Arquivos Cultura E História - Página 108 De 375 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Cultura e história

Erica Natuza

Show “Elas cantam elas “ reúne toda energia do canto feminino

Seis cantoras pernambucanas subirão ao palco nos dias 6 e 7 de outubro interpretando outras seis mulheres destaque no mundo da música. Evento começa às 18h, no auditório da Livraria Jaqueira, Bairro do Recife, sendo o primeiro em Pernambuco com venda de ingressos também por meio de NFT´s. Seis mulheres, cantoras e pernambucanas. Esse sexteto subirá ao palco trazendo outras vozes femininas no espetáculo “Ela cantam elas”. Numa mistura eclética de estilos musicais, Erica Natuza, Bia Medeiros, Belle Brito, Marina Medeiros, Alana Sant e Lua farão interpretações de grandes nomes da música nacional e internacional, como Amy Winehouse, Sandy, Elba Ramalho, Elis Regina, Britney Spears e Vanessa da Mata, respectivamente. Os shows serão nos dias 6 e 7 de outubro, das 18h às 20h, na Livraria Jaqueira, Bairro do Recife. O “Elas cantam elas” é o primeiro projeto musical em Pernambuco com venda de ingressos também por meio de NFT´s. Com 2h de apresentação em cada dia, o show terá as seis cantoras pernambucanas divididas nestas datas, cada uma trazendo seu estilo e repertório diferenciado. Sendo assim, o público atraído para as apresentações será eclético e ligado às cantoras por músicas conhecidas e contagiantes. Logo no primeiro dia (6, quinta-feira), subirão ao palco Erica Natuza, Bia Medeiros e Belle Brito. No palco estarão, ainda, em ambas as datas, Bárbara Moraes, na bateria e percussão, Swamy no violão, Erlani Silva no contrabaixo e a violista Raquel Paz. Com uma interpretação de Amy Winehouse já ovacionada pelo público, Erica Natuza trará canções conhecidas como “Rehab”, “Valerie”, “To know him” e “Back to blak”. Serão dez músicas. Dona de uma voz marcante e com uma interpretação singular, Erica teve destaque no The Voice em 2018, chegando à etapa final do programa. Desde então já participou de festivais nacionais e internacionais. Escolheu interpretar a cantora inglesa por ser uma artista que faz parte da sua construção enquanto cantora, mulher, além de ser fã. Fã de Sandy, Bia Medeiros fez o primeiro show em homenagem a ela em 2017 chamando a atenção do público pela similaridade das vozes, doces, mas marcantes. Bia tem projeto autoral e faz parte do Bandalelê, um trabalho com canções da MPB com músicas de Vinicius de Moraes e Chico Buarque. Já abriu shows de Otto e Palavra Cantada, Tiê e Quinteto violado. No Elas cantam Elas, interpreta Sandy trazendo para o público canções como “Era uma vez”, “As quatro estações", “A lenda”, “Olha o que o amor me faz” e “Vamos pular”, totalizando dez músicas. Encerrando a noite deste primeiro dia, Belle Brito sobe ao palco para interpretar canções de Elba Ramalho, cantora que admira, que faz parte da sua construção artística e com quem espera gravar junto um dia. Com um repertório variado, que vai de Alceu Valença, Lenine a Ivete Sangalo, Belle entrou no mundo musical ainda criança, por intermédio da sua família, que costumava ouvir vários gêneros. Participou do The Voice Brasil 2021, tendo como técnica Claudia Leitte. No “Elas cantam ela”, executará dez músicas que fizeram sucesso na voz de Elba Ramalho, entre elas, “Qui nem jiló", “De volta pro aconchego", “Ai que saudade de ocê" e “Eu só quero um xodó”. Já no dia 7 (sexta-feira), será a vez de Alana, Marina Medeiros e Lua soltarem as vozes no palco do “Elas cantam elas”. Alana Sant, que é cantora, compositora e atriz, abre a segunda com interpretações de músicas de Britney Spears. No repertório de dez músicas, canções como “Oops i did again”, “Crazy”, “Sometines”, “Overprotected” e “Everytime”. Dona de um timbre calmo, voz mansa, Alana Sant participou do The Voice Brasil, fazendo parte do time de Lulu Santos. Sua veia artística surgiu já na infância, sendo motivadas por aulas de dança e pela música, ganhando os palcos de Vitória de Santo Antão, sua cidade natal, ainda na adolescência, cantando músicas internacionais. Com uma performance que preenche o palco e uma voz potente e elegante, a cantora, compositora e bailarina Lua interpretará Vanessa da Mata, para quem já fez um tributo em 2019. Na sua seleção de dez músicas estão “Não me deixe só”, “Ainda bem”, “Viagem”, “Boa sorte”, “Boa reza” e “Ai, ai, ai”, entre outras. A aproximação de Lua com a música começou na infância, em coros e grupos de louvor. Por dez anos foi solista mezzo soprano em musicais de prestígio nacional por meio do projeto Aria Social, sendo o último deles, o “O nosso Villa” (2014 – 2019) – um musical de Villa Lobos, com direção artística de Beth Gaudêncio, premiado com melhor espetáculo do ano pela Folha de São Paulo. Encerrando a programação, Marina Medeiros usará sua força vocal e brilhante apresentação numa interpretação da majestosa Elis Regina, de quem é fã. Entre as dez músicas escolhidas por Marina estão clássicos como “Alô alô Marciano”, “Upa neguinho”, "Bêbado equilibrista", “Como nossos pais”, “Madalena” e “Maria, Maria”. Marina sobe aos palcos desde 2014, integrando e produzindo diversas bandas locais como Valentina, Banda Duplo, Chã de Camomila e Ùtero In Marte. Atualmente segue com projeto pessoal batizado de “Marina Medeiros” e os vocais da Banda Rockbee. Paralelamente trabalha seu projeto autoral. A escolha por interpretar Elis Regina vem da admiração que tem pela intérprete mais célebre brasileira.

