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Sérgio Vilanova: "Eu sei pintar alegria porque escutei muito frevo"

Artista plástico Sérgio Vilanova conta como a paixão por Olinda o inspirou a criar um universo fantástico povoado por figuras alegres e cheias de cor. Também fala dos planos de fazer um livro e de como acompanhar a banda de seu pai – o maestro José Alves – no Carnaval olindense influenciou a sua arte. Estar no ateliê/casa do artista plástico Sérgio Vilanova é sentir a atmosfera de Olinda. A começar pelo próprio imóvel, uma construção secular, na cor vinho, típica da Cidade Alta. Ao entrar na sala, o visitante logo recebe o impacto de seus diversos quadros (que tomam as paredes), cheios de cores, movimentos e ludicidade. É como se as figuras alegres e coloridas no estilo naïf estivessem num ambiente carnavalesco sob a vibração do som de uma orquestra de frevo. “Gilberto Gil disse ‘a Bahia me deu régua e compasso’, e eu acho que Olinda me deu as cores”, compara o artista. E não é para menos. Afinal, Sérgio, desde criança, quando morava na mesma casa da Rua do Amparo, não só observava pela janela a brincadeira dos foliões, como também acompanhava seu pai, o maestro José Alves, comandando uma banda de frevo, pelas ladeiras arrastando a multidão. Ele também exercia uma função importante: desenhava as partituras. Mas, se não seguiu a carreira paterna de músico, a vivência carnavalesca acabou por influenciar a inspiração da sua obra com imagens que esbanjam animação e festividade. Nesta entrevista a Cláudia Santos, o artista falou da sua trajetória que tomou impulso ao ser premiado no Salão de Arte do Museu do Estado. Ele participou de diversas exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior, como Laumeier Sculpture Park, em Saint Louis, nos Estados Unidos; Het Domein, Holanda; Cassino do Estoril, Portugal; e Museu Internacional de Art Naïf do Brasil. Apesar de viver da sua arte, Sérgio Vilanova lamentou as dificuldades para concretizar o projeto de realizar um livro sobre sua produção artística. Também conversou sobre seu processo criativo e a convivência com outros artistas em Olinda. Como você começou a se interessar pelas artes plásticas? Meu pai era músico no início dos anos 1970, e tinha uma orquestra de frevo. Isso foi, para mim, uma verdadeira escola de arte. Na música, eu fazia de tudo. Escrevi muitas partituras – eu que desenhava as partituras da banda, porque não tinha xerox – já veio daí o talento para desenhar. A banda, essa coisa gostosa do Carnaval, está entranhada na minha pintura e eu acho isso maravilhoso. Uma vez um amigo do meu pai disse para ele: “olha, Zé Alves, seu filho não vai ser teu sucessor na música, não”. Passou um tempo, meu pai comprou para mim uma paleta de cores e me perguntou: “é isso que você gosta?” E respondi que sim, e ele disse: “então, toma e segue”. Foi o maior presente para mim. E como foi sua trajetória? Você sempre viveu da arte? Depois que meu pai fechou a banda, em 1977, tentei fazer outras coisas para sobreviver. Trabalhei numa gráfica, cheguei a fazer a parte gráfica para agências de publicidade, mas não era minha praia. Minha praia mesmo era o desenho. A arte sempre foi a minha razão de ser. Quando tinha tempo livre, fazia uns rascunhos, e as pessoas gostavam, então, criei coragem e, em 1982, quando ainda havia salões de arte do Museu do Estado, coloquei uma pintura minha e fui premiado. Então decidi deixar a gráfica e virar artista. Aí eu fui caminhando, criando e, graças a Deus, fazendo exposições. Tenho trabalhos na Itália, na Holanda, em museus na América. Apareci em muitas matérias de jornal e programas de TV, por exemplo, Globo, Discovery, BBC. Hoje eu consigo viver da minha arte. Minha casa fica em Olinda, tem três andares, moro no segundo e no primeiro, exponho meu trabalho. Não sou um cara de tanto luxo, mas consigo me manter porque não estou fazendo clientes, estou fazendo amigos. E isso é melhor, pois um amigo te ajuda, se estou com um quadro exposto em casa, ele vai querer. Eu não perdi a essência do que eu sou. Tereza Costa Rego me dizia: “quando eu te conheci você estava amadurecendo e hoje você não perdeu sua essência”. Então é basicamente Olinda que inspira a sua arte? Olinda é meu referencial até hoje. Essa cidade me conquistou desde o dia que eu nasci. Gilberto Gil disse “a Bahia me deu régua e compasso”, e eu acho que Olinda me deu as cores. Estou sempre buscando algo novo dentro da natureza de Olinda, sempre buscando algo que remeta ao Carnaval. Desde quando acompanhava meu pai na banda, eu via passistas, a La Ursa, os Papangus e isso me dava um giro de cores. Quando estou triste eu saio, vejo uma mulher com roupas coloridas, eu digo “isso é a cor que eu quero”, volto para casa correndo e pinto. Sua pintura tem movimento, ludicidade e muitas cores vivas também. É um combo de cores e, justamente por isso, eu não sei pintar triste, eu não sei pintar deprimido. Uma vez Marianne Peretti (artista plástica vitralista, falecida em 2022 e que morou em Olinda) trouxe Oscar Niemayer aqui. Ele olhou, olhou, olhou e disse: “rapaz, gostei muito do seu trabalho, você é o poeta das cores”. Fiquei emocionado, só tinha visto o homem num livro de escola. E realmente é um colorido que eu busco no dia a dia da cidade, do cotidiano, das coisas simples, dos quintais com os pássaros, da simplicidade da Macuca, da felicidade dos moradores. Eu sei pintar alegria porque escutei muito frevo, vi muita gente se divertindo, com fantasias na cabeça feitas de papel machê, e isso me alegrava. É essa coisa que eu observo dentro do meu olhar. E você sempre foi autodidata? Nunca frequentou um curso de artes plásticas? Não. Mas não podemos afirmar que, em Olinda, a pessoa é autodidata, porque aqui há muitos artistas que nos ensinam um monte de coisa. De fato, você está em Olinda

