Eduardo e Toninho Miranda, todos aclamados pelo talento e criatividade no gênero. Serviço:Data: 19 de novembroHorário: 20hIngressos: R$ 40 (https://uhuu.com/evento/pe/recife/comediano-13653)Local: Teatro Riomar Recife

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Russian State Ballet Stevanovich traz “O Lago dos Cisnes – Melhores Momentos” ao Brasil

Apresentação no Teatro Santa Isabel une clássicos do balé russo e ação solidária para ajudar o Hospital do Câncer do Recife O Russian State Ballet Stevanovich chega ao Brasil com uma apresentação exclusiva de “O Lago dos Cisnes – Melhores Momentos”. No dia 16 de novembro, sábado, às 21h15, o público poderá assistir a uma seleção dos trechos mais icônicos do clássico de Piotr Ilitch Tchaikovsky, encenada por solistas principais que prometem emocionar e encantar com técnica e graça no Teatro Santa Isabel, no Recife. Com uma performance mágica e repleta de drama, o espetáculo apresenta a força e a tradição do balé russo. A montagem de “O Lago dos Cisnes” traz o estilo inconfundível do Russian State Ballet Stevanovich, que busca proporcionar uma experiência diferenciada para o público brasileiro, destacando a beleza e a intensidade desta obra-prima do repertório clássico. Além da beleza artística, o espetáculo promove uma ação solidária. Os espectadores que levarem 4 kg de alimentos não perecíveis terão 50% de desconto no valor do ingresso. Toda a arrecadação será destinada ao Hospital do Câncer do Recife, fortalecendo uma corrente do bem e unindo arte e solidariedade. Os ingressos estão disponíveis para compra online e a apresentação promete ser um marco cultural na cidade. Serviço:Data: 16 de novembro (sábado)Horário: 21h15Local: Teatro Santa IsabelIngressos: balletdarussiabrasil.com.brInformações: (11) 98181-7623

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Influência da religião na política é tema de novo documentário de Petra Costa

Pessoas oram de mãos dadas vociferando numa língua difícil de entender, conhecida no meio evangélico como "língua estranha". Outros de mãos erguidas abençoam bancadas e objetos, enquanto alguém, de Bíblia na mão, discursa em alta voz. Não, elas não estão dentro de um templo. Tudo acontece em um lugar nada comum à tal prática: a câmara dos deputados. A cena que aparece logo nos primeiros minutos de "Apocalipse nos Trópicos", documentário de Petra Costa, serve de prenúncio ao que está por vir. Registros de bastidores revelam nuances que não costumam aparecer em palavras e gestos de figuras públicas quando orientadas por uma assessoria em entrevistas para a imprensa. É o que mostra o novo trabalho de Petra. A diretora teve acesso privilegiado a conhecidos nomes da política como Sóstenes Cavalcante, líder da bancada evangélica, e o presidente Lula, da mesma forma que em "Democracia em Vertigem", filme indicado ao Oscar em 2020. De todos os personagens, um chama a atenção por sua influência na política brasileira nos últimos anos: Silas Malafaia. A câmera acompanha o pastor em situações longe dos púlpitos e palanques. Uma cena inusitada mostra Malafaia dirigindo e batendo boca com um motoqueiro. O religioso justifica a atitude lembrando que Jesus também foi duro ao chicotear pessoas que faziam comércio na frente do templo. Em outro momento, Malafaia orgulha-se da liberdade que tinha na relação com Jair Bolsonaro e da influência que exercia nas decisões do ex-presidente, como aconteceu na escolha do pastor presbiteriano André Mendonça para o STF, o ministro "terrivelmente evangélico". O documentário é apresentado em capítulos, costurado por reflexões em off da diretora, ilustradas por pinturas de temáticas apocalípticas que exibem inferno e morte, obras de artistas como o holandês Hieronymus Bosch. Inferno e morte representados da mesma forma nas sequências seguintes por áudios de profissionais da saúde de Manaus desesperados por falta de oxigênio e cenas de tratores cobrindo de terra centenas de covas em enterros coletivos durante a pandemia de Covid. "Apocalipse nos Trópicos" expõe a contradição de um discurso dominador e excludente que clama por liberdade na ânsia por um governo teocrático. Tipo de discurso que culminou na tentativa de golpe no fatídico 8 de janeiro. A história mostra quão sombrios foram os períodos em que religião e política decidiram marchar juntas. Para o bem da democracia, que esse cálice seja afastado da política brasileira. "Apocalipse nos Trópicos" foi exibido no Janela Internacional de Cinema do Recife. Ainda sem previsão de estreia no circuito comercial.

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Orquestra Latino Olindense lança single com Getúlio Cavalcanti

Frevo e ritmos latinos se encontram em releitura que homenageia o frevo pernambucano e antecipa o Carnaval 2025. Foto: Laíse Souza A Orquestra Latino Olindense (OLO) está prestes a lançar seu novo single, uma reinterpretação de “Último Regresso”, clássico do frevo de bloco, composta pelo próprio Getúlio Cavalcanti em 1981. A música será apresentada em dezembro nas plataformas digitais e conta com a participação especial do compositor, que divide os vocais com o cantor Roger Ricco, integrante da orquestra. Este é o sexto lançamento da OLO, que tem se dedicado a unir frevo e sonoridades latinas. Com uma abordagem inovadora, a OLO explora uma fusão entre o frevo de bloco e o bolero, resultando em uma versão que combina tradição e contemporaneidade. A voz emblemática de Getúlio Cavalcanti, memória viva do frevo, reforça essa conexão com a história do gênero, enquanto a interpretação de Ricco representa a continuidade dessa herança. A nova versão reflete o objetivo da orquestra de dar uma roupagem moderna ao frevo, aproximando-o de ritmos afro-latinos em uma simetria musical contagiante. Formada em 2018, a Orquestra Latino Olindense é composta por seis músicos de destaque na cena pernambucana e internacional: Roger Ricco (vocal), Lucas Crasto (vocal, baixo elétrico e acústico), Didi Mell (piano), Wilson Neto (percuteria), Jarbinhas Araújo (percussão) e Bolo Brown (congas). A banda se destaca pela pesquisa e transformação de ritmos locais, criando uma sonoridade única que honra o frevo pernambucano, enquanto o reinventa com influências latinas. O single “Último Regresso” marca a contagem regressiva para o Carnaval 2025, quando a OLO celebrará seus sete anos de existência, levando sua fusão cultural para o público.

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