Arquivos Cultura E História - Página 149 De 367 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Cultura e história

Pernambucana Maria Flor apresenta duas canções autorais no projeto “Prelúdio”

A multiartista pernambucana Maria Flor apresenta ao público os primeiros registros do seu trabalho solo ao lançar, em versão de estúdio, as canções “Status” e “Cor de Maria”. As músicas serão disponibilizadas nas principais plataformas de streaming nos dias 24 e 31 de março, respectivamente, acompanhadas pelo registro audiovisual do processo de gravação (os vídeos têm acessibilidade comunicacional em Libras). O trabalho passeia entre o erudito e o popular. Erudito na construção das composições e arranjos, elaborados e definidos a partir da sua experiência de estudo no Conservatório Pernambucano de Música. Popular através da vivência de Maria Flor nas manifestações de tradição popular. Outro elemento que favorece esse trânsito é a formação instrumental que a artista traz para o seu trabalho solo com violoncelo, contrabaixo acústico, guitarra semiacústica e bateria. “Eu busco fazer música trabalhando a lapidação dos arranjos, da instrumentação e da minha voz. Minhas influências são pessoas que têm essa característica na maneira de trabalhar, a exemplo de Henrique Albino, que escreveu os arranjos para essas duas canções, e Surama Ramos, que cuidou da minha preparação vocal. Para mim é importante trazer isso”, afirma Maria Flor. Nos dois singles reunidos no projeto Prelúdio, Maria Flor mostra a sua versatilidade enquanto compositora. Em “Cor de Maria”, traz uma sonoridade mais pop e uma melodia mais doce com uma letra potente inspirada em suas experiências e reflexões sobre a vida. Em “Status”, traz um arranjo mais complexo, contemporâneo e “jazzístico”, acompanhado de uma letra crítica à forma como parte da sociedade lida com as redes sociais. A artista começou a amadurecer o repertório de sua carreira solo em 2018. Foi compondo letras e experimentando partes do novo repertório em apresentações no projeto Música no Vão, do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), e no Café Liberal, em Pernambuco. Esse processo de criação, no entanto, precisou passar por mudanças por causa da pandemia de Covid-19. “Nós estávamos tentando circular quando chegou a pandemia e todo mundo precisou se distanciar. Sempre fomos muito próximos, isso também afeta psicologicamente. Mas os meninos são incríveis, eles já tinham um norte em relação ao meu trabalho por conta da nossa convivência antes da pandemia, sacaram como seria a sonoridade e estudaram os arranjos em casa”, lembra Maria Flor, citando os músicos Waleson Queiros (guitarra), Thiago Duarte (bateria), Jefferson Cupertino (baixo) e Fabiano Menezes (violoncelo). O processo de produção desse trabalho também se deu no contexto da pandemia. Por isso, ele aconteceu primeiro à distância e depois presencialmente, no Estúdio Carranca, mantendo cuidados necessários. “Todo processo começou de maneira remota. Surama fazia minha preparação vocal à distância, só nos encontramos uma vez pessoalmente e ela me acompanhou no dia de gravação das vozes. Os arranjos foram escritos por Henrique Albino e enviados para os músicos estudarem, marcamos apenas um ensaio, com todos os cuidados, e logo na sequência entramos em estúdio para gravação que aconteceu em dois dias”, explica Maria Flor. A gravação e o lançamento são etapas do projeto Prelúdio, realizado com apoio da Lei Aldir Blanc, através do Edital de Criação, Fruição e Difusão LAB PE, lançado pela Secretaria de Cultura do Governo de Pernambuco. FAIXA À FAIXA COR DE MARIA remete a momentos da trajetória da própria artista. “Faço uma relação entre as cores e coisas que vivi. A junção de todas as cores resulta no branco, a junção de todas as coisas que venho fazendo traz esse resultado agora. Falo de uma busca eterna pela evolução, essa pintura vai mudando ao longo dos anos. Maria é um nome que para mim representa a força feminina. É uma composição sobre afeto, força, determinação, liberdade, concentração, fúria, perseverança, suavidade e carinho”, afirma Maria Flor. As referências pessoais também aparecem na música STATUS. “Busquei fazer um baião, porém, com uma estética mais contemporânea, que também é marcante em meu trabalho. A inspiração para a letra surgiu a partir da percepção de diferentes comportamentos da mesma pessoa no meio digital e na vida real. Isso acontece com muita gente de certa maneira, mas para algumas pessoas fica mais forte, elas mostram vidas muito distintas da sua realidade”, segundo a compositora.

