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Cultura e história

Frei Caneca: Morte e vida de um herói e mártir

Naquele 13 de janeiro um herói pernambucano inscreveria seu nome na história do Brasil. Desde cedo estava armado o triste espetáculo da demonstração de força pela forca. O cadafalso estava em frente ao Forte das Cinco Pontas, escancarado, para que todos o vissem. O condenado era um religioso despojado dos seus trajes sacerdotais. Era um tempo de poder incontrastável mas, mesmo assim, três carrascos, homens acostumados a exterminar outros, se recusaram a enforcá-lo. Os militares, então, diante da desobediência dos verdugos, ordenaram que fosse formado um pelotão de arcabuzamento. Só para lembrar aos mais esquecidos, arcabuz era, digamos, o equivalente ao fuzil de hoje. Teria ocorrido ao comandante da execução que, ao fim, o espetáculo teria mais impacto, já que haveria a tenebrosa sonoplastia dos disparos? O fato é que cessados os estampidos, o corpo foi colocado à porta de um templo carmelita existente no centro do Recife, em seguida recolhido pelos religiosos e enterrado em local até hoje e talvez para sempre, desconhecido.O muro onde ele foi arcabuzado, no entanto, testemunha insensível daquele momento, continua lá, fazendo companhia a um busto do herói. A descrição do próprio condenado mostra como ocorriam as coisas no Brasil colonial. “No dia 20 fui eu conduzido perante o assassino tribunal da comissão de que eram membros o general Francisco de Lima e Silva, presidente (viria a ser o pai do Duque de Caxias); juiz relator Tomás Xavier Garcia de Almeida; e vogais, o coronel de engenharia Salvador José Maciel, o tenente-coronel de caçadores Francisco Vicente Souto; o coronel de caçadores Manuel Antônio Leitão Bandeira; o conde de Escragnolle, que foi o meu interrogante.” Nascido a 20 de agosto de 1779, naquele 13 de janeiro de 1825 a vida de Joaquim da Silva Rabello ou Frei Joaquim do Amor Divino Caneca, ou ainda Frei Caneca, como passou ao panteão dos grandes heróis brasileiros, chegara ao fim. Veja-se, porém, como ele viveu. Frei Caneca foi um religioso, político, professor e jornalista implicado em movimentos em sua maioria para libertação do jugo português. Para atingir seu objetivo, ele empenhou sua inteligência e seu destemor, constituindo-se um dos principais líderes da Revolução Pernambucana (1817), que proclamou uma República e organizou o primeiro governo independente na região; e da Confederação do Equador (1824), isto sem falar de sua atuação destemida à frente do combativo jornal ”Typhis Pernambucano”, o que lhe valeu, nos autos do processo, a classificação de “escritor de papéis incendiários”. O primeiro número do jornal circulou em 25 de dezembro de 1823, denunciando o despotismo do poder central e conclamando os pernambucanos à revolta. Tornou-se a trincheira de Frei Caneca até à liquidação da Confederação. De grande erudição, ele foi também professor de retórica, geometria e filosofia racional e moral. Além disso, foi conselheiro do exército republicano do sul, e com a derrota do movimento foi preso e transferido para Salvador, Bahia, onde passou quatro anos preso, tempo em que se dedicou à redação de uma gramática da língua portuguesa. De volta ao Recife, esteve implicado no chamado movimento de Goiana, uma sedição emancipacionista com o apoio dos principais proprietários da Mata Norte e algodoeira da província. Naqueles dias, um exército de milícias rurais e da tropa de primeira linha marchou contra o Recife, porém sem ocupar a cidade. Não foi só. Apoiou a formação da primeira Junta Governativa de Pernambuco, presidida pelo comerciante Gervásio Pires Ferreira e depois participou da Junta dos Matutos, que substituiu a junta gervasiana, tempo em que se deu o seu efetivo ingresso na liça ideológica, mas foi na Confederação do Equador que se revelou uma das suas mais marcantes atuações. Nos primórdios não podia ser considerado separatista, já que buscava a preservação do “status” conquistado pelo Brasil no interior do império lusitano. No Nordeste, contudo, onde a Independência já começara com uma disputa entre colônia e metrópole com a diferença de que esta última já não estava em Lisboa mas no Rio de Janeiro, a situação exigia soluções diferentes. Então, com Cipriano Barata, também um dos líderes, deu uma feição claramente definida à Confederação, como um movimento republicano e separatista, ressaltando que seus argumentos para tal não se dirigiam ao imperador, mas contra o que considerava a vocação autoritária de José Bonifácio. Após o Sete de Setembro, o acirramento da luta entre José Bonifácio e os liberais da Corte havia levado à censura da imprensa, com o fechamento de jornais e o atentado contra o diretor da “Malagueta”, e à prisão de mais de 300 indivíduos, os mesmos que se haviam batido pela independência desde a partida de D. João VI. Havia outras razões de insatisfação, tais como as exigências do erário fluminense, o projeto de Constituição divulgado pelo Correio Braziliense em setembro de 1822, a criação do batalhão de suíços, a fundação do Apostolado, a instituição da Imperial Ordem do Cruzeiro, esta vista como o clube dos aristocratas servis, prossegue o historiador Evaldo Cabral de Melo. Com seu descortino, partilhava suas ideias republicanas e frequentava a Academia do Paraíso, um dos centros de reunião daqueles que, influenciados pela Revolução Francesa e pela Independência dos Estados Unidos, conspiravam contra o colonizador. A respeito de Frei Caneca disse o já citado historiador: “O homem que, na história do Brasil, encarnará por excelência o sentimento nativista era curiosamente um lusitano “jus sanguinis” ou, em outras palavras, era considerado cidadão português, já que vigia um preceito de nacionalidade que atribuía a uma pessoa a mesma cidadania dos seus pais, que eram portugueses. Seria, além de tudo, crime de traição? Permita uma divagação: você sabe por que o nome Caneca? Uns dizem que era homenagem ao seu pai, que fabricava vasilhames e, obviamente canecas, enquanto outros afirmam que se deve ao fato de que, de família muito pobre, quando menino vendia canecas pelas ruas do Recife. No livro Cem anos de solidão, o coronel Aureliano Buendía promoveu 32 revoluções armadas e perdeu todas, absolutamente todas. Diferentemente do personagem da ficção de Gabriel Garcia Márquez, na realidade, apesar de imolado Frei Caneca foi vencedor.

