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Farjardo Recife 2023

"Fundamental é repovoar o Centro do Recife com moradores"

Washington Fajardo, ex-secretário municipal de Planejamento Urbano do Rio de Janeiro, aborda os desafios de atrair moradias para a região central da capital pernambucana, elogia as iniciativas do Recentro e defende ações como a instalação de instituições de ensino na área para cativar a juventude. Estimular a moradia no Centro do Recife tem sido uma estratégia defendida por estudiosos e até pela prefeitura para revitalizar a região. O arquiteto e urbanista Washington Fajardo é um desses especialistas que acreditam que nenhum processo de reabilitação urbana tem sustentabilidade se não tiver pessoas morando no espaço a ser revitalizado. Fajardo é ex-secretário municipal de Planejamento Urbano do Rio de Janeiro, responsável pelo projeto Reviver Centro elaborado para atrair moradores para a região central da Cidade Maravilhosa. O sucesso do programa o levou a ser convidado a ser consultor do planejamento estratégico do Centro do Recife - Recentro na Rota do Futuro. O urbanista ressalta, no entanto, que seduzir a população a morar no Centro é uma tarefa complexa. Nesta entrevista a Rafael Dantas, ele fala dessas dificuldades como, por exemplo, a percepção de segurança que as pessoas têm do Centro, a oferta de moradias no local e o fato de a região não ser mais vista como uma centralidade, onde os moradores resolviam coisas, estudavam, faziam compras e atividades culturais. Mas ressalva que a proposta de se ter uma governança local, a partir do Recentro, é um passo importante para a recuperação da região, assim como a decisão do gabinete de ouvir a população sobre o Centro, a partir de uma consulta pública. Quais as diretrizes para que o Recife possa promover uma recuperação do Centro da cidade? O ponto fundamental é repovoar o Centro do Recife com moradores. Ou seja, nenhum processo de reabilitação urbana tem sustentabilidade se não tiver pessoas morando. Esse é o princípio. É muito sintético e objetivo, mas implementar isso é muito complexo. Porque, assim como outras cidades brasileiras, o Recife cresceu horizontalmente nas últimas décadas, numa velocidade muito intensa. A gente está falando de um Centro Histórico de toda uma região metropolitana, que é onde as pessoas estão morando. Esse modelo de crescimento da cidade acabou criando uma economia imobiliária que sabe pegar terrenos e fazer prédios. Mas hoje temos essa tendência de investir em retrofits também. Esse é um fenômeno recente brasileiro. No Brasil desaprendemos a reocupar, reformar. A palavra hoje é o retrofit. É importante entender que essa área central está em direta competição com essas outras áreas, onde encontramos uma cultura técnica que passa pela economia, mas vai até a arquitetura e a engenharia. Os próprios órgãos públicos dos municípios aprenderam a criar uma normativa urbanística que favorece essa expansão da ocupação. O resultado disso é que as áreas centrais ganharam uma ociosidade do ponto de vista de moradia, mas conseguiram manter uma função comercial ou de centralidade dos empregos. Aí veio segundo um fenômeno, um pouco de nossa época, que tem a ver com digitalização da economia. Então, além do problema histórico de ocupação, a economia digital já está afetando os centros urbanos também? Tanto o emprego, quantos hábitos de consumo estão muito organizados em função das facilidades que a internet nos proporciona. Esses novos hábitos, que têm a ver com a digitalização da vida da cidade, também têm impactado diretamente a relevância do varejo. Por exemplo: comprar algo não significa mais a necessidade de ter que ir à rua. E isso tem tido um crescimento exponencial, especialmente a partir da pandemia da Covid-19. É um fenômeno que ganhou uma proporção planetária, quando fomos obrigados a aprender novos hábitos. Passamos a fazer reuniões online, pedir comida em casa, fazer compras pela internet. Algo que era incipiente ainda, ganhou relevância e está presente em diferentes gerações. Antes era mais concentrado na juventude, mas com pandemia mesmo as gerações mais maduras ganharam novos hábitos. Ou seja, os centros urbanos têm situação histórica, de longo prazo, muito brasileira. E tem também o contexto novo, um pouco mais global, que tem a ver com digitalização. Isso aumentou mais ainda os esvaziamentos das áreas centrais. Estão correndo certo risco de ficarem irrelevantes. Nesse contexto, como o senhor avalia a experiência do Recife? O Recife é um caso interessante. Teve uma posição de vanguarda, quando algumas décadas atrás tomou decisão de implantar o Porto Digital em sua área central. Observe que o Recife tomou uma decisão muito avançada para época, em dois sentidos: priorizar o Centro da cidade e priorizar a nova economia. Uma reflexão que trago é que apesar desse vanguardismo, não se constituiu, de fato, uma nova camada social morando no Centro. Apesar do sucesso do Porto Digital, a população continua a não morar na região. Isso mostra como essa produção habitacional nas áreas centrais é muito complexa. A prioridade é trazer pessoas para morar, mas não é simples. Como modificar esse cenário para incentivar a moradia no Centro do Recife? Temos que ter visão de mercado. Ou seja, a produção habitacional tem que acontecer com as próprias pernas. Ao mesmo tempo, é necessário ter estímulo público. Que tipo de estímulo? Incentivos fiscais e subsídios, com regulação urbanística própria. É fundamental também que as pessoas passem a desejar mais o Centro. Isso significa que as famílias que hoje estão tomando decisão de moradia deveriam considerar área central como opção. Para isso é fundamental que existam alternativas no Centro para incentivar a decisão de comprar ou alugar uma moradia. Será que a população pensa em morar no Centro? E se pensar, será que conseguirá encontrar algo? Essas questões precisam ser resolvidas. Opções para quem queira e ter o desejo de povoar os bairros centrais. É um desafio que está tanto na demanda como na oferta. Para ter desejo, a população precisa se sentir bem no Centro. Ser um lugar seguro, organizado. Um bom parâmetro é pensar a cidade tomando as crianças como referência. Você viveria com seus filhos no Centro do Recife? A população percebe na área central da cidade um lugar para educar seus filhos

