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Cultura e história

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Exposição no MuAfro destaca a força da indumentária negra em Pernambuco

“Entre Linhas e Lutas: Indumentárias de Memórias em Movimento” abre nesta quarta-feira (03), no Bairro do Recife O Museu da Abolição e da Memória Afro-brasileira (MuAfro) abre suas portas, nesta quarta-feira (03), para a exposição “Entre Linhas e Lutas: Indumentárias de Memórias em Movimento”, que reúne 43 peças de acervos afetivos e históricos ligados à identidade negra em Pernambuco. A mostra tem curadoria de Oluyiá França e Teresa França e ficará em cartaz até 28 de setembro, com visitação gratuita de quarta a domingo, das 13h às 17h. Entre vestidos, saias, batas, camisas, bolsas e boinas, a exposição apresenta narrativas de resistência, afeto e pertencimento que atravessam gerações. Na abertura, marcada para as 19h, a designer e pesquisadora Oluyiá França lança também o site oluyia.com.br, que traz resultados de sua pesquisa sobre indumentária negra nos museus de Pernambuco. A mostra propõe um diálogo entre heranças familiares e o legado do movimento negro. “É um espaço para compreender como as memórias, as histórias e as tradições visuais se entrelaçam ao meu trabalho, costurando passado, presente e futuro”, explica Oluyiá. Sua mãe e parceira de curadoria, a artista e educadora Teresa França, integra a narrativa, reforçando a ligação entre arte, educação e militância. Entre os destaques do acervo está uma bata de 1981, confeccionada para o desfile da Ala do Movimento Negro (MNU) no Afoxé Ilê de África, organizada pelo mestre Zumbi Bahia. A peça foi costurada por Amélia Gomes do Nascimento, tia e mãe de criação de Teresa, com desenho idealizado por Jorge de Morais Barbosa, pai de Oluyiá. A exposição é estruturada em núcleos temáticos que apresentam vídeos da pesquisa sobre indumentária negra, o percurso criativo de Oluyiá e peças que revelam como a estética negra é também política, associando-se a atos de resistência e afirmação identitária. O público será convidado a interagir deixando memórias e reflexões em um mural coletivo. Serviço Exposição: Entre Linhas e Lutas: Indumentárias de Memórias em Movimento Abertura: 03 de setembro, às 19h Período de visitação: até 28 de setembro Horário: de quarta a domingo, das 13h às 17h Local: MuAfro – Rua Mariz e Barros, 328, Bairro do Recife Entrada gratuita

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Programa Ressignificar transforma vidas na Zona da Mata Sul

Criado em 2021 por Cida Hacker de Melo, o Programa Ressignificar, do Instituto Marcos Hacker de Melo (MHM), tem promovido impacto social significativo entre crianças e adolescentes da Zona da Mata Sul de Pernambuco. A iniciativa surgiu em homenagem a seu filho, Marcos Hacker de Melo (in memoriam), e já alcança mais de 4 mil alunos do Ensino Fundamental I e II, em 24 escolas públicas de Barreiros, Gameleira e Rio Formoso. Além de envolver diretamente professores e gestores, o projeto busca inserir jovens no mercado de trabalho e estimular o desenvolvimento integral. Com livros customizados e oficinas formativas, o Ressignificar aposta no fortalecimento de competências socioemocionais e no autoconhecimento. As atividades no contraturno incluem música, esportes e cidadania, ampliando o universo cultural e social dos estudantes. “No âmbito esportivo, oferecemos frescobol e xadrez, que não precisam de quadra poliesportiva, já que nem todas as escolas onde atuamos possuem esse espaço”, conta Cida. O coral de 30 alunos e as visitas culturais complementam o processo formativo. “Essa jornada de se conhecer melhor ajuda a desenvolver habilidades importantes, fortalecendo não só o crescimento pessoal, mas também as relações com os outros”, acrescenta. Outra frente importante do programa é a conscientização socioambiental. Em parceria com a MM Plástico, as escolas participantes realizam coleta de garrafas PET, e com a instituição Rio Limpo Mangue Vivo, organizam mutirões de limpeza em áreas de mangue. O Ressignificar também promove revitalização dos ambientes escolares com pintura, jardinagem e ações coletivas, estimulando protagonismo e sentimento de pertencimento nos alunos. Os resultados já começam a ser refletidos em indicadores de educação. Em Rio Formoso e Barreiros, estudantes do Fundamental I conquistaram o primeiro lugar no IDEB 2023 e o segundo lugar estadual na Avaliação Nacional Criança Alfabetizada, recebendo ainda o Selo Ouro Nacional pelo compromisso com a alfabetização. Além disso, o programa tornou-se o terceiro maior empregador das cidades em que atua, envolvendo 144 supervisores, administradores e monitores formados pelo próprio instituto. “Geramos emprego, pois em cada sala de aula tem um facilitador contratado pelo Instituto MHM”, explica Cida. Parte dos recursos que mantêm o projeto vem do recém-inaugurado Centro Cultural MHM, em Boa Viagem, no Recife. O espaço moderno de cinco andares integra cultura, lazer e gastronomia, com exposições em parceria com o Museu da Imagem e do Som de São Paulo, cafeteria, teatro, loja e restaurante panorâmico. “O Centro Cultural MHM é um tributo ao legado deixado pelo meu filho, que teve vida breve falecendo aos 34 anos, mas que sempre priorizou ações com impacto transformador”, afirma a empreendedora social. A partir dele, o Ressignificar segue ampliando seu alcance, consolidando-se como referência em empreendedorismo social no estado.

