Arquivos Cultura E História - Página 190 De 380 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Cultura e história

Festival Internacional de Cinema Infantil está disponível online

Nos tempos atuais, a exigência do confinamento das famílias impõe aos pais e professores o desafio de ocupar as crianças e adolescentes com atividades educacionais e artísticas que promovam o desenvolvimento humano. Pensando nisto, a Associação Films Pour Enfants (Filmes para criança) promove o Takorama – Festival Internacional de Cinema, online. Serão 15 filmes de curta-metragem, com o tema “solidariedade”, divididos em cinco categorias, envolvendo o público de três a 17 anos. As crianças e jovens serão convidados a opinar e votar em seu filme favorito. Tudo gratuito e sem publicidade. O festival, em parceria com 3 e meio no Brasil, se propõe a afirmar o cinema, não apenas como entretenimento, mas também como ferramenta de comunicação e importante recurso de apoio educacional. Os filmes podem ser assistidos no link: www.takoroma.org O Festival proposto foi concebido como um importante dispositivo de educação da imagem e digital, possibilitando encontros com a linguagem audiovisual adequada para a idade do espectador, aliado a filmes com variedade estética que despertam a curiosidade artística das crianças. Além de incentivar a utilização de conteúdo multimídia e multiculural como ferramenta pedagógica nas escolas, através dos educadores. Os curtas-metragens foram selecionados entre os filmes do catálogo da Associação Films pour Enfants ( Filmes para Crianças). A grade de seleção para decidir a adequação entre conteúdo e idade das crianças foi elaborada em colaboração com a organização “3-6-9-12”, além de Serge Tisseron, patrocinador da Associação “Filmes para Crianças”. O fechamento da primeira edição do Takorama Festival Internacional de Cinema depende do contexto atual e da reabertura das escolas. Serviço: Takorama- Festival Internacional de Cinema Local: virtual Endereço: www.takoroma.org Data: 25 de abril ( término indefinido) Informações: (81) 3204 2141/ (81) 9 9992 9558 Classificação indicativa: 3 à 17 anos Gratuito e sem publicidade

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Textos e fotos de Dom Helder estão no acervo virtual da Cepe

