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Cristovam Buarque propõe um salto na educação básica a partir da federalização

O primeiro evento público promovido pelo projeto Pernambuco em Perspectiva, realizado pela Rede Gestão e pela Revista Algomais, recebeu como palestrante o ex-ministro e ex-senador Cristovam Buarque. O encontro, que aconteceu no Riomar Trade Center, discutiu alternativas para que haja um salto na educação, que é um pilar das estratégias de desenvolvimento para o Estado e para o País. Precisamos saltar, não apenas melhorar Cristovam Buarque O evento teve a mediação do sócio e consultor da TGI, Ricardo de Almeida, que apresentou as diretrizes do projeto Pernambuco em Perspectiva, e uma introdução dos desafios já mapeados pela pesquisa por Francisco Cunha. Diante de um público de mais de 200 participantes, Cristóvam Buarque foi enfático ao defender a federalização da educação básica no País. Atualmente, essa parcela da formação educacional brasileira fica sob a responsabilidade dos municípios, que são entre os entes federativos os que têm menor orçamento. Antes de apresentar 10 eixos de propostas para transformar a educação brasileira, o ex-ministro fez um diagnóstico de que houve avanços, mas que foram insuficientes para atender o desafio nacional. Na próxima reportagem de capa da Algomais trataremos sobre o conteúdo do evento, detalhando as propostas do ex-ministro.

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"Cidade-esponja é um caminho para o Recife se adaptar a eventos climáticos extremos"

Mila Montezuma, arquiteta que pesquisa como tornar as cidades resilientes a eventos extremos, fala das medidas factíveis para a capital pernambucana e ressalta a iniciativa do Projeto Recife Cidade Parque. Também informa sobre o NXR, evento em Haia que vai debater como evitar que a capital holandesa seja submersa pela elevação do mar. A arquiteta recifense Mila Montezuma tem-se dedicado a pesquisar soluções para proteger cidades e seus moradores dos eventos extremos causados pelas mudanças climáticas – como grandes tempestades e o aumento do nível do mar. Ela começou suas pesquisas investigando a situação do Recife e desenvolveu uma proposta para torná-lo resiliente à elevação do oceano, a partir de um sistema de três parques situados entre o mar e a praia, que denominou Membrana Anfíbia. Hoje ela reside e continua suas pesquisas na Holanda, país que, assim como o Recife, é banhado pelo mar e cortado por canais e rios, portanto vulnerável à transformação do clima. Recentemente tem estudado o tema das cidades-esponjas junto a instituições e pesquisadores da Europa e China. Nesta entrevista a Cláudia Santos, Mila fala das suas pesquisas e das medidas que podem proteger a capital pernambucana das mudanças climática. Também aborda o NXR, evento do qual participa da organização, que será realizado em Haia com o objetivo de encontrar caminhos para proteger a capital política da Holanda de ser inundada com o avanço dos eventos extremos. O que são cidades-esponja? Cidades-esponja são projetos urbanos baseados na natureza para gerenciar todo o ciclo da água, abordando precipitação, captação, gestão da água superficial, absorção, infiltração, recarga do lençol freático, filtragem e reutilização da água. Esse conceito visa mitigar eventos climáticos extremos, como enchentes e secas, ao criar mais espaços para as águas: com retenção e infiltração da chuva no solo no local, funcionando como uma esponja que retém água para uso futuro. Como defende Kongjian Yu, criador das cidades-esponja e consultor do governo chinês – com quem pude colaborar durante minha pesquisa – existem três estratégias principais. Uma delas é reter a água da chuva, quando cai em sistemas hídricos como açudes, lagoas. As áreas próximas devem ser permeáveis e porosas e também são buffers (esponjas), com sistemas de porosidades. Outra estratégia é reduzir a velocidade dos rios, dando tempo para a natureza absorver suas águas (canalizá-los com concreto apenas aumenta a sua velocidade) e a terceira estratégia é adaptar as cidades para que tenham áreas alagáveis, ou seja, grandes estruturas naturais alagáveis, para onde as águas possam escorrer sem causar destruição e depois serem absorvidas pelo lençol freático. Essas cidades usam infraestruturas verdes e azuis (vegetação e água) de maneira sistêmica, com soluções interconectadas, como canais naturais abertos, corredores ecológicos, tetos verdes e tanques de captação de água. A abordagem é multiescalar, abrangendo desde grandes bacias hidrográficas até segmentos de ruas e lotes individuais. Nessas diferentes escalas, medidas são implementadas para gerenciar as águas. Você poderia detalhar que tipos de medidas poderiam ser adotadas? Na escala regional (das bacias hidrográficas) são necessárias medidas estruturais, a exemplo de grandes corredores verdes e áreas de mananciais com mata ciliar, pântanos e zonas úmidas restauradas, além de medidas não-estruturais, como políticas de proteção de bacias hidrográficas e programas de reflorestamento. Já na escala urbana são previstas medidas estruturais, tais como redes de parques, praças e cinturões verdes que ajudam a amortecer o excesso de água e gerenciar a drenagem; além de sistemas de lagos e lagoas urbanas. Como medidas não-estruturais estão planos diretores de uso do solo que incentivam a adaptação climática e integração de espaços verdes na infraestrutura da cidade. Na escala de bairro, podem ser instaladas como medidas estruturais pequenos jardins públicos (rain gardens) e parques de infiltração com sistema de drenagem que permitem a retenção e infiltração da água no solo. Já as medidas não estruturais abrangem iniciativas de jardinagem comunitária, zonas de regulação de construção, incluindo normas que exigem ou incentivam a inclusão de elementos de design sustentável nos novos projetos de construção. Para as ruas (escala local) a implantação dos chamados bioswales, que são canaletas verdes ao longo das calçadas para absorver a vazão de água, além de pavimentos permeáveis e calçadas verdes são algumas das medidas estruturais e entre as não estruturais estão o tráfego compartilhado com superfícies permeáveis; programas de manutenção e limpeza das infraestruturas de drenagem existentes. Na escala do lote (das casas) podem ser instalados como medidas estruturais os jardins de infiltração (soakaway gardens), são pequenas áreas de solo escavado e preenchido com material permeável para infiltração da água da chuva. Outras providências seriam tetos verdes, tanques de captação de águas pluviais, jardins e pavimentação permeável. E, como medidas não estruturais, a existência de incentivos fiscais e subsídios para proprietários que adotam práticas de gestão sustentável da água, como tetos verdes, jardins frontais ou sistemas de captação de água e adoção de programas de certificação ambiental, como o LEED (Leadership in Energy and Environmental Design, que busca incentivar e acelerar práticas de construção sustentável). A implementação de cidades-esponja visa aumentar as áreas permeáveis e os espaços verdes e azuis, contribuindo para a redução das enchentes e promovendo uma gestão hídrica mais integrada ao ambiente urbano e sua geografia original. A solução da cidade-esponja seria o caminho para o Recife se preparar para eventos extremos das mudanças climáticas, como aconteceu no Rio Grande do Sul? Com certeza. O conceito de cidades-esponja é um caminho que vem sendo estudado no Recife para se preparar para eventos climáticos extremos, como os observados no Rio Grande do Sul, especialmente considerando suas características geográficas (topografia, geologia, hidrologia e cultura). O Recife é uma planície fluviomarinha estuarina de dimensão metropolitana, costeira e de baixas altitudes, situada em uma planície alagável coroada por morros baixos e cortada por três principais rios: Capibaribe, Beberibe e Tejipió. É um território densamente urbanizado com fragmentos de Mata Atlântica e manguezal. Especialmente após participar do Conselho Executivo da Cooperação China-Europa em Cidades-Esponja, em missão técnica na China com profissionais como Konjian Yu, entendo que o conceito de cidade-esponja é