Show “Elas cantam elas “ reúne toda energia do canto feminino Read More »

Foto Jão Vicente III

Júnior Teles lança primeiro single autoral da carreira

Florescer narra, de modo instrumental, a experiência do compositor com a primeira paternidade (Foto: Jão Vicente) Reconhecido por sua atuação em grupos de destaque da música pernambucana, Júnior Teles lança, neste dia 15 de setembro, o primeiro single autoral de sua carreira. "Florescer", que estará disponível nas principais plataformas de música online, é uma peça instrumental de 4 minutos e 28 segundos que passeia pela experiência de gestação e nascimento de Flora, primeira filha do compositor. Com um time de instrumentistas de peso, a faixa foi arranjada por Rafael Marques em parceria com o próprio Júnior Teles e gravada no Estúdio Carranca, no Recife. "Foi uma experiência única reunir tanta gente que admiro e com quem trabalhei em outros projetos para dar vida a esse trabalho que é um marco em minha carreira", destaca Teles. Participam do fonograma, além de Teles (composição, berimbau de boca, sementes, tambor falante e pandeiro), Hugo Lins (viola), Rafael Marques (bandolim), Alexandre Rodrigues (clarinete e flauta) e Pedro Huff (violoncelo). O trabalho de gravação, mixagem e masterização ficou a cargo de Vinícius Aquino, destacado profissional do áudio que atua com nomes como Amaro Freitas. Com uma estrutura baseada no Coco e nos ritmos regionais, seara na qual Júnior Teles tem larga experiência, a faixa reúne diferentes texturas para guiar o ouvinte em uma imersão. De melodia emocionante e harmonias bem elaboradas, Florescer é um convite ao encantamento com a vida e uma ode, especialmente, a nossa relação com a terra e à contemplação dos ciclos da natureza. "Nessa melodia, boto pra fora prazer, amor, medo, dor, entrega, sentimentos, emoções e pensamentos que tomaram conta de mim durante a experiência de ser pai. Essa melodia carrega minha essência e como enfrentei esses momentos/emoções", enfatiza o compositor.

Júnior Teles lança primeiro single autoral da carreira Read More »

recife.jpeg

Recife no século passado é um dos destaques de exposição no Instituto Moreira Salles

*Por Rafael Dantas O fotógrafo português Francisco Manoel Rebello viveu no Recife por décadas e registrou o cotidiano da capital pernambucana, das suas belezas e também dos seus problemas, para a Revista da Cidade. Seu acervo foi preservado pela família e a partir deste mês integrará uma mostra na capital paulista. O Instituto Moreira Salles inaugurou nesta semana a exposição "Moderna pelo avesso: fotografia e cidade, Brasil, 1890- 1930" com algumas imagens do fotógrafo. Com curadoria de Heloisa Espada, a exposição apresentará o Brasil da Primeira República, com foco no processo de urbanização das principais cidades brasileiras: Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Belém, Belo Horizonte e Porto Alegre. As imagens do Recife foram preservadas pelo filho de Francisco Rebello, o Sr. Artur Rebello. "Meu pai era de Goa, Índia Portuguesa. Veio ao Brasil e trabalhou como comerciante, fazendo representação comercial com tio e irmão. Tirar fotos era um hobby. Tem foto do Zeppelin quando chegou ao Recife, fotos do dia a dia, dos costumes. Ele fotografava na rua quando era solteiro. Ele fazia aos sábados as fotos e no domingo revelava. Ele casou com 42 anos, mamãe tinha 20. Como toda mulher, ela baixou a diretriz: Se ele quisesse tirar fotos, era de outra coisa: filhos, sobrinhos, filhos dos amigos… no terraço de casa". De acordo com Ligia Rebello, também filha do fotógrafo, ele registrou o cotidiano do Recife até o final dos anos 30. Muitas de suas imagens foram imortalizadas na Revista da Cidade, que circulou nos anos 20, na capital pernambucana. "Na Revista da Cidade se encontram as primeiras fotos dele públicas. Havia algumas críticas porque ele fotografava muitos mendigos, coisas negativas para a sociedade, que queria a coisa mais elitizada. Mas ele tirava as fotos do momento, das situações de vida. Não era nada planejado, como o cotidiano da feira, do mercado. Cada foto tem a sua história, um local". Confira abaixo algumas fotos do acervo do fotógrafo que foram publicadas na Revista da Cidade. As Lavadeiras O banho do pobre Velharias do Recife O suco de abacaxi