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Festival Estudantil de Teatro comemora 18 anos

Organizado pelo produtor cultural Pedro Portugal, o Festival Estudantil de Teatro e Dança (Feted) completa sua maioridade em um formato diferente. Devido à pandemia do coronavírus, o produtor teve a difícil missão de selecionar alguns dos espetáculos que já se apresentaram no palco do Feted para uma edição online e comemorativa. Também teremos a participação especial dos espetáculos Vazio (SP) e Migraaaantes (MT) para compor a grade. Serão reapresentados sete peças, em dois finais de semana (25 a 28 de março e 02 a 04 de abril), no canal do YouTube. Após as apresentações também haverá um bate-papo com os realizadores de cada espetáculo no Instagram @feted.pe. Além das peças, o Feted também traz duas atividades formativas: um Workshop sobre Iluminação Cênica e um Webinar sobre a história dos festivais estudantis no Brasil. As inscrições estão abertas e possuem vagas limitadas. Criado em 2003, o Festival Estudantil de Teatro e Dança nasceu com a missão de dar oportunidade para novos talentos e também criar novos públicos. De lá pra cá muita gente já passou pelo festival e, muitos deles, conseguiram se firmar na cena e possuem trajetórias profissionais elogiadas, como o Grupo Magiluth, Trupe Ensaia Aqui e Acolá, Grupo Teatral Ariano Suassuna e a Trupe Mulungu Teatro de Bonecos e Atores. “Dia desses eu fui na peixaria e as duas jovens que lá estavam perguntaram se eu era Pedro Portugal, após confirmar, elas fizeram uma festa. Contaram que tinham participado do Feted e que a partir de lá haviam começado de fato suas carreiras e que, tinham criado uma escolinha de teatro para crianças. Você imagina a felicidade que eu senti? É uma alegria saber que mesmo após tanto tempo, o Feted segue cumprindo seu propósito.”, comemora Pedro Portugal. O Festival Estudantil de Teatro e Dança conta com recursos da Lei Aldir Blanc, através da Fundarpe, Secult, Governo de Pernambuco e Governo Federal. Homenageadas Como forma de agradecimento a suas contribuições à cena artística pernambucana, a 18ª edição do Feted homenageia a bailarina e diretora do Balé Popular do Recife, Ângela Fischer, e a atriz, diretora e fundadora do grupo O Poste Soluções Luminosas, Naná Sodré. Patrimônio Cultural Imaterial da cidade, o Balé Popular do Recife foi fundado em maio de 1977, foi um dos primeiros grupos de dança profissional de Pernambuco e é o mais antigo em constante atuação. O grupo O Poste, criado em 2004, realiza desde então o importante trabalho de investigação teatral com o foco na pesquisa em matriz africana e na visibilidade do negro na arte e na vida. As duas deram o pontapé inicial das comemorações do Feted participando, no início do mês, do quadro #PapoDeTeatro, mediado pelo produtor cultural Daniel Gomes. As lives podem ser assistidas no @feted.pe. Webinar & Workshop O jornalista, ator e teatrólogo Leidson Ferraz apresenta, nos dias 27 e 28 de março, das 14h30 às 17h30, o webinar Estudantes no Teatro: conexões históricas da cena nacional à pernambucana, sobre a formação dos primeiros grupos de teatro no país, com visibilidade nacional, compostos por estudantes, a exemplo do Teatro do Estudante do Brasil (TEB), idealizado pelo diplomata Paschoal Carlos Magno. Ao final do encontro os inscritos receberão um certificado de participação. O workshop Revelando a Luz Cênica será ministrado pelo diretor e iluminador Eron Villar, no dia 04 de abril, das 14h às 17h, e abordará conceitos básicos da iluminação cênica teatral como luz, textura, movimento, expressão e cor, aplicados à prática teatral. Também serão apresentados os equipamentos mais usuais nos teatros e espaços cênicos. Os eventos serão transmitidos Ao Vivo, através do Google Meet. As inscrições podem ser feitas, de maneira gratuita, até a véspera do início da atividade pelo link na Bio do instagram @feted.pe. SERVIÇO Feted “Live Retrospectiva” 25 de março a 04 de abril Espetáculos serão exibidos em: https://bit.ly/3qXMu0e Webinar e Workshop com inscrições em: https://linktr.ee/Feted    Programação   25 a 28 de março   Auto da Compadecida - Grupo Cênicas Cia. de Repertório Quando: 25/03 (Quinta-feira) Horário: 20h   Ubu, o Rei do Gado - Escola Municipal de Arte João Pernambuco Quando: 26/03 (Sexta-Feira) Horário: 20h   Webinar: “Estudantes no Teatro: conexões históricas da cena nacional à pernambucana” Quando: 27 e 28/03 (Sábado e Domingo) Horário: 14h30 às 17h30   Memórias de Emília (Infantil) -Grupo Ená Iomerê, do Colégio Diocesano de Caruaru Quando: 27/03 Horário: 16h Vazio - Companhia Retalhos da Memória, de Sorocaba (SP) Quando: 28/03 (Domingo) Horário: 20h   02 a 04 de abril   Retrato de Família - Grupo Cênicas Cia. de Repertório Quando: 02/04 (Sexta-Feira) Horário: 20h   Oficina “Revelando a Luz Cênica” Quando: 03/04 (Sábado) Horário: 14h às 17h   Ganga Meu Ganga, O Rei Quando: 03/04 (Sábado) Horário: 20h   Migraaaantes ou Tem Gente Demais nessa merda de barco - Fulcro Abstração Grupo de Teatro (IFMT – Campus Alta Floresta) Quando: 04/04 (Domingo) Horário: 20h

