Colunistas - Página: 271 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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Mandamentos da segurança (por Francisco Cunha)

Por conta de meus comentários na coluna CBN Mobilidade, da CBN Recife, onde converso com Mário Neto, nas manhãs das terças e quintas, sobre temas relacionados à mobilidade urbana, terminei sintetizando o que chamei de Mandamentos da Segurança na Mobilidade que se aplicam ao nosso dia a dia na cidade. Em sintonia com a reportagem de capa deste número da Algomais, publico aqui na esperança de que, de algum modo, possam ajudar o leitor: 1. Não entre em pânico. Conforme disse o poeta pernambucano Alberto da Cunha Melo: “o medo aumenta o perigo e diminui os homens”. 2. Não espalhe o pânico. Se o medo é ruim individualmente, o que dizer dele multiplicado? 3. Procure sempre prevenir do que remediar. Dizem os especialistas que a prevenção representa 90% em segurança. 5% é reação e 5% sorte. 4. Atue colaborativamente em rede. Evite tentar resolver os problemas de segurança sozinho. Prevenção é uma atitude essencialmente colaborativa. 5. Nunca fique dentro de um carro estacionado. Os especialistas são unânimes na afirmação de que carro é alvo, não é abrigo. 6. Sempre ande a pé por locais movimentados. Segurança é diretamente proporcional à frequência. Quanto mais gente circulando a pé, mais segura é uma rua ou localidade. 7. Não ande com objetos de valor. Evite andar com colares, pulseiras, relógios, computadores. Isso chama muito a atenção dos contraventores. 8. Mantenha-se sempre alerta. Procure antecipar-se a qualquer abordagem. A surpresa é um grande componente da segurança, seja contra, seja a favor. 9. Se for abordado não resista. Entregue tudo o que for material. O fundamental é a preservação da vida. 10. Faça o Boletim em Caso de Ocorrência. Se houver ocorrência, não deixe de fazer o BO (Boletim de Ocorrência) que pode ser preenchido pela internet. É por ele que a polícia planeja sua atuação e se isso não for feito, a ocorrência fica “invisível”. Por fim, como caminhante que sou, não posso deixar de dizer que uma das formas de enfrentar a insegurança é não se deixar acuar por ela. Ladrões detestam ruas movimentadas.

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Seleção pública: 1.226 vagas em disputa em Pernambuco

Ao todo são 1.226 vagas em disputa em seis concursos abertos em Pernambuco. Além das prefeituras de Cachoeirinha, Sirinhaém e Garanhuns, destacamos também os concursos da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, Empetur e IBGE. Em um período de poucas vagas efetivas no setor público, a maioria das oportunidades são temporárias, feitas via seleção simplificada. Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco Vagas: 4 Oportunidades: Credenciamento de instrutores, como prestadores de serviço para o Curso Técnico em Vigilância em Saúde. Inscrições: Devem ser feitas pela internet, através no link: site ead.saude.pe.gov.br . As inscrições acontecem no período de 9 a 23 de maio. Remuneração: R$ 60 (hora aula) Baixe o edital (página 17): Edital para Credenciamento da SES-PE Empetur Vagas: 30 Oportunidades: Atendente bilíngue Salários: Até R$ 2.018,37 Inscrições: Até o dia 22 de maio. Devem ser realizadas presencialmente na Empetur (Avenida Professor Andrade Bezerra, s/n, Salgadinho, Olinda –PE, das 9h às 12h e das 14h às 16h). Os candidatos podem enviar a inscrição também via Sedes (com Aviso de Recebimento). Confira o edital (página 10): Diário Oficial de Pernambuco Prefeitura de Cachoeirinha Vagas: 52 Oportunidades: Professor de Pedagogia, Letras e Inglês, Educação Física, Matemática, Ciências, Geografia, História e Cuidador Infantil. Inscrições: Até o dia 2 de junho, na Secretaria Municipal de Administração, na Praça Presidente Kennedy, 126, Centro de Cachoeirinha, no horário de 7h às 13h. Salários: Vencimentos de R$ 11,49 a hora/aula a R$ 937,00 mensais. Baixe o edital: Seleção da Prefeitura de Cachoeirinha Prefeitura de Garanhuns (Secretaria Municipal de Assistência Social) Vagas: 4 Oportunidades: Psicólogo, Assistente Social, Advogado e Motorista com CNH na categoria "B" Inscrições: entre os dias 15 e 31 de junho. As inscrições só acontecerão na Casa dos Conselhos, na Rua Ernesto Dourado, n° 890, Heliópolis, no horário das 08h as 14h. Os candidatos deverão levar os documentos exigidos em edital. Salários: Entre R$ 1.500 e R$ 1.600 Baixe o edital: Seleção em Garanhuns Prefeitura de Sirinhaém (todas as escolaridades) Vagas: 291 Oportunidades: Auxiliar de Higienização; Auxiliar de Serviços Gerais; Coveiro; Cozinheiro Hospitalar; Eletricista; Gari; Mecânico; Motorista I e II; Operador de máquinas; Pedreiro; Pintor; Agente Administrativo; Auxiliar de Desenvolvimento Infantil; Auxiliar de Saúde Bucal; Cuidador; Guarda Patrimonial; Oficineiro; Orientador/Educador Social; Técnico de Laboratório; Técnico de Enfermagem; Atendimento Educacional Especializado (Deficiências Múltiplas e Interprete de Libras); Educação de Jovens, Adultos e Idosos e Ensino Fundamental. Inscrições: Até o dia 26 de maio (no site www.sirinhaem.pe.gov.br ou presencialmente no Centro Recreativo de Sirinhaém (Clube Municipal) situado na Rua São Francisco s/n, centro, das 08h às 16h). Salários: De R$ 937,00 mensais e/ou 10,68 por hora aula. Baixe o edital: Sirinhaém 1 IBGE - Censo Agropecuário - Pernambuco Vagas: 846 Oportunidades: Agente Censitário Municipal (ACM), Agente Censitário Supervisor (ACS) e Recenseador. Inscrições: Até o dia 23 de maio, no site da Fundação Getúlio Vargas: (http://www.fgv.br/fgvprojetos/concursos/ibge-pss). Salários: De até R$ 1.900, mais benefícios. Baixe o edital: http://fgvprojetos.fgv.br/concursos/ibge-pss    

