Arquivos Cultura E História - Página 233 De 371 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Cultura e história

Um olhar lúdico sobre a dramaturgia de Osman Lins

Oficina sobre a dramaturgia de Osman Lins será realizada, no dia 23 de agosto, sexta-feira, das 14 h ás 17:30 h , na rua Padre Oséias Cavalcanti,800, 2ª Travessa, Bairro Novo do Carmelo, Camaragibe. Quem ministrará o curso será  Maria Gonçalves, mestra em teoria da Literatura pela UFPE. O projeto é uma realização do produtor cultural Geraldo Cosmo e tem o patrocinio do Governo do Estado de Pernambuco, Secretaria de Cultura de Pernambuco, FUNDARPE e FUNCULTURA. As inscrições serão gratuitas, e serão feitas com Geraldo Cosmo pelo telefone:98705-1571 ou online no link abaixo. https://forms.gle/d5d6DizZKa81LQuz8

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Escola Pernambucana de Circo promove Festim sobre o feminino e o circo

Acrobacias, malabarismos, exibições de equilíbrio e diversas manifestações artísticas. Tudo isto aliado a mensagens de empoderamento feminino. Esta é a temática do I Festim Periferia Pensante: ELAS por Todos, da Escola Pernambucana de Circo. O encontro acontece na noite do dia 31 de agosto, às 19h, na sede da instituição, bairro da Macaxeira, reunindo os integrantes da Trupe Circus - artistas da EPC - e convidados. Haverá números circenses, apresentações musicais, de dança e poesia, além de artesanato. A entrada é gratuita. O diálogo com as questões do feminino faz parte da história da EPC. Em novembro de 2018, por exemplo, a Escola montou o espetáculo Flores Fortes que trazia números de circo, dança e teatro feitos por mulheres para mulheres. Em cena, seis atrizes circenses despiam-se de conceitos preconceituosos repletos de machismos e violência fazendo um convite para que, juntas, fossem mais fortes. Em cena, números de bandeiras, pirofagia, mão a mão, bambolês, malabares e, principalmente, a irmandade que emana da colaboração, do conjunto, da união, da percepção de um todo que se completa a cada cena.

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Pernambuco conquista 15 medalhas na final da 11ª Olimpíada de História realizada na Unicamp

