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Inspirado em colivings europeus, Yolo anuncia investimento de R$ 55 milhões no Recife Antigo

As obras começam no 2º semestre deste ano  O Yolo Coliving, primeiro empreendimento do Nordeste inspirado nos colivings europeus, traz para Pernambuco um modelo inovador de moradia com espaços compartilhados. A unidade de estreia da rede ficará no Recife Antigo, mas a empresa prevê expansão para Salvador, Fortaleza e Florianópolis. O empreendimento de estreia receberá um aporte de R$ 55 milhões e será construído no Bairro do Recife, na Avenida Cais do Apolo. O modelo de negócio foi inspirado nos principais equipamentos em funcionamento em países como Inglaterra, Holanda e França e conta com um funding de investidores e plataforma tecnológica própria. A solução foi idealizada pelos sócios e founders do YOLO, Yves Nogueira, Italo Nogueira e Diogo Nogueira, empreendedores seriais e investidores-anjo em mais de 60 startups no país. “Especialmente para os Millenials e as gerações mais novas, o mais importante não é ser dono do imóvel, mas colecionar boas experiências e nutrir o sentimento de pertencimento a uma comunidade com valores similares aos seus. É exatamente isso que queremos oferecer no Yolo, um empreendimento que nascerá baseado em construir relações humanas e oferecer facilidade de serviços aos seus hóspedes.”, destaca Yves Nogueira, co-founder e Relações com Investidores  (R.I) do YOLO.  A unidade pernambucana oferecerá área privativa de mais de 7 mil metros quadrados, dividida em 225 unidades habitacionais, e cerca de 4 mil metros quadrados de área comum, que contará com 14 lojas. O prazo estimado em projeto para construção é de 24 meses, com início das obras previsto para o segundo semestre de 2022.   Os sócios Italo, Diogo e Yves Nogueira: know-how em TIC e planos de expansão 

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Uma parte da história do Brasil em cada esquina do Recife

*Por Francisco Cunha Desde que a Prefeitura do Recife anunciou, no final do ano passado, a criação do Programa Recentro e do Escritório do Centro que eu me voluntariei para apoiar esse esforço, mais do que meritório, essencial para o futuro da cidade. Pois acredito piamente que não pode existir cidade minimamente desenvolvida com um centro degradado como está o nosso. Ainda mais sendo um centro de cidade tão importante para a história do Brasil como o do Recife! Comecei propondo um roteiro “recosturador” dos fragmentados bairros do Recife, de Santo Antônio e de São José e guiando diversas caminhadas de reconhecimento pelo território do Recentro. E devo confessar que, mesmo para mim que já caminhei provavelmente milhares de quilômetros pela região, foram inúmeras as surpresas. Eu já havia repetido várias vezes, parafraseando Leonardo Dantas Silva, que “O Recife é o museu vivo da história de Pernambuco”. Todavia, não seria demais esticar a imagem e dizer que o centro da nossa cidade é uma espécie de “museu vivo da história do Brasil”. Se não, vejamos, dentre outras singularidades verificáveis, no interior do território demarcado, encontramos: o local da primeira Sinagoga das Américas (Rua do Bom Jesus); a primeira ponte de sua dimensão no País (a Maurício de Nassau, a do “boi voador”, que tinha pelo menos o dobro do seu atual comprimento); o local do primeiro observatório astronômico do Hemifério Sul, construído por Maurício de Nassau (no atual cruzamento da Rua do Imperador com a Primeiro de Março); o prédio do mais antigo diário em circulação da América Latina (Diário de Pernambuco, na “Pracinha do Diário”); uma dos primeiros edifícios com elevador do Brasil (o “Arranha-céu da Pracinha, também na “Pracinha do Diário”); a única avenida totalmente projetada antes de ser construída do Brasil (a Av. Guararapes, em estilo Art Déco); o local onde funcionou o Quartel General da Quarta Frota da Marinha Norte-Americana na 2ª Guerra Mundial (a Frota do Atlântico Sul, na Av. Guararapes); o local demarcado da eclosão da Revolução Pernambucana de 1817 (onde o “Leão Coroado” furou a barriga do marechal português, atual Edifício Seguradora); o local da chegada ao Continente Americano do primeiro voo a cruzar o Oceano Atlântico (tripulado por Gago Coutinho e Sacadura Cabral, na atual Praça 17); o local onde se deu o estopim da Revolução de 1930 com o assassinato de João Pessoa, presidente da Província da Paraíba, e candidato derrotado a vice-presidente na chapa de Getúlio Vargas (na antiga Confeitaria Glória, no cruzamento das atuais ruas Nova e da Palma); o prédio onde foi instalada a segunda escada rolante da América Latina (na antiga Viana Leal, na Rua da Palma). E olhem que esses exemplos não constituem sequer a vigésima parte do que já tenho anotado como pontos de interesse histórico do Centro do Recife. Isso sem falar do inestimável tesouro barroco/ rococó das igreja e capelas da região, patrimônio histórico do Brasil e do mundo, com sua impressionante e única cantaria em pedra de arrecifes e suas maravilhosas talhas douradas… É esse tesouro histórico, artístico, cultural e humano que os recifenses temos a obrigação geracional de resgatar, valorizar, animar e restituir à cidade, tornando-o novamente desfrutável para os da terra e os de fora. Vamos nos engajar nesse esforço coordenado que está sendo feito. Estamos devendo isto ao Recife, a Pernambuco e ao Brasil!

