Arquivos Cultura E História - Página 223 De 381 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Cultura e história

Sobretudo humano por Paulo Caldas

* Paulo Caldas Os contrastes do comportamento humano, alvo permanente dos escritos de Raimundo Carrero, emergem da crueza neste Colégio de Freiras (Editora Iluminuras – 2019, projeto visual de Hallina Beltrão e posfácio assinado por Sidney Rocha). O livro é ambientado num Recife áspero, universo literário do escritor e pátria da inveja, revolta e rancor vivenciados pelos protagonistas: Vânia, dona de beleza incômoda e psicológico enigmático, vítima do preconceito torpe inerente à estupidez do pai, doutor Vesúvio, um crápula asqueroso, “defensor das vaginas intocadas”; Dona Quermesse, cafetina, madre superiora generosa, afável mãe e guardiã da casa de diversão; Milena, aluna experiente a quem são confiados trechos da narrativa, amante do recalque, cativa do ódio, sensível à degradação de Vânia, que na infância já tentou matar. O enredo expõe o drama da mãe presidiária, apartada do rebento encaminhado para um suposto orfanato ou, quem sabe, para o ninho de casais sem filhos. O festejado romancista transita com autoridade no mundo imaginoso da loucura onde abriga figuras fantásticas, tal o quase deus Abdon, inventor, entre outros fenômenos, dos domingos sombrios e, em dado momento, cuidador da higiene íntima de Vânia quando menina. Ali também habita o mitológico profeta Daniel, líder da Congregação das Guerreiras, mistura de seita e sindicato, concebido para a defesa das mulheres, inclusive pelo uso de poderes infinitos, na perspectiva de uma invasão de óvnis, quando transforma personagens em ETs, além de padre confessor, atento vigilante aos desejos mundanos das internas. Do ponto de vista da técnica literária, Carrero mais uma vez exibe a costumeira maestria no despertar das palavras. O livro mostra a perfeita definição dos perfis físicos e psicológicos, traquejo traduzido por singular habilidade. Há predominância dos diálogos internos em vários trechos da narrativa, prática que se transmuda do narrador oculto à falsa terceira pessoa, das vozes entrecruzadas ao discurso indireto livre, tudo com a destreza dos alquimistas. E Carrero é dos melhores. O autor ainda brinca com os tempos verbais: perfeito, imperfeito, mais-que-perfeito obedecem ao seu comando qual marionetes presas aos cordéis. * Escritor

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Prefeitura do Recife promove programação especial para o Mês da Consciência Negra