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Algomais 239

35 anos: Os avanços e desafios da Constituição Federal

*Por Rafael Dantas Há 35 anos o País colocava um ponto final na ditadura que assombrou o Brasil por mais de duas décadas com a promulgação da Constituição Federal no dia 5 de outubro de 1988. Pela ampla participação social na formulação da Carta e pelo seu caráter de ampliar as liberdades civis e os direitos individuais, ela ganhou o apelido de Constituição Cidadã. Mesmo com muitas emendas e ainda com muitas leis complementares a serem legisladas, é esse texto que tem conduzido a sociedade brasileira ao seu mais longevo período democrático. A sua implantação plena e a urgência em defendê-la permanecem como desafios ao País, em especial após os ataques do 8 de Janeiro. Além da participação direta dos deputados constituintes na construção da Constituição Federal, o texto recebeu contribuições de todo o País. Numa época em que ainda não existia a internet, elas vinham pelos Correios, chegavam aos gabinetes dos parlamentares ou em debates das mais diversificadas organizações da sociedade civil. De acordo com dados do Senado Federal, foram recebidas mais de 72 mil sugestões de cidadãos de todo o País, além de outras 12 mil dos constituintes e de entidades representativas. Há quem fale de muito mais proposições. Tal mobilização veio a reboque de todo o movimento que enfrentou o autoritarismo no País, na análise do sociólogo José Arlindo Soares, presidente do Centro de Estudos e Pesquisas Josué de Castro. “Pelo que observei e participei, foi uma continuidade da grande mobilização das Diretas Já”, afirmou o pesquisador, que era professor da UFPB (Universidade Federal da Paraíba) na época. Apesar da ampla participação, o sociólogo lembra que havia uma cobrança pela sociedade de que deveria ser convocada uma constituinte exclusiva para a elaboração do texto da Constituição Federal. “Em que pese as divergências da convocação, que foi uma Constituinte Congressual, mesmo assim, houve um engajamento muito forte, com muitos grupos temáticos se formando, principalmente oriundos de setores da sociedade civil”, recorda José Arlindo. Ele destaca a atuação de organizações de profissionais liberais (como dos engenheiros e médicos sanitaristas) e de instituições como a Ordem dos Advogados do Brasil, da Sudene, da Ação Católica Operária e do próprio Centro Josué de Castro. Na outra ponta estavam os parlamentares, divididos em comissões e subcomissões, recebendo as contribuições de todos os lados, sistematizando e organizando o texto que seria votado ao final no plenário. Artigo a artigo, inciso a inciso. Milhares de mãos da sociedade e do parlamento se mobilizaram para escrever o documento que nortearia o País dali para frente e que orientou já nove eleições presidenciais desde então. “Foi um grande momento vivido pela nação brasileira. Saindo de um regime ditatorial até 1985, tendo, em 1986, eleição para a Constituinte e, em 1988, a promulgação dessa nova Constituição que produziu o período mais longo de plenitude democrática na história da República. Nenhum período foi tão longo, ininterrupto e sem retrocesso. Tentativas de retroceder existiram, sim, como recentemente no Governo Bolsonaro, mas não ocorreram”, comemora Roberto Freire, que foi deputado constituinte por Pernambuco, no então PCB (Partido Comunista Brasileiro). MEMÓRIAS DE QUEM PARTICIPOU Como líder de uma pequena bancada, Roberto Freire participou de várias comissões. Ele lembra que o partido preparou um livro de discussão interna antes dos debates no Congresso para subsidiar as proposições. “Participei de tudo que é debate e discussão. Muito foi aproveitado, algumas sugestões foram vitoriosas, outras derrotadas”, rememora Roberto Freire. Ele considera que especialmente no aspecto do reconhecimento dos direitos e garantias fundamentais, a Constituição Federal representou um grande avanço para a sociedade brasileira. Um dos destaques de Freire é para o tratamento às causas ambientais. “Hoje há toda uma preocupação do mundo com a sustentabilidade. A Constituição de 1988 trouxe questões dessa agenda atual, como um bom capítulo sobre o meio ambiente. Tratou também dos povos originários. Muitos aspectos que continuam importantes hoje já estavam nela, embora haja lacunas e muitas questões que também foram superadas pelo detalhismo que o texto tem. Esse é um dos condicionantes para termos uma constituição muito emendada atualmente”. Apesar de comemorar muitas contribuições ao texto constitucional, Freire também aponta que várias sugestões ficaram de fora. Uma delas era de que o País não deveria ter um Supremo Tribunal Federal, mas um Supremo Tribunal Constitucional. “Usávamos esse termo – Supremo Tribunal Constitucional – apenas para a função de ser guardião e última palavra sobre constitucionalidade das leis. Infelizmente virou uma corte em que chega até recurso de pequeno furto. Agora, devido ao foro privilegiado, o Supremo tem o poder de tribunal criminal penal, isso é uma distorção evidente”. Ele propôs também que não houvesse custas processuais, mas também foi vencido. Gonzaga Patriota, na época como deputado constituinte do PMDB, conta que o trabalho foi intenso, de virar noites, junto com a meia dúzia de “menudos”, apelido dado por Ulysses Guimarães aos mais jovens do parlamento. Eles contribuíram na sistematização dos milhares de pedidos que chegavam ao Congresso.“- Tínhamos que ir juntando aqueles pedidos. Verificávamos onde colocar cada uma daquelas contribuições. Indicamos onde estava cada proposta. Foi um trabalho muito bom”, relembrou o ex-deputado. O deputado constituinte Harlan Gadelha, na época também deputado pelo PMDB, fez muitos elogios ao espírito participativo da construção da Constituição. “Na essência da palavra democracia, tivemos todos os segmentos sociais ouvidos em 17 subcomissões e nove comissões, além de uma comissão de sistematização e o plenário no final. Andamos muito por esse País, pois muitas representações não tinham como chegar até Brasília. Tínhamos que ir ao contato físico. Foi uma oportunidade que o Brasil teve de ser discutido”. Ele citou que os constituintes ouviram desde os povos indígenas até os representantes da Febraban (Federação Brasileira de Bancos). Sobre a polêmica extensão da Constituição, em razão das críticas dela ser muito detalhista, Harlan considera que ela era uma resposta ao momento do País, pós-ditadura. “Ulysses Guimarães, em seu grande discurso, disse que não era a Constituição perfeita, mas para aquele momento era a mais adequada. Nós vínhamos de mais de 20 anos de ditadura e

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Mesmo sob ameaça, modelos de negócios arrogantes não enxergam a comunidade