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UniFG realiza, nesta sexta, seminário sobre feminismo, gênero e violência

Nesta sexta-feira (12), a UniFG – integrante da rede internacional de universidades Laureate - realiza o primeiro Seminário de Atualidades sobre Feminismo, Gênero, Violência e Acesso à Justiça para as Mulheres. Aberto ao público e gratuito, o evento acontece no campus Piedade e vai oferecer debates e palestras sobre as principais pautas do Movimento Feminista em Pernambuco. Entre os assuntos estão os entraves que persistem na cultura da violência contra a mulher – inclusive no contexto da justiça, o acesso a ela, o enfrentamento e o reconhecimento dos direitos das mulheres. A iniciativa tem apoio do Núcleo de Gênero Maria da Penha da UniFG, em parceria com o Governo do Estado, através da Secretaria de Políticas para Mulheres. A palestra de abertura será proferida pela secretária da Mulher de Pernambuco, Sílvia Cordeiro. Uma mesa de diálogo será formada por representantes de coletivos feministas do estado para debater os temas. São elas: Regina Célia – filósofa, mestre em Ciência Política, professora de Direito da UniFG e doutoranda em Direito, Justiça e Cidadania na Universidade de Coimbra (Portugal), além de sócia-fundadora e diretora Executiva do Instituto Maria da Penha. Ela também vai apresentar resultados do programa Defensoras e Defensores dos Direitos à Cidadania, uma iniciativa conjunta entre o centro universitário UniFG, o Consulado dos EUA no Recife e Instituto Maria da Penha. O curso prepara estudantes, professores e pessoas da sociedade civil para serem multiplicadores na conscientização sobre direitos humanos na comunidade. Ediclea Santos – integrante do Grupo Espaço Mulher, do bairro de Passarinho, comunidade da Zona Norte do Recife. Entre outros temas, vai falar sobre o Ocupe Passarinho, que trata da falta de políticas públicas dentro da localidade; Elaine Gomes Uma - brincante das Culturas Populares e especialista em Gestão e Produção Cultural. É gestora na Casa Coletivo; Elaine Maria Dias - especialista em Promoção de Políticas de Igualdade Racial no ambiente escolar, pedagoga de formação em gênero na Secretaria da Mulher Estadual e integrante da Rede de Mulheres Negras de Pernambuco; Geize Cavalcanti - mulher de terreiro, militante do Movimento Negro, integrante do coletivo Negras e Negros em Atividade na Comunidade, Multiplicadora do Obirin Ilá Dudu (a fala da mulher negra) do Uiala Mukaji - Sociedade das mulheres negras. Irani Brito - Coordenação do Coletivo de Mulheres-Casa Lilás, organização criada por ela e outras companheiras da militância feminista. Integra o Fórum de Mulheres de Pernambuco e da AMB, tendo como luta o enfrentamento à violência contra a mulher. Rebeca Oliveira Duarte - professora de Educação das Relações Étnico-Raciais da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e integrante da Rede de Mulheres Negras de Pernambuco. Juliana Paranhos - secretária da Mulher de Jaboatão dos Guararapes; Serviço: O quê: I Seminário de Atualidades sobre Feminismo, Gênero, Violência e Acesso à Justiça para as Mulheres Quando: Sexta-feira, 12 de maio Horário: das 9hs às 13h Onde: Rua Comendador José Didier, 27, Piedade. Quanto: gratuito.