Para fortalecer enfrentamento ao racismo e promover a igualdade racial, construindo as práticas antirracistas no município, a Prefeitura do Recife terá durante novembro, o Mês da Consciência Negra, diversas atividades na cidade. Sob a coordenação da Secretaria de Desenvolvimento Social, Juventude, Políticas Sobre Drogas e Direitos Humanos (SDSJPDDH) em parceria com várias secretarias municipais – de Cultura, Saúde, Turismo, Esportes e Lazer e Fundação de Cultura do Recife, que compõem o Programa de Combate ao Racismo Institucional – PCRI da Prefeitura do Recife. O Mês da Consciência Negra tem ainda a participação Procriu/CRVV, Movimento Negro Unificado – MNU, Fórum de Políticas Públicas para Capoeira – FPPC, Conselho Municipal de Política de Promoção da Igualdade Racial – CMPPIR e do Governo do Estado, através da Secretaria Executiva de Segmentos Sociais da Secretaria de Desenvolvimento Social Criança e Juventude (SDSCJ). A programação iniciou-se na última sexta-feira, 1º de novembro, com a Caminhada de Terreiro, a partir das 14h, no Marco Zero, seguida do Canto aos Eguns no sábado (2). Ao longo do mês serão realizadas rodas de diálogo sobre anemia falciforme, sobre saúde do homem negro, orientações sobre a prevenção às doenças crônicas, além de um minicurso sobre Identidade, Acolhimento e Racismo voltado para profissionais da assistência social. Haverá ainda a Escuta do I Plano Municipal de Igualdade Racial, palestras sobre Diversidade Religiosa, Terça Negra, saúde da mulher negra. Também haverá discussões sobre o Dia da Consciência Negra e Os Rebatimentos do Racismo na Sociedade, Juventude Negra e suas perspectivas neste governo federal, entre outras atividades (ver programação/anexo). As ações do mês trazem uma série de atividades importantes, com parcerias ricas e qualificadas, com destaque para a data 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, que marca o início da Jornada de Direitos Humanos no município do Recife, quando também são trazidas várias reflexões sobre a igualdade racial. “São momentos relevantes que serão agregadas às ações”, contou Girlana Diniz, gerente de Igualdade Racial da SDSJPDDH. Memória – No Brasil, a cada ano, intensificam-se as ações de enfrentamento ao racismo promovidas no mês da Consciência Negra, pelos movimentos sociais, Instituições de Ensino Superior – IES e por órgão da administração pública. O dia 20 de novembro é o marco da programação, quando se rememora a data em que Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares, foi morto no ano de 1695, por lutar contra a escravidão negra no país. Os dados sobre os casos de racismo que acontecem no país ainda assustam, atingindo a população negra física e simbolicamente. Os dados Atlas da Violência 2017, lançado pelo Ipea – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada e o pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelam que de cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, cerca de 71 são negras, composta por jovens. Ainda segundo o Atlas, os negros possuem chances 23,5% maiores de serem assassinados em relação aos outros brasileiros de outras raças. Os jovens homens negros e de baixa escolaridade são as principais vítimas de mortes violentas no País, sendo ainda população negra de modo geral, a maioria dos 10% dos indivíduos com mais chances de serem vítimas de homicídios. Essas estatísticas justificam ações de políticas públicas voltadas ao enfrentamento do problema. No Brasil, a população autodeclarada negra representa cerca de 55% (conjugando pretos e pardos, 2º a PNAD – IBGE/2019). No Recife, esse número chega a 64% a polução autodeclarada negra (IBGE, 2010), podendo assim, ser considerada uma cidade de pretas e pretos, levando a PCR a realizar ações que promovam a igualdade racial e de enfrentando o racismo.

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5 praias de Pernambuco Antigamente

Em meio à crise do derramamento de óleo nas praias do Nordeste, fazemos hoje um post com imagens antigas de algumas das principais praias de Pernambuco que foram atingidas pelo crime ambiental. Destacamos na coluna de hoje as praias de Piedade, Boa Viagem, Ponta de Pedras, Gaibu e a Ilha de Itamaracá. Infelizmente, uma série de outros lugares paradisíacos também receberam as manchas de óleo. . Praia de Piedade . Praia de Boa Viagem . Ilha de Itamaracá . Praia de Gaibu . Praia de Ponta de Pedras

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Janela de Cinema anuncia longas The Lighthouse e Vitalina Varela para programação

O Janela Internacional de Cinema do Recife anuncia, nesta quarta-feira (30), os dois primeiros filmes de sua décima-segunda edição, a ser realizada entre os dias 6 e 10 de novembro. O terror psicológico O Farol (The Lighthouse), com Robert Pattinson e Willem Dafoe, será exibido na noite de abertura do evento, em sessão especial. O longa de Robert Eggers (A Bruxa) tem trajetória de sucesso em festivais como Cannes, Toronto e Atlantic Film Festival. A sessão no Janela será uma das primeiras exibições do filme no circuito brasileiro. O longa “Vitalina Varela”, do português Pedro Costa, também terá exibição especial. O filme retrata a vida de uma mulher cabo-verdiana de 55 anos que luta para reconstruir a vida após a morte do marido. “Vitalina Varela” recebeu dois Leopardos de Ouro no Festival de Locarno. XII Janela A edição deste ano será realizada entre os dias 6 e 10 de novembro, nos cinemas São Luiz, Fundaj Derby e o recém-inaugurado Cinema da UFPE. A programação completa, com datas, horários e venda de ingressos, será divulgada nos próximos dias. O festival segue ainda em reta de final de sua campanha de financiamento coletivo, através do benfeitoria.com/janeladecinema. O Janela Internacional de Cinema do Recife é uma realização Cinemascópio e Jaraguá Produções, com patrocínio da Prefeitura do Recife, BRDE e Fundo Setorial Audiovisual (FSA)/Ancine.

