Arquivos Economia - Página 360 De 412 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Economia

Em tempos de desemprego, pernambucanos buscam alternativas

As altas taxas de desemprego em Pernambuco e no Brasil não são apenas uma fotografia momentânea. Na avaliação dos especialistas, o cenário da desocupação está mais para um filme que tem como protagonista o desmonte recente da economia brasileira. Um roteiro que não foi revertido com as mudanças nas leis trabalhistas e que começa a ser afetado também por uma revolução tecnológica, que promete atingir uma parcela maior de trabalhadores. Até então apenas o “chão de fábrica” teve suas funções substituídas por robôs, mas a perspectiva para um futuro próximo é que a inteligência artificial substitua também cargos nos escritórios. Para enfrentar a escassez de postos de trabalho e ter expectativas melhores, muitos profissionais investem em outros caminhos para geração de renda, como o empreendedorismo e o cooperativismo. A prestação de serviços com apoio de aplicativos, como o modelo do Uber, e a aposta no setor de franquias também são alternativas em crescimento no Estado. “No País a crise bateu na porta no último trimestre de 2014. O cenário do emprego em 2015 foi negativo. Tivemos o pior ano de nossas vidas em 2016. Em 2017, parou de piorar, numa estabilidade perto do fundo do poço, da qual ainda não saímos”, afirma Lúcia Garcia, coordenadora de pesquisa do mercado de trabalho do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Ela avalia que em 2018, a conjuntura que vivemos guarda semelhanças numéricas ao epicentro da crise de 2008, quando ocorreu o estouro da bolha especulativa nos Estados Unidos. “De lá para cá, o capitalismo não dá respostas efetivas para crise global”. A especialista afirma que a crise do emprego no Brasil foi impulsionada por dois fatores da economia brasileira que afetaram diretamente Pernambuco: a paralisia do setor de petróleo e gás e das grandes obras financiadas pelo Governo Federal. A Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) do IBGE aponta que no Estado a taxa de desemprego no último trimestre de 2014 era de 8,3%. No último trimestre de 2017, o percentual subiu para 17,9%. O fechamento de postos de trabalho só no primeiro semestre deste ano foi de 10 mil vagas, de acordo com o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho. Como Pernambuco passava há anos por uma onda crescente de investimentos industriais e de infraestrutura, a queda foi sentida de forma mais intensa. Jovens como Marcelly Arcanjo, 23 anos, que se preparava para ocupar uma vaga no polo naval, foi surpreendida com o encolhimento do setor. Tecnóloga em construção naval e com curso técnico em automação industrial, ela não conseguiu emprego. “Quando comecei os cursos havia uma grande oferta de oportunidades na área. Ao concluir era zero o número de vagas”, lamenta. Em reação à crise do setor recém-nascido em Pernambuco, Marcelly migrou de área. Voltou aos estudos e está em formação como técnica em eletrônica. “Troquei de foco para ter maior aceitabilidade no mercado de trabalho. Estou fazendo também iniciação científica, em um projeto de inovação para melhorar a mobilidade urbana. Isso me abre oportunidades tanto para o empreendedorismo como para a carreira acadêmica”, relata. Seguir para o mestrado na área de transportes está nos planos da estudante. Após ter sido demitido de um emprego de vendedor no comércio do Centro do Recife, Raul Teixeira, 23 anos, começou a trabalhar como motorista de Uber. “A crise me prejudicou bastante. Minha esposa estava grávida também. Tive que trabalhar de alguma forma. Decidi arriscar no Uber e não me arrependo”. Apesar de satisfeito com o novo ofício, que lhe remunera melhor que o comércio e proporciona flexibilidade dos horários, ele afirma não estar acomodado. Após iniciar e trancar cursos na área de logística e segurança do trabalho, formações em alta com a retomada industrial anterior à crise, ele está dividido entre fazer graduação em direito e tentar uma carreira pública ou montar seu próprio negócio. “Trabalhar como Uber abriu muito a minha visão. Hoje estou trabalhando para mim. Nunca pensei nisso antes. Minha ideia era sempre buscar emprego. Mas depois dessa experiência, vi que posso investir em algo e conseguir ganhos maiores que ser empregado”, revê Teixeira. Para sobreviver a esse cenário, a criatividade do brasileiro está sendo posta à prova. Um terreno fértil para o chamado “empreendedorismo por necessidade”. De acordo com o consultor do Sebrae, Vitor Abreu, esse fenômeno é caracterizado quando uma pessoa monta um negócio movida pela urgência. “É um tipo de empreendedor que aumenta em tempos de desemprego, quando as pessoas têm dificuldade de retornar ao mercado de trabalho e precisam voltar a gerar renda. Não necessariamente pela identificação de uma boa oportunidade”, explica. A pressa em voltar a ter remuneração, inclusive, faz com que esses empreendedores queimem algumas fases importantes da estruturação de uma pequena empresa. O que aumenta o risco de mortalidade do negócio, de acordo com o especialista. “Trabalhamos muito para evitar que na necessidade as pessoas não pulem etapas do planejamento. Isso faz com que comecem de fato a buscar mais a identificação de uma oportunidade”, afirma. Um dos caminhos acessados pelos empreendedores é a busca pelo setor de franchising. Andrea Fonseca era trainee na área administrativa de uma grande construtora nacional quando os cortes de pessoal a alcançaram. Enquanto ainda estava no emprego, ela visitou uma feira de franquias onde conheceu a marca que seria a sua aposta. Investiu numa unidade da Mister Mix em Camaragibe. Com bons resultados, assumiu uma outra loja em Jaboatão dos Guararapes e, recentemente, uma terceira no Shopping Camará. O conhecimento em administração e gestão aprendido na faculdade e na experiência profissional foi importante para consolidar a iniciativa. “Sempre pensei em montar um negócio. A demissão foi importante para essa passagem. Aproveitei a oportunidade e sempre tive resultado. Não foi fácil passar pelos piores dias da crise, mas aprendi bastante. Virei praticamente uma funcionária, fazendo parte do quadro. Mas estou bastante satisfeita”, conta a empresária. Hoje ela já recebe mais do que no antigo emprego e comemora o fato denão ter que viajar tanto como na

