Colunistas - Página: 278 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Colunistas

Desculpem o transtorno, preciso perdoar a Cármen

Alento mesmo foram as paraolimpíadas. Que maravilha aquela abertura. Melhor ainda a cerimônia de encerramento. Só mesmo o esporte para levantar a autoestima dos nossos heróis. Mesmo a TV aberta não transmitindo nada. Ainda bem que pago a TV a cabo em dia. Até que veio o Ministério da Educação e pá...tornou a educação física eletiva. Até que veio o Joaquim e pediu para mudar o canal. Até que veio a autoridade máxima de um dos poderes desta nação, em entrevista à Globo News, e afirmou que a sociedade poderia esperar o empenho dos integrantes do STF, porque eles não eram autistas, e sim cidadãos – e, por isso, queriam rapidez nos julgamentos. Pera aí! Para tudo! Oi? E os autistas não são cidadãos? E não querem rapidez nos julgamentos? Os microfones são inimigos dos ministros do Supremo. Vez ou outra danam-se a falar demais, assim mesmo, na frente das crianças. Entrevista de ministro deveria ser proibida para menores de 18 anos. Seria maravilhoso os ministros compreenderem que as pessoas com deficiência, incluindo os autistas, desejam - e muito - a celeridade processual. Não só aqueles que brigam na Justiça, por exemplo, contra as empresas de saúde privada para que o tratamento seja coberto pelo plano, como também os que litigam contra a União para que o SUS cumpra o papel de se aparelhar com profissionais capacitados para tratamento adequado. Ou aqueles que pretendem ter simplesmente diretos básicos de cidadania respeitados. Dizia a reportagem ser ela mestre em direito constitucional pela Universidade Federal de Minas Gerais. Não quer ser chamada de presidenta, mas sim de presidente. Senhora distinta, cabelos brancos. Séria, culta, honrada. Acredito em tudo isso apesar de não conhecê-la pessoalmente. Só a vi na TV. Seu nome é Cármen Lúcia. Quero perdoá-la. Não bastassem todas as irresponsabilidades do poder público que é flagrantemente omisso, ouvir a presidente do Supremo Tribunal Federal falar isso, assim, na lata, dentro da minha casa, sem pedir licença, parecia brincadeira. Mas não era. Foi de perder a esperança, confesso. Sim, era mais relaxante assistir ao Amigãozão no Discoveykids. É um elefante azul que nos agride bem menos. Fizemos uso do controle remoto. Logo em seguida, a ministra veio a público pedir desculpas, de forma protocolar, e dizer que não deveria mais fazer uso dessa palavra – autista - para definir algo negativo. Não deve ter sido sua intenção, como guardiã da Constituição Federal, afrontar o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana com Deficiência, amparado pela Carta Magna. Na verdade, o Brasil é que nos deve desculpas, ínclita ministra. Aliás, a mim, a V. Exa. e a todos os outros brasileiros. Este é um país que jamais se preocupou verdadeiramente com a pessoa com deficiência. Trata-se de uma nação que não preparou a mim, nem a V. Exa., a conviver com pessoas ditas especiais. Conquanto tenhamos uma legislação avançada acerca da matéria, nunca houve política pública adequada em prol dessa minoria. Sua declaração é reflexo da completa ausência do que chamamos de educação inclusiva, douta julgadora. A senhora jamais foi incluída. Eu também. As pessoas sem deficiência precisam ser incluídas. Somos vítimas da anestesia geral que assombra a sociedade. Somos humanos. Quero perdoá-la. A Lei Brasileira de Inclusão, que entrou em vigor em janeiro deste ano, trouxe a obrigatoriedade do Poder Público capacitar servidores que atuam no Poder Judiciário quanto aos direitos das pessoas com deficiência. Asseverou que devem ser oferecidos, por exemplo, todos os recursos de tecnologia assistiva disponíveis para que a pessoa com deficiência tenha garantido o acesso à justiça, sempre que figure em um dos polos da ação. Preciso perdoá-la ministra, mas que tal V. Exa. estimular, no âmbito do poder que ora chefia, o cumprimento da lei? Seria um belo início de gestão, não acha? Corra, Excelência! Antes que meu amigãozão mude de canal novamente.

Desculpem o transtorno, preciso perdoar a Cármen Read More »

