Arquivos Cultura E História - Página 84 De 364 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Cultura e história

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"1821" revela o movimento que derrotou último governador português em Pernambuco

*Por Rafael Dantas, repórter da Algomais Entre as diversas histórias pouco conhecidas de Pernambuco, o Movimento de 1821 é um dos nobres acontecimentos quase esquecidos. Menos lembrado que as revoluções de 1817 e 1824, que integram o mesmo contexto político de enfrentamentos das forças locais e portuguesas, ele guarda fatos curiosos e relevantes que costuram esse episódio que integra um dos períodos mais dinâmicos da política pernambucana. Dentre os livros lançados pela CEPE na Coleção Pernambuco na Independência, uma das obras inéditas se volta justamente para revelar os acontecimentos que romperam em Goiana e chegaram ao Recife para derrubar o último general português que comandou o Estado. 1821 - A "revolução" liberal em Goiana e a queda do general Luís do Rego , escrita pelo historiador Josemir Camilo de Melo presenteia os amantes da história com as narrativas que se confrontam nesse movimento. Apesar da distância de tempo, já superando 200 anos, e do pouco conhecimento popular sobre esse episódio, que culminou na Convenção de Beberibe, a Revolução de 1821 tem o privilégio de ter um conjunto de documentos históricos que apresentam esse conflito por pontos de vista opostos. Entre os destaques estão de um lado, um livro deixado pelo revolucionário Felipe Mena Calado da Fonseca com suas memórias, já escrito em sua terceira idade, além do jornal Segarrega, do mesmo autor. Do outro, o próprio Luís do Rego Barreto escreve a sua Memória Justificativa, ainda em 1822 sobre sua conduta em Pernambuco, com um destaque para esse enfrentamento final que levou a sua queda. O contexto que levou a deposição do general, o passo a passo do movimento que tomou inicialmente Goiana e avançou sobre o Recife e os detalhes da Convenção de Beberibe, que elevou Gervásio Pires à condição de governador de Pernambuco. Foram vários os enfrentamentos militares entre as forças revolucionárias e portuguesas durante a revolução. A tensão das negociações do governante para evitar o conflito e o grau de articulação dos revolucionários para desmontar as ações do governante português são algumas das preciosidades deixadas pelos documentos históricos e revelados no livro. Didaticamente, o autor demarca esse movimento em três períodos: de outubro de 1820 a agosto de 1821, quando chegam ao Brasil as primeiras notícias da Revolta do Porto; o segundo de agosto de 1821 até a assinatura da Convenção de Beberibe e eleição de Gervásio Pires, período em que aconteceram os embates mais duros entre o governante português e os revolucionários; e finalmente entre outubro de 1821 e novembro de 1822, quando chegam ao Estado as notícias da Independência do Brasil. Além de apresentar a trajetória de Mena Calado e a ascenção de Gervásio Pires, o livro destaca ainda um personagem de maneira mais especial: o goianense liberal Francisco de Paula Gomes dos Santos. O historiador o descreve como um "Patriota sem ambições, modesto e nobre". Josemir Camilo o apresenta como uma liderança que "depois de prestar serviços à independência do Brasil, e à união do império, desapareceu da cena política e morreu em sossegado retiro". O herói goianense foi sepultado em 1845 na Matriz de Santo Antônio, no Recife. Autoritarismo do general Luís do Rego, interesses pernambucanos, imperiais e portugueses, ressentimentos das prisões de 1817, da qual Mena Calado e Gervásio Pires foram alguns dos presos, e a circulação de ideias liberais são alguns dos elementos que fomentam o contexto da revolução, que aconteceu um ano antes da Independência do Brasil. Uma leitura que merece a atenção dos pernambucanos e dos brasileiros, dada a relevância dos acontecimentos no Estado naqueles anos para o cenário nacional. O livro pode ser adquirido nas lojas da Cepe e também no site da editora. 1821: A “REVOLUÇÃO” LIBERAL EM GOIANA E A QUEDA DO GENERAL LUÍS DO REGO. Sinopse: Resultado de pesquisa inédita, o relato de Josemir Camilo situa a atuação dos liberais de Goiana no movimento libertário que levou à formação da República instituída pelos pernambucanos em 1817, e como enfrentaram a violenta repressão que se seguiu. Sobre o autor: Josemir Camilo de Melo é historiador pela Universidade Católica de Pernambuco e possui mestrado e doutorado pela Universidade Federal de Pernambuco. É estudioso de História Regional do Brasil, atuando principalmente com história econômica (ferrovias, secas, escravidão), estudos afro-brasileiros, memória, patrimônio e cultura. É autor de "Mobilidade Social no Nordeste (1850-1900)" e "Uma Família de Engenheiros Ingleses no Brasil: De Mornay Brothers". *Rafael Dantas é jornalista, especialista em gestão pública, mestre em Extensão e Desenvolvimento Local. Na Algomais assina as colunas Pernambuco Antigamente e Gente & Negócios (rafael@algomais.com | rafaeldantas.jornalista@gmail.com)

