Wanderley Andrade – Página: 5 – Revista Algomais – a revista de Pernambuco

Wanderley Andrade

Nimbus: curta de animação pernambucano é destaque em festivais

Entre os dias 8 e 13 de setembro, ocorrerá em São Paulo a 10ª edição do Cinefantasy – Festival Internacional de Cinema Fantástico. Na lista de curtas-metragens selecionados para as mostras competitivas, destaque para a animação Nimbus, do pernambucano Marcos Buccini. No mês de julho o curta já havia participado do I Festival Nacional de Curtas do Cinema da Fundação. Nimbus tem como personagem central a conhecida figura do sertanejo em prece aos céus por chuva. No entanto, o foco da história não está na oração, nem tão pouco na resposta que logo se materializa na forma de nuvens carregadas. Está em como estas nuvens são produzidas. É quando entra em cena toda a criatividade de Buccini, que propõe sua versão futurista desse, digamos, processo de produção, guiado por operários bem peculiares no céu. Processo futurista, é verdade, quando contraposto ao cenário sertanejo. Porém, com os pés muito bem fincados no passado das máquinas à vapor e do modo de produção industrial.     Longo processo até a estreia Buccini conta que o projeto surgiu há quase 20 anos. Inicialmente, seria um clipe para a música “A Tempestade”, da banda “Cordel de Fogo Encantado”, mas o pouco dinheiro impossibilitou o trabalho. “Nós fizemos bonecos, cenário, mas não tínhamos um bom equipamento de captura de imagem, a câmera não era boa. Era um negócio meio precário, então, não foi pra frente.” A ideia foi colocada de lado por algum tempo até Buccini decidir fazer um curta, ao invés do clipe. Submeteu o projeto ao Funcultura, e, após passar por um longo processo de produção e pós-produção, foi, enfim, lançado. Demorou dez anos para ficar pronto. A relação de Marcos Buccini com o cinema de animação não se resume ao curta. Em 2017, o cineasta, que também é professor do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, lançou o livro “História do Cinema de Animação em Pernambuco”. Além de desvelar a história do gênero, como diz o título, a obra reflete sobre as particularidades de cada animação produzida no estado.

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Netflix: série documental apresenta culinária das ruas de cidades asiáticas

Nossa relação com a comida vai além do paladar, envolve todos os sentidos. Somos atraídos desde as cores de um prato ao aroma que exala. É uma experiência completa. Street Food: Ásia, série documental da Netflix, trata dessa experiência. Street Food: Ásia é produzida por David Gelb, mente criativa por trás de Chef’s Table, outra série de culinária do serviço de streaming. A diferença entre elas está no ambiente: saltamos dos requintados restaurantes, muitos deles classificados como melhores do mundo, para o burburinho das ruas. Ao todo são nove episódios protagonizados por personagens e pratos que revelam um pouco da cultura asiática. Exemplos como o da centenária Mbah, que, apesar da idade, ainda trabalha nas ruas de Yogyakarta, cidade da ilha de Java, na Indonésia. Ela vende Gudeg, comida tradicional feita com jaca assada acompanhada de ovo, frango ou carne de boi crocante.     O programa mostra o embate entre a tradição e o novo olhar proposto pelos mais jovens no trato com as receitas clássicas. Como acontece com Aisha Hashim, de Singapura. Aisha sofreu resistência dos pais quando decidiu utilizar maquinários industriais para processar os ingredientes de um doce chamado Putu piring, um bolinho de arroz no vapor recheado com açúcar de palma derretido. Após a mudança, conseguiu diminuir o tempo de processamento da farinha de arroz de dez para duas horas. Street Food: Ásia desvela histórias de vida que inevitavelmente se entrelaçam à história da criação de cada receita. É certeira a afirmação de Kevindra P. Soemantri, crítico gastronômico entrevistado na série: “a comida de rua representa o povo e sua cultura.” A nova temporada estreia na Netflix no dia 21 de julho, agora com foco na América Latina.