*Por Bruno Queiroz Ferreira Decisões recentes do poder público podem afetar o modelo de negócios de Airbnb e Uber, duas das principais plataformas de internet, que servem de exemplo para outras iniciativas digitais no mundo. Acostumados a atuar livremente na última década, esses aplicativos mantêm postura arrogante e preferem o enfrentamento no lugar do diálogo e da colaboração com a comunidade. No caso do Airbnb, a Prefeitura de Nova Iorque implantou novas regras para o uso da plataforma na cidade. Desde setembro, os anfitriões só podem alugar o imóvel se residirem nele. Imóveis exclusivos para ofertar o serviço de aluguel temporário não serão mais permitidos. Os proprietários também precisam estar presentes na residência durante toda a estadia dos visitantes. E o serviço somente pode ser prestado a uma pessoa por vez. Além disso, a prefeitura passou a exigir um cadastro dos proprietários para disponibilizar o imóvel na plataforma do Airbnb ao custo de US$ 145, que precisa ser renovado a cada dois anos. E os infratores das novas regras terão que pagar multas que variam de US$ 1 mil a US$ 7.500. Medidas duras que tentam regular o mercado de aluguel temporário, que estava prejudicando fortemente o segmento tradicional de hotéis e criando uma “bolha” imobiliária nas áreas mais nobres da cidade. A ação da Prefeitura de Nova Iorque parece estar dando certo para conter o desequilíbrio de mercado. Tanto que, após um mês de implantação, houve uma redução de 75% da operação do Airbnb na cidade que nunca dorme, de acordo com informações do Financial Times, jornal norte-americano especializado em economia. Um grande baque no Airbnb, que tem em Nova Iorque uma de suas principais praças de operação. Aqui no Brasil, na semana passada, o Uber também foi atingido por medidas legais. A Quarta Vara do Trabalho de São Paulo condenou a plataforma de transporte a pagar R$ 1 bilhão em danos morais coletivos e a assinar as carteiras de trabalho de todos os motoristas. A ação foi proposta pelo MPT (Ministério Público do Trabalho) após denúncia feita pela AMAA (Associação dos Motoristas Autônomos de Aplicativos) relacionada às condições de trabalho. Até o ministro do Trabalho entrou na questão. Luiz Marinho disse: "Se a Uber quiser sair do Brasil, o problema é só da Uber, porque outros concorrentes ocuparão esse espaço, como é no mercado normal". Outras plataformas, como o Ifood, têm reclamações semelhantes de restaurantes e entregadores. Tanto no caso do Uber quanto no caso do Airbnb as ações do poder público de conter os excessos não foram tomadas de um dia para outro. São parte de um longo processo de entendimento do problema e de suas consequências. A questão central das medidas da Prefeitura de Nova Iorque e da Justiça do Trabalho no Brasil é que modelos digitais de negócios do tipo “arrasa quarteirão”, como Airbnb e Uber, não dialogam com o poder público e com a comunidade. Sem desmerecer as inovações e benefícios que trazem para os consumidores, a atuação centrada apenas no lucro é arrogante e desconexa com valores modernos, como sustentabilidade econômica e proteção social. Esse tempo de “terra sem lei”, no qual as plataformas cresceram e se estabeleceram na última década, parece estar chegando ao fim. A regulamentação em bases equilibradas beneficia todos os lados. As plataformas precisam entender que é melhor colaborar do que ficar à margem da legalidade, mesmo que essa postura continue aumentando os lucros. Até porque, pior do que adotar a política do enfrentamento, é ser visto pelos consumidores como serviços danosos à cidade ou aos trabalhadores, por exemplo. Quando se chega nesse ponto, é muito difícil reverter. E todos saem perdendo: mercados, empresas, trabalhadores e clientes. Por fim, vale dizer que modelos de negócios bem-sucedidos no futuro serão aqueles com foco no ser humano e não mais aqueles com foco exclusivamente no retorno financeiro.

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Pernambuco atrai R$ 422 milhões e prevê novos 2.096 empregos

O Governo de Pernambuco anunciou a atração de investimentos no valor de R$ 422 milhões, prevendo a criação de 2.096 novos empregos. Esses aportes significativos resultam da aprovação de 78 projetos industriais, atraídos por dois programas de incentivos fiscais, o Prodepe e o Proind. Esses projetos estão distribuídos entre o interior do estado, com 40 empreendimentos, e a Região Metropolitana do Recife (RMR), com 38 projetos. A aprovação desses projetos, bem como de centrais de distribuição de importadoras, foi realizada durante a 123ª reunião do Conselho Estadual de Políticas Industrial, Comercial e de Serviços (Condic). Esse órgão é coordenado pela Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe), que está vinculada à Secretaria de Desenvolvimento do Estado (Sdec). Investimentos e empregos no Prodepe No âmbito do Programa de Desenvolvimento de Pernambuco (Prodepe), aproximadamente R$ 270 milhões serão direcionados para o estado, com a expectativa de criação de 996 empregos diretos por meio de 31 projetos industriais aprovados. Desses projetos, 20 serão implantados no interior do estado, enquanto 11 estão destinados à Região Metropolitana do Recife (RMR). Entre os empreendimentos de destaque incluem-se a Marilan em Igarassu, Cristalcopo em Pombos, PanCristal em Surubim, Ventisol em Vitória de Santo Antão e VN Eletrodomésticos em Pombos. Proind e seus Impactos No Programa de Apoio ao Desenvolvimento Industrial (Proind), outros 47 projetos receberam aprovação, totalizando investimentos que ultrapassam R$ 152 milhões e a previsão de criação de 1.100 novos postos de trabalho. Dessas iniciativas, 27 se concentram na Região Metropolitana do Recife, enquanto 20 se expandirão para o interior do estado. Entre os investimentos estão a Arcelormittal e RAA Indústria de Paletes em Caruaru, Colchões Castor em Pombos, EPS Nordeste Indústria em Escada, Indústria de Papel Leão e Salmeron Energia em Igarassu, Petropack em Petrolina, Reciclart Sacolas em Arcoverde e Bom Leite em São Bento do Una. Guilherme Cavalcanti, secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco Hoje Pernambuco se apresenta nessa arena da atração de investimentos com a proposta de valor de simplificar a vida do investidor e construir a relação com o setor empresarial em bases de diálogo e transparência"

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"O que defendemos é o modelo público para o Metrô do Recife"