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1824: os passos e a queda da Confederação do Equador

*Por Rafael Dantas Como se inicia um novo país? Os quadros heróicos e hinos de louvor aos revolucionários não dão conta do trabalho de organização de um estado. Opositores, pressões militares e econômicas, reconhecimento internacional… A Confederação do Equador, proclamada há 200 anos em Pernambuco, na sua breve trajetória encampou muitas dessas batalhas nos quase cinco meses que permaneceu de pé. O movimento, que teve entre seus principais expoentes o religioso e intelectual Frei Caneca e o governador Manoel de Carvalho Paes Andrade, expõe os desafios de quem decide construir um novo caminho contra o sistema vigente. A revolução, que pela segunda vez separava Pernambuco do restante do País, não era uma simples revolta contra um mau governo nacional. Havia um conjunto de ideias republicanas e de autonomia local que sedimentaram o caminho revolucionário. Não havia um consenso sobre propostas como a da abolição da escravatura, mas era uma pauta que também circulava na época. NARRATIVAS, DEBATE PÚBLICO E IDEAIS REVOLUCIONÁRIOS Se hoje os debates nas redes sociais – inclusive recheados de fake news – formam o que chamamos de opinião pública e induzem a direção das decisões políticas, na época um dos intelectuais que moveu as ideias foi Frei Caneca. Líder religioso, soube usar seus espaços eclesiásticos e também a imprensa para questionar os caminhos do Império e propor novas alternativas. Em seu emblemático jornal Tiphys Pernambucano, que circulou até agosto de 1824 (durante o governo revolucionário) e em outros escritos, Caneca deixou registrado o pensamento que se tornou o combustível dos dias da revolução. Um semestre antes da proclamação da Confederação do Equador, o frei descrevia que o País estava com uma "uma nau destroçada pela fúria oceânica” e que carecia da ajuda decidida e abnegada de todos os seus filhos. Para ter ideia da consciência do seu papel, Frei Caneca escreveu em uma de suas cartas, em 1823, que “é um dever do cidadão, que escreve, dirigir a opinião pública e levá-la como pela mão no verdadeiro fim da felicidade social”. Na primeira edição após a proclamação da Confederação, que circulou em 8 de julho daquele ano, Caneca celebra o passo dado pelos revolucionários, antecipa a resposta que viria do Império mas de, antemão, já compartilha com seus leitores a aceitação internacional da queda da unidade nacional. O redator contava que jornais da Argentina, do Uruguai e da Inglaterra já previam a queda do governo. Se a segurança pública é um dos temas que atormentam os brasileiros do Século 21, durante o Império, a decisão de Dom Pedro de retirar as tropas de Pernambuco inflamou os revolucionários. Diante de um iminente ataque da Corte Portuguesa, Dom Pedro I deslocou sua presença militar do Recife para defendê-lo no Rio de Janeiro. Isso não passou ileso pelas páginas no Thypis Pernambucano. Frei Caneca denunciou que o imperador teve forças para causar muitas hostilidades aos pernambucanos em tempos de paz, gastando muito dinheiro e só trazendo prejuízos à província e “agora que vê os perigos iminentes, trata unicamente de sua pessoa, desampara-nos, entrega-nos a nossos recursos, energia e valor!. (...) Os defensores são para o tempo dos perigos, e se não servem para esses, menos para os de paz e tranquilidade. Não queremos defensores de mostrar e sim de defender”. O jornalista Luiz do Nascimento escreveu no artigo O Jornalismo Pernambucano ao Tempo da Independência (no Diário de Pernambuco, em 1972) que o “Thypis foi o órgão oficial da Confederação do Equador e o valoroso Frei Caneca só largou a pena depois da 29ª edição, para juntar-se às tropas de Manoel de Carvalho Paes de Andrade, terminando [fechando o jornal], dada a derrota do movimento”. ESFORÇOS NA SEGURANÇA Enquanto Frei Caneca incendiava os pernambucanos contra o imperador, logo após a proclamação, o governador Paes de Andrade lança um manifesto para tornar a revolução conhecida da população e começa os esforços de defesa. As preocupações com a segurança eram justamente da vinda de embarcações portuguesas para o Recife e, na sequência, dos embates do Império contra a Confederação do Equador. “Em 1824 já era possível imprimir documentos que eram espalhados pelas ruas, colados nos muros e nos postes. Dessa maneira, as pessoas liam e discutiam esses papéis que tiveram uma circulação formidável”, afirma o historiador Flávio Cabral, professor da graduação e pós-graduação da Unicap. “Antigamente se fazia essa comunicação muito verbalmente também e por manuscritos. Mesmo as figuras escravizadas e as mulheres da época tomavam conhecimento dos temas debatidos por meio desses manifestos e pelos boatos”. Se a comunicação da revolução estava em ordem, a organização das forças militares era um desafio. Embora tenha arregimentado muitos apoiadores, a Confederação do Equador tinha opositores também entre as lideranças políticas locais. Logo, parte dos chefes militares locais aderiram à revolução, enquanto a outra parte ficou ao lado do Império. “Manoel de Carvalho tem apoio de parte das elites. Mas havia uma outra parte que foi alijada do poder, que é a de Francisco Paes Barreto, o Morgado do Cabo. Então há um choque dessas elites. O presidente da Confederação do Equador teve apoio do Batalhão dos Henrique, por exemplo, e de outras milícias locais que tenta- ram se organizar para conter a contrarrevolução”, afirmou Bruno Câmara, professor da Universidade de Pernambuco, em Garanhuns. A defesa contrária à revolução, no entanto, vinha de uma estrutura do Império que se fortaleceu nos anos anteriores de 1824. “As tropas imperiais, vale lembrar, passaram por uma reformulação após a Independência de 1822, e se tornaram extremamente fortes. Essas tropas descem em Alagoas e vão marchando, junto a tropas do Morgado do Cabo, até o Recife. Elas têm várias escaramuças. Foi essa força que debelou várias revoltas contra o Império, após o período regencial”. A ameaça do avanço imperial fez Frei Caneca clamar, no Thypis Pernambucano de 5 de agosto de 1824, pela participação popular para pegar em armas. “Quando a pátria está em perigo, todo cidadão é soldado. (...) todos deveriam se adestrar nas armas para rebater o inimigo agressor”. CONSTITUIÇÃO PROVISÓRIA E OS DEBATES CONSTITUCIONAIS

