Arquivos Cultura E História - Página 100 De 376 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Cultura e história

luta verbal 2

A luta incessante de um criador

*Paulo Caldas  Raimundo Carreiro possui a sublime virtude de compartilhar sabedorias. Guiado por Deus, em pensamentos e ações, doa, prestimoso e gentil, cestos de frutos colhidos das incessantes análises e pesquisas do seu cotidiano pelas tortuosas veredas do bem escrever. Fui cúmplice desse oficio na convivência de iluminados dez anos de estudos na sua oficina de criação literária onde, com cinzel e pincéis, damos formas e matizes às letras e às palavras. O despontar de tal magia, atesto, afirmo, confirmo e dou fé, entre selos e carimbos, como se veem nos documentos cartoriais.  A publicação em si é a segunda edição do elogiado "Preparação do Escritor" lançado em 2007, acrescida de apontamentos e reflexões quando o autor revela segredos, sutilezas ocultas nas escritas de Amado, Graciliano e sobre o universo do Movimento Armorial; armadura, escudo e espada para avançar nos campos do aprendizado. "A luta verbal" tem o selo da Editora Iluminuras, projeto gráfico Eder Cardoso, capa Hallina Beltrão. Os exemplares podem ser adquiridos na livraria Atacadão do Estudante Av. Manoel Borba, 292 - Boa Vista, Telefone:(81) 2123-5853. *Paulo Caldas é escritor .

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Caboclinho 7 Flexas de Goiana

Pernambuco sedia o maior festival de cultura popular do Nordeste

O Festival Canavial - maior evento de música e cultura popular de tradição da Zona da Mata Norte de Pernambuco, realizado na região Nordeste, chega, em 2022, à sua 16ª edição, recheado de novidades. Este ano, a programação será no formato híbrido, com atrações culturais de Pernambuco, Rio de Janeiro, Bahia, Moçambique, Estados Unidos e Japão. Outra novidade é que, pela primeira vez, o festival terá suas atividades concentradas na cidade de Itambé, localizada na zona canavieira, entre os estados de Pernambuco e Paraíba. Durante o festival será realizada uma oficina para modelos e desfile de moda afro; seminário internacional; e uma roda de conversa. Iniciativa conta com incentivo do Governo de Pernambuco, por meio dos recursos do Funcultura; Prefeitura de Itambé; Secretaria de Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal. O festival traz como tema: “Uma celebração de encontros históricos”. Dentro desta ideia, haverá uma série de interações musicais exclusivas, que vão do batuque do maracatu rural ao afoxé. Entre as atrações, Juliano Holanda e Sam Silva; Afonjah e Isaar; Maciel Salu e Lazir Sinval do Jongo da Serrinha; Orquestra Virtual e Charles Theone; Caboclinhos 7 Flexas de Goiana e Preciawá Porãngueté; Terezinha do Acordeon e Luzinete Show; Coco Raízes de Arcoverde e Biu do Coco, entre outros. A programação também reúne shows solos da banda baiana Manospreto, Quinteto Violado, João Paulo Rosa, Nádia Maia, Coco da Liberdade, Orquestra Iorubá, Orquestra Pedra Preta, Maracatu Estrela de Ouro de Aliança, Maracatu Pavão Misterioso de Upatininga e Maracatu Águia Formosa de Tracunhaém. Entre os municípios pernambucanos representados estão: Itambé, Carpina, Aliança, Goiana, Tracunhaém, Nazaré da Mata (Zona da Mata Norte), Inajá (Sertão);  Igarassu,Olinda e Recife ( Região Metropolitana).  Há, ainda, participação especial dos estados do Rio de Janeiro, Bahia e Rio Grande do Norte. São homenageados do evento, o rabequeiro, cantor, compositor, mestre de maracatu-rural e militante das tradições populares,  o mestre Maciel Salu;  a feminista, produtora cultural e ativista social do movimento de mulheres da Zona da Mata, Zita Barbosa;  e Berta Maia.  OFICINA DE MODELOS NEGRES E DESFILE Durante os dias do festival, a empresa pernambucana, Zarina Moda Afro, no Quilombo do Xambá, em Olinda, ministra, na cidade de Itambé, uma oficina, gratuita, para adolescentes e jovens que sonham em investir na carreira de modelo. Ao final da formação, a equipe vai promover um desfile, com acesso do público geral. No encontro, os participantes vão aprender dicas sobre estilos de roupas, cabelos e calçados, como tendência que podem embelezar ainda mais a sua imagem e favorecer a autoestima, de modo a contribuir para inserção no universo das passarelas. As aulas acontecem entre os dias 24 e 25 de novembro, sempre a partir das 10h. A oficina acontecerá no auditório da biblioteca e as inscrições devem ser feitas na Secretaria de Cultura de Itambé. Os participantes receberão certificado. COPA DO MUNDO  Para aproveitar o clima festivo da estreia do Brasil no Jogo da Copa do Mundo, contra a Sérvia, na quinta-feira, dia 24, o Festival Canavial vai instalar, na Praça da Biblioteca, um dos principais cartões-postais, localizados no centro da cidade de Itambé, um telão, com capacidade de 20 metros², no qual o público vai poder acompanhar toda emoção da competição. Logo após o jogo haverá apresentação em clima de muito forró pé de serra, com Terezinha do Acordeon e Luzinete Show. RODA DE CONVERSA No sábado, 26 de novembro, o festival realiza, das 14h às 17h, uma roda de conversa destinada ao público feminino. O encontro, que tem como tema “A produção cultural e as mulheres negras”, terá a participação da cantora, Isaar – Cantora, Compositora e Percussionista (Recife/PE); Lazir Sinval – Cantora e Compositora (Rio de Janeiro/RJ); Erlânia Nascimento – Cineasta (Recife/PE); Lívea Ribeiro – Produtora Cultural (Rio de Janeiro/RJ); Jéssica Zarina – Estilista e Dançarina (Olinda/PE); Raquel Araújo – Dançarina (Recife/PE); Jaqueline Ribeiro – Brincante e Presidenta do Índio Orubá (Goiana/PE) e Isa Trigo – Professora, Atriz e Pesquisadora (Salvador/BA) a coordenação fica a cargo de  Carlita Roberta – Dançarina e Pesquisadora (Recife/PE). A roda de conversa acontecerá no Plenário da Câmara dos Vereadores. FESTIVAL CANAVIAL ONLINE A edição online do Festival Canavial será realizada no sábado, dia 03 de dezembro. Para este dia, está previsto um seminário com participação de debatedores internacionais. A mobilização visa promover um encontro da relação da cultura popular, presentes no Canavial, e o contexto no Japão, EUA e Moçambique. Participam da live a Saquia Rachide do Tufo da Mafalala(Moçambique), Ivan Laranjeiras, Diretor da Associação Iverca e do Museu Mafalala (Moçambique), o produtor cultural e curador do festival, Afonso Oliveira (Brasil), do músico e produtor cultural Pablo Oliveira (EUA) e do músico e divulgador Kepel Kimura (Japão). Para além da roda de bate-papo virtual, o público confere aos shows de Kloro (Maputo/Moçambique), Rhodália Silvestre, Tufo da Mafalala (Maputo/Moçambique), Pablo Oliveira (Washignton/EUA), Kepel Kimura e Pífano Tóquio (Tóquio/Japão). A transmissão será pelo canal do Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCvENZ0s_NKWE0lhFzfnJsrg/videos