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Eleições: tributaristas defendem menos isenção de impostos

Em paralelo à campanha presidencial, há consenso entre especialistas sobre a necessidade de tornar a cobrança de tributos mais simples, compensar os contribuintes mais pobres e restringir a concessão de isenções a empresas. Ilustra essa convergência a aproximação entre as visões do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), organização não governamental brasiliense ligada a movimentos sociais, e o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), de Curitiba (PR), responsável pela elaboração do Impostômetro, referência constante entre empresários que reclamam da alta incidência de impostos no Brasil. “Temos que tirar um pouco da tributação sobre o consumo e aumentar sobre o patrimônio e renda”, defende Gilberto Luiz do Amaral, advogado tributarista do IBPT. “Isso vai fazer com que os produtos fiquem mais baratos, o que permite a lucratividade”. “A forma como a carga tributária é distribuída no País incide muito mais sobre tributos indiretos que são extremamente regressivos - o que é muito prejudicial não apenas para a justiça social, mas para a própria economia”, concorda Grazzielle Custódio, assessora política do Inesc. As duas visões são acompanhadas pelo atual secretário da Receita Federal, Jorge Rachid. “Hoje, 48% de nossa carga é incidente sobre consumo. A pessoa na camada mais baixa de renda acaba tendo a renda mais comprometida com esse tributo do que acontece com uma pessoa de alta renda. Então, há necessidade dessa revisão”. Rachid assinala que, além de injusta, a tributação sobre consumo é extremamente complexa. “Chegamos ao ponto de ter legislação para duas ou três empresas que estão dentro de um setor econômico. Isso não é correto”. Ele avalia que, assim como a regressividade dos impostos, a burocracia que se origina do excesso de normas é antieconômica. “A legislação está chegando em um ponto que está sendo prejudicial para o crescimento do país. A necessidade da mudança passa a ser uma imposição”. A urgência também é apontada pelo Banco Mundial. A instituição multilateral estima que as empresas gastam 1.958 horas por ano e R$ 60 bilhões para vencer a burocracia tributária. Everardo Maciel, ex-secretário da Receita Federal, contabiliza que o efeito da burocracia e do cipoal de normas é insegurança jurídica dos contribuintes e aumento de contencioso nos tribunais. Segundo ele, há em litígio mais de R$ 3,3 trilhões em disputas tributárias (processos administrativos, demandas judiciais e dívidas em execução). “É uma situação ruim, piorando”, assinala. Segundo ele, a própria Constituição Federal, com mais de 250 dispositivos tributários, é causa do volume do contencioso. “Cada um dos dispositivos pode ser questionado do ponto de vista constitucional. Significa dizer que desde o momento que a matéria tem decisão em primeira instância até que a matéria venha a ser encerrada em recurso extraordinário no Supremo Tribunal Federal leva de 15 a 20 anos.” Reforma e próximo presidente Gilberto do Amaral, do IBPT, sugere que o novo presidente da República faça uma consolidação da legislação tributária e elimine 70% das burocracias e obrigações para pagar imposto no Brasil. “Se isso acontecer, os empresários vão dizer ‘graças a Deus. Até posso aceitar mais tributos, mas retire todo esse calcário que são as burocracias porque daí eu tenho mais tempo para vender, para comprar, para prestar serviços e tenho mais segurança no meu negócio’”, acredita. Além de enxugar normas e dar racionalidade ao sistema tributário, “o próximo presidente vai ter que enfrentar o desafio de revisão de benefício tributário. Agora tem que encontrar no Congresso um ambiente propício para esse debate”, aponta o secretário Jorge Rachid. “Ao ceder uma isenção fiscal, esse benefício tem que ter análise, tem que ter um tempo certo, precisa ter uma política de governança, alguém responsável para fazer essa avaliação”, recomenda. A estimativa do relator da reforma tributária na Câmara dos Deputados, Luiz Carlos Hauly (PSDB), é de que ao todo as renúncias fiscais custem anualmente R$ 500 bilhões aos cofres públicos. Em muitos casos, são os próprios parlamentares que incluem normas para poupar empresas de pagar impostos. O cientista político Cláudio Couto, da Fundação Getulio Vargas (FGV), assinala que o excesso de interessados, incluindo 27 governadores que temem perder arrecadação, pode dificultar o andamento da reforma tributária, como ocorreu até hoje. “É a tragédia dos comuns. Se alguém perde, gera veto”. Fonte: Agência Brasil

