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84% das famílias pernambucanas estão endividadas, segundo Fecomércio PE

(Da Fecomércio-PE) De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada pela CNC, em fevereiro de 2023, 84% das famílias pernambucanas tinham o orçamento comprometido com dívidas. Em números absolutos, 438.366 famílias estavam endividadas no estado, um aumento de 1,29% em comparação com o mês de janeiro de 2023 e de 4,75% em relação a fevereiro do ano passado. A PEIC/CNC considera que o endividamento das famílias se refere a contas ou despesas contraídas com cartão de crédito, cheques pré-datados, carnês de lojas, empréstimo pessoal, compra de imóveis e prestações de carros e seguros. Na pesquisa, as estimativas também diferenciam dois grupos de renda: famílias cuja renda é de até 10 salários-mínimos e famílias com renda superior a esse patamar.  84% das famílias pernambucanas tinham o orçamento comprometido com dívidas. Gráfico 1: Endividamento em Pernambuco. Fonte: PEIC/CNC, elaboração: Fecomércio-PE. Entre as famílias que recebem até 10 salários-mínimos, o índice de endividamento foi de 84,1%. Já entre as famílias que ganham acima desse valor, 82,6% estavam comprometidas com dívidas. A PEIC estima que 62,6% das famílias pernambucanas com até 10 salários-mínimos comprometiam entre 11% a 50% da renda com dívidas, situação em que também se registram 57,2% das famílias com renda acima de 10 salários mínimos. Considerando o recorte de renda de até 10 salários-mínimos, 89,7% das famílias possuíam dívidas com cartão de crédito, 29,7% das famílias com carnês e 6,8% das famílias com cheque especial. Entre as famílias com renda acima de 10 salários-mínimos, as principais dívidas foram com o cartão de crédito (96,7% das famílias), financiamento de carro (23,9%) e carnês (22,8%). Cartão de crédito, Carnês e Financiamentos de carro são os principais tipos de dívidas. Tabela 1: Principais tipos de dívidas. Tipo de dívida Até 10 sm Mais de 10 sm Cartão de Crédito 89,7% 96,7% Carnês 29,7% 22,8% Financiamento de carro 3,5% 23,9% Cheque especial 6,8% 2,2% Fonte: PEIC/CNC, elaboração: Fecomércio-PE. A PEIC/CNC define, ainda, que a potencial inadimplência é a expectativa dos devedores de não pagarem suas dívidas no mês subsequente ao levantamento. Já o atraso no pagamento (inadimplência) é o ato de não cumprir os compromissos feitos com o endividamento. Ao ocorrer inadimplência, tende a haver uma desaceleração do consumo, que onera, principalmente, pequenas empresas do setor de comércio e serviços. Além disso, o risco de emprestar dinheiro aumenta para os credores, levando a uma potencial elevação na taxa de juros do crédito. Paralelamente, danos de saúde, como depressão e ansiedade, já foram associados a pessoas em situação de inadimplência, segundo a Organização Mundial da Saúde. Em Pernambuco, 40,1% das famílias com até 10 salários-mínimos possuem dívida em atraso, enquanto apenas 8,3% das famílias com mais de 10 salários-mínimos possuem dívida atrasada. Dentre as famílias com atraso, 52,8% com até 10 salários-mínimos não terão condições de pagar a dívida no próximo mês, enquanto 40% das famílias com mais de 10 salários-mínimos terão condições de pagar suas dívidas parcialmente. Em geral, o tempo médio de comprometimento do orçamento familiar com dívidas, em Pernambuco, é de 32 semanas – cerca de 8 meses. 33,7% das famílias com até 10 salários-mínimos estão comprometidas com dívidas entre 3 e 6 meses, enquanto 43,3% das famílias com até 10 salários-mínimos estão comprometidas com dívidas por mais de 1 ano. O tempo médio de atraso, em Pernambuco, é de 64 dias, enquanto no Brasil, o tempo médio de atraso é de 63 dias. Entre aqueles que recebem até 10 salários-mínimos, 47,4% têm um tempo de atraso acima de 90 dias, participação similar àquela das famílias com renda mais elevada (46,7%). O tempo de atraso médio em Pernambuco é de 64 dias. Gráfico 2: Tempo de atraso das famílias totais. Fonte: PEIC/CNC, elaboração Fecomércio. Os dados da PEIC indicam que as famílias de menor renda relativa são as mais afetadas por dívidas. Esse quadro, que guarda relações com as desigualdades de renda, pode ocasionar menor consumo e menor investimento, afetando negativamente a economia estadual. Para evitar essa situação e contribuir com o crescimento econômico do comércio e serviços em Pernambuco, é importante adotar medidas de mitigação de atrasos no pagamento de dívidas, reduzindo o índice de inadimplência.