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Bruno Souto, Elomar e Torre. Confira os lançamentos.

Por Yuri Euzébio Eu ainda era um garoto, salvo engano na sétima série, quando eu uma visita a uma livraria me deparei com o álbum “Acima da Chuva” da Volver, uma banda que (eu só iria descobrir depois) tem o mesmo nome de um filme de Almodóvar. Confesso que comprei o CD pela capa, um registro histórico da Praça do Diário, e história sempre foi a minha matéria favorita. Bem, ainda que despretensiosamente e ao acaso, fui apresentado a uma das mais diferentes bandas surgidas no Recife pós-mangue. A Volver faz um rock simples, puro e cru dos anos 60 e até aqui já lançou três álbuns. A banda resolveu fazer uma pausa e o seu vocalista, Bruno Souto, embarcou na inevitável carreira solo. Na última quarta-feira (30/10), Souto disponibilizou nas plataformas digitais “Valsa”, álbum em comemoração aos seus 15 anos de carreira. “Já faz um tempo que eu pensava em regravar algumas músicas da época da Volver e tal. Não para superá-las ou mesmo renegar as originais. Queria lançar um novo olhar sobre algumas canções antigas, revisitá-las”, explicou. A nova produção do artista tem a bênção e a garantia de qualidade do selo Passa Disco, e surgiu da vontade do músico em celebrar seu tempo de carreira. “Batizei o disco de Valsa, pois a palavra reflete como enxergo o passar do tempo nessa minha trajetória até aqui: feito passos em uma dança de valsa. Também faço um paralelo subjetivo entre a valsa e a beleza melódica das canções, os arranjos de cordas, etc. Importante deixar claro que o disco não é um “best of” com as minhas melhores composições, nem um apanhado do que as pessoas gostam mais”, justificou. De acordo com Bruno, no início do projeto seriam apenas músicas da Volver, mas para fechar um conceito resolveu regravar músicas que percorressem toda a sua trajetória. “Todos os cinco discos que lancei nesse período (três com a banda e dois na carreira solo) teriam de ser contemplados, nem que fosse com apenas uma música de cada”, detalhou. A ideia amadureceu e ganhou também duas canções inéditas, na abertura e no fechamento do álbum. O álbum reconstrói belíssimas canções em novos arranjos mais intimistas e amplia o universo do artista. Se você , assim como eu, era fã da Volver não vai se arrepender. Se não era, não pode perder a oportunidade de ouvir esse som classe alta. Enfim, eu se fosse tu, não perdia a chance. Elomar e Titane apresentam concerto em Recife Elomar, assim como seu conterrâneo João Gilberto, não é muito afeito à entrevistas ou um marketing forte de sua imagem. Sua obra fala por si só, tal qual a do pai da bossa nova. Nesses nossos tempos de instagramização da vida, isso é encarado com muita estranheza, mas se você conhece a produção do baiano, certamente gosta dele mesmo com toda dificuldade de saber qualquer coisa do artista. Pois bem, aos 81 anos, Elomar, compositor, violonista e cantor, divide palco, mais uma vez, com a artista mineira Titane, em concerto no dia 10 de novembro, domingo, às 19h, no Teatro de Santa Isabel, no Recife. Com trajetória de 30 anos e 5 discos gravados, o mais recente trabalho da cantora, o CD “Titane canta Elomar – nas estradas das areias de ouro” (2018), marca um tempo inédito em sua carreira ao se dedicar à obra de um único compositor. Como nos concertos realizados em Belo Horizonte (MG) e Vitória da Conquista (BA), Elomar e Titane serão acompanhados por Hudson Lacerda (violões) e João Omar, instrumentista e maestro, filho de Elomar, que tocará violão e violoncelo. O repertório foi selecionado especialmente para o concerto. Os ingressos estão à venda na bilheteria do teatro e na Loja Passadisco. Informações para o público nas redes sociais da cantora Titane, da Liquidificador Produções ou pelo telefone do teatro (81) 3355 3323. SERVIÇO – Elomar e Titane em Recife (PE) 10 de novembro de 2019, domingo – 19h Teatro de Santa Isabel (Praça da República) VENDAS Ingressos a R$100 e R$50 (meia-entrada) Bilheteria do Teatro – Praça da República, 233 – Santo Antônio – (81) 3355 3323 ou Loja Passadisco – R. da Hora, 345 – Espinheiro – Galeria Hora Center – (81) 3268 0888 Classificação indicativa: livre Mais informações para o público: Facebook: https://www.facebook.com/oficialtitane/ e Instagram: @titaneoficial Liquidificador produções – https://bit.ly/2N2OBOv TORRE PINTA A INFÂNCIA EM SEU SEGUNDO SINGLE, “TINTA” Segunda música do disco Pág. 72 já está disponível nas plataformas digitais A Torre é uma banda da cena independente de Recife, que nasceu do encontro de Antônio Novaes (guitarra e synth), Danillo Sousa (baixo e backing vocals), Felipe Castro (vocal e guitarra) e Vito Sormany (bateria), no final de 2017. A banda mistura referencias do rock, pop e eletrônico. Seu disco de estreia rua foi bem aceito pela crítica e destacado como melhor disco do ano, por importantes veículos nacionais. “Pintar o mundo com tinta de infância”. Esse é o espirito de “Tinta”, mais novo single do quarteto pernambucano, lançado na última quarta-feira (30) nas plataformas digitais. Com audição marcada para próxima terça-feira (05), às 19h, no Estúdio Apollo 17, o single foi escrito a partir de fotografias antigas e nos traz o desafio de buscarmos no ontem, luz para o hoje, contradizendo as vozes adultas que nos dizem que precisamos ser adultos. Na energia e na simplicidade de suas mensagens, a Torre quer ser criança e nos chama para participar da brincadeira através das diversas formas que podemos lembrar da nossa infância. A nova canção brinca com o muno imaginário dos pega-pegas e esconde-escondes. Mundo de criança arteira que não quer saber a hora de parar. O novo trabalho, Pág.72, marcado para ser lançado em novembro, no festival No Ar Coquetel Molotov, é um experimento focado nas memórias e reflexões sobre o passado e propõe uma experimentação como condutor para novos ambientes, sendo uma experiência sensorial quase física, com texturas, lugares e cenários, criados pela mistura dos sons que brotam e tomam formas. Ouça TINTA: Serviço: TORRE PINTA