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Cipriano Barata: um revolucionário em nome da liberdade

Para a maioria, liberdade é o poder de o cidadão exercer a sua vontade, sua autonomia e espontaneidade. De certa forma, pois, a liberdade é utópica, posto ser questionável que os indivíduos tenham, verdadeiramente, a liberdade que pensam ter, especialmente nas sociedades modernas e suas mídias avassalantes. Já a liberdade de expressão, especificamente, é a garantia que permite ao indivíduo expressar livremente suas opiniões e crenças sem impedimentos, isoladamente ou em grupo, dentro dos limites da lei. Não era esse, no entanto, o entendimento vigente no Século 19. Expressar-se, tácita ou explicitamente, pela separação de Portugal tinha como corolário o esquartejamento. Mesmo assim, um homem chamado Cipriano Barata fez da pena a sua lança na Revolução Pernambucana de 1817. Cipriano José Barata de Almeida foi um liberal combativo que, iluminado pelas luzes da Revolução Francesa, movimentou a opinião pública para defender a ideia de um Brasil independente de Portugal, o fim da monarquia e da escravidão. Era tão comprometido com a causa, que graduado em medicina na Universidade de Coimbra, ficou na história como um dos mais atuantes jornalistas políticos do Primeiro Reinado. De fato, ele foi incansável, na Revolução Pernambucana de 1817, o único movimento político que a partir de 1140 afrontou vitoriosamente o reino português. Tratava-se da mais radical ruptura com a monarquia, pondo em prática os princípios da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão e deitando por terra o suposto direito divino que a nobreza se atribuía. Por falar em direitos, para assegurar condições mais humanas aos presos políticos, ele fundou comitês de solidariedade. Crítico e contestador, Cipriano Barata foi em 1821 deputado pela província da Bahia às Cortes de Lisboa, mas não se furtava a defender publicamente a separação de Portugal. Por conta disso, regressando da Corte foi impedido de desembarcar em Salvador, vindo, então, para o Recife, onde iniciou sua atividade jornalística no Aurora Pernambucana, o primeiro jornal do Estado. Dois anos depois fundou seu próprio periódico, o Sentinela da Liberdade na Guarita de Pernambuco, posicionado a favor das ideias republicanas e da autonomia das províncias. Incansável, organizou, embora dela não haja participado diretamente, a Confederação do Equador, mais um grande movimento revolucionário, de caráter separatista e republicano ocorrido em Pernambuco. E continuou a escrever, nomeando, com grande engenhosidade, seus jornais, como Sentinela da Liberdade, no entanto variando o final do título de acordo com o local em que estivesse. Em 1830, voltou para a Bahia, onde publicou o Sentinela da Liberdade na Guarita do Quartel-General de Pirajá, e em seguida abandonou as atividades políticas. Em 1836 e foi morar em Natal, passando a ser professor de francês, e, por fim, encontrou sua definitiva e inalienável liberdade. Morreu dois anos depois, aos 76 anos de idade. *Por Marcelo Alcoforado Publicado no 06/06/2018

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Cinemateca Pernambucana lança mostra Infantojuvenil online

