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Cultura e história

Fundaj e Oficina Francisco Brennand promovem seminário internacional dedicado à obra do artista

De 21 a 25 de setembro, programação traz painéis com importantes nomes das artes visuais, uma mostra de cinema com filmes que habitaram o pensamento criativo de Brennand e uma visita guiada pela Oficina com a Diretora Artística Júlia Rebouças (Foto: Breno Laprovitera) Pela primeira vez, a Oficina Francisco Brennand e a Fundação Joaquim Nabuco se unem institucionalmente para celebrar a obra e história de um dos mais prestigiados artistas do país. Entre 21 e 25 de setembro, as instituições promovem, no Cinema da Fundação/Museu (Casa Forte) e na Oficina (Várzea), o seminário internacional “Francisco Brennand: a Oficina como território” com uma programação de palestras e filmes que visam a fomentar e difundir a arte, a memória e a história social do escultor, pintor e pensador pernambucano – falecido em 2019. Entre os palestrantes, estão curadores e pesquisadores como Paola Santoscoy (México), Tício Escobar (Paraguai), Clarissa Diniz, Júlia Rebouças, Rose Lima e Jacob Klintowitz. Veja a programação completa abaixo e nos sites www.oficinafranciscobrennand.org.br e www.gov.br/fundaj. “A obra singular de Francisco Brennand permanece e inspira. Tudo o que diz respeito à sua arte provoca curiosidade e tem uma forte identidade. Essa parceria, com a realização do seminário, mostra de cinema e curso formatado em parceria com o Museu do Homem do Nordeste, trará para o público novas reflexões e olhares sobre a arte e a cultura do Nordeste. A Fundaj, como instituição que atua na região, tem esse compromisso. Trazer para o debate a obra de Brennand é levar para o público a genialidade desse artista, proporcionando que cada vez mais seu nome e arte sejam perpetuados”, ressalta o presidente da Fundaj, Antônio Campos. “Este seminário acontece no âmbito da celebração dos 50 anos da Oficina Francisco Brennand, iniciada em novembro de 2021, o que pra nós é motivo de bastante alegria, e é o primeiro projeto que se desdobra a partir dessa importante parceria firmada com a Fundaj. Temos interesse recíproco em promover cooperações técnicas e diálogos em educação e cultura e, certamente, esta será a primeira de muitas colaborações entre a Oficina e a Fundaj”, afirma Ingrid Melo, Diretora de Operações da Oficina Francisco Brennand. Nascido na cidade do Recife, Francisco Brennand herdou o lugar no qual viveu e construiu ao longo de quase meio século o “sonho que não deveria ser interrompido” - a Oficina Francisco Brennand, espaço único no mundo erguido a partir das ruínas da antiga fábrica de telhas e tijolos refratários, a Cerâmica São João, que pertenceu a seu pai Ricardo Lacerda de Almeida Brennand. Localizada na Várzea, segundo maior bairro da cidade do Recife, a Oficina conflui sua existência com a do próprio lugar. Como anunciado por Francisco Brennand: a “Várzea é o seu mundo”. “A trajetória artística de Francisco Brennand, ainda que tenha sido pontuada por importantes leituras críticas ao longo de seu desenvolvimento, merece renovados debates sobre a qualidade de seu trabalho e as reverberações que este tem na contemporaneidade, tanto em termos formais, ao apresentar uma técnica cerâmica única, com motivos característicos de seu trabalho, mas também por evocar discussões que se fazem mais atuais do que nunca, como as relações entre seres, ambientes e história.”, pontua Júlia Rebouças, Diretora Artística da Oficina Francisco Brennand. PALESTRAS A estrutura da programação está alinhada aos eixos temáticos “Outros modernismos na obra de Francisco Brennand: reverberações fora de territórios hegemônicos” e “Reflexões sobre museus de artistas: Oficina Francisco Brennand e seus processos”. O primeiro discutirá os movimentos de articulação artística que aconteciam em Pernambuco e no Nordeste, analisando como tais movimentos se aproximavam ou se distanciavam dos adventos modernistas que ocorreram na década de 1920, mas que continuaram a borbulhar principalmente nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro. O painel também insere na discussão as parcerias entre Francisco Brennand com outros artistas e intelectuais contemporâneos a ele como Aloísio Magalhães, Ariano Suassuna, Cícero Dias, Lina Bo Bardi, Paulo Freire, Vicente do Rego Monteiro e Teresa Costa Rêgo. A curadora Clarissa Diniz e o professor Anco Márcio são os convidados do debate que terá a mediação de Gleyce Kelly Heitor, Diretora de Educação e Pesquisa da Oficina Francisco Brennand. A mesa “Reflexões sobre museus de artistas: Oficina Francisco Brennand e seus processos” apresentará um debate sobre a criação de museus que antes foram ateliês de artistas, lançando questões de como estes espaços se transformam, quais são suas contribuições para repensar as distintas naturezas institucionais e como construir convivências entre o acervo, a própria espacialidade criada pelos artistas e outras poéticas/processos. O debate, com mediação de Júlia Rebouças, contará com as participações de Rose Lima, Diretora do Teatro Castro Alves e curadora da exposição comemorativa de 90 anos de Francisco Brennand, e Paola Santoscoy, diretora do Museo Experimental El Eco, na Cidade do México. O Seminário contempla ainda conferências de dois importantes pensadores no campo das artes, influentes referências em museus nacionais e internacionais. O crítico e curador paraguaio Ticio Escobar mostrará as contribuições de sua pesquisa a respeito das culturas do barro, enquanto o gaúcho Jacob Klintowitz, um especialista no trabalho cerâmico de Brennand, com diversos textos publicados sobre o assunto, apresenta o seu olhar sobre o processo criativo do escultor. MOSTRA DE CINEMA Além da grade de palestras, o evento dividirá com o público uma mostra de cinema composta por um recorte de filmes e cineastas que povoaram o pensamento criativo do artista, um grande apreciador da sétima arte: “Maluco Genial” (de Ronald Neame); “Henrique V” (Kenneth Branagh); “O Anjo Azul” (Josef von Sternberg); “Barton Fink” e “Fargo” (Irmãos Cohen); “Veludo Azul” (David Lynch) e a trilogia “As Mil e Uma Noites” (Miguel Gomes), além de “Francisco Brennand”, um filme sobre a sua trajetória dirigido por Marianna Brennand, sua sobrinha-neta, cineasta e Presidente da Oficina Francisco Brennand. VISITA GUIADA NA OFICINA FRANCISCO BRENNAND No sábado, dia 24 de setembro, às 11h, o seminário promove uma visita guiada com Júlia Rebouças pela exposição “Devolver a terra à pedra que era: 50 anos da Oficina Brennand”, uma mostra antológica do artista da