Equipes de 11 estados conquistaram medalhas de ouro, prata e bronze na grande final da 11ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB) realizada neste fim de semana, dias 17 e 18 de agosto, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O Nordeste é o que mais levou medalhas: do total de 75 distribuídas, 58 foram para a região. A final contou com a participação de 314 equipes, um total de 1,2 mil convocados de todos os estados brasileiros. Foram entregues 15 medalhas de ouro, 25 de prata e 35 e bronze, além de medalhas de honra ao mérito para os demais participantes. O Rio Grande no Norte foi o estado com maior número de medalhistas: 20 no total, seguido de Pernambuco (15), Ceará (14), São Paulo (12), Bahia (4), Piauí (3), Minas Gerais (2), além de Goiás, Pará, Paraíba, Rio de Janeiro e Sergipe, que levaram uma medalha cada. As escolas particulares levaram 43 medalhas enquanto as públicas conquistaram 32. A cerimônia contou com a participação de estudantes, professores, historiadores de relevância nacional e autoridades, como representantes da Anpuh (Associação Nacional de História), Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), ProfHistória (Programa de Mestrado Profissional em Ensino de História) e da Unicamp com a presença do reitor Marcelo Knobel. Neste ano, a ONHB teve 73 mil inscritos desde a fase inicial. As equipes passaram por seis etapas online com duração de uma semana cada. A final contou com a realização de uma prova dissertativa no sábado (17) em que foi apresentado um conjunto de documentos com manchetes de jornais dos últimos do Brasil e solicitado aos competidores a elaboração de um texto com os temas: violência, exclusão e banalidade do mal. A coordenadora da ONHB, Cristina Meneguello, afirma que a 11ª edição confirmou o sucesso do projeto. “A cerimônia foi muito tocante, especialmente nas falas dos professores e convidados que destacaram a importância do ensino de História, do papel do historiador, do estudo e da consciência do jovem na sociedade atual. A final veio coroar um esforço de 11 anos muito bem sucedido em nível federal.” Estudantes também concorreram a duas vagas na graduação da Unicamp Finalistas da 11ª edição da ONHB interessados em concorrer a duas vagas no curso de graduação em História da Unicamp realizaram na tarde de sábado uma prova que faz parte do edital de “Vagas Olímpicas”, implantada de forma inédita em 2018 com o objetivo ampliar o acesso à universidade. Interessados que fizeram a prova e conquistaram medalhas de ouro ou prata estão agora concorrendo às vagas na universidade. A nota da Prova Presencial será informada em um certificado até dia 31 de outubro. Como funciona a Olimpíada de História A Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB) é um projeto realizado pelo Departamento de História da Unicamp. É composta por seis fases de provas realizadas de forma online, com duração de uma semana cada. As questões de múltipla escolha e realização de tarefas são respondidas pelos participantes por meio de debate, pesquisa em livros, internet e orientação do professor. O método, totalmente inovador, tem como principal objetivo incentivar o desenvolvimento da análise crítica e discussões sobre os mais variados assuntos, por meio de pesquisa e análise de textos, imagens e mapas. Dessa forma, a ONHB consolida-se como uma importante ferramenta de aprendizado do ensino de História. Tem apoio do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e do Programa de Pós-Graduação em História da Unicamp. Relação de medalhas por estado: Rio Grande do Norte (4 ouro, 7 prata, 9 bronze): total de 20 Pernambuco (3 ouro, 7 prata, 5 bronze): total de 15 Ceará (2 ouro, 3 prata, 9 bronze): total de 14 São Paulo (3 ouro, 2 prata, 7 bronze): total de 12 Bahia (1 prata, 3 bronze): total de 4 Piauí (3 prata) Minas Gerais (2 ouro) Goiás (1 prata) Pará (1 bronze) Paraíba (1 prata) Rio de Janeiro (1 ouro) Sergipe (1 bronze)