Com atuação em várias frentes no Congresso, a senadora Teresa Leitão adianta que o Novo Ensino Médio sofrerá mudanças, afirma buscar votos na Casa para manter a isenção fiscal do setor automotivo e que o PT é contrário à privatização do Metrô. Ela também defende a ampliação do espaço da mulher na política. Senadora mais votada em Pernambuco nas últimas eleições, Teresa Leitão afirma que as mulheres vêm ganhando espaços na política, mas ainda há muito a ser conquistado. Nesta entrevista concedida a Cláudia Santos e Rafael Dantas, a senadora fala da sua participação em várias frentes no Senado. Na área de educação, por exemplo, ela atuou nas audiências sobre o Novo Ensino Médio e adiantou que o projeto terá mudanças. Também disse estar esperançosa quanto à construção do ramal Salgueiro- -Suape da Transnordestina. Teresa Leitão foi enfática ao ressaltar que a posição do PT em relação ao sucateamento do Metrô do Recife é manter a gestão pública e melhorar a qualidade do serviço com investimentos também públicos. “A nossa perspectiva de partido é que o Metrô continue sendo público, revigorado, revalorizado, com uma nova estrutura de qualidade” A senhora é a primeira mulher de Pernambuco a ocupar uma vaga no Senado. Como avalia a participação feminina na política e a PEC da Anistia, que perdoa partidos políticos que não cumpriram as cotas das candidaturas de mulheres e negros nas eleições? Não podemos dizer que o espaço da mulher na política está consolidado porque ele alterna avanços e recuos, mas é um espaço sem volta. Nós estaremos na política daqui para frente. O clamor da sociedade, as votações que as mulheres estão recebendo, a presença delas em várias atividades políticas é um fato. A reivindicação de que as mulheres estejam no espaço de poder é um fato a ser comemorado porque é sinal de que a luta está valendo a pena. Agora, precisa ser mais harmonizado com a realidade da representação das mulheres na sociedade, onde somos maioria. A PEC da Anistia tem um aspecto que livra os partidos de multas astronômicas, mas se não tiver uma punição, eles continuam fazendo de conta que estão botando mulheres nas chapas. Não é só botar na chapa, é também ter fundo eleitoral condizente e assegurar a eleição dessas mulheres. Sabemos que numa composição proporcional existem aquelas pessoas que conseguem correr por fora e serem a surpresa da eleição, mas, via de regra, existem as prioridades. Alguns têm mais tempo de televisão, mais recursos, o partido lhe organiza de uma maneira melhor nas suas bases eleitorais. Então, a anistia para esses casos, embora resolva a multa, não resolve o mérito. Como é a articulação das mulheres hoje no Congresso? Temos dois espaços destinados à atuação das mulheres no Senado: a Procuradoria da Mulher, cuja coordenadora hoje é a senadora Zenaide Maia (PSD-RN), e a Bancada Feminina, que reúne todas as senadoras independentemente de partido. Ela funciona como uma bancada partidária, temos liderança, vice-liderança, podemos fazer encaminhamento de voto. Isso é o mais difícil porque a posição partidária suplanta, geralmente, a posição de sermos mulheres, mas nos articulamos. Por exemplo, exigimos que tivesse uma mulher na mesa diretora do Senado nas próximas eleições. Como nessa não teve, exigimos que a comissão que foi criada dentro do contexto do Senado do Futuro, que é a Comissão pela Democracia, fosse presidida por uma mulher. Fomos atendidas. Exigimos que todas as viagens oficiais feitas pelo Senado tenham a presença de uma ou mais senadoras na comitiva. No mês que denominamos Mês Lilás, colocamos projetos vinculados à questão de direito das mulheres como prioridade da pauta. O projeto de lei que Lula enviou, da igualdade salarial entre homens e mulheres, nós estivemos à frente de todo o processo de negociação. As relatoras foram todas mulheres, eu relatei em duas comissões, fomos para o plenário sempre unidas. A senhora participou das discussões sobre o Novo Ensino Médio. Quais os resultados dessas discussões e os próximos encaminhamentos? O próximo encaminhamento é a leitura e aprovação do relatório, a relatora é a senadora Professora Dorinha. Fizemos um roteiro de audiências públicas, ouvimos mais de 30 representações da sociedade – acadêmicas, sindicais, científicas, governamentais, estudantis. Todos os níveis de gestão foram ouvidos, o MEC, a representação dos secretários estaduais e municipais de Educação, entidades de pesquisa. O que ouvimos na audiência é que esse modelo não pode continuar. Só teve uma instituição que defendeu o modelo tal qual ele está em curso, as outras todas foram favoráveis à mudança. A comissão recebeu também o resultado da consulta feita pelo MEC, que indica também mudanças. Vou pedir à senadora Dorinha que apresente no máximo até a próxima semana o relatório para encaminharmos ao Ministério da Educação. Que tipo de mudanças propõe o relatório? As principais mudanças dizem respeito à formação geral, que foi esvaziada no Novo Ensino Médio. É ampliar a carga horária da formação geral, o que não limita a formação específica. A proposta anterior transformou atividades em disciplina, o que não pode. Uma disciplina curricular está vinculada a professores com formação específica, a conteúdo específico, não é uma coisa que você faz num cursinho de uma semana. Queremos que esses itinerários de formação possam continuar, mas com a quantidade reduzida e que sejam conteúdos de aprofundamento e não de diletantismo. Nada contra o notório saber, mas estava se dando ao notório saber status de docência. Não pode, docente é docente. Essas coisas acredito que o nosso relatório – sendo muito fiel ao que ouvimos nas audiências, nas críticas e nas análises – vai apontar para a mudança. A senhora acredita que o cenário, um ano depois da campanha eleitoral, está mais suave? O que mudou depois da eleição? Mudou alguma coisa porque algumas máscaras caíram. O 8 de Janeiro é um divisor de águas em que a democracia, felizmente, saiu vitoriosa. Depois do 8 de Janeiro, qual foi o movimento feito no Congresso pela oposição ao presidente Lula? Criar uma CPI. A gente, a princípio, não queria porque o Supremo,

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Energias renováveis em novo período de expansão dos investimentos