Imprevidência

O País enfrenta uma crise fiscal profunda. Para resolvê-la, é necessário um ajuste severo nas contas públicas. Faz parte desse acerto a Reforma da Previdência, responsável por déficits crescentes que estão criando e, se nada for feito, continuará aprofundando o desequilíbrio financeiro do setor público. Em 2015, a arrecadação líquida da Previdência representou 5,93% do PIB enquanto as despesas com os diversos tipos de benefícios do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) responderam por 7,42%, ou seja, um déficit de 1,5% do PIB. Esses números evidenciam a gravidade do problema previdenciário. A Reforma da Previdência não é uma questão ideológica, nem partidária. É um problema do País e dos brasileiros independentemente de suas crenças políticas. Constitui-se, de fato, em desafio para os governos e para a sociedade. Caso não seja realizada, os prejudicados não serão apenas os aposentados de hoje, mas também os do futuro. Posicionar-se contra ela por ser de iniciativa do Governo Temer ou por supostamente “retirar direitos dos trabalhadores” é um ato inconsequente, imprevidente e conservador. As centrais sindicais e os partidos políticos que estão se posicionando contra a reforma poderão ser responsabilizados no futuro por danos irreparáveis aos brasileiros caso a reforma fracasse como resultado de oposição cega e irracional que não atende aos interesses do País, agora e no futuro. Na verdade os motivos para a Reforma da Previdência são estruturais, estando vinculados às mudanças na dinâmica da população brasileira. Estamos vivenciando agora os últimos anos da transição demográfica resultante de rápida queda na taxa de fecundidade das brasileiras que caiu de cerca de seis filhos por mulher em idade reprodutiva nos anos 70 do século passado para 1,7 anos nesta década. O efeito desse fenômeno demográfico está sendo o de reduzir, em termos absolutos e relativos, a população jovem até 14 anos e a de aumentar gradualmente a ponderação da população acima de 65 anos. Essa mudança reduz a demanda por educação entre os mais jovens e aumenta a demanda por saúde entre os idosos. O peso populacional desloca-se paulatinamente da base da pirâmide demográfica para o seu topo, ou seja, os jovens perdem peso às custas dos idosos. Do ponto de vista previdenciário a mudança se manifesta na queda da taxa de dependência medida pela soma do número de pessoas jovens (até 14) e idosas (acima de 65) dividido pelo número de pessoas entre 15 a 64 anos, faixa constituída por pessoas em idade ativa (PNAD/IBGE). Esse quociente caiu de 0,53 por pessoa em idade ativa, em 2001, para 0,44 em 2014 como resultado da transição demográfica. Todavia, entre 2022 e 2030 essa taxa voltará a subir sendo estimada pelo IBGE em 0,49, em 2040. Isso significa que precisaremos de mais pessoas em idade de trabalhar para sustentar cada vez menos jovens e cada vez mais idosos. A carga de trabalho vai aumentar para as próximas gerações. Esses são os aspectos demográficos. Devemos analisar agora os aspectos financeiros. O RGPS, baseado no sistema de repartição simples, beneficiava, em 2014, 54,8 milhões de pessoas dos quais 78%, ou 42,7 milhões eram empregados. O déficit primário neste ano foi de R$ 56,7 bilhões que evoluiu exponencialmente para R$ 85,8 bilhões, em 2015, ajudado pela crise que reduziu as receitas. Em 2016, até julho, o déficit já acumulava R$ 73 bilhões e em 12 meses, até o mesmo mês, já estava em R$ 120,6 bilhões. Isso representa uma trajetória insustentável ainda no curto prazo que está sendo agravada por uma vinculação indevida entre o piso do benefício previdenciário e o salário-mínimo cujo reajuste se dá atualmente pela inflação do ano anterior e pelo crescimento do PIB de dois anos antes. Um preço básico da economia e do mercado de trabalho não pode estar vinculado ao piso previdenciário. Essa vinculação é uma bomba fiscal que já está explodindo nas mãos do governo. Romper essa vinculação é essencial para melhorar o déficit da Previdência e o ambiente fiscal. A expectativa de vida dos brasileiros está em 75 anos e crescendo. Estamos nos aposentando cedo, não temos idade mínima para aposentadoria e apenas usamos o tempo de contribuição, considerado insuficiente por muitos, como parâmetro fundamental para obter o benefício. Temos ainda outros benefícios generosos como o de pensão por morte que precisam ser revistos. Se nada fizermos vamos ter, além de um imenso e talvez irremediável problema fiscal, o comprometimento da qualidade de vida não apenas dos mais idosos, mas do conjunto da população. Não sejamos inconsequentes e imprevidentes.

Imprevidência Read More »

Boa pergunta (por Joca Souza Leão)

Se existe algo que se pretende moderno é o tal do self service. Semana passada, fui a um shopping comprar meias e cuecas. Reconheço que não tenho muita intimidade com shoppings. Perco-me na mesmice dos corredores e nunca sei com certeza onde deixei o carro (ando no estacionamento de um lado para o outro, acionando o alarme, para descobrir meu carro pela buzina e pela piscada das luzes laterais; mas, por duas vezes, achei que nunca mais iria encontrá-lo). Entrei na primeira loja de confecções masculina que vi. O vendedor pediu que o acompanhasse: “Tamanho G, senhor?” “GG”, corrigi e completei: “Brancas, por favor.” Quando ele disse o preço, dei-me conta de que estava na loja errada. “Tem Zorba ou Hering?” Diante da negativa enfática do vendedor, cai fora da loja ligeirinho. E fui à cata de uma que não fosse de grife. “Onde eu encontro cueca e meia?”, perguntei ao vigilante porque, na imensa loja de departamentos, não encontrei um único vendedor pra perguntar. “Não sei, senhor. A loja é self service. Tá tudo escrito nas placas” – disse ele apontando pra cima e já se dirigindo para um outro freguês que queria saber onde ficava a gerência. Fui em frente. E muito à frente as encontrei: cuecas e meias, várias, uma seção ao lado da outra. Tive algumas dúvidas quanto aos produtos. Ninguém para esclarecer. Bati palmas. Nada. Apesar de proibido, abri duas ou três embalagens lacradas para me certificar de alguns detalhes, sentir o tecido com as mãos e a pressão do elástico. Ninguém apareceu para reclamar. Só a câmera de vídeo no teto parecia nervosa, abria e fechava o zoom, eu podia perceber (mas fazia de conta que não via nada). Dos dez caixas da loja, nenhum era dedicado ao “atendimento preferencial: deficientes, grávidas e idosos”. E apenas três estavam abertos. Vinte e cinco minutos na fila. Cronometrados. Deixei os seis pares de meia e as seis cuecas pra lá, paguei o estacionamento, achei o carro e fui embora. Não questiono a modernidade e as vantagens do chamado “autoatendimento”. Para o dono da loja, não há dúvida. Meu tempo, para ele, é de graça. O tempo de vendedores e caixas, claro, seria pago. O sociólogo italiano Domenico De Masi é quem quer saber, curioso: “se tudo virar autoatendimento, de onde virão os salários dos fregueses?” Boa pergunta.