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Caixa Cultural Recife recebe mostra sobre Pedro Almodóvar

Estreou na terça (9), na Caixa Cultural Recife, a mostra El Deseo – O Apaixonante Cinema de Pedro Almodóvar. Serão exibidos todos os 22 longas que integram a filmografia do diretor e mais dois documentários sobre sua vida e carreira. A mostra tem curadoria da pesquisadora argentina Silvia Oroz e do jornalista Breno Lira. Silvia participará também de um debate sobre o diretor e estará à frente de um master class. Para saber todos os detalhes da mostra, o colunista Wanderley Andrade conversou com Breno Lira, admirador confesso da obra de Almodóvar. Como surgiu a “Mostra El Deseo”? Eu tive a ideia de fazer a mostra em 2009. Foi a primeira vez que me inscrevi em um edital da Caixa Cultural. Só que o projeto não foi selecionado. Inscrevi outra vez e eles selecionaram para acontecer aqui no Rio de Janeiro em 2011. Depois disso, a mostra já foi para Curitiba, Brasília, ano passado levei para Belo Horizonte e agora Recife, na Caixa Cultural. Sempre gostei dos filmes do Almodóvar. Sempre tive curiosidade de saber os detalhes de todo o processo de realização dele, como escrevia aquelas histórias, de onde vinham. Convidei Silvia Oroz, que divide a curadoria comigo, a montar o projeto da mostra e apresentar para a Caixa. A mostra tem o mesmo formato das que aconteceram nas outras cidades? No Rio, além dos filmes do Almodóvar e dos documentários que estamos apresentando em Recife, tínhamos incluído alguns trabalhos que o diretor produziu pela El Deseo e longas que serviram de referência para seus filmes. Isso foi possível pois tínhamos a disposição duas salas de exibição. Só consegui levar dessa forma para belo horizonte. Nas outras cidades, até por conta da duração, algumas com apenas uma semana, como aconteceu em Curitiba e Brasília, tive que reduzir e fazer essa versão mais compacta que inclui todos os longas dele e esses dois documentários que descobrimos quando estávamos realizando a primeira mostra. De Recife, a mostra seguirá para quais cidades? Ainda tenho vontade de levar a mostra para São Paulo e Fortaleza, que são duas cidades que têm unidades da Caixa Cultural. Como a Caixa tem sido parceira desde o início, tenho priorizado seus editais. Estamos conversando também com outras cidades. Mesmo fazendo uma mostra só com os filmes, sem oferecer catálogo, existe um custo mínimo. É necessário um patrocínio, uma pessoa interessada, alguma empresa que possa bancar o projeto. Qual característica da obra de Almodóvar mais chama tua atenção? Sempre falam sobre como Almodóvar usas as cores em seus filmes. E realmente é algo que chama a atenção. Durante a infância, ele viveu numa região da Espanha que não era muito colorida, uma região mais seca, mais cinzenta. Ele tinha apenas as cores dos filmes que via no cinema. Às vezes até o excesso de cores que usa vem um pouco dessa carência de cor durante a infância. O interessante no trabalho do diretor, desde o “Pepi, Luci e Bom”, que é o primeiro, até o ”Julieta”, é a forma como constrói seus roteiros, tanto nos originais, quanto nas adaptações. Percebe-se sua evolução como roteirista. Se você assistir toda a mostra vai perceber isso. Os roteiros do Almodóvar são uma verdadeira aula de como escrever uma história para cinema, com todas as maluquices e estranhezas que sua filmografia tem. Como começou sua parceria com Silvia Oroz? Nós trabalhávamos no curso de cinema da Universidade Estácio de Sá no Rio. Minha função no curso de cinema era organizar sessões de filmes seguidas de debates para os alunos da universidade. Silvia sempre participava como mediadora. Eu sabia que ela tinha uma pesquisa grande sobre melodrama latino-americano. Nas conversas com ela, descobri que gostava do trabalho do Almodóvar, que pesquisava a obra dele também, mas nunca tinha publicado nada. Daí comecei a falar sobre o projeto da Mostra, de sua participação ao meu lado na curadoria e sobre ela promover uma master class falando justamente da relação do Almodóvar com o melodrama, que são dois assuntos que domina. Foi importante ter esse peso da Silvia no projeto por conta até de todo o conhecimento que tem. Ela é argentina, mas mora no Brasil há mais de 30 anos. Fugiu da ditadura com o marido e se estabeleceu trabalhando em cinemateca, acervos e atualmente como professora universitária. PROGRAMAÇÃO 11/05– quinta-feira 17h – MATADOR – Duração: 1h36 - 18 anos 19h - A LEI DO DESEJO – Duração: 1h40 – 16 anos 12/05 – sexta-feira 17h – FILMES QUE MARCARAM ÉPOCA – TUDO SOBRE MINHA MÃE – Duração: 52 min – 10 anos 18h10 – TUDO SOBRE O DESEJO – O APAIXONANTE CINEMA DE PEDRO ALMODÓVAR – Duração: 49min – 10 anos 19h15 – Debate: O CINEMA DE PEDRO ALMODÓVAR – 90 min 13/05 - sábado 15h – KIKA – Duração: 1h52 – 14 anos 17h15 - DE SALTO ALTO – Duração: 1h53 – 16 anos 19h30 – MULHERES À BEIRA DE UM ATAQUE DE NERVOS – Duração: 1h35 – 12 anos 14/05 - domingo 16h – Master class: PEDRO ALMODÓVAR E O MELODRAMA – 120 min 16/05 – terça-feira 17h - A FLOR DO MEU SEGREDO – Duração: 1h42 – 14 anos 19h - ATA-ME! – Duração: 1h41 - 18 anos 17/05 – quarta-feira 17h - CARNE TRÊMULA – Duração: 1h39 - 18 anos 19h – TUDO SOBRE MINHA MÃE - 1h40 – 14 anos 18/05– quinta-feira 17h – MÁ EDUCAÇÃO – Duração: 1h45 - 18 anos 19h - FALE COM ELA – Duração: 1h52 – 14 anos 19/05 – sexta-feira 17h – ABRAÇOS PARTIDOS – Duração: 2h09 – 14 anos 19h15 – VOLVER – Duração: 2h01 – 14 anos 20/05 - sábado 15h – AMANTES PASSAGEIROS – Duração: 1h31 – 16 anos 17h – A PELE QUE HABITO – Duração: 2h13 – 16 anos 19h30 – JULIETA – Duração: 1h39 – 14 anos SERVIÇO El Deseo – O Apaixonante Cinema de Pedro Almodóvar Local: CAIXA Cultural Recife - av. Alfredo Lisboa, 505, Bairro do Recife, Recife/PE Telefone: 3425-1915 Data: 9 a 20

