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Lia de Itamaracá recebe hoje (10) título de cidadã recifense

Hoje, 10, a partir das 14h, a Câmara Municipal do Recife, através do vereador Ivan Moraes (PSOL), entrega o título de cidadã recifense à artista Lia de Itamaracá, em sessão solene. Maria Madalena Correia do Nascimento, conhecida pelo seu nome artístico Lia de Itamaracá, é reconhecida com justiça pelo título de “A Rainha da Ciranda”. “É com muita alegria e honra que fazemos a entrega desse título, projeto de iniciativa do meu mandato, a Lia de Itamaracá, essa artista tão importante e significativa da nossa cultura”, disse Ivan Moraes na aprovação. Na ocasião, no plenário da Câmara Municipal, Lia de Itamaracá lançará o clipe, ainda inédito, "Dorme Pretinho, um recorte poético da infância de Lia com sua mãe Matildes. A partir dessas memórias, o clipe navega pelo ofício das mulheres marisqueiras. A artista é Patrimônio Vivo de Pernambuco; foi agraciada com a Ordem do Mérito Cultural pelo Ministério da Cultura; recebeu, em 2019, o Título de Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Todos frutos de seu incrível trabalho.

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Centro de Cultura Luiz Freire realiza edição especial da Quartas Literárias

Hoje (dia 09 de novembro), o Centro de Cultura Luiz Freire (CCLF) resgata uma ação cultural que aconteceu durante 10 anos no quintal do seu casarão centenário no Sítio Histórico de Olinda. Em comemoração aos 50 anos completados em agosto, a Quartas Literárias volta com uma edição especial para promover e defender a cultura através da literatura, da poesia, da música e do teatro. Com uma programação repleta de artistas pernambucanos, o evento inicia às 18h30 e tem como participações especiais duas escritoras negras de referência do nosso estado: Odailta Alves e Inaldete Pinheiro. Com o sarau “Poemas da Travessia”, as intelectuais têm como referência o livro “Travessias” da própria Inaldete Pinheiro, que fala sobre a travessia forçada que a população negra africana sofreu até o Brasil e o sequestro da ancestralidade que ocorreu durante o período escravocrata. “São poesias produzidas por mulheres negras idosas, adultas e jovens, que compreendem como historicamente a mulher negra sempre foi pensada para tarefas subalternizadas, porque sabemos que o racismo nos impede de acessarmos muitos espaços. E esse caldeirão de poesia preta e feminina vai lembrar essa travessia [...] Ressignificando nossas narrativas e construindo essa poesia que traz essa mulher através da primeira pessoa, quebrando com a literatura hegemônica e o silenciamento. Então esse Sarau vem como estratégia de fortalecimento para que possamos compartilhar nossas escritas”, explica Odailta. Odailta Alves também levará o Projeto Mala Preta, conduzido por ela e outras escritoras negras com o objetivo de circular livros de intelectuais pretas independentes que não conseguem acessar as livrarias por todas as dificuldades do mercado editorial. A responsável pela produção da Quartas Literárias é Silvana Menezes, atriz, poetisa e integrante do Vozes Femininas, outra atração confirmada no evento - cujo grupo também é formado por Cida Pedrosa, Mariane Bigio e Susana Morais. Silvana fala com emoção desta atividade que coordenou por 10 anos dentro do Programa de Desenvolvimento das Leituras e Escritas Literárias do CCLF. “As primeiras edições aconteceram na Biblioteca Solar de Ler, que fica dentro da sede da organização. À luz de velas e de candeeiros vermelhos, esta iniciativa evoluiu e o espaço tornou-se pequeno, ocupando então o belíssimo quintal. Não tínhamos recursos de luz, fazíamos fogueiras, e era lá, ao redor do fogo sagrado, que líamos nossos versos escritos em guardanapos, datilografados em máquinas de escrever antigas ou digitados. Os artistas começaram a subir as ladeiras de Olinda para participar das edições das Quartas”, relembra o início da ação. Com a expansão do projeto e a mobilização de até 600 pessoas em um único dia de evento, a iniciativa acumula participações em diversos espaços, a exemplo de escolas públicas, praças, territórios quilombolas e indígenas, festivais como o A Letra e a Voz, o Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), a Fliporto, entre outros. “Por aqui passaram todas as linguagens artísticas, sempre tendo a menina dos meus olhos, a literatura, como eixo. Está no nome: Literárias – uma fêmea resistente. Filhota criada com muito amor e dedicação por essa que vos fala”, destaca Silvana. Além do Poemas da Travessia e Vozes Femininas, a nova leva de poetas e poetisas pernambucanos se juntam aos precursores da ideia e colaboram para a realização de uma noite muito especial. São eles: Allan Sales, Ana Neves, Rafaela Valença, Kerlito de Lenira, Adélia Coelho, Renata Santana, Malungo, Gleison Nascimento e Flávia Gomes. Estes compõem a Roda Literária, que também terá o microfone aberto para as pessoas presentes que sintam o desejo de recitar. O Grupo Totem é uma das atrações teatrais do evento, grupo que existe desde 1988 na cena e se tornou uma das referências em Pernambuco. O Grupo Teatral da EREFEM Compositor Antônio Maria, unidade educacional localizada em Rio Doce - Olinda, é formado por crianças e adolescentes e se junta aos mais experientes para também realizarem uma apresentação nesta edição especial da Quartas Literárias. Para abrir a noite e garantir o gênero musical do encontro, a Banda Colírio Elétrico faz uma versão acústica de seu show. Navegando pelo blues, rock, folk e country, a banda é formada por Paulo Guimarães nos vocais, Luciano King na guitarra, Edinaldo Nascimento no baixo, Maurilio Luna no Teclados e Isaac Olindino na bateria. Bebidas e comidas também estarão disponíveis para compra no local. A entrada é gratuita. SERVIÇO QUARTAS LITERÁRIAS - EDIÇÃO ESPECIAL #CCLF50Anos Dia 09 de novembro A partir das 18h30 No CCLF | Rua 27 de Janeiro, 181 - Carmo, Olinda Entrada gratuita

