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"Até 2026 teremos 33 GW de capacidade instalada de energia eólica, cerca de 80% será no NE"

A matriz eólica é um dos destaques no conjunto de energias renováveis que pode ser acelerada nesse período de crise energética global. Para a reportagem de capa desta semana, a Algomais ouviu com Elbia Gannoum, presidente da Abeeólica (Associação Brasileira de Energia Eólica). Publicamos hoje mais dessa conversa sobre as perspectivas do setor e do crescimento esperado já em 2022. Quais as suas perspectivas do impacto da guerra entre a Rússia e Ucrânia na transição global da matriz energética? Esse conflito que deve isolar um dos grandes produtores de combustíveis atrapalha, acelera ou é indiferente ao processo que o planeta vive?Há consequências de curto e longo prazo. No curto prazo o consumo de combustíveis mais poluentes podem até aumentar, mas no médio e longo prazo o que fica claro é que, além de as renováveis, como solar e eólica, serem as melhores escolhas do ponto de vista ambiental e também financeiro (porque se tornaram altamente competitivas), elas também são opções para que os países conquistem sua independência energética. Aqui em Pernambuco há uma grande expectativa da instalação de uma planta de produção de hidrogênio verde. O desenvolvimento desse combustível tem capacidade de aumentar os investimentos em energia eólica e as demais matrizes renováveis sustentáveis em Pernambuco e no Nordeste?Sim, tem sim. O hidrogêncio verde é uma das grandes apostas para o futuro no setor energetico. E para produzi-lo você precisa de energia renovável, de forma que isso certamente tem a capacidade de aumentar investimentos em eólica, tanto onshore como offshore, e energia solar. Atualmente quais os números principais da produção energética eólica em Pernambuco e no Nordeste? Qual foi o crescimento em 2021?O Brasil bateu recorde de instalação de nova capacidade em 2021, com cerca de 3,8 GW de nova capacidade instalada. Ultrapassamos a marca de 20 GW de capacidade instalada no Brasil no ano passado, cerca de 80% dessa capacidade está no Nordeste. Pernambuco tem, hoje, 898MW de energia eólica em 36 parques. Quais as expectativas para a região em 2022? Há grandes empreendimentos no horizonte?No Brasil, até 2026, teremos pelo menos 33 GW, cerca de 80% dessa capacidade instalada no Nordeste. Digo “pelo menos” porque isso se refere apenas aos contratos já fechados até hoje. Ou seja, esse número certamente será maior, até porque o mercado livre está crescendo cada vez mais para as eólicas. Considerando apenas os contratos já assinados, podemos estimar um investimento de cerca de R$ 80 bilhões nos próximos cinco anos. E as perspectivas são ótimas. Em 2022 devemos bater novo recorde de instalações, fruto dos leilões realizados nos anos anteriores e principalmente fruto do crescimento que a eólica vem tendo nos últimos anos no mercado livre. Também esperamos um bom avanço para a nova tecnologia das eólicas offshore. A ABEEólica avalia que o Decreto Nº 10.946, publicado pelo governo no final de janeiro de 2022, que dispõe sobre a cessão de uso de espaços físicos e o aproveitamento dos recursos naturais no mar para a geração de energia elétrica a partir de empreendimentos offshore, é um avanço crucial para que o Brasil possa iniciar seu caminho na implantação de parques eólicos offshore com segurança para o investidor, governo e sociedade. Talvez possamos já ver um leilão de offshore em 2023. Também vemos que as discussões e debates sobre hidrogênio verde devem se intensificar, assim como todas as demais tecnologias que são fundamentais na luta para conter o aquecimento global.

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"O C.E.S.A.R. tem o foco de formar lideranças empreendedoras".