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"No marco do centenário da Av. Boa Viagem, é preciso discutir seus próximos 100 anos"

Daniel Uchôa, professor de história, fala da sua pesquisa sobre a icônica via da Zonal Sul do Recife que fez parte de um projeto de modernidade do governador Sérgio Loreto, ajudou a introduzir hábitos como tomar banho de mar e cuja praia abrigou cabos de telégrafos e foi até campo de pouso para o correio aéreo. O professor de história Daniel Uchôa e o historiador Paulo Bittencourt andavam certo dia pela Av. Boa Viagem e se depararam com uma placa, um tanto escondida e desgastada, que informava que a icônica via da zona sul do Recife foi inaugurada em 1924. Surpresos, eles se deram conta que neste ano ela chega ao seu centenário. A descoberta os levou a partirem para a empreitada de realizar a pesquisa 100 Anos da Avenida Boa Viagem. Um projeto que se justifica, segundo Uchôa, porque quando o governador Sérgio Loreto decidiu inaugurar a avenida, não se tratava de construir mais uma simples pista. A ideia era ampliar a expansão urbana da cidade para a Zona Sul e implantar uma cultura de modernidade no Recife, tão em voga no mundo naqueles loucos anos 20. Nesta conversa com Cláudia Santos, Uchôa conta que essa busca por modernização toma forma por meio da arquitetura inovadora dos imóveis construídos e também pela popularização de novos hábitos como tomar banho de mar. Incentivar a comemoração do centenário da Avenida Boa Viagem, segundo o professor de história, é também uma oportunidade para a reflexão sobre problemas atuais como o esvaziamento que a via sofreu ao longo dos anos, principalmente à noite, quando não exibe a mesma efervescência de outras orlas marítimas do País. Como começou esse projeto? A pesquisa começou de uma lembrança minha de infância: sempre que eu ia à praia, via os cabos de telégrafo que ficavam visíveis em Boa Viagem na maré baixa. O Recife foi a cidade que sediou a chegada dos cabos por meio de uma companhia inglesa. A ligação está completando 150 anos, é uma data histórica, porque naquele momento representou um avanço tecnológico incrível na comunicação entre o Brasil e o mundo. No calçadão havia uma placa que dizia: “neste local o Brasil se encontra com a Europa através dos cabos”. Eu e Paulo Bittencourt, historiador que também participa da pesquisa, saímos um dia na busca pelo local onde estavam os cabos e constatamos que a placa não estava mais lá. Mas nos deparamos com uma outra placa na frente do edifício Lula Cardoso Ayres que testemunhava que a Av. Boa Viagem foi projetada e inaugurada por Sergio Loreto em 1924. Pensei: “a avenida é tão antiga assim? Está perto do centenário. Será que conseguimos fazer um resgate de fotografias antigas dessa avenida para postar nas redes sociais?” Acabamos descobrindo muitas informações. Assim, de maneira inesperada, começamos uma pesquisa historiográfica sobre os 100 anos da Avenida Boa Viagem. Descobrimos, por exemplo, que quando termina a Primeira Guerra Mundial sobram muitos materiais bélicos, inclusive aviões, que eram muito rudimentares, mas que voavam distâncias curtas. Um industrial de Toulouse, na França, adquire um lote dessas aeronaves e decide utilizá-las na distribuição de cartas do correio. Antes as cartas eram enviadas por outros meios, menos o avião. Eles atravessavam o Oceano Atlântico de navio, a carta demorava um mês ou mais para chegar em Natal (RN), porque o a reta mais curta entre de Dacar no Senegal e Brasil. Lá os aviões pegavam os malotes e distribuíam na costa brasileira até Buenos Aires. Pousavam na praia do Pina. Só que em alguns momentos a areia estava muito fofa e os aviões atolavam. Quem são esses autores e sobre o que escreveram? Uma delas é Rita Barbosa, historiadora da UFPE e da Fundação Joaquim Nabuco. Ela trouxe um dos melhores textos, com mais detalhes do ponto de vista histórico, da Avenida Boa Viagem e do contexto em que se deu essa construção. Depois encontramos Antônio Paulo Rezende, professor de história da UFPE, que trouxe um olhar mais sociológico sobre os anos 1920, época em que surge a obra da avenida. Quando unimos a compreensão sociológica de Antônio Paulo Rezende e de outros textos com a cronologia trazida por Rita Barbosa, entendemos que não estávamos falando de uma pista e, sim, de um caminho que foi aberto para a ocupação do bairro de Boa Viagem que surge a partir dela. Primeiro surge a Avenida Boa Viagem, depois a ocupação da Navegantes, em seguida a Conselheiro Aguiar, depois a Domingos Ferreira. A partir dos anos 1960, acontece a ocupação de outras áreas e ruas. E o que impulsionou essa ocupação? O que levou o governo a querer ocupar essa parte da praia? O governador da época era Sérgio Loreto. Ele era tido como conservador, mas compreendeu que os anos 20, os anos loucos como eram chamados, era um momento de virada histórica. Com a chegada dos automóveis, da comunicação, ele percebeu que era preciso um marco que representasse a cara do Recife moderno em oposição ao Recife colonial arcaico, dos coronéis da cultura açucareira. E as obras cumprem essa missão. Na época, a circulação na cidade era entre o Recife Antigo, passando pelo Centro, Praça do Derby, trechos da Zona Norte, Zona Oeste, Várzea. Então Sérgio Loreto cria essa ligação ao novo território, e não era qualquer território, era um balneário, numa época em que o banho de mar era uma nova moda do Recife. Na virada do Século 19 para o 20, o recifense frequentava a Praia dos Milagres em Olinda ou as extintas Praia de Santa Rita e Praia do Brum, porque eram acessíveis, onde era possível chegar a pé ou de ônibus. Na década de 20, surge a ideia de alargar o mapa e dar ao recifense esse novo espaço marinho. Então, criam- -se três obras: a Ponte do Pina, a Avenida de Ligação, que hoje é a Herculano Bandeira, e a Avenida Boa Viagem. Houve críticas de Manuel Borba, o engenheiro da época, opositor a Sérgio Loreto, que dizia nos jornais: “essa é uma obra