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SextetoGraVIs FotoWillSouza 2

Sexteto GraVIs traz novo fôlego ao canto coral  

Grupo de cantores líricos realiza minitemporada em espaços culturais do Recife com quatro apresentações até dezembro, incentivadas pelo SIC, da Prefeitura do Recife. A estreia é dia 18 de novembro, no Conservatório Pernambucano de Música  Trilhar um caminho diferente de outros grupos vocais líricos, incentivando o novo na música, é o que mais interessa ao Sexteto GraVIs, conjunto de artistas pernambucanos que faz sua estreia em curta temporada de quatro apresentações gratuitas, entre os meses de novembro e dezembro, em espaços públicos do Recife. A ideia é valorizar o repertório local a cada concerto-aula, através das seis vozes masculinas, que mostram do frevo e maracatu a músicas sacras, sem acompanhamento instrumental (a cappella). A primeira apresentação será no dia 18 de novembro, no Conservatório Pernambucano de Música.   No repertório de oito músicas pinçadas do acervo de Henrique Albino, Dierson Torres e Lúcia Helena Cysneiros, além de Capiba e Clóvis Pereira, quatro composições são inéditas. O projeto foi aprovado pelo SIC – Sistema de Incentivo à Cultura / Fundação de Cultura Cidade do Recife / Secretaria de Cultura / Prefeitura da Cidade do Recife.   Eudes Naziazeno, Guilherme Jacobsen, Isaac Pedro, Marcelo Cabral de Mello, Osvaldo Pacheco e Rodrigo Lins, os integrantes do Sexteto GraVIs uniram seus talentos vocais como tenores e barítonos, naipes das vozes masculinas de um coral, ao lado criativo do diretor musical, maestro, arranjador e ensaiador Henrique Albino, que ajuda na condução das performances, além de ter criado duas das músicas do setlist e assinado seis dos oito arranjos mostrados em cena, com exceção das músicas de Lúcia e Dierson, que trazem arranjos originais dos próprios autores.    O formato das apresentações é semelhante ao de um concerto-aula, no qual os integrantes começam com uma introdução didática de 10 a 15 minutos, explicando quais estilos musicais farão parte do show. “A formação não é tão comum, então temos estes dois caminhos: fomentar obras e arrojá-las. É um concerto não-usual. Com o objetivo de formar plateias, fugindo da obviedade, aproximando o público da linguagem, para informar e fazer com que mais pessoas possam apreciar a música vocal”, afirma Eudes Naziazeno, que idealizou o projeto com Albino. Ele destaca também a questão social, pois, além de serem gratuitas, as performances ocorrem para o público em locais como o COMPAZ Miguel Arraes (na Avenida Caxangá).   Apesar de estar inserido no universo erudito, o GraVIs traz forte sotaque da cultura nordestina, pernambucana. Depois de se conhecerem no Departamento de Música na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), os artistas se reuniram e gravaram as primeiras músicas antes da pandemia, em 2019. Alguns integrantes já fizeram parte de outros grupos corais, regidos por Flávio Medeiros, a exemplo do Contracantos e Opus 2. “A formação de coral masculino é comum em outras culturas. Aqui é algo mais raro. Temos a influência dos aboios, com predominância maior dos homens cantando”, pontua Guilherme Jacobsen, que assina a coordenação pedagógica do Sexteto.  Para ele, a recepção da plateia ao trabalho do GraVIs costuma ser positiva. “Há um sentimento expresso de descoberta. Estamos em busca de dar um acesso gratuito e democrático à cultura”, observa.   FAIXA A FAIXA   O “Kyrie”, da “Grande Missa Armorial”, de Capiba, foi escolhido para fazer parte do show, assim como o “Glória”, de Clóvis Pereira, pela inserção dos sons, ritmos e melodias com forte ligação com o Movimento Armorial. Henrique Albino fez um grande esforço nos arranjos para trazer toda esta música só para a voz, levando a ela as nuances dos instrumentos. São usadas palmas com o corpo, assovios, outros elementos e sonoridades que não estão na música original. No Glória, o solista é Marcelo Cabral de Mello, que puxa a composição, mas mantém o coro assumindo gestos sonoros incorporados à interpretação.   Já “Maria”, faixa criada por Lúcia Helena Cysneiros, foi imaginada a partir de um poema de um livro escrito pelo pai da autora. Mostra uma criatura de alma ardente, enfrentando a frieza do mundo. A partir da música, chega aos ouvintes o momento de encanto que tal cena proporciona. A louca travessia de Maria é mostrada, a partir da perspectiva do poeta. A música tenta expressar simplicidade e uma energia surpreendente de vida.   A apresentação segue com a romântica “Amor de mi alma”, do norte-americano Zane Randall Stroope. É o momento da apresentação em que o grupo mostra algo de fora do Brasil, mas usando o arranjo de um compositor local, com experimentações em cima do original. Até pela sua origem, tem questões harmônicas e desenhos melódicos que permitem aproveitar a formação de sexteto para manter fraseados importantes. As diferentes modulações, tonalidades de vozes a cada repetição, fazem com que a parte do meio da música ecoe como um mantra, a exemplo de um órgão tendo o som de suas teclas apertadas reproduzido continuamente.   Em seguida, vem “Não quero saber, não (uma brincadeira bachiana)”, de Dierson Torres,  experimentando diversas vozes. Segundo Guilherme, é uma clara referência a Johann Sebastian Bach, suprassumo do contraponto musical, usando a linguagem contrapontística, brincando com a passagem de uma voz para outra, como na fuga (forma musical).    No “Stabat Mater” criado por Henrique Albino há desde uma polirritmia que remete à música medieval e aos impressionistas como Debussy, no século 19, até uma citação a Pergolesi, do período barroco. A sobreposição de tensões e dissonâncias, no trecho final, faz com que a música volte a ter um efeito mais sutil. No repertório sacro, o Stabat Mater fala da via-crúcis, descrevendo o sofrimento de Maria, a dor de ver o filho pendente na cruz.   No maracatu, também de autoria de Albino, ele brinca com a repetição insistente das vozes (ostinato), e inverte as sílabas da palavra, que se transforma em “Tumaracá”. Por fim, o show se encerra com a junção de dois frevos conhecidos do nosso Carnaval – o “Hino da Troça Ceroula” e “Cabelo de Fogo”, esta última do Maestro Nunes, desconstruídos através dos arranjos e vozes.   Serviço:   18/11, 19h, na Semana da Música do Conservatório Pernambucano de Música (Av. João de Barros, Boa Vista)   