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Cepe anuncia lançamento dos novos títulos da Coleção Pajeú

(Da Cepe) A Cepe Editora lançará durante a 2ª Feira da Poesia do Pajeú, que acontecerá no período de 10 a 13 de novembro, na Praça Monsenhor Alfredo de Arruda Câmara, em Afogados da Ingazeira, os novos títulos da Coleção Pajeú - criada para evidenciar a produção literária da região. Mais um matulão na praça, de Paulo Monteiro; Respingos de saudade, de Aprígio Jerônimo Ferreira; Entre a feira e o teatro, de Cícero Renan Nascimento Filgueira, e o cordel O debate de Cristo Cirineu com Benito Messias Mussolini, de Felipe Amaral, foram selecionados pelo Conselho Editorial do Pajeú - grupo formado por poetas e intelectuais dos municípios que integram o Sertão do Pajeú. Em Mais um matulão na praça, Paulo Monteiro faz uma coletânea de seus versos humorísticos sobre paixão, amor, saudade, sertão, cantoria e homenagens. São 284 páginas de poemas escritos entre 2015 e 2019. No poema introdutório, Paulo dá a pista: já havia publicado um Matulão de poesia, em 2013. “Voltei feliz novamente/ Tentando agradar meu povo/ Com mais um trabalho novo/ Tirado da minha mente./ Acho que ficou mais quente/ Do que brasa de São João.../ Mas não tenho a intenção/ De crescer nem me mostrar;/ Meu sonho é você gostar/ Do Segundo Matulão.” Para quem não sabe, matulão é um saco onde os retirantes carregam seus pertences.  Nascido em Tabira, Paulo Monteiro, 56 anos, tem três filhos, todos poetas como o pai, que foi influenciado pelo irmão do famoso, Dedé Monteiro, conhecido como o “Papa da Poesia”, detentor do título de Patrimônio Vivo de Pernambuco. Desde jovem, Paulo escreve essa poesia repleta de humor e alegria. Também é pandeirista, triangueiro e zabumbeiro. “Paulo diz o que vive e vive o que escreve. É poesia em carne e osso, em sentimento e espírito”, escreve a poeta Isabelly Moreira, de São José do Egito, em texto que assina na obra. “É peba, é tejo, é tatu, É tatu, é tejo, é peba, É corte, é talho, é pereba, É vinho, é brahma, é pitu, É palhaço, é papangu, É papangu, é palhaço, É lampião, é cangaço, É leite, é queijo, é coalhada. Quem tiver língua travada Não faz do jeito que eu faço” (Trecho do poema Língua Travada)  Respingos - Com 88 páginas, Respingos de Saudade é o segundo livro lançado por Aprígio Jerônimo Ferreira, poeta pernambucano de 94 anos, natural de Brejinho. Nos versos que compõem o título, carregados de emoção, ele recorda os pais e os irmãos já falecidos, remete ao dia a dia sofrido do homem do campo e relata as dificuldades dos sertanejos que migram atrás de melhores condições de vida em outras regiões do Brasil, como ele mesmo fez aos 20 anos de idade. “Onde estás, Mussambê, torrão querido, memorável berço das minhas façanhas”, escreve Aprígio Jerônimo no poema Nossas Raízes, ao falar do lugar onde nasceu. A mudança para o Rio de Janeiro e depois para Brasília - ele trabalhou como encarregado de carpintaria na construção da capital federal - é contada no verso Meu Diário: “Levava o cheiro da terra/Do meu sertão alcantil,/ Jovem rústico e primitivo,/ De aspecto juvenil,/ Mas carregava o desejo/ De conhecer meu Brasil.” Diferente dos