Arquivos Cultura E História - Página 129 De 371 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Cultura e história

"Uma das coisas mais emocionantes da Usina de Arte é ver como as pessoas do local mudaram".

A arte salva. É o que preconizam expoentes de diversas modalidades artísticas. Um exemplo interessante dessa redenção aconteceu na Usina Santa Terezinha, desativada no final dos anos 1990, quando deixou sem perspectivas a comunidade de seis mil pessoas que moram no distrito da cidade de Água Preta, na Zona da Mata Sul, onde está localizada. Mas toda essa decadência foi ressignificada com a sua transformação em Usina de Arte. Renomados artistas plásticos fazem estadia no espaço e produzem obras que compõem o cenário do exuberante jardim botânico cultivado com espécies de várias localidades do mundo. Se a produção da monocultura da cana devastou a mata atlântica, agora, com o plantio do parque, até os jacarés e as tartarugas voltaram a frequentar a região. Do contato com o projeto, várias pessoas da comunidade tornaram-se microempreendedores de restaurantes, pesque-pague, guia de turísticos e de trilhas. A vivência com a arte fez também brotar dois artistas da região que têm obras expostas no parque. Oficinas são oferecidas aos alunos das seis escolas existentes dentro da usina com temas que vão da fotografia à operação de equipamentos numa fab lab (do inglês fabrication laboratory, laboratório de fabricação). Nesta conversa com Cláudia Santos, a presidente da Usina de Arte Bruna Pessoa de Queiroz, conta a história dessa metamorfose orquestrada por ela e o marido Ricardo, que contaram com o auxílio luxuoso de vários artistas. E, para aqueles que quiserem diversificar uma programação de verão que não seja só de praias, o parque artístico-botânico e o seu entorno reserva atrações que vão da arte contemporânea, trilhas, a banhos na barragem, entre outras diversões. Como surgiu a ideia da Usina de Arte? A Usina Santa Terezinha foi construída pelo coronel José Pessoa de Queiroz, bisavó do meu marido, Ricardo Pessoa de Queiroz, que passou a infância dele na usina. Como toda usina de cana, atravessou suas crises, teve vários percalços com o governo militar e a sua última moagem foi no final da década de 1990. E ficou fechada esse tempo todo. Sou prima do meu marido e quando começo a namorar com ele, queria muito conhecer a usina, porque era muito comentada na minha família. Mas para Ricardo era uma relação mais difícil de perda. A usina foi tomada da família até ser novamente recuperada e isso causava um certo trauma. Passou-se um tempo até reabrir a casa e começar a frequentá-la. As pessoas da comunidade local estavam diariamente lá pedindo para voltar a funcionar a usina. Não acreditávamos mais nesse caminho, depois de 20 anos. Começamos a pensar como isso poderia ser feito. Fizemos uma visita a Inhotim e nos apaixonamos pela proposta. Convidamos um artista, que tem muitas peças expostas lá, Hugo França para vir para usina. Ele vem e faz o primeiro trabalho e vira um grande amigo. Ele retornou em 2013, 2014 e 2015 e nos sugeriu que convidássemos outros artistas. Então, por diversos caminhos, chegamos ao nome de José Rufino, que é convidado a pensar uma obra para a usina. Ele termina virando nosso parceiro e nesse momento nasce o projeto sem muita formatação. Nesse mesmo ano, visitamos a SP-Arte, porque já que escolhemos esse caminho, fomos aprofundar os conhecimentos, e novamente Hugo nos apresenta a Fabio Delduque, realizador do Festival de Arte Serrinha, em Bragança Paulista (SP). Foi uma sinergia gigante porque esse festival é realizado numa antiga fazenda de café e somos uma fazenda de cana. Fábio ia sair numa itinerância com um grupo de artistas. Já estava certa uma viagem para a Ilha do Marajó (PA) e Serra da Moeda (MG) e estava faltando a conexão com o Nordeste. A primeira itinerância da Serrinha aconteceu aqui na usina em novembro de 2015. Foi muito mágico. Não havia público externo, apenas a comunidade e o grupo de artistas. Achamos que era importante incluir o cenário artístico local. Fizemos alguns convites para alguns artistas do Recife participarem. Foram seis dias numa imersão, realizamos oficinas, tivemos uma performance no final do festival com os alunos , a bailarina Lu Brites e Benjamim Taubkin tocando piano na instalação da antiga usina. Foi muito, muito bonito. No final desse festival formalizamos como a usina iria funcionar. Em janeiro de 2016 nos tornamos, oficialmente, uma associação. Mas digo que estreamos em 2015, quando já atuava na usina com um pensando mais voltado para a comunidade. A partir daí desenvolvemos diversas ações, convites para residências artísticas e elegemos vários projetos. Fale um pouco do museu de arte e por que a escolha pela contemporânea. Nós o chamamos de Parque Artístico Botânico, outros chamam de museu a céu aberto. A arte contemporânea é o que há de mais atual e é uma forma de comunicar um pensar artístico muito amplo. Encontramos nesse caminho uma ferramenta boa de troca. Os artistas estão muito permeáveis e se permitem trocar com a comunidade. Rufino foi o primeiro e foi muito mágico o período que ele passou em imersão. Ele foi curador do projeto durante alguns anos. Para nós, a participação da comunidade é muito importante. Passamos a convidar a artistas que tivessem a disponibilidade de ir à comunidade, trocar, entender, conversar, explicar um pouco do trabalho realizado. Tudo que fazemos parte de dentro da comunidade para fora. O artista é convidado a conhecer a usina, ele fica quanto tempo achar necessário, não temos um cronograma muito fixo para sua permanência. Depois ele retorna, pensa numa proposta que passa pelo conselho curatorial, o artista discute com o conselho e após a aprovação, esse artista começa a frequentar a usina para instalação dessa obra. Sempre realizamos aulas, conversas com a comunidade e, muitas vezes, a obra nasce dessa troca com o espaço, com a história e com as pessoas do lugar. E como é o Parque Botânico? Como se trata de um jardim botânico, temos plantas de todos os continentes. Ainda é um projeto, mas já fazemos parte da Rede Brasileira de Jardins Botânicos, temos parcerias com jardins do País todo, recebemos biológicos do Kews Garden (do Reino Unido). Um dos