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"Há outra cidade colonial por baixo do Recife"

Suely de Luna, historiadora e arqueóloga da UFRPE, conta como são realizados os trabalhos nas escavações da região do Pilar, no Recife, onde foram encontrados dois cemitérios, um da época da ocupação holandesa e outro do Século 19, os vestígios de um forte e várias peças e fragmentos de objetos. Desde março, a mídia tem noticiado a descoberta de verdadeiros tesouros arqueológicos na comunidade do Pilar, no Bairro do Recife. Na região está sendo construído um conjunto habitacional e durante as escavações foram revelados dois cemitérios, dos quais não havia registros, e vestígios do Forte de São Jorge, um dos primeiros da cidade. Também foram encontrados peças e mais de 40 mil fragmentos de objetos. Um verdadeiro quebra-cabeça que profissionais da Fundação Apolônio Salles de Desenvolvimento Educacional, da Universidade Federal Rural de Pernambuco, estão montando para entender melhor o nosso passado e sua influência no presente. Para explicar como é realizado esse trabalho, Cláudia Santos conversou com Suely de Luna, historiadora arqueóloga e coordenadora geral do programa de resgate arqueológico na Comunidade do Pilar. Ela fala da importância dessas descobertas e da possibilidade que proporcionam de transformar a região em ponto turístico, abrindo novas perspectivas de geração de renda entre os moradores locais. Como está sendo o trabalho das escavações no Pilar? Para realizar qualquer projeto de construção no Centro histórico do Recife é necessário que seja feito o trabalho arqueológico, por ser uma área histórica tombada. Uma outra equipe já atuou no local tempos atrás. Em 2015 a prefeitura fez uma licitação pública e a Fundação Apolônio Salles de Desenvolvimento Educacional, da Universidade Federal Rural de Pernambuco, ganhou e, no final daquele ano, começamos a escavação. Eles dividiram a área em quadras (ao todo são cinco quadras) e estipularam que a primeira a ser trabalhada seria onde havia uma parte de um habitacional construído. Concluímos o trabalho nessa área onde foram implantadas obras, como alguns edifícios, creche, escola e o posto de saúde. Essa parte já está entregue à comunidade. À medida em que foi sendo trabalhada cada quadra, tivemos vários achados. É muito material de praticamente todas as épocas, desde o final do Século 16 até o Século 21. Mas a concentração maior é do Século 19, quando houve uma expansão do Recife e aquela região foi mais ocupada por pessoas. Antes no período colonial, era uma área chamada de “fora de portas”, que era o limite do que seria a Vila do Recife, e que começou a expandir no final do Século 18. No Século 19 houve um boom. Foram construídas muitas casas. A Igreja do Pilar é do Século 18 e foi erguida com parte das pedras que eram de uma fortificação. Com as escavações conseguimos localizar uma parte da fundação dela. Era o Forte de São Jorge, que foi o primeiro do Recife. Existiam dois: um ao lado da barra e outro no istmo. Quando houve a invasão holandesa da Companhia das Índias Ocidentais, esse forte se transformou numa enfermaria. Depois que os holandeses foram embora (nós chamamos os holandeses, mas, na verdade, trata-se da Companhia das Índias Ocidentais, que era uma empresa privada) aquela região ficou quase abandonada, o forte ficou sem serventia e houve a doação daquele pedaço de terra para uma pessoa da época. Uma das cláusulas para a doação era que se construísse a igreja que foi a de Nossa Senhora do Pilar. E o que se sabe sobre os esqueletos encontrados? Ninguém sabia, mas no período da ocupação havia um cemitério próximo de onde hoje está a igreja e do antigo forte. Calculamos que que ele seja do final do Século 16 até, pelo menos, meados do Século 17, pelas datações que fizemos de carbono 14. O cemitério tem características bem peculiares, são esqueletos de pessoas de porte alto, que condizem mais com um tipo de europeu do centro da Europa, a região nórdica, do que da península. A maioria, 99% deles, são homens, jovens, de idade militar. Até agora, pelo menos o que a gente conseguiu identificar em campo, é que só há uma mulher e é uma menina relativamente nova, de uns 14 anos, que tinha cerca de 1,75 m de altura, portanto, mais alta do que a média normal das mulheres da colônia. A estrutura desse cemitério também é diferente, há sepulturas com um esqueleto, outras têm dois e existem sepulturas com três esqueletos. Geralmente quando se tem sepulturas duplas ou triplas significa que aquelas pessoas morreram no mesmo dia e que foram enterradas nessa coletividade. Por que eles foram enterrados assim? Qual a causa dessas mortes? São questões que vamos investigar em laboratório. Mas há duas possibilidades. Primeiro, é que foram mortos em enfrentamentos bélicos, talvez uma parte, não todos. Outra grande possibilidade é que morreram em decorrência de alguma epidemia, porque ter sepulturas com duas ou três pessoas significa que foram mortes sucessivas, em períodos extremamente curtos. Mas só os estudos de laboratório, que serão feitos por especialistas na área de bioantropologia humana, é que podem comprovar essa possibilidade. Existia alguma epidemia naquele período? Existiram vários surtos de epidemia desde o período colonial até o período imperial, na verdade, até o Século 20, de doenças como difteria, cólera, e muitas pessoas, na época inicial da ocupação, principalmente, sofriam de escorbuto. Não era uma epidemia, mas uma doença que se desenvolvia por falta de vitaminas. Eram comuns também febres e diarreias crônicas devido à qualidade de água ou de algum alimento contaminado, porque a água não era fácil de ser encontrada. Isso ocorria, principalmente, nos anos iniciais em que os holandeses estiveram no Recife. Eles ficaram ilhados, não tinham acesso a uma água boa, a frutas, a uma alimentação mais rica e isso deve ter causado grandes problemas de saúde. Lembrando que a área era pequena e o contingente de pessoas muito grande para o espaço. Isso a gente encontra nos relatos históricos, como a reclamação dos preços dos aluguéis no Recife, onde se amontoava muita gente, havia muitos soldados mercenários da companhia que não