Eduardo Peixoto, CEO do C.E.S.A.R., fala dos planos do centro de inovação, que incluem investir em startups e na formação de profissionais de TI com caráter empreendedor. Ele também analisa o impacto da aceleração digital nos negócios da instituição e as perspectivas do 5G e do metaverso. O novo CEO do C.E.S.A.R. Eduardo Peixoto tem acompanhado de perto a evolução da tecnologia da informação. Engenheiro eletrônico, começou a carreira na fábrica da Philips, então instalada no bairro do Curado, no Recife, onde vivenciou a transformação da telefonia, que passou de um processo mecânico para a automação. Ficou um tempo na Holanda, onde fez mestrado em redes de computadores, e na Suíça, onde atuou numa empresa de telefonia privada e automação bancária. Mas a saudade do Recife bateu mais forte e em 2001 foi trabalhar no C.E.S.A.R. “Fui atraído pelo propósito da organização: criar um ecossistema onde as pessoas que quisessem continuar se desenvolvendo e aprendendo tivessem um espaço”. E é com esse propósito que ele faz planos de ampliar a formação de empreendedores na C.E.S.A.R. School com ações como a abertura de graduação à distância e a distribuição de bolsas de estudos para pessoas em situação socioeconômica menos favorecida a partir de recursos captados no mercado. Outro foco é incentivar a criação de startups, uma atividade de muito sucesso num passado recente da instituição. Nesta entrevista a Cláudia Santos, Eduardo Peixoto fala de planos e do impacto da aceleração da transformação digital no C.E.S.A.R. que levou a um desempenho em 2021 de R$ 350 milhões em vendas, superior em 50% ao resultado de 2020. Ele também aponta as perspectivas do centro de inovação para 2022 e as oportunidades resultantes do 5G e do metaverso. Quais são seus planos aí à frente do C.E.S.A.R? Vou voltar um pouco no tempo. O C.E.S.A.R. é o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife. A partir de 2006, percebemos que estávamos muito em “sistemas avançados” e pouco nos “estudos” e que seria importante, até para continuar fazendo sistemas avançados, que voltássemos mais à origem, trabalhando mais com a questão dos estudos. Silvio Meira sempre falou que toda boa empresa é uma escola na qual estaríamos nos reinventando constantemente. Criamos o primeiro produto, a residência de software, que foi muito útil para várias empresas com quem a gente trabalhava: Motorola, Alcatel e várias outras. Quando a Fiat veio se instalar aqui, usamos o programa de residência para formar 40 pessoas para o software center deles no Porto Digital. A partir dali, aprendemos a ensinar por meio do PBL (problem based learning, em inglês aprendizagem baseada em problema). É o processo “aprender com quem faz fazendo”. Os professores, na maioria, são do C.E.S.A.R. (por isso os alunos aprendem com quem faz) que aplicam o conhecimento para o estudante que também está fazendo, porque ele vai ter que botar a mão na massa para aprender. Daí a lançarmos um mestrado profissional de engenharia de software, que tem a maior pontuação da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) em mestrados profissionais e o mestrado em design. Mais na frente, veio a graduação e a criação da Cesar School. Temos esse foco de formar liderança empreendedora, que transforma a organização e a sociedade por meio de startups, pelo uso intensivo de tecnologias digitais e pelo aprendizado baseado no fazer. Temos hoje também um doutorado profissional do qual eu sou aluno, porque acho importante estar sempre me renovando. E os planos daqui para a frente? É exatamente aonde eu queria chegar que é o retorno da centralidade do conhecimento no próprio C.E.S.A.R. Com a formação de empreendedores e com um novo conhecimento, voltaremos a criar startups, como criamos no processo original. O spin-off do C.E.S.A.R. está muito bem no mercado, como Pitang, Tempest, Neurotech e outras tantas (spin-off é processo que identifica o nascimento de empresas a partir de outras já existentes, e que com isso ganham vida própria). São empresas que partem de um conhecimento e de um perfil empreendedor, para não ser mais uma cópia de um modelo de negócio sem muita diferenciação tecnológica. Esse é o plano, o sonho dos próximos 5 anos: ter uma integração muito maior de novo com a centralidade de um conhecimento do C.E.S.A.R., para que formemos mais empreendedores, impulsionando mais startups, e levar conhecimento distinto para empresas maduras, que são um portfólio maior de negócios que temos dentro do C.E.S.A.R. Essa centralidade acontece por meio de uma integração entre os negócios, que são a escola, os labs e a engenharia do C.E.S.A.R. E a partir disso, construir uma organização sem esquecer o que a gente construiu e que nos deu um impulsionamento muito grande que foi olhar primeiro para o colaborador. Estamos trabalhando muito forte em inclusão e diversidade. Hoje são 1.200 pessoas trabalham no C.E.S.A.R. e atuamos para que elas se integrem e participem das decisões. Tivemos também um aumento em participação do mercado não só em eletroeletrônicos, onde tínhamos um peso grande em razão da Lei de Informática. Isto porque as empresas desse setor têm uma redução fiscal e em contrapartida precisam investir em P&D (pesquisa e desenvolvimento), mas somente em parceria com ICTs (institutos de ciência e tecnologia) como é o caso do C.E.S.A.R. Esse é um fomento mais vertical, porque atua no setor de eletroeletrônicos, assim como a Rota 2030 voltada para a área automobilística. Mas há fomentos mais horizontais, como a Lei do Bem. São linhas de incentivo ao P&D no País. Em 2018, o C.E.S.A.R. era uma organização de R$ 100 milhões em vendas, dos quais mais ou menos 85% era proveniente da Lei de Informática. Em 2021, alcançamos R$ 140 milhões com o que chamamos de “não Lei de Informática” de um total de R$ 350 milhões. Em 2018 os negócios “não Lei de Informática” eram de R$ 15 milhões. Quais são os outros setores com os quais vocês trabalham? Entramos muito forte na mineração, que tem muito a ver com automação, óleo & gás, varejo e setor financeiro, inclusive

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"A guerra nos mostra como é inconveniente a excessiva concentração que temos no petróleo"