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Qual o cenário atual da Transnordestina, que não virá para Pernambuco?

Na ferrovia que parte de Eliseu Martins, no Piauí, e que agora segue apenas para Pecém já estão totalmente concluídos 815 km, dos quais 215 km foram executados em 2022, de acordo com as informações da assessoria de imprensa da TLSA. “Este ano a previsão é concluir mais 100 km nos lotes 2 e 3 no Estado do Ceará, além de iniciar novos lotes dependendo da liberação de recursos já contratados (via fundos constitucionais FDNE e FINOR). O avanço físico é de 59% (base janeiro de 2023, já considerando o novo traçado sem o trecho de Pernambuco). As obras estão em andamento, gerando cerca de dois mil postos de trabalho”, informou a empresa. Internamente, a TLSA trata como horizonte de conclusão dessas obras o ano de 2027, como prazo máximo. No entanto, o aditivo assinado com a ANTT indica um prazo de até 2029 para conclusão das obras. “Temos todo interesse em concluir a ferrovia o quanto antes, para que ela possa operar e gerar receita”, informou a empresa. Questionada sobre os recursos que ainda faltam para a conclusão das obras, a TLSA respondeu que "já foram aplicados R$ 7 bilhões. O restante está sendo estruturado entre a TLSA, o acionista CSN e o Governo Federal visando finalizar e colocar em operação a ferrovia”. A empresa projeta que as principais cargas do empreendimento serão grãos, fertilizantes, cimento, combustíveis e minérios. A empresa também negou qualquer preocupação com a provável concorrência da Transertaneja, projeto de ferrovia de Curral Novo até Suape “A Transnordestina Logística e a Companhia Siderúrgica Nacional não se opõem a nenhum projeto de ferrovia no País e entendem que o setor ferroviário e os novos projetos são indutores do desenvolvimento”, respondeu via assessoria de imprensa. LEIA TAMBÉM Era uma vez uma ferrovia

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André Teixeira Filho é anunciado como novo diretor-presidente da Adepe

O atual executivo de Atração de Investimentos, André Teixeira Filho, foi anunciado para o cargo de diretor-presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe). Antes da agência e da secretaria, ele foi secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Economia Criativa do município de Caruaru, atuou também como presidente da Central de Abastecimento de Caruaru (Ceaca), do Conselho Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação (CoMCiTI), do Conselho Municipal de Turismo e do Comitê Realizador do São João de 2022. Além da experiência na gestão do município do agreste, o novo presidente da Adepe tem formação em Direito pela Associação Caruaruense de Ensino Superior (Asces), possui MBA Internacional em Gestão Empresarial pela Unifavip/Devry e pós-graduação em Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral. Ele também é empreendedor dos setores de gastronomia, beleza e eventos e integra a direção da Associação Comercial e Empresarial de Caruaru (Acic).

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Grupo Ampliar inicia atividades no Recife

O Grupo Ampliar Intervenção Comportamental iniciou as atividades no Recife, no bairro do Pina, Zona Sul da cidade. A clínica multidisciplinar, que gerou 200 postos de trabalho, é especializada em Análise do Comportamento Aplicada (ABA) para crianças e adolescentes com atraso no desenvolvimento e oferece serviços integrados que envolvem psicologia, psicomotricidade, fonoaudiologia, terapia ocupacional e psicopedagogia. A unidade conta com área total de 1.500 m² e 940 m² de área construída, fruto de investimentos de R$ 4,5 milhões. Uma das principais novidades da clínica é a sua casa simulada, um ambiente que replica de maneira real o ambiente doméstico, especialmente preparado para estimular e desenvolver habilidades socioemocionais em crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). No espaço, os pacientes podem praticar atividades diárias, como cozinhar, arrumar a cama, receber visitas e outras ações que ajudam no seu desenvolvimento. "A casa simulada é um ambiente onde eles podem praticar habilidades socioemocionais de forma segura e tranquila, além de ser um espaço lúdico e agradável", explica Dr. Rodrigo Nery, psicólogo e diretor clínico do Grupo Ampliar. A unidade fica localizada na Avenida Antônio de Goes, número 617, no bairro do Pina, Zona Sul do Recife.