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12 imagens da cidade de Olinda para entender o Recife Português

*Por Rafael Dantas Neste domingo, o grupo Caminhadas Domingueiras fará um percurso pelas ruas de Olinda para explicar o "Recife Português". Isso porque por 300 anos a capital pernambucana foi na verdade o porto da co-irmã, que foi a cidade onde Duarte Coelho escolheu para ser sede da capitania após ter feito investimentos anteriormente já em Igarassu. A disputa entre o protagonismo da província foi deflagrada, por exemplo, na Guerra dos Mascates. A tradição olindense e o dinamismo comercial do Recife em diversos momentos da história estiveram de lados opostos. Embalado no tema, a coluna Pernambuco Antigamente de hoje mergulha por alguns desses lugares icônicos da Marim dos Caetés. Várias dessas imagens tem séculos de existência e assistiram parte das revoluções que costuram os principais acontecimentos dos Estado. A imagem de abertura é uma vista panorâmica da cidade em direção ao Recife. Com exceção das pinturas históricas, as imagens são da Biblioteca do IBGE. O ponto de encontro da caminhada, no próximo domingo (21), será na Praça do Carmo, às 8h. Não é preciso fazer inscrição. O percurso é de aproximadamente 4 quilômetros. Vista aérea de Olinda, com destaque para a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, na esquerda da foto Catedral da Sé Palácio dos Bispos, com a Igreja da Sé ao fundo da foto Seminário de Olinda (Seminário e Igreja de Nossa Senhora da Graça) Mosteiro de São Bento Forte do São Francisco, conhecido como Fortim do Queijo Colégio Santa Gertrudes, Igreja da Misericórdia Farol de Olinda Praia do Carmo Olinda em 1630 (gravura do acervo do Museu do Estado de Pernambuco) Vista das Ruínas da Sé de Olinda (Frans Post) *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com)

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Stellantis garante aprovação de incentivo fiscal da Sudene

O grupo Stellantis teve aprovado um pleito de incentivo fiscal junto à Sudene. Com o benefício, a empresa terá redução de 75% do IRPJ (Imposto sobre a renda das pessoas jurídicas). Os valores da renúncia fiscal não são divulgados. No passado, o grupo italiano havia recebido da Sudene o financiamento do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) de R$ 1,9 bilhão para realizar investimentos no parque industrial. Danilo Cabral, superintendente da Sudene, informa que foi a primeira vez que a Stellantis solicitou o benefício fiscal. “Esse é um movimento importante, fala para o debate da Reforma Tributária. A política de incentivos fiscais ainda é fundamental para a atração de investimentos, especialmente para regiões que têm menos competitividade em relação a outras. Reafirmamos a importância e eficácia dos incentivos em um ambiente de desigualdade entre regiões”. Na semana passada, a partir da mobilização das bancadas do sul e sudeste, a votação da reforma tributária havia reduzido os benefícios para as montadoras do Nordeste Além da Stellantis, a Sudene aprovou outros 14 pleitos de incentivos fiscais. Na distribuição por estado, Pernambuco aparece com quatro pleitos aprovados, vindo na sequência Ceará e Bahia (3 cada um), Espírito Santo (2), Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Norte (1 pleito cada). Os setores contemplados são de veículos, alimentos e bebidas, minerais não metálicos, químicos, petroquímicos e esgotamento sanitário.  Eleições 2024: Guia do Sebrae Apresenta Propostas para Fortalecimento do Empreendedorismo Local O Sebrae/PE lançou o guia “Eleições 2024: candidato parceiro dos pequenos negócios”, com o objetivo de incentivar candidatos a prefeito e vereador a incluírem estratégias de fortalecimento do empreendedorismo em seus planos de governo. O documento reúne 65 propostas organizadas em 13 eixos de atuação, que visam desde a priorização dos pequenos negócios nas compras governamentais até a desburocratização do ambiente de negócios. A gerente de Políticas Públicas do Sebrae/PE, Priscila Lapa, destaca a importância de uma agenda de desenvolvimento econômico focada nas micro e pequenas empresas, que representam mais de 87% das empresas ativas em Pernambuco. Exemplos de sucesso, como a capacitação de empreendedoras do ramo da costura em Araripina e a criação do GO MEI no Recife, mostram como políticas públicas bem estruturadas podem transformar a economia local. O guia também propõe medidas para facilitar o acesso ao crédito e apoiar o empreendedorismo feminino, sugerindo a adoção de creches e escolas de tempo integral. Disponível para download, o guia será difundido pelo Sebrae/PE em todas as suas regionais, oferecendo suporte aos candidatos interessados. “O Sebrae/PE está à disposição desses futuros gestores”, afirma o superintendente Murilo Guerra. Curso “Campanha Municipal Descomplicada” é lançado para profissionais de eleições Em meio ao período de eleições municipais no Brasil, o advogado eleitoral, cientista político e professor Felipe Ferreira Lima está lançando o curso “Campanha Municipal Descomplicada”. Com início marcado para o dia 25 de julho, o curso será oferecido em formato online, durando três dias. A proposta é fornecer um entendimento detalhado sobre o funcionamento e os limites jurídicos das campanhas eleitorais municipais, utilizando uma linguagem acessível e sem juridiquês. Destinado a advogados, pré-candidatos, contadores, membros de partidos políticos, cientistas políticos e equipes de campanha, o curso promete capacitar os profissionais para agir de forma assertiva e evitar prejuízos durante o período eleitoral. Dividido em cinco módulos, o curso aborda temas cruciais para as campanhas, incluindo convenções partidárias, sistemas eleitorais e cotas de gênero, registro de candidatura, propaganda e representações, e financiamento de campanha e prestação de contas. Felipe Ferreira Lima destaca a importância de uma equipe bem preparada para enfrentar os desafios de uma campanha eleitoral. “Sei do desafio e dos sentimentos que envolvem uma campanha. Ter uma equipe bem preparada é fundamental”, afirma. As inscrições para o curso estão abertas até o dia 24 de julho e podem ser feitas através da landing page disponível no site do professor.