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E-commerce fatura R$ 2,1 bi no período do Dia dos Pais

O comércio eletrônico faturou R$2,1 bilhões no período de compras para o Dia dos Pais, celebrado neste domingo (12). O resultado aponta uma expansão de 8% com relação ao mesmo período do ano passado. O número de pedidos cresceu 22% para 5,11 milhões, enquanto o tíquete médio foi de R$409, queda de 11,5%. As informações são da Ebit|Nielsen, considerando a expectativa de compra dos consumidores no e-commerce de 28 de julho a 11 de agosto. De acordo com Pedro Guasti, consultor de Negócios Ebit|Nielsen, houve uma mudança no comportamento do consumidor neste ano. “A queda no tíquete médio foi impactada diretamente pela venda de produtos com menor valor agregado como livros, tênis, suplementos, perfume, camisetas e vinho. Isso mostra que os consumidores virtuais ainda estão bastante receosos em comprar produtos caros e contrair dívidas.”, disse. Por conta das comemorações de Dia dos Pais, o mercado online de Bebidas Alcoólicas também vem registrando aquecimento. Além do vinho, que consta na lista do top 10 como opção para presentear, bebidas como vodka (96%)*, uísque (20%)* e cerveja (11%)* apresentaram crescimento entre os dias 1º e 7 de agosto, na comparação com o mesmo período do ano passado.  

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45% dos beneficiários do PIS/PASEP vão usar dinheiro extra para pagar dívidas