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Os Ladroes

Mostra de Filmes coreanos invade a tela do Cinema da Fundação

Ao todo serão exibidos nove filmes em três dias de programação na sala Derby. (Da Fundaj)Há cerca de duas décadas, desde a virada do milênio, que a indústria cultural sul-coreana vem se estabelecendo como uma das mais efervescentes do mundo. Prova disso é o enorme sucesso dos idols do K-Pop na música, Round 6 fazendo história como a série mais assistida da Netflix de todos os tempos e o filme Parasita de Bong Joon Ho, levando a Palma de Ouro do Festival de Cannes e seis estatuetas do Oscar para casa. Numa parceria com a embaixada da Coreia do Sul, o Cinema da Fundação traz uma mostra exclusiva com 9 filmes coreanos, que acontece entre os dias 23 e 25 deste mês, na sala Derby. Os ingressos para a mostra serão distribuídos gratuitamente pelo site Eventbrite a partir de 72 antes de cada sessão do evento e na bilheteria local do cinema. “Recentemente, conteúdos coreanos têm ganhado grande fama no Brasil, aumentando o interesse dos brasileiros sobre a cultura coreana. Assim, a Embaixada da República da Coreia, com o intuito de proporcionar a oportunidade de o povo brasileiro ter contato com uma diversidade de filmes coreanos, resolveu promover a  Mostra de Cinema Coreano em Pernambuco", explica Yu Hyun Kim, diplomata e Terceira Secretária da Embaixada da Coreia do sul no Brasil. Desde o começo dos anos 2000 que a produção cinematográfica coreana bate ponto na  programação do Cinema da Fundação. Foi nas salas Derby e Museu que os cinéfilos pernambucanos puderam assistir a filmes como Old Boy, O Hospedeiro, Em Chamas e Na Praia à Noite Sozinha, só para citar alguns dos cineastas Park Chan-wook, Bong Joon Ho,Lee Chang-dong e Hong Sang-soo. Diversos gêneros cinematográficos compõem  a seleção de filmes a serem exibidos no evento, dando ao público uma oportunidade única de conhecer sobre a pluralidade e peculiaridades do cinema produzido no país asiático. “A cinematografia sul-coreana está bem estabelecida com o surgimento de grandes autores, muitos deles consagrados em festivais mundiais. O interessante dessa mostra é a oportunidade que teremos em conhecer um pouco mais sobre a produção sul-coreana, que rivaliza de igual para igual com cinema hollywoodiano, a partir do trabalho de diretores que dificilmente chegarão ao circuito comercial”, analisa o jornalista Ernesto Barros, coordenador do Cinema da Fundação e da Cinemateca Pernambucana. A maior parte dos filmes, informa o coordenador, foi realizada na década passada, quando o cinema coreano estava conquistando o mundo. PROGRAMAÇÃO: 23/09 14h - A Linha de Frente 17h- Kundo: Era Fora de Controle 20h - Um Dia Díficil 24/09 14h - Tudo sobre Minha Esposa 17h - Os Ladrões 20h - Meu Amor, Minha Noiva 25/09 14h - Sinceramente, Grandemente 17h - O Túnel 20h - Luck- Key Endereço: Cinema da FundaçãoRua Henrique Dias, 609 - Derby Ingressos: www.eventbrite.com.br