Em 1970, quando o mundo vivia momentos políticos conturbados, o então arcebispo de Olinda e Recife, dom Helder Camara (1909-1999), fez uma série de palestras pela Europa, Canadá e Estados Unidos. Incansável defensor dos direitos humanos durante a ditadura militar no Brasil, ele também nutria a esperança de que a humanidade, um dia, formasse uma grande família. Esse foi o tema de um dos discursos de dom Helder para o roteiro de viagens e que se mantém atual 50 anos depois de ter sido apresentado no Canadá. O discurso, com o título “Esperança em uma comunidade mundial”, está disponível no Acervo Cepe (www.acervocepe.com.br) e pode ser consultado gratuitamente. No portal há, desde 2018, cerca de 60 mil imagens digitalizados do Instituto Dom Helder Camara, de acordo com o superintendente do Departamento de Digitalização, Gestão e Guarda de Documentos da Cepe, Igor Burgos. A Cepe foi contratada para fazer a organização do acervo do religioso pelo Instituto, que havia firmado convênio com a Prefeitura do Recife. No texto, dom Helder faz uma reflexão sobre a comunidade mundial a partir do termo “vivendo a esperança” extraído de uma das orações que os padres rezam na celebração da missa. O sonho de uma humanidade vivendo como uma grande família, diz ele, é audacioso e cheio de obstáculos. O egoísmo, é um deles. “Quem não rompe a carapaça do egoísmo, quem não sai de si mesmo, quem gira sempre em volta do próprio eu – e em lugar de ver, apenas se vê; em lugar de ouvir, apenas se ouve; em lugar de amar, apenas se ama; – jamais contribuirá, de maneira válida, para as primeiras comunidades”, escreve o bispo. “Infelizmente, ainda não vencemos o egoísmo que provoca tanta dor no mundo”, lamenta o professor de história da Universidade Federal de Pernambuco, Severino Vicente da Silva, meio século depois das palestras feitas por dom Helder. “Seus discursos podem ser lidos hoje com sabor de novidade, só precisa atualizar alguns dados econômicos e sócio-populacionais”, observa Severino Vicente, vice-coordenador do Laboratório de História Oral e Imagem do Departamento de História da UFPE. Já naquela época, dom Helder citava como obstáculo à comunidade, em países desenvolvidos e subdesenvolvidos, a existência de “um pequeno grupo de famílias privilegiadas, cuja riqueza é mantida à custa da miséria de milhões de concidadãos.” Também afirmava que, para esses grupos, “qualquer mudança mais brusca será porta aberta à infiltração de agitadores profissionais e só fará o jogo dos comunistas.” E alertava para a violência “disfarçada e anônima” que a miséria poderia desencadear. “Como os dados recentes colocam que a riqueza produzida hoje no mundo está sob controle de uma centena de famílias, é claro que as reflexões de dom Hélder nos (anos) setenta podem ser aplicadas hoje”, comenta Severino Vicente. A comunidade mundial, esclarece o professor, seria o caminho indicado pelo bispo para diminuir as desigualdades. A ideia seria a formação de grupos de pessoas de diferentes camadas sociais, religiões e nações, as Minorias Abraâmicas, para atuar de forma conjunta na busca de um mundo onde com mais justiça e paz, explica. Um exemplo prático citado pelo professor seriam engenheiros e arquitetos pensando e criando novos e inclusivos modelos de habitação. Ele classifica entre as Minorias Abraâmicas grupos como a organização não governamental ambiental Greenpeace e a organização internacional de ajuda humanitária Médicos sem Fronteiras, que leva atendimento de saúde a locais de extrema pobreza, entre tantos outros. “Nunca saberemos os resultados das viagens de Dom Hélder”, declara o historiador. “A comunidade mundial, essas minorias abraâmicas, esses que acreditam que quanto mais escura a noite mais bela e brilhante é a madrugada, já existem, e são criadas a cada dia”, afirma Severino Vicente. Para o jornalista Felix Filho, o Dom da Paz acreditava que as Minorias Abraâmicas poderiam lutar, de forma pacífica, firme e decidida, por justiça social. “Utopia? Sonho? Os profetas sonham. E para que o sonho se torne possível, depende de nós, do abandono do egoísmo e da falta de amor ao próximo. Infelizmente, nos últimos 50 anos, temos a sensação que tudo piorou, que o egoísmo cresceu e a pobreza aumentou. Cabe a nós, como dom Helder profetizou, acreditar que um mundo melhor é possível”, declara Felix Filho, autor do livro Além das ideias – Histórias de vida de Dom Helder Camara, publicado pela Cepe Editora em 2012. O egoísmo é o maior pecado do homem e o arcebispo emérito de Olinda e Recife percebeu essa questão, comenta o jornalista e diretor do Arquivo Público Estadual. “Atualmente, assistimos estarrecidos justo a incoerência de pessoas que se dizem cristãs, mas nesta pandemia, por exemplo, estão mais preocupadas com seus lucros do que o bem fundamental da vida. No Brasil vemos, diariamente, os absurdos cometidos por quem deveria zelar pelo bem geral da população, pelo direito básico à saúde e à vida, revelando a falta de compromisso com os mais pobres”, destaca Felix Filho. A Cepe digitalizou mais de 132 mil imagens do acervo do bispo, mas apenas uma parte da documentação está disponível no portal. “Nem tudo foi colocado porque nem tudo o instituto autorizou colocar no site”, informa Igor Burgos. Estão abertas para consulta crônicas, discursos, cartas, fotos e reportagens publicadas em jornais que preservam a memória do arcebispo emérito de Olinda e Recife, mundialmente conhecido como o Dom da Paz. (Crédito para as fotos: Alcir Lacerda (dom Helder com a criança) e Acervo do Instituto Dom Helder Camara (dom Helder com fiéis).

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Comida de aproveitamento: O caso do vatapá