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Crítica| Adú (Netflix)

Em meio às dificuldades enfrentadas por refugiados em diversas partes do mundo, inclusive aqui no Brasil, o debate sobre o tema se torna cada vez mais necessário, não importa em qual canal, inclusive na sétima arte. No intuito de aquecer esse debate, chega à Netflix o filme espanhol Adú, que tem como protagonista um garoto africano e sua difícil jornada até a Espanha. Na história, Adú (Moustapha Oumarou) e a irmã, Alika (Zayiddiya Dissou), são obrigados a fugir da vila onde moravam, no extremo norte da África, após testemunharem o assassinato de um elefante por caçadores de marfim. Sua mãe é morta e agora terão de ir à Espanha ao encontro do pai. No caminho, Adú encontrará um fiel parceiro, o jovem Massar (Adam Nourou).     No entanto, a jornada de Adú não é a única do filme. Além do conflito enfrentado pelo personagem central, temos também outros dois. O do guarda civil, Mateo (Álvaro Cervantes), que é acusado junto com outros oficiais pela morte de um imigrante e o de Gonzalo (Luis Tosar), um agente florestal que enfrenta problemas de relacionamento com a filha Sandra (Anna Castillo). O grande problema de Adú é o excesso de tramas, que tira o foco e enfraquece o arco principal. Seria até justificável se, na conclusão, essas histórias se conectassem, interligando todos os arcos e amarrando bem o roteiro. No fim, esse encontro acontece, mas de forma forçada, apenas para justificar a grande salada de tramas.   Inspirado em histórias reais Adú é dirigido pelo experiente diretor espanhol, Salvador Calvo. O cineasta contou em entrevista ao SensaCine, um portal espanhol de notícias sobre cinema e séries, que se inspirou em pessoas que conheceu quando foi voluntário da CEAR (Comissão Espanhola de Ajuda aos Refugiados). Histórias como a do próprio Massar, um adolescente da Somália, que sofria abusos do tio.

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Space Force: série da Netflix satiriza novo braço militar dos EUA

A partir de um tuíte de Donald Trump, em 2018, que anunciava os planos para a criação de uma Força Espacial, surgiu a inspiração para a mais nova série da Netflix: Space Force. Criada pela dupla Steve Carell e Greg Daniels, do sucesso The Office, a nova aposta do serviço de streaming traz como protagonista o general Mark R. Naird (Carell), um piloto condecorado convocado a liderar uma nova divisão das Forças Armadas: a Space Force. Acompanha com muita liberdade criativa, claro, os primeiros anos da força espacial dos EUA lançada por Trump em 2019. O programa vem dividindo opiniões da crítica especializada, principalmente de alguns que esperavam mais alfinetadas no Trump. Por sinal, os dois primeiros episódios dão a impressão de que a série seguirá por esse caminho como quando satiriza as tomadas de decisões via Twitter do presidente ou quando mostra uma sequência hilária com militares e cientistas decidindo se enviam ou não um chimpanzé, que já está no espaço, para (acreditem!) consertar um satélite sabotado pelos chineses. A China, inclusive, é tratada como verdadeira pedra no sapato dos americanos na missão de retorno à Lua. Já a partir do terceiro episódio as coisas desandam para um misto de comédia romântica com algumas pitadas de drama. Space Force ganha em qualidade com a presença do ator John Malkovich e sua boa química com Steve Carell. Malkovich encarna o Dr. Adrian, braço direito de Naird e conselheiro nas tomadas de decisões. Outro nome conhecido é o da atriz Lisa Kudrow, a Phoebe de Friends. Lisa interpreta a esposa de Naird, Maggie, que aparece na cadeia já no primeiro episódio. Alguns núcleos secundários destoam do principal, como por exemplo, as cenas com a filha do general, Erin (Diana Silvers), que por vezes quebram o ritmo da narrativa. Ainda que os criadores tenham perdido a oportunidade de tornar a série um pouco mais ácida, considerando o pano de fundo promissor de lambanças do governo Trump, no fim, Space Force termina o primeiro ano de forma positiva. As muitas perguntas não respondidas e algumas pontas soltas prometem uma segunda temporada bem movimentada.  