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Escola Pernambucana de Circo promove formação remunerada para circenses

A Escola Pernambucana de Circo (EPC) abre inscrições para duas oficinas muito importantes na formação de artistas e técnicos circenses: NR35 – Segurança no Circo, com Diego Ferreira, e Iluminação Cênica para Circo, com Jathyles Miranda. Voltada para iniciados com, no mínimo, três anos de experiência nas artes circenses e maiores de 18 anos, a formação prevê ainda remuneração para os alunos. Serão apenas 20 vagas. Cada aluno receberá uma bolsa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) para custear as despesas durante a participação integral nas oficinas. As inscrições terão início na próxima segunda-feira, dia 10, e seguem até 16 de janeiro, exclusivamente por meio do formulário do Google disponível no link: https://forms.gle/cYtjVcUV1RdYLCgE8. O resultado será divulgado entre 21 e 24 de janeiro. Fátima Pontes, coordenadora da EPC e produtora cultural, destaca que a realização de uma formação nesses moldes só foi possível graças à aprovação do projeto no Edital Sérgio Valença Pezão de Formação Técnica - LEI ALDIR BLANC/2021, da Secretaria de Cultura/Fundação de Cultura Cidade do Recife, uma vez que a escola, assim como tantas instituições, tem enfrentado dificuldades financeiras para manter suas atividades desde o início da pandemia. A EPC é uma organização não governamental que desenvolve, por meio da pedagogia do circo social, a inclusão de crianças, adolescentes e jovens das classes populares, por meio das artes, especificamente o Circo, fortalecendo sua identidade cultural, o vínculo social e os valores da cidadania. Atualmente atende a mais de 150 crianças, adolescentes e jovens das periferias da zona norte da cidade de Recife. “Os profissionais das artes circenses têm poucas oportunidades de qualificação. Muita gente trabalha de forma intuitiva, por isso, é imprescindível trabalhar com a questão da segurança e da iluminação, técnica de muita importância no trabalho circense. O que eles mais querem é fazer do seu espetáculo, mesmo em pequenos circos, um grande espetáculo, tanto é que antes de começar as apresentações sempre há um show de luz. Desejamos que eles, de fato, apreendam os conhecimentos e possam desenvolvê-los na sua prática, ampliando seus conhecimentos e possibilidades de trabalho e renda. A ideia trazer esses conhecimentos, certificando-os, o que, os colocam em situação de melhoria de vida profissional”, Fátima Pontes, coordenadora da EPC e produtora cultural. Sobre as oficinas NR35 – Segurança no Circo, de 7 a 11 de fevereiro, das 9h às 12h, ministrada por Diego Ferreira (SP), atualmente a maior referência no ensino da segurança no circo do Brasil, com experiência em ministrar cursos em escolas de circo, espaços de formação, circos itinerantes, companhias de circo, trupes e grupos. Um dos poucos que confere o certificado de NR35, tão importante atualmente para a atuação dos técnicos circenses (capatazes) poderem trabalhar com segurança. Iluminação Cênica para o Circo, de 7 a 11 de março, das 18h30 às 21h30, com Jathyles Miranda (PE), iluminador cênico tarimbado, com trabalhos reconhecidos na área de shows musicais, com destaque para o Cordel do Fogo Encantado e o Palco Mangue Beat da Prefeitura do Recife, no Carnaval. Nesta oficina serão abordados conteúdos como os fundamentos básicos para luz, como cor, intensidade, ângulo, direção, qualidade etc., e noções técnicas que envolvem reconhecer equipamentos, lâmpadas e lentes, variáveis da Luz; teoria da cor; estudo perceptivo da luz; relações entre Luz, sombra e projeções na Iluminação cênica circense; objetivos do desenho e plano de iluminação. Conteúdo Segurança no circo - NR35: Nesta oficina com teoria e prática sobre segurança no circo, serão abordados temas como análise de riscos, boas práticas de segurança, instalação de aparelhos circenses, dentre outros. O objetivo é apresentar a realidade da segurança no circo em âmbito nacional e internacional, identificar e debater riscos inerentes às práticas circense, além de técnicas e protocolos que objetivam o aprimoramento da segurança. A meta é, também, ampliar a cultura de segurança no âmbito circense buscando fazer com que os artistas despertem para importância do tema no que concerne à manutenção e evolução do circo. Serão conferidos certificados de NR35, que atualmente é imprescindível para quem trabalha com montagem e manutenção de equipamentos aéreos circenses. Iluminação cênica para circo: Nesta oficina serão abordados conteúdos como os fundamentos básicos para luz, como cor, intensidade, ângulo, direção, qualidade etc., e noções técnicas que envolvem reconhecer equipamentos, lâmpadas e lentes, variáveis da Luz; teoria da cor; estudo perceptivo da luz; relações entre Luz, sombra e projeções na Iluminação cênica circense; objetivos do desenho e plano de iluminação. Serviço: Período de inscrições para as duas oficinas: 10 a 16 de janeiro/2022 - através do preenchimento do formulário online no seguinte link: https://forms.gle/cYtjVcUV1RdYLCgE8 Período de Seleção dos participantes para as duas oficinas: 17 a 20 de janeiro/2022 – A partir das informações do formulário online Divulgação do resultado da seleção dos participantes para as duas oficinas: Entre os dias 21 a 24 de janeiro/2022 – Através das redes sociais, site da Escola Pernambucana de Circo e imprensa. Ambas oficinas ocorrerão na Sede da Escola Pernambucana de Circo, na Avenida José Américo de Almeida – N° 05 – Macaxeira – Recife – Pernambuco. Para mais informações, falar pelo WhatsApp: 81 – 983076693.

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Museu do Trem do Recife apresenta Exposição Desenhos de Bordo