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As sutilezas de Andrea

As sutilezas da escrita, de todas elas, estão no A sutileza do sangue, de Andréa Ferraz, (Editora Coqueiro - 2016): um livro absolutamente visual que, mesmo após a leitura, faz as imagens permanecerem nos olhos do leitor. Ela concebe fatos, os mostra nos cenários e cria personagens pulverizados como se fossem jatos multicoloridos de sprays aspergidos sobre a superfície das lembranças. A linguagem é pura, direta, como deve ser a linguagem fluida da natureza áspera. E é alegre, irreverente, quando sugere situações propícias: “o ar do quarto abafado misturava couro curtido com perfume de mulher recém-casada”. A autora tempera o texto com condimentos nativos, untando a prosa de sabor e cheiro, oferecendo as delícias de iguarias que nunca saboreamos. Dessa arte, mostra virtudes além do apego às receitas do mestre Raimundo Carrero (mestre de tantos discípulos), quando esconde habilmente as tramas e atiça a percepção do leitor. No começo do livro, ela apresenta o emprego de tempos verbais, indo e vindo com a imaginação do leitor de forma subliminar. Em seguida, constrói metáforas com o pó de terra árida, gado magro, soar de chocalhos, ardor da bebida: “os sábados tinham um cheiro de suor e de cachaça”. O texto nos seduz em continuados momentos, notadamente em construções de elogiável feitura estética: “Maria Zoião chega à porta da cozinha, os cabelos não param quietos, finos em pequenos cachos. Os olhos enormes e sobrancelhas erguem-se e se demoram no mundo, enquanto ela esfrega um pé no outro. Gosta de rir botando os dedos na boca, as duas mãos na cara, cheia de cócegas, se encolhendo, escondendo a falha do canino perdido quando, pela milésima vez, a mãe lhe esfregara nas fuças o lençol urinado”. Aqui, Andrea destaca o gestual e o movimento da personagem na cena. Ainda sobre essa personagem, compõe um trecho de puro encantamento quando refere Maria Zoião: “os homens nada lhe davam naquele mundo de pobreza, bastavam-lhe as pulsações”. A beleza se mantém noutras cenas, em uma delas que traduz saudade, leva ao leitor a imagem da chama do candeeiro, que dança a se exibir à brisa em evoluções das sombras provocadas pela tênue luz que pulam em busca do teto, e voltam pela parede em busca do chão: Chamam a atenção os trechos que resgatam significados, espaço e época, de palavras e frases esquecidas como botija num vocabulário remoto, que remete ao estilo de Gilvan Lemos: vejam a narrativa sobre os pendores do sanfoneiro: “Seu Elias era virado numa “pé de bode”, ou observando o panorama dos bichos: “As cabras levantando dos dormidouros, muitas enchocalhadas, outras de cabrito novo, tudo amusgado na mãe”. E ainda quando transporta o diálogo entre genro e sogro: “Dê um conselho a ela” (referindo à esposa), ao que responde o sogro: “Lilo, você já pelou o porco”. Ou ainda anunciando o anoitecer: “os passarinhos já haviam amenizado a futricagem”. A riqueza metafórica e a beleza das símiles vêm a cada página criada com o necessário esmero. Surgem das águas do Pajeú ao descrever o mato molhado “O verde enchendo a vista”, ou em um dos melhores momentos do livro, com Abel e Amapola numa tenda de ciganos: “numa cena com cheiro de tragédia”, ou ainda ao descrever o perfil físico de um dos personagens: “A pele morena parecia frita com banha de porco”. Fale de sua aldeia e estará falando do mundo, disse Leon Tolstoi e assim Andrea Ferraz procedeu. A sutileza do sangue traduz com fidelidade o que pediu o pensador.