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Terça Negra homenageia o Manguebeat

No início, era apenas uma movimentação de artistas e agitadores culturais, interessados em evidenciar a rica diversidade musical do Recife e do estado. Até que a coisa foi evoluindo e acabou sendo batizada de movimento pela imprensa local. Por meio de bandas como Chico Science & Nação Zumbi, o Manguebeat bebeu de fontes musicais de raízes afro - e contribuiu, assim, para dar mais visibilidade a ritmos como o maracatu, coco e ciranda. A Terça Negra deste mês de agosto homenageia a iniciativa que conquistou corações e mentes Brasil e mundo afora. Na noite desta terça (20), o Pátio de São Pedro recebe, a partir das 19h, os grupos Okado do Canal, Ó tem som de U?, Etnia e Plugins. Os shows são gratuitos e abertos ao público. A Terça Negra acontece há 19 anos no Pátio de São Pedro, como ação de representatividade e participação da população negra do Recife. O evento, gratuito e aberto ao público, tem realização do MNU (Movimento Negro Unificado), com apoio da Prefeitura do Recife, por meio do Núcleo de Cultura Afro-Brasileira, mantido pela Secretaria de Cultura e Fundação de Cultura Cidade do Recife. Sobre as atrações: Okado do Canal O rapper Okado do Canal iniciou a carreira em 2004, arriscando passos de breaking - dança de rua que integra as bases do movimento hip hop. Dois anos depois, a convite do DJ Big, participou da coletânea "Ato Periférico" sendo acompanhado pelo grupo Pé no Chão. A boa repercussão desse trabalho levou os rapazes a se apresentaram em Londres, no Festival Freedom for Creativity Prize, e em Viena, em 2009. Okado também mostrou suas rimas em festivais como o Natal Black, Ecos da Periferia e Festival de Inverno de Garanhuns. Este ano, ele participou da cerimônia de abertura do Carnaval do Recife. Ó tem som de U? Amor, política e o dia a dia do cidadão brasileiro formam as bases das letras e do discurso do Ó tem som de U? Inicialmente chamado Geração Mangue, o grupo voltou em 2017 com o atual nome. O repertório é formado apenas por músicas autorais, com ampla influência do manguebeat. Etnia Criada em 1997 a banda Etnia nasceu no bairro de Peixinhos em Olinda, no auge do Manguebeat. O grupo foi fundado por Canhoto, ex-integrante da Banda Chico Science & Nação Zumbi. Hoje é liderada por Fekinho, que além de cantor e compositor, também é produtor cultural, executivo e fonográfico. A banda participou dos principais eventos no Estado e fora dele, a exemplo do FIG, Rock na Praça, Rec Beat, PE no Rock, Porão do Rock (DF), Feira da Musica e Ceará Music (CE). A Etnia tem dois CDs gravados. Pluguins Rap, new metal e hardcore são os principais ingredientes do caldo sonoro da Pluguins. A banda lançou o primeiro disco, "Resistência", há dez anos. O álbum contou com participações de Cannibal (Devotos) e Tiger (ex-integrante do Faces do Subúrbio). Depois vieram "Quem é de verdade" (2011) e "O ontem já passou" (2016). Plugins já levou o peso do seu som a plateias de eventos como FIG, Pernambucano Nação Cultural e Cena Peixinhos. SERVIÇO Terça Negra - Homenagem ao Manguebeat Data: Terça-feira (20 de agosto) Horário: A partir das 19h Atrações: Okado do Canal, Ó tem som de U?, Etnia e Plugins Local: Pátio de São Pedro, Bairro de Santo Antônio Aberto ao público