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"O transporte público não pode mais ser bancado exclusivamente pelo passageiro ou seu empregador"

Marcelo Bandeira é Conselheiro de inovação da NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos) e diretor de comunicação da Urbana-PE (Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco). Nesta entrevista concedida à Revista Algomais, ele fala sobre os impactos da pandemia de Covid-19 no sistema de transporte coletivo e dos desafios de equilibrar o sistema diante da inflação acelerada no País. De olho no mercado local e inspirado nos modelos internacionais de referência, ele defende que a tarifa não pode ser paga apenas pelos passageiros e pelos empregadores. Um outro modelo de financiamento precisa ser redesenhado. Qual o cenário atual, após o pior período da pandemia, do setor de transporte público de ônibus? Temos verificado que, apesar do cenário pandêmico estar caminhando para a normalização, com a retirada das restrições de funcionamento dos estabelecimentos e volta ao funcionamento presencial da maior parte das atividades, os sistemas de transportes têm observado uma perda significativa de passageiros. Avaliamos que, em parte, esta tendência se deve ao aumento do desemprego, comprometimento da renda da população e adesão por parte de empresas de vários segmentos a um modelo de trabalho híbrido, reduzindo os deslocamentos semanais, além da migração de parcela dos estudantes à modalidade EAD, que já existia, mas ganhou mais notoriedade após a pandemia. Em comparação ao período anterior da pandemia como está a quantidade de usuários do sistema? Passados mais de 2 anos do início da pandemia e mesmo se observando o retorno de praticamente todas as atividades econômicas e escolares, ainda se verifica uma queda superior a 20% do total de passageiros em relação ao período pré-pandemia. Em contrapartida, a frota em circulação representa 95% daquela que operava em março de 2020. Este cenário, com pequenas variações, vem se reproduzindo em todo o país. Temos visto uma disparada da inflação atingindo muitos setores, como ela afeta o setor de transporte público? O setor vem sendo fortemente impactado pela inflação. Os combustíveis estão no centro do processo inflacionário, tendo sofrido reajuste de mais de 80% desde o início da pandemia. O valor do veículo novo acumula alta de 35% desde o início da pandemia, além dos preços de peças e pneus que também vêm tendo reajustes superiores a 30% só no último ano. Some-se a isto a constante elevação das taxas de juros, influenciando o custo de aquisição da frota. Além disso, a inflação compromete o orçamento das famílias, retraindo ainda mais a demanda. São variações muito impactantes que não poderão ser absorvidas pela tarifa, sob pena de afastar mais passageiros do sistema. Hoje, a partir da percepção ou das pesquisas que vocês têm acesso, quais as principais demandas dos usuários acerca da melhoria do serviço? Em todas as pesquisas, o principal fator de avaliação dos passageiros diz respeito ao tempo de viagem. Em seguida aparecem outros fatores, como o tempo de espera na parada, a lotação dos veículos, infraestrutura dos terminais, segurança e custo da tarifa. A climatização da frota, muito presente em alguns debates promovidos na classe média, normalmente aparece no final da lista, como um item desejável, mas longe de figurar entre as principais demandas. Analisando estes itens, é possível afirmar que, ampliando a priorização do transporte público por meio de faixas exclusivas e subsidiando adequadamente a tarifa, estaríamos endereçando boa parte das demandas dos passageiros, estimulando, inclusive, o retorno de passageiros ao sistema e a redução de congestionamentos e emissões nas cidades. As faixas azuis implantadas no Recife impactaram aumento da velocidade dos ônibus que vão de 20% a até 118% nos trechos contemplados. Significa dizer que em alguns casos, o tempo de deslocamento foi reduzido a menos da metade do que se verificava antes da intervenção, mas ainda é necessário avançar muito, inclusive nos demais municípios da RMR, onde se vê poucas iniciativas neste sentido. Nosso sistema é metropolitano e as soluções precisam ser implementadas em conjunto por todas as cidades. Quais os possíveis caminhos para o financiamento de um sistema de transporte público mais qualificado no Brasil? Está muito claro para o setor que a conta do transporte público não pode mais ser bancada exclusivamente pelo passageiro ou seu empregador. Por outro lado, a situação fiscal dos governos municipais e estaduais muitas vezes não permite a realização de investimentos efetivos no subsídio do transporte. Há que se discutir uma repartição das responsabilidades de custeio, em modelo semelhante ao que ocorre no SUS, de maneira a garantir fontes de recurso do orçamento da União, Estados e Municípios em favor do passageiro do transporte coletivo. Além disso, há que se estabelecer mecanismos que permitam que o usuário do transporte individual ajude a custear o transporte público. Neste sentido existem iniciativas como a CIDE municipal, a redução gradual das áreas de estacionamento gratuito do viário, a reversão em prol do sistema das receitas com arrecadação de multas de trânsito e zona azul e a implantação de pedágio urbano. Estas medidas têm um caráter de equidade no uso do espaço, posto que o transporte individual ocupa cerca de 70% do espaço nas vias, mas é responsável por apenas 30% das viagens. Gostaria de acrescentar algo mais? As grandes cidades brasileiras vivenciam um momento que beira o colapso da mobilidade. A efetiva priorização do transporte coletivo nas vias e no orçamento dos entes Federativos se traduz na única forma de resgatar a qualidade do serviço e consequentemente, voltar a atrair passageiros.