Boa pergunta (por Joca Souza Leão) Read More »

Cerveja com churrasco: o que já é bom fica ótimo! (Por Rivaldo Neto)

Uma das parcerias mais gratificantes de quando estamos saboreando aquela cerveja é o churrasco. Nos finais de semana, volta e meia estamos a beira de uma churrasqueira  preparando cortes especiais, que vão de uma deliciosa picanha, a uma suculenta costelinha de porco. Que tipo de cerveja devemos experimentar para deixar ainda mais gratificantes esses momentos? A princípio, nós cervejeiros, achamos que as combinações tendem a ser as mais simples, mas podemos entrar em conceitos mais complexos  propiciando que essa experiência fique ainda melhor. Como sabemos o preparo do churrasco envolve outros ingredientes que vai dos molhos, saladas, vinagretes até aquele pãozinho de alho. O ideal é que o start seja dado com rótulos mais leves, menos complexos e intensos como as Pilsens e as Lagers, daí vamos chegando aos mais fortes, estes estilos  equilibram o índice alcoólico da bebida com o teor de gordura do prato. Existem estilos que combinam muito bem carnes assadas na brasa como as Vienna Lager, American Pale Ale, American Amber Ale, Irish Red Ale e Flanders Red Ale. Cortes como maminha, fraldinha e alcatra a harmonização é muitos simples, uma cerveja muito interessante para dar conta do recado perfeitamente é a Camila Camila, da cervejaria Bamberg. Ela é dourada, com o excelente lúpulo Saaz que é floral e condimentado, bem malteada, com 5,0% Vol e tem um final caramelizado e refrescante. Mas se quer ousar mais temos a Burgman Red Ale do estilo Flanders Red Ale, cerveja que se caracteriza por ser azeda (mais ácida que o normal) produzida maioritariamente na Bélgica. Apesar de dividir um ancestral comum com a cerveja Porter, sendo a Flanders bem mais clara.   Tem a coloração avermelhada, com 5,5% Vol e também com aroma de caramelo no final. O caramelo presente nestes estilos de cerveja harmoniza por afinidade com as proteínas e os açúcares caramelizados da carne devido ao fogo da churrasqueira. Como sempre afirmamos que cerveja se harmoniza por aproximação. Uma costela de porco defumada, com uma cerveja com as características a seguir é uma boa pedida.. Pois bem, a dica é a Aecht Schlenkerla Rauchbier. Essa é para quem gosta de sabores complexos. Se trata de um estilo alemão muito tradicional que nasceu na região de Bamberg. No processo de malteação os grãos são secos em fornos a lenha. A fumaça produzida pela madeira “tempera o malte” com as notas defumadas. O sabor do defumado invade a boca dando uma sensação extremamente interessante. É vermelha bem escura, com 5,1%Vol, sem muito amargor, justamente pelo defumo do líquido para não mascarar sua principal característica. Para as linguiças de porco ou frango, principalmente as de porco, o ideal é uma cerveja forte, uma Strong Ale, por exemplo. Se quiser uma experiência verdadeiramente marcante experimente  uma Delirium Tremens, belga, considerada por muitos uma das melhores cervejas do mundo, a famosa cerveja do elefante rosa. Ela é complexa, muito rica em aromas, brilhante, frutada e cítrica, com seus imponentes 8,5%Vol, um verdadeiro deleite para os amantes desse estilo. Chegando na estrela do churrasco, o destaque das carnes vermelhas, a picanha é o corte preferido pela maioria pela sua maciez e seu marcante traço de gordura lateral. Experimente uma cerveja aos estilo Brown Ale. A americana Anchor Brekle's Brown, com 6,0%Vol, avermelhada, espuma bege de boa duração. Aroma de lúpulo cítrico boa dose de malte, refrescante, de corpo leve, com final suave. Boa carbonatação e ótima drinkability. Em um churrasco, as possibilidades de carnes são muitas. Assim como os tipos de cervejas, brevemente voltamos ao assunto para dar outras dicas de como nossos sábado e domingos podem ficar ainda mais divertidos! *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas

Cerveja com churrasco: o que já é bom fica ótimo! (Por Rivaldo Neto) Read More »

Cerveja com Sushi. Qual a que combina? (Por Rivaldo Neto)