O conflito entre a Rússia e a Ucrânia expõe mais uma vez a dependência mundial dos combustíveis fósseis. Para saber se a guerra poderá acelerar a migração para as matrizes renováveis e sobre quais as alternativas nacionais nesse campo, conversamos com o economista Paulo Roberto Feldmann, que analisou o setor e opinou sobre quais os caminhos que o Brasil deve ou não traçar. Quais as suas perspectivas do impacto da guerra entre a Rússia e Ucrânia na transição global da matriz energética e no Brasil? Essa guerra nos mostra como é inconveniente a excessiva concentração que temos no petróleo. São muitas as crises geopolíticas que causaram e ainda vão causar aumento nos preços do barril do petróleo. Espero que o governo não mude a politica de preços da Petrobrás e também não crie isenções fiscais que reduzam o preço da gasolina por que qualquer destes caminhos traria problemas sérios para o país. O Brasil teve a experiência no passado do Proálcool e o Sr tem defendido que é a hora de trocar a gasolina por etanol. Quais os benefícios para a economia brasileira caso haja essa transição? O Brasil é um pais que já está totalmente preparado para o uso do etanol. 92 % dos carros em circulação já aceitam o etanol como combustível e todos os postos de abastecimento já estão adaptados. O etanol deveria ser utilizado numa escala muito maior e seria possível a chegarmos na possibilidade de metade da frota brasileira ser movida álcool. Com isso não precisaríamos nos preocupar com o preço da gasolina, que poderia aumentar, mas teria um impacto muito menor. Além disso, a relação entre o preço da gasolina e do álcool, que hoje é de 0,7, poderia cair para 0,5. Sem contar que o etanol é muito menos poluente que a gasolina. Quais seriam os caminhos para o País fazer essa transição para o etanol? O que deve se inspirar e o que deve diferir da experiência do Proálcool? O que falta no Brasil é aumentar a produção de etanol e para isso há que se conversar e negociar com os usineiros de álcool e açúcar. Teremos que aumentar a área plantada de cana de açúcar e facilitar aos usineiros essa expansão colocando o BNDEs para apoiar a mesma com linhas de financiamento especificas. O Proálcool foi um projeto bem sucedido na sua época. Há no Nordeste uma grande expectativa também com investimentos na área do Hidrogênio Verde. O conflito internacional atual deve acelerar esses empreendimentos pelo mundo? Sim, o hidrogênio verde é aquele produzido com fontes de energia limpa, como as que o Nordeste possui em profusão: eólicas e fotovoltaicas. Há uma expectativa enorme do mundo inteiro pela intensificação do uso do Hidrogenio Verde. O Brasil não pode perder mais uma corrida como essa, mas para isso precisamos ter um plano. Esperar que o mercado resolva tudo é o caminho que sempre adotamos no passado e que sempre nos levaram a permanecer no atraso.

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Pernambuco segue tendência nacional e apresenta recuo no consumo das classes C e D

Pesquisa da Superdigital, fintech do Grupo Santander, apontou que o País teve queda no consumo de 3% em fevereiro ante janeiro de 2022 (Da Superdigital) Pernambuco apresentou uma retração de 2,9% no consumo das classes C e D em fevereiro em comparação a janeiro, seguindo a tendência nacional, que fechou negativa em 3%. Os dados são da Pesquisa de Hábitos de Consumo da Superdigital, fintech do Grupo Santander focada em inclusão econômica. Os setores que se destacaram com a alta no estado foram Automóveis e Veículos (39%), Diversão e Entretenimento (18%), Lojas de Roupas (5%), Telecomunicação (3%), Prestadores de Serviços (3%) e Restaurante (2%). Por outro lado, as classes C e D em Pernambuco gastaram menos com Hotéis e Motéis (-23%), Serviços (-14%), Transporte (-8%), Drogaria/Farmácia (-7%), Companhias Aéreas (-6%), Combustível (-3%), Lojas de Artigos Diversos (-2%) e Supermercado (-1%). Entre os três estados do Nordeste analisados na pesquisa da Superdigital, Pernambuco foi o que teve o pior desempenho em fevereiro. Enquanto o Ceará oscilou negativamente em 0,6%, a Bahia fechou o mês com queda de 2,4% Na pesquisa, todas as regiões do Brasil mostraram queda no consumo, com o Norte impactando mais no resultado (-12%). Nas demais regiões, o Centro-Oeste fechou com redução de 9,3% no consumo, seguido do Sul, com 5,8% de queda, Nordeste, com retração de 5,5% e Sudeste, que viu seu consumo recuar 2%. Luciana Godoy, CEO da Superdigital Brasil, afirma que o consumo foi impactado por ajustes que as famílias estão fazendo em seus orçamentos no início do ano. “As classes C e D sentem mais os efeitos das grandes contas do início do ano, como IPTU, IPVA, material escolar e pagamento de compras parceladas feitas para as festas de final de ano. Além disso, com o aumento dos preços dos alimentos e dos combustíveis, o orçamento mensal fica sobrecarregado”, afirma a executiva. Os setores que mostraram quedas mais significativa no consumo foram Diversão e Entretenimento (-15%), Drogaria e Farmácia (-9%,) Hotéis e Motéis (-8%), Rede Online (-6%), Serviços (-3%) e Supermercado (-3%). Já o setor que se destacou com uma alta relevante no consumo foi o de Companhias Aéreas, que subiu 16%. Lojas de Roupas, Automóveis e Veículos e Telecomunicações cresceram 1% cada. “Não podemos esquecer que registramos um consumo bastante relevante dessa fatia da população em dezembro de 2021 e é natural que agora ocorra um ajuste de orçamento”, completa Luciana. O levantamento mostrou também que o principal gasto no orçamento continua sendo com Supermercado (37%), seguido de Restaurantes (13%), Lojas de Artigos Diversos (11%) e Combustível (7%). Outro dado da pesquisa mostrou que 87% dos gastos totais foram feitos presencialmente, o que representa um ponto percentual a mais se comparado a janeiro. Em relação ao ticket médio, houve queda significativa nos setores de Diversão e Entretenimento (-9%), Hotéis e Motéis (-8%), Rede Online (-6%), Drogaria e Farmácia (-4%), Restaurante (-3%) e Serviços (-3%). Contudo, subiu o ticket médio gasto com Companhias Aéreas (9%) e Telecomunicações (2%).