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No mesmo nicho

Paulo Caldas * Em "Elise, a amante", o escritor Ronaldo Carneiro Leão guarda, com desvelo, história e ficção no mesmo nicho. Nessa feliz simbiose, presenciada pelos olhos de Elise, amante nascida das conveniências de Napoleão Bonaparte, o leitor vivencia costumes setecentistas, constituídos por desigualdades sociais, raciais, financeiras, em doses de amplo espectro, numa época em que, tanto quanto nos dias atuais, o sol não nascera para todos. O cenário é Paris, a cidade luz, que, além dos notáveis, iluminava a opulência, arrogância, egoísmos, intrigas e preconceitos do cotidiano, entre o pão dormido e os requintados brioches. A trama é concebida nas adjacências de 1769, quando aos 20 anos Bonaparte rejeita a castidade com uma prostituta parisiense. Ao lado da suposta narrativa de Elise, o autor enumera fatos históricos, ou não, com sutil feição didática. Projeto visual e formatação gráfica made in the Columbia - USA, SC, August 2020. Os exemplares podem ser adquiridos com o autor pelo fone: 99968.2258. *Paulo Caldas é Escritor

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Publius se apresenta em live musical hoje (19)

O cantor e compositor recifense Publius apresentará uma live musical, nesta sexta-feira (19 de março), através do seu canal no YouTube (www.youtube.com/c/Publius_Dia_de_Sol), às 21 horas. No show, o artista vai interpretar as canções do seu segundo disco solo “Dia de Sol” com banda e convidados. O repertório ainda traz o single “Várzea”, que foi lançado no final de 2020, em homenagem ao bairro do Recife onde nasceu, e “Camará”, música inédita surpresa em homenagem a Guitinho da Xambá. A live propõe um mergulho e reinvenção nas tradições cancionistas pernambucanas, nordestinas e universais. Publius se apresenta ao lado de quatro convidados especiais (Rachel Bourbon, Martins, Juliano Holanda e Mozart Ramos) e conta com o talento de artistas como Hugo Linns e Christiano Lemgruber na formação da banda. O show foi gravado no dia 24 de fevereiro, na área externa do Fábrica Estúdios, no aprazível bairro da Várzea, Zona Oeste do Recife. “O cenário é rodeado de natureza preservada, que mantém um clima ameno durante o ano inteiro. A gravação começou por volta das 17h, pegando a mudança de luz do entardecer. O resultado traz um lindo visual bucólico tendo a música como protagonista da cena”, detalha Publius. A dupla Luara Olívia e João Vicente (equipe da Gira Conteúdo Criativo) assina as filmagens do show, a pós-produção do audiovisual e o streaming da live. A iluminação leva a assinatura de Natalie Revôredo. A direção artística (cenário do show e stylist do cantor e músicos da banda) é de Carol Silveira. O figurino é da grife olindense Período Fértil. A live musical do artista é resultado de um projeto cultural aprovado pela Lei Aldir Blanc, medida instituída pelo governo federal prevê auxílio financeiro ao setor cultural, apoiando profissionais da área que sofreram com os impactos das medidas de distanciamento social por conta da pandemia da Covid-19. Singles – No mês passado, Publius lançou o single “A Natureza tem um desejo pra mim”, uma parceria inédita com seu irmão, o letrista Pabulus Lentulus. A música é uma versão do poema de mesmo nome, publicado no livro “Poesias curtas para Curtir”, de autoria de Pabulus Lentulus. Já no último dia 05 de março, foi lançado o single “Compactuar”. Trata-se de uma honrosa parceria inédita com o compositor Zeh Rocha. A canção é um verdadeiro alento em meio ao caos. As duas novas músicas estão disponíveis em todas as plataformas digitais. Perfil do artista Atuando profissionalmente desde 1999, o recifense Publius é cantor, compositor, músico e produtor musical. O artista apresenta em seu trabalho musical influências sonoras dos anos 1970, com tons progressivos, do rock canção dos Beatles a psicodelia de Pink Floyd, passando pelo som original de Alceu Valença, Lula Côrtes e Zé Ramalho a melodia do Clube da Esquina. O artista está divulgando seu mais recente álbum “Dia de Sol”, lançado, em 2018, em todas as plataformas digitais. Com as colaborações de Marcelo Jeneci, Lula Queiroga, Hugo Linns, Juliano Holanda, entre outros, o disco tem onze canções autorais. Publius lançou, em 2020, os singles “Várzea”, homenageando o bairro do Recife onde nasceu, e “Aos Quatro Ventos”. No início de 2021, lançou “Passarim”. Trajetória Publius começou a carreira musical fazendo parte dos grupos Azabumba e Rabecado, além de acompanhar diversos artistas como Geraldo Maia e Tonino Arcoverde nos idos de 2000. Em 2007, gravou o programa de TV Som Brasil, em homenagem a Djavan, com o cantor Geraldo Maia na Rede Globo. Foi premiado, em 2012, em primeiro lugar (melhor trilha sonora) no Janeiro de Grandes Espetáculos, realizado pela Associação dos Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco (Apacepe), pela trilha do espetáculo “Travessia”, do Grupo Grial de Dança, obra realizada em parceria com Cláudio Rabeca. Em 2009 e em 2015, gravou o Programa Sr. Brasil com Rolando Boldrin, acompanhando respectivamente Geraldo Maia, Rabecado e Tonino Arcoverde, exibido pela TV Cultura para todo o Brasil. Em 2015, Publius circulou em turnê pelo Estado de Pernambuco, com o patrocínio do Funcultura, divulgando seu primeiro álbum nas cidades de Garanhuns, Triunfo, Goiana, Recife e Olinda. Em 2018, o artista lançou de forma independente nas plataformas digitais seu segundo disco “Dia de Sol”. Publius realizou shows pelo Brasil com as Fadas Magrinhas e lançou em 2015, 2016 e 2018, videoclipes de músicas inéditas que fazem parte do repertório do disco “Dia de Sol”. Publius é especialista em Etnomusicologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), desenvolveu trabalho de pesquisa sobre o samba de coco em Arcoverde (PE), sob a orientação dos Professores Drs. Carlos Sandroni, da UFPE e Daniel Sharp, da Universidade do Texas. Publius concluiu o Mestrado em Música pela UFPE, onde desenvolveu pesquisa sobre a música pernambucana contemporânea, sob a orientação do Prof. Dr. Bruno Nogueira.