outros livros da coleção, Entre a feira e o teatro: as práticas culturais dos repentistas em Pernambuco (1900-1948), do historiador de Tabira, Cícero Renan Nascimento Filgueira, é fruto de uma pesquisa de mestrado defendida em 2017, na Universidade Federal Rural de Pernambuco. A obra traz um estudo sobre os cantadores de viola da primeira metade do século passado. “Ao dedilhar a viola, o repentista faz uma representação do mundo através da declamação. Um mundo por vezes escuro, triste, como se a mágoa eterna o tocasse. Por vezes, um mundo repleto de aventuras, de bois fantasiosos que falam e sentem como gente, às vezes mais do que as pessoas”, descreve Cícero, comparando o ofício do violeiro com o do historiador.  “Assim como os cantadores, (o historiador) faz representações do mundo em seus textos: mundo parcialmente representado nos documentos que contam uma história fragmentada, como uma estrofe sempre a ser concluída. Logo, pode-se entender que o historiador está fadado a escrever uma história pelos retalhos deixados nas linhas, ou melhor, entrelinhas dos fatos registrados ao longo do tempo”, compara o pesquisador, que iniciou seus estudos a partir de três folcloristas, o paraibano José Rodrigues de Carvalho (1867-1935), o cearense Leonardo Mota (1891-1948), e o potiguar Luís da Câmara Cascudo (1898-1986). Seu trabalho também se preocupa em responder como as tradições nos sertões dos folcloristas chegaram ao palco dos teatros das capitais. Para tanto, Cícero pesquisou autores como Pierre Bourdieu, Roger Chartier e Carlo Ginzburg.  Pernambucano de Tabira, o poeta cordelista e militante da causa operária Felipe Amaral, disse que se inspirou nos “dias escuros em que vivemos” para escrever o cordel vencedor  O debate de Cristo Cirineu com Benedito Messias Mussolini. "Eu queria focar na questão da hipocrisia e da retórica do engano, de como as pessoas podem ficar em um estado de alienação. O cordel trata de um tipo de escravidão na qual o escravo fica cego e agradece a quem o escraviza”, destaca o autor. O cordel apresenta dois personagens Cristo Cirineu (profeta peregrino que tem seu nome inspirado em  Simão Cirineu, homem que ajudou Jesus Cristo a carregar a cruz em seu calvário) e Benito Messias Mussolini, um messias que, como destaca o autor, carrega em si a hipocrisia e a ardileza: “Dizia a sua canção que no ano rudimentar  De dois mil e dezenoveuma besta cavalarReinara naquela terra com a força militar. O seu nome popularComo o do ídolo cristão Fazia ele angariarDe todos aceitaçãoBem como o seu grande apeloVoltado para à religião. Era um “Messias” que o Cão,Na terra, achou de botar.‘Benito’, mas não bendito,  Embora um povo vulgarJulgasse ser; e o louvasseAté diante do altar.” Visibilidade - “A preocupação na seleção das obras vencedoras foi possibilitar aos autores do Pajeú concorrer em um edital exclusivamente voltado para a região. Queremos,  com a Coleção Pajeú, dar visibilidade à produção cultural não apenas na literatura, mas em todas as áreas do conhecimento humano”, assegura o coordenador do Conselho Editorial do

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Festival afro-indígena começa nesta segunda-feira em Tracunhaém