A exposição Desenhos de Bordo – Metrorec Sketches, da desenhista pernambucana Pollyanna Queiroz está aberta no Museu do Trem do Recife, sediado na Estação Central Capiba. Comemorando seu cinquentenário, o museu recebe a mostra composta por dezenas de desenhos feitos em sketchbooks pela artista, utilizando canetas e marcadores coloridos. Pollyanna Queiroz apresenta um registro imagético de suas viagens cotidianas nesses cadernos, como diários de bordo. A exposição é totalmente independente, e conta com o designer e ilustrador Bruno Maia Giordano na curadoria e o design da exposição. "A exposição é fruto de um convite gentilmente feito pela equipe do Museu do Trem, que com muita honra aceito. É um projeto que nasceu na pandemia, com o nome de #MetrorecSubwaySketches, e tinha seu habitat natural o Instagram @oxepolly, servindo ao mesmo tempo de divulgação, interação com as pessoas e galeria virtual. Era meu passatempo da viagem.”, revela a artista. Segundo ela, os primeiros desenhos dela neste estilo foram feitos em 2016, porém só em 2020 ela começou a desenhar de forma sistemática no Metrô do Recife. “Eu precisava de um tema para o Inktober (desafio de desenho difundido na internet todo mês de outubro), e o metrô era perfeito. Eu estava apenas indo de casa para o trabalho, e uma viagem pela linha centro dura quase 45 minutos, então observava os ambulantes, os passageiros, os pedintes, os pregadores, os artistas, os funcionários do metrô. São pessoas que vemos todos os dias, que deixam de ser pessoas comuns, passam a ser figuras públicas, passam a ser personagens dessa narrativa.” comenta. Na realidade, a exposição é o debut de Pollyanna em um museu. “Já expus numa coletiva no Centro de Artes e Comunicações – CAC (Retorno às Origens), e com a individual Lua Mocinha em espaços como a Padaria Brotfabrik, e Nordeste o que me deste no Bar Mamulengo. Mas expor num museu é de uma responsabilidade e de um grande peso no currículo artístico.” MONTAGEM - A exposição ocupa a sala dedicada à exposições temporárias no Museu do Trem. Além dos desenhos de pequenas dimensões em sketchbooks, reproduções inéditas em acrílica sobre papel foram feitas pela artista especialmente para a ocasião. A artista também fez uma instalação artística que dialoga com o formato da sala, desenhando uma composição de metrô numa das paredes e transformando a sala numa estação, com direito a faixa amarela e quadro de avisos e textos. "Quero compartilhar esse meu olhar lúdico e crítico sobre a vida com as pessoas. Sobre cada momento, até o mais cotidiano deles: uma viagem de Metrô. É a arte que permite olhar e traduzir em conceito. Mas ainda é sobre vida, sobre minutos de vidas num espaço chamado metrô. Dedico essa exposição a cada pessoa que desenhei, a todos que usam e trabalham no Metrô, a todos que acreditaram na arte.” SERVIÇO: Exposição Desenhos de Bordo – METROREC Sketches Quando / Onde: Abertura 08 de janeiro às 10h, no Museu do Trem do Recife. Endereço: Rua Floriano Peixoto, S/N, Recife A exposição fica em cartaz de 08 de janeiro até 05 de Fevereiro de 2022. Visitação: De terça à sexta, das 10h às 16h, e sábados e domingos, das 10h às 14h.

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Semear é preciso

*Paulo Caldas O livro “Textos para semear letras & artes”, foi, por certo, um dos lançamentos mais interessantes de 2021, em Pernambuco. Conduzido com o zelo das professoras Conceição Rodrigues e Flávia Suassuna, editado pelas mãos hábeis de Salete do Rego Barros, vai além do propósito de oferecer acesso às artes escritas aos alunos de escolas públicas e de criar o hábito de ler, conforme afirma nas "orelhas" a escritora Ivanilde Gusmão. A rigor, o destaque reside no ponto de vista estético, com uma reprodução da imagem do admirável “O semeador”, de Vicent Van Gogh (de 1888), quanto no conteúdo, primoroso resumo que exibe, no palco da literatura nacional, características e perfis que nos remetem aos quinhentistas, barrocos, e transpassam, em prosa e verso, o romantismo, o parnasianismo, as fases do modernismo, e alcançam as tendências contemporâneas. Em cada cena da peça, as autoras, no manejo dos holofotes, iluminam os geniais autores do elenco nacional, dentre eles as presenças pernambucanas de Manuel Bandeira, Janice Japiassu, João Cabral de Melo Neto, Solano Trindade, um enfoque especial para o consagrado Raimundo Carrero e os adotados Ariano Suassuna e Clarice Lispector. “Textos para semear letras & artes” tem o selo da Novoestilo Edições do Autor, impressão gráfica da Luci Artes Gráfica LTDA, pode ser adquirido na Cultura Nordestina, Rua Luiz Guimarães, 555, Poço da Panela, fones 3097.3927 e 98113.7126. *Paulo Caldas é Escritor

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Espetáculo com músicas de Reginaldo Rossi ganha data de estreia

