Arquivos Z_Exclusivas - Página 176 De 363 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

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Notre Dame e o Recife (por Francisco Cunha)

Acompanhando o noticiário sobre o terrível incêndio da catedral de Notre Dame em Paris, no mês passado, chamou-me a atenção a reação emocionada dos franceses à tragédia. Mais impressionado ainda fiquei ao ver que vários deles, a começar pelo próprio presidente Emmanuel Macron, disseram algo do tipo: “uma parte de nós queimou também!”. Ao ver aquilo, lembrei imediatamente da frase do sociólogo Francisco de Oliveira (que foi superintendente-adjunto da Sudene na época de Celso Furtado) referindo-se ao Recife: “Uma cidade é sonhada, é mítica ou não é cidade.” O que me leva a concluir que as cidades queridas, porque sonhadas, são míticas. Lembrei também de que quando Caetano Veloso veio ao Recife, em 2003, receber na Assembleia Legislativa o título de cidadão pernambucano, disse textualmente: “Pernambuco entrou na minha vida aos 4 anos de idade através de uma canção de Capiba. Botei o nome de minha irmã por causa dela. Nós de lá do interior da Bahia olhávamos o Recife como o mundo olhava para Paris.” Essa época referida por Caetano era 1945. Três anos depois, em 1948, outro “estrangeiro”, argelino, o escritor Albert Camus, disse da cidade: “Positivamente, gosto do Recife, Florença dos Trópicos, entre suas florestas de coqueiros, suas montanhas vermelhas, suas praias brancas.” Mais de meio século antes, um dos mais ilustres dos recifenses, Joaquim Nabuco, disse: “O Recife, como Veneza, é a cidade que sai da água e que nela se reflete, é uma cidade que sente a palpitação do oceano no mais profundo dos seus recantos.” Paris, Florença, Veneza e nem precisava tanto... Certamente nós mesmos não nos olhávamos como cada uma dessas cidades icônicas mas, com certeza, naquelas épocas, nos víamos bem melhor do que nos vemos agora. O que foi que mudou? A resposta a essa pergunta, com certeza, daria ensejo a inúmeras dissertações de mestrado mas arrisco um palpite: a explosão populacional pela qual a cidade passou no Século 20. Só para ter uma ideia: a população duplicou de cerca de 500 mil habitantes, em 1950, para mais de 1 milhão em 1970. Hoje, a população está em torno de 1,6 milhão. A cidade “inchou” como disse Gilberto Freyre. Quais os sonhos e os mitos que sobrevivem a essa avalanche? Precisamos resgatá-los para evitar que queimem sem nem mesmo nos darmos conta disso.

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Espaço Mãetamorfose: da web para a economia real