A Cinemateca Pernambucana lança a Mostra Infantojuvenil on-line. Foram selecionados 15 filmes, sendo um longa-metragem e 14 curtas, todos com classificação indicativa de até os 14 anos. A programação também dá destaque para a acessibilidade: quatro filmes da mostra podem ser assistidos com recursos de Audiodescrição para pessoas cegas ou com baixa visão, Libras para pessoas surdas, e Legenda para Surdos e Ensurdecidos (LSE). Na lista de filmes, são nove animações que apresentam um panorama diverso da produção no estado, desde abordagens com literatura de cordel, uso de símbolos da cultura pernambucana, trabalhos com stop-motion e o pioneirismo de Lula Gonzaga, Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco. Além dos desenhos, a Mostra Infantojuvenil dispõe de uma seleção variada de ficções, que contemplam a produção local de obras inventivas voltadas para o público jovem. Confira a programação completa: Para a criançada! Classificação: Livre Salu e o Cavalo Marinho Categoria: Animação Direção: Cecília da Fonte Alves Ano: 2014 Duração: 13 min Sinopse: Curta metragem em animação que mostra parte da infância do Mestre Salustiano, quando ainda morava na cidade de Aliança, no interior de Pernambuco. Acesse aqui Versão acessível aqui A Árvore do Dinheiro Categoria: Animação Direção: Marcos Buccini, Diego Credidio Ano: 2002 Duração: 7 min Sinopse: Um homem que queria se casar com uma bela moça recebe a ajuda de um desconhecido e tem a sua vida mudada. Uma animação toda em Literatura de Cordel, uma arte popular da cultura do Nordeste. Acesse aqui Versão acessível aqui O Macaco e o Rabo Categoria: Animação Direção: Filme desenvolvido pelos alunos do Projeto Animando Histórias da UFPE/CAA e da disciplina de Animação 2D do Núcleo de Design/CAA – Caruaru – PE Ano: 2011 Duração: 11 min Sinopse: Um macaco tem seu rabo arrancado após um momento de descuido e segue em busca de recuperá-lo, prestando favores a vários personagens. Acesse aqui Astúcia de Cabôco Categoria: Animação Direção: Marcos Buccini, Ricardo Bicudo, Fábio Caparica Ano: 2011 Duração: 3 min Sinopse: Um homem que tem medo de ir lutar na guerra é convocado para o exército. Acesse aqui Na Corda Bamba Categoria: Animação Direção: Marcos Buccini Ano: 2006 Duração: 5 min Sinopse: Um palhaço precisa atravessar uma corda bamba para melhorar o dia das pessoas. Acesse aqui   Para os jovens! Classificação: Livre, 12 anos, 14 anos. Clandestina Felicidade Categoria: Ficção Direção: Beto Normal, Marcelo Gomes Ano: 1998 Duração: 14 min Sinopse: Fragmentos da infância da escritora Clarice Lispector, em Recife, 1929. Sua paixão pela leitura, seu olhar curioso e perplexo, a descoberta do mundo. Acesse aqui Versão acessível aqui Nº 27 Categoria: Ficção Direção: Marcelo Lordello Ano: 2008 Duração: 20 min Sinopse: Um embarque no cotidiano frenético da juventude nas escolas. Acesse aqui Versão acessível   Sexta Série Categoria: Ficção Direção: Cecília da Fonte Ano: 2013 Duração: 18 min Sinopse: Um dia na vida de Clarice e Ana, duas amigas da sexta série. Acesse aqui Guenzo Categoria: Ficção Direção: Renata Pinheiro Ano: 2005 Duração: 4 min Sinopse: Um cachorro de brinquedo, uma cidade aos seus pés. Acesse aqui   A Saga da Asa Branca Categoria: Animação Direção: Lula Gonzaga Ano: 1979 Duração: 7 min Sinopse: Asa branca é um pássaro de arribação que voa do sertão quando percebe que a seca vai chegar. O filme é um “semidocumentário” em desenho animado, que retrata o pássaro e o sertanejo com sua mulher, Bernardino e Rosa, partindo da sua terra com a chegada da estiagem. Acesse aqui Morte e Vida Severina Categoria: Animação Direção: Afonso Serpa Ano: 2010 Duração: 52 min Sinopse: Adaptada da obra prima de João Cabral de Melo Neto. A animação 3D dá vida e movimento aos personagens do auto de natal pernambucano. A animação narra a caminhada do retirante Severino que migra do sertão pernambucano à capital, Recife. Acesse aqui   O Cangaceiro Categoria: Animação Direção: Marcos Buccini Ano: 2012 Duração: 5 min Sinopse: O filme conta a história de Lampião, um homem violento cuja vida foi cercada de tragédia, e após ver sua família morrer, tornou-se cangaceiro e matador profissional. Acesse aqui A Morte do Rei do Barro Categoria: Animação Direção: Marcos Buccini, Plinio Uchôa Ano: 2005 Duração: 4 min Sinopse: Utilizando um dos principais símbolos da cultura nordestina, os bonecos de barro, animados com a técnica de stop-motion, o filme conta a história de uma luta entre dois bandos rivais de cangaceiros. Acesse aqui   Contratempo Categoria: Ficção Direção: Daniel Bandeira Ano: 2004 Duração: 10 min Sinopse: Há dias em que o mundo funciona ao contrário do que você pensa. Acesse aqui   La Vie en Rose Categoria: Ficção Direção: Camilo Soares Ano: 2004 Duração: 12 min Sinopse: Em uma distopia pós-industrial, um cientista tenta desesperadamente encontrar a fórmula capaz de proporcionar a uma rosa a capacidade de sobreviver a céu aberto.