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Documentários da Netflix e da Amazon Prime Video para ver na quarentena

Aos que curtem documentários, trago hoje uma lista com produções do gênero que podem ser encontradas nos catálogos da Netflix e Amazon Prime Video. Filmes vencedores em grandes festivais, como Sundance e o Oscar. Segue a lista.   The Square   Ganhador de três Emmys, o documentário The Square, da Netflix, acompanha bem de perto a revolução Egípcia de 2011. Através dela, milhares de jovens se reuniram na praça Tahrir, centro do Cairo, e, com os atos, conseguiram tirar do poder um ditador e, mais adiante, impulsionar o fim de um regime militar. Em meio a tiros e bombas, presenciamos a dura realidade de pessoas que, lutando por liberdade, enfrentaram de forma desigual o exército muito bem armado. Um dos personagens de destaque é o ator britânico, Khalid Abdalla, um dos líderes da revolução. Abdalla é conhecido por protagonizar o filme Caçador de Pipas. The Square foi indicado ao Oscar de melhor documentário em 2014.   Human Flow: Não Existe Lar se Não Há Para Onde Ir   O documentário mostra a jornada de refugiados em busca de um lugar onde possam reconstruir suas vidas. A maior parte escapando da miséria e da guerra, que avançam por seus países de origem. O diretor e ativista social, Ai Weiwei, acompanhou de perto o drama de famílias em 23 países, entre eles, Grécia, França, Alemanha, Iraque, México, Afeganistão, Turquia e Quênia. Países como o Líbano, que recebe pessoas da Síria e da Palestina. Um terço da população do país é de refugiados. Human Flow está no catálogo da Amazon Prime Video.   A Vida em Mim   O curta sueco A Vida em Mim acompanha a vida de crianças refugiadas na Suécia que sofrem da Síndrome da Resignação. A misteriosa doença faz com que fiquem em estado permanente de sono, como se estivessem em coma. Crianças como Karen, garoto que teve de fugir com os pais e irmãos de seu país de origem, marcado pela violência. Com imagens intercaladas de regiões tomadas pela neve na Suécia, A Vida em Mim exala a dor fria e cortante de famílias marcadas pelo trauma da guerra e pela incerteza do futuro. O curta foi indicado ao Oscar 2020 de Melhor Documentário de Curta-Metragem. Disponível no catálogo da Netflix.   One Child Nation   Em One Child Nation, documentário da Amazon Prime Video, as cineastas Nanfu Wang e Jialing Zhang investigam como funcionava a política do filho único promovida pelo governo chinês a partir do final da década de 70. Nanfu entrevista seus próprios familiares e descobre histórias chocantes, como a de uma prima recém-nascida que foi abandonada em um mercado público (movimentado, importante frisar) e que veio a falecer. Ninguém a acolheu por (acredite) ser menina. No percurso, as diretoras entrevistam “cegonheiros”, pessoas que encontravam os bebês nas ruas e os vendiam a orfanatos. Essas instituições direcionavam as crianças para a adoção a famílias estrangeiras. Documentário necessário, que denuncia um período tenso na China promovido por um programa que ceifou a vida de milhões de crianças. One Child Nation conquistou o grande prêmio do júri em Sundance ano passado e foi pré-finalista ao Oscar.

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Crítica| Resgate (Netflix)

Após o sucesso de crítica e público de filmes de ação como Atômica e da franquia John Wick, algo que outrora não era tão frequente em relação ao gênero, novas produções com cenas de ação mais refinadas estão surgindo. A mais recente é Resgate, produção original Netflix, que tem no elenco o astro Chris Hemsworth. Hemsworth interpreta Tyler Rake, um mercenário que é contratado para resgatar Ovi (Rudhraksh Jaiswal), filho de um traficante indiano. O garoto foi sequestrado a mando de Amir Asif (Priyanshu Painyuli), um traficante de drogas de Bangladesh. Durante a missão, Rake descobre que não receberá o dinheiro do resgate. Mas a forte ligação com Ovi fará Rake protegê-lo a todo custo.   Tyler Rake encarna estereótipo parecido ao de famosos personagens brucutus do cinema como John Rambo e Braddock. O passado marcado pelo trauma relacionado à morte do filho dá ao protagonista certa profundidade, coisa que muitos personagens do gênero não costumam apresentar. Resgate tem a mesma pegada de filmes da franquia John Wick: lutas coreografadas e cenas de tirar o fôlego. Numa das melhores sequências, acompanhamos uma perseguição em meio às ruas apertadas de Dhaka, capital de Bangladesh, através de um bem trabalhado longo plano-sequência. Em seguida, com um corte sutil, a câmera acomoda o espectador dentro do veículo em que estão os protagonistas. Resgate foi produzido pela Netflix em parceria com os Irmãos Russo, diretores de grandes sucessos da Marvel, como Capitão América: Guerra Civil, Vingadores: Guerra Infinita e Vingadores: Ultimato. A história é baseada na Graphic Novel Ciudad, escrita pelos irmãos cineastas. É o primeiro longa dirigido por Sam Hargrave. Antes de Resgate, Hargrave havia trabalhado como coordenador de dublês em alguns filmes da Marvel.  