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Paulista: uma reflexão dos 90 anos da cidade

*Ricardo Andrade A defesa do patrimônio, da identidade e pertencimento de um território, guarda sua cultura e a História de uma gente, de sua memória coletiva. 90 anos não são 90 dias, e por isso o Movimento Pró-Museu e o IHGAAP (Instituto Histórico, Geográfico, Arqueológico, Antropológico do Paulista) coordenam a Plataforma “Paulista Centenária”, uma série de estudos e debates sobre o planejamento urbano, com vistas à chegada dos 100 anos da cidade, em 2035. Paulista antes e depois da C.T.P e dos Lundgren, do novos Distritos Industriais em Paratibe e em Maranguape II, antes e depois das Vilas da antiga COHAB, do Paulista North Way Shopping, da ACLF, Carrilho, MRV e a nova expansão imobiliária, da chegada das grandes redes verejistas de supermercados, de seu lindo litoral e belezas naturais, de seu comércio pujante. Um novo ciclo de desenvolvimento foi desenhado, com o Plano Diretor na década de 1990, e a cidade “inchou”, sem que os instrumentos de regulação dessem conta da infraestrutura e da mobilidade exigida. Um período em que o Poder Local não foi acompanhado por gestões e governança à altura desse processo, que foi contínuo e desordenado. A regularização fundiária anda a passos lentos, enquanto a especulação e os crimes ambientais andam em alta velocidade. Apesar de bons índices de escolaridade (Ideb), a cidade tem ainda uma saúde precária, com cobertura populacional estimada pelas equipes de Atenção Básica, em 2020, de 48,2% (ver em www.proadess.icict.fiocruz.br). Não podemos esquecer de sua vocação turística e do seu potencial ativo, nas várias dimensões, agregado à cultura e ao patrimônio, valorizando seus artistas, empreendedores, pescadores, ribeirinhos e atores locais. “Em cima o céu é mais azul, é mais bonito”, canta o Hino escrito por Joel Andrade; enquanto a bandeira desenhada pelo saudoso Hidelbrando Eugênio, ostenta a insigne, “Ordem e Trabalho”. Que venha outras 90 primaveras, de uma Paulista de utopias, justiça e de conquistas, sem ter vergonha de olhar pro seu passado, construindo no presente, os caminhos de seu futuro promissor. *Ricardo Andrade é historiador, Cientista Político, Presidente do IHGAAP.

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Feira de Artesanato do Recife terá dois dias em Boa Viagem e versão itinerante na Zona Norte