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Transnordestina: empreendimento entre Salgueiro e Suape agora engatou?

O lançamento do edital para elaboração do projeto executivo do trecho pernambucano torna mais factível a sua construção. Mas especialistas alertam para a necessidade de obra ser concluída ainda no mandado do presidente Lula *Por Rafael Dantas A rota da Transnordestina, que era de abandono da linha pernambucana, vai ganhando um percurso mais visível de volta para Suape. O vagão do desânimo dos empresários e técnicos que esperavam pelo empreendimento, aos poucos, vai dando espaço a uma carga de otimismo. Os recursos anunciados de R$ 450 milhões do PAC (Programa de Aceleração ao Crescimento) e o lançamento do edital para projeto executivo pela Infra SA são passos importantes para esse trem engatar. Mas há muitos trilhos a serem percorridos até que essas locomotivas voltem a circular em Pernambuco. O volume de recursos para concluir as obras entre Salgueiro e Suape é estimado entre R$ 4,5 e R$ 5 bilhões. O valor até agora sinalizado, em torno de 10%, é ainda distante do necessário, mas importante para tracionar o retorno das obras no empreendimento. “O Governo Federal colocou recursos do PAC no trecho Salgueiro-Suape para fazer essa obra. E agora ela vai ser executada com verbas do Orçamento Geral da União”, afirmou Danilo Cabral, superintendente da Sudene, no evento Crea Convida, que discutiu a pauta da Transnordestina na sede da Fiepe. A própria Superintendência deve ser um dos caminhos para destravar novos financiamentos para a obra, como já tem contratos assinados com o trajeto que segue para Pecém, no Ceará. Além dos recursos, algumas indefinições importantes já foram resolvidas. A Infra SA, por exemplo, lançou o edital para contratação do projeto básico executivo. Nesta semana a Geosistemas Engenharia e Planejamento venceu o pregão eletrônico, com uma proposta de R$ 12,4 milhões para realizar o serviço. O momento atual é de análise das documentações necessárias. Ao se confirmar o arremate e quando o contrato for assinado, a empresa terá quatro meses para entregar os 55 primeiros quilômetros do projeto. A Infra SA poderá iniciar a licitação para as obras assim que receber essa primeira entrega. O horizonte de 2024, portanto, é real. Ao todo, a corporação vencedora irá desenvolver o projeto básico/executivo de 520 quilômetros da ferrovia no Estado. O cronograma previsto para o início da ordem de serviços para o trecho pernambucano da ferrovia, segundo o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, era de 30 de setembro. Ele antecipou essa previsão ainda em janeiro deste ano, durante a cerimônia de retomada das obras da Rnest (Refinaria Abreu e Lima). O vencimento dessa etapa foi comemorado pelo Governo do Estado. "Vemos com muita alegria o vencimento de mais uma etapa importante na retomada das obras do trecho Salgueiro - Suape. O que tínhamos acordado entre o Governo Raquel Lyra e o Governo Federal era justamente o cumprimento desta etapa para que a gente possa dar conformidade aos projetos de forma a ser entregue a uma nova executora da obra”, afirmou o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Guilherme Cavalcanti. “O Governo Federal cumpriu à risca aquilo que tem combinado conosco e, da nossa parte, a gente vem dando todo o suporte necessário para que essas etapas sejam vencidas”. A expectativa do secretário é que diante dos novos projetos, a Infra SA em breve possa mobilizar um novo canteiro para retomar a atividade da obra. “Isso dará à ferrovia um grau de concretude que nos permitirá, a partir daí, desenhar os novos modelos de concessão que vão viabilizar a sua construção por completo", afirmou Guilherme. Para o trajeto (Salgueiro-Suape), que foi amputado em dezembro de 2022 da Transnordestina, não tendo mais uma empresa concessionária para a execução das obras e sem nenhum real no horizonte, o cenário mudou muito. A chegada da Infra para a gestão do projeto, os prometidos recursos no PAC e a iminente contratação do projeto executivo deram a musculatura de realidade ao empreendimento. “Agora temos que acompanhar a licitação, o passo a passo, a ordem de serviço, o início dos trabalhos e monitorar. Queremos que o projeto executivo seja o melhor possível. O momento é de entregar os produtos e viabilizar os recursos para a obra. É uma caminhada de muitos passos. Estamos dando alguns, mas não chegamos no final”, afirmou o presidente do Crea-PE (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia), Adriano Lucena. No monitoramento do PAC, o trecho pernambucano da ferrovia se encontra em duas alíneas. Em uma delas, o empreendimento está na modalidade de construção, na classificação em obras, mas numa situação de ação preparatória. Na outra, está classificada como “estudo/projeto/plano”, também na situação de ação preparatória. Nas duas, estão citados pela Casa Civil, os municípios de São José do Belmonte, Serra Talhada, Custódia, Arcoverde, Pesqueira, Cachoeirinha, Belém de Maria e Ribeirão. DEFINIÇÕES IMPORTANTES NO RADAR DA SOCIEDADE Durante o Crea Convida, o engenheiro e professor da Unicap, Maurício Pina, levantou quatro questionamentos relevantes sobre a retomada das obras de ferrovias no Nordeste, especialmente em Pernambuco. Um deles é a preocupação em relação à mudança do percurso da linha em direção à Suape. “A questão do novo traçado entre Salgueiro e Suape nos preocupa. Quando esse edital de licitação foi lançado, foi dito, com muita ênfase, que haveria um novo estudo. Um traçado novo, completamente diferente do anterior, envolve questões ambientais, questões de desapropriações. A Petrobras tem interesse em construir terminais de derivados em cidades polos, como Caruaru, Arcoverde, Serra Talhada e Salgueiro. Na medida que o traçado se afastar demais do que havia sido concebido, isso vai trazer problemas”, adverte o engenheiro. Em audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado, no final de abril, o ministro da Casa Civil Rui Costa, respondendo a uma pergunta da senadora Teresa Leitão, afirmou que devido às construções que foram realizadas no traçado original da ferrovia, será necessária uma adequação antes da continuidade das obras. “Estamos reavaliando todo o traçado até chegar ao Porto de Suape, em especial na chegada, porque mesmo com a obra em andamento se autorizou a construção de conjuntos habitacionais. Essas intervenções urbanas