Os recursos do fundo PIS/PASEP, cujos novos saques estarão liberados para trabalhadores de todas as idades a partir desta terça (14/8), devem ajudar muitos brasileiros a sair do sufoco financeiro. Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito aponta que 45% dos cotistas devem utilizar os recursos para pagar dívidas em atraso – o percentual sobe para 57% considerando apenas os consumidores das classes C, D e E. A segunda principal finalidade do dinheiro extra será os investimentos, com 30% de citações. Há ainda 30% de entrevistados que devem pagar despesas do dia a dia com o saldo disponível e 15% que anteciparão o pagamento de contas não atrasadas, como prestações da casa, do carro ou crediário, por exemplo. Outros 9% de entrevistados vão usar o dinheiro para adquirir roupas e calçados. Tem direito a sacar recursos, os trabalhadores de empresas públicas e privadas que contribuíram para o PIS ou para o Pasep entre os anos de 1971 e 1988 e que não tenham resgatado o saldo. Ao todo, aproximadamente 28,75 milhões de cidadãos brasileiros têm direito ao saldo das contas, o que deve totalizar uma injeção de R$ 39,52 bilhões na economia, segundo dados oficiais do governo. Para o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, o acesso ao dinheiro das cotas do fundo PIS/PASEP é uma medida importante que deve injetar uma quantidade de dinheiro significativa na economia do país. “Isso pode ajudar o cidadão afetado pela crise e pelo desemprego a sanar suas dívidas, limpar o nome e recuperar seu crédito na praça. Ao reduzir a inadimplência o impacto sobre a economia é positivo”, explica. O presidente da CNDL, José Cesar da Costa, também destaca que os recursos também poderão impactar o consumo. “É positivo ver que uma quantidade relevante de beneficiários usará os recursos para antecipar dívidas que não estavam atrasadas. Isso mostra uma atitude preventiva e prudente do consumidor”, analisa. De acordo com a pesquisa, 14% dos brasileiros ainda não sabem se têm direito ou não ao recebimento do benefício e 10% desconheciam a informação de que o governo havia liberado os saques. Metodologia A pesquisa foi realizada em 12 capitais das cinco regiões brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Salvador, Fortaleza, Brasília, Goiânia, Manaus e Belém. Juntas, essas cidades somam aproximadamente 80% da população residente nas capitais. A amostra, de 800 casos, foi composta por pessoas com idade superior ou igual a 18 anos, de ambos os sexos e de todas as classes sociais. A margem de erro é de no máximo 3,5 pontos percentuais a uma margem de confiança de 95%.

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Bioenergia será parte da solução para transição energética mundial