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Joao Rogerio Filho 2 Credito Carius Pontes

"O aumento do número de recuperações judiciais deve-se à ressaca da pandemia"

João Rogério Filho, Economista e sócio-diretor da PPK Consultoria, analisa como a crise instaurada no período pandêmico gerou déficits em várias empresas que não conseguem gerar recursos suficientes para pagar seus credores. Também aborda a influência das altas taxas de juros nesse processo. Há pouco mais de um ano, notícias de empresas que entra￾ram em processo de recuperação judicial têm estampado as manchetes na mídia. Os casos que mais causam perplexidade são os de grandes redes de varejo como Americanas, Polishop e, mais recentemente, a Casa do Pão de Queijo. Segundo dados da Serasa Experian, o número de recuperações judiciais registrou alta de 68,7% em 2023 comparado com 2022 e, nos primeiros quatro meses deste ano, cresceu 80% em relação ao mesmo período do ano passado. Para João Rogério Filho, economista e sócio-diretor da PPK Consultoria, os estragos provocados no período pandêmicos são a principal causa dessa desestruturação financeira das companhias. “Estamos vivendo uma ressaca na qual empresas precisam gerar recursos suficientes para se manter em atividade e para bancar os déficits criados na pandemia”, explica. Nesta entrevista a Cláudia Santos, o economista aborda, ainda, a influência da conjuntura econômica do País, como as altas taxas de juros. João Rogério também explica, de forma didática, como se dá o processo de recuperação judicial e de que forma esse instrumento auxilia as empresas a pagarem seus credores num ritmo suportável e, ao mesmo tempo, garantir a continuidade da sua operação. O que é a recuperação judicial e qual é a diferença entre esse processo e a falência? Na história da civilização ocidental, identificamos que, a partir da Idade Média, o estado sempre teve um papel regulador nos processos falimentares. O chamado direito falimentar é um grande guarda-chuva que abarcava a concordata, em vigor no Brasil até 2005, hoje substituída pela recuperação judicial. Então, estão sob o guarda-chuva do direito falimentar, recuperação judicial e falência que são dois institutos distintos. A recuperação judicial é uma proteção do estado, uma regulação que ele faz para evitar uma busca desenfreada dos credores por seus créditos, permitindo à empresa garantir a continuidade de sua operação, ao mesmo tempo em que pagará seus credores em um ritmo suportável, a partir de sua geração de caixa. Recuperação judicial não é a falência. Uma empresa pode ir direto à falência ou passar por uma recuperação judicial e se recuperar, como na maior parte das vezes. Mas também pode não conseguir se recuperar e aí é que se torna uma falência. Como é realizado o processo de recuperação judicial sob supervisão da justiça? A Lei de Recuperação Judicial Brasileira (de nº 11.101, de 2005) é bastante moderna em relação ao restante do arcabouço dos códigos das leis do Brasil. Com inspiração no direito norte-americano, o instituto da recuperação judicial é extremamente prático. Ele privilegia a participação dos credores num processo decisório em que o juiz passa a ter um papel de supervisor. Como o processo envolve muitas questões contábeis, financeiras e não existe expertise, o juiz nomeia um profissional, chamado administrador judicial. É como se fosse um perito. Após a preparação da documentação necessária conforme a lei, o processo é ajuizado e, a partir do deferimento, iniciam-se os prazos de formalidades a serem cumpridas, como o relatório mensal de atividade que a empresa é obrigada a apresentar ao administrador judicial e a lista de credores. Na assembleia geral com os credores é apresentado o plano de recuperação judicial. Em seguida, passa-se para fase de cumprimento desse plano e, a partir de dois anos, a empresa está apta a pedir o encerramento de seu processo de recuperação judicial. Que tipos de empresa podem pedir a recuperação judicial? Existem os aspectos de exclusão. Por isso, a resposta é indireta: quem não pode pedir recuperação judicial são instituições financeiras, cooperativas de crédito, cooperativas de qualquer natureza, empresas com menos de dois anos de funcionamento ou que tenham se beneficiado da lei há menos de cinco anos. Excluídas essas hipóteses, qualquer empresa regularmente registrada e, a partir de 2020, qualquer produtor rural – que embora não seja uma empresa, tem a equivalência a uma empresa – pode pedir. Outra novidade é que, de alguns anos para cá, os clubes de futebol e as associações civis também podem pedir recuperação judicial. Como o senhor avalia a qualidade de um programa de recuperação? Em entrevista recente, um especialista em governança, risco e compliance disse que, em geral, muitos planos que são apresentados pelas empresas aos credores se resumem em ações de corte de custo e à proposição de estratégia de alongamento do pagamento. Raramente são apresentadas estratégias de transformação empresarial, de incremento de vendas, de eficiência tecnológica. O senhor concorda com essa análise? Eu não concordo, porque, anexo ao plano de recuperação judicial, obrigatoriamente, junta-se um laudo econômico-financeiro. No plano de recuperação judicial, normalmente você não encontra um capítulo para aumento de vendas mas você vai encontrar, nas projeções econômicas e financeiras, a razão de crescimento das vendas que a empresa está projetando. Com relação à governança, todos os planos que nós elaboramos na PPK Consultoria, por exemplo, preveem uma mudança de governança. Então eu não concordo com a afirmação de uma extrema superficialidade do plano. Ao mesmo tempo, alerto que, a depender do segmento de atuação da companhia, existem determinados segredos industriais que precisam ser preservados para a própria manutenção dela. Por exemplo, não me soa razoável que determinada empresa de alimentos lácteos precise tornar pública sua estratégia para aumento de venda de iogurte. Eu não acredito que esteja no melhor interesse da empresa fazer a abertura de suas estratégias mais sensíveis. De acordo com dados da Serasa Experian, o número de recuperações judiciais registrou alta de 68,7% em 2023 comparado com 2022 e, nos primeiros quatro meses deste ano, esse número cresceu 80% em relação ao mesmo período do ano passado. Que motivos o senhor enxerga nessa elevação? O aumento do número de recuperações judiciais deve-se à ressaca da pandemia. O que aconteceu na pandemia foi que todo o mercado financeiro se