Recife no século passado é um dos destaques de exposição no Instituto Moreira Salles Read More »

fundaj quadro colonia

Necrobrasiliana: exposição na Fundaj faz uma releitura da memória colonial

(Da Fundaj) Abertura da mostra será no próximo dia 15 e contará com performance Angu, da artista maranhense Gê VianaNovos olhares, traços, memórias e interpretações nas telas. Reunindo 26 obras de 12 artistas contemporâneos, a exposição “Necrobrasiliana” chega à Galeria Vicente do Rego Monteiro, da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), no dia 15 de setembro, com a proposta de fazer uma releitura e reinvenção do acervo documental brasiliana. As novas simbologias serão criadas a partir de registros de cartógrafos, fotógrafos, escritores e cientistas que vieram ao país entre os séculos XVI e XIX, como Albert Eckhout, Frans Post, Jean-Baptiste Debret e Auguste Stahl. Necrobrasiliana cria novas representações e fundamentos do período colonial no Brasil. A abertura da mostra será às 18h. Com curadoria de Moacir dos Anjos, pesquisador da Fundaj, a mostra foi apresentada entre junho e agosto deste ano no Museu Paranaense (Mupa). Sua montagem em Curitiba faz parte de um acordo de cooperação assinado entre Fundaj/Mupa em 2021. Em terras curitibanas, contou com  um público de 22.684 visitantes. Moacir dos Anjos ressalta que a Necrobrasiliana faz uma crítica às imagens da memória colonial, ao racismo implícito nelas e que se perpetua nos livros de história, em propagandas e até mesmo no vestuário. “As obras dos 12 artistas que integram a exposição fazem essa crítica e defendem a construção de uma nova sociabilidade. Outra forma de vida, mais inclusiva e justa, onde se possa superar essa memória apaziguada que se tem deste país cordial. Reconhecendo, assim a violência no processo de colonização do Brasil  e, a partir desse reconhecimento, criar outras formas de vida no país”, destaca. As obras são dos artistas Ana Lira, Dalton Paula, Denilson Baniwa, Gê Viana, Jaime Lauriano, Rosana Paulino, Rosângela Rennó, Sidney Amaral, Thiago Martins de Melo, Tiago Sant’Anna, Yhuri Cruz e Zózimo Bulbul. Ana Lira é a única pernambucana a fazer parte da mostra Necrobrasiliana e utiliza fotografias feitas em casas, praças e ruas para registrar desde celebrações familiares a eventos artísticos. Em sua obra, Ana Lira traz uma narrativa sobre os movimentos culturais e suas redes de expansão no bairro da Várzea, que teve uma contribuição muito importante  para a sua família, que reside na região há mais de 40 anos. Localizado na zona oeste da capital pernambucana, a Várzea é um bairro conhecido por   território criativo fundamental em Recife. “Na Várzea há práticas criativas que vão do bordado ao fazer das rezadeiras, do canto à pintura, da fotografia e cinema aos grupos de côco de roda, bois e maracatus, das criações têxteis ao teatro. Há diversas pessoas trabalhando cotidianamente para fortalecer a teia coletiva da região. Foi um dos primeiros bairros do Recife a produzir uma exposição da sua potência criativa na antiga Galeria Metropolitana do Recife (hoje MAMAM), em 1988, quando meus pais estavam na organização do Movimento Cultural da Várzea. Então, eu vivi isso intensamente no cotidiano e na minha formação como artista”, explicita a artista. Durante a abertura da exposição, o público poderá conferir também a palestra e apresentação da performance inédita Angu, da artista visual maranhense Gê Viana. Viana é um dos nomes que compõem Necrobrasiliana. Na série “Atualizações traumáticas de Debret”, ela apresenta títulos como Cultivo de cogumelos e Sentem para jantar, revisitando as aquarelas do francês durante sua estadia no Rio de Janeiro no século XIX. Em sua releitura, a maranhense redistribui a forma como os personagens negros ocupam as cenas das telas. Outro artista que vai expor suas obras na mostra é Denilson Baniwa. Ele faz uma série de intervenções gráficas, chamadas por ele de rasuras, nas ilustrações do livro “Grandes Expedições à Amazônia Brasileira”. O livro reúne imagens produzidas por artistas que vieram ao Brasil a partir do século XIV e representam cenas supostamente vividas no país. A exposição Necrobrasiliana conta com o apoio do Centro Cultural Brasil Alemanha (CCBA) e da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) e pode ser visitada de 16 de setembro de 2022 a 29 de janeiro de 2023, de terças a sextas, das 14h às 19h, sábados, domingos e feriados, das 13h às 17h. A Galeria Vicente do Rego Monteiro fica localizada no campus Derby da Fundaj.

Necrobrasiliana: exposição na Fundaj faz uma releitura da memória colonial Read More »