No cotidiano das cozinhas, vive-se um amplo exercício de aproveitamento de ingredientes, onde novas receitas são construídas a partir das sobras de outras comidas. É a transformação daquilo que já foi uma comida, em diferentes pratos que são reorganizados para a os cardápios do cotidiano e das festas.  Assim, há uma dinâmica nas cozinhas que é gerada por essa necessidade de não desperdiçar alimento, numa relação que envolve o homem, o ingrediente, o meio ambiente com a sua biodiversidade e a comida. Estes temas que dialogam com a natureza são também interpretações da cultura sobre o entendimento do que comer, e como comer. Um celebre exemplo é o vatapá, que no nosso imaginário é uma comida relacionada à matriz africana. Certamente este sentido/significado daquilo que é dito como africano no Brasil se dá pela associação ao uso do azeite de dendê, ingrediente marcante na cozinha afrodescendente. A criação e a adaptação da receita realizada a partir da mão africana, neste caso do vatapá, é uma receita que nasce de um estilo de se fazer “açorda à moda de Lisboa”; onde um caldo feito com alhos, coentros e azeite de oliva, é misturado ao pão, normalmente “adormecido”, que se desfaz, e resulta numa saborosa massa que vai ser servida como acompanhamento, ou vai se tornar uma receita única, quando recebe o acréscimo de camarões frescos e uma gema crua; e, desse modo, vai se assemelhar ao nosso tão nacional vatapá. Contudo, a receita do vatapá revela-se como um prato brasileiro. Na tradição, das receitas de vatapá se identifica a ocorrência de diferentes tipos, como vatapá de peixe, de galinha, de porco, e de bacalhau. Receitas que já constavam na ementa do período colonial. No caso do vatapá baiano, é o azeite do dendê, o leite de coco, a castanha de caju, o gengibre e a pimenta, que dão a sua identidade. Já quando nos referimos a esta receita de reaproveitamento de pão em Pernambuco, o uso do amendoim é marcante, o que traz a receita um toque adocicado, e outro diferencial é o pouco uso do azeite de dendê. O nosso vatapá marca a cozinha da Bahia, e de todo o Nordeste. Também no Pará, há uma interpretação do vatapá em que a receita recebe uma quantidade maior de camarão, diga-se camarão fresco. Apesar de tudo, é o vatapá baiano, inundado de azeite de dendê, que ficou famoso. E há dois estilos na Bahia, o vatapá de mesa, e o vatapá de recheio. O primeiro faz parte de um cardápio que harmoniza o vatapá condimentado com arroz branco, ou arroz de coco, sem temperos, e é uma comida de festa, um argumento para se viver a comensalidade, e os rituais sociais que agregam os sabores ao sentido de pertencimento a uma comida. O segundo é o que recheia o acarajé, juntamente com os camarões secos, o caruru, a salada, e um molho de pimenta cozida que é conhecido como molho Nagô. E ele faz parte da comida de rua, do tabuleiro da baiana. Nessa ementa de reaproveitamento, ainda temos outras receitas também muito conhecidas como as rabanadas, fatias douradas ou fatias de parida; e o pudim de pão. Além desses muitos usos do famoso pão dormido ou pão amanhecido, não podemos esquecer da famosa farinha de rosca. Tanto aqui quanto no resto do mundo, há outras receitas que marcam o aproveitamento desse alimento tão ancestral para o homem que é o pão. E a reciclagem desse alimento está também associada à manutenção da segurança alimentar, e cada receita traz o seu sentido e a sua representação cultural.

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11 fotos de hotéis de Pernambuco Antigamente

Em um período de intensas dificuldades para o setor de turismo de Pernambuco, com vários hotéis e pousadas fechados, fizemos uma seleção de fotos de equipamentos hoteleiros no Estado. Confira as imagens abaixo. Clique nas fotos para ampliar. . Grande Hotel, em 1937 (Villa Digital, Acervo Benício Dias) . Hotel Boa Viagem, 1957. (Biblioteca do IBGE) . Hotel Internacional do Derby (Digital, Josebias Bandeira) . Hotel Central, na Av Manoel Borba (Villa Digital, Josebias Bandeira, 1931) . Hotel Boa Viagem, 1965  (Villa Digital, Katarina Real) . Hotel Moderno, 1920. Bairro de Santo Antônio, 1920 (Villa Digital, Benício Dias) . Hotel na Caxangá, 1910 (Villa Digital, Josebias Bandeira) . Hotel do Sol, em Caruaru (Biblioteca do IBGE) Segundo a descrição da foto, ficava no entroncamento da BR 232 com a BR 104, o Hotel foi extinto e sua estrutura abriga a unidade de Caruru da Faculdade Maurício de Nassau. . Sanatório Tavares Correia, atual Hotel Tavares Correia, em Garanhuns. . Hotel Monte Sinai, Garanhuns (Biblioteca do IBGE) De acordo com a descrição da foto, ficava localizado no Bairro de Heliópolis, em setembro de 1987 o prédio do hotel passou a abrigar o 9º Batalhão da Polícia Militar de Pernambuco, denominado de Batalhão Arruda Câmara. . Hotel Grande Rio, em Petrolina. 1970. (Biblioteca do IBGE) . *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com | rafaeldantas.pe@gmail.com)

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Macunamassa antecipa lançamento do single “Carol Carambola”