A produtora pernambucana Nível 241 lança no próximo dia 27 de janeiro “Borogodá! Ao Som de Reginaldo Rossi”, o musical inspirado em músicas do patrono e Rei do Brega, conta uma história de comédia, romance, gaia e brega. Com texto e direção artística de Gabriel Lopes, Douglas Duan, assina a direção musical e Stepson Smith, dirige as coreografias. O roteiro da peça é próprio, reúne 18 artistas pernambucanos, com apresentações de 2 horas; no repertório, 30 composições de um dos maiores símbolos da cultura pernambucana. “O musical Borogodá foi apresentado pela primeira vez na internet, de forma experimental. Desta vez, terá sua estreia oficial e presencial, somando a programação do festival Janeiro de Grandes Espetáculos”, detalha Gabriel. Ainda de acordo com ele, a história promete levar o público para dentro das músicas, apresentando personagens que, até então, viviam apenas no imaginário. "O famoso "Garçom" toma forma e todos finalmente descobrem quem é a tal "Leviana", finaliza o diretor geral. A peça é indicada para maiores de 12 anos e leva ao palco grandes músicas de sucesso de Rossi, como "Garçom", "A Raposa e as Uvas", "Lua de Mel", "Mon Amour”, “Meu Bem, Ma Famme" e "Leviana". Elenco de Borodogá: Ítalo Lima (Garçom), Milton Raulino (Toni), Gabriela Melo (Clara), Camila Bastos (Dalila), Nilo Pedrosa (João), Victor Medeiros (Pedro Santiago), Bruna Ferrari (Ensemble), EdCarlos Rodrigues (Ensemble), Flávia Michaello (Ensemble), Giovanna Cicolo (Ensemble), Helena Ribeiro (Ensemble), Letíca Penna (Ensemble), Navi Melo (Ensemble), Pedro Rafhael (Ensemble), Renato Macêdo (Ensemble), Stepson Smith (Ensemble) e Jãvi Lima (Swing). SERVIÇO: Espetáculo com músicas de Reginaldo Rossi ganha data de estreia Data de estreia: 27/01/2022 Onde: Teatro Santa Isabel Horário: às 19h Classificação: a partir dos 12 anos Sobre o Borogodá: A história contada em ‘Borogodá’ se passa na cidade do Recife em meados da década de 60. Período do auge da Jovem Guarda e também do lançamento do primeiro disco do cantor, ‘O Pão’. O tributo conta a história do contador Toni, que no dia do aniversário de casamento descobre que a esposa o trai com um famoso cantor de Rock da época. Ao conhecer Clara, ex-esposa do astro, em um bar no centro do Recife, percebem que foram enganados e decidem se vingar do casal que acaba de anunciar o casório.

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Afogados e seus porquês...