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Festival Canavial LAB anuncia data, tema e programação

Com o tema “Direito à Cultura é um Direito Humano” a edição especial do festival, com recursos da Lei Aldir Blanc - PE, será exibida pela internet, nos dias 09, 10 e 11 de abril. Ao todo, serão 22 atrações, destaque para os shows culturais de Maciel Salú, Isaar, Afoxé Ylê de Egbá, Maracatu Estrela Brilhante do Recife; encontros de bois de carnaval e maracatus rurais; além de tributo ao ator, cantor e humorista brasileiro, Arnaud Rodrigues O Festival Canavial é reconhecidamente um dos mais importantes festivais de cultura popular do Brasil, realizado em uma das regiões mais pobres do país: a Zona da Mata de Pernambuco. O evento nasceu em 2006 e, por conta da pandemia, realiza, neste ano, sua primeira edição em formato virtual, nos dias 9, 10 e 11 de abril. A programação do Festival Canavial Lab 2021 traz como tema "Direito à cultura é um direito humano". Com atividades mista e diversa, artistas e grupos culturais pernambucanos, se reúnem, virtualmente, durante três dias, para manter a tradição, que há mais de uma década agrega um novo conceito ao movimento de cultura popular do Brasil. Ao todo, serão 22 atrações, com destaque para Maciel Salú, Isaar, Afoxé Ylê de Egbá, Maracatu Estrela Brilhante do Recife, além dos encontros de bois de carnaval e grupos de maracatus rurais. A programação inclui, também, um tributo ao ator, cantor, compositor, redator e humorista brasileiro, Arnaud Rodrigues, falecido em 2010. Com shows já gravados, os artistas vão se revezar em apresentações que serão transmitidas, gratuitamente, no canal do festival no YouTube: https://abre.ai/festivalcanaviallab Pela primeira vez as pessoas de outros estados e de outros países poderão assistir ao festival que entra para a história como uma manifestação artística capaz de criar raízes profundas na construção e democratização do acesso à educação, à cultura e igualdade dos direitos sociais, determinantes dentro de uma comunidade. Como em edições anteriores, o festival mantém a essência do formato presencial, privilegiando a musicalidade como gerador de debates sobre direitos humanos, apresentações artísticas, shows culturais, seminários, rodas de diálogos e intervenções artísticas que, juntos, permitirão a reflexão acerca das populações socialmente vulneráveis. Para Afonso Oliveira, produtor cultural e curador do evento, a edição online do Festival Canavial Lab, chega com uma responsabilidade ainda maior, que é levar a cultura popular aliada à arte do encontro e da formação, ao mundo, através da internet. “É uma maratona de apresentações artísticas, com mestres e mestras, grupos de maracatus de baque solto e virado, coco de roda, afoxé, reggae; seminários com convidados de vários estados brasileiros, que vão nos ajudar a refletir toda a conjuntura do processo cultural aliada às ideias dos direitos humanos. Além de shows com grandes nomes da música pernambucana”, diz. “Dar conhecimento deste trabalho, que acontece em nossa região, aos quatro cantos do mundo, é uma missão que nos honra”, ressalta. O Festival Canavial LAB é realizado pelo Movimento Canavial, com incentivo da Lei Aldir Blanc - PE, Secretaria de Cultura, Governo do Estado e Governo Federal. ------------------------------------------------------------------------------------------------------- PROGRAMAÇÃO 09 a 11/04/2021 – no canal do festival no YouTube: https://abre.ai/festivalcanaviallab 09/04 – Sexta-feira 14h as 17h - Seminário: O presente e futuro da Cultura Popular na pandemia e na pós-pandemia - Isa Trigo – Professora Doutora UNEB (BA) - Maciel Salu – Músico e Mestre da Cultura Popular (PE) - Lazir Sinval – Jongo da Serrinha (RJ) - Jaqueline Ribeiro – Índios Orubá (PE) - Cléber Camargo – Produtor Cultural (MG) - Diná Braga – Negros por Negros de Brumadinho (MG) - Wanessa Santos – Produtora Cultural (PE) 19h – Espetáculo Alpercatas e Sombrinhas – Grupo Mistura Pernambucana (Serra Talhada) 20h – Coco Popular (Aliança) 21h – Isaar (Recife) 22h – Afonjah (Recife) 10/04 - Sábado 09h as 12h - Seminário: Direito à Cultura é um Direito Humano - Guilherme Varela – Advogado e Produtor Cultural (SP) - Rute Pajeú – Comunicadora e Produtora Cultural (PE) - Afonso Oliveira – Produtor Cultural (PE) 20h – João Paulo Rosa e o Eito (Nazaré da Mata) 21h – Nave do Tempo - Tributo a Arnoud Rodrigues (Serra Talhada) Com Branca Sousa, Cinthia Kherlly, Emanuel Carvalho, Gabrielle Souza, Luiz Carlos Alves, Pedro Pólla, Sandino Lamarca, Sandra Klébya e Silvio Ferraz 22h - Maciel Salu (Olinda) 11/04 - Domingo 13:50 – Vídeo dos homenageados 14h - Roda dos Mestres 15h - Roda dos Terreiros 16h - Encontro dos Maracatus e dos Bois de Aliança Maracatu Estrela de Ouro Beija-Flor de Aliança Cambinda Estrela Leão Mimoso Boi Teimoso Boi Kabuloso Boi Atitude 18h – Caju e Caetano da Ingazeira (Aliança) 18h30 – Coco Lampião part. Especial de Assisão, Isabelly Moreira e Jéssica Caitano (Serra Talhada) 19h15 – Afoxé Ylê de Egbá (Recife) 20h - Maracatu Estrela Brilhante (Recife) Serviço O quê? Festival Canavial LAB - "Direito à cultura é um direito humano" Onde? Canal do Youtube: https://abre.ai/festivalcanaviallab Quando? 09, 10 e 11 de abril. Classificação: Livre para todos os públicos