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9 imagens e a história do Bonde Elétrico no Recife

As ruas e avenidas da capital pernambucana já foram recortadas por Bondes Elétricos. O modal de transporte foi alvo de um recente trabalho acadêmico intitulado Bonde Elétrico e transformações urbanas no Recife, produzido por Mariana Zerbone Alves de Albuquerque e Tales de Lima Pedrosa para a Revista Temporalidades, do Programa de Pós-Graduação em História da UFMG.   Você pode conferir o artigo no link a seguir: Bonde Elétrico e transformações urbanas no Recife . Bonde Elétrico na Rua do Imperador (Acervo Benício Dias/Villa Digital/Fundaj)   De acordo com os pesquisadores, a chegada dos bondes elétricos no País está conectada a uma série de transformações urbanísticas que ocorreram entre o final do século 19 e início do século 20. Essas mudanças no tecido urbano recifense são fruto da "introdução de novas técnicas e planos urbanísticos em busca de se aproximar à modernidade europeia que havia sido instaurada em cidades como Paris", apontaram os pesquisadores no artigo. De acordo com a pesquisa, a implantação dos bondes elétricos no sistema de transporte da capital pernambucana ocorreu em 1914. "O Jornal de Recife na sua edição do dia 12 de maio de 1913 trouxe em sua capa comentários sobre o discurso do então governador de Pernambuco, Dantas Barreto, ao Congresso. Naquele enunciado, os serviços de bondesde burro eram apontados como “péssimo e arcaico”, algo que envergonhava os cidadãos do Recife “pelo atraso de civilização”, sendo então apresentado um contrato para a exploração da tração elétrica. Para o periódico, nesse momento o estado se integrava ao “movimento de progresso” e, a partir daí, a The Pernambuco Tramways & Power Companypode começar seus trabalhos no ano de 1913. A ideia da eletrificação do sistema já era discutida desde o ano de 1899, mas os elétricos circularam pela primeira vez 13 de maio de 1914 com uma inauguração que movimentou toda a cidade", afirmaram Mariana Zerbone e Tales Pedrosa (2020, p. 585). . Postal com imagem da Avenida Marques de Olinda, com uma sequência de três bondes elétricos. (Acervo Josebias Bandeira/Villa Diital/Fundaj) . A pesquisa destaca que os jornais da época apresentaram o Bonde Elétrico como um avanço em substituição dos bondes de tração animal. A modernização foi comemorada diante dos criticados serviços do antigo modal de transporte, apontado como ineficiente e sem a qualidade que a população almejava. A imagem abaixo é de uma publicidade, que está inserida na pesquisa, que foi publicada na Revista do Nordeste. Ano II. Número 22. Janeiro/1920 . As demais imagens dessa postagem são da Fundaj, publicadas na Villa Digital, nos Acervos de Benício Dias e de Josebias Bandeira. . Rua Nova (Acervo Benício Dias/Villa Digital/Fundaj) . Bonde Elétrico passando em frente à Matriz da Boa Vista (Acervo Josebias Bandeira/Villa Digital/Fundaj) . Bonde elétrico atravessando a Ponte Buarque de Macedo, em 1940 (Benício Dias/Villa Digital/Fundaj) . Bonde Elétrico passando ao lado do Teatro Santa Isabel (Acervo Josebia Bandeira/Villa Digital/Fundaj) . Praça de Boa Viagem e Obelisco (Acervo Josebia Bandeira/Villa Digital/Fundaj) Bonde elétrico, com destino ao bairro de Beberibe, atravessando a Ponte Santa Isabel, em 1930 (Acervo Benício Dias/Villa Digital/Fundaj)   .   . . *Por Rafael Dantas, jornalista e repórter da Revista Algomais. Ele assina as colunas Gente & Negócios e Pernambuco Antigamente (rafael@algomais.com | rafaeldantas.jornalista@gmail.com)     . VEJA TAMBÉM NO NOSSO SITE . 7 imagens para voltar ao tempo dos bondes nas ruas do Recife . 10 fotos do Recife no tempo dos bondes

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Festival Internacional de Mágica traz a alegria da magia para 2021