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Novo Atacarejo inaugura em Carpina primeira loja do plano de expansão para 2023

Esta será a segunda loja em operação na cidade da Zona da Mata e que abre as portas nesta quinta, dia 09, às 9h, na Rua Conselheiro João Alfredo, 262, gerando 250 novos empregos. Ainda este mês, a previsão é inaugurar mais uma loja no Recife A rede pernambucana Novo Atacarejo inaugura hoje (9) a segunda loja em Carpina, na Zona da Mata Norte. A unidade fica na Rua Conselheiro João Alfredo, 262, Santa Cruz, em Carpina, no trevo que dá acesso a cidades vizinhas como Tracunhaém, Nazaré da Mata, Condado e Lagoa de Itaenga. O empreendimento é a primeira unidade do plano de expansão da rede pernambucana para este ano. Ainda este mês, a previsão da rede de atacarejo é inaugurar mais uma loja no Recife. Com a inauguração do Novo Carpina Trevo, sobe para 19 o número de unidades que entram em operação no Estado, em três anos de atuação da rede. “Foi em Carpina onde começou a história do Novo Atacarejo, com a abertura da primeira loja, em 2019, gerando 300 empregos e ajudando a cidade a se desenvolver e a atender outros municípios da Zona da Mata Norte do Estado. Agora, são mais 250 empregos, novos tributos à cidade e colaborando para abastecer estabelecimentos e pessoas empreendedoras que produzem alimentos para gerar renda”, adiantou o diretor de Marketing do Novo Atacarejo, Milton Amorim.  O Novo Carpina Trevo será climatizado e ocupará 3.780 metros quadrados de área de vendas.

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Auto Parvi conta com crescimento na venda de seminovos

Braço do Grupo Parvi voltado ao comércio de veículos seminovos, a Auto Parvi tem grande expectativa de crescimento no número de vendas da categoria nestes primeiros meses do ano. Isto por causa do recente decreto do Governo do Estado, que modifica as regras do pagamento do IPVA para as vendas de usados realizadas antes do vencimento do imposto em 2023. Com a mudança, os compradores poderão optar pelo parcelamento do IPVA 2023 em três vezes. "Assim, o cliente não precisa pagar o valor total do IPVA no ato da compra, pode ir quitando de forma parcelada conforme o calendário do Detran. Sem dúvidas, vai atrair mais interessados em fechar negócio. Estamos bem otimistas", analisa Carolina Griz, gerente da Auto Parvi Afogados, do Recife. A avaliação do Grupo Parvi está alinhada aos dados recentemente divulgados Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto) de que, nos dois primeiros meses deste ano, houve um aumento de 22,2% nas vendas de carros seminovos e usados em comparação ao mesmo período de 2022.

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Raquel Lyra assina protocolo com universidades para retomar estudos sobre tubarões