Evento conta com uma programação 100% pernambucana, que inclui oficinas, mostra audiovisual em escolas de áreas rurais, lançamento de álbum, e apresentações culturais, gratuitas, preenchida por artistas negros e indígenas, da cidade e região A partir desta segunda-feira (7) até domingo (13), a cidade de Tracunhaém - Capital Estadual da Cerâmica, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, vai ser sede da 22ª edição do Tipóia Festival.  O tema da vez é: “Levantando poeira” - uma maneira de festejar à retomada do evento que passou dois anos suspenso em razão da pandemia.  A programação, recheada de atividades culturais gratuitas, busca apresentar manifestações e tradições afro-brasileiras e indígenas, presentes na região. Durante sete dias, o projeto vai circular por praças, escolas, ruas e avenidas, da área urbana e zona rural, levando diversão e alegria. Nesta edição, o evento reúne cultura popular, música independente, batalhas de MC’s e Breaking, encontro de bateristas, mostra audiovisual e lançamento de álbum; além de oficinas de cerâmica, rabeca e arte. A ação se soma às atividades do Mês da Consciência Negra no Estado.  O festival conta com uma programação 100% pernambucana, composta por artistas indígenas, negras e negros, da cidade e região. Zeca Cirandeiro e a Ciranda Popular de Paudalho; Neuro Roots (Olinda); Lambaero - 15 anos (Nazaré da Mata); Cássio Oli (Igarassu); Épiko’s (Timbaúba), são algumas das atrações que prometem animar o público. Está prevista também a participação da Sambada de pé de parede entre os mestres Erick Moraes e o contramestre Maurício, do Maracatu Estrela de Tracunhaém; e a Ciranda Bela Rosa, do Mestre Bi (Nazaré da Mata); entre outros. Destaque para o show “Afonjah e Isaar na África", que irá se apresentar no festival, após turnê em Moçambique e África do Sul. A programação prevê também atividades recreativas para o público intergeracional, como a mostra de vídeos artísticos-culturais. A proposta do festival, contemplada com o Edital do Funcultura, da Secretaria de Cultura do Governo do Estado, também vai ofertar oficinas de artesanato em cerâmica com mestre Valdik; e oficina de rabeca ministrada pelo rabequeiro Dinda Salu.  Entre os destaques desta edição está o espaço para o rap, com o Palco Tipoia Hip Hop, que acontece em parceria com a confecção Nordeststreet e outras organizações dessa expressão no estado.  Neste ano, o festival apresenta Batalha de MC's e a Batalha de Breaking, por fim, pocket show GDF. As apresentações serão realizadas na estrutura montada em frente à Praça Costa Azevedo, Centro de Tracunhaém, com início às 14h. Outra novidade é a estreia do álbum “Cidade do Barro”, de autoria do músico, compositor e produtor cultural, Sid3. A nova produção sonora mescla sustentabilidade, cultura e história, com reflexão as sonoridades captadas ao dia-a-dia, como na produção das peças de cerâmicas, sons gravados nas Olarias de Tracunhaém, conversas com os Mestres Artesãos, o som do trabalho manual, da queima das peças no forno, da pisada do barro e dos instrumentos musicais feitos de barro. Incentivado pelo Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura), a nova produção acontece na noite do sábado, 12 de novembro, na Praça Costa Azevedo, Centro de Tracunhaém, a partir das 21h.  O festival ainda traz para o público uma oficina de cerâmica: aprendendo a fazer fazendo, que tem como proposta capacitar e formar adolescentes, jovens e adultos para para o ofício da olaria - uma das principais atividades econômicas ligado ao município de Tracunhaém. A oficina tem caráter técnico e de demonstração, e acontecerá nas dependências do ateliê do Mestre Valdik.  Todas as produções artesanais dos participantes farão parte de uma exposição ao final da oficina.  O período das aulas será de 07 a 10 de novembro, no horário das 14h às 16h. Outra oportunidade para o público é a “Oficina de Rabeca” - instrumento musical que traz elementos da sonoridade da Zona da Mata Norte. A formação tem como finalidade repassar técnicas de sonoridade das tradições de cultura popular da região, como cavalo marinho e forró, por exemplo.  Os conhecimentos serão repassados pelo rabequeiro, cantor e compositor, Dinda Salu - décimo segundo filho do mestre Salustiano - um dos ícones da cultura popular na zona canavieira, de quem herdou os ofícios de rabequeiro, cantor e compositor. A capacitação é destinada para 15 pessoas, no período de 10 e 11 de novembro, das 15h às 18h, na Oca. 