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"O problema da mão de obra qualificada é crônico e se intensificou com a pandemia"

Vanessa Pedrosa, coordenadora do Núcleo Pedagógico do Senai-PE, falou com a Revista Algomais sobre o cenário da formação de mão de obra em Pernambuco, após dois anos desafiadores da pandemia. Ela foi uma das entrevistadas da edição da semana, que tratou sobre o cenário de demanda de profissionais qualificados na retomada econômica após os piores dias do enfrentamento ao novo coronavírus. A capacitação profissional é um desafio para o setor industrial pernambucano? A pandemia piorou a situação? O problema da mão de obra qualificada no Brasil é algo crônico, que se intensificou com a pandemia. A prova disso é que, pouco antes do início dessa crise, uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que cinco em cada dez indústrias brasileiras enfrentavam problemas devido à falta de trabalhadores capacitados. Diante desse cenário, o SENAI-PE vem trabalhando para desenvolver programas de formação profissional que estejam voltados às demandas do mercado de trabalho, na perspectiva de elevar a competitividade da indústria brasileira. No entanto, essa capacitação profissional pode ser um desafio, em virtude da má qualidade da educação básica que é oferecida aos nossos alunos. O desafio é enorme, em virtude de fatores endógenos e exógenos que permeiam o ecossistema no qual está inserido o aluno da educação profissionalizante. Um estudo da CNI aponta que a grande maioria (96%) das indústrias tem dificuldade de encontrar operadores, uma função que não requer nível universitário. Onde se concentram as maiores demandas nas empresas? O maior quantitativo de capital humano dentro das indústrias se encontra nas áreas de produção. Por essa razão, as indústrias demandam muitos operadores e profissionais técnicos, que possam efetivamente fazer as engrenagens das fábricas funcionarem. E esse é um cenário complexo, porque vemos falhas na formação de base desses alunos, que deveria servir como tecido conceitual para uma posterior formação profissional. O modelo de Ensino Médio que vinha sendo ofertado no Brasil era bastante generalista, com foco apenas no Ensino Superior. Nossos alunos não saiam da escola prontos para o mercado de trabalho. Para se ter ideia, dados do Censo da Educação Básica 2020 revelam que, naquele ano, pouco mais de 12% dos estudantes brasileiros matriculados no Ensino Médio se dedicavam, também, à formação profissional. Esse dado é importante porque revela o quão distante estamos de países reconhecidos pela qualidade do seu sistema educacional, a exemplo da Finlândia, onde mais de 70% dos jovens finalizam a educação básica na modalidade técnica. Acredito que com a reforma do Novo Ensino Médio, que começou a ser implementada de forma obrigatória neste ano nas escolas do País, possamos ter uma valorização maior e aumento na qualificação da mão de obra no Brasil.  Diante do desafio de capacitação de mão de obra, quais os caminhos que o poder público e a própria iniciativa privada poderiam trilhar para aumentar a qualificação dos pernambucanos? O Sistema S, por meio do SESI e do SENAI, está à disposição da indústria para pensar em soluções voltadas para o fortalecimento da educação básica e da educação profissionalizante, respectivamente. O SENAI-PE, por exemplo, executa parcerias com diversos gestores públicos, com o objetivo de capacitar jovens e adultos para o mercado de trabalho. Também existem projetos como o Programa Emprega+, resultado de uma parceria entre o SENAI e o Governo Federal, que visa tanto capacitar profissionais desempregados quanto requalificar aqueles que já estão na indústria por meio da oferta de vouchers para serem distribuídos pela própria empresa. Além disso, o SENAI-PE consegue personalizar formações customizadas para as indústrias, de forma a atender a demandas específicas das indústrias demandantes. Diante do acelerado processo de transformação digital, como tem sido a experiência das empresas no treinamento e adaptação de suas equipes às novas tecnologias? Já estamos na Indústria 4.0 e na Educação na 5.0. Os gestores das empresas estão buscando desenvolver, junto às instituições formadoras, programas que possam instrumentalizar seus colaboradores. Enquanto SENAI, recebemos demandas para desenvolver cursos voltados para o processo de automatização da Indústria 4.0. Também estamos atuando de forma proativa, atualizando as grades curriculares dos nossos cursos para que eles possam atender às novas necessidades das indústrias e criando novas formações voltadas para os novos cenários do mercado de trabalho. O SENAI-PE, inclusive, também tem colaborado com o processo de transformação digital do setor industrial, por meio da atuação do seu Instituto SENAI de Inovação para Tecnologias da Informação e Comunicação (ISI-TICs), que trabalha no desenvolvimento de soluções inovadoras para indústrias de todos os portes.