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26º Encontro de Cavalo Marinho acontecerá em edição virtual

Única festa no calendário nacional a celebrar o tradicional folguedo popular, o Encontro de Grupos de Cavalos Marinhos do Brasil chega à 26ª edição em novos tempos, aderindo ao formato virtual. No sábado 20 de março, a Casa da Rabeca promove o evento, a partir das 18h, pelo seu canal no Youtube, com mais de quatro horas da mais genuína cultura nordestina, reunindo música, teatro e poesia. A abertura do Encontro terá uma exclusiva Roda de Prosa entre o curador do evento, Pedro Salustiano, e mestres de Cavalo Marinho. Os convidados vão falar sobre a brincadeira, que reúne dezenas de grupos, boa parte da Zona da Mata de Pernambuco. Na segunda parte do evento, também inédito, um verdadeiro show gravado em fevereiro, antes da pandemia, com a participação de oito grupos de Cavalo Marinho, cada um apresentando uma parte do folguedo. São eles: Boi Matuto, Flor de Manjerona, Boi da Luz, Cavalo Marinho de Mestre Batista, Boi Brasileiro, Cavalo Marinho Estrela Brilhante, Boi Pintado e Cavalo Marinho Estrela de Ouro. “Em tempos de distanciamento social, como agora em virtude da pandemia de Covid-19, a cultura popular se reinventa, mas não pode ser esquecida”, diz Pedro Salustiano, que se uniu ao consultor Osmar Barbalho para organizar a iniciativa. “Esta é uma forma de registrar e reverenciar, mais uma vez, a grande paixão Mestre Salu pelo Cavalo Marinho, hoje herança de seus filhos e netos. Uma prova de afirmação da força e do protagonismo da família Salustiano”, completa Pedro. O evento é realizado graças ao incentivo da Lei Aldir Blanc através da Secretaria de Cultura do Governo de Pernambuco. Online – Totalmente gratuito, o Encontro será integrado em seus dois momentos. A Roda de Prosa servirá de base para o entendimento do que será levado ao público a seguir por meio das danças e encenações. Para Pedro Salustiano, essa é uma oportunidade única para o público conhecer o Cavalo Marinho, em especial aqueles que moram fora do estado e não têm a chance de participar anualmente do evento. Realizado ininterruptamente há 25 anos, foi suspenso em 2020 em virtude da pandemia. O Cavalo Marinho é um folguedo que une a música – com rabecas, pandeiros, ganzás, e figuras humanas e fantásticas, entre elas as mais conhecidas, o Mateus, O capitão, o Mestre. Em Pernambuco, o saudoso Mestre Salu, criador da Casa da Rabeca em 2008, idealizou o encontro para manter viva a tradição das brincadeiras que fizeram parte da sua infância e juventude. Serviço: 26º Encontro de Cavalo Marinho – Etapa Digital Sábado dia 20 de março de 2021, às 18h Transmissão pelo Youtube da Casa da Rabeca Acesso Gratuito | Classificação etária: LIVRE.