FRANS POST RUINAS DA MATRIZ DE OLINDA

Conheça a história do jesuíta Manuel de Morais: o padre traidor

Para algumas fontes holandesas, uma das grandes perdas para as forças luso-brasileiras foi a passagem para o lado dos invasores do jesuíta paulista Manuel de Moraes, quando da tomada da Paraíba em 30 de dezembro de 1634, pelas tropas comandadas pelo coronel Chrestofle d’Artischau Arciszewski, segundo assim descreve o autor das Memórias Diárias: “O padre Manuel de Moraes com um lenço em um pau foi render- -se ao inimigo, tão esquecido das obrigações de sua profissão, que a este juntou o maior, que foi casar-se depois em Amsterdã, sendo sacerdote e pregador apostólico, e abraçar a seita de Calvino!” Era esse jesuíta um grande conhecedor da língua dos indígenas, revelando-se posteriormente autor do Dicionário da Língua Tupi e de História da América, cujos originais receberam mais tarde elogios do filólogo Hugo de Groot. Exercia papel da maior importância entre as forças da resistência, como comandante das milícias indígenas a quem ensinara as técnicas da guerra de guerrilhas. Dele testemunhava, em 1631, Matias de Albuquerque: “pelejava com tão notável zelo e ardis como se fora sua profissão a guerra e milícia”. Por sua vez, era visto por fontes holandesas na Paraíba para onde se transferiu, como “a maior autoridade sobre todos os selvagens daquela região”. Mestiço, descrito por uns como mulato e por outros como mameluco, ele vivia há sete anos entre os indígenas e, mais recentemente, se encontrava empenhado em ministrar táticas de guerra volante. Dentre os seus aplicados alunos figurava o futuro herói da restauração e futuro dom, Antônio Filipe Camarão, que vem a ser seu sucessor no comando daqueles batalhões. Constrangido por ter perdido a função de capitão geral dos índios para o seu aluno Antônio Filipe Camarão, o padre Manuel de Moraes aproveitou a rendição da Paraíba para aderir à causa dos holandeses, renunciando sua fé católica e tornando-se um pregador luterano. Caindo nas boas graças do comandante Arciszewski, o padre ganhou notoriedade ao renunciar à teologia católica, tomando-se de paixão pelos ensinamentos da igreja reformada. Sua inesperada adesão, logo se transformou em propaganda da igreja reformada: “Padre torna-se protestante”. Foi o padre Manuel de Moraes de logo enviado aos Países Baixos a fim de melhor aprimorar seus estudos teológicos. Na Holanda, logo aprendeu a língua local e em pouco tempo veio a casar-se com a jovem Margaretha van der Heide, irmã do mestre dos pesos de Gelderland. Fixando moradia em Amsterdã, transformou-se de guerrilheiro em pregador devotado, conhecido por suas preleções nos púlpitos dos templos contra a doutrina e dogmas da igreja católica romana. Ainda nesta cidade escreve alguns textos científicos e, por causa do falecimento de sua mulher, transfere-se para Leiden onde se matricula na universidade local em 27 de julho de 1640, apresentando-se como Lusitanius Licenteatus Theologiae. Nesta cidade ele tenta a publicação do seu Dicionário da língua Tupi e de sua História da América. Sua vida afetiva, porém, toma novas cores quando do seu casamento com a jovem Anna Smits, uma das mais belas jovens de Leiden, que logo se tornou enfeitiçada pelo seu charme de mulato brasileiro. Apesar de sua aparência de homem “feio, preto, cara de chim”, segundo depoimento de Dona Anna Paes, “veio ele a se casar na Holanda com uma das moças mais formosas do país”. O segundo casamento, ao que parece, pouco durou, pois o padre apóstata se transfere para Amsterdã e lá tem um encontro secreto com o Núncio Apostólico, junto ao Reino dos Países Baixos, “onde se mostrou arrependido de sua escapada protestante e confessou seus pecados ao representante do papa que lhe deu absolvição”. Deixando na Holanda mulher e filhos, bem como amigos de prestígio como o historiador Jan de Laet, que tece elogios a sua inteligência, o padre Manuel de Moraes volta a sua terra a fim de explorar o corte de pau-brasil em área que lhe fora arrendada pela Companhia. Após algum tempo, João Fernandes Vieira, sabedor do retorno do padre apóstata o manda prender e logo que este chega à sua presença é acometido de grande arrependimento: “prostrou-se aos seus pés e com copiosas lágrimas, que lhe corriam sem cessar, lhe pediu encarecidamente que lhe desse uma palavra em seu aposento, com mostras de grande arrependimento, para que fosse um de seus soldados e assim se eximir do castigo que temia”. Abandonando a causa dos flamengos, tornou o padre aos exércitos dos insurrectos servindo com ardor, ao lado de João Fernandes Vieira, à causa da Insurreição Pernambucana, sendo o seu nome anotado por Diogo Lopes Santiago quando da batalha dos Montes das Tabocas, na qual participou exortando os soldados e rezando em voz alta suas orações, até a vitória final em três de agosto de 1645. Após o sucesso das tropas insurrectas em Tabocas e Casa Forte, foi o padre Manuel de Moraes enviado por João Fernandes Vieira à Lisboa, com a missão de narrar a D. João IV os feitos obtidos pelos exércitos da terra contra os holandeses. Durante essa temporada foi ele preso pela Inquisição de Lisboa e ali respondeu a processo, cujo teor vem a ser publicado na Revista do Instituto Histórico Brasileiro (v. LXX, Rio de Janeiro 1908). Da leitura de suas páginas se depreende que o religioso apresentou a seu favor “um perdão do Papa para sua apostasia ao catolicismo”, assegurando em seu depoimento “ter sido ele o único jesuíta preso a quem as autoridades nos Países Baixos haviam proibido de regressar ao Brasil, por temerem que levantasse o gentio contra o governo do Recife”.