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25 anos depois: qual a herança da cena mangue?

*Por Rafael Dantas Modernizar o passado / É uma evolução musical / Cadê as notas que estavam aqui? / Não preciso delas! / Basta deixar tudo soando bem aos ouvidos / O medo dá origem ao mal / O homem coletivo sente a necessidade de lutar / O orgulho, a arrogância, a glória / Enche a imaginação de domínio / São demônios os que destroem o poder / Bravio da humanidade. O monólogo provocativo de Chico Science dava início ao álbum da Nação Zumbi Da Lama ao Caos. No mesmo ano, o Mundo Livre S/A lançava também seu primeiro disco Samba Esquema Noise. Era o som dos “caranguejos com cérebro” tirando do mangue a diversidade cultural que caracterizou o movimento musical, que se espraiou para o cinema e até para a relação dos recifenses com a cidade. Um quarto de século depois, perguntamos a protagonistas, mangueboys e especialistas: o manguebeat morreu ou se metamorfoseou? Hugo Montarroyos, 44 anos, não tinha nem 20 quando o mix de sons do manguebeat explodiu. Ele era fã do primeiro momento, quando os shows de Chico Science e Nação Zumbi e do Mundo Livre S/A juntavam pouco mais de 100 pessoas. “A banda e o público se misturavam. Eles terminavam de tocar e desciam para tomar umas cervejas com a gente. Sou de uma geração privilegiada que viveu aquele momento”. . . Frequentador do Circo Maluco Beleza, da Soparia e de outros espaços onde as bandas tocavam, Montarroyos se envolveu muito com aquela cena. “O Recife era um deserto cultural nos anos 80 e 90, principalmente para quem gosta de rock. A cultura forte de raiz estava restrita às periferias. A classe média não tinha se apropriado do maracatu. Até que as pessoas começaram a formar muitas bandas, como Chico Science. Aquilo tomou uma dimensão que ninguém imaginaria”. O mangueboy, anos depois, escreveu um livro sobre a banda Devotos e se tornou jornalista cultural. Tudo isso influenciado pelo movimento. As reuniões, shows e sensações que fervilhavam no final dos anos 80 e início dos 90 permanecem vivos na memória do jornalista e DJ Renato L. Autor do manifesto do movimento, junto com Fred Zero Quatro, ele conta que a metáfora do mangue foi apresentada por Chico Science numa mesa do Cantinho das Graças, um reduto de boêmios. “Nunca perguntamos a ele porque resolveu batizar de mangue. Mas ele chegou no bar dizendo que tinha usado alfaia, como se fosse o bumbo do hip hop, e feito outras inovações na música. E que iria chamar esse novo beat (batida, ritmo) de mangue”, conta. O grupo de apaixonados por música, que se encontravam com frequência, concluiu que a inovação não poderia ser só um beat. Veio a sugestão para que se tornasse uma cena. “Na mesma noite, numa espécie de fluxo de criatividade, veio a expressão caranguejos com cérebro e as metáforas básicas do manguebeat como: queremos criar um ecossistema cultural tão rico e diversificado quanto o mangue é em biodiversidade”, lembrou Renato, que anos depois veio a ser secretário de Cultura do Recife. . Inspirado na obra de Josué de Castro, o movimento falava do homem-caranguejo que vive as contradições sociais da cidade do Recife e a busca por transformá-lo em “caranguejo com cérebro”. Na metáfora da antena parabólica fincada na lama, fez a fusão de ritmos regionais com influências da música global e colocou o Recife em destaque até fora do País. “Há muitos anos não havia uma inovação no cenário brasileiro musical. O manguebeat foi uma coisa que em Pernambuco mexeu praticamente com todos os setores da cultura, como literatura, cinema, artes plásticas. E ecoou fora do Estado e até do Brasil”, analisa o jornalista e crítico musical José Teles. Contraditoriamente, o lugar em que ele tinha mais resistência, segundo Teles, era o Recife. “Não se tocava o manguebeat nas rádios, às vezes era motivo de chacota. Mas chegou logo no exterior. No primeiro disco, chegou em Nova Iorque e na Europa”, relembra. A vocação para inovação é algo que transcende o manguebeat na avaliação do vocalista da banda Mundo Livre S/A, Fred Zero Quatro. “Pernambuco tem uma vocação para o inusitado, para o original, o ousado, o vanguardista. Quando a gente começou a ter visibilidade nacional e ganhar prêmios, muita gente nos perguntava: o que é que tem na água do Recife?”. O interesse por saber o que inspirava os músicos recifenses tinha uma razão. Logo após os “caranguejos com cérebro” saírem do mangue e se conectarem com o mundo, uma leva de novas bandas e de antigos nomes da cultura pernambucana começaram a gravar e exportar os ritmos, batuques e composições locais. “Na sequência dos nossos primeiros discos, teve gravadora de São Paulo que só contratava artista de Pernambuco. Veio um monte de gente como Devotos e Jorge Cabeleira. Todo mundo se espantou”, lembra Zero Quatro. A água do mangue recifense que contaminou a música do manguebeat tem uma história que passa por personagens como Manuel Bandeira, Cícero Dias, João Cabral de Melo Neto, entre outros tantos nomes de destaque da cultura nacional segundo o músico. Rapidamente, o som do mangue desperta o cinema pernambucano. O clássico longa-metragem da retomada Baile Perfumado, de Lírio Ferreira e Paulo Caldas, tem trilha sonora do manguebeat. Em entrevista à Algomais, em 2016, DJ Dolores afirmou que o movimento contribuiu para os cineastas locais descobrirem a capital pernambucana. “Um filme muito próximo do manguebeat foi Amarelo Manga, que trouxe a visão do Centro do Recife, que estava ausente na cinematografia do Estado, ainda muito influenciada por aquela coisa do Cinema Novo. Acho que esse discurso urbano atravessou os anos e, com certeza, interferiu na cinematografia das pessoas que estão realizando filmes atualmente”. A estética do mangue promove ainda a valorização do trabalho do design made in PE, segundo Renato L, Teles e Zero Quatro. Prova disso são as capas dos álbuns pioneiros, que eram produtos conectados com o efervescente momento cultural do Recife. As bandas brigaram com as gravadoras para garantir que as ilustrações que