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Mercadança tem inscrições abertas até 22 de março

Em tempos pandêmicos, a internet nunca foi tão importante e tão usada para conectar pessoas, mesmo que à distância. Com base nisso, a gestora cultural Iris Macedo se uniu à coreógrafa Flávia Pinheiro, e ambas são curadoras do projeto, para lançarem o Mercadança, que é uma plataforma on-line que busca divulgar artistas, grupos, profissionais de dança e equipamentos culturais de Pernambuco para toda a América Latina. Os interessados devem se inscrever, gratuitamente, através do site www.mercadanca.com.br, até o dia 22 de março de 2021 (o prazo foi prorrogado por mais sete dias). O site será lançado, oficialmente, no dia 29 de abril de 2021, em comemoração ao Dia Internacional da Dança. O Mercadança tem o objetivo conectar e aproximar a produção de Pernambuco aos programadores, curadores e diretores artísticos de festivais internacionais, para que dessa forma, seja criada uma rede multidirecional de difusão e divulgação da produção da dança em Pernambuco para toda a América Latina, com a possibilidade de ampliação para outros mercados internacionais. Outro objetivo da plataforma é disponibilizar informações técnicas e operacionais sobre os equipamentos culturais habilitados para receber produções do mercado latino-americano. O objetivo da ação é aquecer o mercado local e abrir espaço para os produtores culturais e técnicos, com habilidades em outros idiomas. O site vai funcionar como uma grande vitrine internacional, um catálogo disponível de produtos locais de dança pronto para sair de Pernambuco e conquistar o mercado internacional. Para isso, haverá uma elaborada e cuidadosa curadoria e os artistas, grupos, profissionais de dança e equipamentos culturais selecionados, terão a sua produção e serviços disponibilizados de maneira on-line, com o selo de qualidade Mercadança, o que garante maior visibilidade para uma possível ampliação no mercado de trabalho e em futuras negociações no exterior. Dessa forma, o Mercadança estimula toda a cadeia produtiva da cultura pernambucana, além de fortalecer e ampliar a imagem do Brasil como um País criativo, inovador, tecnológico e rico no que diz respeito à produção artística da dança. Segundo Iris Macedo, o ato de internacionalizar um produto ou serviço artístico se mostra como uma eficaz ferramenta para potencializar perspectivas que busquem ampliar as relações culturais e comerciais, além de valorizar o negócio e oferecer mais vida útil aos produtos e serviços. “Pensando nisso, propomos através dessa coreografia virtual tentacular, habilitar o deslocamento dos artistas da dança e de seus saberes, gerando uma cadeia produtiva nacional e internacional com seu respectivo fluxo de informações. Isso porque, claramente, a internacionalização amplia o mercado ao difundir o conteúdo dos artistas envolvidos para circulação, assim como, conecta a dança com as transformações do mundo contemporâneo virtual e digital”, explica a gestora. Fazer parte de uma plataforma de internacionalização tem vários benefícios, entre eles: tradução do material para outros idiomas; criação de um portfólio digital; uso do selo de qualidade Mercadança; acesso à nova rede; posicionamento de marca e divulgação do negócio ou serviço no mercado internacional; e participação em uma webinar exclusiva com programadores internacionais. O Mercadança é gratuito e patrocinado pelo edital 2018/2019, do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (FUNCULTURA), Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (FUNDARPE), Secretaria de Cultura e do Governo do Estado de Pernambuco. A idealização e realização são da Fervo Projetos Culturais.

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Vida e carreira de Elis Regina são apresentadas pelo Valdemar de Oliveira quarta (17)