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Castelo Rá-Tim-Bum: série infantil de sucesso disponível no Youtube

“Que som? Que som é esse? Quem sabe o nome dele?” Se você era criança no início da década de 90 deve lembrar muito bem dessa frase, ou melhor, do trecho da canção. Se não havia nascido ainda, saiba que assim dizia o refrão da música de abertura de uma das séries infantis mais famosas da época no Brasil, o Castelo Rá-Tim-Bum. O programa, criado por Flávio de Souza e Cao Hamburger, estreou em 1994, conquistando muitos fãs e também prêmios como o de Melhor Programa Infantil da Associação Paulista de Críticos de Artes, um dos mais importantes do país, e a medalha de prata no Festival de Televisão de Nova York.     A boa notícia é que hoje é possível assistir sem custo a todos os episódios. A TV Cultura disponibilizou já há algum tempo todos eles no YouTube. Se você é fã do Nino, Dr. Victor, Morgana, Zeca, Biba e Pedro, ou se deseja conhecer melhor essa turma, é só clicar: “Plift Ploft Still, a porta se abriu!!”

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Prime Video: saiba quais filmes brasileiros entraram esta semana no catálogo

Escolher um filme do catálogo de algum serviço de streaming tem se mostrado tarefa árdua, considerando a variedade de opções. Para facilitar essa busca indicarei aqui produções nacionais que entraram esta semana no Amazon Prime Video. Segue a lista.   Eu, Tu, Eles (2000) Direção: Andrucha Waddington Elenco: Luiz Carlos Vasconcelos, Regina Casé, Stênio Garcia, Lima Duarte Três anos depois de deixar sua pequena cidade brasileira para se casar, Darlene retorna com uma criança mas nenhum marido. À procura de ajuda, encontra Osias e se casa com ele. Mas logo em seguida, chama a atenção de Zezinho, o primo de Ozias, e se casam também. Por fim, vem Ciro, um homem misterioso, que se torna o terceiro marido de Darlene.   Deus é Brasileiro (2003) Direção: Carlos Diegues Elenco: Antônio Fagundes, Wagner Moura, Paloma Duarte Cansado da humanidade, Deus resolve tirar férias e procura alguém no Brasil para substituí-lo. O borracheiro e pescador Taoca e a solitária Madá o levarão até Quincas das Mulas, candidato de Deus a santo.   Irmãos de Fé (2004) Direção: Moacyr Góes Elenco: Thiago Lacerda, Gustavo Ottoni, Padre Marcelo Rossi Um assaltante menor de idade é internado na FEBEM e recebe uma Bíblia de presente de um padre. Desde então, ele começa a conhecer a história do apóstolo Paulo, que passou de perseguidor de cristãos a santo da Igreja Católica.   Tayná 2 – A Aventura Continua (2004) Direção: Mauro Lima Elenco: Eunice Baía, Vitor Morosini, Arilene Rodrigues Na nova aventura, Tainá enfrenta uma quadrilha que contrabandeia espécies raras da fauna amazônica e corta árvores milenares.   O Menino da Porteira (2009) Direção: Jeremias Moreira Filho Elenco: Daniel, João Pedro Carvalho, José de Abreu O filme narra a história de amizade entre o peão Diogo e o menino Rodrigo. A dupla irá enfrentar a ganância do major Batista, dono da Fazenda Ouro Fino.  