No Recife, a denominação da primitiva povoação dos Afogados é originária do Rio dos Afogados, afluente do Capibaribe, aonde, em 17 de fevereiro de 1531, sete marinheiros da expedição de Martin Afonso de Souza vieram a perecer em suas águas. O Rio dos Afogados, assim como outros afluentes do Capibaribe e do Beberibe, já aparece com a sua designação no Diário de Navegação de Pero Lopes de Souza (1532), e em mapa existente no Roteiro de todos os sinais etc., de Luís Teixeira (c. 1582-85), no qual, pela primeira vez, é assinalada, num documento cartográfico, essa primitiva povoação do Recife, distante uma légua da Vila de Olinda e de seus arredores. Cruzando a Ponte do Motocolombó, ingressamos em terras dos Afogados que ostenta, em sua praça central, um formidável cruzeiro esculpido em pedra, originário do Século 17, que fora ali fixado em 25 de novembro de 1868. O belo monumento, firmado em bonita peanha (pequeno pedestal onde se colocam imagem, estátua, cruz, busto etc.), foi transportado em procissão de penitência do primitivo Engenho Jiquiá (Século 16) para o Largo da Paz, quando das Santas Missões pregadas pelo capuchinho italiano Fidélis de Fognano. A praça é dominada pela Matriz de Nossa Senhora da Paz, originária de capela já existente em 1745. No ano de 1837, foi elevada à dignidade de matriz pela Lei Provincial nº 38, com o território de sua paróquia estendendo-se por toda a várzea do Capibaribe. A igreja passou por grandes obras em 1857, que conservaram sua estrutura primitiva bem como as imagens e alfaias, todas originárias do Século 18. No entanto, reformas realizadas em 1920 fizeram desaparecer todo o brilho do templo antigo que, em época recente, sofreu com o desabamento de sua nave central, restando de primitivo apenas seu austero frontispício. O termo dos Afogados só veio a ser incorporado ao Recife em dezembro de 1817, desmembrado de Olinda. De lá tinha início a estrada de rodagem para Vitória, inaugurada em 1836, com regular serviço de passageiros; daí a origem da Rua da Diligência, um pequeno beco existente à esquerda de quem cruza a ponte vindo da Rua Imperial. Até há pouco restava, em Afogados, na descida da ponte, o último dos nichos que outrora existiam nas ruas do Recife. Esse pequenino monumento, hoje transferido para o Largo da Paz, em frente ao cruzeiro, teve sua presença registrada pelo reverendo metodista Daniel Parrish Kidder, que aqui esteve em 1836: “Na extremidade oriental da ponte erguia-se o que Mr. Southey (referência ao historiador Robert Southey) chamaria de uma casa de ídolo. Suas dimensões não excediam a seis pés por quatro. Pela janela ou porta, quando aberta, o transeunte podia ver que continha uma pequena imagem, ricamente ornada, sobre um altar”. O bairro dos Afogados está ligado ao Centro do Recife pela Avenida Sul, com 2.500 metros, e pela Rua Imperial, com 2.300 metros, esta originária do “dique” construído ao tempo do conde João Maurício de Nassau (1637-1644) que servia de acesso ao forte holandês Príncipe Guilherme ali existente em área hoje ocupada pela antiga fábrica de Alimonda & Irmãos.

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Curiosidades da estátua do David de Michelangelo

Diz a lenda que Michelangelo Buonarronti (1475-1564), ao concluir a escultura do Moysés, hoje na igreja de São Pedro Advíncola, em Roma, batendo com um cinzel na testa de sua escultura exclamou: “Parla!” A mesma cena poderia ter se repetindo em 8 de setembro de 1504, quando da conclusão da mais famosa estátua do mundo: O David de Florença. Com seus 515 centímetros de altura e 200 centímetros de base, da qual o Instituto Ricardo Brennand possui uma réplica nos seus jardins, trata-se da mais famosa escultura daquele artista renascentista, feita sob encomenda para a cidade de Florença (Itália), retratando com todo realismo anatômico o herói bíblico minutos antes de enfrentar o gigante