As amigas Bruna Monteiro e Dulce Gayoso decidiram empreender de uma forma nada usual: de blogueiras passaram a ser empresárias. Mães jovens, elas compartilhavam as suas experiências sobre maternidade no blog Mãetamorfose. E “bombavam” na audiência: no Instagram contam com mais de 45 mil seguidores. Dessa vivência com as demandas das mães, surgiu a ideia de montar o espaço com o mesmo nome do blog. Um centro multiprofissional com mais de 20 especialidades ligadas à área de saúde da família. Algo inédito no Estado. O marido de Dulce, o empresário Marcus Oliveira, compõe a sociedade como investidor. “Nunca imaginei que o blog pudesse se tornar o que se tornou”, surpreende-se Dulce. Partiu de Bruna a ideia de tornar-se blogueira, em 2010, para compartilhar sua experiência com a maternidade aos 21 anos. “Ela foi mãe muito cedo, não tinha amigas para trocar ideias sobre o assunto. Durante um bom tempo, foi o espaço que utilizou para conversar e entrar em contato com a sua própria maternidade e a de muitas outras mulheres dispostas partilhar experiências de vida”, conta Dulce, que formalizou a sua entrada no blog em 2016. A decisão de estender o trabalho da web para o mundo analógico surgiu quando ambas perceberam que as mães buscavam muita informação no blog. “Elas nos tinham como referência, quando na verdade nós não somos. Juntas, pensamos que podíamos montar essa grande ponte com uma série de profissionais capacitados”. Surgiu, então, a ideia do negócio. Ao engravidarem no mesmo período, Bruna e Dulce conheceram ainda mais sobre universo da humanização do parto, atendimento à criança e à mulher. Após voltar da licença maternidade, Dulce buscava um propósito para a sua vida profissional. “Estava há dois anos parada e foi então que tivemos a ideia. Eu, como publicitária, logo fiz um plano comercial e comecei a apresentar para alguns profissionais. A resposta, logo de cara, foi ótima”, recorda. Segundo ela, rapidamente o projeto tomava corpo. “Em pouco tempo já estávamos acertadas com vários profissionais renomados”. Em paralelo ao plano estratégico, as sócias corriam para achar o lugar perfeito. “Queríamos muito que fosse uma casa, mas problemas como a segurança, manutenção do espaço e até o mercado imobiliário nos fizeram recuar”, revelou Dulce. Ao surgir a oportunidade de se estabelecer na cobertura de um hotel, no Pina, foi necessário um respaldo daqueles que iriam participar do projeto. “Precisávamos saber quem estava dentro para poder bancar o investimento. Reformamos todo o espaço em quatro meses”. Funcionando há pouco mais de dois meses, o local tem como foco principal as gestantes, mas também atende pais e filhos. “São vários serviços voltados para a saúde materna, infantil e masculina”, acrescenta Dulce. De acordo com a empresária, o grande desafio da empresa é o entendimento que seus serviços também são voltados para o público masculino. “Nós batemos muito na tecla de que não é um espaço apenas para gestantes. Nós também dispomos de profissionais qualificados e especializados para a saúde do homem. Desde o início faz parte dos nossos planos”. PILARES O Espaço Mãetamorfose baseia-se em três pilares: médico, de atividades físicas e de conteúdo. O primeiro constitui-se na oferta de serviços de profissionais médicos, que representam mais de 20 áreas, como, por exemplo, a ginecologia obstetrícia, urologia, fertilidade, saúde sexual masculina, nutrição, mastologia e amamentação. A empresa mantém um contrato com cada um de dos médicos parceiros em que recebe um percentual do valor da consulta cobrada. A maioria dos atendimentos é particular, mas o Espaço também atende alguns planos de saúde. A atividade física é feita por meio de aulas semanais de pilates e ioga, além do programa específico para mulheres no pós-parto. “Agregamos esses serviços para fidelizar o nosso público e fazer com que as pessoas frequentem o nosso espaço”, afirma Dulce. Já o terceiro pilar, o conteúdo, é baseado em eventos, oficinas, cursos e grupos de apoio. A estratégia adotada pela dupla para captar o seu público-alvo, composto por mulheres de 25 a 35 anos, é a realização de eventos gratuitos durante um determinado período para que as pessoas possam conhecer o espaço. “Nesses eventos, nós queremos dar voz ao nosso público e conversar com ele”, esclarece Dulce. *Por Marcelo Bandeira

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Como a Inteligência Artificial pode ajudar uma empresa?

Muito se fala sobre a inteligência artificial ser o futuro dos negócios. Mas como a IA funciona na prática e como ela pode ajudar no dia a dia de uma empresa? Antes de tudo, é preciso entender essa tecnologia. A inteligência artificial é um dispositivo que simula a capacidade humana de perceber, raciocinar, tomar decisões e resolver problemas. Pode estar presente não só em computadores e smartphones, mas também em sinais de trânsito, em máquinas industriais, entre outros dispositivos simples. Em outras palavras, a inteligência artificial analisa dados que foram inseridos ou apreendidos de acordo com o uso, devendo realizar uma determinada ação sem a intervenção humana. E quanto mais dados os dispositivos com IA recebem e analisam, maior a capacidade de resolver problemas. Como a IA pode ajudar uma empresa? Um exemplo é a aplicação da IA para fazer o mesmo papel dos atendentes de telemarketing. Bancos e empresas de telefonia já fazem isso em escala crescente, reduzindo custos operacionais com salários e encargos. Outra linha de atuação é aplicar a inteligência artificial em atividades que seriam muito complexas ou nem possíveis de serem feitas por humanos. Um exemplo é a possibilidade de antever a dificuldade de aprendizado de alunos em uma disciplina ou até mesmo sua reprovação. Não apenas pela análise da nota, mas também pela avaliação de outros dados, tais como a realização de tarefas e o comportamento em sala. Em uma escola com grande quantidade de alunos, a identificação das causas e a correção das consequências desse problema tornam-se mais rápidas, abrangentes e precisas, melhorando o desempenho individual e global dos alunos. A inteligência artificial pode também substituir humanos e realizar tarefas de alta complexidade ao mesmo tempo. As farmácias têm conseguido aumentar o valor das vendas por cliente sem necessidade de contratar novos vendedores ou ampliar espaço de exposição de produtos em uma loja. Ao pedir o CPF antes do atendimento, o nosso comportamento de compras é cruzado com o de consumidores com perfil semelhante e são oferecidas promoções personalizadas, que vão muito além das já conhecidas, como a indicação de espuma para quem compra barbeador. A inteligência artificial torna-se, na prática, um “vendedor” capaz de conhecer todos os hábitos de todos clientes, tarefa impossível de ser feita por um humano.