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Eleições 2022: Quais os 8 maiores colégios eleitorais em Pernambuco?

Com a proximidade das Eleições 2022 e a postulação das candidaturas ao Governo do Estado e ao Senado se formando, destacamos hoje a distribuição de eleitores nos maiores colégios eleitorais de Pernambuco e os percentuais de cada um deles na decisão deste ano. Não é por acaso que as principais candidaturas emergem do Recife, Jaboatão, Caruaru e Petrolina, que estão entre os redutos da maioria dos eleitores. Destacamos os 8 principais municípios, pois apenas esses superaram a marca de pelo menos 100 mil eleitores. Pernambuco tem ao todo 6.668.752 eleitores cadastrados pelo TRE. Juntos, os 7 municípios com mais eleitores de Pernambuco somam 42,8% dos votantes do Estado, entre os 185 municípios. Confira a distribuição abaixo, que foi selecionada a partir de dados do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco, do último mês de fevereiro. Ranking dos maiores colégios eleitorais de Pernambuco Recife - 1.180.546 eleitores (17,7%) Jaboatão dos Guararapes - 464.596 eleitores (6,9%) Olinda - 289.094 eleitores (4,3%) Caruaru - 228.910 eleitores (3,4%) Paulista - 221.009 eleitores (3,3%) Petrolina - 218.442 eleitores (3,2%) Cabo de Santo Agostinho - 155.508 eleitores (2,3%) Camaragibe - 116.723 eleitores (1,7%)

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"Máscara é uma peça do nosso indumentário sem prazo de validade para acabar"