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teatro garanhuns

Teatro nos Parques Unilever promove apresentações a céu aberto em Garanhuns

A 2a edição nacional (17ª temporada) reúne obras para públicos de todas as idades, encenadas por talentosos grupos Com a missão de formar público e democratizar o acesso da população às artes cênicas, o Teatro nos Parques Unilever chega a sua 17ª edição, com diversos espetáculos para pessoas de todas as idades, encenados por companhias consagradas. O projeto passa pela cidade pernambucana de Garanhuns, nos Parques Ruber Van Der Linder (Pau Pombo) e Euclides Dourado (dos Eucaliptos) nos dias 19 e 20 de novembro. A programação tem início com o espetáculo Luanda-Ruanda, do Coletivo Tear, que se apresenta no dia 19, às 11h, no Parque Pau Pombo. O espetáculo é resultado de um trabalho das artistas em comunidades quilombolas de Garanhuns e resgata histórias e lendas ligados à ancestralidade. Ainda no sábado, às 16h, no Parque Euclides Dourado, tem a peça Espavento, do Teatro de Retalhos. Na trama, o dono do cerco anuncia que procura artistas para montar o melhor espetáculo da Terra. Sem virtuosismo algum e pouquíssimo dinheiro, os palhaços contam com a memória dos circos que encantavam as cidades e, com a ajuda do público, até pode dar certo! No domingo, dia 20, às 11h, o Coletivo Tear volta ao Parque Pau Pombo para apresentar Ayô - Histórias de Griô, que resgata a figura dos griôs africanos, a partir de histórias reais e fictícias, fábulas e cantigas. E a programação se encerra com chave-de-ouro com o espetáculo de teatro de mamulengos Re Te Tei, da Tropa do Balacobaco, apresentado no domingo, às 16h, no Parque Euclides Dourado. A peça conta as peripécias de Chico Catolé, um moleque treloso, brincalhão e inventador histórias que está sempre se metendo em confusão. Desta vez, o menino perde o fígado em uma disputa com a figura do Papa Figo e precisa fazer tudo para recuperá-lo.