Golias (Samuel, 17.1). A obra original permaneceu em frente ao Palazzo Vecchio, na Piazza della Signoria, até o ano de 1873, quando veio a ser transferida para a Galleria dell’Accademia em Florença, onde pode ser admirada. A réplica do David de Michelangelo existente nos jardins do Instituto Ricardo Brennand (Recife) é obra dos estatuário Cervietti Franco & Cia., de Pietrasanta, cidade localizada na Toscana, nas proximidades de Carrara, aqui instalado no mês de janeiro de 2011. Recentemente a imprensa noticiou que a Universidade de Florença moldou a estátua original e a montou em uma Exposição nos Emirados Árabes, em Dubai. Os italianos, ao lado de um grupo sueco, usaram uma impressora 3D para imprimir a estátua. Pelo enorme tamanho, a peça foi dividida em 14 partes para ser montada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, onde acontece uma grande exposição mundial até março de 2022. Confessa no site da Revista IstoÉ, a jornalista Keka Consiglio, artista plástica, jornalista e empresária do setor de comunicação, que “cerca de 25 milhões de pessoas poderão ver naquela exposição a réplica, feita com tecnologia de impressão 3D, usando o conceito de Digital Twins (gêmeo virtual idêntico ao original). Michelangelo demorou três anos de trabalho ininterrupto para esculpir David a partir do zero e, mesmo com a mais moderna tecnologia, a versão digital precisou de 120 dias para ser produzida mesmo tendo disponível o original para cópia. Realmente, impressionante”. Estudos recentes vêm algumas singularidades na escultura original do David de Michelangelo: Até os dias de hoje é difícil imaginar a ginástica necessária para transformar aquele enorme bloco maciço de mármore, em uma das esculturas mais belas do mundo. O David está nu e segura uma tipoia sobre o ombro esquerdo e uma pedra na mão direita. Seu olhar transmite emoção, sua pose é imponente e suas mãos parecem que acabaram de se movimentar. Está apoiado na perna direita, tem a perna esquerda levemente dobrada e sua mão direita acompanha seu corpo, ao cair na altura da coxa. Sua mão esquerda mostra um movimento e seu rosto é pensativo e enigmático, parecendo desafiar o adversário. Toda a anatomia de David exprime tensão e apreensão, mas também ousadia. Suas veias chamam a atenção por estarem dilatadas, sua testa está franzida e o olhar é agressivo e sereno simultaneamente. Os estudos continuam e hoje apresentam observações originárias das mais diversas fontes: Canhoto ou destro - A escultura sugere que David é canhoto, porque segura um estilingue com essa mão, mas seu corpo demonstra que ele é destro. Esse é um enigma talvez causado pelas limitações da peça de mármore antes de ser esculpida. Olhar defeituoso – Durantes séculos, quase ninguém percebeu a sutileza do olhar de David. Foram os especialistas da Universidade de Stanford que conseguiram mostrar com a ajuda de computadores que o olho esquerdo de David enxerga para a frente enquanto o olho direito está focado em algum ponto distante. Definitivamente, os americanos não entenderam que é justamente esse movimento que faz com que o olhar da escultura seja um dos mais enigmáticos e interessantes da história da arte. Além disso, dizem que o olhar propositalmente estava direcionado para Roma, longe dos conflitos políticos da época e que envolviam os Médicis (família que por séculos dominou a Cidade de Florença). Todas essas observações poderão ser por nós comprovadas numa visita ao Instituto Ricardo Brennand (Recife), onde nos aguarda a réplica em mármore de Carrara, confeccionada pelo estúdio de Franco Cervietti, também responsável por cinco outras cópias, existentes uma no Cemitério de Los Angeles; a segunda para Austrália; a terceira para o Museu de Taiwan; a quarta para uma fundação de arte de Taiwan e esta quinta cópia concluída em 2000 que teve como destino o Brasil. *Por Leonardo Dantas Silva