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Crítica| Filmando Casablanca (Netflix)

Considerado a antítese do cinema de autor, o diretor húngaro-americano, Michael Curtiz, teve uma vida cercada por polêmicas. Tinha a fama de humilhar seus subordinados nos sets de filmagem e chegou a avaliar o trabalho dos atores como “cinquenta por cento um grande conjunto de truques. A outra metade deveria ser talento e habilidade, mas raramente são.” Com ou sem polêmica, Curtiz dirigiu um dos maiores clássicos do cinema mundial: Casablanca, estrelado por Ingrid Bergman e Humphrey Bogart em 1942. E para contar a história dos bastidores desse grande filme, estreou na Netflix a produção original do serviço de streaming, Filmando Casablanca. O título brasileiro revela pouco do que é o filme, ainda que a história tenha como pano de fundo justamente as gravações de Casablanca. Na verdade, a trama se atém aos conflitos de Curtiz com as pessoas que o rodeavam nos sets e com a família, conflitos potencializados pelos relacionamentos extraconjugais do diretor. Problemas também com a irmã que estava na Europa, prestes a ser levada a algum campo de concentração nazista. Junto a tudo isso o desafio de, ao mesmo tempo, filmar e escrever a história com os roteiristas. Quando começou a ser filmado, Casablanca ainda não tinha um final.     Filmando Casablanca, ou melhor, Curtiz (seu título original), tem um belo trabalho de fotografia, assinado por Zoltán Dévényi. Realizado em preto e branco, com algumas cenas recebendo toques de vermelho, o longa imprime uma pegada noir, potencializada pelo charme das atuações, principalmente no trabalho do ator húngaro, Ferenc Lengyel, que encarna Curtiz, um personagem de muitas camadas. A trilha sonora é outro ponto a se destacar, marcada pelos metais do trompetista húngaro, Gábor Subicz. O filme mostra situações inusitadas dos bastidores de Casablanca, como quando contrataram um grupo de anões para a cena final. Como o orçamento para o filme era pequeno, tiveram de fazer um avião de madeira e papel, bem menor que uma aeronave de verdade. Filmando Casablanca ganhou o prêmio de melhor filme no Festival Internacional de Cinema de Montreal, Canadá. Boa pedida aos fãs do clássico americano.  

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Crítica | Por Lugares Incríveis (Netflix)

“Apenas um melodrama adolescente comum.” A resposta de Theodore Finch (Justice Smith) ao professor Embry (Keegan-Michael Key) após ser questionado quanto ao seu estado, reflete bem o que é o novo filme da Netflix, Por Lugares Incríveis. A história acompanha Violet Markey (Elle Fanning), uma adolescente de 17 anos que sofre com a perda da irmã, morta em um acidente automobilístico. Violet decide pular de uma ponte, mas é impedida por Theodore, um colega da escola. Desde então, uma forte ligação começa a ser construída entre os dois. Este é sim mais um daqueles melodramas adolescentes no melhor (ou pior) estilo A Culpa É das Estrelas ou Um Amor Para Recordar. Ainda que o gênero tenha público, falta a essas histórias coragem para ousar e fugir do lugar comum. Por Lugares Incríveis é baseado no livro homônimo de Jennifer Niven, que também assina o roteiro ao lado de Liz Hannah (The Post: A Guerra Secreta). A trama até que ousa ao, no primeiro momento, dar destaque ao drama de Violet e, no meio do filme, mudar o foco para Theodore. A segurança demonstrada pelo protagonista no início era apenas uma capa que ocultava traumas do passado que o fazem fugir. Desde então, passa a sofrer bullying na escola e a ser chamado de aberração.     É justamente na metade do segundo ato que os personagens se revelam mais complexos, cheios de camadas. Mas o filme perde a força outra vez na conclusão ao optar por um desfecho clichê e preguiçoso. Elle Fanning e Justice Smith têm até carisma, mas falta química ao casal de protagonistas. Parte por culpa do roteiro que não desenvolve bem a relação entre os personagens. Importantedestacar o belo trabalho de fotografia realizado por Rob Givens. Por Lugares Incríveis tem algumas pitadas de road movie: as cenas na estrada, algumas tomadas aéreas, e de lugares exóticos como um grande lago (que terá certa importância para o desfecho da história) são de encher os olhos. As fragilidades do roteiro e das atuações não ofuscam a importância do filme no sentido de propor a discussão de temas atuais e necessários como o bullying e a depressão. Por Lugares Incríveis está atualmente entre os dez filmes mais assistidos na Netflix.    

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