A partir de setembro, evento contará com edições no sábado e domingo no Segundo Jardim e estreia no Jardim do Baobá. Fotos: Hélia Scheppa/Prefeitura do Recife A Feira de Artesanato do Recife vai ganhar novo formato a partir de setembro. O evento, que reúne em média 80 expositores de várias cidades de Pernambuco, passará a acontecer não apenas no último sábado do mês, mas também no domingo, ampliando sua programação no Segundo Jardim de Boa Viagem, à beira-mar da capital. Além disso, o público da Zona Norte também poderá prestigiar a iniciativa, que terá sua primeira edição itinerante no Jardim do Baobá, nas Graças, no dia 20 de setembro. Segundo o prefeito João Campos, a ampliação reforça o impacto econômico e cultural da feira. “A Feira de Artesanato do Recife é um verdadeiro sucesso. Nós fazemos no Segundo Jardim de Boa Viagem, no último final de semana. Antes, era só um dia, agora serão dois dias. São mais de 80 expositores de 30 cidades diferentes, na nossa principal avenida da praia, apresentando para turistas e moradores locais, além de movimentar a economia”, destacou. O gestor ainda ressaltou que o evento movimenta cerca de R$ 250 mil por dia em artesanato e gastronomia. Com curadoria da Crabolando e realização da Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Turismo e Lazer, a feira também valoriza a economia criativa. De acordo com o secretário Thiago Angelus, a iniciativa possibilita que turistas tenham acesso à diversidade cultural de Pernambuco sem sair da capital. Além do artesanato, o evento conta com polos gastronômico e infantil, oficinas gratuitas e atrações que incluem vinhos, cachaças, cafés, queijos e o tradicional bolo de rolo. A cada edição, a feira reúne representantes de mais de 30 municípios pernambucanos, entre eles Caruaru, Tracunhaém, Pesqueira, Garanhuns e Petrolina, fortalecendo a tradição artesanal do estado. Nesta edição, houve também homenagem ao artesão Cícero Morais, de Sirinhaém, referência no trabalho em madeira e participante desde a primeira feira, falecido no último dia 28. Serviço Feira de Artesanato do Recife📍 Local: Segundo Jardim de Boa Viagem (edições fixas) e Jardim do Baobá, nas Graças (edição itinerante)📅 Data: A partir de setembro – sempre no último sábado e domingo do mês; edição itinerante em 20/09🎟 Entrada gratuita👥 Classificação: Livre

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Orquestra Sinfônica Jovem Criança Cidadã realiza 3º Concerto Oficial da Temporada 2025

Apresentação gratuita acontece no Teatro de Santa Isabel, com obras de Verdi, Grieg e Edino Krieger A Orquestra Sinfônica Jovem Criança Cidadã realiza, no dia 02 de setembro, às 20h, seu 3º Concerto Oficial da Temporada 2025, no histórico Teatro de Santa Isabel, em Recife. Sob a regência do maestro titular José Renato Accioly, a noite promete um repertório que une grandes mestres da música clássica internacional e composições brasileiras de destaque. O programa inclui obras como La Forza del Destino, de Giuseppe Verdi, Danças Norueguesas, de Edvard Grieg, e a grande atração da noite: Brasiliana para Viola e Cordas, de Edino Krieger, interpretada pela chefe de naipe das violas da OSJCC, Clara Cecília. Segundo o maestro, “Este concerto representa mais um passo na consolidação artística da Orquestra Sinfônica Jovem Criança Cidadã. Será uma noite em que celebramos tanto o repertório clássico quanto a riqueza da música brasileira”. A apresentação contará com recursos de acessibilidade, incluindo audiodescrição para deficientes visuais e tradução em Libras. O Teatro de Santa Isabel também dispõe de rampas, plataforma de elevação para cadeirantes e banheiros adaptados, garantindo inclusão e conforto a todos os públicos. Serviço 3º Concerto Oficial da Temporada 2025 – Orquestra Sinfônica Jovem Criança Cidadã📍 Local: Teatro de Santa Isabel – Recife/PE📅 Data: 02 de setembro de 2025🕗 Horário: 20h🎟 Entrada gratuita – ingressos disponíveis na bilheteria do teatro, a partir de 1h antes do concerto👥 Classificação: Livre

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Fotografas Ciranda Por FernandoFigueiroa