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Nino Alves

Espetáculo ‘Nino Alves-ExperimentaSons’ desembarca na Mata Norte

Evento dedicado aos 20 anos de carreira do multiartista pernambucano, Nino Alves, acontece no Espaço Mauro Mota, em Nazaré da Mata, região da Mata Norte de Pernambuco, a partir das 20h30. Acesso do público é gratuito (Foto: Hugo Muniz) Acontece, nesta sexta-feira (16), no Espaço Cultural Mauro Mota, em Nazaré da Mata - Capital Estadual do Maracatu Rural, o espetáculo ‘Nino Alves-ExperimentaSons’. O projeto, que teve estreia no Recife, agora, desembarca na Mata Norte. A iniciativa, que conta com incentivo do Funcultura, visa celebrar os 20 anos de carreira do multiartista, Nino Alves. O show, programado para acontecer a partir das 20h30, é gratuito, e busca valorizar a música regional pernambucana, unindo criatividade, música instrumental, percussiva e melódica não-convencional. Durante a apresentação, o artista fará uma mescla musical, que combina poesias e canções. A ideia é transmitir às crianças, adolescentes, jovens e adultos a percepção e contemplação da música local e regional, a partir dos sons extraídos de sucata e diversos tipos de materiais. Entre eles: PETfone e o Garrafão Falante, construídos pelo próprio artista. Há, ainda, dentro dessa infinidade musical, outros componentes sonoros, como sementes, serra de marcenaria, cabaças, tigelas de vidro, molhos de chaves, catracas de moto e bicicleta. Na ocasião, o show ‘Nino Alves-ExperimentaSons’ é acompanhado pelos músicos: Betinho Lima (percuteria), Lucas Romeiros (guitarra e violão) e Efraim Rocha (contrabaixo). Para este projeto, também foram convidados artistas regionais, com relevante importância musical. São eles: Baixinho dos Oito Baixos (Vicência); e o maestro Guilherme Otávio (Nazaré da Mata). Juntos, eles vão se revezar, trazendo toda musicalidade para o público.

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corrida galinha

Corrida da Galinha realiza 23ª edição até domingo (18), em São Bento do Una

Além das irreverentes competições no “Galinhódromo”, a festividade conta com mais de 20 shows, feiras de artesanato e da agricultura familiar. Bell Marques, Maestro Forró, Limão com Mel e Mano Walter integram a programação   A irreverente Corrida da Galinha, festa já tradicional no calendário do agreste pernambucano, volta a acontecer, após dois anos, por causa da pandemia. Assim, a Prefeitura de São Bento do Una (PE) confirma a realização da sua 23ª edição, que acontece até este domingo (18/09), em grande estrutura montada em dois polos da cidade. O nome do evento, idealizado em 1993 por um grupo de amigos, encabeçados pelos irmãos Marcos e Marcelo Valença, foi inspirado na fama do município, considerado um dos principais produtores de ovos e frangos do Nordeste e com destaque no cenário nacional.  Com o tema “Depois da Menor Pausa”, a 23ª edição traz uma programação intensa com grandes shows, diversas atividades culturais, Feira de Artesanato, Feira da Agricultura Familiar e as irreverentes brincadeiras, que são o ponto alto da festa. As famosas competições da Corrida da Galinha são realizadas em uma pista de circuito fechado, chamada de “Galinhódromo”, com uma arena de capacidade para 5 mil pessoas. Como uma espécie de paródia da Fórmula 1, a corrida apresenta os ícones do circuito automobilístico, com direito a prêmios para os três primeiros e último lugares. O Galinhódromo tem 85 metros de extensão, sendo protegido por uma tela e instalado em local amplo para dar mais espaço e segurança aos pilotos e suas “máquinas voadoras”. A estrutura ainda conta com o espaço Pinto Stop e a Torre de Comando, onde é feita a transmissão da corrida com narração exclusiva do Galão Bueno e seus respectivos comentaristas. Os competidores ganham até prêmios em dinheiro, de R$ 3 mil, R$ 2 mil e R$ 1 mil, para os primeiros, segundos e terceiros lugares, respectivamente. As inscrições são gratuitas e feitas no local do evento. Outro destaque da festa é sua programação cultural, contando com shows gratuitos de artistas nacionais e da terra. Entre as atrações: Bell Marques, Grupo Revelação, Mano Walter, Raphaela Santos (A Favorita), Wallas Arraes, Daniel Melo, Daltinho Pereira, Diego Moraes, Aduilo Mendes (Ex-Mastruz com Leite) e Tarcísio do Acordeon. Os shows acontecerão a partir das 19h, de quinta a sábado (15 a 17/09), num grande palco montado no polo Arena da Galinha, no terreiro de Jessé. Além disso, Maestro Forró fará um arrastão pelo centro da cidade, no domingo. O último dia do evento contará também com animação da banda Asas da América. E como o artesanato é outro setor que movimenta a economia de São Bento do Una, haverá barracas com exposição de artesanatos locais, onde cada artista terá o seu espaço para comercializar os seus produtos. O Casarão de Arte e Cultura Alceu Valença vai trazer também exposição dos artesões. Haverá ainda o polo da Agricultura Familiar, contando com comidas elaboradas a base dos produtos produzidos por famílias de agricultores locais. Para comer, o público poderá conferir também outros restaurantes na cidade, com cardápio recheado de comidas elaboradas com frango, galinha e ovos, além de outras culinárias para todos os gostos. A Corrida da Galinha traz ainda o Ciscando no Autoconhecimento: de grão em grão, é só diversão!. A proposta é vivenciar, no espaço escolar e no Galinhódromo, atividades semelhantes às que são realizadas durante a festa, enfatizando para as novas gerações a importância da festividade na cultura regional e para a economia local. Para sua 23ª edição, a expectativa da organização é que 200 mil pessoas circulem pelos cinco dias da Corrida da Galinha. SERVIÇO | 23ª CORRIDA DA GALINHA Evento Gratuito Quando: de 12 a 18 de setembro de 2022 Onde: São Bento do Una (PE) – Estruturas montadas na Praça Matriz (Terreiro Cultural, Galinhódromo, Feira de Artesanato, Feira de Agricultura Familiar e Praça de Alimentação) e no Terreno de Jessé (Arena da Galinha – Shows no palco). Como chegar: de carro, pela BR 232, ou deônibus, que diariamente sai do TIP do Recife até São Bento do Una Informações: www.saobentodouna.pe.gov.br/ e Instagram @prefsbu