*Por Rafael Dantas O Nordeste segue a passos largos na liderança da produção e atração de novos investimentos em energias renováveis. Com o maior potencial do País para instalação de sistemas eólicos e solares, a região vive a expectativa de uma nova onda de projetos para a geração de hidrogênio verde. Pernambuco está em todas essas cadeias, mas um pouco atrás de outros estados vizinhos, como a Bahia, o Rio Grande do Norte e o Ceará. Entre essas três modalidades de investimentos no setor, o eólico é o que está mais amadurecido na região e no Estado. “Atualmente, Pernambuco possui 41 parques eólicos operacionais, totalizando uma capacidade instalada de 1086,4 MW, representando um investimento acumulado de mais de R$ 7,6 bilhões na região”, afirma Elbia Gannoum, presidente executiva da ABEEólica. Além do que já está instalado, Pernambuco tem a perspectiva de construção de 12 novos parques até o ano de 2028, com uma capacidade prevista de 520,9 MW. Isso significa um investimento estimado superior a R$ 3,6 bilhões nos próximos cinco anos. Mesmo com os recursos bilionários, Pernambuco produz hoje apenas 5% da energia eólica do Nordeste. “O futuro será muito promissor para Pernambuco quando olhamos para o mercado de energia eólica. O que o setor precisa para crescer, não só em Pernambuco, mas também para todo o Nordeste e o País, é a criação de um marco regulatório para a energia eólica offshore, o hidrogênio verde e o mercado de carbono. Com isso, a economia vai incrementar novas tecnologias e novas modalidades de fontes renováveis. É o que estamos chamando de reindustrialização verde que será capaz de fazer todo o Brasil crescer com esse foco em transição energética”, afirmou Elbia. A geração solar hoje é responsável por 9,97%, em média, da demanda por eletricidade no País. Nesse setor existem duas modalidades principais. A geração centralizada, ancorada em grandes usinas para alimentar o sistema elétrico, e a geração distribuída, em geral projetos menores, instalados próximo ou no próprio local de consumo. Na geração centralizada, Pernambuco possui uma capacidade instalada, já em operação, de 514 MW. Em construção existem outros 643,4 MW, segundo dados da Absolar. Há ainda um conjunto grande de projetos com construção não iniciada, que serão responsáveis pela geração de 4.269,4 MW. Nesse tipo de geração, o Estado ocupa a 7ª posição nacional, estando atrás de estados como Ceará, Bahia, Piauí e Rio Grande do Norte. A liderança, com folga, é de Minas Gerais. Já na geração distribuída, Pernambuco é o 12º colocado no País, sendo responsável por 3% da produção do segmento. O Estado fica atrás da Bahia e do Ceará, mas nessa categoria a liderança ainda é do Sul e Sudeste, sendo capitaneada por São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. MAIS DIVERSIDADE E INVESTIMENTOS “Nossa matriz tem diversidade. Antigamente dependíamos muito do regime de chuvas no País (para atender as hidrelétricas), mas hoje temos uma dependência menor em função da entrada das energias provenientes da eólica, e agora, a bola da vez, a fotovoltaica. A matriz brasileira já é formada por 85% de energia limpa. Um percentual elevadíssimo”, destacou o diretor-presidente da Eletrobras Chesf, João Henrique Franklin Neto, durante a 1ª Conferência dos Guararapes, organizada pelo Iperid (Instituto de Pesquisas Estratégicas em Relações Internacionais e Diplomacia). O executivo destacou também o montante de investimentos que está a caminho para a região, que é um dos polos de maior potencial de energias renováveis. “Nos últimos tempos, no Nordeste, tivemos investimentos de R$ 30 bilhões nesse tipo de geração de renováveis. Se a gente olhar para os próximos anos, temos na prateleira da região R$ 150 bilhões de investimentos, por causa dessa vantagem que temos da presença de ventos e sol. Hidrelétrica não está nessa conta”, destacou João Henrique. O SALTO DA ENERGIA SOLAR O doutor em engenharia elétrica professor da UFPE, José Filho Castro, destaca que além do crescimento exponencial nos últimos anos, as energias renováveis têm um futuro ainda de avanço contínuo. No próximo ciclo de investimentos, no entanto, ele aposta que a energia solar será o principal foco do Nordeste, em especial no Estado. “A gente teve uma onda muito forte de energia eólica e agora o que a gente está vendo é que a solar está chegando com força. Já nos próximos anos vai ser uma fonte muito importante. A região assumiu um protagonismo nesse crescimento das fontes renováveis. O sol é o vilão que sempre castigou a Caatinga e está se tornando herói”. Ele avalia que, no Sertão, a geração solar está se tornando um caminho para o desenvolvimento, que hoje já tem produção, inclusive, para exportar para as outras regiões do País. Um dos investimentos em andamento, prestes a ser inaugurado no Sertão do Pajeú está localizado no município de Flores, a partir de uma parceria entre a empresa pernambucana Kroma Energia com a paulista Eletron Energy. “Somos pernambucanos e a primeira comercializadora do Nordeste. Já temos alguns projetos de geração em operação e a gente está agora entregando um projeto na cidade de Flores de 101 MWp (megawatt pico)”, afirmou o presidente da Kroma Energia, Rodrigo Mello. Só esse empreendimento tem capacidade de atender todas as residências do Sertão do Pajeú, segundo o empresário. O investimento no projeto foi de R$ 380 milhões e atualmente está mobilizando 500 profissionais na cidade do Sertão pernambucano. A previsão de entrega é em dezembro. O executivo lembra que em torno de 80% dos profissionais atuando nas obras são de moradores locais, deixando uma marca forte de qualificação e treinamento. Além desse, a mesma empresa está desenvolvendo um parque de menor porte na cidade de Bezerros. O investimento é de R$ 12 milhões e tem capacidade de geração de 3 MWp. O empresário afirma que a empresa tem em projetos, prontos para serem desenvolvidos, mais 6 GW de potência. Ele afirma que os preços de equipamentos solares estão caindo também e que a velocidade de construção desses parques é mais rápida que a dos eólicos. HIDROGÊNIO VERDE Segundo o relatório intitulado

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Um dos dias mais importantes de minha vida (por Francisco Cunha)