A governadora Raquel Lyra assinou, na manhã desta terça-feira (07), um protocolo de intenções com as universidades Federal de Pernambuco (UFPE), Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e a Universidade de Pernambuco (UPE), visando a cooperação técnica e científica para estudar e monitorar os tubarões no litoral pernambucano. Durante o encontro, realizado no Palácio do Campo das Princesas com os reitores das instituições, também foram propostas medidas que visam o trabalho de informação, orientação e educação da sociedade. “Com o protocolo de intenções, garantiremos uma cooperação técnica financeira que vai permitir que as universidades retomem seus trabalhos de monitoramento, pesquisa, estudos e intervenção no território, junto com o Governo do Estado. É assim que a gente quer mudar Pernambuco, garantindo investimento na ciência e permitindo a participação de todos para que tenhamos um estado seguro”, destacou Raquel Lyra.  O reitor da UFPE, Alfredo Gomes, enfatizou a importância da parceria. “É uma iniciativa extremamente necessária. Para nós, da Universidade Federal de Pernambuco, é muito importante fazer parte porque implicará na realização de estudos e pesquisas e formação de quadros que possam, obviamente, responder de forma qualificada a esses desafios que se põem aqui no Estado”, ressaltou. De acordo com o reitor da UFRPE, Marcelo Carneiro Leão, a Universidade Federal Rural de Pernambuco vem há 40 anos trabalhando com estudos de tubarões, sendo a única instituição a participar do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) até 2015, quando ele foi descontinuado. “Noventa por cento dos problemas que enfrentamos hoje, temos as soluções e ações necessárias a serem feitas para resgatar esse processo, trazendo a ciência para esse problema para que a gente aprenda a conviver com essa situação de forma científica”, finalizou o reitor. Também participaram do encontro os secretários estaduais Ana Luiza Ferreira (Meio Ambiente, Sustentabilidade e Fernando de Noronha), Carla Patrícia Cunha (Defesa Social), Mauricélia Vidal (Ciência, Tecnologia e Inovação) e Túlio Vilaça (Casa Civil), o presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, Álvaro Porto; o vice-reitor da UFPE, Moacyr Araújo; a professora de oceanografia da UFPE, Tereza Araújo; o professor do departamento de Engenharia de Pesca da UFRPE, Paulo Oliveira; e a professora de Pesca da UFRPE, Rosângela Lessa. (Foto: Janaina Pepeu/ Secom)

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"Você tem que respeitar o consumidor, porque ele não pode ser substituído"