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Crítica| Paddleton (Netflix)

Comovente. Melhor adjetivo para descrever a jornada dos protagonistas Mike (Mark Duplass) e Andy (Ray Romano) de Paddleton, filme original da Netflix. Na história, Mike descobre que está com câncer de estômago e decide não passar pelo sofrimento que poderá advir do tratamento contra a doença. Para isso, recorrerá ao suicídio assistido, com a ajuda do relutante Andy. A dupla pegará a estrada à procura dos medicamentos para a amarga empreitada. Paddleton é daqueles filmes imprevisíveis que ora arrancam nossas lágrimas, ora nos fazem rir. A jornada vai além da busca pelos remédios, mostra quão profunda é aquela amizade, não importa se na alegria, na dor ou na morte. O título do longa é o mesmo do jogo criado por Mike e Andy, que consiste em duas pessoas rebaterem com raquetes uma bola de tênis numa parede no intuito de acertar um barril vazio. O jogo serve de metáfora para essa relação de cumplicidade.     Mark Duplass e Ray Romano dão um show de atuação, mostrando boa química, seja dividindo uma pizza congelada ou assistindo ao mesmo filme de artes marciais diversas vezes. Romano é conhecido principalmente por sua atuação na sitcom Everybody Loves Raymond. Duplass é produtor, ao lado do irmão Jay Duplass na Duplass Brothers Productions. Produziu recentemente e atuou ao lado de Charlize Theron no excelente Tully.  

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Jovens empresários inovam no Pólo do Agreste