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Paço do Frevo celebra Dia do Frevo de Bloco

Criado em 1º de novembro de 2004 – quando se comemorou o centenário de nascimento do grande músico e compositor recifense Edgard Moraes -, o Dia do Frevo de Bloco será celebrado neste domingo (3). Em sua 16º edição, o encontro será integrado ao Arrastão do Frevo, programação regular do museu Paço do Frevo que promove o cortejo com agremiações nas ruas do Bairro do Recife. A concentração ocorre às 15h30, no Marco Zero, com saída às 16h em direção à Praça do Arsenal. Ao fim do percurso, o público será recebido com um show do Coral Edgard Moraes, anfitrião do encontro, em frente ao Paço. Desde 2004, a comunidade do frevo – representada por músicos, compositores, dançarinos, artesãos, foliões e membros de agremiações – se reúne anualmente para comemorar a data com um Encontro de Blocos Líricos. FINADOS Neste sábado (2), Dia de Finados, o Paço do Frevo não funcionará. Paço do Frevo – O espaço cultural é um local de incentivo à difusão, à pesquisa, e à formação de profissionais nas áreas da dança e da música, dos adereços e das agremiações do frevo. O Paço é uma iniciativa da Fundação Roberto Marinho, com realização da Prefeitura do Recife e gestão do Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG). Funcionamento Horários: Terça (entrada gratuita) a sexta, das 9h às 17h. Sábado e domingo, 14h às 18h (Última entrada até 30 minutos antes do encerramento das atividades do museu). Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (meia). Endereço: Praça do Arsenal da Marinha, s/nº, Bairro do Recife. Informações: 3355-9500 e http://www.pacodofrevo.org.br/programacao —