Nesta edição de aniversário da Algomais, estreamos a seção História de Sucesso, ao trazer a trajetória de Eraldo Barbosa dos Santos, conhecido como Lau. Aos 13 anos ele vendida copos nas feiras livres de Timbaúba e hoje é um bem-sucedido empresário do setor de revenda de automóveis. Em cima de uma carroceria de caminhão, Lau com apenas 13 anos, saía do sítio onde morava com a família, na zona rural de Timbaúba, para vender copos na feira livre da cidade. Sacolejando em meio às mercadorias pelas estradas esburacadas da Zona da Mata, nos anos 1960, ele também comercializava nas feiras de São Vicente Férrer, em Itambé e em Itabaiana (PB). Logo passou a vender também tecidos e roupas e com os ganhos realizou o sonho de alugar uma casa na área urbana de Timbaúba e transferir para lá a família. “Aí, passamos a ter água encanada e energia, privilégios que a gente não tinha no sítio”, conta Lau que, depois dessa primeira conquista, passou a acumular outras tantas até se tornar um empresário de sucesso do setor de revenda de veículos. Batizado Eraldo Barbosa dos Santos – “mas só me conhecem como Lau, o Eraldo, às vezes, até eu acho estranho” – ele hoje é dono da Disnove, concessionária da Volkswagen, com 110 funcionários e um volume médio de venda de 200 carros por mês. Ano passado, ele e sua equipe de funcionários comemoraram 50 anos de atuação no mercado. Nesta conversa com Cláudia Santos, Lau contou como conseguiu, com seu tino comercial, ousadia e uma incondicional prioridade ao cliente, erguer a empresa que já recebeu vários prêmios de melhor concessionária do Brasil e foi reconhecida pela Assobrav (Associação Brasileira dos Revendedores Volkswagen) como a 14ª concessionária em faturamento entre as de cerca de 600 revendas espalhadas no País. Aos 74 anos, Lau acompanha a segunda geração da empresa com os filhos Eraldo Júnior e Evandro, mantém hábitos simples e ainda encontra tempo para ser conselheiro do time do coração, o Náutico. Como começou a sua carreira empresarial? Sou timbaubense. Saí de Timbaúba e vim para o Recife já bem estruturado. O início mesmo foi bem difícil. Morava em um sítio. Comecei a trabalhar com 13 anos de idade, por necessidade. Foi quando dei uma “fugida” e fui para a cidade. Um tio me deu um apoio e comecei a trabalhar nas feiras livres, vendendo copo americano. Depois, passei a vender também tecidos e roupas prontas. Eu vendia na feira de Timbaúba no sábado, no domingo na feira em São Vicente Férrer, na segunda em Itambé e na terça em Itabaiana. Eu era uma criança e fazia esse trabalho sozinho. Como o senhor se transportava de uma cidade para a outra? Viajava na carroceria de caminhão, com as mercadorias. Naquela época as estradas eram péssimas. Várias outras pessoas também viajavam e com a carga alta. Era muito difícil. Aos 15 anos realizei o meu primeiro sonho que foi alugar uma casa na cidade com dinheiro que eu ganhava na feira e transferir a minha família para morar lá. A nossa origem é bem humilde, somos 10 irmãos, meus pais sofriam muita dificuldade para dar alimentação aos filhos. Aí, passamos a ter água encanada e energia, privilégios que a gente não tinha no sítio. Continuei vendendo, foi aumentando o negócio e a quantidade das vendas. Depois, abandonei os copos e fiquei só com tecidos e roupas feitas nessas feiras. Aos 18 anos me casei com minha esposa Edilene. Tenho 55 anos de casado, cinco filhos, 14 netos, dois bisnetos. Depois desisti das feiras e comprei um carro, uma rural, para colocar na praça. Passei um ano e pouco, mas não me adaptei. Percebi que tinha motoristas com 20 anos, 30 anos nesse trabalho e só conseguiam ter aquele carrinho velho. Então voltei para o comércio. Mas ao invés de ser no varejo, consegui comprar peças de tecido fechadas e vendia por atacado àqueles ex-colegas meus que faziam feira. Deu certo, foi ótimo. Depois, inventei de comprar carro e vender. Saía de Timbaúba, vinha para o Recife, pegava um ônibus e ia para São Paulo. Comprava um carro novo, vinha dirigindo de lá para cá. A primeira viagem que fiz foi em 1968. Imagino em que estado estavam as estradas… Eram muito ruins. Eram quatro dias de ônibus daqui para lá. E de lá para cá, eu saía de São Paulo, dormia em Vitória da Conquista (na Bahia) sozinho, dentro do carro, porque eu não podia ter custo. Saía de Vitória da Conquista e ia dormir em Timbaúba. Geralmente fazia três viagens para São Paulo por mês. Continuei lutando com muita vontade, com muita disciplina, com despesas altas, porque depois que casei fiquei com despesas de duas famílias. Até que apareceu uma oportunidade de trabalhar na Disnove que já era revenda autorizada da Volkswagen em Timbaúba. O então o proprietário me chamou para trabalhar para ele, disse que não tinha nenhum conhecimento em automóveis, era fazendeiro e não estava satisfeito com o negócio. Eu disse a ele que não queria, porque nunca tinha sido empregado, sempre fui independente. Então, ele me fez uma proposta irrecusável para sócio, sem entrar com o dinheiro. Como foi seu desempenho? Para você ter uma ideia, a Disnove em nove meses, de janeiro até o dia 4 de outubro de 1972, vendeu oito carros, menos de um carro por mês. A situação era complicada. Eu entrei em 4 de outubro e até o final do ano, vendi 57 automóveis. Aí começaram a dizer: “esse cara não pode sair da empresa”. E qual foi esse segredo dessa performance? Nessa época eu era aquele garoto muito bem aceito na cidade, trabalhava na área. Sempre digo que temos que respeitar nosso maior patrimônio: "sua excelência, o cliente.” Sem ele não existe mercado. Depois, em segundo lugar, vêm os nossos colaboradores. Do servente até o diretor, para mim era o mesmo tratamento. Em 1977 o sócio faleceu e ficou a revenda com os herdeiros que me convidaram a continuar sócio.