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Além do garfo (por Raul Lody)

Certas comidas pela proximidade de textura, temperatura e cheiro só podem ser comidas de mão. Não importa se comemos na rua, na pressa do balcão de um botequim, ou na calma quase budista em casa, seja na mesa, na cozinha, em frente ao fogão; ou ainda, num território público, na feira ou no mercado. O que verdadeiramente importa é que a ação imediata se dá no caminho da comida à boca, direto, sem talheres, para atender um desejo físico, sensorial, quase sexual. Na infância que não comeu “capitão”, feito com bolo de feijão e farinha de mandioca, e ainda, um pouco de carne-seca desfiado ou mesmo uma rápida lembrança do toucinho, tudo amassado com a mão e alguns, ainda, eram culminados com uma batata frita, banquete que traz saliva à boca só de pensar. Feito a mão e levado ao paladar com a mão, lambendo os dedos com as partes que não poderiam ser desperdiçadas, é receita que nasce da mistura e da oportunidade de reciclar, após um ou dois dias a feijoada de feijão preto. Doce, quase todos, se a calda for grossa, perfumadas de cravo e canela, se a fruta der consistência deverá ser levada ao paladar sem colher ou qualquer outro instrumento que possa ser intercambiado de uma relação verdadeiramente carnal. Quando se come com as mãos, há dois sentimentos que são dominantes: a pressa ou a calma reflexiva na identificação de cada ingrediente, cor, estética, sensações táteis, um verdadeiro exercício filosófico. A mão é o talher primeiro, uso dos dedos, habilidades para preparar, servir e comer. Fazer a comida com a preparação do tato é uma experiência fundamental para o bom resultado gastronômico, fala-se de prazer de gosto selecionado e intencional, embora muitas das receitas clássicas tenham surgido nas trocas, nos encontros de ingredientes ocasionalmente associados ao trabalho sempre inovador e de adaptações que é o de cozinhar. Da mão de quem faz para a mão de quem acolhe, e elabora no jeito próprio e especial de se relacionar com aquela comida, ou no que é esperado culturalmente na ação de traduzir o que é de comer. Comer abará na folha é um costume tradicional, pois a folha de bananeira previamente passada no fogo, adquire uma textura e odor próprio, embalando a massa de feijão fradinho misturada com camarão seco defumado, sal, pimenta e azeite de dendê, que dá cor a comida e densidade à folha que também apoia na preservação do calor da comida. Pois, abará é comida quente, recém-saído da panela que cozinhou. Então, comer de mão essa iguaria afrodescendente, ritual que se repete com o acarajé, o acaçá, a cocada, o bolinho de estudante, popularmente punheta, todos do tabuleiro da baiana, da tão celebrada Baiana de Acarajé, desde 2001, Patrimônio Nacional Brasileiro. Justíssimo!Associada a todas as formas e intenções de manipulação, nasce à questão higiene. Tema de total interesse necessário à saúde, necessário às regras de controle social do alimento. Louvável! Contudo muitas fronteiras conceituais entre as muitas maneiras de preparar, servir e consumir comida pelo caminho/processo da mão ferramenta que é um símbolo e atestado cultural necessita ser olhada, relativizada, interpretada em diferentes contextos, onde os processos culinários são tão importantes quanto o resultado comida. O uso ancestral da mão nas escolhas e transformações dos ingredientes, além de cumprir etapas técnicas é um conjunto de rituais que atingem diferentes significados, sentidos e sentimentos. Ações tecnicista/cientificas cujo parâmetro muitas vezes é o exclusivamente voltado a regra, aos princípios da higiene total merecem uma intermediação cultural, buscando integrar rigores da saúde com os rigores das identidades culturais. Há uma impressão digital intransferível, personalizada na manipulação, no oferecimento e no consumo da comida. São os ingredientes que chegam da intima relação produto e corpo, pele, emoção, energia, sentimentos, transmitindo no toque humano, fundamental, autoral, doador dos mais íntimos e personalizados gostos.