O ano de 2021 chegou dando as cartas: não é hora de ganhar a rua – ainda. Permanece o tempo de cuidar da saúde, priorizando a permanência em casa. Mas nem de longe isso significa que o lazer e a diversão proporcionados pela arte, além da troca de experiências, devem ser deixados de lado. A mensagem é reforçada com o anúncio da terceira edição do Festival Internacional de Mágica – FIM. De 5 a 14 de março, o evento promete muitas performances gratuitas com atrações nacionais e internacionais, além de oito conferências e uma mesa-redonda para os profissionais da área, tudo online. Idealizado e realizado pelo mágico pernambucano Rapha Santacruz, nesta edição em parceria com a produtora e pesquisadora Christianne Galdino e a também produtora cultural Carla Navarro, o FIM conta com o apoio da Lei Aldir Blanc (LAB) e da Secretaria de Cultura e da Fundarpe. Sem perder a essência das duas versões anteriores e mantendo o compromisso de realizar uma edição unindo festival e congresso, mesmo no formato digital, o FIM segue buscando fortalecer o cenário nacional da mágica. Serão três dias, totalizando 15 apresentações diferentes à disposição do público, exibidas via YouTube do evento e mais três dias de conferências para os profissionais da magia em todo o mundo (dois fins de semana, de sexta a domingo). “Realizar o FIM é sempre um desafio e este ano, mais ainda, pela pandemia, que exigiu dos artistas e dos produtores culturais muita criatividade, reinvenção, mesmo. Conseguir realizar o FIM é um motivo de muito orgulho. Contamos com o apoio da LAB e vamos promover bons momentos de entretenimento e discussões online. Vai ser muito especial”, declara Rapha Santacruz, que também vai atuar como mestre de cerimônia. Participam do festival artistas circenses, atores e ilusionistas com trajetórias variadas, a exemplo do madrilenho Miguel Muñoz, atual campeão do mundo em mágica de palco e que atuou no filme “Dumbo”, do cineasta Tim Burton. Outro destaque é a magicista peruana Maga Gisell, referência e inspiração mundial no segmento. As mulheres, aliás, ganham protagonismo na mostra bienal. Além de contar com Christianne Galdino dividindo a curadoria com Rapha Santacruz, o evento terá mais seis (6) profissionais mulheres. “O FIM quer inspirar mais mulheres a desbravar o universo ainda tão masculino e machista da mágica. Há excelentes profissionais no mercado internacional e nacional fazendo arte circense e ilusionismo com muita competência. Vai ser possível conferir isso na nossa programação”, diz Christianne. Além de Maga Gisell, considerada uma artista muito original, que cresce no palco como poucas, e foi agraciada com o Prêmio Nacional da Espanha, o FIM já tem confirmada a presença da atriz circense e também magicista Dani Rocha-Rosa. Atuando ainda como diretora e preparadora de elenco, Dani se dedica a construir uma linguagem e estética autoral, mesclando técnicas de mágica, faquirismo e comicidade nas apresentações. Ela fará uma apresentação aberta ao público, com a participação mais que especial do seu companheiro Marcelo Lujan. Outra função cumprida pelo festival é a de revelar novos talentos. Quem pensa que a magia, a arte circense e o ilusionismo são só para adultos vai se surpreender com o talento das irmãs Violeta e Helena Nunes, 13 e 11 anos, respectivamente. As duas artistas mirins trazem para o FIM as palhaças Viola e Gerimum, que estrelam o espetáculo “Nós Sem Nossa Mãe”. Em cena, elas misturam teatro, palhaçaria e magia. CONGRESSO O segundo fim de semana do FIM será exclusivo para a classe artística. Serão oito conferências e uma mesa-redonda nos três dias, por meio da plataforma Zoom. Assim como nas edições anteriores, a proposta é capacitar os profissionais brasileiros, permitindo a troca de experiências e o aprendizado, com os convidados internacionais e brasileiros, a exemplo de Ricardo Harada. Artista premiado, Harada é um pesquisador respeitado no Brasil, sendo ainda o único doutor em magia no País. Ele fará a conferência de abertura, na sexta, 12 de março, às 17h. Para inscrever-se para o evento, basta acessar o link direto na bio do perfil do FIM no Instagram: @fimfestival. Até o próximo dia 28, é possível garantir o acesso a todas as conferências e à mesa-redonda pelo valor de R$ 200. SERVIÇO: Festival Internacional de Mágica – FIM 2021 – De 5 a 14/3 no Youtube Fim Festival. Estreias: dia 5, às 19h; dias 6 e 7, às 17h. Conferências: dia 12, às 17h; dias 13 e 14, a partir das 19h. Mais informações e inscrições no Instagram @fimfestival

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Mamam promove programação de oficinas e discussões virtuais em março