*Por Rafael Dantas Da Feira da Sulanca nasceu a vocação econômica do Agreste. Os retalhos e a informalidade costuraram o começo do Polo de Confecções. Após décadas de maturidade do setor, os pioneiros desse movimento viram surgir em seus filhos o novo tecido empresarial caruaruense. Hoje esse mercado é composto também por empreendedores de outras localidades do País. Com mais profissionalização e em novos segmentos produtivos, os protagonistas da nova geração enfrentam desafios mais globais. Eles têm a missão de tecer seus negócios diante de um cenário que exige mais tecnologia e inovação. Além disso, convivem com uma intensa transformação no perfil de consumo e com concorrentes que podem estar além das fronteiras do País. Para os especialistas e representantes de classe, o arrojo empresarial é um ponto em comum nas diferentes gerações que administram as empresas da cidade. A formação acadêmica mais robusta, influenciada pela chegada das universidades em Caruaru, é uma das características dos jovens empresários. A conexão com as referências de outros mercados e a estrutura produtiva deixada pelos pioneiros são outros fatores que diferenciam o cenário da nova geração. “Quem iniciou esse polo, como o meu pai, empreendeu por necessidade. Começaram sem financiamento ou herança. Essa segunda geração já teve mais escolhas. Empreende por vocação ou como sucessão familiar. Os primeiros passos já acontecem com muito mais conhecimento. O empreendedor fundador tinha a vivência e experiência, essa segunda geração tem o conhecimento técnico como principal diferencial”, analisa o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Caruaru (Acic), Luverson Ferreira. A Jodarc Roupas Profissionais tem atravessado essa trajetória. Fundada há 30 anos pelo casal Joana D'Arc Zeferino e Luiz Zeferino, a empresa familiar deu vários saltos nesse período. Hoje os dois filhos, Luís Diego e Rafaella, já dividem a direção com os pais. “Os nossos próximos passos serão a sucessão. Não deixaremos de trabalhar no negócio, mas nosso plano é que eles toquem o barco para frente”, comenta Joana D'Arc. . . Do começo, bem doméstico, produzindo peças íntimas, a Jodarc migrou para a fabricação de fardamentos. Ao identificar uma grande demanda desse produto, a marca se especializou no segmento e começou a crescer. A grande surpresa da empreendedora foi receber a sondagem da Fiat, quando a multinacional automotiva ainda estava se instalando em Pernambuco. Hoje a Jodarc é fornecedora não só da fábrica da Jeep Fiat Chrysler, de Goiana e de Betim (MG), como dos seus suppliers (fornecedores). Essa expertise chamou a atenção de outros gigantes que passaram a entrar no portfólio de clientes atendidos. Para chegar no patamar atual de 240 funcionários, com uma produção de até 100 mil peças por mês, a empresa avançou bastante na gestão nos últimos anos. Um processo que já contou com a participação intensa da segunda geração. “Chegou uma fase em que a empresa precisava se remodelar, sair do endereço antigo e vir para o distrito industrial. Uma renovação que foi estrutural e gerencial”, comenta o diretor financeiro Luís Diego, que é formado em administração e tem dois MBAs de gestão. A designer Rafaella implantou um sistema de fichas técnicas no processo produtivo que reduziu os desperdícios e os erros de produção. Ela aponta que um dos desafios da marca é alcançar novos mercados. “Atender a Jeep, que tem um nome muito forte, abriu as portas para outros clientes de grande porte”, justifica. A empresa começou a atender a Polícia Militar de Pernambuco neste ano e mira também crescer no fornecimento de fardas para a área militar. Além da profissionalização, inovar é outro traço dos jovens empresários que começam a enveredar por novos segmentos produtivos, segundo o economista Pedro Neves, da Evolution Assessoria Econômica. “Boa parte tem aderido a novas formas de empreendedorismo e inovação. Setores de tecnologia da informação e design, entre outros, começam a se destacar na região. São empreendedores que não querem se restringir a uma fronteira regional. Seja na produção ou na comercialização”, comenta. Primeiro empreendedor da família, o especialista em marketing digital Josival Júnior tem uma visão de mercado que ultrapassa os limites da cidade. Sua agência, a Buzz Lab, fundada em 2012, conta com uma cartela de clientes da Região Metropolitana do Recife, como a faculdade Facho, de Olinda, e de outras cidades do interior. Um dos grandes clientes da marca é a Millena Móveis e Eletro, que tem lojas espalhadas por municípios de Pernambuco e de Estados vizinhos. “Focamos em ampliar nossa atuação fora de Caruaru e consolidar nossa participação no mercado no Recife”, explica Josival Júnior. . . Para alcançar crescimentos que chegaram a 100% nos primeiros anos de empresa, uma das apostas do jovem empreendedor é oferecer uma grande variedade de serviços. “Desenvolvemos estratégias e soluções para resolver o problema dos clientes, usando desde mídias mais tradicionais a uma comunicação multiplataforma", explica. "Temos perspectiva de fazer investimentos em outros tipos de entrega, como a realização de eventos de nicho junto com outras marcas. Vamos testar esse mercado”, revela Júnior. A Buzz Lab tem atualmente 20 funcionários e deve crescer seu quadro em até 15% em 2019. Desempenho como o de Josival Júnior é um exemplo da característica empreendedora dos empresários locais, segundo o consultor da LMS/TGI, Eduardo Lemos Filho. “O movimento empresarial de Caruaru é muito forte. São pessoas extremamente dedicadas ao trabalho, com uma visão de mercado enorme (conhecem o mundo todo) e muito otimistas, muito positivos. Os sucessores têm orgulho de onde vieram, respeito pelos fundadores e um compromisso de fazer suas empresas crescerem. Não são apenas herdeiros”. *Rafael Dantas é repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com) e assina a coluna Gente & Negócios

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Do mundo para Caruaru: cidade atrai empresários de outros lugares