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O advogado Ticiando Gadelha e um dos organizadores do evento credito Erico Hiller

Recife sedia evento que debaterá os 100 anos da Semana da Arte Moderna no Brasil

Filhos de artistas como Cândido Portinari, Abelardo da Hora, Francisco Brennand e Di Cavalcanti participam de debates sobre o atual cenário cultural e os direitos autorais. Na foto, o advogado Ticiando Gadêlha, um dos organizadores do evento. Foto: Érico Hiller No ano em que se celebra os 100 anos da Semana da Arte Moderna, o Recife será sede de um evento que discutirá o mercado da arte no Brasil, revelando o atual cenário de artistas e familiares de grandes nomes da cultura que hoje lidam diretamente com a proteção dos direitos autorais e propriedade intelectual das obras. No formato de mesa redonda, o debate acontecerá no dia 17 de novembro, a partir das 8h30, no restaurante Solar do Douro, no Pina, e contará com a participação dos filhos de artistas como Cândido Portinari, Abelardo da Hora, Francisco Brennand e Di Cavalcanti. O evento será dividido em três momentos: um café da manhã seguido de dois painéis de discussão que abordarão os temas A arte de Pernambuco para o mundo e Os 100 anos da Semana que evidenciou o Brasil para o mundo. O primeiro debate contará com a participação de Leonora da Hora (Abelardo da Hora) e Maria Conceição Brennand (Francisco Brennand). Já o segundo painel será composto por Elisabeth Di Cavalcanti Veiga (Di Cavalcanti) e João Cândido Portinari (Cândido Portinari). A primeira realização da Semana de Arte Moderna anda de mãos dadas com um marco no desenvolvimento da regulamentação de direitos autorais no Brasil: a adesão ao Tratado de Berna, que ampliou internacionalmente os direitos autorais como direito de propriedade. Após a ebulição da arte moderna e contemporânea no país, em 1922, a discussão em torno das autorias das obras, apropriações, citações, entre outros pontos, foi aprofundada e a lei atual de Direitos Autorais, em vigor desde 1998, foi fundamental para preservar e proteger obras e grandes artistas. O evento está sendo organizado pelo advogado Ticiano Gadêlha, especialista em Propriedade Intelectual, através do escritório Tôrres Gadêlha Advocacia, em parceria com o Instituto de Advogados de Pernambuco (IAP), presidido por Gustavo Ventura. “Estamos reunindo as primeiras gerações diretas de importantes artistas da cultura pernambucana e brasileira para debatermos o atual cenário da arte no nosso país, incluindo os direitos autorais e a Propriedade Intelectual. Uma mesa redonda que vai celebrar não só os 100 anos da Semana da Arte Moderna, como também a preservação e evolução da arte. Teremos um debate enriquecedor”, afirmou Ticiano Gadêlha. Serviço: Direitos Autorais nos 100 anos da Semana da Arte Moderna 17 de novembro (quinta-feira) Horários: Café da Manhã: 8h30 às 9h10 Abertura: 9h10 às 9h20 1º Painel A arte de Pernambuco para o mundo: 9h20 às 9h50 2º Painel Os 100 anos da Semana que evidenciou o Brasil para o mundo: 9h50 às 10h20 Local: Restaurante Solar do Douro (Av. Antônio de Goes, 60 - Pina, Recife - JCPM Trade Center, Térreo)

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Yolanda Cruz no set de Hope Soledad

Festival de cinema OLAR une Pernambuco e América Latina

Promovido por cineastas pernambucanas, 1º Observatório Latino-Americano de Realizadoras tem programação online e gratuita de 16 a 26 de novembro Pensado para visibilizar o cinema latino-americano protagonizado por mulheres, o Observatório Latino-Americano de Realizadoras (OLAR), uma iniciativa comandada por cineastas pernambucanas, realiza seu primeiro festival de cinema entre 16 e 26 de novembro, com transmissão de aulas abertas e filmes gratuitamente através da Internet. O festival surge como um movimento que busca exercer a América Latina a partir do cinema. Para isso, proporciona um espaço de encontro e diálogo entre trabalhadoras do audiovisual de diversos países, promove a construção de memória das realizadoras do cinema latino-americano e a formação de profissionais. Idealizado por Cíntia Lima e Lilian de Alcântara, cineastas pernambucanas, o festival ganha corpo com dez dias de programação gratuita que protagoniza Pernambuco no circuito audiovisual latino-americano. “Nosso objetivo é fazer do OLAR um espaço de troca de conhecimento para que observemos e conheçamos o trabalho umas das outras”, pontua Cíntia.  PROGRAMAÇÃO - O 1º OLAR tem início na quarta e quinta (16 e 17/11), com a Oficina de Crítica Cinematográfica. Oito participantes de Brasil, Uruguai, Argentina, Colômbia e Cuba, selecionadas através de inscrições, embarcam em dois encontros online via Google Meet com a pesquisadora Mariana Souza. A atividade bilíngue vai propor escrita sobre os filmes exibidos e posterior publicação no site do festival.  No domingo (20) acontece a abertura das mostras de filmes, com uma live oficial no YouTube e no Facebook, e a Mostra Referência Olar, que coloca foco sobre a obra da realizadora indígena mexicana Yolanda Cruz. Até a segunda (21), o longa “Hope, Soledad” e o curta “Las lecciones de Silveria”, ambos de direção de Yolanda, podem ser assistidos gratuitamente pelo público no site do festival.  De terça (22) a sábado (26) entram em cartaz também no site do festival a Mostra Competitiva, que concederá o Prêmio Sara Gómez de Melhor Curta-metragem; a Sessão Relatos de Cine, com obras que abordam a participação das mulheres na história do cinema; e a Sessão Perspectivas Pernambucanas, que traz um panorama contemporâneo das produções do Estado. A curadoria de filmes é assinada pelas idealizadoras com participação de Caroline Pavez, cineasta mapuche chilena, nas duas primeiras sessões. Ao todo, as três mostras reúnem 20 curtas de diversos gêneros de Cuba, Brasil, Argentina, Chile, Guatemala e México.  Entre 23 e 25/11, o OLAR transmite aulas abertas através do YouTube sobre três temáticas - “Co-produção Internacional”, com Mariana Murillo; “Acessibilidade no Audiovisual”, com Danielle França; e “Olhares Lesbianos - Narrativas de (r)Existências”, com Thais Faria. Ainda no sábado (26) acontece uma live de encerramento do festival com a premiação do melhor curta da Mostra Competitiva Sara Gómez. Tanto os filmes quanto as aulas abertas contam com opções de legenda em português e espanhol, podendo ser conferidos de toda a América Latina. O 1º OLAR é uma realização da Olar Filmes com incentivo do Funcultura através da Fundarpe, Secretaria de Cultura e Governo de Pernambuco.  SERVIÇO:  1º Observatório Latino-Americano de Realizadoras (OLAR) De 16 a 26 de novembro Gratuito e online www.realizadoraslatinas.com 