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Dança das Cabeças exalta cores e corpos livres

Em cartaz na Christal Galeria, no Pina, a exposição Libertar do Gesto, de George Barbosa, se destaca pela leveza das suas pinturas e ainda a técnica mista de pastel e tinta a óleo sobre papel pardo muito bem representada, por exemplo, na obra Dança das Cabeças. A pintura foi feita exclusivamente para esta exposição com a escolha pelas cores primárias que, segundo George Barbosa, reforçam um tracejado de um rosto azul que sobrepõe por uma cabeça laranja e cabelos amarelos e vermelhos. Além disso, o premiado pintor evoca os corpos livres, vistos nus, mas com a percepção artística do corpo humano e com a valorização da intimidade. A exposição pode ser conferida até o dia 28 de janeiro de 2022 na Christal Galeria.

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Engenho centenário volta a funcionar em Serra do Vento, em Belo Jardim

Por Jornal Enfoco (@enfoco.belojardim) Historicamente falando, se você gosta ou sente curiosidade por conhecer engenhos de cana-de-açúcar, Belo Jardim é um lugar perfeito para isso. A cidade é lar do “Engenho Serra do Vento”, que recebe o nome do seu Distrito na Zona Rural, onde também fica localizado, especificamente no Sítio Chã. Com a retomada gradual do turismo, com o avanço da vacinação contra a covid-19 e as férias se aproximando, o estabelecimento é uma ótima escolha para quem busca turismo rural. Hoje em dia, o equipamento histórico é uma relíquia, visto que muitos engenhos, que dominavam o século 16 no Brasil Colonial, acabaram sendo fechados e/ou abandonados. Já outros são de difícil acesso, ou até pouco conhecidos pela população geral. Fundação e reabertura Criado há mais de 100 anos por Abdias Austriclínio, virou propriedade de Manoel Francisco e Zé Carlos. Atualmente pertence a João Martins Monteiro (62) que, nas redes sociais, conta: “Saí daqui (de Serra do Vento), com 5 anos de idade e fiquei no pensamento de voltar às minhas origens. Até que um dia comprei um ´pedacinho´ de terra e por coincidência tinha esse engenho dentro. O dono anterior me disse: “estou vendendo este terreno e uma indústria”. Fiquei sem entender, foi quando ele falou que no tempo dos seus pais, trabalhavam cerca de 12 pessoas aqui”, revela. O Engenho Serra do Vento foi reaberto em setembro deste ano, após seis anos inativo por falta de cana de açúcar e falecimento dos antigos donos. Lá já passaram mestres de rapadura como Pedro Baiano, Vicente Marinho e Braz Austriclínio. Braz, por sua vez, trabalhou por mais de 60 anos e é a filha Tatiana que relembra memórias do pai falecido, ao contar que a moagem da cana era feita por bois quando não tinha energia no local e acontecia por meses ininterruptos. O pai trabalhou até os 74 anos de idade. Os atuais mestres são: José Carlos (Zé Carlos de Mané Francisco), Zezé de Braz e Jorge do Toyota. Aberto para visitantes Seu funcionamento acontece a cada 15 dias, aos domingos. A cada semana, cerca de 600 rapaduras e 100 litros de mel são produzidos por lá, a unidade da rapadura é vendida a R$ 2,50, 1L de mel R$ 10,00, 1L de caldo de cana R$ 