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"Neste momento de polarização Thales Ramalho faz falta e seria essencial"

Cícero Belmar, Autor do livro sobre o deputado federal que teve grande influência na resistência à ditadura militar e na redemocratização do País, analisa como o perfil concitador e a habilidade de negociar do político foram fundamentais em episódios importantes da história brasileira, como a conquista da anistia. Durante a ditadura militar do Brasil e, principalmente, no período de redemocratização, o deputado Thales Ramalho era uma peça importante no xadrez político da época. Conciliador, moderado e hábil negociador, esse paraibano, que fez carreira política em Pernambuco, participou – com seu jogo de cintura – de articulações que resultaram em importantes avanços do País rumo à democracia. Da consolidação do MDB (único partido de oposição na época), passando pela anistia, até a eleição de Tancredo Neves, Thales exerceu protagonismo como um estrategista inteligente. Neste ano que marca o seu centenário, ganhou uma robusta biografia (Thales Ramalho – Política, diálogo e moderação – 100 Anos), escrita pelo jornalista, escritor e integrante da Academia Pernambucana de Letras, Cícero Belmar. A obra – feita a partir de um convite da filha de Thales, Ana Clara – é um mergulho na resistência nos anos de chumbo exercida por parlamentares que viviam na tênue e perigosa fronteira entre o diálogo com o regime de exceção e as ações para o avanço democrático. Nesta entrevista a Cláudia Santos, Belmar conta como fez a pesquisa para escrever o livro, comenta alguns episódios da atuação política de Thales, que faleceu em 2004, e lamenta a ausência de políticos com seu perfil conciliador nestes tempos de polarização radical. Como surgiu a ideia de produzir um livro sobre Thales Ramalho e como foi feita a pesquisa para escrevê-lo? Ana Clara, filha única de Thales, por intermédio do jornalista Ítalo Rocha, me contatou para fazer essa biografia política do pai. Foi meramente uma pesquisa jornalística porque havia no gabinete dele uma verdadeira biblioteca de recortes de jornal, de 300 até mil arquivos por mês de 1970 a 1985. Eu li todas essas matérias e, por intermédio delas, fui montando o livro. Analisei toda a documentação e via perfeitamente a história através dos recortes de jornal. Olha como é interessante: o jornalismo de hoje é a história de amanhã. Fui juntando esse material e, quando achei necessário, também pesquisei nos arquivos do Congresso Nacional, da Assembleia Legislativa do Estado, da Biblioteca Nacional (onde tive acesso a documentos do SNI), além de documentos do Tribunal de Contas da União e da Fundação Getúlio Vargas. Tive uma vasta documentação, foi um trabalho bem rico que durou 16 meses e exigiu muita dedicação. O livro começa com o casamento de Ana Clara, filha de Thales Ramalho, no dia 1º de março de 1985, ocasião em que o Recife vira o centro político brasileiro, porque Tancredo foi o padrinho. Quando ele veio para esse evento, a Nova República em peso estava presente, muitos políticos que queriam ser ministros, vários governadores, deputados, empresários. Estavam, naquele salão de casamento, todos os personagens que eu iria citar no livro. A partir daí, a narrativa fala da amizade de Tancredo com Thales Ramalho, mostrando os movimentos políticos, a entrada de Thales no MDB (Movimento Democrático Brasileiro), a maneira como ele consolida o partido, as lutas do MDB, sobretudo a anistia e, depois, a saída dele para o Tribunal de Contas. Eu nunca convivi com Thales mas, nas pesquisas para o meu livro, tive acesso a documentos, a tantas conversas, que tenho a sensação de que cheguei a conhecê-lo. O livro, narra essa trajetória política dele enquanto peça importante no processo de redemocratização do Brasil durante a ditadura militar. Como você analisa o perfil político de Thales Ramalho? Na ditadura militar, um momento muito difícil da nossa realidade política, Thales Ramalho foi um deputado federal que combateu o autoritarismo mas, também, era um importante conciliador entre o governo e a oposição. No meu livro, faço um resgate dessa ideologia conciliadora, moderada, do seu senso crítico, da sua inteligência e estratégia. Naquela época, quem era a favor do governo fazia parte da Arena (Aliança Renovadora Nacional) e quem era contra se unia ao MDB, que era uma frente ampla e agregava tanto quem era totalmente contra o governo, quanto as pessoas que tentavam dialogar. Thales era desse grupo do MDB mais moderado, um grupo discriminado e chamado de “direita do MDB” pela ala do partido conhecida como os “autênticos” (que defendia um enfrentamento mais radical à ditadura, da qual faziam parte nomes como os pernambucanos Jarbas Vasconcelos e Marcos Freire). Ele era amigo de Tancredo Neves e de Ulysses Guimarães e ajudou a organizar o MDB que, antes da sua chegada, era muito desorganizado. Então, seu perfil é do conciliador. Quais as conquistas que ele alcançou com esse “jogo de cintura”? Ou se negociava com Médici e Geisel, ou os projetos da oposição, como a anistia, não andariam. Quando Thales começou a negociar, não havia possibilidade de abertura, de diálogo. Como era moderado por excelência, ele permite que essas conquistas sejam viabilizadas para que haja mudança política. Por exemplo, num determinado momento cogitou-se haver eleições presidenciais indiretas, mas não havia possibilidades de o MDB ganhar, porque o partido era minoria no Colégio Eleitoral. Por isso, setores do governo ironizaram sugerindo que o MDB lançasse um candidato. Thales e outros representantes disseram “vamos lançar porque, só assim, começamos a ter uma forma legal de percorrer o Brasil pregando as ideias oposicionistas ao governo”. Assim nasceu a anticandidatura de Ulysses Guimarães, e o partido de oposição passou a ocupar espaços lentamente e de forma inteligente. Uma das características de Thales é justamente a inteligência política, ele era um estrategista. Num evento internacional em Haia (Holanda), Thales chegou a declarar que, em pleno período do Governo Médici, não havia tortura no Brasil. Nesse xadrez político que ele jogava, como você encara essa declaração? À primeira vista, isso parece chocante e é, mas havia o crime de lesa-pátria, que estabelecia que aqueles que falassem mal do Brasil no exterior poderiam ser expulsos do País. Thales sabia