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O que Elon Musk viu no Twitter que ninguém viu?

Depois de muita polêmica e manobras nas últimas semanas, Elon Musk fechou a compra do Twitter por US$ 44 bilhões. A operação tem rendido mais perguntas do que respostas. Por que pagar acima da cotação da bolsa por uma rede social que tem metade da rentabilidade de seus concorrentes? Por que comprar 100% das ações e fechar o capital, em vez de adquirir apenas o controle acionário? Afinal, o que o dono da Tesla viu no Twitter que ninguém viu? Como ainda é muito cedo para saber o que ele vai fazer na prática, podemos nesse momento fazer três análises do ponto de vista estratégico: Razões Econômicas — Mesmo que Musk negue publicamente que a compra do Twitter seja por razões econômicas, ele é empreendedor. Suas empresas são muito inovadoras e disruptivas. Com frequência, ele cria novos modelos de negócios que se tornam padrão nos segmentos onde atua: automóveis elétricos (Tesla), naves espaciais, (Space X), internet via satélite (Starlink), transporte em cápsulas (Hyperloop), túneis subterrâneos (Boring Company); painéis de energia solar (SolarCity); e neurotecnologia (Neuralink). Nesse sentido, o interesse na plataforma tem uma lógica financeira. Entre as principais redes sociais, é a que possui maior potencial de crescimento, pois sua base é composta por apenas 217 milhões de contas — em comparação com Facebook, Instagram, Youtube, Tik Tok, que passam de 1 bilhão. O crescimento da base gera mais uso, atraindo mais publicidade e aumentando faturamento e rentabilidade. Além disso, há um grande potencial de inovação na plataforma. O Twitter tem sido a rede mais conservadora nesse aspecto em relação às demais, o que pode gerar mais atratividade e mais usuários, reforçando ainda mais as razões econômicas. Sob esse ângulo, a tendência é um serviço melhor — e Musk sabe fazer. Isso é positivo. 2. Razões Ideológicas — O que não é positivo se relaciona com o fechamento de capital na bolsa e o controle de 100% da empresa. Com isso, Musk não terá que prestar satisfação aos demais investidores, nem à SEC (Comissão de Valores Mobiliários nos EUA). Sem esses controles, ele terá mais autonomia para implantar seu principal projeto: “criar uma praça pública para a liberdade de expressão, onde os assuntos vitais para o futuro da humanidade são debatidos”. O risco nesse caso é que o Twitter, em nome de uma liberdade de expressão sem limites, seja guarida para os discursos de ódio e sirva também como megafone para disseminação de informação falsa. Além disso, há o temor que usuários banidos, por não respeitarem as regras atuais de conteúdo, retomem o direito de usar suas contas. É o caso de Donald Trump, ex-presidente dos EUA, que usou a plataforma para incitar a invasão ao Capitólio em 2021, sede do Congresso Nacional norte-americano. Inclusive, Musk foi contra o banimento de Trump do Twitter à época da medida. Outro aspecto negativo é que o dono da Space X possui muitas ligações empresariais e, por isso, não teria isenção para combater possíveis conflitos de interesse da plataforma com seus negócios e parceiros. 3 - Influência e Autoproteção — Pelas posições que ocupa nos negócios e por sua personalidade narcísica, Musk se expõe muito e precisa de poder não só para se defender como também para persuadir politicamente temas que podem ser úteis a ele no futuro. Nessa direção, ele está pensando como os magnatas do passado, que compravam veículos de comunicação para ampliar sua influência e servir como trincheira de defesa. Nas regras atuais desse jogo, por exemplo, Musk teria cadeira cativa na mesa do debate sobre privacidade de dados e do modus operandis dos algoritmos, que têm influenciado o comportamento social em muitos países. Só para lembrar: as redes sociais foram atores principais das eleições nos EUA, em 2016, e no Brasil, em 2018. Além disso, por ser o principal canal utilizado por formadores de opinião, jornalistas, empresários e líderes mundiais, o Twitter conta com uma grande relevância política e econômica. Sendo o único dono, Musk teria ainda mais poder com o meio político e empresarial de todos os países onde o Twitter atua. Aqui no Brasil, por exemplo, as redes sociais têm sido o foco de atuação do TSE para combater as fake news nas eleições de 2022. Portanto, o Twitter dá força política a quem já tem força econômica. E a pergunta final: como os usuários ficam depois da compra do Twitter por Elon Musk? Essa somente o tempo poderá responder, pois o homem mais rico do mundo precisa ainda assumir a gestão da sua nova aquisição e mostrar a que veio. Só nos resta esperar e protestar contra possíveis violações ao nosso direito de receber informações verdadeiras e não ser parte de um jogo político-econômico no qual poucos têm muito poder e muitos seguem sem saber.