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Cinema da Fundação promove Mostra Judaica

(Da Fundaj) Com entrada gratuita, programação é de 5 e 6 de novembro e conta com exibição de documentários, o filme “O Judeu”, e debate com participação de Kátia Mesel e Jacques Ribemboim O Cinema da Fundação/Derby promove nos dias 5 e 6 de novembro (sábado e domingo) a Mostra Judaica. O evento é gratuito e a programação conta com um debate, a exibição de filmes. No primeiro dia, às 19h, será exibido o documentário  “O Rochedo e a Estrela” (2011), com direção da cineasta Kátia Mesel. Ela aborda a história e expansão da comunidade judaica no Recife, ressaltando também a importância dos “cristãos novos” (judeus batizados à força pelo governo português) e da luta de Maurício de Nassau pela liberdade religiosa. Às 20h30, será realizado debate com Kátia Mesel e o historiador e escritor Jacques Ribemboim, que é membro da comunidade judaica do Recife e escreveu livros como “Ensaios judaicos”, “Pernambuco de Fernão”, “Nordeste Independente”, “Manuel Correia de Andrade: um homem chamado Nordeste” (organizador) e “Uma Olinda Judaica:1537-1631 “(coautoria com José Alexandre Ribemboim), entre outros. "Recife e Nova Iorque são cidades irmãs historicamente, vamos mostrar e alargar esses laços", disse Antônio Campos, presidente da Fundação Joaquim Nabuco, referindo-se à conexão histórica entre as duas cidades influenciadas diretamente pelos judeus e sua cultura.  "Os filmes da mostra e o debate entre a cineasta Kátia Mesel e o professor e historiador Jacques Ribemboim, ambos descendentes de judeus, é a maneira que a Fundação Joaquim Nabuco, por meio do Cinema da Fundação, oferece ao seu público para manter viva a memória e os estudos em torno da herança e da permanência da cultura judaica em Pernambuco, no Brasil e em Portugal”, explica o coordenador do Cinema da Fundação, Ernesto Barros.  No dia seguinte, o público poderá conferir, a partir das 19h, o curta-metragem ‘Marranos do Sertão”, que fala sobre uma boa parte dos brasileiros que são descendentes dos "cristão novos", Muitos deles sempre mantiveram a velha fé e eram chamados pela alcunha  depreciativa de marranos. Em muitas cidades brasileiras, especialmente no Nordeste, muitos dos seus descendentes, separados por séculos de sua própria cultura, estão redescobrindo o judaísmo. Em seguida, será exibido o longa-metragem “O Judeu” (1996), de Tob Azulay, e que tem em seu elenco nomes como Felipe Pinheiro, Fernanda Torres, Cristina Aché e Mário Viegas. A obra de ficção mostra que o artista Antônio José da Silva, carioca de nascimento e de origem judaica, foi considerado o mais célebre autor teatral de Portugal do século 18. Depois de seu julgamento e de sua família pelo Tribunal do Santo Ofício, em Lisboa, Antônio José torna-se estudante da prestigiada Universidade de Coimbra, casa com uma cristã-nova, Leonor Maria de Carvalho, e cada vez faz mais sucesso com suas comédias. Só que sua prima Brites Eugénia denunciou o casal para as autoridades eclesiásticas por heresia.

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Feijão de Azeite: com dendê e arte.