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A Confederação do Equador e a formação de uma identidade para Pernambuco

*Por Carlos André Silva de Moura É consenso entre pesquisadores que Pernambuco foi uma das localidades com movimentos sociopolíticos marcantes para a formação da nacionalidade, a constituição de identidades libertárias e o orgulho de um povo por sua História. Dentre os eventos que podem ser destacados, presentes em ações cotidianas, debates no ambiente escolar, nas marcas de diferentes lugares do Recife ou em datas cívicas, estão a Revolução Pernambucana (1817) e a Confederação do Equador (1824). O evento de 1824 se caracterizou como um movimento revolucionário, com ideais republicanos e separatistas, iniciado no dia 2 de julho e com desdobramentos em diferentes províncias do Norte do Brasil. Parte das discussões travadas após a Independência, em 7 de setembro de 1822, impactaram questões sociopolíticas e econômicas remanescentes dos acontecimentos de 1817. Tais problemáticas foram fortalecidas por insatisfações com os princípios monarquistas e centralizador de Dom Pedro I (1798-1834), especialmente, após a outorga da Constituição de 1824. Mesmo com a Independência, o imperador ainda estava atrelado à Coroa Lusitana, com a manutenção dos seus direitos sucessórios ao trono. Além dos fatores externos, os cidadãos em Pernambuco enfrentavam dificuldades econômicas e eram obrigados a pagar elevadas taxas ao Império, com a justificativa de financiar as guerras pós-independência. Para tentar resolver as questões internas, representantes da província esperavam uma Constituição federalista, com a concessão de autonomia a cada região. No entanto, a Carta Constitucional centralizou o poder, com insatisfações em diferentes localidades. Com a difusão do trabalho da imprensa, as críticas ao governo eram divulgadas em diferentes periódicos, a exemplo do jornal Typhis Pernambucano, dirigido por Frei Caneca, tornando-se fundamental para a propagação dos ideais revolucionários. Com o clima de tensão, Dom Pedro I nomeou um novo presidente para província, Francisco Paes Barreto, com a destituição de Manuel Paes de Andrade, que tinha sido escolhido pelas Câmaras de Olinda, Recife, Igarassu, Pau d’Alho, Cabo, Limoeiro e Sirinhaém. Com o aumento das tensões com o governo, o movimento revolucionário ganhou força nas ruas do Recife e teve adesão de alguns estrangeiros. Em 2 de julho de 1824, Manoel de Carvalho Paes de Andrade proclamou a Confederação do Equador, constituindo-se em uma nova República, com o objetivo de congregar em um mesmo Estado províncias que se estendiam da Bahia até o Grão-Pará. Além dos princípios republicanos, também foi defendido o fim do tráfico negreiro no porto do Recife e a abolição da escravidão, fato que causou inquietações entre alguns integrantes do movimento pelos possíveis impactos em seus negócios. A divisão entre alguns líderes da Confederação do Equador enfraqueceu a revolta e colaborou para a reação do Império. Após empréstimos concedidos pela Inglaterra e a contratação de tropas no exterior, em 29 de novembro de 1824, Dom Pedro I conseguiu sufocar o movimento, com o comando de Thomas Cochrane, em uma das mais violentas ações do período. Centenas de revoltosos foram presos, outros morreram em combate e 31 líderes condenados à morte, entre eles, o carmelita Frei Joaquim do Amor Divino Rabelo – Frei Caneca. A história em torno da Confederação do Equador, dos seus personagens, especialmente Frei Caneca, contribuiu para a formação de uma identidade que foi reforçada a partir de diferentes iniciativas durante o Século 20 e em tempos recentes. Atualmente, o movimento é debatido em escolas, suas ideias refletidas a partir da construção de uma nacionalidade e do orgulho de se impor contra as injustiças de um determinado período histórico. Do mesmo modo, o religioso carmelita ocupa um espaço importante no imaginário social da atualidade, como um indivíduo que se manteve relutante diante das desigualdades e arbitrariedades. O conhecimento das formas de atuação dos líderes da Confederação do Equador é fundamental para a História de Pernambuco, com o desenvolvimento de uma identidade coletiva. As suas discussões têm impactos para que indivíduos possam se reconhecer em atos de coragem de atores sociais que colaboraram com a formação da nossa História. Carlos André Silva de Moura é historiador e professor da graduação e pós-graduação da UPE (Universidade de Pernambuco)