Buscando expandir e fomentar o diálogo dentro da comunidade artística e com o público, apesar das barreiras impostas pela pandemia, o Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (MAMAM), mantido pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura da Cidade do Recife, vai oferecer uma diversificada programação virtual ao longo deste mês de março. Todas as ações respeitarão os protocolos, usando as redes sociais e a internet como plataforma de interação, com opções de atividades pagas e gratuitas. A programação já estreou com a série de webnários Acervo em Diálogo. Até quinta-feira (4), o evento vai propor discussões sobre os universos artísticos que abrigam e atravessam o acervo do MAMAM, seja através das presenças ou das lacunas de recortes, informações e/ou obras do museu. A adesão aos webnários, realizados via Google Meet, é gratuita. O link será disponibilizado, a cada dia de evento, na bio do Instagram do museu (@mamamrecife). As conversas serão ainda gravadas e posteriormente disponibilizadas no Youtube do MAMAM. O Acervo em Diálogo foi um dos projetos aprovados pelo Governo do Estado para executar os recursos da Lei Aldir Blanc, de estímulo à produção cultural durante a pandemia. Hoje (3), Abiniel Nascimento, Izidorio Cavalcanti e Mariza Monteiro falam sobre: Artistas racializades no acervo. Na quinta (4), o encerramento do ciclo de conversas virtuais será feito por Ana Lira, Rebeka Monita e Wagner Nardy, que tratarão do tema: Novas Aquisições. As conversas serão pelo Google Meet. Sarau das Lobas - Já tradicional troca de saberes e fazeres artísticos femininos, o Sarau das Lobas ganha inevitável formato virtual a partir deste mês de março, com duas oficinas na programação: Rebolar é Medicinal, com Monique Xavier Simas, e Poesia ancestral: as memórias poéticas nos corpos negros/femininos, com Odailta Alves. A oficina "Poesia ancestral: as memórias poéticas nos corpos negros/femininos" será ministrada por Odailta Alves no dia próximo dia 10 de março, das 18h30 às 21h30, também pelo Google Meet. A oficina tem como proposta trabalhar poemas de escritoras negras brasileiras, refletindo sobre esse local de fala e de construção artística, e promovendo a produção de poemas a partir das memórias de mulheres negras que fizeram parte da vida das participantes do encontro. A inscrição custa R$ 30 e o formulário está disponível no na bio do museu no Instagram. Entre os dias 12 e 13 de março, a oficina "Rebolar é Medicinal" propõe a investigação e a conscientização sobre o corpo e o movimento, em suas diversas perspectivas: terapêuticas, energéticas, decoloniais, sagradas e selvagens. A oficina, conduzida por Monique Xavier Simas , será das 17h às 19h, via Google Meet. A inscrição custa os mesmos R$ 30 e o formulário está disponível no na bio do museu no Instagram.

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Estão abertas as inscrições para o Cineducar – Seminário de Cinema e Educação

O Cineducar - Seminário de Cinema e Educação - está com inscrições abertas até o dia 7 de março. O evento acontecerá entre os dias 15 e 27 de março, será gratuito e online, e contará com mesas de formação, sessões cineclubistas e oficinas. As inscrições vão até o dia 5 de março. O evento é uma realização do Cineclube Alumia e da Emoriô - Escola Livre de Audiovisual. O seminário nasce como espaço para reflexão sobre a relação entre cinema e educação e visa contribuir para o debate sobre o ensino e aprendizagem no atual contexto de pandemia. “O seminário surge nesse panorama como uma possibilidade de construir junto com professores das redes de ensino e ao mesmo tempo trazer outras pessoas que são da área de cinema e educação”, explica a Juliana Gleymir coordenadora geral do Cineducar e realizadora do Cineclube Alumia. A programação do seminário vai abordar virtualmente questões sobre educação e tecnologia por meio dos desafios da prática pedagógica em um mundo cercado por telas e imagens e dos caminhos para a implementação do cinema nos projetos educacionais. Vai ter o compartilhamento de materiais de referência através da indicação de acervos e ferramentas digitais, além de troca de experiências pedagógicas de professores e educadores audiovisuais em contextos diversos como o prisional, das populações indígenas, do campo, comunidades quilombolas, entre outros. Também serão abordadas formas de mobilização familiar e comunitária para criar uma rede de apoio entre escola, comunidade e estudantes. “É importante que a gente tenha ouvidos e olhares, essa sensibilidade, para pensar soluções com o cinema como uma ferramenta mobilizadora e transformadora de um paradigma social, de como a gente lida nas nossas relações com as pessoas e o mundo e como podemos criar outros futuros desejáveis”, afirma Juliana Gleymir. Com a pandemia, todo processo de ensino e aprendizagem se transformou, principalmente no ambiente escolar. Mudanças aconteceram desde o planejamento pedagógico até a adequação a um modelo de aulas não presenciais, o que fez da motivação dos estudantes um desafio a ser superado à distância. Muitas tecnologias estão sendo disponibilizadas em meio a essa crise, mas para educadoras e educadores ainda é muito difícil encontrar a melhor solução para atender a necessidade de ensinar além dos muros da escola. O Cineducar terá a participação de acadêmicos, professores da rede estadual e municipal, comunicadores sociais e cine educadores. Tem apoio da Federação Pernambucana de Cineclubes (FEPEC), do Cineclube Alma no Olho e está sendo executado com patrocínio da Lei Aldir Blanc Pernambuco. PARA PARTICIPAR - Para acompanhar as mesas de formação, as inscrições devem ser feitas no link: https://bit.ly/CINEDUCAR. Para participar das oficinas, é necessário responder a este formulário: https://bit.ly/OficinasCINEDUCAR. As sessões cineclubistas não necessitam de inscrição, são abertas ao público em geral. Serviço:  Inscrições abertas para o CINEDUCAR - Seminário de Cinema e Educação De 25/02 a 07/03 Formulário geral: https://bit.ly/CINEDUCAR Formulário para oficinas: https://bit.ly/OficinasCINEDUCAR Realização do CINEDUCAR De 15/03 a 27/03