*Por Raul Lody É comum dizer: “vou fazer feijão”. E com essa intimidade, localiza-se o que é “fazer feijão”.  Pois feijão é um símbolo da casa, da cozinha, do cotidiano. Uma comida que está na grande maioria das mesas brasileiras. Então detalhamentos de um imaginário que individualiza qual é o tipo de feijão e a sua receita culinária. E assim posso fazer feijão magro; fazer feijão de leite, diga-se ao leite de coco; feijão de azeite, e com essa característica já se sabe, no caso dos baianos, que o feijão é do tipo fradinho e temperado com azeite de dendê. Assim o feijão de azeite faz a base dos cardápios para as outras receitas com dendê, o mesmo ocorrendo com a farofa de dendê. Dessa maneira retoma-se a harmonização feijão e farinha de mandioca .Essa opção de se comer é a opção mais geral e nacional que encontramos na união do feijão e da farinha, diga-se feijões e farinhas de muitos e diferentes tipos, cores, formas e  sabores . As comidas “de azeite” integram receitas de carnes, peixes, aves, legumes, todas celebradas no dendê, que também é chamado de “azeite de cheiro”. O de oliva chama-se de “azeite doce”, também um ingrediente tradicional destas mesas reinventadas na matriz africana que compõe com a mesa ibérica e mediterrânea. A mão africana misturou o leite de coco ao dendê, ao azeite de oliva, também pela África Magrebe, e assim nascem diferentes sabores afrodescendentes.  Como também nas interpretações das pimentas frescas e secas, e outros temperos como, por exemplo, cominho, urucum; “egussí”, que é a semente da abóbora ou da melancia, torrada e salgada, usada para destacar o cheiro, a cor e o gosto das comidas. Embora o feijão de azeite esteja presente na tradição da mesa baiana, no clássico “A arte culinária da Bahia” (1928), de Manuel Querino, os pratos com feijão apresentados pelo autor, que viveu e realizou suas etnografias, século XIX,  na cidade do São Salvador, são  os da feijoada e do feijão de leite.Não citando  a  receita   que se conhece por feijão de azeite.  . Como acontece com a maioria dos pratos “de azeite”, há uma presença marcante do camarão defumado, e certamente do molho de pimenta fresca para aguçar os sabores.  A mistura do feijão fradinho com o camarão defumado está no abará, por exemplo, e que se complementa na pimenta e no dendê. Também pode-se ver o acarajé como uma elaboração do feijão e do dendê. E ainda com dendê os recheios do vatapá de acarajé, diferente do vatapá de mesa, do camarão defumado refogado e no próprio molho do acarajé . Então para se fazer o feijão de azeite segue-se um roteiro que começa com o  feijão fradinho que é bem cozido e na sequencia vai para o refogado, sem o caldo; e, na receita tradicional, são acrescentados: camarão defumado, cebola, coentro, dendê, sal. Ainda deste processo culinário de se fazer o feijão de azeite, a água do cozimento, que é a água escorrida do feijão fradinho, poderá ser a base de um tipo de sopa que é complementada com legumes, carne “verde” ou fresca geralmente de boi, algum embutido entre outros ingredientes.  A partir da receita do feijão de azeite, há uma receita de amplo uso ritual religioso chamada de omolocum, que é uma das comidas preferidas   do Orixá Oxum. O feijão é muito cozido e refogado com cebola, camarão defumado e dendê.Quando esta etapa está realizada este feijão é colocado em um utensílio de louça onde  são acrescentados ovos cozidos inteiros , pois o prato com estas características  assume seu conceito estético,  e assim segue para o seu uso  sagrado.    O feijão é tanto uma comida consagrada do dia a dia, e o feijão é também uma comida da festa e é ainda a base de muitas receitas rituais, fazendo com que  o nosso paladar  busque no feijão uma notável referência do sabor brasileiro. *RAUL LODY é antropólogo

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Exposição traz ao público o fascinante universo da construção de violinos e arcos

Exibição na Caixa Cultural Recife, entre 4 e 6 de novembro, tem como destaque um violino armorial produzido pelos alunos da Escola de Formação de Luthier e Archetier da Orquestra Criança Cidadã Um detalhe extra do evento será a exposição de um violino armorial confeccionado sob inspiração nas formas e moldes dos instrumentos da família de luthiers italiana Guarnieri, no século XVI. O instrumento foi construído por Carlos Alberto sobre motivos desenhados pela psicóloga do Núcleo do Coque da OCC, Elaine Lima. A ESCOLA Em funcionamento desde 2012, a Escola de Formação de Luthier e Archetier da Orquestra Criança Cidadã é a primeira do Estado de Pernambuco e uma das poucas do Brasil, e atende, atualmente, a 50 jovens aprendizes. Em setembro de 2021, foram inauguradas suas novas instalações, que dispõem de amplas salas de aula e equipamentos modernos em 500m² de área construída na sede da Orquestra, nas dependências do 7º Depósito de Suprimento do Exército Brasileiro, no bairro do Cabanga. A obra de ampliação da Escola de Formação de Luthier e Archetier da Orquestra Criança Cidadã contou com o financiamento da Conferência Episcopal Italiana (CEI), apoio da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (para aquisição de maquinário) e tem a manutenção possibilitada pelo patrocínio da Caixa Econômica Federal.