Sushi ou Niguiri, comida japonesa que caiu nas graças dos Pernambucanos, que se baseia numa antiga técnica de conservação da carne de peixe com arroz avinagrado. A forma de como ele é hoje tem em torno de 200 anos. A comida era comercializado na rua, uma espécie de fast-food japonês da antiguidade. Mas é possível harmonizar sushi com cerveja? Como podemos variar os diversos tipos de sushis, sashimis e temakis? Então vamos deixar a sua clássica harmonização com saquê, que também é uma bebida fermentada, e substituí-la por uma boa cerveja. Para quem não tem o hábito de comer um sushi com cerveja é interessante buscar estilos com um paladar mais suave e até porque o prato tem uma delicadeza peculiar, por isso devemos justamente aproximar essa características com cervejas de baixa fermentação como as Pilsens ou Lagers. E que tenham em sua composição uma boa presença de lúpulo, que indiscutivelmente vai combinar muito bem com o wasabi (tempero em forma de uma pastinha verde usado para apimentar os pratos). Mas pode ser também uma cerveja Kolsh, tal designação é exclusiva para um pouco mais de 20 cervejarias localizadas nos arredores da cidade alemã de Colónia. Este estilo passa por um processo de armazenamento mais longo, pois trata-se de uma cerveja com alta fermentação . Tem uma leveza no sabor, mas bem frutada e se destacam por afirmar que usam o melhor do lúpulo alemão (dos gêneros Hallertau, Tettnang, Spalt ou Hersbrucker) e de água bastante leve e se possível beber em uma copo Stange (imagem). Este estilo tem um final doce que pode dar uma boa sensação com o molho shoyo. Uma deliciosa cerveja neste estilo é a Fruh, de cor amarelo ouro, puro malte, com boa formação de espuma, de sabor intenso, mas suave e refrescante com um acabamento seco e lupulado, com 4,8% Vol, uma das melhores do estilo. No mercado nacional temos a Eisenbahn Kölsch produzida com quatro tipos de malte, entre eles o malte de trigo, de corpo leve, coloração dourada e de paladar e amargor baixos, possui aroma levemente frutado e possui os mesmos 4,8%Vol da Fruh. Mas se estamos nos enveredando no mundo da culinária japonesa, porque não entrarmos de vez nesta onda e harmonizarmos com uma cerveja também japonesa, no caso a Sapporo Premium, uma American Lager, levemente lupulada, mas com bom amargor, tem boa espuma no final, levemente doce, dourada e com seus 4,9%Vol. Excelente pedida! As cervejas weiss não ficam de fora. Por serem ácidas têm um lugar cativo nessa harmonização. Especialmente uma witbeer. Um caprichado sunomono misto de atum, peixe branco, salmão e lula, com pepinos é uma ótima pedida para se experimentar com esse estilo. Então indico uma das melhores cervejas que conheço. Produzida pela mesma fabricante da Duvel, a Vedett é considerada uma das melhores witbiers existentes no mundo. Além do trigo, como de costume na Bélgica, sua receita tem coentro e cascas de laranja para dar um sabor cítrico e refrescante. O aroma de ervas é uma característica muito forte desta cerveja. Como de costume, sofre a segunda fermentação na garrafa e não é filtrada, criando uma cerveja extremamente refrescante, saborosa e muito perfumada com coloração amarela e turva e com 4,7%Vol. Mas, se seu estilo preferido não foi citado, não se incomode. Na gastronomia o mais importante é o prazer e a vontade de experimentar novos sabores. Kampai (um brinde em japonês)!   *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas

Cerveja com Sushi. Qual a que combina? (Por Rivaldo Neto) Read More »