*Por Rafael Dantas O crescimento de Caruaru atraiu para o município não apenas clientes de todo o País, que fazem suas compras na feira, mas também empresários. “A relevância geográfica da região, no centro do Nordeste, facilita esse desenvolvimento recente. É importante observar como estão evoluindo os indicadores do polo regional. A chegada de indivíduos e entidades de fora da cidade e do Estado são elementos-chave nesse processo”, afirma o economista Pedro Neves. Ele destaca que o intercâmbio com esses novos profissionais contribui para amadurecer o empresariado local. . . “O primeiro aspecto que destaco é que as empresas e as marcas multinacionais estabelecem novos padrões para a região e fomentam a competitividade. O segundo é cultural, pois muitos empreendedores que chegam Caruaru geram um intercâmbio interessante. Eles estimulam a inovação e a qualificação. São os ganhos da economia do conhecimento”, constata o economista. Natural do mercado imobiliário recifense, Fabiano Carvalho é um exemplo desse “êxodo”. Ele ergueu, há nove anos, em Caruaru, a empresa que leva o seu nome. A imobiliária, onde trabalham 55 pessoas, comercializou 557 imóveis em 2018. “Há um comércio forte e o dinheiro circula de forma muito ativa na cidade. Isso trouxe muita gente para cá e hoje praticamente 90% das construtoras são de outros Estados. Viemos para atendê-las”. O funcionamento aos sábados e um perfil de comercialização mais proativo são algumas das novidades levadas pela Fabiano Carvalho Imobiliária para o mercado caruaruense. “As empresas esperavam a procura do cliente. Nós saímos para vender. Há uma mudança muito grande no atendimento também, que conseguimos imprimir com uma política forte de capacitação da nossa equipe”, afirma o empresário. Transformações na atividade que garantiram à empresa várias premiações e influenciaram no comportamento de todo o segmento. Quem também partiu de longe para investir em Caruaru foi Wilian Volf, diretor da Volf Bobinas. De olho na necessidade do mercado local, ele criou, há quatro anos, uma fábrica de bobinas descartáveis para máquinas têxteis. Natural de Blumenau, que também é forte no setor, Volf fez uma aposta na região. “A maioria dos meus familiares e dos nossos clientes é do Sul. Mas resolvemos implantar o projeto no Nordeste. Chegamos em Caruaru atraídos pelo desenvolvimento local, que está em um crescimento mais acelerado que o do Sul e do Sudeste. O segundo aspecto é o fato do custo de produção ser menor aqui”, afirma. O objetivo da empresa agora é ser referência nacional na fabricação de bobinas, além de desenvolver o componente também para o polo automotivo. “É o mercado mais exigente que existe. Seria um produto para entrar na linha de produção da costura dos airbags e dos cintos de segurança”, explica o empresário. A marca, que cresceu 35% em 2018, projeta avançar em faturamento e no quadro de funcionários mais 25% neste ano. Para a presidente da Acic Jovem, Natália Pimentel, há duas características na nova geração de empresários que contribuem para que seus negócios cresçam e atravessem fronteiras. “São pessoas muito engajadas em movimentos que podem fortalecer a classe empresarial, com forte networking, abertos ao associativismo e com grandes experiências de benchmarking. É uma geração comprometida em trazer novidades para o mercado que façam diferencial na vida das pessoas, não só em vender produtos e serviços”. Ela avalia ainda que há uma aposta em modelos de gestão mais horizontalizados, que promovam mais interação de pessoas, equipes, clientes e fornecedores. Medidas que contribuem para o surgimento de inovações e, consequentemente, para a geração de mais valor agregado aos produtos e serviços do polo caruaruense. *Rafael Dantas é repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com) e assina a coluna Gente & Negócios . VEJA TAMBÉM http://revista.algomais.com/economia/jovens-empresarios-inovam-no-polo-do-agreste  

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Caruaru: tendências globais nos negócios locais