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Espetáculo teatral #Juntos desembarca no Recife em única apresentação

Iniciativa traz o tema educação financeira e cooperativismo para alunos de escola pública na Capital é encabeçada pela Sicredi Recife e Fundação Sicredi No próximo dia 4 de novembro, às 15h, o espetáculo teatral #Juntos será encenada, em apresentação única, para os alunos da Escola Estadual Liceu Nóbrega, localizada no bairro da Boa Vista – região central do Recife. Com texto da dramaturga Dedé Ribeiro e direção do premiado Daniel Colin, a peça aborda de forma descontraída as questões da transição do jovem para a vida adulta e tem como objetivo proporcionar acesso à Cultura e promover a educação financeira e o empreendedorismo para jovens de 13 a 20 anos. A iniciativa é da Sicredi Recife em parceria com a Fundação Sicredi, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. “O espetáculo reflete com leveza e bom humor as questões que preocupam os jovens. Como preparar-se para o futuro com tantos caminhos possíveis? Nos dias de hoje o espaço físico não precisa ser compartilhado para que as pessoas possam cooperar, se unir e construir seus projetos de vida juntas. ” - afirma Dedé Ribeiro. PLANOS PARA O FUTURO - A ação de #Juntos se passa no dia da formatura de três colegas inseparáveis no Ensino Médio, que traçam planos para o futuro: a separação é inevitável, mas a distância, hoje, é relativa, graças às redes sociais. Com o auxílio da irmã de um deles e de outros personagens, os amigos criam juntos um projeto que possa reuni-los outra vez e garantir que seus sonhos de trabalho se realizem. Na sua ficha técnica, destacam-se atores reconhecidos, sobretudo no teatro gaúcho, como Douglas Oliveira, Denis Gosh, Kaya Rodrigues e Ursula Collischonn, entre outros, bem como os cenários de Rodrigo Shalako e os figurinos de Antônio Rabadan. A produção é assinada pela DUX /LIGA Produção Cultural. A Assistente Desenvolvimento do Cooperativismo da Sicredi Recife, Carla Leão, falou sobre a iniciativa. “Trouxemos a montagem como parte de uma série de projetos voltados para as comunidades onde estamos inseridos. Como já havia o objetivo de impactar o público jovem, escolhemos os alunos da Escola Estadual Liceu Nóbrega para que eles, de forma divertida e lúdica, recebam informações para que atravessem mais facilmente as transformações da juventude e possam despertar o olhar para o futuro. ” — conta. “A Sicredi Recife acredita que a educação financeira transforma a vida das pessoas e, trazendo o tema por meio lúdico, fica ainda mais fácil assimilação da mensagem que queremos transmitir para os jovens. ” – complementa. Para Floriano Quintas, Presidente da Sicredi Recife, a iniciativa dialoga diretamente com os princípios do cooperativismo defendidos pela instituição. “É muito importante trabalhar o tema nas escolas, para que os jovens possam desenvolver consciência financeira, usando o dinheiro a seu favor, evitando que inicia a vida adulta endividado. Com a iniciativa, a Sicredi Recife reforça o compromisso com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis da ONU (ODS), oferecendo Educação de Qualidade e fomentando Cidades e Comunidades Sustentáveis, ambos previstos nos ODS 4 e 11, respectivamente, o que mostra o quanto a cooperativa está preocupada com o contexto sustentável.” - afirma. “O Sicredi acredita que por meio da educação financeira, as pessoas podem transformar sua relação com o dinheiro e conquistar maior independência e liberdade para as suas vidas, o que reforça a importância de apoiarmos uma produção artística que fomenta esse tema de uma forma leve e descontraída” - comenta Cristiane Amaral, gerente da Fundação Sicredi.

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Christal Galeria de Artes traz Reflorestar para “fechar” 2022