Elton Alisson/via Agência FAPESP Juntamente com outras fontes de energia renovável, como a eólica, a solar e a hidrelétrica, a bioenergia será uma das soluções que países da América Latina e da África poderão adotar para tornar suas matrizes energéticas mais limpas e mitigar os impactos das mudanças climáticas globais. A avaliação é de um grupo de pesquisadores autores do relatório Bioenergia e Sustentabilidade: América Latina e África, lançado quinta-feira (09/08) durante o Workshop BIOEN-FAPESP RenovaBio: Ciência para a Sustentabilidade e Competitividade da Bioenergia, na sede da FAPESP. O relatório contou com a contribuição de 154 pesquisadores de 31 países, membros do Comitê Científico para Problemas do Ambiente (Scope, na sigla em inglês), agência intergovernamental associada à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O trabalho foi coordenado por integrantes dos programas FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN), de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Restauração e Uso Sustentável da Biodiversidade (BIOTA) e de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG). “Todas as energias renováveis, como a hidrelétrica, a solar e a eólica, terão papéis fundamentais para fornecer eletricidade e substituir combustíveis fósseis na matriz energética brasileira e de outros países da América Latina e da África”, disse Glaucia Mendes souza, professora do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP) e membro da coordenação do BIOEN. “Mas a bioenergia é uma opção especialmente interessante, uma vez que pode fornecer combustíveis que se encaixam na infraestrutura atual, usando recursos próprios dos países dessas regiões”, disse. Uma das vantagens da bioenergia em relação às outras energias renováveis é que a biomassa pode ser armazenada para produzir energia contínua em vez de intermitente, o que facilita o uso e a integração em redes elétricas não confiáveis. Além disso, a bioenergia pode ser implantada em escala na América Latina e fornecer segurança energética no setor de transporte em um curto período de tempo, segundo o relatório. “Em um momento de transição energética pelo qual o mundo passa hoje, em que se tem buscado alternativas de fontes de energias renováveis e sustentáveis, que possibilitem diminuir as emissões de carbono, é preciso adotar soluções mais fáceis de serem implementadas. E a bioenergia é uma delas”, disse Souza. No Brasil, a substituição de 36% da gasolina por etanol de cana nas últimas quatro décadas mostrou a rapidez com que a transição para as renováveis pode ser feita. Atualmente, a cana-de-açúcar contribui com 17% da matriz energética do país e 25% das necessidades de gasolina. Além disso, isso pode ser expandido significativamente. A produção brasileira de etanol até 2045 poderá deslocar até 13,7% do consumo de petróleo bruto e 5,6% das emissões de dióxido de carbono (CO2) do mundo em relação a 2014. Isso poderia ser alcançado sem o uso de áreas de preservação de florestas ou terras necessárias para sistemas de produção de alimentos no país, segundo o relatório. “É possível combinar a preservação e recuperação florestal e a produção de matéria-prima para a bioenergia. As florestas armazenam 18 vezes mais carbono do que a cana-de-açúcar e a combinação de ambos, mais os aumentos esperados na produtividade devido à melhoria da tecnologia, provavelmente manteria a produção de etanol juntamente com os benefícios do uso sustentável da biodiversidade”, destaca o documento. A alta densidade de energia do etanol (cerca de 70% da gasolina) também ressalta o potencial do biocombustível para ser usado no transporte e ajudar a garantir uma transição rápida para uma matriz de energia renovável juntamente com a energia solar e a eólica, ainda sujeitas a desenvolvimento devido à falta de eficiência, ponderam os autores do relatório. Líder na produção científica de bioenergia “A bioenergia será uma parte da solução que o mundo adotará para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, que necessitará de uma combinação de muitas maneiras de gerar energia, adequadas a cada região”, disse, no workshop, Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP. “Há lugares em que será possível plantar cana-de-açúcar, como no Brasil, na África e no Caribe. E outros que terão que gerar energia nuclear, fotovoltaico ou eólica. Não haverá uma solução única”, disse. De acordo com dados apresentados por Brito Cruz, todos os cenários sobre o futuro da energia no mundo, elaborados por entidades como a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), preveem o aumento do uso de biocombustíveis, especialmente em transporte. A entidade estima que, em 2075, 35% dos veículos híbridos – com um motor de combustão interna e outro elétrico, por exemplo – utilizarão biocombustíveis. “Há uma visão de que os carros puramente elétricos serão a opção para reduzir as emissões de carbono. Mas não se leva em conta de que os carros puramente elétricos terão que ser carregados, e a eletricidade para abastecê-los terá que ser produzida de alguma maneira”, disse José Goldemberg, presidente da FAPESP. Segundo Goldemberg, nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) cerca de 90% da eletricidade é produzida a partir de carbono. E, além do Brasil, só há outros quatros países no mundo – Nova Zelândia, Noruega, Suécia e Islândia – onde mais de 40% da energia primária que utilizam é proveniente de fontes renováveis, destacou Brito Cruz. “Isso é decorrente de todo um esforço de pesquisa e desenvolvimento em bioenergia feito no país nas últimas décadas”, ressaltou Brito Cruz. O Brasil hoje – e especialmente o Estado de São Paulo – lidera a produção científica sobre bioenergia, particularmente relacionada à cana-de-açúcar. Os pesquisadores brasileiros, vinculados em grande parte a universidades e instituições de pesquisa no Estado de São Paulo, publicam cerca de 120 artigos por ano relacionados à bioenergia, destacou Brito Cruz. “Isso é resultado de investimento em pesquisa nessa área”, avaliou. “A FAPESP financia milhares de projetos relacionados à bioenergia e já investiu R$ 150 milhões no Programa BIOEN, que atualmente tem 80 projetos de pesquisa em andamento e mobiliza mais de 300 cientistas, dos quais 229 são de São Paulo, 33 de outros estados e 52 do exterior”, enumerou. O relatório Sustainable Bioenergy: Latin America and

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Mutirão gratuito para endividados

Empresas e consumidores que se encontram negativados terão a oportunidade de regularizar sua situação participando do Mutirão do Núcleo de Práticas Jurídicas (NPJ) do Centro Universitário Wyden | UniFBV. O evento acontecerá nos dias 13, 14, 16 e 17 de agosto, das 13h30 às 17h30, no NPJ da instituição, dentro do próprio campus e tem como finalidade fomentar a cultura da conciliação e aproximar os alunos do núcleo da prática real. As sessões serão abertas ao público e tem expectativa de atender aproximadamente mais de 200 pessoas. Para participar, é necessário comparecer ao local portando documento de identificação (RG), número de CPF e comprovante de residência. O NPJ é um órgão no qual, estudantes de Direito tem a chance de praticar todo o conteúdo teórico aprendido em aulas. SERVIÇO:   UniFBV Jean Emile Favre, 422 - Imbiribeira, Recife - PE, 51200-060 Telefone: 4020-4900

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Número de inadimplentes cresce 4,31% em julho, apontam CNDL/SPC Brasil