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Camila Bandeira Fotos Marlon Amorim

Camila Bandeira: "A Fenearte está cheia de novidades"

Diretora de Promoção da Economia Criativa da Adepe, Camila Bandeira, fala dos programas lançados na feira de artesanato que este ano terá ingressos vendidos pela internet, um concurso de moda e o queijo coalho será tema das atividades gastronômicas. Ela também informa sobre ações da sua gestão no setor audiovisual. Olhar a cultura como um negócio capaz de proporcionar uma transformação social tem sido a visão de Camila Bandeira como diretora-geral de Promoção da Economia Criativa da Adepe (Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco). Essa característica é perceptível nas mudanças que introduziu na edição deste ano da Fenearte, evento do qual é a diretora-executiva. Durante o feira, por exemplo, será lançado o Programa Pernambuco Artesão que vai oferecer oficinas, seminários, palestras, jornadas criativas para estimular o diálogo do artesanato com outras linguagens como o design e a arquitetura para fomentar a inovação, a sustentabilidade e o empreendedorismo. Outra novidade é a Escola de Economia Criativa que vai proporcionar qualificação ao setor, um gargalo detectado na sua gestão. A moda, amplia sua participação nesta edição com o lançamento do concurso Desafio Mape para estudantes de moda e design do Estado. “O intuito é revelar novos talentos”, explica Camila. Também haverá um desfile diferenciado que o especialista Nestor Mádenes fará com peças expostas na feira. Outra inovação que vai agradar aos visitantes é a compra de ingressos por internet, o que deve reduzir as tradicionais filas para o acesso da feira que acontece de 3 a 14 de julho e que recebeu investimentos de R$ 15 milhões. A expectativa é renovar os bons números alcançados no ano passado, quando foram registrados recordes de público, com cerca de 315 mil pessoas, e impacto econômico de R$ 52 milhões. Nesta entrevista a Cláudia Santos, Camila fala dessas inovações da Fenearte e de outras áreas da economia criativa, como a retomada da Câmara Setorial do Audiovisual da Adepe. Ainda este ano será feito um mapeamento da cadeia produtiva do setor e realizada uma rodada de negócios. “O audiovisual emprega muita gente, é uma indústria maior do que a automobilística”, ressalta. O tema da Fenearte, este ano, é Sons do Criar, Artesanato que Toca a Gente. Você poderia explicar esse conceito? Este ano, estamos homenageando todas as artesãs e artesãos, por meio da sonoridade, porque o artesanato toca a todos eles, literalmente, traz à tona os sonhos que surgem a partir do ofício. O talhar da madeira, o bater no barro, o ferro sendo polido, isso gera sons que tocam todos os artesãos, independente da técnica, da tecnologia. O tocar a gente, seja o toque físico ou sonoro, nos emociona, nos sensibiliza. Este ano, Nicinha de Caruaru e Saúba de Jaboatão dos Guararapes passaram a integrar a Alameda dos Mestres. Você poderia falar um pouco do trabalho deles? Nicinha desenvolve um trabalho em Caruaru, há cerca de 60 anos, que envolve também a questão social e política. Ela trabalha com o barro, a cerâmica e integra toda uma comunidade de mulheres e crianças por meio desse ofício. Ela forma pessoas e, inclusive, tem uma associação, no Alto do Moura, chamada Flor do Barro. Nicinha já é mestra reconhecida, mas ainda não havia estado na Alameda dos Mestres. E Saúba é uma figura! Ele também é mestre e seu trabalho é em madeira, com brinquedos populares, como o rói-rói e o mané- -gostoso, que são super-reconhecidos. Ele vai abrilhantar a Alameda com esse lado lúdico. Durante a Fenearte será lançada a Escola da Economia Criativa. O que vem a ser esse projeto? A Fenearte, este ano, está cheia de novidades. A Escola de Economia Criativa é uma delas. A ideia surgiu há um ano porque entendemos que a qualificação era um gargalo, não só para o artesanato, mas em todos os setores da economia criativa. Então, estruturamos o projeto, conversamos com especialistas e demos o primeiro passo dessa escola na Fenearte, com foco no artesanato. Vamos estudar a participação das prefeituras e associações na feira, onde haverá uma curadora com esse olhar, registrando, conversando e entendendo como os municípios que estão presentes trabalham o artesanato para culminar nessa exposição, nessa comercialização. A partir disso, ao longo do ano, desenvolveremos alguns cursos voltados para os gestores públicos municipais e estaduais, para gerar resultados na próxima Fenearte ou nas próximas feiras e mercados em que eles estiverem presentes. Pretendemos ampliar o leque da Escola de Economia Criativa para além do gestor, trabalhar com o empreendedor, o artesão, mas esse primeiro passo é voltado para gestores públicos, porque acreditamos que, dessa forma, há um poder de disseminação mais rápido e eficiente. Outro programa lançado é o Pernambuco Artesão. Qual é o objetivo dele? O objetivo é fomentar a cadeia produtiva do artesanato, tendo como centro o artesão. Desenvolveremos ações de formação em convênio com a Adepe e em parceria com o Sebrae. Haverá oficinas, seminários, palestras, jornadas criativas para estimular o diálogo do artesanato com outras linguagens como o design e a arquitetura, por exemplo. Dessa forma, a gente fomenta a inovação, a sustentabilidade e o empreendedorismo. Por meio do convênio do programa levaremos alguns artesãos para expor e vender seus produtos em feiras nacionais e internacionais. Além disso, vamos concluir o mapeamento da cadeia produtiva do artesanato. Será a conclusão da pesquisa que iniciamos na Fenearte do ano passado. Essa segunda etapa da pesquisa vai a campo, aos territórios, para termos uma visão completa. Será feito um mapeamento do setor de artesanato em todo o Estado? Isso. Por incrível que pareça, não existem dados locais com foco no artesanato. Há alguns trabalhos a nível nacional, mas não existe um mapeamento da cadeia produtiva de artesanato em Pernambuco. Então, vamos levantar essas informações. A importância desse estudo é nos direcionar para a tomada de decisões e realização de ações mais assertivas com base nessa realidade. Essa pesquisa tem quatro vertentes: o mercado, o artesão, o produto e o território. Com isso, teremos um olhar completo do artesanato do Estado. Esse mapeamento será divulgado na Fenearte do ano que vem.