2,50 e são comercializados em Serra do Vento, Belo Jardim e demais regiões. Os visitantes podem conferir todo o processo de fabricação dos produtos, como a moenda local para moer a planta e extrair o caldo; as caldeiras e fornalhas, que é uma espécie de cozinha que abriga grandes fornos que aquecem o produto e o transformam em melaço de cana. Além de objetos antigos como moinho de pedra, telhas e tijolos que segundo histórias, foram produzidas por pessoas escravizadas entre 100 a 200 anos atrás, de tamanho curioso, uma única peça mede três vezes mais quando comparadas com os atuais. Acordou um leão "Mesmo que eu queira parar o povo não deixa, eu mexi no bom sentido com um leãozinho adormecido, e eu tenho que dar continuidade porque assumi um compromisso com Serra do Vento e região. O povo gosta disso aqui, ver movimentando, funcionando e eu fico feliz”, diz o proprietário do engenho, João Martins. Não é surpresa, portanto, que Serra do Vento, cultura e história estejam tão entrelaçados; e não é surpresa tampouco que tenham se tornado elementos formadores de um importante roteiro turístico de Belo Jardim. Aos que desejam visitar o engenho, devem passar pela Rua do Comércio, a mais antiga da localidade com casas com fachadas portuguesas; sede do Casarão das Artes e da igreja católica São Vicente Ferrer, fundada no século 18. Serviço: Engenho Serra do Vento, Sítio Chã, Serra do Vento. Funciona aos 2º e 4º domingos do mês, das 06h às 18h. Mais informações: 81. 98129-4509

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Pés na estrada, mochila nas costas

*Por Paulo Caldas Diferente dos viajantes cativos às normas e roteiros, livre das retóricas repetitivas dos guias turísticos de plantão, Jayme Fonseca Júnior põe os pés na estrada e a mochila nas costas para expressar uma leitura leve, fácil, ao longo das 130 páginas deste "Meu confortável peso nas costas". O autor surpreende com um aparato de técnicas literárias, quem sabe concedias à espontaneidade do acaso, uma vez que deixa transparecer intimidade com o ato de escrever concebendo, inclusive, metáforas bem-humoradas e uma alegoria criada com o misterioso cão preto argentino. Na proposta de narrar as circunstâncias das viagens, foge ao convencional de publicações voltadas para o tema. Enxerido, Jayme leva o leitor ao íntimo dos lugares, busca usos, costumes, preferências: Em Buenos Aires, se alojam no mesmo albergue, caminham pelas calles, obeliscos, praças, entornam copos de vinho na curtição das noites portenhas. Na Europa vivenciam o embaraço dos doces em Montmartre, a sorte num trem errado na Catalunha ou num acarajé apressado em Salvador. Há pecadilhos estéticos na composição visual, o que, no entanto, não rejeitam o passaporte do leitor. O conteúdo traz ainda digressões às memórias familiares e situações divertidas acompanhadas de detalhes certificadores que convidam à próxima aventura. O trabalho de edição é da Autografia Comunicação Limitada. Rio de janeiro. Os exemplares são vendidos nas Livrarias NACC, Praça de Casa Forte e Idea Fixa, entre outras. *Paulo Caldas é escritor

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