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Foto Escritor Sacolinha

Bairro do Recife recebe a sexta edição da Fenelivro

Lançamentos literários, oficinas, conversas, artes visuais, teatro e shows integram a programação gratuita. Na foto, o escritor Sacolinha, um dos convidados do evento. Crédito: Elidiane Alexandrino O Bairro do Recife recebe, a partir da quarta-feira (21), a sexta edição da Feira Nordestina do Livro, evento que integra o Circuito Cepe de Cultura 2022. Ocupando cinco mil metros quadrados da Avenida (Boulevard) Rio Branco e com a participação de 25 editoras, a Fenelivro volta ao formato presencial depois de dois anos, homenageando o poeta Miró da Muribeca e o cantor e compositor Chico Science. Inspirada no pensamento do precursor do Manguebeat, traz como tema central “Há fronteiras nos jardins da razão?” costurando a programação gratuita que segue até domingo (25). Com uma estrutura física de três palcos e arena para lançamentos, a 6ª Fenelivro contará com mais de trinta atrações entre lançamentos literários, saraus, shows, oficinas, espetáculos infantis, rodas de conversas, exibição de filmes e videoteatro. “Essa edição se tornou especial a partir do momento que a levamos para uma área aberta e no coração do Recife. O diálogo com o território seria, portanto, mais necessário. Por isso, estamos oferecendo uma programação onde literatura, música, teatro, cinema e artes visuais falam sobre a cidade, transmitem o que pensam e o que sentem às pessoas que transitam por ela," destaca a curadora Jamille Barbosa. Entre os lançamentos, a Cepe Editora apresentará o inédito Além do Ipiranga, a extraordinária vida de Pedro Américo e suas incríveis facetas. Escrito pelo advogado Thélio Queiroz Farias, o livro detalha a vida do pintor paraibano, revelando sua importância para além do quadro Independência ou Morte!, de sua autoria. A editora também lançará Feiticeiros de Acbar, Os Governantes - Volume I. Primeiro título de uma série de cinco, escrita por Simone Aubin, a obra propõe um mergulho na literatura fantástica para os leitores adolescentes. Conversas com os autores dos já lançados Memórias de um motorista de turnês (Paulo André Pires), Bicho Geográfico (Bernardo Brayner) e da HQ Ragu 8 (Christiano Mascaro, João Lin, Dandara Palankof e Paulo Floro) também estão previstas. Outras editoras aproveitam a feira para lançar livros: A falta (Tusquets, 2022), do jornalista e escritor Xico Sá, e o infantojuvenil A Festa da Cabeça (Arole Cultural, 2022), de Kemla Baptista, são destaques. Bate-papos - Todos os dias a programação traz um bate-papo diferente, com temas culturalmente relevantes. Na quarta-feira, às 18h30, a roda de conversa Manguebeat: o movimento e a memória, reunirá o cineasta Jura Capela, realizador do documentário Manguebit, a professora de sociologia da UFPE Luciana Moura, autora do livro Manguebeat: a cena, o Recife e o mundo (Appris, 2020), com mediação do crítico musical, jornalista, escritor e pesquisador José Teles, autor do livro Da lama ao caos: que som é esse que vem de Pernambuco (Edições Sesc São Paulo, 2022). Outro bate-papo instigante vai abordar os caminhos do quadrinho no Brasil, com o ilustrador e artista visual paulistano João Pinheiro, um dos principais autores do quadrinho nacional contemporâneo, e a artista visual e quadrinista de São Paulo Mariana Waechter. A mediação é da editora de quadrinhos recifense Dandara Palankof, na quinta-feira (22), às 18h30. Um dos destaques de sexta-feira (23) fica com o bate-papo Caminhos do pavor: o horror insólito na literatura brasileira contemporânea, com a participação dos autores de terror Márcio Benjamin e Paula Febbe e mediação do jornalista, escritor e criador do site O Recife Assombrado, Roberto Beltrão. “Márcio e Paula fazem parte de uma geração que, de certa forma, ‘desafia’ o cânone da literatura brasileira que, por décadas, desde o fim do século XIX, foi o realismo”, destaca Roberto. Para a paulistana Paula Febbe, escrever sobre terror é como colocar para fora os próprios medos. “Minha literatura é resultado do meu inconsciente”, define Paula, que estudou psicanálise justamente para entender seus processos mentais e colocá-los no papel. O escritor paulistano Sacolinha (pseudônimo de Ademir Alves de Sousa), a cordelista e poeta cearense Jarid Arraes e a escritora carioca Clara Alves mostrarão como as suas experiências sociais se refletem nas suas produções literárias. A conversa entre Sacolinha e Jarid Arraes será no sábado (24) e terá mediação do poeta pernambucano Fred Caju. Clara Alves participa do bate-papo no domingo (25), com mediação de Gianni Gianni, editora assistente da Cepe. Todas a partir das 16h. Morador de Suzano (SP), com dez livros publicados, Sacolinha tem 39 anos e celebra 20 anos de carreira em 2022. “Costumo dizer que eu coloco a minha pele no fogo. Como morador de periferia, escrevo aquilo que eu vivo. Não é que eu escreva a realidade, mas um pouco da minha vivência social se reflete na minha produção literária”, declara o escritor. “Desde que me entendi como mulher bissexual, o foco da minha produção literária passou a ser o protagonismo LGBTQIAP+. Eu demorei muito a me entender e me aceitar, justamente por essa invisibilidade com que crescemos. As histórias que eu lia nunca eram sobre mim”, acrescenta Clara Alves, 28 anos. A performance do coletivo Slam das Minas de Pernambuco é uma boa pedida para o domingo (25), às 19h, quando oito mulheres negras estarão juntas para recitar poesias autorais sobre resistência e ancestralidade. “A poesia feita a partir da nossa vivência é uma característica do nosso grupo”, destaca Amanda Timóteo, poeta e uma das organizadoras do coletivo. Nos shows do fim de semana, a banda Geração Mangue leva sua mistura de música regional com hip-hop para o palco da Fenelivro, às 20h do sábado (24). A banda pernambucana Café Preto, projeto de Cannibal, DJ PI-R e Bruno Pedrosa, que mistura ragga, dub, funk e EDM, é a atração do domingo (25), também às 20h. Oficinas e crianças - Atividades voltadas para a garotada ocupam as manhãs e tardes da programação com opções de oficinas (dublagem/voz original, trilha sonora, animação e roteiro, desenho artístico, pintura e grafite), contações de histórias e espetáculos infantis. O Coletivo Teatro de Retalhos leva para a Fenelivro clássicos da literatura (Moby Dick, Dom Casmurro e Hamlet) em linguagem adaptada para a criançada,