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SECRETARIAS 2

9 imagens da Praça dos Três Poderes, em Brasília, Antigamente

Em referência aos acontecimentos do último final de semana, a coluna Pernambuco Antigamente abre uma exceção e traz uma coletânia de fotos da Biblioteca do IBGE sobre esse complexo de prédios que são o ícone da política e democracia brasileira. De acordo com a descrição das imagens na Biblioteca do IBGE: "A Praça dos Três Poderes é um amplo espaço aberto entre os três edifícios monumentais que representam os três poderes da República: o Palácio do Planalto (Executivo), o Supremo Tribunal Federal (Judiciário) e o Congresso Nacional (Legislativo). Como em quase todos os logradouros de Brasília, a parte urbanística foi idealizada por Lúcio Costa e as construções foram projetadas por Oscar Niemeyer. A Praça está localizada no extremo leste do Plano Piloto, mede aproximadamente 120 x 220 metros, de modo que os prédios representativos dos poderes não se sobressaíssem um diante dos outros, em atenção ao princípio de que os poderes são harmônicos e independentes e, portanto, têm o mesmo peso. Além dos palácios, a Praça dos Três Poderes, inclui as esculturas Os Guerreiros, de Bruno Giorgi, considerado um símbolo de Brasília, e A Justiça, escultura de Alfredo Ceschiatti, em frente ao Supremo Tribunal Federal. Pode-se ver ainda a Pira da Pátria e o Marco Brasília, em homenagem ao ato da Unesco que considerou a cidade Patrimônio Cultural da Humanidade".

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maria primo

Entre nobres e súditos

*Por Paulo Caldas Só os amantes das artes, resistentes às mediocridades de sempre, podem se envolver com temas desta natureza. Maria José Primo, neste seu “Recontando para não esquecer” ilumina o palco da cultura universal e abre as cortinas para destacados atores, personagens da história francesa, com o protagonismo reservado para Maria Antonieta, amada e odiada por nobres e súditos, altiva e cativante, austera e: mulher mulher, faz do amor e da coragem as armas diante as adversidades. Seduzidos pelas tramas, autora e leitores, mãos dadas, olhos abertos e ouvidos atentos, seguem pelos recantos dos castelos, ante a exuberância da burguesia, enquanto nas ruas vivenciam os reclamos do povo revoltado. O livro tem projeto visual de Bel Caldas, produção editorial da Gráfica FacForm. Os exemplares podem ser adquiridos diretamente com a autora pelo fone WhatsApp 98207-8283. *Paulo Caldas é escritor