Livro revela história da fotografia no Recife sob olhar feminino

Obra reúne memórias, desafios e perspectivas de mulheres fotógrafas em quatro décadas de trajetória. Foto: Fernando Figueiroa A Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) lança no próximo domingo (31), às 15h, o livro Fotógrafas (Uma Ciranda no Recife), de Isabella Valle. A publicação apresenta um panorama inédito sobre a história da fotografia na capital pernambucana a partir da experiência das mulheres, abordando questões como gênero, maternidade, sexualidade, preconceito e redes de solidariedade. Ao longo de 344 páginas, a autora percorre gerações que atuaram do final dos anos 1970 até a década de 2010. Resultado de uma pesquisa acadêmica iniciada no doutorado da autora, a obra é construída como uma grande reportagem e reúne relatos de quase 50 profissionais que atuaram em áreas diversas, como fotojornalismo, cinema, publicidade e artes visuais. “O propósito aqui é mover as mulheres e suas questões enquanto fotógrafas do apagamento e das violências sistêmicas que operam no meio, e reverberar algumas vidas e obras, com a força da levada de uma ciranda”, afirma Isabella Valle. O livro também traz depoimentos marcantes sobre a inserção feminina em um meio historicamente masculino. “Do jornalismo, com certeza, eu fui a primeira fotógrafa mulher no Recife. Era uma profissão para homem. (…) Quando cheguei no Recife, eu fui procurar trabalho no jornal. Tinham dez homens na fotografia. Eu fui a primeira mulher a trabalhar na fotografia no Diario de Pernambuco”, relata Gleide Selma, representante da geração de 1970. A publicação inclui ainda um fotolivro com 52 retratos e autorretratos de 26 fotógrafas, compondo uma ciranda visual. Com edição da jornalista Fabiana Moraes e produção de Olga Wanderley, o projeto tem prefácio da fotógrafa paulista Nair Benedicto e apoio do Funcultura. “Fotógrafas (Uma Ciranda no Recife) tem a importância de rever a história da fotografia na capital pernambucana – e no mundo – a partir de uma perspectiva feminista, observando a participação das mulheres e os desafios, barreiras e preconceitos enfrentados por elas”, afirma Diogo Guedes, editor da Cepe. Serviço📖 O que: Lançamento do livro Fotógrafas (Uma Ciranda no Recife), com bate-papo, performance poética e discotecagem📍 Onde: Instituto Casa Astral – Rua Joaquim Xavier de Andrade, 104, Poço da Panela, Recife📅 Quando: 31 de agosto (domingo), das 15h às 17h💰 Preço: R$ 60 (impresso)

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Destino Aliança

* Paulo Caldas Armado de versos e rimas, Robson Teles percorre a trilha de Marcus Accioly. Pula cancelas, atravessa quintais e adentra no universo verde-azulado que une o céu da mata aos lençóis da cana, rumo a Aliança e ao canto ouro-anil do guriatã. “Pense num bicho cantadorzinho”. Com tintas e pincéis, traça e colore o destino. De remo e à vela, navega rios e lagos, guiado por um Deus só seu. Em terra firme, sobe ao palco iluminado para a performance final, encena Ave Guriatã, o pássaro, e nos remete a um cordel para menino. O livro – um tributo aos 80 anos de Marcos Accioly, um dos ícones da Geração 65 de poetas pernambucanos – no conteúdo conforme o escritor Wellington Melo, nos reporta à epígrafe do grego Nikos Kazantzákis no posfácio de “Guriatã – um cordel para menino” … ali, o trecho mostra a magia do ser criança de novo “para enxergar o mundo sempre como de uma primeira vez”. Melo observa ainda a solução da dramaturgia de Robson Teles na transmutação para o sonho, para os jogos infantis de recreação, para futuros encenadores e decodifica a fértil poética de Accioly de uma forma que o orgulharia. A publicação tem a orelha escrita por Glória Dalla Nora, capa, ilustrações e projeto gráfico de Rafael Ramos, revisão de Max Almeida e Rosana Teles. A impressão é da Gráfica Editora Liceu. Os exemplares podem ser adquiridos na www.varejao.com.br. *Paulo Caldas é Escritor

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“A literatura é a arte do incômodo”. Ney Anderson lança Apocalipse Todo Dia