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Monumento aos Mártires de 1710, 1817 e 1824 (Por Leonardo Dantas Silva)

Das antigas províncias formadoras do território nacional, nenhuma contribuiu com o maior número de mártires em favor da causa da liberdade do que Pernambuco, haja visto a imensa lista de condenados à pena capital nos movimentos emancipacionistas de 1710, 1817 e 1824. Numa consulta à História de Pernambuco, veremos que todos os movimentos emancipacionistas aqui originários estavam inspirados no orgulho nativista dos Restauradores de 1654. Uma mesma ideologia, a de que os antepassados pernambucanos conquistaram esta terra aos holandeses e que doaram a El-Rei de Portugal debaixo de certas condições, se repete ao longo de todas as revoluções e vem explicar o ideal republicano da gente de Pernambuco. Esse comportamento é uma constante em quase todos os movimentos revolucionários como bem observou Evaldo Cabral de Mello, “uma espécie de doutrina das relações entre a Capitania e a Coroa”. Falta a essa legião de mártires o reconhecimento da gente pernambucana que, até o momento, em que pesem às comemorações pelo transcurso do segundo centenário da Revolução de 1817, ainda não tiveram os seus nomes gravados em um grande bloco de granito a ser colocado na Praça da República. Assim sendo, estamos propondo a construção deste Monumentos aos Mártires da Pátria, constituído de um bloco de granito de cinco metros, inclinado sobre o jardim central da Praça da República, no qual, em sua face polida, sejam talhados os respectivos nomes dos que deram a vida pela causa da liberdade, de modo a ser conhecidos e reverenciados pelas gerações do presente e do futuro. O IDEÁRIO PERNAMBUCANO O sentimento de pernambucanidade que nos move ao longo dos séculos é derivado da doutrina formadora do sentimento nativista presente nas guerras que antecederam a Restauração Pernambucana de 1654: A gente da terra deveria à Coroa não a vassalagem ‘natural’ a que estariam obrigados os habitantes do Reino e os demais povoadores da América Portuguesa, mas uma vassalagem de cunho contratual, de vez que restaurada a capitania do domínio dos Países Baixos, haviam-na espontaneamente restituído à shttp://portal.idireto.com/wp-content/uploads/2016/11/img_85201463.jpgania portuguesa (Evaldo Cabral de Mello in Rubro Veio) Quando da revolta dos habitantes de Olinda contra os do Recife, em que se falou na criação de uma república nos moldes venezianos, proclamada em 7 de novembro de 1710, surgiu que veio a ser consagrada pela expressão do escritor José de Alencar (1829-1877) de Guerra dos Mascates; título inspirado na da publicação do romance publicado em 1873. Tratava-se pois de um movimento com um ideário separatista, defendido por alguns dos seus líderes de sentimentos antimonárquicos, falando-se em transformar Pernambuco em uma república, “ad instar a de Veneza”, ou em um governo autônomo “sob a proteção do Rei de França”. No dizer do conselheiro Antônio Rodrigues da Costa, em pronunciamento perante o Conselho Ultramarino (Lisboa), “uma sublevação formal e abominável, de que não há exemplo na Nação Portuguesa, sempre fiel e obediente aos seus legítimos Príncipes”. Temendo pela sua segurança o governador português Sebastião de Castro Caldas foge para Bahia, deixando no governo da capitania o bispo dom Manuel Álvares da Costa, que vem governar Pernambuco até 10 de outubro de 1711, quando é substituído por Felix José Machado de Mendonça Eça Castro e Vasconcelos. Este, nomeado pela Coroa portuguesa, aqui permanece até 1º de junho de 1715, quando retorna à Lisboa (Loreto Couto). No período do seu governo, Felix Machado, a propósito de um suposto plano para assassinar o governador, mandou prender e enviar ao Reino os principais responsáveis pelo primeiro levante, ao arrepio do perdão régio que lhes fora anteriormente concedido por D. João V, segundo bem esclarece Evaldo Cabral de Mello: “Pela portaria de 16 de fevereiro de 1712, o novo governador ordenou a João Marques Bacalhau que, com o auxílio dos oficiais da justiça e da milícia, procedesse à detenção de quinze indivíduos. A lista compreendia Leonardo Bezerra Cavalcanti; seus filhos Cosme e Manuel Bezerra Cavalcanti; seus irmãos Cosme Bezerra Monteiro, Manuel e Pedro Cavalcanti Bezerra; André Dias de Figueiredo e José Tavares de Holanda; João de Barros Rego; Bernardo Vieira de Melo e seu filho André; Matias Vidal de Negreiros; João de Barros Correia; Matias Coelho Barbosa; e Sebastião de Carvalho Andrade.” Recolhidos à cadeia do Limoeiro, em Lisboa, pouco se sabe do final do processo desses pernambucanos, mas tão somente o que nos informa Rocha Pitta, concluindo pela absolvição dos acusados, “fazendo embarcar só dois para a Índia em degredo perpétuo”. Ocorre, segundo pondera Evaldo Cabral de Mello (Fronda dos Mazombos; 1995), que quando a sentença absolutória vem a ser prolatada, “já havia poucos a perdoar, pois nada menos de oito presos haviam falecido no Limoeiro”. Graças às certidões de óbito fornecidas pelo vigário da paróquia de São Martinho, freguesia da Alfama, na qual localizava a cadeia do Limoeiro, “pode-se reconstituir esta intrigante sucessão de mortes”: Manuel Cavalcanti Bezerra (8.1.1714); Bernardo Vieira de Melo (10.1.1714); André Vieira de Melo (10.4.1715); Cosme Bezerra Monteiro (10.5.1715); João Luís Correia (9.6.1715); Matias Coelho Barbosa (13.4.1716); Manuel Bezerra Cavalcanti (11.9.1717); André Dias de Figueiredo (27.11.1718). Conclui José Antônio Gonsalves de Mello, que, pela interligação de um ideário de liberdade dos pernambucanos que remonta “à vitória sobre os holandeses e se renova não só em 1710, aqui referido, como ainda em 1817, 1824 e 1848. Dentro dessa linha de reivindicações, aqueles que pagaram então com a vida, nas celas do Limoeiro, seu ideal político de participação no governo de sua terra, estão na companhia de outros mártires pernambucanos como o padre João Ribeiro, frei Caneca e Nunes Machado”. Por conta da proclamação das República de 1817, treze presos foram condenados à morte. Quatro foram fuzilados em Salvador e nove foram enforcados no Recife, sendo depois seus corpos esquartejados, com as cabeças e mãos expostas em diferentes locais públicos de Pernambuco e da Paraíba, e os troncos amarrados e arrastados por cavalos até o cemitério. Morreram como consequência direta no envolvimento da revolução em 1817: No Largo do Erário (atual Praça da República), depois denominado de Campo da Honra, em 8 de julho de 1817, os capitães Domingos Teotônio Jorge Martins