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pernambucast

Pernambucast trata sobre Modismos na Gestão Empresarial

No quarto episódio da temporada sobre Carreiras e Gestão, o Pernambucast discute os riscos das corporações aderirem na direção dos seus negócios os "modismos de gestão". Esse fenômeno, bem comum no mundo empresarial, é caracterizado pelo surgimento de práticas e tendências temporárias em administração que ganham popularidade rapidamente, mas podem carecer de eficácia comprovada a longo prazo. Para tratar do assunto, o jornalista Rafael Dantas conversou com os consultores e sócios da TGI Francisco Cunha e Fábio Menezes. Ambos assistiram o surgimento e o sumiço de vários desses modismos. Além de comentar sobre os problemas que as empresas podem estar se submetendo ao embarcar em uma dessas ondas, os consultores apresentam algumas diretrizes de como escapar delas e manter a corporação na estratégia correta. Assista o episódio no nosso Youtube:

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Bruno Veloso

"O programa Nova Indústria Brasil é muito bom, mas é preciso transformá-lo em realidade"

Novo presidente da Fiepe, Bruno Veloso, fala de seus planos à frente da entidade, como estimular a exportação e a abertura de novas cadeias produtivas, além de incentivar a instalação de indústrias no interior. Também aborda os gargalos enfrentados pelas empresas e critica a demora de execução dos projetos do Governo Federal voltados ao setor industrial. Na segunda-feira (17/06), Bruno Veloso tornou-se presidente da Fiepe (Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco) numa concorrida cerimônia que reuniu representantes de vários setores econômicos. Nesta entrevista a Cláudia Santos, o empresário – que é do ramo da indústria da construção civil – falou sobre os seus planos à frente da entidade e dos desafios enfrentados pelo setor industrial no Estado, como a desendustrialização. Ele criticou a alta tributação das indústrias como um fator que impede que realizem investimentos na transformação digital. Embora tenha elogiado o Nova Indústria Brasil, programa do Governo Federal que visa tornar o setor mais competitivo, inovador e sustentável – o novo presidente da Fiepe reclamou da demora na sua execução, em especial na liberação dos recursos previstos que chegam a R$ 300 bilhões. Veloso também comentou os desafios na área de infraestrutura, como o estado precário das rodovias e a lentidão de projetos como a Transnordestina e o Arco Metropolitano, além do abastecimento de energia que, embora com abundância de oferta, o sistema apresenta problemas de distribuição. Veloso também analisou os gargalos na qualidade da mão de obra e ressaltou o trabalho nessa área realizado pelo Sesi (Serviço Social da Indústria) e Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial). Quais são seus planos e desafios nestes próximos quatro anos à frente da Fiepe? A Fiepe representa pequenas, micro, médias e grandes empresas e as pautas dessas empresas são nossas pautas. Trabalhamos para atender suas reivindicações de forma eficiente para que nos vejam como aliada. Há muitos desafios. Um deles é buscar sempre um ambiente favorável aos negócios na região, entendendo as dificuldades das empresas que pretendem se instalar no Estado e das que já estão instaladas. Então temos sempre que lutar pelo protagonismo da indústria na economia, precisamos frear a desindustrialização, entendendo a realidade e apoiando a indústria para que haja diversificação da base produtiva. Por meio da nossa inteligência de dados, vamos estimular as empresas a produzirem o que já vêm produzindo e abrir novas cadeias de produção para aumentar o leque de oferta. Também pretendemos trabalhar fortemente na exportação. Temos muitas ferramentas que podem identificar mercados externos para as empresas que aqui produzem e poderiam exportar. Outro desafio é levar a indústria para o interior do Estado, buscando apoio para que as empresas se instalem de forma consciente com infraestrutura e condições básicas necessárias. Quais são essas condições básicas para instalação e interiorização das indústrias? É preciso quatro pilares para escoar a produção: um modal de transporte, fornecimento de energia compatível com a empresa instalada no local, água, que é necessária a todas as indústrias e, por fim, internet de qualidade, ferramenta de que não se pode abrir mão para que haja comunicação eficiente entre clientes, fornecedores e outras unidades da empresa. O senhor mencionou várias questões relacionadas à infraestrutura. Na questão da logística, especificamente, como avalia os problemas das rodovias e da Transnordestina, que há anos é aguardada pelos empresários nordestinos? Muitas empresas necessitam de logística de transporte eficiente para viabilizar seu produto. As