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Antes que Desapareça estreia no Centro Cultural Eufrásio Barbosa em Olinda

Neste final de semana o Teatro Fernando Santa Cruz dá continuidade a sua programação de reabertura com dois espetáculos que recortam as lembranças do período ditatorial. Na sexta-feira, (01), às 20h, tem a estreia Antes que Desapareça, espetáculo de dança do Grupo Experimental, dirigido por Monica Lira. No dia seguinte, (02), mesmo horário, será a vez de Retratos de Chumbo, com texto e encenação de Oséas Borba Neto, do Grupo de Teatro João Teimoso. O Teatro Fernando Santa Cruz funciona no Centro Cultural Mercado Eufrásio Barbosa, porta de entrada do Sítio Histórico de Olinda. O espetáculo de Mônica Lira, Antes que Desapareça, foi criado especialmente para a ocasião, conta com a encenação de três bailarinos e “narra” histórias de maneira imersiva, levando o espectador a respirar fundo para sentir na própria pele cada ato encenado. A peça Retratos de Chumbo, de Oséas Borba Neto, é baseado na pesquisa de histórias de mulheres que lutaram, foram torturadas e mortas no período do regime militar. No palco são expostos de forma visceral os relatos de dores, medos, angústias, cicatrizes e revoltas pela insensatez de comandantes e comandados nos anos de chumbo. Ambos possuem a classificação indicativa de 18 anos. A entrada é gratuita, sujeita a lotação do espaço. Os espetáculos tem início às 20h, e os ingressos começam a ser distribuídos às 19h. A programação ainda tem continuidade nos dias 08 e 09 de novembro com a apresentação das peças pa(IDEIA) e pro(FÉ)ta, do coletivo grão comum. O Teatro Fernando Santa Cruz faz parte do Centro Cultural Mercado Eufrásio Barbosa, equipamento localizado no Sítio Histórico Olinda, é gerido pela Diretoria de Promoção do Artesanato e da Economia Criativa; da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper), ligada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Governo do Estado. Reabertura – O Teatro Fernando Santa Cruz foi reaberto no último dia 22 de outubro. “Para que não se esqueça. Para que nunca mais aconteça.” o espaço que leva o nome de Fernando Santo Cruz, um pernambucano símbolo da resistência contra a ditadura no nosso País, reforça a importância de que essa história não se repita celebrando os 40 anos da anistia. A iniciativa do Governo do Estado reforça a importância da cultura como ferramenta indispensável para o desenvolvimento econômico e social do estado. “A abertura desse espaço, dentro de um equipamento público, é uma forma de resistência e manutenção dessa cultura que é marca pernambucana; além de ser um espaço importante para a tradição artística de Olinda”, afirma Márcia Souto, diretora de Promoção do Artesanato e da Economia Criativa da AD Diper, gestora do equipamento. O equipamento conta com mais de 130 lugares, palco italiano, camarim e toda a estrutura básica para o recebimento de espetáculos voltados para as artes cênicas, dança, ópera, circo entre outros. CONVOCATÓRIA – A Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco – AD Diper, por meio de sua Diretoria de Promoção do Artesanato e da Economia Criativa abriu a convocatória para a ocupação do Teatro Fernando Santa Cruz, no Centro Cultural Mercado Eufrásio Barbosa, para o período de dezembro de 2019 até janeiro de 2020. Fortalecendo a política pública de ocupação do equipamento cultural, que fica situado na entrada do sítio histórico de Olinda, espetáculos inéditos e não inéditos de circo, música, dança, ópera e artes cênicas do Estado poderão participar gratuitamente da concorrência para a utilização do espaço. Podem se inscrever grupos ou pessoas físicas que possuam atuação no meio artístico de, no mínimo, 6 meses. E que possuam todos os pré-requisitos solicitados no edital. Fomentação local – Considerando a importância de manter viva a cultura local, fica destinado o percentual mínimo de 20% da ocupação das pautas para espetáculos realizados por artistas, grupos, coletivos, companhias ou trupes com residência ou sede no município de Olinda. As inscrições devem ser realizadas até o dia 08 de novembro pelo e-mail teatrofernandosantacruz@addiper.pe.gov.br. O edital e ficha de inscrição estão disponíveis em linktr.ee/mercadoeufrasiobarbosa Programação Completa: 01 de novembro às 20h Antes que Desapareça – Grupo experimental – direção de Mônica Lira CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA – 18 ANOS 02 de novembro às 20h Retratos de Chumbo – Grupo de Teatro João Teimoso CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA – 18 ANOS 08 de novembro às 20h Pa(IDEIA) – Coletivo Grão Comum CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA – LIVRE 09 de novembro às 20h Pro(FÉ)ta – Coletivo Grão Comum CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA – 16 ANOS