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Kokku: empresa de games de Pernambuco para o mundo

A Kokku é uma das principais empresas do setor de games do Recife. Com uma equipe de mais de 100 profissionais, ela atua em um mercado global, prestando serviço para grandes corporações do entretenimento. Para a edição desta semana da Revista Algomais, conversamos com Thiago de Freiras, CEO da Kokku, sobre o desempenho e planos da empresa, além de uma análise do mercado, que está voando, apesar a pandemia e da crise econômica. A coluna Gente & Negócios publica hoje essa ping pong. Quantas pessoas trabalham na Kokku e quais os tipos de profissionais que compõem a equipe de vocês? Hoje a Kokku é composta por quase 100 profissionais, das mais variadas áreas. Programadores, artistas 3D, ilustradores, designers, testers e toda a equipe administrativa. As pessoas que trabalham na Kokku em sua maioria são do Recife? Ou tem muitos profissionais de fora também? A Kokku é uma empresa de abrangência internacional. Além de, claro, ter uma grande presença local, com mais de 40 colaboradores do Recife e região metropolitana, temos atualmente mais de 50 colaboradores espalhados pelo país e também em outros países. Quais os principais clientes da empresa? E como é o modelo de negócios de vocês? A Kokku é a maior empresa de co-desenvolvimento de jogos AAA do Brasil, que são aqueles que contam com os maiores orçamentos e exigências técnicas, trabalhando em parceria com os principais estúdios e publishers do mundo. Entre as empresas que já colaboramos, podemos citar a Activision e a TreyArch, responsáveis pelo Call of Duty Black Ops: Cold War, a Guerrilla Games, estúdio da Sony criador de Horizon Zero Dawn e Horizon Forbidden West, a CI Games, dona da franquia Sniper Ghost Warrior, e também grandes nomes da indústria do entretenimento como a Warner Bros, que trabalhamos juntos na criação de Wonder Woman: The Themyscira Experience, e a Netflix, para quem desenvolvemos Stranger Things: Starcourt Mall. Como você avalia o mercado de games no Brasil atualmente? E como os profissionais de Pernambuco, que tem um pólo tecnológico importante, estão inseridos nesse mercado? O mercado de games no Brasil vive um momento de muito crescimento e otimismo. Por conta dos conflitos no leste europeu, além da incerteza geopolítica asiática, o cenário para o futuro do mercado no Brasil, e na América Latina, é de ampliação e consolidação. Isso constrói, também, um horizonte de positividade para os profissionais de tecnologia pernambucanos, com a geração de mais oportunidades e transferência de "Tecnologia do Conhecimento Adquirido", conhecimento que depois de trocado e absorvido, fica aqui, mesmo com o fim dos projetos, e é reverberado em nosso ecossistema. Quais os planos futuros da Kokku? O que antes era apenas uma fornecedora para contratantes externos, desde 2021 Kokku é uma co-desenvolvedora, atuando não apenas no fornecimento de arte e tecnologia mas sendo parceira dos que antes eram apenas clientes. E isso é muda bastante o jogo. Participação em projetos maiores e mais complexos, desenvolvimento de títulos próprios e também a criação de uma vertical para desenvolvimento de experiências no metaverso, com profissionais de negócios, arte e tecnologia dedicados. Como foi o desempenho da empresa na pandemia? Nesse período o mercado de games cresceu também? O isolamento social forçado pela pandemia teve impacto direto no mercado de jogos. Com o aumento do consumo, e de horas jogadas, alguns setores do mercado nacional chegaram a registrar crescimentos acima de 600% e globalmente o mercado registrou um crescimento de 11%, ultrapassando a marca de 196 bilhões de dólares. E isso não foi diferente para a Kokku. A empresa cresceu em todos os sentidos da palavra, em número de projetos, número de profissionais, otimização de processos e também se reposicionou no mercado, ao invés de ser uma "provedora de serviços" (terceirizada) e se consolidando como co-desenvolvedora e co-produtora.