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convento franciscano

A história do primeiro frade negro

*Por Leonardo Dantas Silva Nasceu em 1609, de origem humilde, era conhecido pelo apelido de Pretinho. Com a invasão holandesa, em janeiro de 1630, logo apresentou-se ao comandante Henrique Dias (falecido em 1662), passando a integrar os exércitos nativos que, durante cinco anos fizeram parte as resistência luso-brasileira do Arraial do Bom Jesus. Durante 24 anos serviu à sua Pátria, pelejando ao lado dos guerreiros comandados pelo Governador dos Crioulos, Negros e Mulatos do Brasil, e, após a rendição de 26 de janeiro de 1654, resolveu ingressar na Ordem Franciscana dos Frades Menores no Convento de Nossa Senhora das Neves de Olinda. Não consta a data do seu ingresso no Convento Franciscano de Olinda, mas, segundo Frei Antônio de Santa Maria Jaboatão (1695- 1769) era a ele atribuída uma vida religiosa, cuidando dos serviços interiores da casa, “de muita abstinência e sumamente caritativo”. Por mais que se dedicasse aos deveres da ordem, o frei Francisco de Santo Antônio, não conseguia sua promoção ao sacerdócio por conta de sua cor, sendo debalde todos os seus pleitos junto os seus superiores. O acidente da cor, como se atribuía na época, era causa impeditiva da conquista do sacramento da ordem sacerdotal. Vendo que todos os seus esforços seriam inúteis em Pernambuco, embarcou para Portugal com o objetivo de levar o seu desejo ao conhecimento do monarca D. Pedro II (1648-1706). Depois de suportar muitas grosserias das figuras da Corte, o Frei Pretinho, como era conhecido, consegue ser recebido pelo rei e, entre lágrimas de júbilo e agradecimento, recebe a ordem real determinando o seu ingresso no Noviciado do Convento Franciscano de Olinda, em 2 de agosto de 1689, quando contava com a idade de 80 anos. Seis anos depois, em data de 1º de agosto de 1695, celebra ele a sua primeira missa, no próprio Convento Franciscano de Olinda, mas vem falecer completando seu dilatado curso de vida gozando da fama de virtuoso e de santidade. Falecera Frei Francisco de Santo Antônio, com a idade de 86 anos, tornando-se, além de herói do Terço dos Henriques, o primeiro afrodescendente admitido como irmão professo no Brasil. Comenta Francisco Augusto Pereira da Costa: “Ele suportou heroicamente toda a oposição que lhe moveram, todos os embaraços que se lhes apresentaram, mas viu coroados os seus intentos, e viu triunfar a causa da igualdade e da fraternidade, e despeito dos prejuízos da época, dessa desigualdade que se procurou manter nas ordens religiosas”

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Cine Teatro Santo Amaro em Taquaritinga do Norte

Inscrições abertas para filmes no 16ª edição do Curta Taquary

Festival de cinema movimenta Taquaritinga do Norte, no Agreste de Pernambuco, com várias atividades culturais, entre 16 e 22 de março. Evento acontece no Cine Teatro Santo Amaro. Foto: Tarciso Augusto/Divulgação Espaço de pluralidade de visões e experiências estéticas, temáticas e de vida a partir do audiovisual, o Curta Taquary recebe inscrições para sua 16ª edição até o dia 26 de janeiro, exclusivamente através do site do projeto (www.curtataquary.com.br). Este ano, o festival acontecerá entre os dias 16 e 22 de março, de forma presencial, em Taquaritinga do Norte, no Agreste de Pernambuco, após ter realizado duas edições online (2020 e 2021) e uma híbrida (2022). Sempre atento à questão ambiental, o Curta Taquary irá, mais uma vez, converter o número de inscrições em mudas de plantas nativas da região, visando o reflorestamento de áreas degradadas. Ao longo de sua história, o Curta Taquary já exibiu trabalhos produzidos em todo o Brasil, além de filmes de diferentes países. Fundado em 2005, o festival se consolida como um dos mais vibrantes do país, dialogando com outras linguagens artísticas, como as artes visuais, a música e o teatro, e movimentando o Agreste de Pernambuco, não só com exibições de filmes, mas também através da realização de atividades formativas.  Em 2022, o festival bateu recorde de inscrições, recebendo 777 trabalhos. Esse número, somado às submissões de 2021 (521), foi convertido em 1.298 mudas plantadas na região, com ações que envolveram estudantes e moradores, com o intuito de reforçar a importância do cuidado com o meio ambiente. A ação será reforçada este ano, com expectativa de um crescimento na quantidade de curtas enviados. Podem participar do festival curtas-metragens de ficção, animação, documentário ou de caráter experimental, com até 30 minutos de duração (incluindo os créditos), criados por realizadores e/ou produtores brasileiros ou radicados no país há mais de dois anos e concluídos a partir de janeiro de 2022. O regulamento completo está disponível no site. O Curta Taquary exibirá filmes em nove mostras competitivas e não há limite de trabalhos submetidos por cada participante, com possibilidade de participação em mais de um recorte temático. As nove categorias competitivas são: Mostra Brasil, com obras de temática livre; Mostra Primeiros Passos, voltada para os primeiros filmes de novos realizadores; Mostra Dália da Serra, com filmes produzidos em atividades pedagógicas, projetos de formação e oficinas; Mostra Universitária, direcionada para produções oriundas de estudantes de graduação; Mostra Diversidade, com obras que abordem questões de sexualidade e de gênero. Completam ainda a programação a Mostra Curtas Fantásticos, com foco no horror, ficção científica e fantasia; Mostra Criancine, para o público infantojuvenil; Mostra Pernambucana, com trabalhos produzidos no Estado; e a Mostra Por Um Mundo Melhor, focada na educação ambiental. Sobre o retorno às exibições presenciais, a expectativa da produção é de reocupação dos equipamentos culturais de Taquaritinga do Norte e de cidades e comunidades do entorno, como Toritama, Gravatá do Ibiapina e Caruaru, com o estreitamento dos laços com a população, aproximando-a da força do audiovisual brasileiro, assim como com o público e realizadores de outras localidades. “Estamos empolgados em poder nos reunir outra vez para assistirmos curtas na tela grande. Esses filmes nos ajudam a entender nossa sociedade, em busca de um bem comum, e como podemos encontrar alternativas para cuidar do nosso planeta. Acreditamos que o audiovisual é uma importante ferramenta de transformação social”, pontua Alexandre Soares, coordenador e idealizador do Curta Taquary. O 16º Curta Taquary conta com incentivo do Funcultura - Edital do Programa de Fomento à Produção Audiovisual de Pernambuco. SERVIÇO Inscrições para o 16º Curta Taquary De 05 a 26 de janeiro, através do site www.curtataquary.com.brDúvidas e mais informações: curtataquaryaudiovisual@gmail.com