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Manguebeat despertou a consciência ambiental

“Emergência! / Um choque rápido ou o Recife morre de infarto! / Não é preciso ser médico para saber que a maneira mais simples de parar o coração de um sujeito é obstruindo suas veias. / O modo mais rápido, também, de enfartar e esvaziar a alma de uma cidade como o Recife é matar seus rios e aterrar os seus estuários (...)” A acidez do texto do manifesto Caranguejos com cérebro demonstra o cenário de desvalorização do mangue e a inércia criativa, econômica e cultural da cidade, no qual os jovens recifenses estavam imersos no período. O manguebeat, para muitos analistas, surge como uma resposta contundente àquela realidade, com o intuito de devolver o ânimo e reavivar o orgulho dos cidadãos da capital pernambucana. “Foi como se destampasse uma panela de pressão, havia toda uma energia reprimida no Recife. Era uma cidade morta no mapa, foi como se toda essa energia explodisse de uma vez só e isso contaminou, ou melhor, energizou todas as outras áreas da cidade”, relembra Renato L., jornalista e um dos expoentes do movimento. Renato L., o ministro da Informação do Manguebeat (título conferido por Chico Science), conta que sempre fez parte do movimento uma preocupação com o então estado da cidade e que aquela realidade incomodava todos os integrantes da cena. “O mangue surge como uma espécie de resposta à situação do Recife enquanto cidade. Tanto o punk como o hip hop trabalham muito nas letras a realidade ao redor e ambos foram muito fortes nas influências do movimento. A letra de A Cidade é preciosa para definir o que toda cidade brasileira sofre, de crescimento desigual”, esclarece o ex-secretário de Cultura. “Isso modificou a percepção do recifense e as pessoas passaram a olhar a cidade de outro jeito. O próprio termo mangue passou a chamar a atenção para o meio ambiente na época”, destaca Renato. A partir da explosão do manguebeat, lembra o jornalista, a população passou a ser tomada por uma série de novos sentimentos, como o de orgulho, tanto do ecossistema quanto de ser recifense, em contrapartida à antiga síndrome de patinho feio que assolava os moradores. “Recife foi apelidada da Seattle brasileira, por conta do Nirvana. Realmente, estava acontecendo muita coisa na cidade naquela época” destaca Hugo Montarroyos, fã das bandas. Dengue, baixista da Nação Zumbi, destaca que o movimento impactou outras localidades, provocando uma maior união entre seus habitantes. “Naquela época, os bairros se uniram mais. Lembro que éramos de Rio Doce, em Olinda, e tinha gente de Peixinhos, Candeias (Jaboatão dos Guararapes) e do próprio centro do Recife, além de pessoas de outros lugares, como Casa Amarela e o Alto José do Pinho. As partes das cidades se conheceram, trocaram experiência e já está na hora disso voltar a acontecer”, instiga o músico. . . Uma união que se reflete na característica do movimento de acolher diferentes ritmos. Ao contrário dos outros grandes movimentos da música popular brasileira, o manguebeat não se caracterizou por um padrão musical, mas o que unia os componentes da cena era uma noção coletiva, é o que explica Fred Zero Quatro, líder do Mundo Livre S/A e uma das cabeças à frente da cena. “O que conectava todo mundo, era um sentimento comum, uma postura de amor à diversidade. Vem daí essa alegoria com o manguezal, que é o ecossistema berçário de quase todas as espécies marítimas”, explicou. “Há, então, essa alegoria da diversidade ecológica com a diversidade cultural, e toda uma vontade de valorizar o espontâneo, a riqueza contida no multiculturalismo”, completou. Toda essa analogia com o ecossistema acabou também por despertar na população local o sentimento de valorização dos manguezais que até então era desprezado. “Antigamente havia uma visão do mangue como um local sujo, insalubre, fétido, cuja única função era o aterramento para a construção de novos imóveis e isso mudou”, constata André Galvão, que era editor da editoria de Cidades do Jornal do Commercio na época. O jornalista assistiu de perto a essa transformação, impulsionada também por organizações não governamentais e pelos veículos de comunicação. “A população hoje em dia quer conhecer o outro lado da cidade, o lado do mangue, o lado da lama e isso não seria possível sem a atuação das ONG’s, o forte apoio da imprensa e, sobretudo, a revolução cultural encabeçada por Chico Science e Fred Zero Quatro”, evidencia Galvão. “Você não tem como desatrelar uma coisa da outra, porque ao cantar sobre o mangue, ou gravar um clipe no estuário, ou conceder uma entrevista falando sobre o manguezal, as pessoas começaram a se interessar e a entender a importância do mangue para a cidade”, analisa o jornalista. O manguebeat, culturalmente, chamou a atenção da cidade para o estuário e também revigorou o movimento ambientalista, segundo Galvão. “Foi um processo de retroalimentação”, conclui. A ideia de que as letras ácidas com temática urbana sobre a realidade recifense acabaram por influenciar ativistas ecológicos é compartilhada por pessoas do movimento como Renato L. “Quando rolou essa movimentação do Ocupe Estelita, muitos anos depois da cena mangue, conheci muitas pessoas que acamparam lá no Cais, e os mais velhos me disseram que circulou ali o mesmo tipo de energia que eles sentiam na explosão do manguebeat, como se mais uma vez a cidade estivesse viva”, detalhou. É, parece mesmo que num dia de sol, Recife acordou com a mesma energia do dia anterior. *Por Yuri Euzébio, da Revista Algomais (redacao@algomais.com)   VEJA MAIS 25 Anos depois: qual a herança da cena mangue? 