Ana Brito, epidemiologista e pesquisadora da Fiocruz/PE, analisa o atual estágio da pandemia e as possibilidades do surgimento de novas variantes do coronavírus. Também critica o Conselho Federal de Medicina que segundo ela “assumiu um papel de negação da ciência” Com a crescente redução dos casos de Covid-19 no Brasil, a evolução da atual pandemia para uma situação de endemia tem sido tema de debates e destaques no noticiário. Até o presidente Jair Bolsonaro chegou a anunciar que pediria ao Ministério da Saúde para decretar que o País estaria agora num processo endêmico da infecção pelo novo coronavírus. Entretanto, para Ana Brito, pesquisadora médica do Instituto Aggeu Magalhães-IAM, Fiocruz, está havendo uma grande confusão sobre esses termos. Ana, que é epidemiologista e professora aposentada da Faculdade de Ciências Médicas da UPE, ressalta que apenas a Organização Mundial da Saúde pode decretar o fim da pandemia. Alerta também que um cenário de endemia não deva ser o desejável e sim o fim da transmissão do SARS-CoV-2. Nesta entrevista a Cláudia Santos, ela analisa a situação atual da crise sanitária no Brasil e no mundo, comenta as sequelas da Covid longa e critica o que ela chama de “postura negacionista” do Conselho Federal de Medicina. A pandemia da Covid-19 no Brasil caminha para uma situação de endemia? Há uma grande incompreensão na determinação dos termos. Esses dados de pandemia, epidemia, surto são todos baseados em estatísticas. A classificação de uma doença como endêmica ocorre quando ela acontece com muita frequência num local. A dengue, por exemplo, é uma doença endêmica em Pernambuco. Desde os anos 1940 que nós não tínhamos caso de dengue no Brasil, o Aedes aegypt tinha sido praticamente eliminado das zonas urbanas do País. Mas em 1984, com a urbanização acelerada, com condições subumanas de habitações das populações, com a contaminação de rios e riachos e assoreamentos etc., ocorre a reintrodução do vetor, o Aedes aegypti. Desde então seus casos são monitorados e durante os anos foi construída uma média do número de casos esperados. Quando as doenças endêmicas, como a dengue, extrapolam o limite máximo esperado, ocorre um surto, se os casos estão circunscritos a uma área geográfica (como um município ou bairro), ou uma epidemia quando ela se dissemina em várias regiões. A pandemia é uma situação de ameaça à saúde da população que extrapola as fronteiras de países e de continentes. Se o problema já existia, é quando esse problema ultrapassa os limites esperados de tolerância. A denominação de pandemia é feita apenas pela Organização Mundial da Saúde, que reúne informações de mais de 190 países membros da Organização das Nações Unidas. Só a OMS pode classificar se a situação é de pandemia ou não. Ninguém mais. Não é correto que o ministro da Saúde diga que o Brasil está caminhando para uma endemia, ele não tem elementos, nem capacidade, nem foram deliberados poderes mundiais para que ele dissesse isso. Se a pandemia da Covid-19 vai evoluir para uma endemia, essa chave aí ainda não disseram para a gente. O desejável não é caminharmos para uma endemia, que não significa uma situação mais simples, significa a permanência do problema, só que a Covid-19 não estaria em níveis que extrapolam todos os continentes. O que a gente espera, como epidemiologista, é que haja uma homogeneidade na distribuição de vacina em todo o mundo, para que possamos caminhar para interromper a transmissão do vírus SARS-CoV-2, como aconteceu com a varíola, nos anos 1970. Se vamos para uma endemia, teremos que conviver com essa doença por várias gerações e fazer vacinas de reforço. Uma endemia custa muito caro a um país, porque a vacina é cara e temos mais de 20 vacinas no nosso calendário normal, que é bancado pelo SUS. Mas enquanto existir a circulação livre do vírus, vai existir a possibilidade de produção de novas variantes com escape tanto para a doença natural como para a vacina. Essa é a última onda? Não sei, ninguém sabe. Até agora a gente não sabe porque existe circulação livre do vírus na África, onde menos de 20% da população está vacinada no continente inteiro e, em outros países, mais de 30% da população não adere à vacina, o que é um crime contra a humanidade. Acho que lidar com essa questão é urgente. Não é possível que os países convivam com o negacionismo sem que essas pessoas sofram qualquer punição, seja punindo sua circulação livre ou pagando cotas altas. Mas nem dinheiro paga o adoecimento pela Covid. Como você analisa o atual momento da Covid-19 no Brasil? O que eu posso dizer hoje é que estamos entrando num processo de diminuição da taxa de transmissão do SARS-CoV-2, causador da Covid-19 e que este momento pode não ser de uma emergência sanitária para o Brasil. A denominação de emergência sanitária implica em questões sobre autorizações emergenciais de compras públicas etc. Existe um arcabouço jurídico que está por trás das definições dessas situações. Em relação à pandemia, posso dizer que ela persiste, porque a Covid-19 está em expansão, inclusive em países gigantescos como é o caso da China que tem um programa de tolerância zero à Covid-19. Eles têm uma forma de abordagem de enfrentamento baseado no diagnóstico, no isolamento, na quarentena e testes massivos para a população. Mas nas duas últimas semanas houve um crescimento em cidades com 17 milhões de habitantes que neste momento estão em lockdown. Taiwan, que é uma área muito próxima da China, que tem coberturas vacinais altas, também assiste a uma nova onda de Covid pela Ômicron. Portanto temos ainda o processo pandêmico porque a doença está em expansão no mundo. Mas alguns países, como o Brasil, já começam a vivenciar este momento que a gente chama de lua de mel da Covid, que significa um arrefecimento de casos e óbitos, com a população bem vacinada. Mas, é preciso correr para vacinar as crianças e particularmente as de 3 a 5 anos, que provavelmente vão começar a ser vacinadas, depende das liberações da Anvisa. Também

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Qual a polêmica sobre a disputa pelo Arquipélago de Fernando de Noronha?