Conheça a história do jesuíta Manuel de Morais: o padre traidor Read More »

bia lima

"Todo mundo sente uma empatia quando olha as fotos de Wilson Carneiro da Cunha"

Bia Lima, arte-educadora e neta do célebre fotógrafo, autor de imagens icônicas do Recife, realiza pesquisa sobre o trabalho do avô para estudar sua estética, além de digitalizar e abrir o seu acervo ao público. Ela procura pessoas que tenham fotografias dele guardadas em casa. A queles que costumam se interessar por fotos antigas do Recife, certamente já se depararam com uma fotografia de Wilson Carneiro da Cunha. Algumas são icônicas como a que mostra a demolição da Igreja dos Martírios. Os que têm acima de 60 anos devem guardar na memória o Kiosque do Wilson, na Rua Nova, uma maneira criativa que ele – por sugestão da mulher Conceição – resolveu implantar para vender seus registros. A rua fervilhava no Recife dos anos dourados, quando o Centro da cidade vivia um glamour, com novas avenidas, luzes e letreiros. Era “Hollywood pura”, como o fotógrafo costumava dizer. Suas fotos são como crônicas imagéticas da capital pernambucana e mostraram ao longo dos anos as transformações urbanas, inclusive as que apagaram o brilho glamouroso do Centro. Agora, sua neta, Bia Lima, pesquisa o trabalho do avô fotógrafo e mostra um outro lado dos seus registros, a partir do acervo de fotos da família. Nesta conversa com Cláudia Santos, ela fala de hábitos inusitados de Wilson como estar sempre com a câmera fotográfica, até quando ia para a padaria. Sua paixão por preservar a memória do Centro nãos se resumia aos cliques: ele colecionava objetos das demolições do Centro, como placas de rua, altares de igreja e até postes. Formada em artes visuais e licenciatura em artes, Bia herdou do avô o gosto pela fotografia, é professora em escolas e está pedindo às pessoas que tenham fotos de Wilson para entrarem em contato com ela de modo a contribuir com a pesquisa. Quem foi Wilson Carneiro da Cunha e como ele virou fotógrafo? Ele foi fotógrafo a partir da década de 1940, mas só ficou conhecido e começou a ganhar dinheiro com o ofício na década de 1950, quando abriu o Kiosque do Wilson. Como ele viroufotógrafo? Essa pergunta também fiz para minha tia Olegária. Ela disse que ele conhecia um amigo que tinha uma câmera e foi quem apresentou a fotografia para ele. Meu avô começou a fotografar, mas de uma forma muito intuitiva. Ao longo do tempo, com a prática, foi pegando experiência. Logo ficou bem conhecido porque o Kiosque ficava na Rua Nova, um lugar muito frequentado. Ele era uma pessoa muito extrovertida, com um temperamento bem comunicador. Ele se casou com minha avó Conceição, logo tiveram minha tia Olegária e mais quatro filhos, muitos seguiram a carreira na área das artes, acho que por incentivo do pai. Ele também trabalhou para jornais. Ele era freelancer ou contratado? Eu sei que ele trabalhou para muitos jornais. Mas na época não se creditava as fotos, por isso muitas fotografias dele publicadas não tiveram crédito. Ele também era fotógrafo da polícia e tinha vários crachás que lhe davam acesso a eventos, como quando o presidente Juscelino Kubitschek esteve aqui. Como surgiu a ideia do Kiosque? Minha avó era fascinada pela cultura europeia e meu avô pela norte-americana. Eles eram colecionadores de muitos objetos e minha avó colecionava muitas revistas e, numa delas, viu uns quiosques de revistas que existiam na França. Então, sugeriu a meu avô instalar um quiosque desses no Recife, mas para exibir as fotos dele. Colocaram o nome com K porque é a forma como se escreve em francês. Ele também tinha um estúdio num prédio na rua Dias Cardoso, mas montou o Kiosque para que o público tivesse acesso ao seu trabalho de forma mais espontânea e também para tornar a fotografia mais acessível a um número mais ampliado de pessoas. Na época, nem todos tinham condições de tirar uma foto. Ele comentou que, antigamente, não era permitido às mulheres entrarem sozinhas em qualquer prédio. Mas, ao passar na rua, elas poderiam parar e olhar as fotos no Kiosque. Como você classificaria as fotos de Wilson? Ele fotografava temas muitos díspares: das ruas do Recife, passando por famosos, casamentos, a população miserável… Escrevi esse projeto porque tomei conhecimento do acervo dele que está na Fundação Joaquim Nabuco e que tem um recorte bem específico de fotos mais históricas, que falam muito sobre o urbanismo do Recife, as transformações da cidade, as pessoas em situação de rua. Como eu tinha também um acervo privado, observei que havia um outro recorte mais familiar de Wilson, que é o do pai, do marido, mas que também se caracterizava por um registro inusitado, dos flagrantes, do instantâneo como ele chamava. Ele fotogravava cenas cotidianas, o filho chegando da escola, por exemplo. Tinha um olhar muito curioso para essas coisas inusitadas do dia a dia, mas também tinha uma maneira de fotografar de forma ensaiada, ao colocar uma narrativa por trás da foto ou criar um cenário. Ou seja, ele tinha essa visão ensaística e também gostava do inusitado e do flagrante. Mas era realmente uma pessoa que gostava de registrar. Até quando ia para padaria, estava sempre com a câmera no pescoço, não a tirava por nada, era como se fosse o terceiro braço dele. Leia a entrevista completa na edição 198.2 da Revista Algomais: assine.algomais.com