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Grupo O Tapete Voador apresenta novo show em Triunfo

As histórias infantis do grupo O Tapete Voador são famosas por trazer mais do que diversão ao seus espectadores, elas carregam conhecimento e lições para todos seus ouvintes. Explorando a diversão, as contadoras de histórias Mila Puntel e Bruna Peixoto conseguem prender a atenção dos pequenos e iniciá-los no mundo da literatura antes mesmo de aprenderem a ler. E com essa proposta, o grupo O Tapete Voador acaba de criar seu novo espetáculo “Reza a Lenda – Lendas cantadas e contadas em Pernambuco”, que conta com a participação da percussionista Bárbara Regina, no projeto e já possui dia e hora marcada para estrear. A primeira apresentação acontece nesta próxima quarta-feira (21), a partir das 9h, com entrada aberta ao público, no Cine Teatro Guarany, localizado na Praça Carolino Campos, s/n, Centro do município de Triunfo. Reza a Lenda é um espetáculo narrativo e musical do grupo O Tapete Voador, que propõe um passeio por Lendas contadas e cantadas em Pernambuco. Para compor o espetáculo, a dupla Mila Puntel e Bruna Peixoto, contou com a participação da percussionista Bárbara Regina. O grupo se aprofundaou em diferentes lendas da região, selecionando cinco das mais populares: Encanta-moça (Pina, Recife); João Galafuz ( Praia do Porto); Cumadre Florzinha (Zona da Mata Pernambucana); Palhaço do Coqueiro (Paulista) e Alamoa (Fernando de Noronha). Todas as histórias são embaladas por canções autorais do grupo, trazendo ritmos pernambucanos como Maracatu, Ciranda, Coco de Roda e entre outros, além de valorizar a tradição oral e a cultura popular do Nordeste. Serviço: Estreia do espetáculo Reza a Lenda – Lendas cantadas e contadas em Pernambuco Data: Quarta-feira, 21 de agosto, 2019 Hora: 9h Local: Cine Teatro Guarany Evento Gratuito sujeito a lotação do local

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Lançamento do “Catálogo do Mamulengo Pernambucano” em Olinda