A banda escadense Macunamassa lança neste dia 30 de abril, via Bandcamp, o single “Carol Carambola”, uma das músicas de trabalho que irão integrar seu novo álbum “Abrasileirada”, com lançamento previsto para o segundo semestre deste ano. A liberação do single foi antecipada em função do cenário de isolamento social pela pandemia de COVID-19 e o áudio vai estar disponível no link: https://macunamassa.bandcamp.com/. O single, que vem sendo apresentado no repertório ao vivo da banda, tem fortes características do Stoner Rock e Desert Rock, com influências da musicalidade brasileira. “As misturas de sonoridades e as composições majoritariamente instrumentais são nossa marca, e trazemos influências do que a gente consome, individualmente, que passa pela música brasileira, pelo metal e nomes como ZZ Top, Queens of the Stone Age, Macaco Bong e Nação Zumbi”, destaca João Marinho Chinaski, baterista e designer responsável pela comunicação visual da banda. O fomento à produção local e a promoção da visibilidade da cena da Mata Sul, geralmente apagada da cobertura musical no Estado, também são característica marcante do trabalho da banda que se reflete no processo de produção do single. “Carol Carombola” foi inteiramente gravada, mixada e masterizada no HS Studio, no município de Escada, envolvendo profissionais da cidade. Com Tomás Azevedo na guitarra (e na autoria e declamação dos versos que finalizam a faixa), Thiago Tardelli no contrabaixo e João Marinho Chinaski na bateria, “Carol Carambola” conta com o reforço das guitarras de Magno Leão como músico convidado. São 4 minutos que alternam riffs enérgicos com passagens cadenciadas em uma viagem que promete agradar os fãs do stoner rock e que faz jus ao slogan da banda de “rock instrumental etcetera e tal”. FICHA TÉCNICA CAROL CARAMBOLA – Single Duração: 4:02 Tomás Azevedo (guitarra e voz/declamação) Thiago Tardelli (contrabaixo) João Marinho Chinaski (bateria) Composição: Tomás Azevedo, Thiago Tardelli, João Marinho Chinaski Músico convidado: Magno Leão Produção: Hilquias Souza e Macunamassa Mixagem e Masterização: Hilquias Souza Gravado no HS Studio – Escada/PE MACUNAMASSA É: Tomás Azevedo (guitarras e voz/declamação) Thiago Tardelli (contrabaixo) João Marinho Chinaski (bateria e percussão)

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Crítica literária: O delicado texto de Maria

*Por Paulo Caldas Episódios nos quais pernambucanos lutaram para expulsar os invasores estrangeiros e buscaram a libertação de Portugal são momentos emocionantes, entremeados com histórias fictícias. Interessante simbiose entre fatos de natureza histórica e tramas ficcionais criadas pela autora oferece um toque de encantamento a este Casamento Inglês (Edições Bagaço. Projeto gráfico de Bel Caldas). Aqui vivenciamos o Recife dos mascates, ruas, becos, vielas, pontes e fontes, escutam-se as vozes batavas ressonando nas paredes dos sobrados aristocráticos de Olinda, o eco das pisadas rudes nas pedras do chão, sente-se o cheiro ocre-doce do moer dos engenhos de cana, ante a opulência da riqueza açucarada de então. O texto de Maria Batista Almeida é afável, delicado. Os cenários da época são assim descritos, bem como usos, enredos e conspirações e os costumes cotidianos das famílias, tolhidos pelo rigor austero de antanho. O Rio Capibaribe e seus encantos, o navegar dos batelões carregados de coisas e gentes, as cadeirinhas sobre os ombros escravos pelas ladeiras e alamedas floridas, o passear silencioso das sinhazinhas. O conteúdo do livro revela o clima das ganâncias, conspirações, revoltas, prisões, traições, inconfidências sob lei do arcabuz, alheio à justiça, mas fiel à sanha dos poderosos. *Paulo Caldas é Escritor

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Anjo Gabriel lança disco inédito gravado com tecnologia analógica