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angu sangue teatro

Janeiro de Grandes Espetáculos de volta aos palcos

O Janeiro de Grandes Espetáculos – Festival Internacional de Artes Cênicas e Música de Pernambuco – chega a sua 29ª edição com uma programação extensa, democrática, diversificada e acessível, que volta ao formato presencial que pode ser conferida no site www.janeirodegrandesespetaculos.com. Será de 10 a 29 de janeiro e os ingressos podem ser adquiridos em www.guicheweb.com.br/29festivaljge. Dezessete equipamentos culturais serão palco da maratona cênica que acontece no Grande Recife, São Benedito do Sul, Caruaru, Garanhuns, Triunfo, Buíque, Arcoverde, Surubim e Petrolina. Olinda estreia na grade com programação no Teatro Fernando Santa Cruz. O evento reúne companhias de diversas regiões de Pernambuco, de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte, além de artistas de Portugal. Entre as novidades está a chegada dos Festivais PalhaçAria, que apresenta espetáculos protagonizados por mulheres, revelando o humor feminino, e Pole Dance, em que 30 artistas farão suas performances em barras estáticas e giratórias. A abertura será no teatro Marco Camarotti (Sesc Santo Amaro), dia 10, com a estreia do espetáculo Cúmplices - Transgressões de um Ricardo III (Recife/Portugal). Coletivos tradicionais da cena teatral pernambucana apresentam suas produções, como a Cia. do Ator Nu e o Angu de Teatro, que realiza a Maratona Angu: apresentação de três espetáculos aclamados – Ossos, Ópera e Angu de Sangue. Entre as produções de outras localidades destacam-se: Você não é Todo Mundo, de Ricardo Villardo e Marcos Nauer (do Rio de Janeiro); E, Antes de Tudo, Seria o Fim, da Companhia de Eventos Lionarte (de Limoeiro); O Gaioleiro, da Cia Experimental de Teatro (de Vitória de Santo Antão). Nas apresentações de dança há também a participação de outras cidades e Estados, como Coletivo Trippé, de Petrolina; Geda Cia de Dança Contemporânea, do Rio Grande do Sul, e Carolina Moya com o espetáculo Eu Não Sou Daqui, de Piracicaba (SP). A música marca presença com apresentações de Mundo Livre S/A, comemorando os 30 anos do Manguebeat; Almério, com o show Tudo é Amor; Silvério Pessoa, com Sangue de Amor; Martins com seu No Parque, Beto Hortis, que estreia seu projeto instrumental, e Vertin Moura, multiartista que encerra, no JGE 2023, a turnê estadual do seu segundo disco, Pássaro Só. As artes circenses terão grandes representantes como o mágico Rapha Santa Cruz que traz Abracasabra, combinando humor e interatividade. Já a companhia recifense Dois em Cena chega com Enquanto Godot Não Vem e a Cia. Devir, também do Recife, vai apresentar Experimento VI: Isso (Não) é um Número de Circo!?, espetáculo que tem como base referências autobiográficas dos artistas no palco. O festival tem colocado entre suas prioridades o compromisso com o respeito e apoio à comunidade LGBTQIA+, garantindo maior diversidade em sua programação. Entre os destaques desta edição, estão: Eternamente Bibi, da Cara Dupla Coletivo Teatro (Paraíba), O Boteco da Dona, da Amotrans-PE (Articulação e Movimento para Travestis e Transexuais de Pernambuco) e Ópera, do Coletivo Angu de Teatro.