A mostra é composta por artistas mulheres de várias partes do país A partir do dia 03 de novembro, o público poderá contemplar mais de trinta e cinco trabalhos de onze artistas, todas mulheres, de Pernambuco e de mais quatro estados brasileiros. A exposição Reflorestar é composta por obras como desenho, pintura, arte têxtil, fotografia, vídeo, gravura e lambe-lambe, a partir do recorte proposto em torno das vulnerabilidades dos processos de desertificação que a população está vivendo, em todas as esferas da vida contemporânea. Reflorestar é quem encerra o calendário de exposições da Christal Galeria de Artes em 2022. A lista de artistas que vão expor seus trabalhos é formada por nomes como Alicia Cohim (PE), Ana Longman (PE), Ana Michaelis (SP), Bianca Foratori (SP), Brenda Bazante (PE), Carol Drahomiro (PE), Cris Panariello (SP), Geoneide Brandão (AL), Julieta Cavalcanti (RJ), Marta Berger (PR) e Vivian Kass (SP). As manifestações artísticas das artistas apresentam pontos que confluem numa relação intrínseca e se envolvem diretamente com o posicionamento plural do que a figura feminina representa, como a ligação que traz a força vital capaz de transformar o mundo, ou seus mundos. “Assim, Reflorestar foi o sinônimo que nos aproximou destas artistas, pois em seus trabalhos elas refazem significados, quebram barreiras simbólicas para recuperar o que foi desmatado pelo preconceito, pelo descuido daquilo que nos desumaniza e nos deixa desprotegidos enquanto grupo e espécie”, explica Stella Mendes, uma das curadoras da exposição e gestora cultural da galeria. A exposição percorre caminhos de contemplação e entrega buscando renaturalizar, repovoar e recuperar o que está sendo perdido para a chamada “modernidade líquida”. Por isso, os trabalhos vão de fruta-pão à mandioca, das fronteiras estabelecidas pelos homens à necessidade de materializar o impossível, do que conduz o Tempo ao que expande as raízes. “Encontramos nos trabalhos mensagens de como lutar e ter estratégias que se oponham a desertificação não só dos espaços, mas especialmente das almas e dos corações. Abrimos espaço para as artistas expressarem o reflorestar das mentes, germinando novos sentidos na busca do esperançar e da reconstituição do que foi original um dia”, reforça Stella Mendes. Balanço de 2022 - Ao longo de 2022, a Christal Galeria de Artes recebeu desde a  produção genuína local de “Como Fumaça” do artista Ziel Karapotó (cuja individual foi a primeira de um artista indígena no Estado); à riqueza cultural do mestre e Patrimônio Vivo de Pernambuco, o xilogravurista J.Borges, mostrando a sua terra Pernambuco. E ainda a produção recente do artista José Barbosa que trouxe para a Christal uma exposição única e extremamente atual com a “Escuta do Tempo Javari”. “Agora com “Reflorestar” queremos nos unir ao momento que iniciou nosso percurso na cidade de Recife, pois abrimos a Christal Galeria com 13 mulheres durante a mostra Identidade Matriz e que trouxe para a cidade referenciais da produção de vários Brasis.  Encerraremos a mostra no 2º ano de aniversário da galeria, justamente reforçando nossa intenção e interesse em valorizar as vozes femininas no campo das Artes Visuais e fazendo valer este compromisso”, afirma a galerista Christiana Asfora Cavalcanti que também assina a curadoria da exposição. Serviço: Reflorestar Onde: Christal Galeria de Artes, Rua Estudante Jeremias Bastos, 266, Pina. Quando: De 03 de novembro de 2022 a 28 de janeiro de 2023. **No dia 03/11 a abertura será a partir das 18h. Horário: De terça a sábado, das 10h às 19h. Entrada gratuita

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Cantoria une as paralelas

* Paulo Caldas Ao contornar com passos medidos os rigores da Geometria Euclidiana, a Cantoria une no infinito da Poesia as paralelas traçadas por dois ícones desta arte presentes neste: “O aventureiro e o boêmio” Pinto do Monteiro e Louro do Pajeú, considerada a maior dupla de poetas repentistas. A publicação, cujo teor é fruto da feliz parceria celebrada pelos escritores Marcos Nunes Costa e Raimundo Patriota, risca com traços retos pelejas acirradas, relatos gentis e casos graciosos que se acomodam às 270 páginas, acrescidas por um expressivo caderno de imagens colhidas dos dois protagonistas pelas alamedas, palcos e pés de parede dos mil cantos do mundo. Além de dados biográficos, espécie de currículo da trajetória da cantoria de ambos e registro de adendos, preciosos apontamentos de pé de página mostram ao leitor intimidades estéticas e desnudam sextilhas, décimas, gemedeira, martelo, mourão e outros requintes intrínsecos do gênero, que concedem feição documental ao conteúdo. “O aventureiro e o boêmio” ainda cumpre o dever de sedução do leitor ao citar desafios vividos com outros cantadores e enumera respeitados nomes da arte: Antônio Marinho, João Furiba, Otacílio Batista, apenas para citar três. Editado e impresso na Companhia Editora de Pernambuco (CEPE), os exemplares podem ser adquiridos no site da editora ou na sede, à Rua Coelho Leire, 140, fone 3183.2700. Santo Amaro – Recife. *Escritor

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