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meninos ipojuca

Orquestra Criança Cidadã dos Meninos do Ipojuca realiza concerto oficial na Caixa Cultural Recife

Músicos do núcleo do projeto sediado em Camela preparam repertório com clássicos regionais e sucessos da Disney (Da Coordenação de Comunicação da OCC) A agenda de eventos da Orquestra Criança Cidadã dos Meninos do Ipojuca está a todo vapor. Além do concerto comemorativo de oito anos de fundação do Núcleo da OCC em Camela, nesta quinta-feira, no próximo domingo (18) será a vez de o grupo se apresentar na Galeria 1 da Caixa Cultural Recife, às 15h30. Para esta exibição, o maestro Márcio Pereira organizou, junto aos alunos, uma seleção que inclui peças do compositor capixaba Carlos Cruz (1936-2011) e do carioca Ernani Aguiar (1950), além de temas de sucessos inesquecíveis da Disney, como as sagas de filmes “Star wars” e “Piratas do Caribe” e animações como “O Rei Leão”, “A pequena sereia”, “A Bela e a Fera” e “Aladdin”, entre outros. A aluna de contrabaixo Graziela da Silva não esconde a empolgação para o evento: "O repertório está muito legal, estamos muito ansiosos para o nosso concerto na Caixa Cultural Recife. Os ensaios estão sendo muito massa! Confesso que estou um pouco nervosa, mas estou bastante feliz por mais um ano de aniversário da OCC Ipojuca". Não custa reforçar: a entrada é gratuita e livre para todos os públicos, mas é necessário apresentar, na entrada, o comprovante de vacinação contra a covid-19. A Orquestra Criança Cidadã dos Meninos do Ipojuca é um projeto social patrocinado pela Prefeitura do Ipojuca, por meio de termo de fomento, e supervisionado pela Secretaria Especial de Juventude do município. SERVIÇO [MÚSICA] Série Caixa Cultural Recife - Concerto da Orquestra Criança Cidadã dos Meninos do Ipojuca Data: 18 de setembro de 2022 (domingo) Local: Caixa Cultural Recife - Marco Zero - Recife Antigo Horário: 15h30 Entrada: Gratuita Classificação: Livre Patrocínio: Ministério do Turismo, Prefeitura Municipal do Ipojuca e Caixa