Toda a magia que Elis Regina trouxe a tantas canções que interpretou ganha outro palco e novos arranjos esta quarta (dia 17.03.2021), às 21h, pelo canal no Youtube Valdemar de Oliveira – TAP . A apresentação acontecerá ao vivo e será transmitida gratuitamente, com incentivo da Secretaria de Cultura do Estado de Pernambuco, através do incentivo da Lei Aldir Blanc, e trará todo o set do exitoso projeto escrito, roteirizado e dirigido pelo ator e diretor geral Pedro Oliveira que também participa do elenco, inclusive com um dos importantes duetos com a atriz Kika Salazar. Canal do Youtube para transmissão: https://tinyurl.com/yjd2bd6k (https://www.youtube.com/channel/UC08ztBSqAJBAwHwbcQ33ajQ) Desta forma, aqueles que tiveram oportunidade e aqueles que não conferiram ainda o espetáculo “Nós, Voz, Elis” no palco poderão ver a quarta temporada deste trabalho, que foi sucesso de público em três temporadas, de 2018 até 2020, construindo a vida e a carreira deste grande ícone da música brasileira, desde sua infância até a vida adulta. “Muitos acreditam que Elis começou a cantar apenas nos festivais por volta dos seus vinte, mas na verdade ela começou sua carreira na infância e é essa trajetória da vida que trazemos ao palco”, diz Pedro Oliveira. O espetáculo musical vela assim pela voz e a obra da importante cantora, com intuito de perpetuá-la, a partir da direção vocal do Maestro Múcio Callou, da Direção Musical de Denys Haluli e do trabalho de 20 atores em cena. Dão vida e vocal a tantas interpretações durante a trajetória de Elis Adalgisa Marques, Ana Cristina Barreto, Betinha Emerenciano, Denys Haluli, Débora Cruz, Eliane Rodrigues, Eva Schettini, Fred Gama, Kika Salazar, Luciana Cruz,Malu Caminha, Maurício Beder, Múcio Callou, Murilo Santiago, Nina Faria, Patrícia Lobo, Pedro Araújo, Pedro Oliveira, Silvio Amorim, Tereza Helena de Oliveira Moraes, Tomas Lapa e Vania Miranda, reverenciam e homenageiam Elis Regina, ao vivo no “Nós, Voz, Elis”. Com isso, mantém-se a continuidade da arte e da cultura e, no caso do Teatro Valdemar Oliveira dá seguimento à campanha “DÊ A MÃO AO TAP”, com novos componentes do Teatro de Amadores de Pernambuco, fundado em 1941 por Valdemar de Oliveira. E, por conseguinte, “Nós, Voz, Elis” é a construção do diretor pernambucano que ganha vida mais uma vez em formato virtual, com patrocínio da Fundarpe e do Ministério de Turismo, apoio cultural do SESC, da ESTAF Equipamentos, Assessoria Jurídica do AMMAS e Gestão Administrativa da ADCE Produção Cultural (Dora Dimenstein).

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Documentário Margaridas de Pernambuco em Marcha em exibição no Brasil e exterior

No mês marcado pela luta das mulheres, a Fetape e os Sindicatos rurais celebram a seleção do documentário “Margaridas de Pernambuco em Marcha” e do curta-metragem “Margarida, Presente!”, em festivais audiovisuais em todo o país. Até o dia 19 de março, o audiovisual “Margarida, Presente!”, será exibido na 4ª edição da Mostra Cine Diversidade – gênero e sexualidade no cinema, voltado para curta metragens independentes brasileiros. Ao todo serão exibidos mais de 55 filmes de todo o Brasil. Os três mais curtidos da mostra serão premiados por meio do voto popular. Para votar é só acompanhar a exibição pelo Youtube da ColetivA DELAS, na sessão Reflexos do feminino, pelo link: http://bit.ly/3l7bsJz . “Margarida, presente!” é um curta de 6 minutos que mostra a luta das margaridas de Pernambuco por políticas públicas para o campo. A personagem central é a presidenta da Fetape, Cícera Nunes, agricultora familiar, sertaneja e assentada da reforma agrária no município de Serra Talhada, Sertão de Pernambuco. Outro filme, dessa vez o documentário “Margaridas de Pernambuco em Marcha” (25 minutos) foi selecionado para participar da Edição online do Santos Film Fest – Festival Internacional de Cinema de Santos, que acontecerá de 16 a 23 de março. O filme conta a trajetória das trabalhadoras rurais em Pernambuco e o processo preparatório do curso de formação política da Escola Nacional de Formação da Contag (Enfoc-PE) para a 6ª Marcha das Margaridas (2019), que reuniu mais e 100 mil mulheres, em Brasília-DF. A Marcha é a maior manifestação feminista latino-americana da atualidade. Para falar sobre a experiência de produção do filme, a diretora e cineasta, Shaynna Pidori, participará de um bate-papo nas Redes Sociais do Santos Film Fest no dia 20 de março, às 9h50, com transmissão pela página no Facebook.com/santosfilmfest, e do canal do youtube: http://bit.ly/3evbjyb . O documentário “Margaridas de Pernambuco em Marcha” também será exibido durante a programação do 2º Cine Arcoverde - Mostra de Cinema Independente de Arcoverde, que acontecerá de forma online e gratuita entre os dias 22 e 27 de março de 2021, por meio do site www.cinearcoverde.com. A mostra não-competitiva tem como objetivo divulgar produção independente, pernambucana, nordestina e nacional. “A seleção desses audiovisuais é uma grande oportunidade de visibilizar para todo o Brasil o ativismo das mulheres pernambucanas dentro do movimento sindical rural. No pior momento da pandemia, em que o Brasil enfrenta recordes sucessivos de mortes, ver a luta dessas incansáveis ativistas é receber uma dose de esperança de que podemos ampliar os movimentos de base nesse país”, declarou a cineasta Shaynna Pidori. A diretora de Política para Mulheres da Fetape, Adriana do Nascimento, celebra a participação nos festivais e diz que muito significativo ter essa memória da história das mulheres registrado em filme, para que outras gerações de mulheres possam conhecer e dar continuidade a essa trajetória de lutas e conquistas. “Nunca uma ação nossa chegou ao patamar de concorrer a festivais. O fato de o documentário está concorrendo a esses festivais nacionais e internacional, é levar para o mundo inteiro a luta das mulheres agricultoras familiares de Pernambuco. Principalmente, nessa edição especial da Marcha, em 2019, na qual as mulheres foram para um debate político diante de uma conjuntura nacional totalmente desfavorável”, destacou Adriana. Programação: Filme “Margarida, Presente!” 4ª edição da Mostra Cine Diversidade – gênero e sexualidade no cinema Período: 13 a 19 de março de 2021 Exibição: Youtube da ColetivA DELAS pelo link: http://bit.ly/3l7bsJz   Edição online do Santos Film Fest – Festival Internacional de Cinema de Santos, Período: 16 a 23 de março de 2021 Programação completa e locais de exibição: www.santosfilmfest.com 2º Cine Arcoverde - Mostra de Cinema Independente de Arcoverde Período: 22 e 27 de março de 2021  

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Olinda, de onde se vê...