A Cultura Popular de Pernambuco encontra no Mamulengo um dos seus mais expressivos trabalhos de artes cênicas em interação com a plateia. É praticamente impossível estar diante de um trabalho de teatro de bonecos, o nosso mamulengo, e não interagir com as figuras que naturalmente nos envolve no “brinquedo do faz de conta”, independentemente das faixas etárias e de outras particularidades de cada indivíduo do público presente. O catálogo aponta esse e outros fatos curiosos do brinquedo e está sendo distribuído para Centros Culturais, Bibliotecas, assim como para pesquisadores, escolas de Artes Cênicas e grupos de teatro de bonecos de todo o Brasil, no intuito de divulgar nossos artistas e abrir espaços e mercado de trabalho para eles, lembrando que o Mamulengo é Patrimônio da Cultura Brasileira. O Catálogo do Mamulengo Pernambucano, patrocinado pelo Funcultura, com produção cultural de Alexandre Albuquerque, é ilustrado com fotos assinadas por Alexandre Albuquerque e Hans von Manteuffel, com texto de Romildo Moreira, contando com a assessoria e entrevistas conduzidas pelo ator e mamulengueiro Fábio Caiu. Este catálogo reúne dezessete mamulengueiros em atividades tais como: criação e apresentação de espetáculos, criação e feitura de bonecos e figuras do mamulengo, assim como o ensino da arte do teatro de bonecos para novas gerações. Entre eles destacamos o Mestre Zé de Vina, da cidade de Lagoa de Itaenga; Mestre Zé Lopes, da cidade de Glória do Goitá; Sebá, de Caruaru; Fernando Augusto, de Olinda, entre outros. O segundo lançamento do Catálogo do Mamulengo Pernambucano acontecerá na cidade de Olinda, contando com atividades dos artistas presentes, assim como exposição e venda de bonecos e outras curiosidades oferecidas pelo Museu do Mamulengo, instalado no Mercado Eufrásio Barbosa, no bairro do Varadouro. Na ocasião, o Mestre Miro, de Carpina, fará uma apresentação do seu trabalho para o público presente. II Lançamento do Catálogo do Mamulengo Pernambucano Local: Museu do Mamulengo no Mercado Eufrásio Barbosa – Olinda PE. Dia: 20 de agosto, às 10h. Entrada Gratuita.

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A radicalização do ridículo

Por Joca Souza Leão O cabra é um bufão contumaz. E desembarcou em Osaka para o G-20 chispando fogo pelas ventas. Brabo todo: “Eles tão pensando o quê?” “Eles” eram Angela Merkel e Emmanuel Macron. Angela tinha prometido ao parlamento alemão peitá-lo sobre o desmatamento da Amazônia e a falta de respeito aos direitos humanos no Brasil. E Emmanuel, ameaçado não assinar acordo algum com o Brasil, caso o bufão confirmasse que iria deixar o Acordo de Paris. Ah! Ele também disse aos jornalistas (brasileiros, claro) que Putin e Xi Jinping não perdiam por esperar. “Vou propor sanções aos países que apoiam Maduro na Venezuela.” Mas, cara a cara com os quatro, o cabra afinou. Baixou a crista. Disse a Angela que era tudo mentira (do ministro dele, inclusive), que não pretendia pagar indenizações a proprietários de terra com dinheiro doado pela Alemanha e Noruega para preservação da Amazônia e que “o Brasil é alvo de uma psicose ambientalista”. (Aos jornalistas, no aeroporto, havia dito que a Alemanha não tinha moral para cobrar nada do Brasil porque desmatou suas florestas e usa combustível fóssil como fonte de energia. “Eles é que têm o que aprender conosco”). A Macron, garantiu que o Brasil iria permanecer no Acordo de Paris. Só faltou dizer que era ambientalista desde novinho. (Apesar de ter anunciado a saída do Acordo reiteradas vezes – inclusive na campanha eleitoral – e ter debochado, à la Trump, do aquecimento global.) No encontro dos BRICS, finalmente, topou com Putin cara a cara. “É agora” – pensaram os crédulos jornalistas brasileiros que tinham ouvido suas bravatas. “Vai chamar Putin pro pau.” Mas, qual o quê? Aí foi que o cabra afinou mesmo. “Eu estava na presença do nosso (sic) presidente da Rússia, está certo? E vi que não era o momento de ser agressivo nessa questão (da Venezuela).” “Bem – imaginaram os jornalistas –, vai sobrar pra Xi Jinping.” Mas, que nada! Saiu do BRICS de fininho, rabo entre as pernas e desculpa esfarrapada: “Tudo tem hierarquia (se referindo à China como potência econômica e nuclear), não vejo chineses na Venezuela (...), vejo cubanos.” Sobrou pra Cuba. Isso porque o presidente Díaz-Canel e Raul Castro não estavam por lá. Se estivessem, teriam sido saudados pelo bravateiro com baforadas de um Montecristo. E o Mercosul, hein? No chamado Grupo de Lima, formado para derrubar Maduro na Venezuela, o bravateiro tinha anunciado o fim do Mercosul e a criação de uma nova entidade (“sem comunistas”). Agora, com o acordo celebrado com a União Europeia, costurado por mais de 20 anos (que ele, rompendo com o Acordo de Paris, teria mandado pras cucuias), dá vivas ao Mercosul. Como dizia Millôr: Quando tudo é ridículo, nada pode ser ridicularizado. P.S. O imperador romano Calígula (41 d.C.) nomeou seu cavalo Incitatus cônsul. Não se sabe ao certo se Bolsonaro tem cavalos. Se tiver, aguardem a indicação do próximo embaixador do Brasil na ONU.