Confira: 6 concursos e 360 vagas em Pernambuco

Estão abertas as inscrições para seis grandes concursos em Pernambuco, que juntos somam 360 vagas. Os candidatos tem poucos dias para realizar o cadastro e fazer o pagamento para participar da concorrência. Confira as oportunidades. Até o dia 9 de outubro -  processo seletivo da Secretaria Executiva de Ressocialização (SERES), que preencherá 181 vagas imediatas. Existem vagas para profissionais de nível médio, técnico e superior, nas áreas de: administrador de empresa, assistente de consultório dentário, advogado, assistente social, engenheiro civil, enfermeiro, farmacêutico, fisioterapeuta, médico, nutricionista, odontólogo, psicólogo, professor de educação física, técnico em enfermagem e terapeuta ocupacional. Os salários são de até R$ 7.514,74. Inscrições e informações completas no site www.institutodarwin.org Com inscrições até o dia 17 de outubro, o Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IF Sertão-PE) lançou concurso público para técnicos-administrativos. São 27 vagas para profissionais de nível médio e superior, com salários de até R$ 3.868,21. As vagas são para os municípios de Salgueiro, Floresta, Serra Talhada, Petrolina, Ouricuri e Santa Maria da Boa Vista. Inscrições no site: concurso.ifsertao-pe.edu.br/copese. Mais informações no site: http://www.ifsertao-pe.edu.br/index.php/editais?id=2794   Estão abertas as inscrições para concurso do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE), com 74 oportunidades para concorrentes no ensino médio/técnico e superior, com salários de até R$ 9.114,67. O edital traz vagas para Arquiteto, Arquivista, Engenheiro Elétrico, Engenheiro Civil, Revisor de Texto, Administrador, Técnico em Eletrotécnica, Técnico de laboratório (Eletrotécnica), Técnico de laboratório (Mecânica), Técnico de laboratório (Informática para Internet), Técnico de laboratório (Eletroeletrônica), Técnico de laboratório (Manutenção e Suporte em Informática), Técnico de laboratório (Mecatrônica), Secretário Executivo e Professores de diversas áreas. Para esse processo seletivo foram abertos dois editais, um que tem inscrições encerradas no dia 18 de outubro e o outro no dia 8 de novembro. Confiram os detalhes no site: http://cvest.ifpe.edu.br. Mais informações: concurso@reitoria.ifpe.edu.br ou concurso.docente@reitoria.ifpe.edu.br.   Só vão até o dia 6 de outubro as inscrições para a Secretaria de Administração e Secretaria Estadual de Saúde (SES), que abriu concurso para 11 candidatos de ensino superior nas áreas de Ciências Biológicas/Gestão Ambiental ou Medicina Veterinária, Fonoaudiologia, Enfermagem, Psicologia e Sanitarista, com salários de R$ 3.720. As inscrições acontecem na sede da Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde (Rua Dona Maria Augusta Nogueira, 519, Bongi – Recife). Mais informações sobre a seleção no site www.saude.pe.gov.br . Até o dia 10 de outubro estão abertas as inscrições para o concurso da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). As oportunidades são para 63 profissionais de todos os níveis de ensino, com cargos nas áreas de Assistente em Administração, Auxiliar em Administração, Arquivista, Analista de Tecnologia da Informação/área Sistemas, Biólogo, Bibliotecário-Documentalista, Contador, Estatístico, Psicólogo, Auditor, Mestre de Edificações e Infraestrutura, Técnico de Laboratório (áreas: Biologia, Microscopia Eletrônica, Oceanografia, Paleontologia, Topografia), Técnico de Tecnologia da Informação (Governança de TI e Processos, a Segurança da Informação, Sistemas, Suporte ao Usuário, Suporte/Redes), Operador de Câmera de Cinema e TV, Técnico em Contabilidade, Técnico em Eletrônica, Técnico em Som, Confeccionador de Instrumentos Musicais, Técnico em Arquivo, Técnico em Eletroeletrônica,Tradutor e Intérprete de Linguagem de Sinais, Técnico em Assuntos Educacionais, Técnico Desportivo, Tecnólogo/formação: Audiovisual, Tradutor Intérprete: Libras, Engenheiro (áreas Civil, Elétrica e Telecomunicações), Físico, Programador Visual, Pedagogo, Fonoaudiólogo, Músico e Nutricionista. A lotação dos profisisonais será em Caruaru ou em Vitória de Santo Antão e os salários vão até R$ 3.868,21. O cadastro dos concorrentes é através do site: www.covest.com.br. Você pode conferir o edital completo no link: http://www.progepe.ufpe.br/index.php?option=com_content&view=article&id=27&Itemid=114. Até o dia 20 de outubro estão abertas as inscrições para o concurso público do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE). As oportunidades são para cargos de nível médio e superior e os salários variam de R$ 6.071,97 a R$ 9.962,39. As inscrições acontecem no site: www.cespe.unb.br/concursos/tre_pe_16. O edital completo do concurso e retificação pode ser verificado no site: www.cespe.unb.br/concursos/tre_pe_16

Confira: 6 concursos e 360 vagas em Pernambuco Read More »

Dá para combinar a cerveja com a dieta? (por Rivaldo Neto)

É uma unanimidade dizer que o álcool é um vilão para a dieta alimentar, por ser calórico, cada copo de 300ml tem em média 150 kcal aproximadamente. Isso pode variar de acordo com os insumos que compõem a bebida. Alguns estilos são mais calóricos que outros. Na realidade quanto mais álcool tiver a bebida, mas calórica ela será, mas é preciso fazer um contraponto, a cerveja é mais leve e acessível que muitas bebidas, isso as vezes faz com que seu consumo seja maior, e assim consequentemente, ingerida em maior quantidade que as demais. O exemplo é o seguinte, em uma taça de vinho 200ml , temos 170 kcal. Em um copo de cerveja, daqueles servidos em bares, que são em média com 300 ml, contendo 150 kcal você irá consumir mais facilmente os 6 chopes, e não 6 copos de vinho. Então, o vinho mesmo sendo mais calórico, bebe-se menos. Por ser a bebida mais popular do mundo, a cerveja só perde para a água e o chá (não alcólicas) e no Brasil o consumo da bebida é de 62 litros da bebida por habitante a cada ano. A cerveja é uma bebida que não possui proteínas, sendo produzida através da fermentação de cereais. Geralmente, a cerveja é composta por água, lúpulo e malte de cevada. A grande questão está no que geralmente acompanha a cerveja.Se ingerimos três ou quatro latinhas, termos umas 600 kcal. Na verdade, o que engorda são as comidas que a gente escolhe para acompanhar a cerveja. E quase sempre optamos por coisas ricas em gordura como frituras, pastéis,queijos, linguiças e carnes. Uma boa dica é apostar em acompanhamentos menos calóricos. Como brusqueta, carpáccio e até queijos mais leves, como por exemplo o mussarela de búfula. Infelizmente o mercado nacional, as cervejas light ainda são muito restritas. Se está de dieta, evite consumir ao mesmo tempo alimentos muito salgados, pois eles só aumentarão sua sede e farão você beber mais do que havia planejado. Vejamos as calorias de algumas das marcas de cerveja: A Dos Equis é muito leve, a cerveja de origem mexicana possui “apenas” 68 kcal por copo de 200 ml, o que a torna uma das cervejas menos calóricas no mercado.   A belga Stella Artois é mais antiga que o Brasil, é fabricada há mais de 600 anos, e em sua garrafa de 255ml contém 122kcal. Nascida em 1759 na Irlanda, a cerveja Guinness é conhecida por seu sabor forte e pouco adocicado. Uma lata padrão de 440 ml da cerveja contém 159 kcal.   A americana Samuel Adams, é uma das poucas cervejas light que encontramos no mercado nacional, e possui 119 Kcal. E a clássica Bud Light, líder de vendas no mercado americano contém, 110 Kcal. Tudo também vai depender do seu metabolismo e dos seus hábitos de vida. O mais recomendado é procurar um acompanhamento nutricional para fazer uma dieta balanceada e iniciar uma atividade física regular. Dessa forma você vai conseguir perder peso e ter uma vida saudável, sem precisar abrir mão da sua cervejinha! Graças a Deus!   *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas

Dá para combinar a cerveja com a dieta? (por Rivaldo Neto) Read More »

Por que os médicos escrevem? Parte II (Por Paulo Caldas)

Dentre os renomados vultos da Literatura, são incontáveis os de formação nas áreas do Direito, da Filosofia, da Política e outras profissões cujo cotidiano os motiva ao hábito da escrita. Mas e os médicos? Por ter uma vida a lidar com as mazelas alheias, o que os estimula o apego às letras? Como definir o surgimento do genial Tchekhov, de um João Guimarães Rosa, Conan Doyle, Jorge de Lima e tantos mais que se tornaria cansativo citar? Qual então o motivo desse fascínio pelo ato de escrever? Será a chamada vocação ou o estímulo vem do contato com o humano? E a especialidade médica, contribui para essa tendência? Vejamos pois o que dizem: Gentil Porto "Sinto-me à vontade para falar sobre o meu outro lado ou então do outro lado do birô. De um lado estou como médico ouvindo as queixas do cliente e sem a preocupação açodada – quase onipresente nos dias de hoje – da requisição  da malfazeja ‘bateria’ de exames. À moda antiga, ainda acredito no velho axioma de ‘curar se possível, amenizar a dor frequentemente... Mas confortar sempre’. Do outro lado está o escritor-ouvindo, lendo e escrevendo. Diz Rostand Paraíso que a ‘Literatura sempre exerceu sobre os médicos uma inegável paixão’. No meu caso, ainda menino, decidi ser médico embora o outro lado estivesse sempre presente. Talvez influência do meu avô paterno leitor impenitente, do meu avô materno tabelião e poeta da cidade de Pesqueira, sem esquecer o meu pai autodidata que costumava escrever para os jornais de Caruaru, cidade da minha infância e adolescência. Como exercício de memória poderia citar grandes nomes da literatura que eram médicos, mas se tornaria repetitivo. Por aqui, a Academia Pernambucana de Letras tem vários médicos e a Sociedade Brasileira de Médicos Escritores – Regional PE, é uma das mais atuantes do país”. Gentil tem publicado, entre outros, os títulos: Diário de Bordo, Cartas, crônicas e outras coisas, Antônio Gasolina – Romance, Vento Norte– Romance, Porto Gentil – Crônicas, E o Tempo Passou– Crônicas. Rostand Paraíso “Não é de hoje a paixão dos médicos pela Literatura. Isso se explica pelo farto material que dispõe dada a convivência com o sofrimento e a morte. E sabemos que o sofrimento propicia à Literatura. Aliás, Orígenes Lessa dizia ‘Sem sofrimento não há Literatura’. O professor Rui João Marques afirmava ‘o médico conhece o homem, suas reações diante do cotidiano e do imprevisto, as singularidades e aberrações, temas para romancistas e poetas’. No meu caso diria que o desejo de escrever me veio de repente, sem uma razão aparente. Desde a juventude, gostei de ler. Revistas, as poucas que tínhamos então (O Malho, Fon-Fon, o Tico-Tico, a Careta, o Eu-Sei- Tudo, a Scena Muda), os almanaques do Capivarol, do Biotônico Fontoura, o da Saúde da Mulher e livros, principalmente os policiais e os de aventuras (Júlio Verne, Dumas, Conan Doyle, Agatha Christie, Edgar Wallace), histórias que me deslumbravam pelos desenhos soberbos (Flash Gordon, Jim das Selvas, Príncipe Valente, Agente Secreto X-9) e textos inteligentes, elaborados por escritores já famosos. Essa paixão pelos quadrinhos cresceria e me levaria, nas minhas viagens, a visitar editoras italianas (em Roma e em Gênova), especializadas em reedições de luxo das histórias clássicas, e, criei uma grande biblioteca sobre elas. Nos poucos momentos que a atividade médica me permitia, eu que só escrevia roteiros de aulas e artigos para congressos, comecei, sem maiores pretensões, a rabiscar sobre os meus heróis dos comics. Escritos mantidos inéditos com receio do que pensariam meus alunos e clientes. Alguém, no entanto, me dedurou e, em 1989, o Jornal do Commercio publicou Quadrinhos, paixão de toda uma vida, com fotos minhas e da coleção de gibis. Foi surpresa para mim a boa repercussão e assim ousei publicar aqueles artigos engavetados. Aproveitando os momentos disponíveis comecei a escrever sobre outros temas, e lembrando Conan Doyle, criador das histórias de Sherlock Holmes e os contos de ringue, de piratas e de mistério, que o tornariam célebre. Estimulado pelos amigos, comecei a pôr no papel lembranças dos tempos da faculdade, e, como se estivesse numa máquina do tempo, fui ter a um passado mais distante, às brincadeiras de infância, aos velhos carnavais e tanta coisa mais. Daí, como se tivesse engolido uma “pílula-escrevente”, no começo escrevi febrilmente depois, de uma maneira mais calma, mas sem parar. Foram, ao todo, 15 livros, quase todos sobre o Recife e apenas um – não podia faltar – sobre os quadrinhos (A magia dos quadrinhos)”, concluiu. Dentre os títulos publicados por Rostand, estão: Livros, livreiros e livrarias, O Recife e a Segunda Guerra, A indefinível cor do tempo, Tantas estórias a contar..., e Esses ingleses...