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SextetoGraVIS FotoWillSouza

Sexteto GraVIs traz novo fôlego ao canto coral

Grupo de cantores líricos realiza minitemporada em espaços culturais do Recife com quatro apresentações até dezembro, incentivadas pelo SIC, da Prefeitura do Recife. A estreia é dia 18 de novembro, no Conservatório Pernambucano de Música Trilhar um caminho diferente de outros grupos vocais líricos, incentivando o novo na música, é o que mais interessa ao Sexteto GraVIs, conjunto de artistas pernambucanos que faz sua estreia em curta temporada de quatro apresentações gratuitas, entre os meses de novembro e dezembro, em espaços públicos do Recife. A ideia é valorizar o repertório local a cada concerto-aula, através das seis vozes masculinas, que mostram do frevo e maracatu a músicas sacras, sem acompanhamento instrumental (a cappella). A primeira apresentação será no dia 18 de novembro, no Conservatório Pernambucano de Música. No repertório de oito músicas pinçadas do acervo de Henrique Albino, Dierson Torres e Lúcia Helena Cysneiros, além de Capiba e Clóvis Pereira, quatro composições são inéditas. O projeto foi aprovado pelo SIC – Sistema de Incentivo à Cultura / Fundação de Cultura Cidade do Recife / Secretaria de Cultura / Prefeitura da Cidade do Recife. Eudes Naziazeno, Guilherme Jacobsen, Isaac Pedro, Marcelo Cabral de Mello, Osvaldo Pacheco e Rodrigo Lins, os integrantes do Sexteto GraVIs uniram seus talentos vocais como tenores e barítonos, naipes das vozes masculinas de um coral, ao lado criativo do diretor musical, maestro, arranjador e ensaiador Henrique Albino, que ajuda na condução das performances, além de ter criado duas das músicas do setlist e assinado seis dos oito arranjos mostrados em cena, com exceção das músicas de Lúcia e Dierson, que trazem arranjos originais dos próprios autores. O formato das apresentações é semelhante ao de um concerto-aula, no qual os integrantes começam com uma introdução didática de 10 a 15 minutos, explicando quais estilos musicais farão parte do show. “A formação não é tão comum, então temos estes dois caminhos: fomentar obras e arrojá-las. É um concerto não-usual. Com o objetivo de formar plateias, fugindo da obviedade, aproximando o público da linguagem, para informar e fazer com que mais pessoas possam apreciar a música vocal”, afirma Eudes Naziazeno, que idealizou o projeto com Albino. Ele destaca também a questão social, pois, além de serem gratuitas, as performances ocorrem para o público em locais como o COMPAZ Miguel Arraes (na Avenida Caxangá). Apesar de estar inserido no universo erudito, o GraVIs traz forte sotaque da cultura nordestina, pernambucana. Depois de se conhecerem no Departamento de Música na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), os artistas se reuniram e gravaram as primeiras músicas antes da pandemia, em 2019. Alguns integrantes já fizeram parte de outros grupos corais, regidos por Flávio Medeiros, a exemplo do Contracantos e Opus 2. “A formação de coral masculino é comum em outras culturas. Aqui é algo mais raro. Temos a influência dos aboios, com predominância maior dos homens cantando”, pontua Guilherme Jacobsen, que assina a coordenação pedagógica do Sexteto. Para ele, a recepção da plateia ao trabalho do GraVIs costuma ser positiva. “Há um sentimento expresso de descoberta. Estamos em busca de dar um acesso gratuito e democrático à cultura”, observa. Serviço: 18/11, 19h, na Semana da Música do Conservatório Pernambucano de Música (Av. João de Barros, Boa Vista) *23/11 - Semana da Música da Escola de Artes João Pernambuco (Várzea) - a confirmar 30/11, 19h, no COMPAZ Miguel Arraes (Av. Caxangá, 653, Madalena) 11/12, 16h – no Paço do Frevo (Praça do Arsenal, Bairro do Recife) Todas as apresentações são gratuitas.