Novo livro do autor pernambucano retrata fissuras emocionais e sociais do Recife contemporâneo e já recebeu elogios de grandes nomes da literatura brasileira O escritor pernambucano Ney Anderson apresenta ao público Apocalipse Todo Dia (Editora Patuá), uma antologia de contos curtos que mergulha nas tensões invisíveis — e sempre à espreita — da vida urbana. Ambientada principalmente em um Recife caótico, solar e brutal, a obra revela personagens marcados por traumas, fé, desejo e violência cotidiana. Após o lançamento na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), o autor prepara sessão especial em Olinda, na Casa Estação da Luz, amanhã, dia 29 de agosto, às 19h. Com apresentação de Marcelino Freire, que define os textos como “contos curtinhos repletos de assassinatos, almas penadas e vizinhos suspeitos”, o livro reafirma a força literária de Anderson. O autor radicaliza o estilo que já havia mostrado em O Espetáculo da Ausência, também da Patuá, apostando em narrativas enxutas, tensas e carregadas de silêncios. “Tudo é matar ou morrer”, resume Freire. “Ney pinta e borda. Sem dó. Com graça (e desgraça).” A recepção crítica confirma o impacto da obra. Para Ana Paula Maia, trata-se de “um memorial para se lembrar de que o amor é eterno”. Raimundo Carrero enxerga “um amadurecimento radical de estilo”, enquanto Paulo Scott considera o livro “uma obra que merece ser relida, aplaudida, que nos prende e pede revisitas”. Santiago Nazarian destaca o humor ácido do autor; Marcela Dantés vê “uma notável coleção de personagens com aquilo que têm de mais humano”; já Tito Leite afirma que Anderson “abre os pulmões de uma Recife, e quem respira são os leitores”. Mais do que cenário, Recife é quase um personagem da coletânea, com suas ruas históricas, casarões em ruínas e dramas urbanos. Mas os contos ultrapassam fronteiras e poderiam se passar em qualquer capital brasileira. Violento, intenso e visceral, Apocalipse Todo Dia é um retrato fragmentado do presente — uma arqueologia emocional que expõe as contradições do nosso cotidiano. CONFIRA ABAIXO NOSSA CONVERSA COM O AUTOR “A literatura é a arte do incômodo” O que te inspirou a escrever “Apocalipse todo dia”? O meu trabalho é muito focado na observação diária do cotidiano. Gosto de anotar ideias, frases, situações que eu vejo no dia a dia, diálogos etc. Mas sempre com a cabeça do autor. O que me interessa é tentar captar algo ficcional por trás das coisas reais. Explico. Eu não copio a realidade e transponho para os meus contos. Não. Não sou um cronista no termo técnico da palavra. Ou um repórter escrevendo matérias. É outro universo. Quando eu observo alguma situação interessante, tento fabular algo maior, um drama, uma história que sirva à literatura. Algo que não existe nessa “realidade” que observo. Isso a partir das coisas mais simples, do corriqueiro, do que ninguém parece ver. Eu gosto de determinados climas e sensações. Agora, a minha criação não é cem por cento assim. Necessariamente, sinto a necessidade de estar sempre escrevendo, criando, pensando, tentando resolver questões. E vem tudo junto. “Apocalipse Todo Dia” nasceu dessa forma. Eu quis escrever um livro com contos curtos e cortantes, alguns chocantes. Não apenas para assustar ou causar repulsa, mas para fazer o leitor sair do lugar comum, tirá-lo da zona de conforto. Nesse sentido, Apocalipse Todo Dia é feito dos assombros cotidianos. Muito deles podem até passar despercebidos, pois quase sempre a urgência dos dias é tão frenética, que parece nos envolver numa espécie de armadura. A impressão é que ninguém se choca com mais nada, tudo caminha com uma certa normalidade, mesmo quando alguma coisa grotesca acontece. O exemplo clássico é a morte de alguém num estabelecimento, onde as pessoas nem ligam e seguem a soa rotina com tranquilidade, quase passando por cima do corpo da pessoa estendida esperando o carro do IML.   Quando está no seu momento criativo ou na edição do material, você pensa nos efeitos que ele vai ter nos leitores? O primeiro leitor que tento agradar sou eu mesmo. Se não prestar para mim, não vai prestar para mais ninguém. Eu sou a primeira pessoa que precisa ficar satisfeita com o texto que acabou de ser escrito. Embora, para o texto ficar pronto mesmo, demora bastante. Às vezes dias, semanas, meses e até anos. Pode ser o menor dos contos. Agora, eu sempre faço um exercício após a conclusão. Ler determinado texto para pessoas com gostos variados. Faço isso para ver a reação delas. Dos leitores/ouvintes beta. Se a pessoa ouve e não esboça nenhuma reação, o objetivo não foi atingido. Agora, se eu conseguir incomodá-los de alguma forma, aí, sim, consegui o que queria. Não um incômodo gratuito, mas aquele que faz o leitor parar para refletir sobre tantas camadas que existem nas entrelinhas dos contos. O sorriso nervoso. A literatura é a arte do incômodo. Não um simples passatempo. No entanto, mesmo com certos temas aparentemente pesados, existe um “divertimento” na leitura. Pois o leitor compreende que está lendo uma história de ficção. Todo leitor buscar se entreter. Ele procura, no final das contas, um livro bem escrito e que prenda a sua atenção.  Você disse que o Recife é esse lugar onde suas obras são ambientadas e é quase um personagem do texto. Mas a cidade é feita por muitas. Como é a sua relação com o Recife e qual é a cidade que você convive, te inspira e está presente nas suas obras? A minha lupa vai sempre para os dramas humanos. Dessa rotina estafante que as pessoas e os personagens precisam conviver diariamente. Gosto das coisas inconclusas, das lutas, da sobrevivência. Não a cidade cartão-postal das propagandas turísticas. Eu sou um ficcionista que pensa o Recife, de fato, como uma personagem dentro das histórias. Os seus becos, as suas figuras sombrias, as conversas nas mesas de bar, os ônibus lotados, a euforia do carnaval etc. Os meus textos mostram esses pedacinhos do Recife que se complementam como um enorme quebra-cabeça. Tem até, aqui e ali, algo mais solar, claro. Porque o