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Como está a situação das Barragens de Pernambuco?

Para a produção da reportagem de capa da semana da Algomais, sobre o cenário de Pernambuco acerca dos riscos de enchentes, questionamos ao Governo do Estado sobre a condição atual das barragens. Diante das calamidades do Rio Grande do Sul, ficou ligado o sinal de alerta sobre o monitoramento dessas infraestruturas. Além disso, há um conjunto de novas barragens ainda sem conclusão na mata sul de Pernambuco. Em 2012 começaram as obras de cinco barragens, após as cheias que destruíram várias cidades na Mata Sul, como Palmares, Barreiros e Água Preta. Em 2016 foi concluída Serro Azul, mas estão ainda sem conclusão as Barragens Panelas II, Gatos, Igarapeba e Barra de Guabiraba. O Governo do Estado, no entanto, tem um plano de ações para todas elas e um cronograma de entrega até o final da gestão, contando com recursos principalmente do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 3). Percentual de obras executadas (Barragens, município, %) Panelas II, Gatos Cupira 50% Igarapeba São Benedito do Sul 38% Barra de Guabiraba Barra de Guabiraba 25% Gatos Lagoa dos Gatos 20% Além das infraestruturas não concluídas, a Secretaria de Recursos Hídricos e Saneamento de Pernambuco (SRHS-PE), no seu mapeamento das barragens em operação do Estado, identificou que quatro destes equipamentos precisam de obras de recuperação: a Barragem Nilo Coelho, em Terra Nova (que precisa de investimentos de R$ 4,8 milhões), a Barragem Poço Grande, de Serrita (que demanda um aporte de R$ 17,5 milhões), a Barragem Jazigo, em Serra Talhada (que precisa de R$ 15,5 milhões) e a Barragem Inhumas, em Garanhuns (que demanda recursos de R$ 3,1 milhões). Até 2026, o Governo do Estado prevê a realização de todas essas obras. Sobre o sistema de barragens da Mata Sul em construção no Estado, confira a nota oficial abaixo enviada pelo Governo do Estado O Governo de Pernambuco, através da Secretaria de Recursos Hídricos e Saneamento, vem desenvolvendo ações no sentido de retomar e concluir, de forma célere, as obras das barragens para controle de enchentes no estado, sendo prioritárias as barragens da Mata Sul, cujas obras foram interrompidas em 2014. Esclarecemos inicialmente que a barragem Serro Azul foi concluída em 2016, e tem contribuído de forma determinante para redução das enchentes do rio Una, protegendo cidades ribeirinhas tais como Palmares, Água Preta e Barreiros. Para complementar a proteção destes municípios e proteger outros municípios da bacia do rio Una, situados a montante (atrás, antes) da barragem de Serro Azul, faz-se necessária a conclusão das Barragens Panelas II, Gatos e Igarapeba. E, na bacia do rio Sirinhaém, onde também ocorrem cheias recorrentes e destrutivas, é essencial a conclusão da barragem Barra de Guabiraba. O Governo de Pernambuco segue um rigoroso cronograma de atividades para a retomada das obras e conclusão destas barragens, incluindo a contratação da revisão e atualização dos projetos e orçamentos, necessários para a licitação e contratação das obras, compensações ambientais, planos de segurança e demais exigências legais. Também tem buscado parcerias com o Governo Federal para obtenção dos recursos necessário à finalização das obras. Como resultado deste esforço, a Barragem Panelas II, interrompida com 50% de suas obras concluídas, teve sua execução retomadas em fevereiro deste ano, devendo estar concluída antes do período chuvoso do próximo ano. Conta com recursos do Novo PAC, através do MIDR, e do Estado que somam R$ 77 milhões. Neste mês de maio será concluída a licitação das obras para conclusão da Barragem Gatos, interrompida com 20% de suas obras concluídas, devendo a sua execução ser retomada no mês de agosto deste ano, após o período chuvoso. O prazo de execução da obra é de 12 meses. Os recursos para as obra estão assegurados pelo Novo PAC, através do MIDR, e pelo Estado totalizando R$ 67 milhões. Também neste mês de maio será concluída a revisão e atualização do projeto da Barragem Igarapeba para, na sequência, se dar início à licitação das obras. O valor orçado para conclusão das obras, interrompidas com 38% de sua execução, é de R$ 272 milhões. A revisão e atualização do projeto da Barragem Barra de Guabiraba deverá ter início no próximo mês e a expectativa é de que a licitação das obras ocorra no início de 2025. O valor previsto para conclusão desta barragem é de R$ 183 milhões. Os recursos para as obras de Igarapeba e Barra de Guabiraba estão sendo negociados com o Governo Federal e deverão ser contemplados pelo Novo PAC. A previsão do Governo do Estado é de que todas estas obras sejam retomadas durante esta gestão. Publicamos também abaixo a íntegra das respostas enviadas pela Secretaria de Recursos Hídricos e Saneamento de Pernambuco, em 15 de maio. Como é feito (e quem faz) o monitoramento das barragens em Pernambuco? Quando foram publicados os relatórios mais recentes? Os órgãos responsáveis pela fiscalização e outorga dos recursos hídricos no Brasil são a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e suas congêneres nos estados. Na instância estadual, a Secretaria de Recursos Hídricos e Saneamento de Pernambuco (SRHS-PE), por meio da Apac – Agência Pernambucana de Águas e Clima, realiza o monitoramento constante das principais barragens, avaliando o nível dos reservatórios e rios, relacionando com dados climatológicos e meteorológicos e ainda acompanha as condições estruturais e de operação das barragens. Estas informações são alimentadas continuamente no site da agência estadual. E a ANA, com intuito de promover a segurança hídrica no Brasil, compila anualmente as informações no Relatório de Segurança de Barragem – RSB. A SRHS-PE, por sua vez, instituiu também sua Gerência Geral de Segurança de Barragem (GGSB), que atua com informações da Apac. A GGSB foi criada na atual gestão e tem o objetivo de acompanhar e monitorar a condição de operação dos reservatórios em que o estado atua como empreendedor, fazendo inspeções anuais de segurança nas estruturas. De acordo com a Politica Nacional de Segurança de Barragens, o empreendedor de uma barragem é aquele que detém a outorga dela, a autorização para utilizar a barragem, que tem o direito de uso da