*Por Rafael Dantas A nova geração de empresários caruaruense está antenada com as mudanças no padrão de consumo globais. Muitos deles já preparam seus negócios de olho nas tendências apontadas pelo mercado, enquanto outros empreendedores investem em serviços conectados com os novos desejos dos consumidores. A economia criativa, setor em crescimento no mundo inteiro, tem seu espaço no Armazém da Criatividade. De acordo com Perseu Bastos, coordenador de inovação e novos negócios da instituição, a estrutura tem atraído jovens empresários atuantes no mercado ou iniciando a sua carreira. “Em nosso coworking temos 336 inscritos, atuando nas áreas de audiovisual e games (5,7%), comunicação e marketing (16,6%), economia criativa (9,5%), negócios e gestão (29,4%), moda (11,4%), tecnologias da informação (14,2%) e qualificação e educação (13,3%). No empresarial as áreas vão de energia solar à fábrica de software, passando por agência de modelos, estúdios de design e marketing digital”, exemplifica o diretor. Ele lembra ainda que na incubação o Armazém já apoiou negócios de cidades inteligentes, moda, games, design, saúde e outros serviços inovadores. A procura da população por um serviço de saúde que promova um estilo de vida saudável foi o nicho explorado pelo Instituto Victor Hugo. "A abordagem holística tem sido uma tendência global. O instituto é mais que uma clínica, é um espaço de convivência de pessoas em busca de qualidade de vida, saúde, atenção para além do diagnóstico de uma doença", afirma o jovem médico Victor Hugo Costa. “Nossa filosofia é trabalhar com poucos atendimentos por dia e consultas mais amplas, respeitando o conhecimento do paciente e a sua autonomia. Hoje eles são clientes empoderados de informação, bem diferente de uma década atrás”, constata o médico. Quem também está moldando seus negócios para as novas tendências do comércio é Luverson Ferreira, que dirige o Shopping Difusora. Com 10 anos de operações, o mall tem um fluxo diário entre 25 mil e 30 mil pessoas. É um empreendimento maduro, mas enfrenta um cenário futuro de muitas mudanças no consumo do varejo com o impacto do e-commerce. “O grande desafio é entender a transformação digital. Não apenas a tecnológica, mas a forma de pensar do cliente. Para continuar sendo relevante para a nova realidade é preciso renovar a forma de se vender como shopping center. Seguir sendo atrativo para as pessoas em tempos de comércio eletrônico”, afirma Luverson. A mudança no perfil de consumo e o desenvolvimento do mercado imobiliário na região aumentaram a demanda por serviços de arquitetura. De olho nesse segmento, Cleyton Alisson, Flávio Roberto, Nataiane Florêncio e Rayanne Porto fundaram, há dois anos, o 4 AU Arquitetura. A ideia do negócio surgiu de uma disciplina da faculdade em que um trabalho era simular uma empresa. . “Caruaru está crescendo bem rápido e abrindo a cabeça das pessoas para necessidade de investir em arquitetura. Queremos ser referência na cidade e na região”, planeja Nataiane. No portfólio da empresa estão residenciais, interiores, comércios, uma padaria, um pet shop, entre outros. A empresa foi a responsável pelo projeto arquitetônico e de interiores da CBN Caruaru e também da sede da emissora no Recife. A Chérie Cereja, loja e fábrica de moda feminina, aposta no design das peças para fortalecer a marca. A empresa, que começou na feira de Caruaru, possui hoje 15 profissionais na linha de produção e comercialização. "Estamos formalizados há 8 anos e a loja completou 5 anos. Sempre tivermos a ideia de sair feira. No começo éramos apenas a família costurando e vendendo. Hoje produzimos 2 mil peças das por mês. O diferencial é a qualidade, com modelos atualizados e um giro muito rápido. Há uma identidade da marca", afirma a empresária Natália Rocha. Além do investimento em design, a empresa está apostando em outra tendência global, que é o comércio eletrônico. "Em 2019  queremos entrar no e-commerce. Já faz um tempo que estamos nos organizando para isso", comenta a empresária. *Rafael Dantas é repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com) e assina a coluna Gente & Negócios

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Revista Algomais em duas finais do Prêmio Urbana 2019

A série de reportagens Transporte Pública e Cidadania, do jornalista Rafael Dantas, e a matéria Apaixonados por Ônibus, da universitária Laís Arcanjo, publicadas na Revista Algomais, são finalistas da 15ª edição do Prêmio Urbana 2019. A premiação, que  destaca pautas construídas em temas como mobilidade, transporte público e desenvolvimento urbano, é organizada pelo Urbana-PE (Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Pernambuco), em parceria com o Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco (SinjoPE). O trabalho "Transporte Público e Cidadania" concorre na categoria Série de Reportagens Impressas. As matérias foram publicadas entre os meses de abril e julho de 2018, discutindo questões relacionadas a melhoria da qualidade de vida urbana das cidades. Confira as reportagens nos links a seguir: http://revista.algomais.com/urbanismo/cidade-para-carros-ou-para-pessoas http://revista.algomais.com/urbanismo/o-transito-que-adoece-as-cidades http://revista.algomais.com/sem-categoria/avancos-e-desafios-apos-4-anos-do-brt-na-regiao-metropolitana-do-recife http://revista.algomais.com/exclusivas/inovacao-para-o-passageiro   A matéria "Apaixonados por Ônibus", finalista na categoria estudante, apresentou um grupo de buzólogos, fãs do transporte público, que colecionam fotos, brinquedos e souvenirs de ônibus. Confira a reportagem no link a seguir. http://revista.algomais.com/noticias/apaixonados-por-onibus Os vencedores serão anunciados em evento no próximo dia 22 de maio, no Armazém Blun’elle. A Algomais foi premiada nas duas últimas edições do Prêmio Urbana-PE de Jornalismo.  