A atual situação econômica vem desafiando as famílias brasileiras. Ao encontrar dificuldades em equilibrar o orçamento, muitos acumulam contas em atraso e acabam por ingressar em cadastros de devedores. Segundo dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), o volume de consumidores com restrição no CPF cresceu 4,31% na comparação entre julho e o mesmo período do ano anterior. Ao todo, o país fechou o mês passado com 63,4 milhões de negativados. Esse número representa 41% da população adulta. Quanto ao volume de dívidas em nome de pessoas físicas, a inadimplência avançou 1,47% na comparação anual, ou seja, de julho de 2017 a julho de 2018. Já na comparação mensal, isto é, entre junho e julho deste ano, houve uma queda de 0,82%. Os dados por setor revelam que o crescimento mais expressivo foi o das contas de serviços básicos, como água e luz, cuja alta registrada é de 7,66% na comparação anual. Em seguida aparece o número de dívidas bancárias, incluindo cartão de crédito, cheque especial, empréstimos, financiamentos e seguros, que subiu 6,90%. “O desemprego elevado e a renda achatada dos brasileiros seguem contribuindo para esse avanço no quadro de inadimplência. Ainda que o país tenha superado a recessão, a recuperação da economia continua mais lenta do que o previsto, agravada pelo clima de incertezas das eleições”, avalia o presidente da CNDL, José Cesar da Costa. Mais da metade dos negativados no país tem entre 30 e 49 anos, representando 32 milhões de brasileiros A maior parte dos negativados está entre o público de 30 a 49 anos, de acordo com estimativa da CNDL/SPC Brasil. Nessa faixa, o volume de devedores com CPF restrito chegou a 32 milhões em julho — mais da metade do total de inadimplentes (51%). Outro destaque é a parcela significativa de jovens, entre 25 e 29 anos, que está inadimplente — representando 46% do total ou 8 milhões de pessoas. Já entre os que possuem idade de 18 a 24 anos, a proporção cai para 19%. Na população idosa, considerando-se a faixa etária entre 65 a 84 anos, o percentual é de 33%. Para o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro, o desequilíbrio das finanças afeta em maior grau a faixa etária de 30 e 49 anos por ser um momento de construção da vida pessoal e profissional. “É nessa fase que muitos formam família ou constituem novas uniões, além de buscarem a consolidação do patrimônio. Isso implica em assumir diversos compromissos financeiros e, com as dificuldades que a crise ainda geram, a conta nem sempre fecha no final mês, levando à inadimplência ”, analisa. Inadimplência cresce 10,41% no Sudeste; região também concentra maior número de negativados, com total de 27 milhões O Indicador aponta ainda que a região Sudeste apresentou a maior alta no volume de inadimplentes, cujo crescimento foi de 10,41% em julho frente ao mesmo período do ano passado. Em segundo lugar ficou a região Nordeste, que avançou 4,84% na quantidade de devedores. As variações também foram positivas no Centro-Oeste (3,49%), Norte (2,78%) e Sul (2,64%). Além de ser responsável pelo maior crescimento da inadimplência em julho, o Sudeste concentra, em números absolutos, a maior fatia de negativados no país: 27 milhões de consumidores. Na sequência aparece o Nordeste, com 18 milhões de devedores com dívidas em atraso; o Sul, com 8 milhões; o Norte, com 6 milhões; e o Centro-Oeste, com 5 milhões. Metodologia O indicador de inadimplência do consumidor sumariza todas as informações disponíveis nas bases de dados às quais o SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e a CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) têm acesso. As informações disponíveis referem-se a capitais e interior das 27 unidades da federação. A estimativa do número de inadimplentes apresenta erro aproximado de 4 p.p., a um intervalo de confiança de 95%. Baixe a íntegra do indicador e a série histórica em https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/indices-economicos

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Vendas do Dia dos Pais devem crescer até 3%, projeta Boa Vista SCPC