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"Pernambuco é referência mundial em prestação de serviços para jogos"

Rodrigo Carneiro, diretor da Abragames, representante do estado de Pernambuco, e CEO da PUGA Studios, fala sobre o crescende mercado de games e sobre o posicionamento das empresas pernambucanas nesse mercado. Vários pernambucanos atuam no segmento, que gera algumas centenas de postos de trabalho principalmente no Recife. Com o home office, muitos profissionais estão trabalhando para empresas nacionais ou mesmo de outros países. Quais os números mais recentes de faturamento que vocês estimam que o segmento de games movimenta no Brasil?Segundo a Newzoo (quadro em anexo), a indústria brasileira de games movimentou cerca de USD 2,1 bilhões em 2021 e há uma tendência de crescimento de aproximadamente 6% para 2022. Acredito até que será mais, já que existe um bom movimento no Brasil em relação à chegada e atração de investimentos de grande porte. Com esses números de 2021, o Brasil se tornou o maior mercado da América Latina e chegou à décima segunda posição no ranking mundial. O Brasil é um grande mercado consumidor de games?O Brasil é o quinto maior mercado consumidor de games no mundo. A pandemia ampliou o público consumidor de games no país? Vocês identificaram alguma mudança do perfil de consumo nos últimos dois anos?Durante a pandemia, os gamers brasileiros jogaram 76% mais que antes da pandemia, segundo a Pesquisa Games Brasil. Houve uma grande necessidade das pessoas conseguirem socializar de forma remota e, principalmente, terem momentos de distração para tentar esquecer, mesmo que por poucas horas, o que estava acontecendo no mundo. Os games foram uma das formas das pessoas se sentirem menos isoladas. Quais as principais oportunidades para quem deseja trabalhar no segmento ou empreender na área?Estamos no momento mais aquecido da indústria de games. Uma das maiores dificuldades das empresas é conseguir mão de obra de alta qualidade para trabalhar em novos produtos e em serviços. Há uma alta demanda de profissionais especializados em programação e em arte para jogos, por exemplo. Na PUGA Studios, empresa a qual sou CEO, em 2022 estamos trabalhando para mais que dobrar o time da nossa produção em comparação a 2021. Pernambuco possui um polo tecnológico importante, principalmente no Porto Digital, com muitas empresas de TI. O Estado é forte no segmento de games também?Pernambuco é referência mundial em prestação de serviços para jogos. Hoje, somos o principal polo do Brasil e da América Latina em exportação de serviços de jogos para empresas de todos os tamanhos na indústria global. Quais as perspectivas para o setor nos próximos anos?Vamos continuar crescendo de forma orgânica e teremos novas empresas de altíssimo nível nascendo no Brasil. Já estamos vendo e veremos cada vez mais empresas estrangeiras investindo, adquirindo e criando bases na indústria brasileira de jogos, ou seja, quem quiser ingressar na área, é o momento de estudar e se especializar cada vez mais. Quais são os principais desafios para as empresas e profissionais do segmento?O principal desafio para as empresas de games é o mesmo da indústria atual de tecnologia: mão de obra disponível e capacitada. Para os profissionais, principalmente os que estão iniciando, o principal desafio é conseguir criar um portfólio que consiga dar match com as empresas da indústria, pois somos exigidos a entregar um alto nível de qualidade. A mágica acontece quando você consegue de forma estratégica criar essa mão de obra especializada e, ao mesmo tempo, realizar entregas no nível exigido pelos clientes e consumidor final.

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5 fotos da Rua do Riachuelo Antigamente

Localizada no bairro da Boa Vista, a Rua do Riachuelo começa a partir da Rua da Aurora, um dos principais cartões postais do Recife e segue até as proximidades da Igreja Nossa Senhora da Soledade. Um dos prédios mais icônicos em um passeio por essa via é a Faculdade de Direito do Recife, que podemos ver em algumas das imagens abaixo. Mas também passa ao lado do Hospital Militar do Recife e do Santuário Nossa Senhora de Fátima. As imagens são da Villa Digital, dos Acervos de Benício Dias e Josebias Bandeira. Uma curiosidade da descrição das fotos é que se escrevia Avenida do Riachuelo. Hoje chamamos de Rua do Riachuelo.