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Dia C no Parque da Jaqueira promove lazer e inclusão com atividades gratuitas

Evento celebra o Dia Internacional do Cooperativismo com programação para toda a família, incluindo público neurodivergente O Parque da Jaqueira, no Recife, será palco de uma manhã repleta de atividades gratuitas no próximo sábado, 30 de agosto, em comemoração ao Dia Internacional do Cooperativismo. O evento Dia C, promovido pela Sicredi Recife em parceria com a Clínica Mundos, acontece das 8h30 às 13h e promete atrair famílias com atrações que unem diversão, bem-estar e inclusão. A programação inclui corrida da família, sessões de yoga para adultos e crianças, oficinas de pintura, música e blocos de montar, além de contação de histórias com Tia Ilana Ventura, garantindo momentos lúdicos para os pequenos. Também haverá oficina de educação financeira com a Turma da Mônica, reforçando a importância da aprendizagem divertida. O evento é acessível e pensado para atender diferentes públicos, incluindo pessoas neurodivergentes, reforçando o caráter inclusivo da iniciativa. A expectativa é reunir pelo menos 500 pessoas em uma manhã voltada para a convivência e a cooperação. Serviço:📌 Evento: Dia C – Dia Internacional do Cooperativismo📍 Local: Parque da Jaqueira, Recife📅 Data: 30 de agosto🕗 Horário: 8h30 às 13h🎟 Entrada gratuita🔗 Inscrições: via Instagram @sicredirecife

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ARIA APL BARITONO

Aria Social promove recital na Academia Pernambucana de Letras

Eventoarrecadará recursos para a participação do barítono Rodrigo Lins no Teatro Nacional São Carlos, em Lisboa O barítono pernambucano Rodrigo Lins apresenta um recital beneficente nos dias 30 e 31 de agosto, às 17h, na Academia Pernambucana de Letras (APL), no bairro das Graças, Recife. A iniciativa, promovida pelo projeto Aria Social, tem como objetivo arrecadar fundos para custear a viagem e estadia do artista em Lisboa, onde fará sua estreia no renomado Teatro Nacional São Carlos. Os ingressos já estão disponíveis para compra pelo Sympla. Com acompanhamento do pianista Ednaldo Neves, o repertório do recital inclui 18 obras que marcaram a trajetória de Rodrigo, passando por árias de ópera, canções de câmara e trechos de musicais. Entre as peças estão “Avant de Quitter ces Lieux”, da ópera Faust (Charles Gounod), “Resta Immobile”, da ópera William Tell (Gioacchino Rossini), e “Se Vuol Ballare”, da ópera Le Nozze di Figaro (Wolfgang Amadeus Mozart). A apresentação também prestará homenagem à pianista e professora Elyanna Caldas, falecida em junho deste ano. Rodrigo explica que sua classificação vocal ocupa posição intermediária no canto lírico: “É uma voz versátil, grave, mas poderosa, comumente encontrada na música clássica e em corais. Na ópera, interpretamos papéis viris, confiantes e até vilanescos”, detalha o cantor. Formado em canto pela Universidade Federal de Pernambuco em 2024, Rodrigo iniciou seus estudos no Conservatório Pernambucano de Música, em 2017, e consolidou sua carreira com passagens pelo projeto Aria Social, onde também atua como preparador vocal. Reconhecido por sua atuação em óperas como Carmen (G. Bizet), Madama Butterfly (G. Puccini) e La Molinara (G. Paisiello), além de concertos como Magnificat (J. S. Bach) e Requiem (W. A. Mozart), o artista dá um novo passo rumo ao cenário internacional. O recital no Recife é uma oportunidade para o público prestigiar seu trabalho e contribuir com essa conquista. Serviço:Recital beneficente do Barítono Rodrigo Lins – Um voo do Aria Social para o teatro de Lisboa📅 Quando: 30 e 31 de agosto de 2025📍 Onde: Academia Pernambucana de Letras – Av. Rui Barbosa, 1596, Graças, Recife🕐 Horário: 17h🎟 Ingressos: Sympla

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