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duonino

Para Estêvão e Inácio

*Por Paulo Caldas O recado de “Duonino”, protagonista deste livro que leva o seu nome, vai além dos homenageados pela autora, a talentosa Aline Crispino Pessôa Saraiva, e chega, carregado pelos ventos do bem escrever, aos meninos e meninas que vão conhecer a mensagem da história. Nesta primeira incursão da autora pelos meandros do universo infantojuvenil, a concepção da trama foge sabiamente do explícito, porém, com a necessária sutileza, oferece ao leitor a real percepção entre as diferenças do mundo e sugere a tolerância capaz de aceitá-las por caminhos acessíveis que os conduzem a um conviver fraterno e harmonioso. “Duonino” conduz à reflexão dos valores humanos, apoiado na feliz parceria da escrita de Aline com o gestual figurativo das elogiáveis ilustrações de Kátia Setsuko Chester, que revelam contrastes do viver cotidiano. A publicação traz o selo da Confraria do Vento, coordenação editorial de Karla Melo e Victor Paes, projeto gráfico e capa de Bel Caldas. Os exemplares podem ser adquiridos pelo site da editora: http://www.confrariadovento.com/editora/catalogo/item/328-duonino.html . *Paulo Caldas é escritor

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1962 Samico alexandre e o passaro de fogo

Obra de Gilvan Samico ilustra calendário 2023 da Cepe

O gravurista, desenhista, pintor e professor Gilvan José Meira Lins Samico, considerado por muitos críticos o maior expoente da xilogravura no Brasil, é homenageado pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) no calendário 2023 da empresa. Obras de Samico (1928-2013), com seus personagens bíblicos, figuras de lendas e animais fantásticos, ilustram todas as folhas em imagens produzidas pelo fotógrafo Helder Ferrer, que é também responsável pela curadoria do calendário comemorativo. De acordo com o jornalista e editor da Cepe, Diogo Guedes, as fotos retratam o trabalho de Gilvan Samico em suas diferentes fases: dos anos 1960 até a década de 10 do século 21, passando pelos anos 1970, 1980 e 1990. “Ele é um artista conhecido do grande público, um grande nome da xilogravura brasileira, que fala muito sobre as nossas referências, nosso imaginário. Samico se apropria do imaginário popular e da literatura do cordel e cria um estilo próprio”, declara Diogo Guedes. Diferente dos anos anteriores, o calendário 2023 tem formato vertical e foi impresso em papel offset, menos brilhoso, para privilegiar e não interferir na obra do homenageado. Traz, ainda, texto de apresentação escrito pelo pintor e artista gráfico Raul Córdula, que fala sobre a influência do movimento armorial e da cultura popular na produção de Samico. “Raul Córdula mostra como Samico se insere nas artes plásticas e na arte moderna pernambucanas. As pessoas poderão conhecer o gravurista pelas imagens e pelo texto”, observa o jornalista. “Os pioneiros da arte moderna no Nordeste introduziram aspectos da arte popular nas suas obras, mas estes eram aspectos predominantemente formais. Em Samico, o que vigorou foram aspectos da alma do povo, seus mitos e lendas, como se vê em João e Maria e o pavão azul, Juvenal e o dragão ou O Senhor do Dia”, diz Raul Córdula ao apresentar o gravurista. “O conjunto da arte de Samico, especialmente da produção em xilogravura, forma um aglomerado de fatos poéticos que nasceram da língua do povo, onde as imagens são oriundas da imaginação mais profunda de nossa língua”, destaca. Entre as imagens selecionadas por Helder Ferrer para compor o calendário estão A Luta dos Anjos (1968), em janeiro; No Reino da Ave dos Três Punhais (1975), em março; O Enigma (1989), em agosto; e O Devorador de Estrelas (1999), em outubro. A obra da capa é Alexandre e o Pássaro de Fogo, de 1962. Helder tem um vasto acervo de fotos de Samico e das criações do artista, que nasceu no Recife e morreu na mesma cidade. O calendário não será vendido, uma parte é distribuída com instituições do Governo do Estado e outra parte é destinada a ações promocionais da editora pública. Mantendo o mesmo padrão do ano passado, quem fizer compra de livros e periódicos avulsos (Revista Continente e jornal literário Pernambuco), com valor a partir de R$ 100, leva um calendário. Válido apenas para as lojas físicas da Cepe, de 22 a 31 de dezembro.