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Suape investe mais de R$ 600 milhões em modernização da infraestrutura

O pacote de intervenções inclui a restauração do molhe, dragagem dos canais interno e externo, modernização da iluminação e substituição das defensas. O Complexo Industrial Portuário de Suape está investindo mais de R$ 600 milhões em um pacote abrangente de modernização da infraestrutura portuária. Este investimento inclui a restauração do molhe, um paredão de pedras com 2,5 quilômetros de extensão que protege os berços de atracação, além de serviços de dragagem dos canais interno e externo, modernização da iluminação e substituição das defensas. Com estas melhorias, o 6º porto público mais movimentado do Brasil busca aumentar sua segurança e eficiência operacional. Atualmente, Suape concluiu a terceira de quatro fases da restauração do molhe, com um investimento de R$ 68,1 milhões para reforçar 1,6 quilômetros da estrutura com blocos de pedras pesando entre 300 quilos e 12 toneladas. A última fase, orçada em R$ 123 milhões, começará em julho e tem previsão de término para 2028. As obras tem o objetivo de mitigar os efeitos das marés altas e garantir que as operações portuárias sejam realizadas com menor interferência das correntes marítimas. Cachaça pernambucana Sanhaçu recebe título de melhor do Brasil Com menos de um ano no mercado, a cachaça Sanhaçu Soleira, produzida no Engenho Sanhaçu, localizado na zona rural de Chã Grande, no agreste pernambucano, alcançou o prestigiado título de melhor cachaça do Brasil. A competição foi acirrada, envolvendo cinquenta cachaças de nove estados brasileiros. Além do primeiro lugar, os produtores de Pernambuco se destacaram nas outras duas categorias: a cachaça Origem conquistou o segundo lugar, e a cachaça Freijó ficou em 21º. Esta vitória marcou a 6ª edição do Ranking Cúpula da Cachaça, o maior concurso de cachaças do país, e foi considerada a disputa mais acirrada da história do evento. Presente em todo Brasil, com exportação para Suíça e Estados Unidos, a família Barreto Silva, à frente da Sanhaçu, soma 17 anos de mercado, acumulando 47 premiações, nacionais e internacionais. BNB Brecebe prêmio internacional por programa de apoio a startups e lança hoje o Prodeter Economia Circular O Banco do Nordeste foi reconhecido internacionalmente pela Associação Latino-Americana de Instituições Financeiras de Desenvolvimento (Alide) por seu programa de apoio a startups. O prêmio, entregue ontem (16), destaca as boas práticas do banco em termos de informação, assistência técnica e responsabilidade social. A cerimônia de premiação aconteceu durante a 54ª Reunião Anual da Alide (Anual das Instituições Financeiras da América Latina e Caribe), que está sendo realizada na sede do BNB em Fortaleza. Hoje (17), a superintendência do BNB em Pernambuco estará reunindo diversas entidades empresariais, prefeituras, órgãos públicos e empresas para lançar o Plano de Ação Territorial da Economia Circular, no Recife. Esta iniciativa é uma nova linha do Programa de Desenvolvimento Territorial (Prodeter), que visa promover o desenvolvimento regional com base nas vocações econômicas locais. O plano abrange vários municípios e é coordenado pelos Agentes de Desenvolvimento do BNB, que fornecem crédito, capacitação e monitoramento para impulsionar o empreendedorismo local. Na Região Metropolitana do Recife, o plano já conta com o apoio da Prefeitura do Recife, da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), da Advocacia Geral da União, da Assembleia Legislativa de Pernambuco, da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Assespro PE/PB, entre outras instituições e empresas.

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Mais de 95% da população diz ter consciência das mudanças climáticas