Por Yuri Euzébio A Anjo Gabriel, destaque nacional e internacional na cena psicodélica contemporânea, antecipou o lançamento digital do primeiro disco de inéditas em 7 anos em função do isolamento social. É o primeiro disco c de inéditas desde 2013. Saiu hoje o lançamento nas plataformas online o auto-intitulado “Anjo Gabriel”, seguindo os cuidados de prevenção do COVID-19, através da plataforma Bandcamp. O disco, que receberá um financiamento coletivo – crowdfunding – para lançamento em vinil e cassete, foi inteiramente gravado usando apenas equipamentos e técnicas analógicas. “O conceito principal foi de relação com a natureza através dos quatro elementos – água, terra, fogo e ar – ligados às músicas, que estão todas interconectadas como se fosse uma obra só. Com isso tentamos transmitir os conceitos de transformação e conexão que permeiam a natureza, e do amor como instrumento para construir esses conceitos”, destaca Marco da Lata, fundador da banda. Terceiro álbum da trajetória da banda (que já lançou os discos “O Culto Secreto do Anjo Gabriel”, de 2011, e “Lucifer Rising”, de 2013, além do single 7’’ “Resiliência / Claralice”, de 2017), “Anjo Gabriel” tem 4 faixas de experimentos em um Kraut Rock Psicodélico Brasileiro, mixando referências de clássicos europeus com a essência do Udigrudi pernambucano. Suíte Claralice é a faixa que abre o disco, com 20 minutos de duração, e inclui uma reedição do movimento de 6 minutos já apresentado aos fãs no compacto de 2017. Ela é seguida pelas duas partes de Resiliência, com 6 minutos e 27 segundos e 6 minutos e 24 segundos, respectivamente. Coroando o lançamento, Mantra II, já disponível como single no Bandcamp, encerra o play com elementos orientais orquestrados, fruto da participação do Álgebra Trio. “Anjo Gabriel” também é um marco de nova fase da banda, que tem de volta aos teclados, sintetizadores e teremim o músico André Sette, que divide com Diego Drão (ghost member do grupo) as gravações de sintetizadores e teclados no disco. Marco Da Lata (baixo e voz), Júnior Do Jarro (bateria) e Phillippi Oliveira (guitarra) completam a formação da banda. Carlos Amarelo, também ghost member, cuidou das percussões. Como convidados especiais, participaram Rodrigo Gondão (oud), Rodrigo Félix (percussão) e Maísa Nascimento (violino), do Álgebra Trio, Rama Om (didjeridu), Lucas Brandão (vocal no coro) e Schelly Santiago (coro). Ao todo, são 38 minutos e meio de música, que prometem aplacar a ansiedade dos fãs da banda por um novo lançamento e agradar aos fãs do gênero. Banda referência no movimento de retorno a psicodelia, que vem se fortalecendo e multiplicando expoentes em Pernambuco nos últimos anos, a Anjo Gabriel consegue unir elementos regionais ao psicodelismo anos 70 que marca o som do grupo, numa mistura única e envolvente. Uma mesma música do conjunto pode te levar direto pra algum lugar do Nordeste dos anos 70 ou pra alguma cultura oriental, ou ainda uma comunidade hippie isolada do mundo e do tempo. O novo disco é um sopro de esperança para os amantes do bom e velho rock progressivo, carregado de psicodelia e um alento nesses tempos de isolamento social da pandemia do Coronavírus. É o retorno triunfal de um gênero musical que faz parte da história de Pernambuco e que vem ganhando espaço de novo nessa nova geração, com grupos como o Avoada. Te convido a ouvir esse disco como quem te oferece uma maravilha. Vá por mim, vale muito a pena. “ANJO GABRIEL”, 2020 Lançamento digital em 28 de abril de 2020, via Bandcamp. https://anjogabriel.bandcamp.com/album/anjo-gabriel Produzido no Estúdio Casa do Kaos por Adriano Leão, Marco da Lata e Júnior do Jarro Engenharia de Gravação: Adriano Leão Mixagem: Adriano Leão e Marco da Lata Masterização: Adriano Leão Produção Executiva: Marco da Lata LISTA DE FAIXAS 1. Suíte Claralice (20:00) 2. Resiliência Parte 1 (06:27) 3. Resiliência Parte 2 (06:24) 4. Mantra II (05:30) FICHA TÉCNICA Marco da Lata – Baixo Junior do Jarro – Bateria André Sette – Órgão, Sintetizadores e Teremim Phillippi Oliveira – Guitarra Ghost Members: Diego Drão – Órgão e Sintetizadores Amarelo – Percussão Participações Especiais: Rodrigo Gondão – Oud (Álgebra Trio) Rodrigo Félix – Percussão (Álgebra Trio) Maísa Nascimento – Violino (Álgebra Trio) Rama Om – Didjeridu Schelly Santiago – Vocal no coro Lucas Brandão – Vocal no coro    