"Todo mundo sente uma empatia quando olha as fotos de Wilson Carneiro da Cunha" Read More »

2 Salao de Beleza MAMAM

2º Salão de Beleza abre exposição com mais de 70 artistas no MAMAM 

O 2º Salão de Beleza, assim como em sua primeira edição, tem como proposta realizar uma crítica à ausência do Salão de Artes de Pernambuco, espaço criado em 1942 e que era importante para o incentivo e a formação das artes visuais do Estado. No intuito de chamar atenção para essa ausência, movimentar, especialmente o circuito jovem da arte pernambucana e possibilitar um diálogo entre diferentes gerações de artistas.   A exposição ficará até o dia 29 de outubro e você poderá conferir obras de artistas como Alsal, Diogum, Sil Karla, Rômulo Jackson, Tereza Perman e muitos outros.  O 2° Salão de Beleza é um projeto artístico de Izidoro Cavalcanti e conta com o incentivo do SIC – Sistema de Incentivo à Cultura / Fundação de Cultura Cidade do Recife / Secretaria de Cultura / Prefeitura da Cidade do Recife e apoio do MAMAM.   MAMAM  De terça a sábado, das 12h às 17h.  Rua da Aurora, 265 - Boa Vista, Recife.  Entrada Gratuita 

2º Salão de Beleza abre exposição com mais de 70 artistas no MAMAM  Read More »

poco panela festival

Panela do Jazz terá 10 horas de programação gratuita neste sábado

Evento gratuito retorna ao Poço da Panela no dia 10 de setembro e mescla música, artes cênicas, gastronomia, ações educativas, preservação ambiental e economia criativa O Panela do Jazz finalmente retorna para o nascedouro depois da interrupção forçada de dois anos por conta da pandemia da covid-19. E o regresso será repleto de atrações para marcar a consolidação de um dos eventos mais significativos da cena musical nordestina, com quase 10 horas de programação neste sábado. Trio 3-63, formado por Andrea Ernest Dias, Marcos Suzano e Paulo Braga, Louise Wooley Quinteto e o duo Cristóvão Bastos & Rogério Caetano estão entre as atrações da maratona, que será encerrada com Henrique Albino & O carnaval dos espíritos, show especial criado em homenagem ao maestro pernambucano Moacir Santos (1926-2006), um dos principais nomes da nossa música, celebrado nas atividades do festival neste ano. O retorno ao bucólico e tradicional bairro do Poço da Panela será híbrida, com transmissão online simultânea através do YouTube e a chancela dos selos de Evento Neutro e o Sou Resíduo Zero. As atrações começam logo cedo, a partir das 15h, com um encontro de palhaçadas, com apresentações dos palhaços Gardênia e Peripécia, Palhaços Gambiarra e Mingau, A Trupe Carcará e o Palhaço Mixuruca para receber o público, no polo gastronômico, até as 18h. De graça, na rua, plural, incorporador de múltiplas linguagens e atento à importância de estimular a economia local e valorizar nossos artistas, mas também grandes nomes da música nacional. “O Panela do Jazz tem como princípio a relação com a cidade, as pessoas do bairro, os produtores locais, a economia criativa. A programação deste ano reúne artistas talentosos de vários locais e reverencia a música afrobrasileira, em diálogo com a homenagem ao grande Moacir Santos”, resume o idealizador e diretor-geral do evento, Antonio Pinheiro. O palco será armado no pátio em frente à Igreja de Nossa Senhora da Saúde e as imediações serão tomadas pelas barracas da arena gastronômica e pela Feira Livre do Poço. Foram selecionados cerca de 30 expositores de moda, artesanato, acessórios, itens infantis e haverá até um brechó. “O que priorizamos na curadoria foram os produtores responsáveis por produzir o próprio trabalho, foi uma seleção difícil, diante de tantos inscritos”, explica Cecília Montenegro, idealizadora da Feira Livre do Poço. ATRAÇÕES O multi-instrumentista Nino Alves dá a largada musical, às 16h, com o espetáculo "ExperimentaSons". Acompanhado por Betinho Lima (bateria), Lucas Romeiro (guitarra e violão) e Efraim Rocha (contrabaixo), ele explora instrumentos não convencionais, como tigelas de vidro, molhos de chaves e alguns itens confeccionados por ele, como xilopet/petfone, feito de garrafas pet afinadas com ar. O trompetista pernambucano Márcio Oliveira sobe ao palco às 17h, com um time de sete músicos, para executar faixas do premiado álbum "Encabeçando" e fazer releituras de Moacir Santos. O repertório vibrante mergulha em vários ritmos de matriz africana e pernambucana e enaltece a produção musical afrobrasileira. A pianista e compositora paulista Louise Woolley toca às 18h10 com seu sexteto, formado por Alex Buck (bateria), Bruno Migotto (baixo), Jota P. Barbosa (sax), Diego Garbin (trompete) e Livia Nestrovski (voz). O grupo apresenta as composições do terceiro álbum, “Rascunhos”, surgidas a partir do projeto “Música nova”, comissionado pelo Savassi Festival, de Belo Horizonte. A simbiose entre o piano de Cristóvão Bastos e o violão de sete cordas de aço de Rogério Caetano, às 19h10, foi indicada ao Grammy Latino e conquistou o Prêmio Profissionais da Música no ano passado. Os dois virtuosos são compositores, arranjadores e parceiros de grandes nomes da cena nacional, como Chico Buarque e Aldir Blanc (Cristóvão) e Yamandu Costa e Hamilton de Holanda (Rogério). Questionamentos, percepções e sensações de Anne Costa, Bárbara Regina, Jefferson Figueirêdo e Neris Rodrigues estão na performance político-anárquica-reflexiva “Utópicas curvas”, às 20h20. A criação coletiva propõe retratar maneiras sagazes e a mandinga de se forjar no movimento que a rua dá e expressar as dificuldades encontradas enquanto artistas em uma sociedade que cerceia as artes. No retorno à programação musical, o Trio 3-63 propõe programas dedicados à escuta das múltiplas frequências da criação musical brasileira a partir das 18h10. A flautista Andrea Ernest Dias, o pianista Paulo Braga e o percussionista Marcos Suzano unem suas experiências em palcos e estúdios da música popular, da música de câmara e da música sinfônica para embalar o legado dos grandes instrumentistas brasileiros. Com virtuosismo, qualidade lírica e harmonias pesquisadas, exaltam a atualidade da música instrumental e o cosmopolitismo dos sons brasileiros. A multiartista Gabriela Sampaio estreia no festival com seu primeiro trabalho solo, “Meu canto é sagrado”, no qual embala de forma singular os ritmos e cânticos da cultura popular afrobrasileira e indígena, como o ijexá, às 22h. Ela reverencia a ancestralidade nagô e presta homenagem ao maestro Moacir Santos, junto com ogãs e yabás do terreiro Ilê Obá Aganjú Okoloyá, Márcio Oliveira e Beto Xambá. A multi-instrumentista pernambucana Lara Klaus enche o palco em show no qual apresenta uma diversidade de ritmos e diferentes combinações de percussão e bateria, aliadas ao piano, baixo e guitarra, às 22h40. Ela, que já tocou em grandes palcos do mundo, como do Montreux Jazz Festival, e conquistou prêmios internacionais, mostrará músicas autorais e algumas releituras, acompanhada por Paula Bujes (violino e rabeca), Laís de Assis (viola), Nana Milet (percussão), Joana Xeba (percussão), Thiago Rad (guitarra), Romero Medeiros (piano) e Rogê Victor (baixo elétrico e acústico). Um dos principais focos da edição, os sons de matriz africana são merecidamente homenageados na apresentação do Afoxé Oyá Alaxé, às 23h40. O grupo foi fundado há quase duas décadas no Ilê Obá Aganjú Okoloyá, no bairro de Dois Unidos. A escolha destaca também a importância da produção musical dos terreiros de candomblé nagô, relevantes pontos de resistência social e cultural. O encerramento está marcado para a meia-noite, com um show especial montado para o festival em tributo a Moacir Santos. O show “Henrique Albino & O carnaval dos espíritos” faz referência ao quarto álbum ao homenageado do festival, o terceiro dele gravado nos Estados Unidos. Henrique Albino