A área de Indicadores e Estudos Econômicos da Boa Vista SCPC projeta um crescimento entre 2,5% e 3% nas vendas neste Dia dos Pais, na comparação com 2017. A data que costuma movimentar o varejo, é a primeira data comemorativa do segundo semestre. Caso esta alta se comprove, o Dia dos Pais em 2018 seguirá a tendência das últimas datas comemorativas, de crescimento nas vendas na comparação com as de anos anteriores. Segundo Flávio Calife, economista responsável pela projeção, a economia tem melhorado gradativamente nos últimos meses, com impacto significativo sobre o consumo. “Depois de três anos de queda, as vendas voltaram a crescer. Em 2017 o comércio nessa data recuou 0,5%. Em 2016 caiu 5,2%. Esses percentuais devem ser observados sempre em relação às vendas do ano anterior”, detalha. Caso as vendas neste Dia dos Pais atinjam os percentuais de 2,5% ou mesmo de 3%, o aumento se igualará aos índices de 2013, quando houve uma elevação de 3% nas vendas do varejo nesta data.   SOBRE A BOA VISTA SCPC A Boa Vista é uma empresa brasileira que alia inteligência analítica à alta tecnologia para transformar dados em soluções para os desafios de clientes e consumidores. Criada há mais de 60 anos como SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), tem contribuído significativamente para o desenvolvimento da atividade de crédito no Brasil, ajudando o País a estabelecer uma relação de consumo mais equilibrada entre empresas e consumidores. A Boa Vista é precursora do Cadastro Positivo, banco de dados com informações sobre o histórico de pagamentos, que deixa a análise de crédito mais justa e acessível. Pioneira também em serviços ao consumidor, a Boa Vista responde por iniciativas que cooperam com a sustentabilidade econômica dos brasileiros, como a consulta do CPF com score, dicas de educação financeira e parcerias para negociação de dívidas. Tudo disponível de forma simples, rápida e segura no portal consumidorpositivo.com.br. Atualmente é referência no apoio à tomada de decisão em todas as fases do clico de negócios: prospecção, aquisição, gestão de carteiras e recuperação. Dados estão em toda parte. O que a Boa Vista faz é usar inteligência analítica para transformá-los em respostas e soluções às necessidades e desejos dos consumidores e empresas. www.boavistascpc.com.br

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Alimentos e remédios lideram gastos no cartão de crédito em junho, aponta indicador da CNDL/SPC Brasil

Um levantamento feito pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostra que o uso do cartão de crédito já não se limita a compra de itens de mais alto valor, que geralmente são parcelados. As despesas correntes, incluindo produtos de primeira necessidade, também já fazem parte das aquisições mais feitas via cartão. No último mês de junho, os alimentos de supermercados lideraram esse tipo de compra, com 63% de menções, seguidos dos remédios (45%) e dos combustíveis (37%). Somente em quarto lugar aparecem as roupas, calçados e acessórios (36%). De acordo com o levantamento, no último mês de junho, 40% dos brasileiros recorreram à alguma modalidade de crédito, sendo que o cartão de crédito foi o mais comum, citado por 35% dos consumidores. Em seguida, aparecem o crediário ou carnê, com 8% de utilização, empréstimos (5%), cheque especial (5%) e financiamentos (3%). Os que não se utilizaram de nenhuma modalidade no período somam 60% dos consumidores. Na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, por trata-se de uma modalidade de crédito pré-aprovada, o cartão de crédito é um instrumento bastante popular como forma de pagamento. “Hoje o cartão de crédito já não é uma exclusividade dos bancos. Redes varejistas e fintechs já oferecem o instrumento, tornando-o ainda mais acessível para várias camadas da população”, explica a economista. 25% dos usuários de cartão caíram no rotativo em junho; média da fatura supera R$ 1 mil Apesar de ser um aliado do consumidor que não pode pagar por um bem à vista, o cartão de crédito também pode se tornar fonte de problemas financeiros para pessoas que perdem o controle dos gastos. A CNDL e o SPC Brasil apuraram que no último mês de junho, um quarto (25%) dos usuários de cartão de crédito no país entraram no rotativo, ao não quitarem a fatura integral no período. Os que pagaram o valor cheio da fatura somam 72% da amostra. Para a maioria dos entrevistados, o tamanho da fatura do mês de junho aumentou na comparação com o mês de maio, observação feita por 39% dos usuários de cartão de crédito. Apenas 23% notaram queda na fatura, ao passo que 32% acreditam que ela permaneceu igual. Considerando os que souberam reportar o valor gasto com as compras em junho realizadas no cartão de crédito, a média é de R$ 1.045,63. Para o educador financeiro do portal ‘Meu Bolso Feliz’, o cartão de crédito é um instrumento de pagamento que facilita a vida das pessoas, mas que deve ser utilizado com vigilância. “O requisito básico para o usuário do cartão de crédito é ter organização. Ele é um excelente meio de pagamento porque ao contrário do crediário, só cobra juros se não houver o pagamento mínimo da fatura. Então, se os gastos estiverem dentro de um planejamento, o cartão cumpre um papel positivo na vida financeira do consumidor”, explica Vignoli. Apenas 13% dos brasileiros estão com contas ‘no azul’. Maioria vive no limite do orçamento e as principais razões são preços elevados e queda da renda O Indicador de Propensão ao Consumo investigou a vida financeira dos consumidores e descobriu que somente uma minoria se encontra em situação confortável. Em cada dez brasileiros, oito (80%) vivem no aperto financeiro, seja por estarem no ‘zero a zero’, ou seja, sem sobras de dinheiro no orçamento (44%) ou até mesmo ‘no vermelho’, isto é, não conseguem terminar o mês com todos os compromissos financeiros quitados (36%). Os que estão com as contas ‘no azul’ formam 13% da amostra. Na avaliação dos próprios entrevistados, as principais razões para tantos brasileiros viverem com dificuldades financeiras são os preços elevados (43%) – embora a inflação esteja sob controle -, queda da renda (33%), desemprego (27%) e descontrole dos gastos (12%). Para o último mês de julho, mais da metade (56%) dos consumidores planejavam cortar gastos ao longo do mês, contra apenas 6% que iriam desembolsar mais. Metodologia O Indicador abrange 12 capitais das cinco regiões brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Salvador, Fortaleza, Brasília, Goiânia, Manaus e Belém. Juntas, essas cidades somam aproximadamente 80% da população residente nas capitais. A amostra, de 800 casos, foi composta por pessoas com idade superior ou igual a 18 anos, de ambos os sexos e de todas as classes sociais. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais. Baixe a íntegra do indicador em https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/indices-economicos