Foi o que tive oportunidade de dizer quando falei, na condição de presidente do Conselho de Administração da Aries – Agência Recife para Inovação e Estratégia, no lançamento do projeto Recentro na Rota do Futuro que será responsável pela formulação do planejamento estratégico de longo prazo para o Centro do Recife. Disse ainda que achava ser um dia muito importante para a cidade do Recife também. Afinal, nas últimas seis décadas, nossas trajetórias estiveram entrelaçadas. Estudei os antigos ginásio e colegial no Colégio de Aplicação da UFPE que ficava no Centro. Assisti todos os filmes da juventude nos cinemas do Centro (São Luiz, Trianon, Art Palácio, Moderno, Veneza, Parque, Astor e Ritz). Consultei médicos e dentistas, ganhei meus presentes, fiz minhas compras (antes da existência de qualquer shopping center na cidade), tomei minhas primeiras cervejas no Centro do Recife. Por ironia do destino, fui testemunha ocular cotidiana da plena decadência do Bairro do Recife pois trabalhei lá no início de minha vida profissional e, nos mais de 40 anos de carreira, presenciei também a sua recuperação, ao mesmo tempo em que via desolado a dolorosa decadência dos Bairros de Santo Antônio e São José. Hoje, todavia, não é despropositado dizer que o Bairro do Recife, depois de quatro décadas em processo de recuperação e de ter tido sua vocação redirecionada, já “passa por média” (com uma hipotética “nota 7”), enquanto Santo Antônio e São José estão no fundo do fundo do poço (com uma nota que, com muita benevolência, não passaria de 2 ou 3), como, aliás, se encontrava o Bairro do Recife 40 anos atrás. E digo isso com a experiência de ter dedicado metade de minha vida profissional (mais de 20 anos) à tentativa obstinada de recuperação de Santo Antônio e São José na condição de consultor da Câmara de Dirigentes Lojistas do Recife (CDL Recife). Nesse tempo, pela CDL, tentamos de tudo até compreender que a coordenação dos esforços teria que vir do setor público, mais especificamente da Prefeitura do Recife, mais precisamente, ainda, do compromisso pessoal do prefeito. Afortunadamente para a cidade e para o seu centro histórico, o prefeito João Campos comprou a briga e colocou no seu programa de governo a recuperação do Centro do Recife. Então, criou o programa Recentro e o Gabinete do Centro com dois enfoques: um, de curto prazo; e, outro, de médio e longo prazos. Ou seja, estruturou a atenção do Poder Executivo Municipal às ações do dia a dia, sem perder de vista a essencialidade do médio/longo prazos com, pelo menos, um horizonte determinado que é o ano de 2037 quando o Recife será a primeira capital brasileira a completar 500 anos. Ambos os enfoques carecem de planejamento. Tanto o de curto prazo, de caráter operacional, que gosto de chamar de “farol baixo”, responsável por iluminar o que está logo à frente, quanto o de caráter tático e estratégico, que eu gosto de chamar de “farol alto”, responsável por iluminar o que está mais à frente. Os dois planejamentos são indispensáveis à ação consequente, um para evitar que caiamos nos “buracos” do caminho e, o outro, para evitar que atropelemos a “vaca” que resolveu atravessar a pista lá mais adiante. O planejamento de longo prazo tem também a importância fundamental de definir com clareza o que (o objetivo) se pretende atingir e contornar as dificuldades, bem como aproveitar as oportunidades para isto. Afinal, como já bem sabiam os romanos, “não há vento favorável para quem não sabe para aonde vai”. Então, com o planejamento operacional estruturado em relação ao Recentro, chegou a hora de estruturar também, o planejamento estratégico em relação ao Centro como um todo. Daí que, além da competente atuação operacional do Gabinete do Centro, a Aries, organização social que coordenou a elaboração do Plano Recife 500 Anos, foi convocada para coordenar também a elaboração do Plano Estratégico (a Rota de Futuro) do Centro que ora se inicia. Para isso, foram mobilizados dois dos mais competentes planejadores do Brasil: Sérgio Buarque (coordenador do Plano Recife 500 Anos) e Washington Fajardo (ex-secretário de planejamento urbano da cidade do Rio de Janeiro). Quis também o destino que este momento especial para a cidade me encontrasse presidente do Conselho de Administração da Aries e, por isso, a importância do dia do lançamento para minha vida. Afinal, não só pude presenciar a importância do ato como, também, fazer parte dele em condições de prestar uma contribuição direta, ainda que modesta. Vamos lá, então, desenhar a Rota do Futuro do Centro para com ela poder direcionar as ações capazes de fazer com que o Centro (em especial os Bairros de Santo Antônio e São José) possa, no horizonte do aniversário dos 500 Anos do Recife, ter revertido o seu processo de decadência, com sua vocação redirecionada e a sua recuperação como centro histórico de uma das regiões metropolitanas mais importantes do Brasil em pleno andamento. Isso é o que o Centro requer, o que a cidade precisa e o que nós, envolvidos no processo, temos a obrigação de fazer. Tudo isso aproveitando o raro "alinhamento astral" de vontades e condições favoráveis, em benefício desta cidade tão especial onde resolvemos viver nossas vidas e temos a obrigação de fazer o que estiver ao nosso alcance para deixá- la, para nossos sucessores, em estado melhor do que o atual. Daí, a vital importância do dia do lançamento da busca do desenho do longo prazo do Centro, para mim e para a cidade. No que depender de nós, essa Rota do Futuro será traçada da melhor forma que for possível.

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Cláudio Fernandes: "O mercado muda, a gente muda também"