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Governadora visita vítimas de incidentes com tubarão e anuncia medidas preventivas

A governadora Raquel Lyra visitou as vítimas de incidentes com tubarão, na noite desta segunda-feira (6), no Hospital da Restauração, área central do Recife. A chefe do Executivo prestou solidariedade às vítimas e suas famílias, e anunciou medidas a serem tomadas pelo Governo do Estado para se evitarem novos incidentes.Entre as ações a serem providenciadas, está o reestabelecimento, junto às universidades, do estudo sobre incidentes com tubarões nas praias urbanas da Região Metropolitana. “Nós vamos intensificar as nossas ações, retomando as pesquisas com as universidades que estão paralisadas desde 2015 para que, em atuação com as prefeituras, possamos garantir segurança à população na utilização da praia”, destacou Raquel Lyra.  Em paralelo, a gestora anunciou que a gestão do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) será transferida para a Secretaria de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Fernando de Noronha. “Estamos transferindo o Comitê da Secretaria de Defesa Social para a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade para que a atuação do governo do Estado seja mais ampla. A gente vai deixar de ter uma atuação quando o incidente acontece para atuar mais preventivamente, entendendo o comportamento do tubarão em Pernambuco”, ressaltou a governadora. Durante a visita, a governadora cumprimentou as famílias das vítimas e conversou com os dois adolescentes, que sofreram os incidentes neste final de semana e feriado. “Venho prestar minha solidariedade e meu apoio aos adolescentes, que estão em acompanhamento das suas famílias, e nós vamos trabalhar para que eles tenham o estabelecimento da normalidade das suas vidas”, solidarizou-se Raquel Lyra. Nesta terça-feira (7), Raquel Lyra vai se reunir com prefeitos da Região Metropolitana e um dos temas a serem tratados é a prevenção dos incidentes para que a atuação seja realizada entre as gestões estadual e municipal.  REUNIÃO - Na tarde desta segunda-feira (6), uma reunião entre a secretária de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Fernando de Noronha, Ana Luíza Ferreira, e os gestores do Cemit e do Corpo de Bombeiros Militar foi realizada para debater ações de prevenção aos incidentes e proposição de soluções para questões ambientais do Estado. "Vamos presidir o Comitê que contará com o apoio de equipes técnicas da CPRH, tanto na fiscalização, como nas ações de educação ambiental", ressaltou Ana Luíza Ferreira.O presidente do Cemit, coronel BM Robson Roberto, destacou o papel do Comitê. “Vamos reforçar o apoio operacional, principalmente no verão, nos horários em  que as praias estão mais bem frequentadas. Com apoio do pessoal de terra, seja ele Guarda Municipal, Polícia Militar ou Guarda-Vidas, vamos fazer um trabalho de orientação e, assim fazer com que os banhistas não entrem na água”, concluiu. (Foto: Hesíodo Góes / Secom)

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Praça da República, o campo dos mártires de 1817

