'Cavalo de pau' nas compras de casa - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

'Cavalo de pau' nas compras de casa

Rafael Dantas

*Por Por Raul Cantarelli

Já ouviram o termo cavalo de pau? Quem é do NE pode se lembrar de uma banda de forró antiga ou ainda daquela manobra arriscada com o carro que, de verdade, nunca vi sentido algum a não ser em uma perseguição policial de filme. Mas, não vim aqui falar nem de um nem de outro. Usamos o termo 'cavalo de pau' quando algo dá uma virada muito grande, quando a direção muda e a aceleração dessa mudança é rápida e acima da média. E foi exatamente isso que aconteceu com varejo no mundo desde o início da pandemia.

Todos já estamos cansados de ouvir sobre a hiper aceleração na digitalização das empresas e nas suas formas de fazer negócios durante esse período pandêmico. Mas, já temos tempo e estrada suficientes nesse já, não tão novo normal, para começar a avaliar os casos concretos e aprender com eles. Por isso hoje, aqui, vou me ater ao mundo dos varejos, atacados e atacarejos existentes nas nossas cidades, lugares esses, onde fazemos as compras recorrentes para nossas casas.

Já sabíamos comprar, sushi, pizza, remédios e até cerveja, é verdade. Esses e vários outros produtos e serviços já estavam mais que consolidados de maneira ampla no mercado de delivery que nós, brasileiros, tanto amamos (representamos algo perto de 48% do volume de todo o serviço de delivery da América Latina, segundo a ABRASEL). Mas daí a receber uma feira completa em poucas horas na porta de casa, apesar de já ser uma tendência pré-pandemia, convenhamos que ainda era uma prática de poucos. Acontece que, de repente, adaptação virou regra e não opção e tanto os varejistas como os consumidores aprenderam rápido.

Através dos apps de entrega ou com o serviço próprio, as empresas colocaram o pé no acelerador dos canais digitais e logísticos e deram um show de adaptabilidade, tanto as grandes como as médias e pequenas. Por isso, hoje é possível receber essa compra completa em poucas horas, com direito a escolher o canal para realizar o pedido (aplicativos de entrega, apps próprios, ecommerce, WhatsApp direto) e os dados mostram, através de ticket médio, que é isso que os consumidores estão fazendo. A maioria das compras não são de produtos isolados, são do enxoval inteiro, da feira completa.

A guerra, antes nos outdoors e panfletos, passou oficialmente para o Google e Facebook e esse movimento traz mais competitividade e oportunidades para aqueles que fazem bem feito. E, para os que ainda insistem em não entrar no jogo eu deixo um recado: a festa começou, o bolo está servido e se você não está com o seu pedaço, abra o olho porque tem outra empresa comendo ele.

*Raul Cantarelli é sócio-fundador da Jogga Digital (raul.cantarelli@jogga.com.br)

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