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Erica Natuza

Show “Elas cantam elas “ reúne toda energia do canto feminino

Seis cantoras pernambucanas subirão ao palco nos dias 6 e 7 de outubro interpretando outras seis mulheres destaque no mundo da música. Evento começa às 18h, no auditório da Livraria Jaqueira, Bairro do Recife, sendo o primeiro em Pernambuco com venda de ingressos também por meio de NFT´s. Seis mulheres, cantoras e pernambucanas. Esse sexteto subirá ao palco trazendo outras vozes femininas no espetáculo “Ela cantam elas”. Numa mistura eclética de estilos musicais, Erica Natuza, Bia Medeiros, Belle Brito, Marina Medeiros, Alana Sant e Lua farão interpretações de grandes nomes da música nacional e internacional, como Amy Winehouse, Sandy, Elba Ramalho, Elis Regina, Britney Spears e Vanessa da Mata, respectivamente. Os shows serão nos dias 6 e 7 de outubro, das 18h às 20h, na Livraria Jaqueira, Bairro do Recife. O “Elas cantam elas” é o primeiro projeto musical em Pernambuco com venda de ingressos também por meio de NFT´s. Com 2h de apresentação em cada dia, o show terá as seis cantoras pernambucanas divididas nestas datas, cada uma trazendo seu estilo e repertório diferenciado. Sendo assim, o público atraído para as apresentações será eclético e ligado às cantoras por músicas conhecidas e contagiantes. Logo no primeiro dia (6, quinta-feira), subirão ao palco Erica Natuza, Bia Medeiros e Belle Brito. No palco estarão, ainda, em ambas as datas, Bárbara Moraes, na bateria e percussão, Swamy no violão, Erlani Silva no contrabaixo e a violista Raquel Paz. Com uma interpretação de Amy Winehouse já ovacionada pelo público, Erica Natuza trará canções conhecidas como “Rehab”, “Valerie”, “To know him” e “Back to blak”. Serão dez músicas. Dona de uma voz marcante e com uma interpretação singular, Erica teve destaque no The Voice em 2018, chegando à etapa final do programa. Desde então já participou de festivais nacionais e internacionais. Escolheu interpretar a cantora inglesa por ser uma artista que faz parte da sua construção enquanto cantora, mulher, além de ser fã. Fã de Sandy, Bia Medeiros fez o primeiro show em homenagem a ela em 2017 chamando a atenção do público pela similaridade das vozes, doces, mas marcantes. Bia tem projeto autoral e faz parte do Bandalelê, um trabalho com canções da MPB com músicas de Vinicius de Moraes e Chico Buarque. Já abriu shows de Otto e Palavra Cantada, Tiê e Quinteto violado. No Elas cantam Elas, interpreta Sandy trazendo para o público canções como “Era uma vez”, “As quatro estações", “A lenda”, “Olha o que o amor me faz” e “Vamos pular”, totalizando dez músicas. Encerrando a noite deste primeiro dia, Belle Brito sobe ao palco para interpretar canções de Elba Ramalho, cantora que admira, que faz parte da sua construção artística e com quem espera gravar junto um dia. Com um repertório variado, que vai de Alceu Valença, Lenine a Ivete Sangalo, Belle entrou no mundo musical ainda criança, por intermédio da sua família, que costumava ouvir vários gêneros. Participou do The Voice Brasil 2021, tendo como técnica Claudia Leitte. No “Elas cantam ela”, executará dez músicas que fizeram sucesso na voz de Elba Ramalho, entre elas, “Qui nem jiló", “De volta pro aconchego", “Ai que saudade de ocê" e “Eu só quero um xodó”. Já no dia 7 (sexta-feira), será a vez de Alana, Marina Medeiros e Lua soltarem as vozes no palco do “Elas cantam elas”. Alana Sant, que é cantora, compositora e atriz, abre a segunda com interpretações de músicas de Britney Spears. No repertório de dez músicas, canções como “Oops i did again”, “Crazy”, “Sometines”, “Overprotected” e “Everytime”. Dona de um timbre calmo, voz mansa, Alana Sant participou do The Voice Brasil, fazendo parte do time de Lulu Santos. Sua veia artística surgiu já na infância, sendo motivadas por aulas de dança e pela música, ganhando os palcos de Vitória de Santo Antão, sua cidade natal, ainda na adolescência, cantando músicas internacionais. Com uma performance que preenche o palco e uma voz potente e elegante, a cantora, compositora e bailarina Lua interpretará Vanessa da Mata, para quem já fez um tributo em 2019. Na sua seleção de dez músicas estão “Não me deixe só”, “Ainda bem”, “Viagem”, “Boa sorte”, “Boa reza” e “Ai, ai, ai”, entre outras. A aproximação de Lua com a música começou na infância, em coros e grupos de louvor. Por dez anos foi solista mezzo soprano em musicais de prestígio nacional por meio do projeto Aria Social, sendo o último deles, o “O nosso Villa” (2014 – 2019) – um musical de Villa Lobos, com direção artística de Beth Gaudêncio, premiado com melhor espetáculo do ano pela Folha de São Paulo. Encerrando a programação, Marina Medeiros usará sua força vocal e brilhante apresentação numa interpretação da majestosa Elis Regina, de quem é fã. Entre as dez músicas escolhidas por Marina estão clássicos como “Alô alô Marciano”, “Upa neguinho”, "Bêbado equilibrista", “Como nossos pais”, “Madalena” e “Maria, Maria”. Marina sobe aos palcos desde 2014, integrando e produzindo diversas bandas locais como Valentina, Banda Duplo, Chã de Camomila e Ùtero In Marte. Atualmente segue com projeto pessoal batizado de “Marina Medeiros” e os vocais da Banda Rockbee. Paralelamente trabalha seu projeto autoral. A escolha por interpretar Elis Regina vem da admiração que tem pela intérprete mais célebre brasileira.