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Quando a universidade vai à sala de cinema

O Cinema da Fundação Joaquim Nabuco, em parceria com a UFPE, lança este mês o projeto Lição de Cinema. A ideia é aproximar os espaços de exibição da Fundação aos espaços pedagógicos de ensino da sétima arte. As exibições acontecerão sempre nas primeiras sextas-feiras de cada mês no cinema da Fundação/Museu, em Casa Forte. Estudantes e professores terão entrada franca. O primeiro filme será exibido já nesta sexta (05), às 13h30: Gritos e Sussurros, do cineasta sueco Ingmar Bergman. Para falar sobre o projeto, conversei com o jornalista e professor Rodrigo Carreiro. Ele coordena atualmente o bacharelado em Cinema e Audiovisual da UFPE. Como surgiu a ideia? A ideia surgiu de Ana Farache, coordenadora do Cinema da Fundação. Ela assumiu o cargo há pouco tempo e um de seus objetivos é aproximar os espaços de exibição da Fundação Joaquim Nabuco dos cursos de Cinema de Pernambuco. Como a Fundação e a UFPE são instituições federais, a aproximação foi natural, e o interesse mútuo. O projeto foi delineado a partir de alguns encontros comigo, que ocupo atualmente a Chefia do Departamento de Comunicação Social. Qual a principal finalidade do projeto? A principal finalidade é aproximar os espaços de exibição da Fundação e os espaços pedagógicos de ensino do Cinema. Não há lugar melhor para se aprender a fruir e, em última instância, fazer cinema, do que as salas de exibição. Então pretendemos ajudar a estimular o interesse de estudantes e professores como ferramenta pedagógica, e estimular o desenvolvimento de um gosto estético pelo audiovisual. Qual critério de seleção foi utilizado para a escolha dos filmes que serão exibidos? Tem algum pernambucano na lista? Não existe uma lista pré-definida. Mês a mês, a coordenação do projeto (representantes do Cinema da Fundação e do DCOM) se reunirão para discutir as possibilidades. Os filmes exibidos poderão fazer parte da grade de programação ou partirem de sugestões que permitam enriquecer o cardápio de opções audiovisuais à disposição do público pernambucano. Naturalmente, filmes locais serão discutidos no projeto. Vocês pretendem ampliar o projeto, levando a proposta para outros cinemas do Recife? Num primeiro momento, a ideia é consolidar o projeto e estreitar os laços entre o Cinema da Fundação e os circuitos acadêmico e estudantil de Pernambuco. Se houver possibilidade de ampliar o projeto, faremos isso em uma segunda etapa. Como você avalia a formação em Cinema no Estado? Desde a segunda metade da década passada, surgiram múltiplos cursos de cinema em vários níveis (profissional, acadêmico, pós-graduação, técnico), e acredito que isso tem ajudado tanto a formar um olhar crítico aguçado no público quanto auxiliado na formação de profissionais mais cientes de suas responsabilidades artísticas e sociais. Serviço: Cinema da Fundação/Museu Endereço: Av. Dezessete de Agosto, 2187 - Casa Forte, Recife Telefone: (81) 3073-6272 Site: http://cinemadafundacao.blogspot.com.br/