Uma ação do Governo Bolsonaro, na última semana, pediu ao Supremo Tribunal Federal que determine que "o domínio sobre o Arquipélago de Fernando de Noronha é de titularidade integral da União". Há um mês, o Governo Federal já havia perdido na justiça um pedido de gestão do Forte dos Remédios, que trata-se de um ponto turístico da ilha pernambucana que é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A ilha pertence ao Estado de Pernambuco desde 1988 e, apesar de desenvolver a atividade turística, há um forte cuidado com a preservação ambiental do arquipélago, como santuário ecológico relevante do País. A reação dos pernambucanos ao movimento do Governo Federal foi rápida. Na última sexta-feira, o Governador Paulo Câmara emitiu um comunicado oficial duro em que defende a Fernando de Noronha como parte do Estado e critica as promessas não cumpridas de investimentos do Governo Federal no arquipélago. NOTA OFICIAL DO GOVERNO DE PERNAMBUCO A população de Fernando de Noronha gostaria que o Governo Federal tivesse a mesma persistência e celeridade que empenha num processo judicial extemporâneo e que agride a Constituição para fazer cumprir a promessa, divulgada em 2019, de que iria realizar o saneamento básico da ilha. O projeto básico do esgotamento sanitário foi enviado ao Ministério do Meio Ambiente desde fevereiro de 2020 e vem sendo reiteradamente ignorado. Sobre esse mesmo processo, agora levado ao Supremo Tribunal Federal, a 9ª Vara da Justiça Federal em Pernambuco já se manifestou no último dia 15 de fevereiro. Cabe destacar dois trechos da sentença: “A primeira é regra geral relativa aos bens da União, ao passo que a última contém preceito especial, razão pela qual aplicando-se o princípio da prevalência da especialidade sobre a generalidade, tem-se, sob rigoroso ponto de vista sistemático, que a ilha oceânica de Fernando de Noronha integra o território do Estado de Pernambuco” e “indefere-se, por ausência congênita de legitimidade ativa para a causa, a inicial do processo ajuizado por União Federal contra Distrito Estadual de Fernando de Noronha”. Enquanto a “ação” do Governo Federal se limita às cortes, o Governo de Pernambuco tem intensificado as entregas na ilha com recuperação das estradas vicinais, instalação de iluminação de LED, reforma do porto e o fim do rodízio no abastecimento de água com um novo dessalinizador. Além dos projetos ambientais de destaque como o Plástico Zero e o Carbono Zero, referências nacionais de preservação ecológica. Fernando de Noronha sempre fez parte de Pernambuco. Por sua localização estratégica foi considerada território federal em 1942 e utilizada como base militar na época da Segunda Guerra Mundial. Com a Constituição de 1988, voltou a compor o patrimônio do estado de Pernambuco. É um orgulho do povo pernambucano e vai continuar sendo. Na ocasião do anúncio do processo no STF, a Advocacia Geral da União também enviou um comunicado oficial, justificando a ação, que publicamos também abaixo. NOTA OFICIAL DA AGU “A Advocacia-Geral da União ajuizou nesta sexta-feira (25), no Supremo Tribunal Federal (STF), uma ação cível ordinária com pedido de liminar para que o Estado de Pernambuco cumpra o Contrato de Cessão de Uso da Ilha de Fernando de Noronha. A Advocacia-Geral ainda requer o reconhecimento da titularidade dominial da União quanto ao Arquipélago de Fernando de Noronha. A União e o Estado de Pernambuco celebraram em 12 de julho de 2002 Contrato de Cessão de Uso em Condições Especiais da Ilha de Fernando de Noronha, integrante do Arquipélago de Fernando de Noronha, área sobre a qual o ente central goza da titularidade do domínio por força do art. 20, incisos IV e VII, da Constituição Federal. O documento foi assinado após o estado desistir de uma ação ajuizada perante o STF (ACO 402) argumentando exatamente que teria o domínio de Fernando de Noronha. A ação fora ajuizada em 1989, e o pedido de desistência foi apresentado pelo estado em outubro de 2020. Posteriormente, tratativas de conciliação culminaram na assinatura do contrato de cessão. No entendimento da AGU, ao desistir da ação e assinar o contrato, o Estado reconheceu, tacitamente, o domínio da ilha como sendo da União. Nos autos, a Advocacia-Geral informa que Pernambuco vem descumprindo os termos do contrato e embaraçando a atuação da Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União e de órgãos ambientais federais na gestão da área. Destaca ainda que tanto o Ministério Público Federal (MPF) como o Tribunal de Contas da União (TCU) já provocaram a União a se manifestar sobre o exato cumprimento dos termos do mencionado contrato de cessão. A AGU esclarece que, diante da negativa do Estado em cumprir os termos do contrato e da determinação do TCU, não restou outra alternativa à União senão o ajuizamento da ação buscando o cumprimento judicial dos termos do contrato. Além disso, de acordo com a Advocacia-Geral, o pedido de reconhecimento do domínio decorre logicamente do pleito de validade e cumprimento dos termos do contrato, assinado pelo Estado de Pernambuco. ‘Ressalte-se que o interesse da União reside no estrito cumprimento dos termos do contrato de cessão, de modo a permitir a continuidade da cessão da ilha ao Estado de Pernambuco’, assinala a diretora do Departamento de Controle Difuso e Ações Originárias da Secretaria-Geral de Contencioso (SGCT), Andrea de Quadros Dantas Echeverria.” A disputa segue agora judicialmente e o Governo de Pernambuco já solicitou uma audiência no STF para tratar do caso, que já virou forte motivo de embate da população nas redes sociais. (Imagem de abertura de Eduardo Domingos por Pixabay)

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Nova montadora desembarca em Pernambuco, com investimento de R$ 260 milhões