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Mamam oferece oficina baseada em Paulo Freire e Anísio Teixeira

Ministrada pelo artista Traplev, a oficina “O Brasil sob a ótica da educação democrática de Anísio Teixeira e a alfabetização crítica de Paulo Freire” propõe uma sensibilização crítica do contexto histórico no Brasil, a partir do ponto de vista da educação democrática – implantada por Anísio Teixeira e continuada por Freire. As atividades ocorrem nos dias 4, 7 e 11 de novembro, das 18h30 às 21h30, no Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães (Mamam) – equipamento cultural mantido pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife. A ação é um desdobramento do projeto “Almofadas pedagógicas”, de Traplev – ferramenta didática para re-alfabetização política e formação crítica. Durante os encontros, os participantes passarão pela história do país evidenciando fatos, personagens, movimentos e obras artísticas no campo da resistência e da luta social, trabalhando como essas referências podem e devem ser restauradas para contribuir na potencialização das ações no campo social e artístico. O curso é destinado a educadores e pessoas em geral, interessadas em processos artísticos e pedagógicos de resistência, contextualização histórica e cultural. As inscrições devem ser feitas, até o dia 1o de novembro, por meio da plataforma virtual Sympa e custam R$ 132. Traplev nasceu em Santa Catarina, mas mora e trabalha no Recife. Ele é mestre em Artes Visuais, formado pela Universidade do Estado de Santa Catarina. Serviço Oficina “O Brasil sob a ótica da educação democrática de Anísio Teixeira e a alfabetização crítica de Paulo Freire” Data: 04/11, 07/11 e 11/11, das 18h30 – 21h30 Perfil do público: educadores e interessados em geral sobre processos artísticos e pedagógicos de resistência, contextualização histórica cultural e política do Brasil, e programas descoloniais de educação. Inscrições pelo Sympla https://www.sympla.com.br/o-brasil-sob-a-otica-da-educacao-democratica-de-anisio-teixeira-e-a-alfabetizacao-critica-de-paulo-f__665484

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Igrejas do Recife agora podem ser acessadas através de site