*Por Leonardo Dantas Silva Quem contempla a Praça da República nos dias atuais, com seus jardins bem conservados projetados por Roberto Burle Marx (1909-1994), cercada de monumentos como o Palácio do Governo (1841), o Teatro de Santa Isabel (1850), o Liceu de Artes e Ofícios (1880), o Palácio da Justiça (1930) e o prédio da Secretaria da Fazenda (1944), mal desconfia que o seu solo encontra-se embebido pelo sangue de oito mártires pernambucanos que deram as suas vidas pela causa da liberdade quando do Movimento Republicano de 1817. No dizer de Manuel de Oliveira Lima foi a Revolução Republicana de seis de março de 1817: “A única revolução brasileira digna desse nome e credora de entusiasmo pela feição idealista que a distinguiu e lhe dá foros de ensinamento cívico, e pela realização prática que por algum, embora pouco, tempo lhe coube. Eu lhe disse uma vez que foi instrutivo pelas correntes de opinião que no seu seio se desenharam, atraente pelas peripécias, simpática pelos caracteres e tocante pelo desenlace. Foi um movimento a um tempo demolidor e construtor, como nenhum outro entre nós e como nenhuma outra em grau superior, na América espanhola.” No século 17 a área da atual Praça da República era tomada pelo Palácio de Friburgo, também conhecido como Palácio das Torres (uma ocupada por um observatório astronômico e a outra por um farol), construído entre 1640 e 1642 pelo conde João Maurício de Nassau-Siegen, governador do Brasil Holandês, que implantou nos seus jardins o primeiro Zoobotânico do continente americano. No início do século 19, a atual Praça da República era chamada de Largo do Erário, local que serviu de cenário a solenidade da benção das Bandeiras dos Revolucionários de 1817, ocorrida na data de 3 de abril daquele ano. Um século depois voltou este pavilhão azul e branco, a tremular em nossos céus, transformado que foi em bandeira oficial do Estado de Pernambuco (1917). O mesmo local fora também chamado de Campo da Honra, em memória dos oito mártires pernambucanos que pagaram com suas vidas pela participação naquele movimento de independência do Brasil.Em 8 de julho de 1817, foram ali enforcados os capitães Domingos Teotônio Jorge Martins Pessoa e José de Barros Lima (o Leão Coroado), e o padre Pedro de Sousa Tenório. Além desses, foram também imolados os mártires Antônio Henrique Rabelo, Amaro Coutinho, José Peregrino Xavier de Carvalho, Inácio de Albuquerque Maranhão e o padre Antônio Pereira de Albuquerque. Os corpos desses condenados, depois de executados, eram esquartejados e, com suas cabeças separadas dos corpos e as mãos decepadas, para servir de exposição à curiosidade popular nos locais onde teriam feito sua pregação revolucionária.Em memória dos Mártires da República de Pernambuco de 1817, foi erigido um monumento em bronze, de autoria do escultor Abelardo da Hora (1924-2014). O conjunto foi inaugurado em 1987 pelo Governo de Pernambuco, atendendo à sugestão do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, na alameda em frente ao Palácio da Justiça. No lado contrário, da mesma alameda, em frente ao Palácio do Governo, encontra-se a estátua em meio corpo do conde alemão João Maurício de Nassau-Siegen (1604-1679), governador do Brasil Holandês (1637–1644), responsável pelo primeiro plano urbanístico desta ilha de Santo Antônio, na qual fez erguer a Cidade Maurícia. Inaugurado em 17 de junho de 2004, por ocasião do quarto centenário de nascimento do conde alemão João Maurício (1604-1679, o monumento em bronze foi presenteado pela República Federal da Alemanha ao povo de Pernambuco. Trata-se de réplica da escultura original, produzida por Bartholomeu Eggers (c.1630-1692) no ano de 1664, e que atualmente se encontra sob o túmulo de João Maurício de Nassau na cidade alemã de Siegen. Cruzando a Praça da República por entre seus jardins, encontraremos outras estátuas de procedência francesa, em ferro fundido, representando divindades clássicas: Juno, Diana, Ceres, Flora, Minerva, Níobe, Vesta e Têmis. Os postes de iluminação estão decorados com esculturas das Três Graças, filhas de Vênus – Eufrosina (Alegria), Tália (Verdejante), Agláia (Esplendor), sustentadas por igual número de anjos, em notável trabalho de fundição em ferro.Um conjunto de palmeiras imperiais (Roystonea oleracea) e de cinco tamareiras (Proenix dactylífera) circunda o lago com sua fonte luminosa. No extremo leste, ao centro do jardim, uma estátua do conde da Boa Vista em bronze, assinada por Félix Charpentier, lembra aos passantes a figura deste Grande de Pernambuco: Francisco do Rego Barros, barão, visconde e depois conde da Boa Vista, nascido no Cabo de Santo Agostinho, em 1802, e falecido no Recife em 1870, responsável pela construção do Teatro de Santa Isabel e do atual Palácio do Governo. No mesmo jardim, uma estátua pedestre do poeta Augusto dos Anjos, o autor dos versos à ponte Buarque de Macedo, aparece ao nível da grama. Ainda na Praça da República, também de Campo das Princesas (1858), plantada em frente ao Palácio do Governo, uma grande árvore desperta a atenção dos visitantes. Trata-se de um baobá centenário (Adansonia digitata), árvore sagrada do Senegal, imortalizada por Antoine de Saint Exupéry em seu O pequeno príncipe e exaltada em versos pelo poeta João Cabral de Melo Neto:Recife. Campo das Princesas.Lá tropecei com um baobácrescido em frente das janelasdo Governador que sempre hádo Governador que sempre há. (Publicado originalmente em 17 de março de 2017 na Revista Algomis)

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