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Recife ganha novo espaço cultural na quinta-feira

Recife ganha neste mês a Casa do Derby, um conjunto criativo onde as artes plásticas e as artes gráficas são as protagonistas. Casa dos anos 1930, na Praça do Derby, com térreo e primeiro andar, abriga o espaço. Em um só local convivem uma galeria de arte, a Galeria Quadrado; uma escola de pintura e desenho, a Qubo Escola; e um espaço para venda de obras originais, objetos de design e materiais de desenho artístico, a Qubo Loja. Há, ainda, o Café Cartum, um espaço para bate-papos e eventos. A inauguração da Casa do Derby acontece no dia 16 de maio, às 19 horas, com a exposição I Quadrado Internacional de Gravura, em homenagem ao mestre Hélio Soares, um dos nomes mais emblemáticos da litografia do Brasil. “A ideia da Casa do Derby surgiu da convergência de vários impulsos, reunindo vocações e interesses que se complementam”, explica um dos idealizadores, Eduardo Henriques, que identificou a oportunidade de mobilizar o espaço para o segmento artístico e cultural. Completam o time inicial mais quatro cabeças conhecidas no meio das artes plásticas no Recife: a historiadora Tarsila Myrtle, os cartunistas Ronaldo e Samuca e o marchand Roberto Nóbrega, conhecido galerista no circuito nacional. Mas nem só de artes plásticas, seu conceito original, a Casa do Derby quer viver. A ideia é também agregar outras formas de expressão artística. “A Casa do Derby é um projeto em permanente construção, um conceito aberto às influências que possa receber, de todos que venham a frequentá-la, com suas ideias e procuras. Nessa linha, a galeria pode se transformar em sala de música e encontros literários, assim como o terraço estará aberto para um bate-papo, experimentar e degustar sabores”, explica Samuca. A Galeria Quadrado O principal espaço da Casa do Derby é a Galeria Quadrado. Instalada no 1º andar, ocupa um salão quadrado de 100m2, aberto para exposições de artes plásticas, artes gráficas e fotografias de artistas pernambucanos, de outros Estados e estrangeiros. A exposição inaugural é o I Quadrado Internacional de Gravura que se junta ao Coletivo Ita-Quatiara e oferece uma exposição coletiva com uma seleção de artistas nacionais e mexicanos, incursionando pelas várias técnicas da gravura, especialmente a litografia (processo que consiste em imprimir sobre papel, com uma prensa, texto ou desenho feito com tinta sobre uma superfície calcária ou uma placa metálica, geralmente de zinco ou alumínio). O I Quadrado Internacional de Gravura será uma homenagem ao mestre Hélio Soares, uma referência e um dos nomes mais emblemáticos da litografia do Brasil. E a ideia é que o Quadrado aconteça todos os anos. A curadoria da exposição é de Rennat Said, diretor e também um dos fundadores do Coletivo Ita-Quatiara, juntamente com José Rodrigues, funcionário da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), lotado na Pró-Reitoria de Extensão. Mestre Helio Soares é fundador da Oficina Guaianases de Gravura e, hoje, um dos nomes também à frente do Coletivo Ita-Quatiara, que funciona do Centro de Artes e Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco (CAC-UFPE). Em plena atividade e vigor artístico, ele acumula 55 anos dedicados exclusivamente à arte da litogravura. Por ele já foram impressas obras de grandes artistas de Pernambuco, como João Câmara e Aloísio Magalhães. “Para representar a excelência da gravura pernambucana de Gilvan Samico, da Geração Guaianases como também de nossos mestres gravadores populares a exemplo de J.Borges, Dila, Costa Leite e Marcelo Soares, escolhemos homenagear a lendária figura do impressor litógrafo e artista Hélio Soares dos Santos”, ressalta Tarsila Myrtle, uma das empreendedoras da Casa do Derby. Também integrando a exposição a Nova Grafika Mexicana, a partir de uma seleção de premiados artistas contemporâneos da Cidade do México (Eduardo Robledo, Jorge Noguez, Maria Luiza Estrada e Kalako), de Oaxaca (Eric Pov e José Martinez), de Guanajuato (Jainite Silvestre e El Pinche Grabador) e de Zacatecas (Alberto Ordaz). Em suas obras, estão presentes desde simbologias que tratam da morte, inspiradas nas gravuras de José Guadalupe Posadas e nas culturas de povos pré-hispânicos, a questões que remetem à cosmovisão dualista da Mesoamérica e de elementos contemporâneos. “Não é fácil definir a gráfica mexicana com palavras, por isso fomos buscar gravadores de norte a sul daquele país, para exemplificar esse discurso gráfico extremamente atual, fantástico e inspirador”, explica Rennat Said. A Qubo Loja Na Qubo Loja pode-se encontrar objetos utilitários e itens para presentes, derivados da produção de artistas e exposições e mostras da Casa do Derby, como camisas, pequenos quadros, reproduções, entre outras peças de design. Também deverá vender alguns materiais para artistas, como papéis e tintas especiais. A Qubo Escola O foco da Qubo Escola é fomentar o desenvolvimento da arte, com cursos de aquarela, quadrinhos, desenho de humor, cartum, caricaturas, perspectiva, cortes e modelagem, para um público a partir de 8 anos. Será uma escola de artes gráficas. Café Cartum Na área externa, com vista para o jardim, o Café Cartum é o lugar para ler, bater papo, ver uma exibição, uma performance, degustar e se divertir, tomando uma cerveja artesanal ou um café. Deve, também, dialogar com outras áreas artísticas, abrigando eventos como o lançamento de livros e apresentações musicais. Tem tudo para se tornar um ponto de encontro na cidade, já que o Derby fica em uma área central do Recife, com fácil acesso de carro, ônibus, bicicleta. Serviço: Casa do Derby Praça do Derby, 109, Derby, Recife-PE Inauguração Dia 16 de maio de 2019, às 19 horas, com o I Quadrado Internacional de Gravura, uma exposição coletiva com artistas locais e do México, em homenagem ao Mestre Hélio Soares. Horário de funcionamento da Casa do Derby Galeria Quadrado + Cartum Café + Qubo Loja Segunda a sábado Das 14 horas às 20 horas *Horário sujeito a ampliação de acordo com a agenda Qubo Escola Segunda a sábado Das 9 horas às 12 horas *Horário sujeito a ampliação de acordo com a agenda Domingo: Fechado. Entrada gratuita.