A busca por informações sobre as igrejas tombadas em Pernambuco sempre se caracterizou de forma difícil, ambígua e duplicada. Existem barreiras que dificultam o acesso às informações das edificações tombadas pelo IPHAN (Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), principalmente na cidade do Recife. O arquiteto e fotógrafo André Martins lança o site Acesse Igrejas (www.acesseigrejas.com), que contempla 15 igrejas do Recife com o objetivo de valorizar o patrimônio arquitetônico histórico e a pesquisa através da internet. O site, que tem o compromisso com a arquitetura e patrimônio, além de fotografias, conta com informações das construções históricas e seus elementos. As igrejas guardam histórias e estilos artísticos, como o Barroco e arte sacra. Ao todo, o Iphan tem 63 patrimônios tombados no Estado de Pernambuco. O projeto foi realizado através de um trabalho de pesquisa intenso. “Tive a acesso a documentos, plantas, projetos feitos a mão em 1942, projetos com mais de 60 anos.”, destaca André Martins. Com mais de duas mil fotografias capturadas durante todo o processo, o Acesse Igrejas documenta esses ambientes arquitetônicos. Com relação ao conteúdo fotográfico, o recorte padrão são as fachadas, naves (o saguão principal das igrejas), altares, coros, além das obras de artes. Durante o processo de captação de imagens, André precisou lidar com restrições. “Em Algumas igrejas existem proibições do uso do flash por conta da preservação das obras, pois causam danos, além de restrições de acesso por conta de riscos de desabamento ou obras”. Com relação às informações, a fonte de pesquisa é do Iphan. Através de imagens e da informação é possível explorar o universo das igrejas presentes na cidade do Recife e estimular o espectador/usuário a visitação do patrimônio. A proposta do site é alcançar estudantes de arquitetura, história, arqueologia, profissionais das áreas citadas, professores, pessoas interessadas em arte sacra e curiosos. O site conta também com um glossário dos elementos arquitetônicos das igrejas. Centralizar as informações estimula também um aquecimento do setor de turismo e lazer, enriquecendo a história local do Recife e divulgando ainda mais os pontos turísticos da cidade. “Quando se conhece a história do monumento, do patrimônio, geralmente as pessoas dão mais valor, elas entendem a importância do equipamento para a cidade. A falta de informação a respeito acarreta a desvalorização destas construções históricas e seus elementos, comprometendo a guarda e preservação do patrimônio. Através do site, o recifense vai poder experimentar o sentimento de pertencimento do patrimônio histórico da cidade e da valorização. O acesso ao material fotográfico está disponível de certa forma como domínio público, então o Iphan, a Arquidiocese, a Prefeitura do Recife ou entidades podem fazer uso”, explica André. O projeto Acesse Igrejas conta com incentivo do Funcultura/Fundarpe, Secretaria de Cultura do Governo do Estado de Pernambuco e com o apoio institucional do Iphan. O site inicialmente contempla igrejas do Recife, mas tem a proposta de estender às igrejas da Região Metropolitana e de outras cidades. Sobre André Martins André Martins é arquiteto e urbanista, fotógrafo e designer. Com mais de 7 anos de experiência na área de comunicação empresarial pela Petrobras, foi responsável pela composição do banco de imagens do empreendimento, realizou a catalogação de mais de 22 mil imagens, fiscalizou e elaborou contratos de fotografia e filmagem e outros processos de comunicação corporativa entre os anos de 2008 e 2016. Como fotógrafo, já superou a marca de 200 mil cliques, com destaque na atuação em fotografia arquitetônica, industrial e construção. Conquistou premiações na SBBA (Sociedade Brasileira de Belas Artes do Rio de Janeiro) e Internacionais (MONOCHROME AWARDS, premio internacional de fotografia monocromática, Inglaterra – 2016), já participou de exposições fotográficas individuais e coletivas. Possui e desenvolve projetos autorais no campo da fotografia e audiovisual. Atualmente, além dos projetos, trabalha na área educacional, como instrutor do curso técnico Rádio TV no SENAC. Faz uso da sua experiência em comunicação empresarial para assessoria na área de branding e mídias sociais na Região Metropolitana do Recife.