(Da Agência Brasil) A grande maioria da população brasileira (95,4%) afirma ter consciência de que as mudanças climáticas estão acontecendo, enquanto apenas 3,5% dizem não ter consciência. Um por cento não sabe opinar ou não quis responder a respeito na pesquisa de opinião sobre percepção pública da ciência e tecnologia (C&T), divulgada nesta quarta-feira (15) em Brasília pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), uma associação civil sem fins lucrativos supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A consciência quase unânime dos brasileiros nas mudanças climáticas, no entanto, não se traduz em absoluta concordância sobre as razões do fenômeno. Para 78,2% dos entrevistados, as transformações no clima do planeta Terra ocorrem em razão da ação humana – como apontam diferentes estudos científicos. Mas, para 19,6%, essas mudanças são da natureza, sem intervenção do homem. A percepção da gravidade das mudanças climáticas é ainda mais relativa. Seis de cada dez entrevistados (60,5%) concordam que o evento representa um “grave perigo para as pessoas no Brasil”. Para 26,9%, os riscos são de porte “médio”. Quase 12% dos entrevistados (11,8%) creem que as mudanças são “um perigo pequeno” (8,2%) ou “não são um perigo” (3,6%). Amostra A pesquisa foi aplicada na última semana de novembro e primeira semana de dezembro do ano passado, bem antes das tempestades e enchentes que afligem o Rio Grande do Sul. No total, foram entrevistadas 1.931 pessoas com 16 anos ou mais. A composição da amostra tem representação de estratos por gênero, idade, escolaridade, renda e local de moradia em todas as regiões do país. Essa é sexta edição da pesquisa de opinião sobre percepção pública de C&T entre os brasileiros. As edições anteriores ocorreram em 1987, 2006, 2010, 2015 e 2019. Entre os levantamentos, os pesquisadores afirmam que não foram observadas mudanças significativas de interesse pelas temáticas abordadas. Interesse pela ciência Na edição de 2023, o interesse por ciência e tecnologia ficou no mesmo patamar das pesquisas anteriores (60,3% dos entrevistados). O percentual alcançado pela temática indica interesse menor do que em temas associados como medicina e saúde (77,9%), e meio ambiente (76,2%); e em temas diferentes, como religião (70,5%) e economia (67,7%). Ciência e tecnologia ficam à frente do interesse por esporte (54,3%); arte e cultura (53,8%); e política (32,6%). Mesmo que minoritário, o interesse por política foi o único sobre o qual se notou crescimento significativo nas duas últimas edições da pesquisa: mais de nove pontos percentuais. Em 2019, apenas 23,2% dos entrevistados se declararam interessados por esse assunto. Apesar do interesse declarado sobre C&T, apenas 17,9% disseram conhecer alguma instituição de pesquisa científica e 9,6% lembraram o nome de algum(a) cientista brasileiro importante. Também é minoritária a proporção de brasileiros que visitam espaços ou participam de atividades relacionadas ao conhecimento científico e/ou educação. “Declarar interesse significa a importância que os brasileiros atribuem para o tema (não significa necessariamente ler, participar ou se informar, mesmo que a correlação exista)”, explica o relatório da pesquisa. Tendo como referência os 12 meses que antecederam o levantamento, menos de 20% dos entrevistados (19,4%) disseram ter ido a uma biblioteca; 18,9% participaram de feira ou olimpíada da ciência; 13,4% visitaram museu de arte; 11,5% estiveram em museu de C&T; e 6,6% acompanharam a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia – que na edição anterior à pesquisa foi realizada em Brasília, com o tema: Bicentenário da Independência: 200 Anos de Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil. Até mesmo visita a zoológico foi minoritária entre os entrevistados (32,7%). Cidadania científica Conforme o relatório da pesquisa, o levantamento indica desigualdade no acesso ao conhecimento. “O interesse em C&T tende a se modificar em função da região de moradia, da idade, da renda e do tipo de participação política dos entrevistados. Isto é, seu valor é maior nas regiões Norte e Sul; cai fortemente com a maior idade; ao crescer a renda, o interesse tende a crescer; e seu valor aumenta de acordo com aqueles que dizem participar de greves, manifestações, abaixo-assinados ou outras formas de manifestação política.” Para Yurij Castelfranchi, professor associado do Departamento de Sociologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), os dados da pesquisa indicam que há no Brasil “pessoas excluídas da ciência” ou “exilados da cidadania científica.” Apesar da apartação social, o acadêmico assinala que a maior parte dos entrevistados “acha a ciência relevante.” A larga maioria dos brasileiros entrevistados sugere aumentar ou manter investimentos em ciência “mesmo em anos de crise”. Em 2023, “apenas 2,6% dos entrevistados acreditam que o investimento em pesquisa científica deva ser diminuído”, contabiliza o relatório da pesquisa. Desinformação A exclusão social também não afetou a percepção dos perigos da desinformação e da propagação de falsas notícias. Cinco de cada dez entrevistados disseram “se deparar frequentemente com notícias que parecem falsas”, descreve o relatório. A maior parte dos entrevistados (61,8%) assegura nunca compartilhar informações caso não tenha certeza da veracidade. No entanto, 36,5% admitem já ter compartilhado informações falsas. Ainda de acordo com o relatório, 45,6% dos entrevistados “suspeitam da veracidade das informações provenientes de pessoas ou instituições das quais discordam”. Para 42,2%, as informações são verdadeiras “quando são provenientes de pessoas ou instituições que admiram.” Pelo menos 40% das pessoas entrevistadas afirmaram que “só acreditam em uma informação se ela for corroborada por outras fontes.” Na avaliação de Yurij Castelfranchi, a atitude declarada de checagem é positiva: “Isso é um princípio básico do letramento midiático.” Além de colher as opiniões dos brasileiros, a pesquisa do CGEE ainda fez análise de conteúdo das reportagens sobre ciência em dois dos mais importantes jornais brasileiros (Folha de S.Paulo e O Globo) e também avaliou postagens sobre a temática nas redes sociais (Instagram e YouTube). Os resultados dessa análise, descritos no relatório A Ciência em Diferentes Arenas, estão disponíveis na página da pesquisa na internet.

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10 imagens da Praça Maciel Pinheiro Antigamente

*Por Rafael Dantas O Recife comemorou nos últimos dias a revitalização da Praça Maciel Pinheiro, no bairro da Boa Vista. O local, que ficou por anos num estado de degradação e acumulando muita sujeira, recebeu investimentos da Prefeitura do Recife de quase R$ 500 mil. O projeto paisagístico contemplou a utilização de espécies arbustivas e forrações coloridas, com destaque para as ixoras nos canteiros que circundam o chafariz central, crinos com flores brancas e zebrina roxa nos dois maiores canteiros. A coluna Pernambuco Antigamente faz um passeio pelas imagens antigas da praça, que é parte de um conjunto de quinze jardins históricos que contam com o renomado projeto paisagístico de Burle Marx. Praça Maciel Pinheiro, com destaque para a Igreja Matriz da Boa Vista(Biblioteca do IBGE) De acordo com Semira Adler Vainsencher, pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco: "A atual Praça Maciel Pinheiro foi inaugurada no dia 7 de setembro de 1876, no coração do bairro da Boa Vista, em comemoração à vitória das tropas brasileiras na guerra do Paraguai (1864-1870)". Registro do fotógrafo Marc Ferrez, ainda no final do século 19 Praça Maciel Pinheiro, em 1900(Manoel Tondella, Acervo da Brasiliana Fotográfica Digital) Praça Maciel Pinheiro, em 1905(Acervo Benício Dias, na Villa Digital) A Villa Digital guarda alguns postais da coleção de Josebias Bandeira. O postal abaixo é datado de 1908 Praça Maciel Pinheiro, em 1950(Página Recife de Antigamente) Abaixo, mais três fotografias do acervo do IBGE, mas sem identificação de data Abaixo uma imagem bônus, uma pintura da praça. Antes da inauguração da praça já havia um largo na região. Na pintura de Luis Schlappriz, de 1863, é possível ver o local, que já teve vários outros nomes antes também. De acordo com o Guia (co)Memorativo da Boa Vista, o antigo Largo do Aterro ganha o nome de Praça da Boa Vista ainda em 1831. *Rafael Dantas é repórter da Revista Algomais e assina as colunas Pernambuco Antigamente e Gente & Negócios (rafael@algomais.com | rafaeldantas.jornalista@gmail.com)