Cláudio Fernandes, Socio-fundador do Trino, conta como o grupo tem-se adaptado às constantes transformações do mercado de logística, com o uso de tecnologia e oferecimento de novos serviços. Essa capacidade tem garantido à empresa se destacar frente à concorrência com multinacionais. Saber perceber as tendências do mercado e ter a capacidade de rapidamente se adaptar a elas é uma receita de sucesso nestes tempos fluidos de transformação digital. O Grupo Trino é prova disso. Com atuação na área de logística e armazenamento, passou a oferecer novos serviços e introduzir novas rotinas de acordo com a demanda. Os supermercados, por exemplo, estão com lojas menores e menos espaço para estocar. “As entregas que eram feitas semanalmente, passaram a ser quase diárias”, compara Cláudio Fernandes, diretor administrativo e sócio-fundador. Hoje a Trino oferece também serviço de armazenagem indoor nos espaços dos clientes e ainda faz o inventário da carga com o uso de sofisticadas tecnologias. Com o apelo cada vez maior das energias renováveis, grupo está testando o uso de caminhões elétricos. A agilidade em se ajustar às rápidas exigências do mercado permitiu à empresa crescer 14% no ano passado e projetar um crescimento semelhante para este ano. Com 1.300 funcionários distribuídos nas operações do Norte, Nordeste, Minas Gerais, São Paulo e Bahia, o grupo conta com cinco filiais, duas em Pernambuco, e uma em Salvador, em São Paulo e na Paraíba. A inovação está no DNA do Trino mas também da família de Fernandes que compartilha a gestão da empresa, como sua mulher Edla Couto, e se perpetua na nova geração, com as filhas Cláudia e Jessica, que já atuam na direção do grupo. Como começou a trajetória da Trino? Bem, a empresa, inicialmente, não foi idealizada do jeito que é hoje. Nós prestávamos serviços artísticos; fazíamos shows, eventos de empresas, na década de 1980. Quando Fernando Henrique assumiu o governo, houve muita mudança de moeda e esse serviço artístico ficou muito caro para as empresas pagarem. Por isso, sentimos a necessidade de agregar outros serviços. Procuramos fazer mais eventos para o setor corporativo, ou seja, alugar nosso espaço, que ficava no bairro de Casa Forte, para convenções e para treinamento. Contratamos instrutores, psicólogos, consultores, para ofertar aos clientes. Mas as várias trocas de moeda deixaram as empresas sem capital de giro e o investimento em treinamento baixou muito. Então, demos uma parada. Fui trabalhar na iniciativa privada e minha esposa, Edla, foi atuar no ramo de terceirização de venda de serviços. Mas nossa empresa estava lá, adormecida. Após um ano, tivemos um convite do Bompreço para fazer um serviço de beneficiamento de laranjas. Eles adquiriram máquinas para embalar a fruta, mas não conseguiam fazê-las funcionar. Nós conseguimos colocar as máquinas em operação. Fizemos um contrato de produtividade para fazer esse gerenciamento e colocamos as laranjas para embalar. Como isso era um pepino muito grande para o pessoal da logística, eles ficaram muito gratificados. Aí, surgiu a oportunidade de fazermos a movimentação de cargas dentro do Walmart. Eles tinham uma demanda muito variável, porque havia época em que chegava muito caminhão e outra, que tinha menos. Mas eles tinham muito custo com mão de obra, por isso, queriam uma empresa que fornecesse um custo variável. Como a gente já estava lá, eles nos ofereceram esse serviço. Depois vieram outras empresas, algumas multinacionais, fomos oferecendo propostas de serviço para elas até o ponto de abrirmos um armazém na Muribeca, onde movimentamos produtos como os da Whirlpool (Brastemp e Consul). Depois entramos na área da armazenagem frigorificada no Cabo de Santo Agostinho. Havia algumas empresas que ofereciam esse serviço, mas com problemas. O cliente às vezes vendia um produto, que ele tinha em determinada data e, na hora de entregar, não tinha mais porque o produto foi trocado por um de data mais antiga e o cliente não queria aceitar. Vimos aí uma oportunidade para trabalhar com equipamentos de informática, de controle, de WMS (Sistema de Gerenciamento de Armazém). Isso nos fortaleceu muito porque ficamos tanto no segmento de secos com o galpão na Muribeca, quanto no segmento de frio, no Cabo. Começamos a ser vistos. Como trabalhamos para o Walmart, com o Bompreço, depois com a JBS Friboi (fomos diversas vezes eleitos o melhor operador da JBS nacional), fomos agregando ao nosso portfólio esses clientes. Hoje já prestamos serviços para a Seara, para a BRF, para a Pepsico do Brasil. Tivemos que começar a vender serviços ao cliente. Que tipo de serviços? Muitas empresas tinham o armazém e o produto, mas não a expertise de controle de movimentação e de inventários que temos. Dava muita diferença o inventário dos clientes. Isso começou a encantar o mercado e a abrir segmentos dentro de indústrias e dentro de outros clientes nossos. Foi o caso da Pepsico do Brasil. Hoje temos uma operação na fábrica do Cabo, temos um CD deles na Muribeca, outro em Simões Filho (BA) e temos na fábrica também em Feira de Santana (BA). Começamos também a prestar serviço em empresas do segmento vidros. Trabalhávamos com o Grupo Brennand. Depois para Owens Illinois que é a Cisper. Hoje temos atividade na planta da Várzea, em Vitória, e na unidade de São Paulo. Começamos a avançar e abrir filiais. Desbravamos essa parte do Norte/Nordeste, montamos a operação em Minas Gerais, onde temos como cliente a rede Drogaria Araújo. Então hoje temos tanto a parte de frio, de galpões secos e a parte de atendimento ao cliente indoor. Montamos um braço também de facilities, que é a parte de limpeza, conservação e jardinagem. Não é forte nosso, mas é um serviço que oferecemos em razão da demanda dos clientes. Como vocês desenvolveram essa expertise de logística e armazenagem? Sou engenheiro eletrônico e fui treinado muitos anos em fabricação de produtos. Trabalhei na Philips. Como eu estava muito ligado à produção, à produtividade e com bom conhecimento de inglês, já tinha lidado com outras máquinas de montagem, mas não com a que embalava laranja do Bompreço. Eu tinha formação em controle de qualidade

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Qual o Centro do Recife que precisamos? Participe da pesquisa