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Brasil entra na Era dos Drones (Por Ivo Dantas)

Febre em boa parte do mundo, os drones terão seu uso comercial regulamentados em território nacional pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Anteriormente, somente era autorizado o uso para fins recreativos e competições. Divididos em três categorias, os aparelhos que pesem até 25 kg precisarão de um cadastro no site do órgão e somente poderão ser operados por pessoas maiores de 18 anos. Caso o drone tenha a capacidade de ultrapassar os 120 metros de altitude, uma documentação específica precisa ser entregue junto à Anac. Mas o que isso significa? A partir de agora, empresas poderão utilizar os aparelhos para realizar vigilância e entregas. Nos Estados Unidos, a Amazon possui um projeto de entregas de encomendas através do uso dos aparelhos.  Além disso, o crescimento da procura pode ajudar na queda dos preços, estimulando empresas a investirem na tecnologia e até aumentando o interesse para pessoas que utilizam os drones apenas para fins recreativos, como fotografias e filmagens. Afinal, o que é drone? Vamos entender por que esses aparelhos têm ganho tanto espaço. Um drone é um veículo aéreo não tripulado, normalmente comandado através de um controle remoto via rádio. As primeiras notícias que chamaram atenção sobre o uso dos drones estavam nos cadernos internacionais dos jornais. Governos utilizam esses aparelhos para vigilância de fronteiras e ataques aéreos. Hoje, apesar de terem tido seu uso militar cada vez mais recorrente, os drones ganharam destaque como uma forma inovadora de registrar momentos. Fazer um vídeo ou tirar fotos aéreas ficou muito mais fácil, ainda mais com a evolução tecnológica que reduziu o peso e aumentou a confiança nos drones. Provavelmente, você ainda terá uma encomenda recebida pelo ar ou a foto daquela festa tirada do céu. Se prepare para a Era dos Drones.

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Levedura, a mágica da cerveja! (por Rivaldo Neto)

Levedura ou levedo de cerveja são microorganismos utilizados no processo de fermentação. Ambas as palavras vem de um termo latino “Lavare”, que significa “fazer crescer”. As primeiras leveduras descobertas estavam associadas à fermentação de pães e mostos. Esses processos desencadeiam a liberação de gás carbônico das bebidas alcoólicas. Elas tem o papel de transformar açúcar em álcool, tais fungos possuem a capacidade de divisão celular, e assim se auto-reproduzem, leveduras de cerveja tem um apetite voraz por líquidos doces. Algumas cepas de fermento produzem também ésteres que dão um acabamento a bebida. Basicamente existem dois tipos de levedura cervejeira. As de alta fermentação (ALE) e as de baixa fermentação (Lagers). Em cada grupo existem diversas cepas que possuem características particulares. Elas possuem esta nomenclatura pela forma como atuam. O fermento de alta fermentação flocula na parte superior do fermentador, enquanto o de baixa fermentação age mais no fundo. A temperatura de operação de cada fermento também pode ser associada a nomenclatura, ficando os de alta fermentação trabalhando na faixa de 18ºC e 24ºC, já os de baixa fermentação operam na faixa dos 9º aos 13ºC. Claro que estas temperaturas são as consideradas ideais, onde o fermento está habituado e tem seu melhor rendimento. Quando operam fora destas faixas eles podem produzir subprodutos indesejados na cerveja. A grande maioria das cervejas contém entre 4% e 6% de graduação alcoólica. Mas ocasionalmente, quando se produz cervejas mais fortes, com 8% ou 10%, por exemplo, a levedura cai em estado de estupor (imóvel, sem reação), e nesse caso é o fim da fermentação.Se desejar uma cervejas com um grau ainda maior de álcool, alguns mestres cervejeiros usam levedura de espumante para chegar a esse objetivo. Além disso, a levedura é também responsável por aromatizar a bebida, podendo apresentar aspectos florais, frutados ou minerais que caracterizam cada estilo de cerveja. Nas cervejas de trigo, por exemplo, as leveduras produzem aromas mais frutados, que lembram a banana e o cravo. Muitas cervejarias consideram suas leveduras como um verdadeiro segredo de mercado. Desde o final dos anos 1800 foram descobertas 500 tipos diferentes. Essas cepas foram isoladas e cultivadas em bancos. Algumas cervejarias guardam sob seu poder, suas próprias culturas esterilizadas para produção futura. *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e apreciador de boas cervejas nas horas vagas

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Cinema Pernambucano: Camilo Cavalcante