Por que os médicos escrevem? Parte II (Por Paulo Caldas) Read More »

A cerveja que combina com a culinária nordestina (por Rivaldo Neto)

Nordeste, praias, calor... e uma gastronomia de dar água na boca. Da galinha à cabidela a uma buchada, passando por um sarapatel, uma peixada e uma caldeirada, são tantas iguarias que a cultura nordestina proporciona. O que podemos incluir para acompanhar nossos pratos com cervejas artesanais, importadas e também as tipicamente pernambucanas que estão indo muito bem obrigado. Começaremos por uma galinha à cabidela que é um excelente prato tradicional da cozinha colonial do Brasil. O sangue da ave é coletado no abate e fica avinagrado no preparo, esse processo proporciona a coloração escura do molho. Também chamado de “Galinha ao Molho Pardo”. Difícil realmente é não gostar. É servido basicamente com arroz, farofa e feijão verde. Para acompanhar a dica é uma cerveja escura e leve para se degustar. Opte por uma Brooklyn Brown Ale que tem uma coloração marrom, mas límpida, frutada e com um amargor muito equilibrado e com 5,6%Vol, sendo também leve e adocicada (com menos álcool que as tradicionais Brow Ale) bom aroma causando assim uma refrescância gratificante combinando com o molho. Outro prato que contém sangue no seu preparo é o sarapatel, guisado de sangue, tripas e miúdos de porco ou carneiro ou bode (até mesmo de galinha), bem condimentado. Possui sabor mais intenso que a galinha cabidela e também bem mais gorduroso. Uma curiosidade também é que em Portugal existe uma prato semelhante chamado Sarrabulho. Com uma dica, se você gostar de um sarapatel apimentando opte por uma cerveja com amargor intenso. A cervejaria pernambucana Debron Bier, lançou uma excelente IPA com 6,8%vol e 70 IBU (índice que mede o grau de amargor da bebida) combina perfeitamente. E quanto mais picante for a comida, mais lupulada e amarga deve ser a cerveja. O lúpulo consegue combinar bem o efeito das pimentas, permitindo que você consiga sentir melhor os sabores tanto do prato quanto da bebida. Partindo para uma Buchada, que é feita com as entranhas (rins, figado e vísceras) de bode originalmente, mas também é feita de boi ou porco. As partes são lavadas, fervidas, cortadas, temperadas e cozidas em bolsas (que medem cerca de 8 cm de diâmetro), feitas com o próprio estômago do animal e acompanha arroz um pirão feito do molho das carnes cozidas. Por ser um prato mais “pesado” experimente comer com uma American Lager, como a Serra Malte, com 6,0%Vol, e possui uma cor forte, baixa fermentação, amargor acentuado, composto de extrato primitivo extra. Com boa quantidade de lúpulo essa cerveja harmoniza muito bem com pratos mais condimentados como é esse o caso.     Mas se vamos comer frutos do mar como uma boa peixada pernambucana, onde o peixe é cozido com verduras e legumes ou uma caldeirada , contendo camarão, sururu, marisco, lagosta e outros frutos do mar, podemos harmonizar com os estilos witbier ou munich helles. A The White IPA, da cervejaria Dortmund é uma excelente opção. Muito refrescante, cítrica na medida certa, muito aroma, mas nada exagerado, com 50 IBU, com dry-hopping de lúpulo cascade e 4,5%Vol. E pra Munich Hells ou também chamada Münchner Hell, que significa Clara de Munique, temos a da pernambucana cervejaria Ekäut, perfeita para acompanhar esses tipos de pratos, com 4,7%Vol, refrescante, leve e translúcida.    Não é a toa que o consumo de cerveja no nordeste foi impulsionado em 40% nos últimos três anos, tanto pela efervescência do mercado, quanto pela clima que proporciona o consumo da bebida, e nada como também ter uma gastronomia que ajude! Alguém duvida?! MUNDO CERVEJEIRO Grand Mercure Summerville promove fins de semana dedicados à cerveja Sempre inovando no quesito entretenimento, esportes e lazer para todas as idades, o Grand Mercure Summerville Resort - localizado em Muro Alto, Porto de Galinhas (PE) - investe em finais de semana temáticos com programações especiais, exclusivas para os hóspedes, no seu “Pub Sport Bar”. O espaço, que tem inspiração inglesa e foi concebido em parceria com a Eisenbahn, marca de cerveja da Brasil Kirin, promove, nos dias 23 e 30 de setembro, atrações destinadas exclusivamente para os adultos envolvendo experiências sensoriais com a popular bebida alcoólica produzida a partir da fermentação de cereais. Dentre os assuntos abordados nos workshops promovidos pelos Mestres Cervejeiros especialistas da marca Brasil Kirin, Christian Teixeira de Carvalho e Guilherme de Oliveira Gusmão, estarão “Origem e história da cerveja”, “Descrição das famílias e estilos de cerveja”, “Caracterização dos principais ingredientes utilizados na fabricação de cerveja” e “Explicação de cada etapa do processo de fabricação de cerveja”. Além das aulas, os participantes vão poder fazer degustação de diferentes rótulos assinados pela brand. Contato para reservas: (81) 3302-4446 *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas

A cerveja que combina com a culinária nordestina (por Rivaldo Neto) Read More »

Inflação e desemprego: duas maldições

Inflação e desemprego são terríveis males econômicos quando vistos individualmente. Um ou outro já derrotaram muitos candidatos a altos cargos eletivos em todo o mundo. São, por conseguinte, antipopulares e implacáveis com os governantes que os geraram ou que com eles tergiversaram. Todavia, mais estragos fazem à economia quando se apresentam conjuntamente, de mãos dadas. Infelizmente esse é o caso brasileiro. E Pernambuco não é exceção. Esse quadro, típico do que os economistas denominam de estagflação, ou seja, a combinação perversa de estagnação (na verdade recessão) com aumento persistente, em patamar elevado, do nível geral de preços, tem sido uma das características mais marcantes da atual crise econômica brasileira, a mais profunda e longa desde a década dos 30 do século passado. É fato que os preços estão crescendo menos rapidamente, mas isso não nos conforta dado que não apenas a inflação se situa em nível alto, em torno de 8,74% nos últimos 12 meses até julho, mas que também vem perdendo folego muito lentamente. O custo social é elevado, comprometendo a qualidade de vida de milhões de brasileiros. O desemprego retira renda nominal das pessoas que perderam seus postos de trabalho enquanto a inflação retira renda real (perda de poder de compra) de todos os brasileiros, quer estejam ou não ocupados. Isso alimenta um círculo vicioso segundo o qual mais desemprego e menos renda conduzem à queda na massa salarial que leva a menos consumo, menos produção e a mais perdas de postos de trabalho. Os dados para inflação e desemprego são inequívocos. O IPCA-15, para o Brasil como um todo, apontou uma inflação de 0,45% em agosto último, inferior a de julho (0,54%), mas ainda maior do que a observada no mesmo período do ano passado (0,43%). Isso conduziu a uma inflação acumulada em 12 meses até meado de agosto de 8,95% e a acumulada no ano a 5,66%. Os mesmos dados para o Recife que teve em agosto uma inflação três vezes menor (0,15%) do que a média nacional (0,45%) foram, respectivamente, 8,51% e 5,69%. Observe que para este ano no Recife a inflação acumulada até meados de agosto está acima da média do País. Alimentos e bebidas são os principais vilões. A taxa de desemprego brasileira no segundo trimestre de 2016 subiu para 11,3%, alcançando cerca de 13,4 milhões de pessoas. Entre estas estão as que perderam o emprego e que estão tentando reconquistar uma ocupação, e aquelas que entraram pela primeira vez ou que reentraram no mercado de trabalho. Entre as macrorregiões do País o Nordeste viu a taxa de desemprego elevar-se de 10,3% para 13,2% em relação às observadas no segundo trimestre de 2015. Em Pernambuco, a taxa alcançou 14%, a terceira maior do País. Para o Brasil e suas macrorregiões as taxas são maiores entre as mulheres do que entre os homens e também mais alta para os jovens, especialmente entre os que situam na faixa etária entre 14 e 24 anos de idade, atingindo com muita força aqueles que têm ensino médio completo ou equivalente. Portanto, o desemprego atinge as pessoas de forma diferente, por idade, sexo e grau de instrução, penalizando os mais vulneráveis, especialmente os jovens, as mulheres e aqueles com pouca educação. Portanto, Pernambuco e Recife apresentaram até o primeiro semestre deste ano dois números malditos e preocupantes: desemprego de 14% e inflação de 8,51%, respectivamente. O desemprego não é maior porque o País está vivenciando fenômeno demográfico que tem reduzido o crescimento do número de pessoas buscando emprego. Com menos filhos por mulher em idade reprodutiva (1,7 em 2016, inferior à necessária para manter a população constante) a taxa de crescimento da população brasileira caiu de 1,1% ao ano, entre 2004 e 2009, para 0,9% entre 2009 e 2016. Entre esses dois períodos a taxa de crescimento da força de trabalho reduziu-se de 1,9% para 1%. Como está crescendo menos, os empregos disponíveis vão encontrar menos jovens a sua procura. Contudo, esta janela de oportunidade vai se fechar em breve. Se esse fenômeno inexistisse, as taxas de desemprego agora enfrentadas pelo País seriam ainda maiores. A demografia, e não o Governo, está evitando que o drama do desemprego seja ainda maior. Enfrentar preços altos e crescentes junto com desemprego elevado e seletivo é desafio para políticos, governos e sociedade. O que os políticos que são candidatos agora e em 2018 têm a dizer sobre isso?

Inflação e desemprego: duas maldições Read More »