estradas em Pernambuco estão muito deficitárias, precisando de forte investimento. A Transnordestina é uma pauta de todos os pernambucanos, ela pode fazer grande diferença para transportar de maneira eficiente do Sertão do Araripe a Suape, para uma exportação a baixo custo. As obras da ferrovia tiveram uma paralisação no final do ano passado, e nós da Fiepe, o Governo do Estado, parlamentares e outras entidades nos mobilizamos e conseguimos colocar no PAC o valor de R$ 450 milhões para a retomada da Transnordestina. Porém, ainda são necessários cerca de R$ 6 bilhões para que ela seja concluída. Os R$ 450 milhões foram liberados, mas é importante ressaltar que a licitação para as obras desse valor menciona dois anos para a conclusão do projeto para, então, começar o processo licitatório. É muito tempo. Por isso, estamos novamente nos mobilizando, discutindo internamente maneiras para sugerir um projeto mais ágil e que também agilize o início das obras. Outro projeto que precisa ser colocado em prática urgentemente para melhorar a logística e atrair mais indústrias é o Arco Metropolitano. A governadora disse que vai licitar ainda este ano, mas é necessário ir além da discussão do projeto. Uma das premissas para instalar a fábrica da Jeep em Goiana era o Arco Metropolitano. Há quantos anos a Stellantis está lá e as dificuldades de deslocamento permanecem? A dificuldade de transporte é tão grande que as pessoas estão morando em João Pessoa e a gente aqui não consegue nem transportar os veículos que são sendo produzidos porque as estradas não comportam, só podem ser transportados de madrugada. Isso não é logística. Como é que nós vamos atrair a indústria dessa forma? Então estamos entendendo as dores das indústrias e buscando diálogo com governantes prefeitos, Câmara de Vereadores, deputados estaduais, para saber o que a gente pode fazer para melhorar nosso Pernambuco. E como é que está essa articulação do setor com as instâncias governamentais? Eu diria que está num processo de crescimento. Recentemente tivemos uma comissão parlamentar da Assembleia Legislativa, o Comitê da Indústria Pernambucana, ou seja, existe uma comissão com alguns deputados e com isso nós vamos poder levar um assunto importante da indústria para discutir na Casa. Em relação a Suape, quais as perspectivas? Suape é um patrimônio pernambucano que teve a atenção de todos os governantes do Estado. É um grande complexo industrial, o porto é bem situado e tem calado, por isso, temos tudo para ser um grande exportador na região. Não existe nenhum porto aqui com a qualidade de Suape. Entretanto, não há nenhum porto importante no mundo que não tenha um ramal ferroviário. Para transformar Suape em grande importador e

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quadrilha marocas

11 fotos dos festejos de São João Antigamente

Com a proximidade das datas juninas, selecionamos 8 imagens do São João no Recife e no interior em décadas passadas. Muitas quadrilhas, bandeiras, palhoças e bacamartes compõem o  cenário dos tradicionais festejos na região. As imagens são da Hemeroteca da Biblioteca Nacional, da Fundaj e de algumas prefeituras. Confira! De acordo com Hugo Menezes Neto, em sua dissertação, há registros de festas juninas ainda em 1857, mas que foram recusadas no Brasil Republicano. Apesar de abandonadas nos centros urbanos, as quadrilhas juninas nunca deixaram de acontecer no campo. Já no século 20, a modernização, o aumento da urbanização e diante do crescimento das migrações, essas manifestações culturais voltaram às práticas culturais brasileiras para não sair mais. Clique nas imagens para ampliar. . Noite do Bacamarte, em 1972, no Caxangá  (Hemeroteca da Biblioteca Nacional) . Festa Junina no Instituto Regina Coeli, no Espinheiro, nos anos 50. (Hemeroteca da Biblioteca Nacional) . Luiz Gonzaga no São João de 1956 (Hemeroteca da Biblioteca Nacional) .Quadrilha Junina em Olinda - Componentes da Quadrilha Flor do Abacate, atual Junina Forró Moderno, agremiação fundada em 1981, na Rua do Abacate, em Rio Doce (Foto da Página Olinda Antigamente, originalmente no livro nos Arraiais da Memória). .Festejos na Rua São Roque, na década de 70 (Foto: site Medium) .Palhoção no São João em Belo Jardim (Foto: site da Prefeitura Municipal de Belo Jardim) .O músico Pedro Raimundo, no Acordeon, veio a Pernambuco em 1955, para os festejos juninos, a convite da Rádio Tamandaré. (Hemeroteca da Biblioteca Nacional) . Bacamarteiros (Fundaj) . Fazendinha na Rua São Roque (Blog Paulo Nailson) . Quadrilha Junina olindense Pisa no Espinho, do Bairro do Rio Doce, nos anos 90 (Página Olinda Antigamente) . Quadrilha Kokota da Roça (Do arquivo Nos Arraiais da Memória) . Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com)

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