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Judeus: o misterioso Jacob tirado de Amsterdã

No final do Século 16 em Olinda, uma das figuras de destaque da sociedade, era o exportador de açúcar e cristão novo James (Jaime) Lopes da Costa, nascido na cidade do Porto, em 1544, cujo nome aparece citado, por mais de uma vez, nas Denunciações do Santo Ofício (1593) como onzeneiro (indivíduo que pratica onzena; usurário, agiota). Em 21 de setembro de 1593, para surpresa dos habitantes de Olinda, desembarca no Arrecife (como era então chamado o Recife), o Visitador do Santo Ofício Heitor Furtado de Mendoça (sic) e seus oficiais provenientes da capitania da Bahia. A presença em Pernambuco de um representante da Inquisição de Lisboa, em busca de possíveis práticas judaizantes, veio a revelar aspectos da vida privada dos habitantes de Olinda, Recife, Itamaracá e Paraíba, naquele final de Século 16, como se depreende dos depoimentos que integram os volumes das Confissões e Denunciações, cuja edição conjunta vem a ser publicada no Recife (Coleção Pernambucana – v. 72, 2ª fase, 1984). Caracterizou-se a Primeira Visitação do Santo Ofício a Pernambuco pela criação de um Tribunal da Inquisição em Olinda, como bem observa José Antônio Gonsalves de Mello. O inquisidor Heitor Furtado de Mendoça (sic), não somente determinou a prisão de alguns denunciados, como também os mandou aos cárceres da Inquisição em Lisboa. Mas, no que diz respeito aos processos cujas culpas exigissem apenas abjuração de levi, como bigamia, sodomia, blasfêmia e outros, tinham o visitador e seus assessores autoridade suficiente para pronunciar a decisão final. Observa o autor de Gente da Nação (1989), serem “amplos os poderes do tribunal olindense, e as penas por ele impostas eram acatadas por autoridades civis fora do Brasil, inclusive da metrópole, como nos casos de degredo e de galés”. Justificando o seu raciocínio, Gonsalves de Mello chega a relacionar, com a devida numeração contida nos autos que se encontram no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, 55 processos de réus cujas sentenças foram prolatadas pelo tribunal olindense. No caso especial de James Lopes da Costa, um rico senhor de engenho e exportador de açúcar em atividade em Pernambuco, não foi ele encontrado por ter-se ausentado da capitania. O seu nome, porém, aparece em vários depoimentos como suspeito de práticas judaicas e de atividades de onzeneiro; aquele que empresta dinheiro a juros de 11%. Em 1598, juntamente com sua mulher, Bárbara Henriques, transfere-se para Amsterdã, onde se declara judeu, mudando o seu nome para Jacob Tirado. Radicado naquela cidade, logo transformou-se em um dos ilustres membros da comunidade judaica, sendo alvo de significativa homenagem do rabino Moses Uri B. José Halevi, que lhe dedicou o seu livro por ele editado em 1612. Na Holanda, o nosso Jacó Tirado vem a ser responsável pela criação da primeira sinagoga portuguesa, denominada de Bet Yahacob (Casa de Jacob). Por falta de prédio próprio, os serviços da primeira sinagoga foram realizados em sua casa, pelo menos até 1610. Curioso é que sua passagem pelo Brasil, porém, é totalmente desconhecida dos seus biógrafos europeus; daí o seu epíteto de Misterioso Tirado. Por volta de 1608, encontrava-se ele entre os fundadores da comunidade sefardita de Amsterdã, juntamente com Samuel Palache e o poeta Jacob Israel Belmonte” […] “Em documentos notariais da época, o seu nome aparece como um comerciante rico com o nome de James (Gammez) Lopes da Costa; tendo o seu comércio de açúcar registrado atividades em Portugal e Veneza. [ Encontrava-se ele entre os primeiros subscritores do parnassim (fundador da sinagoga, que contribuía com os recursos para criação do templo; subscritor) da comunidade tendo doado os rolos da Sefer Torá. Depois de 1612, ele deixou Amsterdã e mudou-se para Veneza, onde atuou em caridade e angariação de fundos para Ere E Israel; de lá transferindo-se para Jerusalém, onde veio a falecer em 1620. Foi, ainda, James Lopes da Costa que, em 1615, constituiu, com um grupo de 15 judeus portugueses, a Santa Companhia de Dotar Órfãs e Donzelas, mais conhecida entre os sefardins pela sigla DOTAR, ao qual foram acrescidos os nomes de quatro judeus ausentes, dois dos quais residentes em Pernambuco: João Luís Henriques e Francisco Gomes Pina.

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