Sua filmografia é composta por 14 curtas e um longa-metragem. Além de dirigir e produzir filmes, realizou o projeto “Cinema Volante Luar do Sertão”, levando sessões gratuitas de cinema para municípios do semiárido. Também é de sua autoria a série de TV “Olhar”, exibida pelo canal Brasil. O Cinema Pernambucano é destaque mais uma vez na Coluna Cinema e Conversa. Hoje, falo sobre um dos grandes nomes da sétima arte no Estado: Camilo Cavalcante. Atualmente, Camilo está produzindo o curta “Beco”, documentário sobre pessoas comuns que costumam passar pelo Beco do Inferno, localizado no mercado de Afogados, no Recife. No último dia 7, seguiu para a Bolívia para o início das gravações de seu segundo longa de ficção,“King Kong En Asunción”. O filme narra a história de um velho matador de aluguel que segue viajem para o Paraguai em busca de notícias de sua única filha. Compartilho agora com vocês minha impressão sobre dois curtas-metragens de sua filmografia. A História da Eternidade (2003) Curta - 35mm - 10 min.   Em 2014, Camilo lançou “A História da Eternidade”, seu primeiro longa-metragem. O filme conquistou diversos prêmios nos festivais por onde passou, não apenas no Brasil, mas também no exterior. Participou, inclusive, em 2014, do International Film Festival Rotterdam, Holanda. Mas antes de produzir o longa, o diretor havia realizado em 2003 um curta homônimo, também bastante premiado. A história é toda contada em um plano-sequência que se inicia com o registro de um parto em uma casa humilde do sertão e termina com a mesma cena, assistida na TV por um idoso. É uma história de ciclos, que passa pela vida e a morte. O curta é um misto de sonho e pesadelo. Trouxe a minha mente lampejos de alguns filmes de Fellini, conhecidos por sua poesia e mergulho no mundo dos sonhos.   Prêmios: Melhor Direção - 36o. Festival de Cinema de Brasília Melhor Direção de Arte - CINE PE Melhor Fotografia e Melhor Curta (Júri Popular) - Festival de Cinema de Cuiabá Melhor Direção - Festival de Cinema de Belém Prêmio Banco do Nordeste de Cinema e Prêmio Aquisição do Canal Brasil - Cine Ceará Prêmio da Crítica - Mostra Internacional de Curtas de Belo Horizonte Prêmio da Crítica - Festival de Cinema de Vitória Melhor Ficção - Grande Prêmio TAM do Cinema Brasileiro Rapsódia Para Um Homem Comum (2005) Curta - 35mm - 35 min. A história acontece no período da ditadura, mais especificamente na década de 70. Conhecemos Epaminondas, um funcionário público de classe média baixa, cuja vida é dominada pelo amargor da rotina. Como se tivesse bolas de ferro atadas aos tornozelos, ele se arrasta em direção ao ciclo diário casa-trabalho, trabalho-casa. A caminhada marcada pela presença do tédio e desânimo chega ao fim quando, sentado à sombra de uma árvore, ouve na residência a sua frente o som de uma bela canção. Através da janela, vê uma mulher tocando piano. Desde então, sua agenda diária ganha mais um compromisso: sentar à sombra da árvore e apreciar as belas melodias extraídas do piano por aquela desconhecida. Mas a alegria de Epaminondas dura pouco. Certo dia, presencia a mulher sendo espancada pelo marido. A cena que viu plantará em seu coração uma semente de ódio que o levará a tomar uma dura decisão. Considero este um dos melhores curtas realizados por Camilo. Uma história simples, é verdade, sem muitas surpresas, mas bem amarrada, sem pontas soltas, guiada por uma bela trilha sonora. O elenco é composto por atores da região, como os recifenses Cláudio Jaborandy (Velho Chico, Sete Vidas) e Magdale Alves (Justiça, Amores Roubados), além do já falecido ator, natural de Cortês, Jones Melo, que além de trabalhar em filmes como Amarelo Manga e Baile Perfumado, é também lembrado por sua atuação em comerciais de uma grande rede de farmácias. Prêmios Melhor Curta-metragem (Prêmio da Crítica), Melhor Direção, Melhor Ator e Prêmio Canal Brasil - Festival de Cinema de Brasília Melhor Ficção - Mostra Curta Cinema Melhor Direção de Arte – CINE PE Melhor Ator, Melhor Direção, Melhor Ficção e Melhor Curta-metragem – FAM (Festival Audiovisual Mercosul) Melhor Curta-metragem, Prêmio BNB de Cinema, Melhor Ator, Melhor Direção, Melhor Fotografia, Melhor Trilha Sonora Adaptada – 29º. Guarnicê de Cine e Vídeo Melhor Curta-metragem – Amazonas Film Festival Melhor Ator, Melhor Ficção e Melhor Curta-metragem – Cineamazônia 2006 Melhor Curta do Festival dos Festivais – 10° Festival de Curitiba Melhor Curta-metragem – 9° Mostra Brasil Plural *os curtas podem ser vistos no site da produtora Aurora Cinema. http://auroracinema.com.br/tags/curta *Por Wanderley Andrade é jornalista e crítico de cinema

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