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Paço do Frevo visita Pitombeira dos Quatro Cantos

Iniciado em 2015, o programa de interlocução, estudos e pesquisas “Observatório do Frevo” é um dos destaques das atividades do Centro de Documentação Maestro Guerra-Peixe do Paço do Frevo. Pela primeira vez, desde sua criação, o seminário mensal será realizado em outra locação. A sede da Pitombeira dos Quatro Cantos, em Olinda, recebe o projeto neste sábado (17), às 15h. O acesso é aberto ao público. Com o tema "Territórios educativos do passo", o seminário mensal acolhe debate sobre os processos de ensino-aprendizagem da dança do frevo, com convidados Wilson Aguiar (Brincantes das Ladeiras), Adriana do Frevo (Cia Brasil Por Dança) e Gil Silva (SerTão Frevo). Afinado com a temática da 12ª Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco, “Territórios Educativos e Culturais: Diálogos Possíveis”, a ideia é conversar com a comunidade do frevo sobre as possibilidades do ensino de frevo. As atividades do “Observatório do Frevo” têm como objetivo estimular a realização de investigações, discussões, debates e produções científicas acerca do frevo e temas transversais. Observatório do Frevo: Territórios Educativos do Passo Pitombeira dos Quatro Cantos, dia 17 de agosto, às 15h. Acesso gratuito. Paço do Frevo O espaço cultural apresenta-se como um local de incentivo à difusão, à pesquisa, e à formação de profissionais nas áreas da dança e da música, dos adereços e das agremiações do frevo. Ao longo de cinco anos, recebeu mais de 550 mil visitantes, teve mais de 2 mil alunos formados em suas atividades e promoveu mais de 500 apresentações artísticas. Localizado na Praça do Arsenal da Marinha, no Bairro do Recife, o Paço é uma iniciativa da Fundação Roberto Marinho, com realização da Prefeitura do Recife e gestão do Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG). O projeto conta com o patrocínio do Grupo Globo através do Ministério da Cidadania, por meio da Lei de Incentivo à Cultura. Funcionamento Horários: Terça (entrada gratuita) a sexta, das 9h às 17h. Sábado e domingo, 14h às 18h (Última entrada até 30 minutos antes do encerramento das atividades do museu). Ingressos: R$ 10,00 e R$ 5,00 (meia). Endereço: Praça do Arsenal da Marinha, s/nº, Bairro do Recife. Informações: (81) 3355-9500 www.pacodofrevo.org.br/programacao

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