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A comida no 1º Congresso Afro-brasileiro, Recife, 1934

“(…) O afro-brasileiro que hoje se reúne, às 15 horas, com toda simplicidade, numa sala do Santa Izabel tal venha a ser o início de um movimento considerável de cultura e da acção social. A primeira tentativa seria de clarificação do ambiente brasileiro no sentido de separar o preto do escravo (como já queira Nabuco, que neste mesmo Santa Izabel fez a campanha da abolição) e de reconhecer no negro, assim rehabilitado, uma raça capaz e com contribuições já notáveis para o desenvolvimento nacional. Ao mesmo tempo que cheia de possibilidades e aptidões magnificas. Por muito tempo nos dominou, um arianismo-ridículo, ligado a preconceito de classe e de exploração econômica. (…) O afro-brasileiro representa reação necessária. O sangue negro no Brasil não deve ser vergonha para ninguém. Nem o sangue negro nem a influência africana, que alcança o todo brasileiro sincero o authentico como uma enorme ‘mancha mongólica’ que se tivesse alastrado a alma nacional”. (Jornal Diário de Pernambuco de 1934) Reunido no Teatro de Santa Izabel, de 11 a 16 de novembro de 1934, sob a organização de Gilberto Freyre, e tendo contado com a participação de notáveis da época como Cícero Dias, Di Cavalcanti, Mario de Andrade; e representantes de Maracatus, Xangôs, e outros segmentos populares e tradicionais, que buscavam diálogos e referências sobre as matrizes africanas, ocorreu o 1º Congresso Afro-brasileiro. E a perspectiva teórica que orientava este 1º Congresso encontrava-se num intervalo entre duas Grandes Guerras mundiais, e representava questões raciais, sociais, econômicas e culturais. Gilberto Freyre, já um culturalista notável, que acabara de publicar em 1933 “Casa-Grande & Senzala”, oferece um rico acervo de revelações e transgressões, à época, que privilegiava as relações multiétnicas. Gilberto também buscava uma igualdade de representações sobre as questões africanas e afrodescendentes, que já dominavam o seu interesse antropológico e humanista. Destaque para uma forte tendência de Gilberto Freyre para as questões da arte, e de uma valorização ainda em construção que se chamaria de patrimônio cultural. Estas questões uniam-se numa busca por um entendimento interrelacional para o respeito à alteridade do homem africano e do homem afro-brasileiro. Muito relevante, e conceitualmente orientador para o 1º Congresso Afro-brasileiro, foi a carta lida por Gilberto Freyre durante a abertura deste Congresso. “ O 1º Congresso Afro-brasileiro manifesta sua solidariedade a essas classes contra toda forma de opressão; louva a ação da Assistência Psicophatas em Pernambuco, reconhecendo nas seitas africanas de organização definida como cultos religiosos e resguardando-as das perseguições policiais; o 1º Congresso Afro-brasileiro protesta contra a atitude da Commissão de Censura Esthetica do Recife querendo fazer desta capital uma cidade de cores delicadas. O 1º Congresso Afro-brasileiro protesta contra toda espécie de descriminação contra negros ou mestiços, que ainda se verifique no Brasil. (…)”. Integrado a este amplo olhar de Gilberto Freyre para questões tão complexas e diversas da temática afro-brasileira, há um tema preferencial que é a comida nas suas múltiplas dimensões culinárias, técnicas e simbólicas. Assim, no dia 14 de novembro, na programação deste 1º Congresso, ocorreu um jantar afro-brasileiro que trazia o seguinte cardápio: acarajé; inhame com mel; farinha de mandioca; “beijo-de-mandioca”; e, cocada. Creio que o acarajé servido foi o frito no azeite de dendê, no formato convencional de uma colher de sopa, que é o que faz parte dos oferecimentos rituais dos Xangôs de Pernambuco. Outro ingrediente que fazia parte do jantar era o inhame, que até hoje, em muitas localidades do Recife e, em especial, nas feiras e mercados populares, é chamado de “inhame-da-costa”, uma referência que atesta a sua procedência africana. A farinha de mandioca, ingrediente tão popular na região, geralmente é servida como um acompanhamento ou no preparo de pirões ou farofas. Havia ainda dois preparos doces que era o “beijo-de-mandioca” e a cocada, como atestações da civilização do açúcar, dominante e fundamental na região.

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