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Circuito Aurora Instrumental ganha edição especial online

O Circuito Aurora Musical retorna às atividades em 2021 com uma edição especial online no mês de março. O evento, que se consolidou como importante palco de expressão da diversidade, tradição e renovação da música instrumental pernambucana, foi contemplado com patrocínio da Lei Aldir Blanc para realizar a transmissão de concertos musicais, ao vivo, nos dias 6 e 7 de março, nas redes sociais do Aurora Instrumental. Esta edição apresentará uma programação mais compacta, serão quatro lives com shows do Quarteto Encore, o duo Paula Bujes e Pedro Huff, Alexandre Rodrigues e Pife Urbano, e o projeto “O Sopro e a Percussão”, do percussionista Gilú Amaral. No conforto do sofá e na segurança de casa, o público poderá assistir gratuitamente aos concertos de música instrumental que exploram a diversidade cultural e diferentes escolas de Pernambuco, passando pela popular, erudita e experimental. “Os artistas escolhidos representam a vanguarda da música instrumental assim como os jovens talentos. Também reafirmamos o compromisso de garantir o espaço da mulher no festival e a música de alta qualidade, tendo em vista que todos os artistas estão ativos em seus respectivos processos criativos”, explica o produtor executivo do Aurora Instrumental, Félix Aureliano, que ao lado de Gilú Amaral também é responsável pela idealização e curadoria do circuito. Para adaptar o evento ao formato online, a produção do Aurora se preocupou em oferecer concertos com alta qualidade de som e imagens. A transmissão das lives será realizada pela Solare Audiovisual, ao vivo e em Full HD (60 FPS), com a captação de imagens feita simultaneamente por quatro câmeras. Já a captação de áudio estará sob a responsabilidade do Estúdio Carranca. Essa estrutura possibilitará não só a integração ao vivo com os convidados, como também fazer cortes dinâmicos e transições modernas de cenas. “Embora as lives já não sejam uma novidade, principalmente agora na pandemia, vamos fazer o Aurora com um formato inovador e ainda pouco utilizado no mercado nacional. As câmeras e lentes usadas possuem padrão de estética de cinema”, explica Gilú Amaral, que é o diretor artístico e musical do Aurora Instrumental. Ele lembra que, em 2018, a primeira edição do Aurora promoveu uma programação com 20 espetáculos musicais e já teve reconhecida a sua importância para o fortalecimento do consumo da música instrumental em Pernambuco. “Agora estamos dando continuidade ao projeto. O Aurora está vivo e nosso objetivo é que o circuito entre para o calendário cultural de Recife”, informa Gilú Amaral. “A classe artística foi a primeira a parar com a pandemia, e continuamos ainda vivendo uma situação bastante complexa. Por isso oportunidades como essa proporcionada pela Lei Aldir Blanc e o Governo do Estado são muito valiosas, e colaboram para estimular o interesse pela música de alta qualidade e formação de público”. Oficina - A edição especial Aldir Blanc também promoverá uma atividade formativa, com a oficina sobre o Coco de Roda em Pernambuco, ministrada por Gilú Amaral, que será disponibilizada gratuitamente no Canal do YouTube do Aurora - https://www.youtube.com/channel/UCNkRuvfoQovffs7jbGAPMwA . A oficina poderá ser acessada a partir do dia 13 de março, e conta a história do coco de roda, por meio da tradição da oralidade, além de apresentar técnicas, variações e todas as diferenças de estilos do coco (Coco Praieiro, Coco de Umbigada, Coco de Xambá), instrumentação, práticas e saberes com a narrativa sobre cada ciclo, principais diferenças, semelhanças e características. SERVIÇO: Aurora Instrumental – edição especial Aldir Blanc Período: 06 e 07 de março de 2021 Assista: redes do Aurora Instrumental (Instagram e YouTube) Programação Live’s 06/03 16h – Alexandre Rodrigues e Pife Urbano 20h – Gilú Amaral e o “Sopro e a Percussão” 07/03 16h – Paula Bujes e Pedro Huff 19h – Quarteto Encore

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Exposição da Fundaj recorda resistência de canavieiros