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Quadrinhos x Covid-19

*Por Eduardo Martins No último domingo (26), em boletim divulgado pela Organização Mundial de Saúde, o número de infectados pelo COVID-19 ultrapassa mais de 3 milhões e mais de 208 mil mortes em consequência do vírus. No Brasil, são mais de 63 mil casos confirmados e mais de 4 mil mortes. Em Pernambuco, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, há 4.898 casos confirmados, além de 415 óbitos. O estado tem o terceiro maior número de mortes pelo COVID-19. Na estréia da Coluna Gibitown, espaço totalmente dedicado a nona arte, infelizmente, esse assunto não poderia passar em branco. Como a indústria, profissionais, lojas e vendedores de quadrinhos estão lidando com a pandemia e toda crise econômica desencadeada por ela? Quais são as alternativas e o que vai mudar daqui pra frente no mercado editorial? São inúmeras dúvidas e perguntas ainda sem respostas. Indubitavelmente, parece que estamos vivendo o que éramos acostumados apenas em livros, filmes e quadrinhos de ficção científica. Quadrinistas ao redor do mundo sentaram em suas pranchetas e prestaram homenagem às vítimas e também aos profissionais, sobretudo aqueles que estão na linha de frente do combate. Através das redes sociais reverências em forma de desenho, do artista italiano Milo Manara, do americano Frank Miller, entre muitos outros.  Dentro do universo dos quadrinhos, o lamento por duas perdas irreparáveis: o ilustrador argentino Juan Giménez, conhecido pelo seu trabalho para as revistas Heavy Metal e pela cultuada saga de ficção-científica Metabarons e o brasileiro Daniel Azulay, famoso principalmente na década de 1980, pela criação da Turma do Lambe Lambe e pelas aulas de desenho destinadas ao público infantil em canais de televisão. Ambos morreram por complicações devido ao COVID-19.  Para pequenas empresas, bancas de revistas e lojas especializadas em quadrinhos, o momento é bastante delicado e novas estratégias estão sendo criadas para atravessar a crise financeira causada pela pandemia. A Diamond, maior distribuidora de quadrinhos dos Estados Unidos, ainda continua com as atividades suspensas. Responsáveis pela distribuição de quadrinhos das maiores editoras norte-americanas – Marvel, DC, Image e DarkHorse – o último envio às lojas foi feito em 25 de março. As editoras, um pouco antes disso, começaram a pausar ou reagendar novas edições. Tanto material impresso, quanto digital. As famosas comic-shops, sem lançamentos e por conta da quarentena, viram-se com o faturamento quase nulo.  Na sexta-feira (17), a Diamond enviou uma carta para os vendedores de quadrinhos, onde explicam que estão monitorando toda a situação e que provavelmente no final de maio a distribuição volte a acontecer. Em trecho do comunicado, eles afirmam que “esse é um momento delicado e é necessário o equilíbrio entre gerenciar as preocupações de saúde e segurança, e atender à demanda reprimida por produto”. Separadamente do anúncio da Diamond, a DC anunciou que novas publicações impressas serão enviadas em 28 de abril, contudo em um número limitado de títulos e tiragem menor. De acordo com uma nota publicada pela editora, a decisão de voltar a lançar alguns títulos surgiu depois de pesquisar mais de 2.000 lojas nos EUA e no Canadá. Eles observaram que “muitos proprietários de lojas de quadrinhos estão encontrando maneiras novas e criativas de levar os quadrinhos para os fãs mais fiéis.” A medida está sendo criticada pela maioria dos revendedores e pequenas livrarias independentes que ainda estão fechadas durante a quarentena.  Enquanto isso, diversos artistas consagrados internacionalmente começaram a leiloar desenhos originais em prol das comic-shops americanas. Encabeçado por Jim Lee, artista e editor-chefe da DC Comics, os leilões acontecem no eBay e toda renda será destinada aos pequenos varejistas. Uma imagem do Batman que Ri obteve 64 lances e o vencedor pagou 10.800,00 dólares, aproximadamente 56.937,70 reais. Com o reforço da hashtag #Creators4Comics, doações em dinheiro estão sendo organizadas pela Fundação Binc, para ajudar livreiros e revendedores de quadrinhos afetados pelo COVID-19.  Eventos ligados aos quadrinhos e a cultura geek, que rendem milhões em receita, também já estão sendo afetados. A mais tradicional delas, A San Diego Comic-Con foi cancelada devido a pandemia do coronavirus. A próxima convenção vai ocorrer de 22 a 25 de julho, em 2021. Em 50 anos de história, essa é a primeira vez que o evento é cancelado.  Aqui no Brasil, o 11º FIG! – Festival Internacional de Quadrinhos também foi adiado como medida de controle de transmissão do vírus. A Comic Con Experience, CCXP, ainda não comunicou o cancelamento da edição brasileira deste ano. Já a versão alemã da convenção foi cancelada.  Postergados para 2021, os maiores eventos geeks do planeta movimentam o mercado e são nestes locais que os artistas independentes e as editoras usam como vitrine para expor novos trabalhos e interagir com o público-alvo. E aqui, no Brasil, sem esse elo de sustentação, o bicho vai pegar, ou melhor, a gente vai precisar se reinventar.  Não é de hoje que o mercado editorial de livros no Brasil está em crise. São pelo menos cinco anos de livrarias fechadas e declínio nas vendas. O COVID-19, veio para acentuar ainda mais essa queda. As editoras tentam estratégias focadas em descontos e no comércio virtual. O problema é que a grande maioria não estava preparada tecnicamente para vender via e-commerce. Faltam mais investimentos em arquitetura de informação e desenvolvimento de uma loja virtual de fácil acesso e usabilidade. Porém, mesmo assim, essas alternativas ajudam, e muito, a fortalecer o comércio de quadrinhos. As pequenas e médias editoras conseguem ter um público mais fiel e nessas horas acabam ajudando e fortalecendo a marca, com posts de seus livros favoritos e comentários positivos nas redes sociais. Também pelas redes sociais, lojas especializadas e bancas de revistas estão mais próximas dos clientes, porém para Orlando Oliveira, 63 anos, dono da Banca Guararapes HQ, O Templo dos Quadrinhos em Recife, sem a distribuição de novos lançamentos na região, a situação ficou bem mais complicada “Nós, da Guararapes HQ, já estamos fechados há um mês. Quadrinhos é um produto diferente e está sempre se renovando quanto aos lançamentos; não adianta eu tê-los na banca e não ter novidades”,