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"Novos ciclos de investimentos com grandes empresas serão divulgados em breve"

André Teixeira Filho, presidente da Adepe, explica as ações da agência para desenvolver o Estado, como os incentivos aos arranjos produtivos locais, fala dos gargalos na infraestrutura logística e no abastecimento hídrico, e afirma estar otimista com a perspectiva de aportes de players industriais em Pernambuco. Passado o imbróglio mais tenso da Reforma Tributária, em especial nas questões relativas aos incentivos fiscais, o presidente da Adepe (Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco) André Teixeira Filho está otimista com a chegada de novos investimentos ao Estado. Ele reconhece que existem gargalos de infraestrutura porém afirma que já estão sendo enfrentados pelo governo, como a condição das estradas. “A governadora vem anunciando rodovias que estão sendo revitalizadas ou duplicadas, como a BR-232 e a BR-104”, ressalta. Natural de Caruaru, onde foi secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Economia Criativa, ele também conhece de perto os problemas de abastecimento de água em Pernambuco. Uma situação corroborada, segundo ele, pelas dificuldades financeiras da Compesa. Nesta entrevista a Cláudia Santos, ele fala da perspectiva de reestruturar a empresa com um empréstimo de R$ 1,1 bilhão (já aprovado pelo Senado) e da possibilidade de uma parceria público-privada. Também informa sobre as ações da agência para incentivar os arranjos produtivos locais e dos planos de estimular o audiovisual no Estado. Quais são os planos da sua gestão à frente da Adepe e como as mudanças na Reforma Tributária impactaram o trabalho da agência que atua com incentivos fiscais para atrair investimentos? Um dos grandes pontos da nossa gestão é a atração de investimentos. Minha gestão iniciou em março de 2023, no acaloramento da Reforma Tributária, que impacta na chegada de novas indústrias e de ciclos de investimentos. Ou seja, um cenário de insegurança no Brasil em que muitas empresas não conseguem investir sem saber o que vai acontecer. Isso dificulta a tomada de decisão. Ainda assim, conseguimos fechar novas atrações de investi mento das empresas Solar Coca-Cola e Ball. Somando as duas, temos quase R$ 700 milhões de novos investimentos. Também teremos um novo ciclo de investimentos da Stellantis, com R$ 13 bilhões. A atração de investimentos é um processo capitaneado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Quando houve uma decisão em torno da Reforma Tributária, conseguimos destravar algumas negociações, que já estão em curso, com grandes fábricas. Isso vem sendo possível porque a governadora do Estado Raquel Lyra brigou pela reforma e pelo novo ciclo de incentivo fiscal das empresas automotivas que saíram de Pernambuco. Depois de tudo isso, eu vejo novos ciclos de investimentos com grandes empresas que serão divulgados em breve. A logística e a infraestrutura são gargalos na atração de investimentos. O que vem sendo feito, neste sentido? Para haver investimentos, é preciso ter estradas boas e uma boa logística. A governadora vem anunciando rodovias que es tão sendo revitalizadas ou duplicadas, como a BR-232 e a BR-104. Estamos fazendo investimento em pouco mais de R$ 2 bilhões para melhorar as estradas e trazer novas indústrias, pois sem es trada não existe logística. E, quando falamos da PE-60, falamos também da Solar que está sediada em Suape e se comprometeu a investir, sabendo que a gente vai fazer um grande investimento entre R$ 60 e R$ 80 mi lhões na estrada. Recentemente conseguimos, junto ao Governo Federal, mais de R$ 100 milhões para melhorar a dragagem inter na do Porto de Suape e conseguir receber navios maiores. Isso vai facilitar que novas rotas cheguem aqui. Eu estou extremamente animado para os próximos anos no Estado. Além das obras de infraestrutura feitas pelo governo para viabilizar melhorias logísticas, a própria Adepe realiza obras para apoiar a implantação de empreendimentos. A agência conduz a aplicação de R$ 52 milhões em obras de requalificação de distritos industriais, mercados públicos e centros comerciais em 13 cidades com o objetivo de proporcionar infraestrutura adequada para operação de empreendimentos em todo Estado. Entre os municípios beneficiados estão Exu, Vitória de Santo Antão, Escada, Canhotinho, Pesqueira, São Bento do Una, Lagoa Grande, Abreu e Lima, Caruaru e Taquaritinga do Norte. Outro fator de impacto na infraestrutura é o abastecimento de água. Como está essa questão, principalmente no interior? A situação da Compesa é que (salvo engano, na ordem de grandeza) a governadora já teve que colocar do caixa do Estado de R$ 300 a R$ 400 milhões só para manutenção da empresa. Não é investimento. Estamos fazendo uma reestruturação e, agora, para investimento estamos fazendo um empréstimo de R$ 1,1 bilhões para que a Compesa consiga prometer e entregar muita coisa que estava no papel há décadas. É o caso da Adutora do Agreste. A gente conseguiu também muita coisa com pequenos investimentos. Tanto a governadora quanto eu somos do Agreste de Pernambuco que é a região que tem mais gente e menos água no Brasil, nascemos com falta de água. Então, uma das cinco principais propostas da governadora é levar água para o Estado como um todo, começando com água encanada nas casas das pessoas. Por isso está se pensando o que fazer com a Compesa daqui para frente, ela tem que ser autossustentável e tem que voltar a fazer investimento em Pernambuco. Qual seria esse futuro? Está em vista a privatização da Compesa, como vem acontecendo na Sabesp? Não. Privatização a governadora já disse que não faz, mas ela está aberta a parcerias público-privadas. Uma concessão é uma parceria e, com ela, abre-se um novo ciclo de investimento. Então a gente está organizando a casa para que a conta seja de investimento e não de manutenção. O pagamento da dívida passada é obrigação do Estado, mas investimentos futuros podem ser feitos por meio de uma parceria com o setor privado. Em relação ao Polo de Confecções, que apesar de sua pujança, enfrenta ainda dois grandes gargalos: a informalidade e o uso de práticas que danificam o meio ambiente. Como a Adepe tem atuado nessas duas áreas? A gente vem trabalhando primeiro com capacitação e qualificação do Polo de Confecções. Rodamos agora uma qualificação para ajudá-los a exportar. Ou

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