Fundaj anuncia nova exposição na próxima segunda-feira (8). O mote será a greve de canavieiros da Zona da Mata de Pernambuco, em 1979. Apontada por vários pesquisadores como uma das mais significativas ações do movimento sindical rural brasileiro, o evento aconteceu nos municípios de Paudalho e São Lourenço da Mata, durante a Ditadura Militar. Essa história pode ser reconhecida na exposição Jogo da Memória, dos artistas Marcela Lins e Guilherme Benzaquen. A abertura será promovida virtualmente no canal da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), no YouTube. Mas também poderá ser conferida fisicamente a partir do dia 9, das 10h às 16h, na Galeria Baobá. Na montagem, o público poderá conferir diversos fragmentos em formato 12 x 12 cm de fotografias deste e de outros movimentos atrelados a canavieiros; depoimentos em vídeo dos grevistas; documentos extraídos do Serviço Nacional de Informações (SNI), que atestam um mapeamento do movimento feito pelos militares e um gaveteiro de telegramas fictícios. “A exposição pretende a reconstrução de uma memória de um acontecimento vitorioso e de esperança”, adianta Guilherme. “Ela aparece por ser um marco em um tempo onde não se fazia greve. Há uma série de relatos que apontam esta como a primeira grande greve rural brasileira, desde a instauração do Regime Militar”, destaca Marcela. Para tanto, ambos artistas se debruçaram sobre arquivos e memórias para provocar outras narrativas possíveis, ainda que de modo fragmentado. São imagens produzidas pela imprensa e extraídas de jornais da Biblioteca Nacional e do livro Greve nos Engenhos (1980), da socióloga Lygia Sigaud. Em um dos pavimentos, o visitante poderá conferir o Gaveteiro de Memórias. Nele, um móvel reúne 10 mil telegramas fictícios construídos a partir do relato de quatro grevistas que participaram ativamente do ato. Ao todo, os artistas destacaram 155 trechos e um telegrama em branco. “Para representar as lacunas”, justifica Benzaquen. “No jogo da memória, é preciso lembrar. Partimos dessa alegoria para pensar essa greve como algo que precisa ser lembrado”, explica Marcela Lins. A exposição segue aberta à visitação até 30 de abril, das terças às sextas-feiras, seguindo todos os protocolos sanitários. Serviço Exposição Jogo da Memória, de Marcela Lins e Guilherme Benzaquen Estreia: 8 de março, no canal oficial da Fundaj, no YouTube Visitação: 9 de março a 30 de abril Horário: terças às sexta-feiras, das 10h às 16h Local: Galeria Baobá (Av. Dezessete de Agosto, 2187 - Casa Forte, Recife) Gratuito

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Homenagem aos 110 anos de Zé Dantas

*Por Aluísio Lessa Zé Dantas é imortal. José de Sousa Dantas Filho, nasceu em Carnaíba. Filho de José de Sousa Dantas, fazendeiro, comerciante e ex-prefeito da cidade de Flores, e de Josefina Alves Siqueira Dantas. Sob pressão familiar, migrou para o Recife ainda jovem. Aos 17 anos. Com uma meta estabelecida: ser médico. “Virar um doutor”, como ainda se costuma dizer pelas bandas das cidades do interior do Estado. Aluno aplicado, concluiu o ensino médio e se formou em medicina. Fez carreira no Rio de Janeiro no exercício da profissão. Médico residente obstreta e depois diretor do Hospital dos Servidores. Foi casado com a também pernambucana Yolanda Dantas. Teve três filhos. Morreu em 1961. Seu principal legado: a poesia, a música, a cultura nordestina. Carnaíba integra o cinturão do Sertão do Pajeú, região que historicamente tem três características no seu DNA. O Rio Pajeú, a polarização política entre forças progressistas e setores conservadores e a cultura da poesia popular. E foi nesse ambiente que Zé Dantas, um dos compositores mais geniais da Música Popular Brasileira nasceu e se formou. Conheceu Luiz Gonzaga pessoalmente aos 26 anos, no Recife. Escreveu composições antológicas. Que não as assinava, a seu próprio pedido, temendo represálias de seus pais. A juventude consagrou autores como Geraldo Vandré, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, entre tantos outros, nas chamadas composições de protesto, no final da década 60. “Mas doutô uma esmola a um homem qui é são, ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão”, versos de Vozes da Seca, Zé Dantas denuncia a injusta e criminosa desigualdade regional contra o Nordeste. Na década de 50. Ou seja, cerca de 10 anos antes. No próximo dia 27 de fevereiro de 2021 Zé Dantas faria 110 anos se vivo fosse. Infelizmente, para todos nós, a Pandemia não permite uma comemoração com muito forró, em Carnaíba, como havia pensado e programado o prefeito Anchieta Patriota. Mas Zé Dantas estará vivo em nossos corações e mentes para a eternidade. Ele é imortal como um bem cultural e imaterial do Nordeste, do Brasil. E se refletirmos sobre sua história de vida, que o destino lhe impôs decidir entre ser reconhecido como um doutor ou um poeta popular, fica a lição de que nada vale estar acima dos nossos sonhos. Viva Zédantas, imortal, imortal! *Por Aluísio Lessa é deputado estadual pelo PSB. Foi reeleito para o seu terceiro mandato consecutivo. O deputado é presidente da Comissão de Finanças na Alepe.

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