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8 fotos do Cais do Apolo Antigamente

Uma das principais vias do Bairro do Recife, nascedouro da capital pernambucana, o Cais do Apolo abriga prédios públicos de destaque, como a Prefeitura Municipal, a Superintendência da Polícia Federal e o Tribunal Regional Federal da 5ª Região, além de uma das principais empresas do Porto Digital, o Cesar, e do tradicional Teatro Apolo. Confira abaixo algumas imagens dessa região histórica da cidade. As fotos são da Biblioteca do IBGE e da Fundaj Clique nas imagens para ampliar. . Cais do Apolo, em 1905 (Fundaj/Acervo Benício Dias) O registro da foto informa ao fundo está a Ponte Sete de Setembro . Cais do Apolo em 1910 (Fundaj/Acervo Benício Dias) . Embarcações e a Ponte Maurício de Nassau, em 1920 (Fundaj/Acervo Benício Dias) . Vista do Cais do Apolo, em 1939 (Fundaj/Acervo Benício Dias) . Cais do Apolo, em 1940, com vista da Avenida Rio Branco (Fundaj/Acervo Benício Dias) . Casas e depósitos no Cais do Apolo, em Recife, em 1957 . Prefeitura do Recife . Cais do Apolo, em 1940 (Fundaj/Acervo Benicio Dias) . . *Por Rafael Dantas, repórter da Algomais (rafael@algomais.com | rafaeldantas.pe@gmail.com)

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Festa Digital do Livro, da Fundaj, fez homenagem a Clarice Lispector