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Foto Jão Vicente III

Júnior Teles lança primeiro single autoral da carreira

Florescer narra, de modo instrumental, a experiência do compositor com a primeira paternidade (Foto: Jão Vicente) Reconhecido por sua atuação em grupos de destaque da música pernambucana, Júnior Teles lança, neste dia 15 de setembro, o primeiro single autoral de sua carreira. "Florescer", que estará disponível nas principais plataformas de música online, é uma peça instrumental de 4 minutos e 28 segundos que passeia pela experiência de gestação e nascimento de Flora, primeira filha do compositor. Com um time de instrumentistas de peso, a faixa foi arranjada por Rafael Marques em parceria com o próprio Júnior Teles e gravada no Estúdio Carranca, no Recife. "Foi uma experiência única reunir tanta gente que admiro e com quem trabalhei em outros projetos para dar vida a esse trabalho que é um marco em minha carreira", destaca Teles. Participam do fonograma, além de Teles (composição, berimbau de boca, sementes, tambor falante e pandeiro), Hugo Lins (viola), Rafael Marques (bandolim), Alexandre Rodrigues (clarinete e flauta) e Pedro Huff (violoncelo). O trabalho de gravação, mixagem e masterização ficou a cargo de Vinícius Aquino, destacado profissional do áudio que atua com nomes como Amaro Freitas. Com uma estrutura baseada no Coco e nos ritmos regionais, seara na qual Júnior Teles tem larga experiência, a faixa reúne diferentes texturas para guiar o ouvinte em uma imersão. De melodia emocionante e harmonias bem elaboradas, Florescer é um convite ao encantamento com a vida e uma ode, especialmente, a nossa relação com a terra e à contemplação dos ciclos da natureza. "Nessa melodia, boto pra fora prazer, amor, medo, dor, entrega, sentimentos, emoções e pensamentos que tomaram conta de mim durante a experiência de ser pai. Essa melodia carrega minha essência e como enfrentei esses momentos/emoções", enfatiza o compositor.

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Recife no século passado é um dos destaques de exposição no Instituto Moreira Salles

*Por Rafael Dantas O fotógrafo português Francisco Manoel Rebello viveu no Recife por décadas e registrou o cotidiano da capital pernambucana, das suas belezas e também dos seus problemas, para a Revista da Cidade. Seu acervo foi preservado pela família e a partir deste mês integrará uma mostra na capital paulista. O Instituto Moreira Salles inaugurou nesta semana a exposição "Moderna pelo avesso: fotografia e cidade, Brasil, 1890- 1930" com algumas imagens do fotógrafo. Com curadoria de Heloisa Espada, a exposição apresentará o Brasil da Primeira República, com foco no processo de urbanização das principais cidades brasileiras: Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Belém, Belo Horizonte e Porto Alegre. As imagens do Recife foram preservadas pelo filho de Francisco Rebello, o Sr. Artur Rebello. "Meu pai era de Goa, Índia Portuguesa. Veio ao Brasil e trabalhou como comerciante, fazendo representação comercial com tio e irmão. Tirar fotos era um hobby. Tem foto do Zeppelin quando chegou ao Recife, fotos do dia a dia, dos costumes. Ele fotografava na rua quando era solteiro. Ele fazia aos sábados as fotos e no domingo revelava. Ele casou com 42 anos, mamãe tinha 20. Como toda mulher, ela baixou a diretriz: Se ele quisesse tirar fotos, era de outra coisa: filhos, sobrinhos, filhos dos amigos… no terraço de casa". De acordo com Ligia Rebello, também filha do fotógrafo, ele registrou o cotidiano do Recife até o final dos anos 30. Muitas de suas imagens foram imortalizadas na Revista da Cidade, que circulou nos anos 20, na capital pernambucana. "Na Revista da Cidade se encontram as primeiras fotos dele públicas. Havia algumas críticas porque ele fotografava muitos mendigos, coisas negativas para a sociedade, que queria a coisa mais elitizada. Mas ele tirava as fotos do momento, das situações de vida. Não era nada planejado, como o cotidiano da feira, do mercado. Cada foto tem a sua história, um local". Confira abaixo algumas fotos do acervo do fotógrafo que foram publicadas na Revista da Cidade. As Lavadeiras O banho do pobre Velharias do Recife O suco de abacaxi