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Vocação internacional - Por Erik Limongi Sial

De longa data nosso Estado se consolidou como ponto de interseção entre várias culturas. Se de um lado nossa história contempla a colonização portuguesa, não podemos olvidar que tivemos, outrossim, forte presença holandesa, de modo que nossa tradição hospitaleira advém, por certo, de nossa trajetória cosmopolita. Nesse prisma, não há de causar espécie que nossa Veneza Brasileira seja o segundo polo consular do País – precedida apenas por São Paulo -, congregando cerca de 44 representações consulares, de países de todos os quadrantes do mundo. Calha destacar que o Recife sedia o Consulado mais antigo do Brasil (e do Hemisfério Sul), instituído em 1815. Os antecedentes históricos da função consular remontam à Grécia Clássica, onde atuavam os próxenos, escolhidos numa determinada cidade grega para representá-la dentre os residentes no exterior – ainda que estrangeiros –, e os prostates, escolhidos, por sua vez, pelos estrangeiros residentes numa dada cidade helênica para representá-los frente ao governo dessa. Em Roma, a seu turno, o pretor peregrino era o incumbido de julgar os dissensos entre estrangeiros livres (peregrini) e dentre esses e os romanos, aplicando-lhes o ius gentium. No ápice da administração pública romana estavam os cônsules, em número de dois, eleitos anualmente, cuja autoridade – imperium - se protraia por todo o Império. Na Idade Média as corporações de ofício mantinham juízes – denominados “cônsules” - para equacionar os litígios entre seus membros ou dentre esses e estrangeiros. Selecionados pelos comerciantes, os cônsules, no exterior, subsumiam ao seu direito nacional às contendas que lhe eram submetidas. A partir do Século XVI os cônsules passaram a ser serventuários investidos pelos seus respectivos Estados, não mais colhendo a prerrogativa jurisdicional. Ao longo da história, a atividade consular foi disciplinada por regras consuetudinárias, tendo, em 1928, sido celebrada em Havana a Convenção Interamericana Sobre Agentes Consulares. Em 1963 a Convenção de Viena Sobre Relações Consulares passou a reger a atividade, agregada por vários outros tratados bilaterais e leis internas. No Brasil, a Lei nº 3.917/61 e o Decreto nº 94.327/87, ao versarem sobre a estrutura do Ministério das Relações Exteriores, abordam as repartições consulares. Pernambuco, fiel à sua vocação precursora, instituiu em 2008 o “Dia Estadual do Cônsul”, celebrado anualmente em 6 de agosto (atualmente sob a égide da Lei Estadual nº 16.241/2017), celebração essa que igualmente consta do calendário oficial do Município do Recife no dia 24 de abril (Lei nº 18.247/16, proposta pelo Edil André Régis). Se as distâncias métricas vêm sendo encurtadas mundo afora com o advento da tecnologia digital, a atuação consular, sempre a edificar pontes, contribui sobremaneira para a sinergia e congraçamento entre as nações. Erik Limongi Sial é cônsul honorário da Suécia no Recife (PE-ÁL-PB-RN).

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