Panela do Jazz terá 10 horas de programação gratuita neste sábado Read More »

EngenhoMorenos Foto Jose Luiz Mota Menezes 1

Livro conta a história do açúcar que gerou riqueza e arte em Pernambuco

(Da Cepe) O arquiteto Fernando Guerra mergulhou na história do açúcar no Nordeste ao escrever uma tese acadêmica para a Universidade Federal de Pernambuco. Trabalho realizado, ele transformou a pesquisa em livro, que será lançado pela Cepe Editora no próximo sábado (10/09), às 10h, em evento aberto ao público no Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico, sediado no Centro do Recife. Açúcar: Riqueza e Arte em Pernambuco apresenta ao leitor os frutos da produção açucareira na arquitetura civil e religiosa, nos ritos, nas tradições e na religiosidade da população. Com 164 páginas, o título remonta às grandes navegações empreendidas por Portugal no século 15, passa pelo surgimento das primeiras cidades no Brasil, quando o país era uma colônia lusitana, e se estende pelo século 19. “No período colonial, a arquitetura brasileira era uma cópia da arquitetura portuguesa. O modelo das edificações - igreja matriz, casa do administrador, casa de câmara e cadeia e a Santa Casa de Misericórdia - como se vê na Sé de Olinda, é português”, diz Fernando Guerra. A riqueza e a arte resultantes do ciclo da cana-de-açúcar no Nordeste, ressalta Fernando Guerra, que é professor na Universidade Federal de Pernambuco, são visíveis em igrejas e casarões de antigos engenhos de açúcar. Ele cita a Igreja dos Santos Cosme e Damião, em Igarassu, na Região Metropolitana do Recife, construída no estilo arquitetônico maneirista, registrado no Brasil de 1530 a 1580. “O maneirismo é uma das primeiras manifestações de arte erudita trazidas para o país.” De acordo com ele, Pernambuco e a Bahia foram os primeiros a receber influência do maneirismo nas edificações. O estilo “manifesta-se no Nordeste do Brasil ao constituir-se numa expressão artística de transição para o Barroco, destacando-se as cidades pernambucanas de Igarassu, de Olinda e do Recife; e Porto Seguro e Salvador, na Bahia. Um pouco mais tarde, se formariam núcleos no Rio de Janeiro e em São Paulo”, escreve Fernando Guerra, na publicação. A arquitetura portuguesa traz para o Brasil os azulejos coloridos e azuis com fundo branco que ainda são vistos em fachadas e na área interna de edifícios religiosos em várias partes do país, diz o historiador. Ele também destaca cinco engenhos pernambucanos que chamavam a atenção pela produção de açúcar, pela beleza das edificações, pelos móveis e pelas obras de arte que possuíram ou ainda têm. Um deles é Monjope, que está definhando em Igarassu, no Grande Recife. “Foi um legítimo representante do período áureo do ciclo da cana-de-açúcar em Pernambuco. Cem escravos produziam uma média de dez mil arrobas de açúcar por safra, tornando-o um dos mais importantes do estado.” O livro está dividido em sete capítulos e aborda também conflitos decorrentes da produção açucareira, o período holandês no século 17 e o declínio dos engenhos a partir da criação das usinas. ”O grande valor da economia açucareira do Nordeste nos séculos passados tornou-se indispensável para a compreensão da realidade atual da nossa região. Até os nossos dias, o açúcar é o produto mais importante da economia do Nordeste do Brasil e o maior condicionante de sua estrutura política e social, além de ter valor cultural, inclusive com importância para a culinária local, regional, nacional e no exterior”, avalia o pesquisador.