É certo que a Festa Digital do Livro, uma promoção da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) para celebrar o Dia Mundial do Livro, já nasce bem sucedida. A programação, que está disponível, foi transmitida ao vivo por meio de diversas plataformas virtuais ganhou projeção, contabilizando mais de 2.800 acessos em território nacional e países como Estados Unidos, Austrália, Portugal, Argentina, França, Reino Unido, Colômbia, Espanha, Índia, Japão, dentre outros. A iniciativa aponta, também, uma direção para a TV Fundaj, projeto que vem sendo alinhado pela Instituição pernambucana. Os comentários são positivos. Em Pernambuco, universidades tornaram o evento a aula do dia. O evento teve uma maratona de 18 horas. Homenageada da edição inaugural, a escritora brasileira Clarice Lispector (1920–1977) se fez presente logo cedo. Foi do sobrado 387 da Praça Maciel Pinheiro, na Boa Vista, área Central do Recife, que o presidente da Fundaj, Antônio Campos, fez sua saudação inicial. Defensor da literatura em Pernambuco, ele reforçou a urgência no tombamento e recuperação do imóvel onde Clarice viveu sua infância. “Ela reconhecia que Recife foi sua geografia fundadora, sua memória afetiva. Vamos abraçar Clarice como pernambucana e colocá-la na geografia literária, artística, turística e cultural de Pernambuco”, defendeu Campos. Por isso, cobrou da Assembleia Legislativa o Título de Cidadã Pernambucana in memorian para a autora. No bloco da manhã, os espectadores a programação com curadoria do gestor da Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca) da Casa, Mario Helio. “Ao decidir celebrar Dia Mundial do Livro em uma festa 100% digital, a eleição da homenagem foi algo muito fácil. Nenhuma autora sintetiza melhor que Clarice Lispector um Brasil internacional, não apenas por haver nascido na Ucrânia e se naturalizado brasileira quando já adulta, aos 23 anos, e sim pela temática e universalidade de sua obra”, festejou o diretor. A fim de reforçar com o público a disponibilidade de espaços de conhecimento, a Biblioteca Blanche Knopf, no Recife, e a Biblioteca Oliveira Lima, em Washington, nos EUA, foram apresentadas pelas suas gestoras. Na função de âncora, o jornalista Ivan Júnior conversou, ao vivo, com a professora da UFRPE Sherry Almeida, que falou sobre a presença fundamental do não dito e a presença do cotidiano nas obras de Clarice. “Para ler qualquer texto dela, é preciso entender o sentido que as linhas e entrelinhas dão e como formam uma relação. O que ela torna inusitado, além de atrativo e estranho a alguns, é a transformação dos acontecimentos do cotidiano em algo muito mais importante. Ela potencializa isso”, explicou. Defendeu também, na conversa, que a capacidade de leitura não está necessariamente relacionada à idade ou experiência e, sim, à liberdade de permitir um mergulho em si, que é o que a escritora propõe. Abrindo as palestras, a agente literária Luciana Villas-Boas e fez uma análise do mercado editorial contextualizada a partir da pandemia da Covid-19. Ela falou sobre os impactos nas grandes feiras, que foram repensadas, e a reinvenção do setor brasileiro e mundial. Lembrou que o segmento é estimulado a se reformular há mais de vinte anos. “Desde a substituição do papel pelo cd rom”, brincou. Luciana comentou, também, a quebra de grandes redes, como a Cultura e Saraiva, o consequente comprometimento às editoras e a poderosa chegada dos e-books. “Esses fatores já eram a realidade dos players da literatura, ao contrário, por exemplo, do cenário das empresas de aviação que, hoje, vivenciam a perda de passageiros com o isolamento social”, refletiu. Em entrevista, a professora universitária na Paraíba, Zuleide Duarte, divagou sobre a importância da efeméride e refletiu sobre como a realidade brasileira impacta o hábito da leitura. “Faltam leitores porque falta aprendizado de leitura. Temos uma ausência de incentivo às publicações e à leitura, de política de tradução, de pesquisa e curiosidade. Há muito para se ler e há muito para dizer”, apontou. Já a escritora Andrea Nunes homenageou o escritor e ensaísta Rubem Fonseca, falecido no último dia 15. Andrea leu trecho de “Agosto” para mostrar a influência da carreira de Rubem como comissário de polícia nas suas obras. “Ele tinha preocupação de trabalhar com a violência como matéria-prima e a linguagem coloquial da realidade brasileira. Trouxe uma qualidade de texto que extrapola os rótulos”, afirmou. Além das palestras e entrevistas, o público assistiu ao recital de trechos da obra de Clarice Lispector por personalidades como a antropóloga Fátima Quinta, a atriz Maria Fernanda Cândido e o cineasta Marcelo Gomes. A Cinemateca Pernambucana exibiu clássicos do Ciclo do Recife, produzidos na década de 1920, a exemplo de Retribuição, Jurando Vingar e Revezes. O documentário O Rochedo e A Estrela, da cineasta Katia Mesel, trouxe um panorama da cultura judaica em Pernambuco, um dos eixos da Festa. Ao longo da transmissão, os espectadores elogiaram a iniciativa. “Estou acompanhando a live o dia inteiro. Belíssima e merecida homenagem a Clarice Lispector”, comentou Ana Karla Farias. “A arte sempre nos mostrando a direção a tomar: para dentro de nós mesmos”, disse Samuel Nunes. A Festa Digital do Livro pode ser conferida em flidfundaj.com.br.

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