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Sidney Rocha

Sidney Rocha lança livro com campanha de leitura solidária 

Este 2022 vem sendo ano de conquistas para o premiado escritor Sidney Rocha. Emplacando bem seu infantojuvenil “Sofia” (editora Iluminuras) no Programa Nacional do Livro Didático, PNLD, ele lança agora seu mais novo “As aventuras de Ícaro”, pela mesma editora, para a mesma faixa etária. Rocha abdicou do lançamento formal e ele e a editora preferiram algo mais efetivo. E afetivo: uma campanha de leitura solidária.  Simples: cada leitor ou leitora que adquire o livro recebe um exemplar em casa e outro é enviado para uma escola pública, onde será entregue a um/uma estudante como presente de Natal. Resultado: não deu para quem quis. Em 24 horas, os cem exemplares especiais da promoção estavam esgotados. Cinquenta para os leitores, cinquenta para as escolas. As remessas começam a ser enviadas, hoje, dia 20, a tempo ainda de o exemplar poder figurar na árvore de Natal de quem recebe “As aventuras de Ícaro”. A entrega dos livros nas escolas, na Região Metropolitana do Recife, também começa a ser feita a partir desta quinta-feira, 22.  “Evoluímos muito até aqui para prescindirmos da leitura, sobretudo da leitura literária. E se transformamos isso em uma ação coletiva, solidária, que de alguma forma dê oportunidade a quem não teve ainda, é uma forma de instruirmos e educarmos, uma educação sentimental, também, ao mesmo tempo. Estou feliz com o momento”, diz Sidney que, neste 2022, recebeu seu doutorado honoris causa (UFPE) pelo conjunto de sua obra e também por conta de décadas de militância na educação pública, ligada à literatura. SOBRE “AS AVENTURAS DE ÍCARO” Reconhecido como um dos grandes escritores brasileiros contemporâneos, Sidney Rocha vem se aproximando do mais exigente público: o infantojuvenil. “As aventuras de Ícaro” é um romance sobre os grandes temas como a amizade e traz à tona temas atuais bem polêmicos como a verdade, as notícias falsas, e a formação crítica e os medos contemporâneos. “Adolescentes não têm medo da Perna Cabeluda. Mas da Mentira Cabeluda”, brinca o autor. “A literatura tem o dever de se aproximar desses temas, não para ‘formar’ ou ‘informar’, simplesmente. Mas para construir leitores e leitoras críticos.” Neste ponto, “As aventuras de Ícaro” (96 páginas, Editora Iluminuras) é um romance para todas as idades. “Na verdade, esses divisões ou faixas são categorias que importam mais à crítica, ao mercado, etc”, diz ele. “Esse romance é sobre a infância, a juventude, a velhice, a morte e a vida. E também sobre a solidariedade, o que se casa bem com essa ação social. É o meu romance mais divertido e, ao mesmo tempo, mais grave”, completa.

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