Livro conta a história do açúcar que gerou riqueza e arte em Pernambuco Read More »

Nino Alves

Espetáculo ‘Nino Alves-ExperimentaSons’ tem apresentação gratuita no Recife 

Iniciativa faz parte de uma turnê, inédita, em comemoração aos 20 anos de carreira do multiartista pernambucano, Nino Alves, na qual une criatividade, música instrumental, percussiva e melódica não-convencional Neste fim de semana a capital pernambucana será palco de um evento especial, que envolve uma atmosfera musical rica em timbres e possibilidades sonoras.  Trata-se da estreia da turnê ‘Nino Alves- ExperimentaSons’ - evento dedicado à música regional pernambucana na qual une criatividade, música instrumental, percussiva e melódica não-convencional. A iniciativa, pioneira, promete colocar o público infantil e adulto para dançar e cantar sem parar, visa celebrar os 20 anos de carreira do multiartista pernambucano, Nino Alves. No Recife, o palco da festa acontece neste sábado (10), dentro do Festival Panela do Jazz, no Poço da Panela, às 16h.  A programação, ofertada gratuitamente ao público, conta com incentivo da Fundarpe e do Governo do Estado, por meio dos recursos do Funcultura.  O espetáculo, que mescla música instrumental com poesias e canções no repertório, tem como proposta transmitir às crianças, adolescentes, jovens e adultos a percepção e contemplação da música local e regional, a partir dos sons extraídos de sucata e diversos tipos de materiais. “Quero mostrar ao público, por meio desse trabalho musical, o ressignificado que, juntos, podemos dar aos objetos do nosso dia a dia, que poderiam estar em desuso ou até mesmo ferindo a natureza pelo descarte incorreto” diz o artista.  No palco, Nino Alves fará uma mistura de elementos que vão resultar em vários ritmos a partir de seus instrumentos musicais para lá de criativos. Entre eles:  PETfone e o Garrafão Falante, construídos pelo próprio artista. Há, ainda, dentro dessa infinidade musical, outros componentes sonoros, como sementes, serra de marcenaria, cabaças, tigelas de vidro, molhos de chaves, catracas de moto e bicicleta.  “Com a junção desses ingredientes vamos levar para o palco uma vasta possibilidade musical capaz de dar ritmo e musicalidade aos gêneros já conhecidos do nosso repertório raiz, a exemplo do coco de roda, frevo, baião, maracatu, entre outros",finaliza.  Além do Recife, nesta primeira temporada, o projeto também vai contemplar outras cidades do estado. Na sexta-feira (16), a programação desembarca no Espaço Cultural Mauro Mota, em Nazaré da Mata, a partir das 20h30. Também atuando na manutenção das dinâmicas culturais e musicais, por cada cidade e região que passar, Nino Alves receberá no palco artistas convidados. Estão confirmados para a estreia no Panela do Jazz os percussionistas Nego Henrique e Iran Silva (Recife); e o multi-instrumentista Henrique Albino (Recife). Já em Nazaré da Mata, os convidados  são: o compositor e cantor Baixinho dos Oito Baixos (Vicência); a trombonista Larissa Michele (Aliança), e o maestro Guilherme Otávio (Nazaré da Mata).  FORMAÇÃO O projeto, além da rodada de shows itinerantes, também vai percorrer escolas públicas das regiões contempladas com a programação artística: Nazaré da Mata, Garanhuns, Arcoverde e Recife. Em cada uma delas, Nino Alves ministrará um workshops com estímulo à criatividade musical. A ação consiste em trocar ideias com os participantes para criação de instrumentos com objetos que podem ser encontrados em casa. Aliado a isso, o artista irá trabalhar, dentro do ciclo de formação, a importância de valorização às músicas regionais, como um elemento de apropriação cultural, que precisa ser preservado e cultivado pelo público. 

Espetáculo ‘Nino Alves-ExperimentaSons’ tem apresentação gratuita no Recife  Read More »