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Necrobrasiliana: exposição na Fundaj faz uma releitura da memória colonial

(Da Fundaj) Abertura da mostra será no próximo dia 15 e contará com performance Angu, da artista maranhense Gê VianaNovos olhares, traços, memórias e interpretações nas telas. Reunindo 26 obras de 12 artistas contemporâneos, a exposição “Necrobrasiliana” chega à Galeria Vicente do Rego Monteiro, da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), no dia 15 de setembro, com a proposta de fazer uma releitura e reinvenção do acervo documental brasiliana. As novas simbologias serão criadas a partir de registros de cartógrafos, fotógrafos, escritores e cientistas que vieram ao país entre os séculos XVI e XIX, como Albert Eckhout, Frans Post, Jean-Baptiste Debret e Auguste Stahl. Necrobrasiliana cria novas representações e fundamentos do período colonial no Brasil. A abertura da mostra será às 18h. Com curadoria de Moacir dos Anjos, pesquisador da Fundaj, a mostra foi apresentada entre junho e agosto deste ano no Museu Paranaense (Mupa). Sua montagem em Curitiba faz parte de um acordo de cooperação assinado entre Fundaj/Mupa em 2021. Em terras curitibanas, contou com  um público de 22.684 visitantes. Moacir dos Anjos ressalta que a Necrobrasiliana faz uma crítica às imagens da memória colonial, ao racismo implícito nelas e que se perpetua nos livros de história, em propagandas e até mesmo no vestuário. “As obras dos 12 artistas que integram a exposição fazem essa crítica e defendem a construção de uma nova sociabilidade. Outra forma de vida, mais inclusiva e justa, onde se possa superar essa memória apaziguada que se tem deste país cordial. Reconhecendo, assim a violência no processo de colonização do Brasil  e, a partir desse reconhecimento, criar outras formas de vida no país”, destaca. As obras são dos artistas Ana Lira, Dalton Paula, Denilson Baniwa, Gê Viana, Jaime Lauriano, Rosana Paulino, Rosângela Rennó, Sidney Amaral, Thiago Martins de Melo, Tiago Sant’Anna, Yhuri Cruz e Zózimo Bulbul. Ana Lira é a única pernambucana a fazer parte da mostra Necrobrasiliana e utiliza fotografias feitas em casas, praças e ruas para registrar desde celebrações familiares a eventos artísticos. Em sua obra, Ana Lira traz uma narrativa sobre os movimentos culturais e suas redes de expansão no bairro da Várzea, que teve uma contribuição muito importante  para a sua família, que reside na região há mais de 40 anos. Localizado na zona oeste da capital pernambucana, a Várzea é um bairro conhecido por   território criativo fundamental em Recife. “Na Várzea há práticas criativas que vão do bordado ao fazer das rezadeiras, do canto à pintura, da fotografia e cinema aos grupos de côco de roda, bois e maracatus, das criações têxteis ao teatro. Há diversas pessoas trabalhando cotidianamente para fortalecer a teia coletiva da região. Foi um dos primeiros bairros do Recife a produzir uma exposição da sua potência criativa na antiga Galeria Metropolitana do Recife (hoje MAMAM), em 1988, quando meus pais estavam na organização do Movimento Cultural da Várzea. Então, eu vivi isso intensamente no cotidiano e na minha formação como artista”, explicita a artista. Durante a abertura da exposição, o público poderá conferir também a palestra e apresentação da performance inédita Angu, da artista visual maranhense Gê Viana. Viana é um dos nomes que compõem Necrobrasiliana. Na série “Atualizações traumáticas de Debret”, ela apresenta títulos como Cultivo de cogumelos e Sentem para jantar, revisitando as aquarelas do francês durante sua estadia no Rio de Janeiro no século XIX. Em sua releitura, a maranhense redistribui a forma como os personagens negros ocupam as cenas das telas. Outro artista que vai expor suas obras na mostra é Denilson Baniwa. Ele faz uma série de intervenções gráficas, chamadas por ele de rasuras, nas ilustrações do livro “Grandes Expedições à Amazônia Brasileira”. O livro reúne imagens produzidas por artistas que vieram ao Brasil a partir do século XIV e representam cenas supostamente vividas no país. A exposição Necrobrasiliana conta com o apoio do Centro Cultural Brasil Alemanha (CCBA) e da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) e pode ser visitada de 16 de setembro de 2022 a 29 de janeiro de 2023, de terças a sextas, das 14h às 19h, sábados, domingos e feriados, das 13h às 17h. A Galeria Vicente do Rego Monteiro fica localizada no campus Derby da Fundaj.

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