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pochyua andrade show

Centro de Artes e Cultura de Aldeia promove show autoral de Pochyua Andrade no Café com Arte

Fortalecendo o calendário cultural da Região a segunda edição do Café Com Arte apresenta a música de Pochyua Andrade, que percorrerá por seu repertório autoral no formato violão e voz. Natural de Recife, o compositor e escritor Pochyua traz suas referências musicais pernambucanas e divide com o público algumas curiosidades de seu processo criativo. Destaque em premiações e festivais. O artista lançou em 2007 seu primeiro CD:  Pochyua e Cambaçu, e participou de mostras musicais como o festival Psicodália e o Panorama Sesc de Música. O segundo álbum autoral, Pochyua (produzido por Raul Misturada), chegou em 2013.Suas canções já foram gravadas por nomes como o carioca Marcos Sacramento, as catarinense Ive Luna, Mareike Valentim e Giana Cervi e a pernambucana Isadora Melo; e também estão nas trilhas sonoras do documentário Brasileirando (2015) e do filme A menina que construía barcos (2019). Com proposta de ser um evento mensal, o a segunda edição do Café com Arte acontece no Centro de Artes e Cultura de Aldeia. A iniciativa faz parte do Aldeia Antroposófica, Fundação que abrigará além do Centro de Artes, projetos de economia associativa como a Incubadora Semear e uma escola de Pedagogia Waldorf. O encontro tem inicio às 9h, com um café da manhã com vista para a paisagem local, misturando o cheiro do café ao ar puro e fresco da mata de Aldeia, uma experiência para se integrar a natureza e ao mesmo tempo satisfazer o famoso apetite matinal pernambucano. Depois do café, a programação segue com a apresentação musical de Pochyua e finaliza em grande estilo com um bate-papo com o cantor e compositor Nando Cordel, que nos trará sua experiência como fundador do Lar do Amanhã, instituição de Educação Básica sediada no Cabo de Santo Agostinho, que atende gratuitamente crianças da comunidade de Engenho Novo. A palestra é uma Conversa Inspiradora que visa estimular os movimentos sociais do Centro de Artes e Cultura de Aldeia e do Aldeia Antroposófica, que se preparam para oferecer no ano de 2023 ações culturais e educativas voltadas principalmente as comunidades de interesse social na Região. Durante a palestra haverá uma programação paralela para as crianças, com atividades artísticas e brincadeiras propostas pela arte-educadora Viviana Borchardt. O Centro de Artes e Cultura de Aldeia (CAC - Aldeia) está situado na localidade do Oitenta, na altura do Km 5,7 da Estrada de Aldeia, em Camaragibe; o local que já foi um haras, fica em meio a uma mata preservada, onde podemos observar a vista, escutar os pássaros e encontrar animais da nossa mata atlântica, como cutias, tatus, raposas, tejus, etc. Serviço:2º Café com ArteDia 13 de novembro – 9hLocal: Centro de Artes e Cultura de Aldeia - Aldeia AntroposóficaRua SD 5174, n. 369 – Oitenta, Camaragibe (quarta à esquerda do Oitenta – Km 5,7)Valor: R$ 25,00 (Café da manhã + Couvert + Palestra) – Crianças 7 a 12 anos R$ 10,00Informações/Reserva: 81 98777 1498Pix: pochyua@hotmail.com