Araripina, no Sertão do Estado, é o destino da montadora do Grupo Novo Brasil (NBR). As obras estão previstas para iniciar ainda neste semestre. O empreendimento contará com investimentos de R$ 260 milhões e fabricará automóveis a partir de uma plataforma modular. A indústria será construída em uma área de 29 hectares, sendo 30 mil metros quadrados de área construída. O novo empreendimento contratará 240 pessoas para a construção da fábrica. Na operação serão gerados 450 empregos diretos. A empresa tem a estimativa de que sejam empregados mais 3 mil profissionais indiretamente. Na nova fábrica serão montados, inicialmente, dois modelos bases em uma única plataforma. O primeiro carro será um compacto fechado para até cinco pessoas e porta-malas, que pode ser convertido em um buggy aberto para atingir esse nicho de mercado. “Nossa montadora ocupa uma lacuna em que não há concorrente em nenhum país do mundo. Grandes marcas apresentaram protótipos de buggies que ainda não chegaram ao mercado. Nosso objetivo é contribuir para o desenvolvimento do nosso estado, levando outras oportunidades à região conhecida por ser o polo gesseiro pernambucano”, comentou o diretor-presidente do Grupo NBR, Evandro Lira. No país, apenas empresas artesanais realizam a adaptação de carros pré-existentes para atender à demanda do mercado brasileiro de buggies. “Também queremos renovar e reacender a paixão dos brasileiros pelo buggy”, complementa Evandro. A capacidade instalada da fábrica é de 1600 carros por mês. A produção será iniciada com 1200 unidades e, em três anos, a capacidade instalada poderá ser dobrada. No primeiro momento, o motor será à combustão Flex, disponível para os combustíveis gasolina e álcool, além de contar com a possibilidade de conversão a gás natural veicular (GNV) de fábrica. O valor de partida é estimado é de R$ 66 mil. Confira abaixo o vídeo de apresentação da montadora.

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"Uma das principais transformações da pandemia foi o aumento da preferência pelo ar livre"

Para falar sobre as transformações da pandemia nas cidades nos últimos dois anos, conversamos na edição da semana passada com o Francisco Cunha. A coluna Gente & Negócios publica hoje na íntegra as percepções do consultor e arquiteto sobre o que esperar dessas mudanças no pós-pandemia e quais os caminhos para resolver os principais desafios. Qual a principal transformação da pandemia no urbanismo? Penso que uma das principais transformações da pandemia no urbanismo foi o aumento da preferência pelo ar livre. Tenho visto muito mais pessoas nas ruas andando a pé, de bicicletas e até e de motos. Além disso, verificou-se, por conta da queda geral de demanda e da mudança acelerada de hábitos de consumo (de presencial para o digital), uma mudança de usos do solo em diversas regiões das cidades, sobretudo em áreas de comércio. Muitos negócios fecharam ou mudaram de ramo. E, finalmente, mas não menos importante e dramático, o aumento da pauperização de grandes contingentes da população e o consequente aumento acentuado da quantidade de pessoas em situação de rua. Isso podemos verificar com uma simples circulada por diversos locais das nossas cidades, o que sinaliza com grandes desafios que teremos à frente. Qual a principal mudança esperada nas cidades no pós-pandemia? O ideal seria que as pessoas entendessem, sobretudo os decisores urbanos, que a pandemia foi um grande alerta acerca do que podemos enfrentar daqui para a frente. Com o aumento da degradação do meio ambiente e destruição das florestas, estamos indo em direção aos agentes patógenos mais escondidos, existentes nos redutos mais recônditos. Uma vez alçados, esses agentes, pulando de hospedeiro para hospedeiro, chegam às cidades mais próximas e, dependendo do seu potencial patogênico, espalham-se velozmente até alcançar literalmente o mundo todo como foi o caso do vírus SARS-CoV-2. As mudanças que deveríamos começar a promover nas cidades deveriam ser aquelas que aumentassem a vida mais saudável, reduzindo as concentrações de pobreza, ampliando o saneamento básico e as áreas verdes, tornando a mobilidade mais sustentável (a pé, de bicicleta e de transporte público) e se preparando para o enfrentamento das mudanças climáticas, seja de modo preventivo (com a redução de gases de efeito estufa, por exemplo), seja corretivo com tentativas melhorar as condições de enfrentamento dos eventos extremos do clima. Quais os caminhos para resolver os principais problemas urbanos no cenário pós-pandemia? Acredito que para além das questões objetivas em termos de obras ou intervenções físicas, o fundamental é a educação urbanística. O arquiteto paulista, recém-falecido, Paulo Mendes da Rocha disse o seguinte: “Não sei como um menino não tem aulas de urbanismo na escola. A cidade é tão importante quanto a língua”. Se isso já era importante antes da pandemia, o que dizer agora? Portanto, precisamos ampliar a consciência urbanística. Afinal, como disse o filósofo grego Aristóteles, há mais de dois mil anos: “Os homens ajuntam-se na cidade para viver e ali permanecem para viver a boa vida”. Não podemos esquecer isso.

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