Qual o Centro do Recife que precisamos? Essa é a provocação da Aries (Agência Recife para Inovação e Estratégia) para entender os anseios dos moradores da cidade sobre a região central da capital pernambucana. A organização está realizando uma pesquisa de percepção com o objetivo de orientar a reabilitação urbana, dinamização econômica, conservação ambiental e melhoria da qualidade de vida nos bairros centrais. Embora abrigue monumentos e prédios históricos, muita atividade comercial e tecnológica, o Centro viveu um drástico esvaziamento de moradias e passa por um avançado processo de degradação urbana. Um quebra-cabeça entre potenciais e desafios que precisa ser remontado com a participação popular e de olho nas tendências de sustentabilidade do mundo contemporâneo. A remontagem das peças que estão fragmentadas no território do Centro do Recife, na percepção dos especialistas, passa tanto por quem ainda resiste na região, a exemplo dos moradores ou profissionais, como pelos habitantes de toda a região metropolitana. Os incômodos e anseios são diferentes, para o comerciante, o universitário, o artista, mas alguns consensos apontam os caminhos de retomada. A necessidade de qualificar a segurança do Centro e a revitalização do espaço, atualmente degradado, são algumas das percepções comuns. Outros fatores que são quase unanimidade no processo de reconexão deste território são a necessidade de oferecer moradia e a promoção de uma revitalização integrada e duradoura da região. REPOVOAR O CENTRO O arquiteto e urbanista Washington Fajardo considera que o aspecto fundamental para revitalizar o Centro do Recife é repovoar com moradores “Nenhum processo de reabilitação urbana tem sustentabilidade se não tiver pessoas morando", assegura. Com o crescimento da capital, é nas outras cidades e nas periferias da Região Metropolitana do Recife onde a população foi encontrando suas moradias. Toda a economia imobiliária decorrente desse fenômeno criou uma conjuntura favorável para a expansão dos demais municípios e contribuiu para o esvaziamento da área central. A reversão desse cenário não é fácil, na análise de Fajardo. “É preciso estimular tanto a oferta (disponibilização de unidades habitacionais), como a demanda. É necessário dispor de opções para quem tem desejo [de morar na região central do Recife]. Mas para despertar esse desejo é preciso se sentir bem no Centro. Com uma sensação de segurança. Um bom parâmetro é olhar para as crianças. É um lugar onde você viveria com seus filhos?” A ausência de imóveis residenciais à disposição de moradores interessados é um dos motivos para a dificuldade de reocupação do Centro do Recife, segundo o presidente da CDL (Câmara de Diretores Lojistas), Fred Leal. Ele sugere que no processo de recuperar o Centro é preciso adotar medidas rápidas, além de pensar a governança e um plano integrado para a região. “A primeira consideração é que as medidas para revitalizar o Centro da cidade precisam ser implementadas de forma imediata, mas abrangendo também o médio e o longo prazos. Precisamos de um plano geral, abrangente, como o que a Aries está desenvolvendo, pois o Centro precisa ser ocupado com moradias para dar vida a outras melhorias. Esse retorno de moradores é fundamental para esse espaço”, afirmou o presidente da CDL Recife, Fred Leal. “Outra sugestão é que todas as entidades, sejam municipais, federais ou estaduais, retornem ao Centro, trazendo secretarias e autarquias para a região”. Nesse esforço para estimular moradias, Leal destaca a importância de evitar a favelização do Centro. Para o empresário, a retomada não pode ser apenas de imóveis de luxo, sendo necessário ofertar moradias acessíveis também. A Prefeitura do Recife divulgou a criação de uma parceria público-privada, na modalidade de concessão patrocinada, para a construção, manutenção e operação de quatro empreendimentos de habitação de aluguel social e dois empreendimentos habitacionais direcionados tanto à população de baixa renda quanto ao mercado popular, na cidade do Recife. Também há uma consulta pública online sobre a PPP Morar no Centro. A secretária-chefe do Gabinete do Centro do Recife, Ana Paula Vilaça, revela que após focar em ações de curto prazo, como a zeladoria, os incentivos fiscais e a promoção da cultura, material e imaterial, o gabinete está voltado para ações mais amplas e estratégicas. “Atualmente, está sendo elaborado o Recentro na Rota do Futuro - Plano do Centro do Recife de médio e longo prazos. Trata-se de uma ação que visa a formular prioridades estratégicas que promovam o desenvolvimento, combinando reabilitação urbana, dinamização econômica, conservação ambiental e patrimonial na região central da capital pernambucana, com foco nos bairros do Recife, São José e Santo Antônio”. CONHECER PARA CUIDAR Para recuperar a atenção e o cuidado dos recifenses pelo Centro, o consultor e presidente do Conselho de Administração da Aries, Francisco Cunha, defende que sejam adotadas ações para ampliar o conhecimento da população sobre esse território estratégico para a cidade. “Como se diz popularmente: 'quem ama cuida'. Todavia, para amar é preciso conhecer. Suspeito que exista pelo menos uma geração inteira que nunca pisou no Centro do Recife, em especial em Santo Antônio e São José. Pode até passar de bicicleta no domingo mas, pisar mesmo, nunca pisou. Como, então, preservar o desconhecido?” A escuta da população sobre esse território é um passo importante na análise do consultor. “O conhecimento que reputo indispensável pode e deve ser ampliado para aquele referenciado por pesquisas científicas e de opinião em cujo âmbito se inscreve a presente pesquisa. Afinal, quem não conhece, não gosta, nem cuida. Isso serve para os planos também”, afirmou Francisco Cunha. O conhecimento, que pode gerar desejo de ocupar ou morar, é um dos combustíveis para a reativação desse território. "Não tem como pensar em revitalizar, em restaurar, em reconfigurar o Centro do Recife, sem haver um desejo, uma vontade”, apontou o músico, pesquisador e ex-secretário de Cultura de Pernambuco Silvério Pessoa. “A gente pensa em revitalizar, reconfigurar, eu acho que até o termo correto seria humanizar o Centro. A tração para esse retorno ao Centro necessita de vontade política, inclusive buscando recursos do Governo Federal e de um diálogo amplo, participativo e frequente com a sociedade. Além das pesquisas da Aries e da consulta da

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Atacarejo: Paulista recebe investimento de R$ 7 milhões e projeta mais 7 empreendimentos

Paulista celebrou a inauguração da nova unidade do Atacarejo Ideal, localizada na Avenida Cláudio Gueiros Leite, no bairro do Janga. O empreendimento demandou um investimento de aproximadamente R$ 7 milhões e gerou 150 vagas de emprego diretas e outras 200 indiretas. Durante o evento de inauguração, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Agropecuária e Pesca Raimundo Lopes afirmou que até a primeira metade de 2024, a cidade vai inaugurar 7 empreendimentos do setor do grande atacado e varejo. “Isso se reflete em mais de 3 mil postos de trabalho para os paulistenses, renda para o município e também vai aquecer a rede de serviços terceirizados para essas empresas, o que significa mais contratações de pessoas para trabalhar. Agradecemos aos investidores pela escolha da cidade para empreender”. Muma é eleita a melhor loja de decoração do Brasil no Prêmio GIA A pernambucana MUMA, o maior marketplace de design do Brasil, foi laureada como a melhor loja de decoração e artigos para casa do país durante a cerimônia do Prêmio GIA realizada na noite de 26 de setembro. Concorrendo com 33 empresas nacionais, a MUMA conquistou esse prestigioso título por meio da avaliação de um júri composto por especialistas em varejo, visual merchandising, design e inovação. A startup, que se destacou ao alcançar um aumento significativo no faturamento em contraposição ao cenário do setor, abrir seu modelo de negócios para franquias e inaugurar uma Guide Shop em Moema, agora se prepara para representar o Brasil na etapa global do Prêmio GIA, que ocorrerá em Chicago (EUA). Matheus Ximenes Pinho, CEO da Muma, expressou seu orgulho pelo reconhecimento, reafirmando o compromisso da empresa com a inovação, pesquisa e excelência em design para proporcionar aos clientes produtos e experiências diferenciadas. "A Muma nasceu há nove anos no Recife com a pretensão de inovar na forma como o mobiliário de design era vendido no Brasil. Hoje é muito gratificante receber um prêmio que reconhece justamente a inovação que a marca trouxe para o segmento, então estamos incrivelmente honrados", afirma o CEO da Muma, Matheus Ximenes Pinho. Fórum de Hospedagem e Alimentação do Nordeste destaca a importância do setor hoteleiro na HFN O Fórum de Hospedagem e Alimentação do Nordeste (FHAN) estará em evidência durante a HFN - Hotel & Food Nordeste, de 8 a 10 de novembro, no Pernambuco Centro de Convenções. Realizado em conjunto com o Hotelcor, focado na experiência do consumidor e tecnologia em ambientes hoteleiros e de restaurantes, o FHAN oferecerá uma rica grade de palestras com curadoria do Hotelier News e organização da ABIH-PE. O evento anual, aguardado pelo empresariado nordestino, promoverá dois dias de palestras com especialistas de todo o país, seguidos por uma rodada de negócios no terceiro dia, proporcionando oportunidades valiosas para networking e relações comerciais. O pré-credenciamento para o FHAN já está disponível em http://conteudo.hfne.com.br/.

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