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circo

Recife e Olinda recebem 16ª edição do Festival de Circo do Brasil

Recife e Olinda recebem, entre os dias 15 e 20 de novembro, a 16ª edição do Festival de Circo do Brasil, um dos mais importantes eventos do calendário cultural de Pernambuco. Este ano os espetáculos serão aportados no Teatro Santa Isabel, na Casa Estação da Luz (a Casa de Alceu Valença) e no Poço da Panela. O evento tem incentivo do Sistema de Incentivo à Cultura da Prefeitura do Recife, Funcultura e Governo do Estado de Pernambuco. Com o tema Harmonia, o festival deste ano é um grande encontro de artistas mulheres do circo. Será um espaço para as circenses apresentarem o seu olhar feminino na construção harmônica dos seus trabalhos artísticos após o período de isolamento imposto pela pandemia. Paralelamente à programação cultural, acontecerão a residência das artistas e vivências circenses para profissionais e estudantes do circo, além das tardes férteis, momentos para troca de saberes e experiências nos processos criativos e fortalecimento das pautas femininas. Ao todo serão 15 espetáculos com artistas de várias nacionalidades, como Brasil, Bélgica, França, Suíça, Itália e Argentina. Na programação, ainda tem exposição de arte, exibição de filmes, feirinha do circo e lançamento de livro. Mantendo a tradição de uma formação eclética no elenco, o Festival irá apresentar atrações que vão desde números de palhaçaria, feitos nas ruas, a espetáculos de concepção contemporânea, que combinam técnicas circenses com teatro, dança, poesia, música e humor. “Essa edição é focada no encontro e na residência essencialmente de mulheres circenses que se conectaram durante a pandemia. Iniciou-se, literalmente, num grupo de WhatsApp. Grupos que construíram novos trabalhos e artistas com o desejo de trazer o protagonismo feminino e de temas femininos para as discussões sobre a produção da arte circense”, explica a curadora, Danielle Hoover, da Luni Produções, que está à frente do Festival desde a sua primeira edição. Exposição e Filmes - Coração Costurado é a exposição da multiartista ítalo-brasileira Rose Zambezi, que estará disponível durante todo o período do festival, na Casa Estação da Luz. Parte das obras da apresentação foram previamente idealizadas e outra parte foi elaborada durante período de introspecção pessoal da artista, no isolamento social imposto pela pandemia. Como uma forma de escape e de acolhimento às suas lembranças, Rose transformou memórias em objetos palpáveis em sua forma mais pura: coração. No espaço cultural, de 15 a 20 de novembro, também serão exibidos filmes produzidos pelas artistas Natasha Jascalevich e Marina Bombachini, durante a pandemia, e pela Festival de Circo Contemporâneo (Fecico). No dia 16, acontecerá o lançamento do livro Manual de Trapecio Fijo, da circense argentina Erica Stoppel. A publicação traz orientações para o trapézio fixo, formando um guia de apoio a formação prática profissional. Residência e vivências – O 16º Festival de Circo do Brasil vai promover residência das artistas e vivências para estudantes e profissionais de circo. Autonomia criativa com Lu Lopes, Circo para 60+ com Carol Melo e Contato com Rose Zambezi são três vivências que acontecerão na Casa Estação da Luz, em Olinda. A multidisciplinar Pauline Zoé vai ministrar vivência de roda cyr. Já a especialista em bicicleta acrobática, que já se apresentou em 28 países, Jéssica Arpin, abordará os princípios da movimentação na bicicleta acrobática. As artistas Iara Gueller, Erica Stoppel e Luara Bolandini estão à frente da oficina de corda em giro. Essas três vivências acontecerão na Escola Pernambucana de Circo, na Macaxeira. As outras duas vivências serão aportadas no espaço Casulo, em Casa Amarela, e serão sobre a técnica, dinâmicos e pesquisa da lira, sob comando de Iara Gueller, e comicidade no tecido, com Geisa Helena. Todas as vivências são gratuitas e tem vagas limitadas. PROGRAMAÇÃO 15/11 (TERÇA-FEIRA) CASA ESTAÇÃO DA LUZ Na Casa da Rosa, da Cia das Rosas (SP) + Onde Eu Guardo Um Sonho, de Adelly Costantini (RJ)Abertura da casa: 15h30 Início: A partir das 16h Encerramento: 18h Na Casa da Rosa e Onde Eu Guardo Um Sonho são dois espetáculos infantis, indicados para a primeira infância. O primeiro conta as aventuras da Rosa, uma menina criativa e sonhadora, através das linguagens do teatro de bonecos e os recursos de teatro de sombras à arte circense. O segundo é uma poesia onírica para crianças que traz a reflexão sobre como é virar adulto dentro da imaginação de uma criança. Opá, Uma Misão, de Lívia Falcão (PE)Abertura da casa: 19h Início: 20h Encerramento: 22h Opá, Uma Missão é um monólogo da atriz, diretora e palhaça pernambucana Lívia Falcão. O espetáculo conta a história de Zanoia, uma benzedeira antiga descendente direta da xamã mais velha, de terras distantes, que um dia dia foram de seu povo perdido. É deste lugar místico e onde veio a sua voz e a sua Opá, sua tenda. 16/11 (QUARTA-FEIRA) CASA ESTAÇÃO DA LUZ Altissonante, de Lu Menin (SP)Abertura da casa: 19h Início: 20h Encerramento: 22h Altissonante é um solo da artista Lu Menin que discorre sobre o amor-próprio e a potência feminina em um Aéreotório - espaço de oração barroco. Através das técnicas de parada de mãos, acrodança, aéreos, teatro físico e canto essa figura Altissonante se expressa.É além de toda delicadeza estética, também uma possibilidade crítica de como a sociedade lida com essa mulher completa, dona de si e com total controle do mundo em que vive. Lançamento do livro Manuel de Trapecio Fijo, de Erica Stoppel (ARG) Início: 19h Encerramento: 22h O livro traz orientações para o trapézio fixo, formando um guia de apoio a formação prática profissional. Na edição, são explorados temas como: o conhecimento do corpo e sua localização no espaço, os processos de aprendizagem e transferência e os diferentes recursos para alternar possibilidades. SESC LER SÃO LOURENÇO DA MATA (APRESENTAÇÃO GRATUITA) Kalabazi, de Jéssica Arpin (SUI)Início: 19hEspetáculo interativo de circo, palhaço e poesia que conta a história de uma jovem que organiza um concurso de amor para arranjar um marido. São escolhidos alguns candidatos na plateia que são submetidos a julgamentos e encorajados pela artista com suas acrobacias de bicicleta e sua estranha conversa invertida. 17/11 (QUINTA-FEIRA) CASA ESTAÇÃO DA

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JoaoVieiraJr produtor

"A cultura impacta o PIB em 2,5% e tem que ser tratada como estratégica em qualquer governo"