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Vendas do Dias das Mães crescem apenas 0,11%

A lenta recuperação da economia frustrou a expectativa de um crescimento mais vigoroso do varejo para o Dia das Mães de 2019. O volume de vendas a prazo na semana anterior à data (entre os dias 5 a 11 de maio) apresentou uma pequena alta de 0,11% na comparação com o mesmo período do ano passado. Este ano, mais da metade (65%) dos consumidores planejavam pagar os presentes à vista em vez de parcelar as compras. Em 2018, as vendas haviam crescido 4,36%, após acumularem três anos consecutivos de queda: -0,91% (2017), -10,88% (2016) e -2,82% (2015), respectivamente. Os dados são da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Na avaliação do presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, o resultado reflete o cenário de dificuldades para a consolidação da retomada da economia. “Ainda há muitos obstáculos a serem enfrentados, o que de certa forma vem frustrando a expectativa de uma recuperação mais forte no volume de vendas em datas comemorativas. E esse crescimento tímido nos resultados do Dia das Mães, segunda data mais importante para o comércio, não foi suficiente para retornarmos ao patamar de crescimento anterior à crise econômica”, destaca Pellizzaro Junior. Metodologia O Indicador de Vendas a prazo em datas comemorativas é construído a partir das consultas de CPFs feitas nas bases de dados que o SPC Brasil tem acesso. As consultas de CPF indicam a intenção de compra a prazo do consumidor e podem resultar, ou não, na efetivação da venda. Para a construção do Indicador, considera-se apenas as consultas feitas pelo setor de Comércio Varejista nos sete dias anteriores ao domingo de Dia das Mães, sem considerar o domingo de fato.  

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