Com a sua paisagem tecida de sonho e claridade, impregnando pelas diversas tonalidades de verde, nas águas do seu mar, e de azul e outras cores no crepúsculo do seu céu, Olinda vem fascinando a todos que a conhecem desde os primórdios de sua colonização. A sua paisagem litorânea, povoada de jangadas e outros tipos de embarcações, foi uma sedução para esses viajantes ao longo dos séculos sendo hoje fonte de deleite e de paz para o visitante e mesmo os próprios olindenses. Para Joaquim Nabuco, esta paisagem tem seus fascínios quando vista do alto, de onde “o olhar não precisa mover-se para apanhar a totalidade do cenário que se prolonga à beira do mar, salpicado das velas brancas das jangadas, penas destacadas das grandes asas da coragem, do sacrifício e também da necessidade humanas!” Em passeio por Olinda e seus arredores, como cicerone do escritor português Ramalho Ortigão, em 1887, Joaquim Nabuco assim descreve a paisagem, quando vista do terraço da Sé de Olinda: O que faz a grande beleza deste nosso torrão pernambucano é em primeiro lugar o seu céu, que muda a cada instante, leve, puro, suave, onde as nuvens parecem ter asas, e que não é o mesmo em um minuto; é depois o nosso mar, verde, vibrátil e luminoso, as nossas areias tépidas e cobertas de relva, os nossos coqueiros, que vergam desde o soco até ao espanador de um brilho metálico e dourado, com que parecem ao longe sacudir as nuvens brancas, as jaqueiras e mangueiras cuja sombra rendada é um oásis de frescura e abundância... Em sua descrição, publicada no jornal O Paiz (Rio de Janeiro), em sua edição de 30 de novembro de 1887, Joaquim Nabuco, pinta, com a mão de um mestre, as belezas do seu torrão natal, utilizando-se das mais contagiantes cores de sua palheta. ... não é uma dessas vistas de altura, das quais o mar fica tão abaixo aos pés do espectador, que perde o movimento e a vida, parecendo uma tela diáfana estendida sobre o fundo vazio do ar, vistas em profundidade, que dão vertigem e nas quais a perspectiva é tão longínqua como se víssemos por um óculo virado. A vista de Olinda é outra; é uma vista em comprimento, em que os planos sucedem-se uns aos outros como o desenvolvimento da mesma sensação visual, em que desde Olinda até ao  Recife, e mais longe até o Cabo de Santo Agostinho, o olhar não precisa mover-se para apanhar a totalidade do cenário que se prolonga à beira do mar, salpicado das velas brancas das jangadas, penas destacadas das grandes asas da coragem, do sacrifício e também da necessidade humanas! O que mais impressionava o visitante e seu cicerone era a limpeza da cidade: “O que primeiro fere a vista [...] é a limpeza da cidade, a brancura de toda ela. Vê-se bem a cidade de um povo de rio, que vive n’água, como o pernambucano. É um reflexo da Holanda, que brilha aqui!”. Possuído do orgulho de ser pernambucano, enfatiza Joaquim Nabuco, com o seu poder de observador:  Para conhecer uma paisagem não basta vê-la, é preciso muito mais, é preciso que as duas almas, a do contemplador e a do lugar, cheguem a entender-se, quantas vezes elas nem mesmo se falam! Não é a todos que a natureza conta os seus segredos e inspira o seu amor, mas mesmo com os poucos de quem ela tem prazer em fazer pulsar o coração é preciso que eles se aproximem dela sem pressa de a deixar, com tempo para ouvi-la. Os viajantes nunca estão nessa disposição de espírito em que é possível estabelecer-se o magnetismo da paisagem sobre os sentidos, de fato sobre o coração. Felizmente Ramalho Ortigão é uma máquina fotográfica instantânea, que apanha num segundo o seu objetivo todo, e acontece que hoje as boas máquinas percebem e notam sombras na pele, que não se veem a olho nu, e que servem para conhecer a enfermidade latente. Ele não terá sentido os eflúvios desta nossa terra, os quais talvez seja preciso ser pernambucano para sentir e que podem não ter realidade e magia senão para nós mesmos, mas a impressão que lhe causou a nossa Veneza há-de render-nos uma pintura que durará como as gravuras holandesas do Século XVII. Por Leonardo Dantas Silva *Publicado originalmente em 16 de abril de 2018

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