Uma das áreas que mais enfrentou revezes na pandemia, a cultura também amarga uma certa invisibilidade dos benefícios econômicos que proporciona e das riquezas que gera. Essa visão, segundo o produtor João Vieira Júnior, sócio da Carnaval Filmes, começa a se modificar. Para demonstrar o tamanho do setor cultural, ele se baseia num estudo da Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro), que revelou um contingente de 935 mil profissionais criativos empregados formalmente e uma participação de 2,5% no PIB nacional. “O que é muito mais significativo do que a contribuição da indústria farmacêutica ou automobilística”, ressalta. João Vieira Júnior tem trabalhado com vários nomes que deram ao cinema pernambucano e brasileiro um destaque internacional, como Cláudio Assis, Hilton Lacerda e Karim Aïnouz, e participado de produções como Tatuagem, Céu de Suely, Estou me Guardando pra Quando o Carnaval Chegar. Nesta semana foi lançado Paloma, filme que a Carnaval produziu, dirigido pelo diretor Marcelo Gomes (o mesmo de Cinema, Aspirinas e Urubus) e ganhador do Festival do Rio. Nesta conversa com Cláudia Santos, ele analisa o impacto no audiovisual da pandemia e das fake news sobre as leis de incentivo à cultura, e aponta as perspectivas do setor. Quais as dificuldades enfrentadas pelas produtoras do audiovisual no País? Antes de responder, gostaria de colocar algumas coisas interessantes que aconteceram este ano, como esta entrevista para a Algomais, revista que é uma antena dos negócios do nosso Estado. O fato de que eu, um produtor de cinema, esteja conversando hoje com a Algomais, é uma mudança que se operou lentamente. Ou seja, começa a haver a percepção dos gestores, das pessoas que geram riquezas, dos pensadores, dos economistas sobre o impacto econômico do setor cultural, a chamada economia criativa. Talvez, a pandemia tenha contribuído para isso. Existem estudos da ONU (Organização das Nações Unidas) apontando que a participação do setor cultural no PIB mundial chega de ser 7% e isso é uma coisa muito expressiva. No Brasil, enfrentamos a ausência de dados porque não aconteceu o Censo mas a Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) revela que, no País, o impacto da cultura sobre o PIB é de 2,5%. O que é muito mais significativo do que a contribuição da indústria farmacêutica ou automobilística, por exemplo. Sem contar que a distribuição dessa riqueza produzida pelo setor cultural é muito mais pulverizada por todos os Estados. Os estudos da Firjan, de 2021, revelaram que 935 mil profissionais criativos estavam formalmente empregados no setor cultural, o que equivale a 70% de toda a mão de obra que atua na indústria metalmecânica brasileira. Nos créditos finais de Bacurau, obra premiada de Kleber Mendonça, há uma frase informando que aquele filme gerou 800 empregos diretos e indiretos. Trata-se de um setor importante que produz riqueza material mas, também, riqueza simbólica que é incalculável porque inclui a nossa língua, o nosso jeito de pensar, o nosso jeito de vestir, de comer, de sonhar, de desejar. É a cultura que dá ao brasileiro a singularidade dele em relação ao resto do mundo. Então, o setor tem que ser tratado de forma estratégica, dentro de qualquer plano de governo, porque a cultura emprega, faz sonhar e é a indústria mais limpa também. Como produtor, sou o responsável pelo financiamento e pela realização de uma obra, tenho de analisar as condições, a partir do tamanho da minha empresa e do conhecimento da minha participação dentro do mercado. Devo analisar se posso empreender o tamanho daquela obra, se ela vai custar R$ 2 milhões, R$ 3 milhões, R$ 5 milhões. Uma obra cinematográfica, mesmo quando é de baixo orçamento, ela é muito cara, mas tem alto índice de empregabilidade: o ator tem que estar vestido e são necessários costureiras, figurinistas, maquiador, material de consumo para produzir essas roupas. Os atores estão dentro de um cenário que pode ser natural mas, também, pode ser uma casa numa zona rural que você alugou de uma pessoa, ou um sítio, material como tintas foram comprados, você trouxe pessoas de diferentes lugares, contratou alimentação, alugou veículos, comprou combustível, consumiu hospedagem para 70 pessoas. O ideal de uma empresa produtora de filmes é que, enquanto está desenvolvendo um projeto, ela possa estar filmando outro ou cuidando do lançamento de um terceiro para que tenha sempre um volume, uma capacidade para operar no mercado. Às vezes, você pode conseguir algum recurso público estadual mas, geralmente, os filmes de longa-metragem captam dinheiro federal, às vezes internacional, por meio das coproduções. Acima de tudo os empreendedores culturais, especialmente os do cinema, são investidores do Estado. Por exemplo, quando faço uma coprodução com um filme, cujo orçamento pode chegar a R$ 5 milhões – e ele não tem nenhum investimento local do Funcultura – posso dizer que essas empresas que estão envolvidas nesse filme, estão naquele momento sendo investidoras porque estão atraindo negócios para o Estado. Como você encara as críticas às leis de incentivo à cultura? Recentemente, fui convidado por um grupo de advogados para conversar com eles sobre a legislação audiovisual brasileira, porque eu me sinto numa missão constante e ininterrupta de desfazer a enxurrada de fake news a que os agentes culturais brasileiros foram submetidos nos últimos anos. Por exemplo, a Lei Rouanet é muito equilibrada, exige prestação de contas rigorosíssima, possibilita o acesso ao patrocínio dos agentes culturais no País inteiro. Um segmento da população criou distorções sobre essa lei e a força da fake news chegou a criminalizar de alguma forma os artistas. E aí, aparece a pandemia, as pessoas ficam presas em casa consumindo os produtos criativos, audiovisuais, fonográficos, o tempo inteiro. Houve uma alta demanda, mas uma produção muito baixa, porque foi o setor mais afetado, já que a cultura é um trabalho muito coletivo, que reúne muitas pessoas, além de ser um dos setores mais penalizados em investimento público dos últimos quatro anos. É um setor que foi criminalizado e perseguido. Qual o impacto da pandemia no setor? Houve um aquecimento com o streaming, com a Netflix,

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