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Mesa farta no período junino

Há quem goste do São João porque é nesta época quando se escuta com mais frequência o arrasta-pé ou um forró modernizado. Há pessoas que curtem a festa pela tradição das quadrilhas juninas, pelas ruas do bairro estarem mais coloridas com as bandeirolas ou ainda pelo viés religioso. Mas, a comemoração não seria a mesma sem as famosas e saborosas comidas típicas. Neste período muitos estabelecimentos comerciais, de olho na data, já começaram a confecção dos seus produtos para atender a grande demanda da clientela. Confira algumas opções de lugares. Pães & Delícias No coração da Capital do Forró, a Pães e Delícias costuma se se preparar com antecedência para o período junino. “A comida típica é quase que obrigatória nesta época do ano. A gente intensifica a produção e não dá férias aos funcionários para suprir a demanda”, explica Mário Germano, gerente do estabelecimento. Na verdade, a padaria fabrica pratos juninos durante todo o ano, mas nos meses antes do São João a produção é diária e no período junino chega a triplicar. No cardápio é possível encontrar, entre as opções, pamonha, canjica, bolo pé de moleque, bolo de milho, bolo de tapioca, bolo Souza Leão (tradicional iguaria à base de mandioca e leite de coco) e bolo de queijo. A faixa de preço varia entre R$ 30 e R$ 35, sendo o mais vendido o bolo pé de moleque (R$ 33,90). O doce não contém glúten e nem corante, e é feito de açúcar mascavo e castanha, servido no formato retangular e redondo. Parada obrigatória de turistas, a casa recebe visitantes que vão para conhecer os quitutes, além dos clientes tradicionais que estão acostumados a comprar na Pães & Delícias. “Na maioria das vezes são donas de casa, que compram os produtos para compor a mesa”, conta Germano. Quem estiver programando conhecer a cidade de Caruaru no dia de São João, a padaria irá funcionar no expediente normal. Padaria Nova Armada Não é só na época do São João que a padaria produz os alimentos consumidos nos festejos juninos, deixa claro a sócia Manoela Villaça. Mas neste período, há um aumento na produção desses pratos típicos. “Os funcionários chegam a virar a noite confeccionando as comidas”, ressalta a sócia. Entre os alimentos vendidos estão o milho cozido, pamonha, canjica (a dica de ouro para os clientes é que tragam a própria travessa para ganhar desconto), bolo de macaxeira com queijo coalho ou coco queimado, bolo de milho e demais bolos tradicionais pernambucanos. Todas as comidas são feitas diariamente na fábrica da padaria e há opções de tamanhos variados. A média de preço é de R$ 33 o quilo. Assim como acontece na Pães & Delícias, o mais procurado no dia de São João é o pé de moleque. A sócia conta que chega a sair 200 kg do produto por dia e na semana cerca de 500 kg. “Recebemos muitas demandas de empresas que vão fazer alguma confraternização e solicitam os nossos produtos”, conta Manoela. Os bolos, no lugar do trigo, recebem a farinha de mandioca e em vez do açúcar tradicional são adoçados com o mascavo. A padaria ainda oferece versões diet do bolo pé de moleque, bolo de mandioca e da pamonha com adoçante para quem não quer abrir mão de comer doce e nem ficar com a consciência pesada. O preço dos bolos custa R$ 37 e a pamonha R$ 6. Grandão do Queijo Conhecido pela grande variedade de queijos (minas, coalho, manteiga, do reino, entre outros) o estabelecimento também aproveita os festejos juninos para investir na produção de comidas típicas. É o único boxe do Mercado de Casa Amarela a oferecer os quitutes de São João e, nesta época, para dar conta da demanda, o número de funcionários aumenta em até seis vezes. A pamonha (R$ 5) e a canjica (R$ 5 o pote de 300g), que não fazem parte do mix diário da casa, nesta época são colocadas à venda. Mais de mil pamonhas são vendidas neste período e cerca de 30 a 40 kg a mais de bolos. A maioria dos produtos vem da cidade de Carpina. Entre as opções estão o bolo de milho (R$ 25), bolo de macaxeira (R$25), bolo pé de moleque (R$ 35) e bolo de rolo mini (R$ 7). A espiga de milho não é vendida em razão do pequeno espaço do box, mas a sócia Andreza Cortez avisa que pode ser vendido por encomenda. “Muitas das solicitações partem de empresários, que moram e trabalham próximo ao mercado ou de clientes residentes nos bairros de Casa Amarela, da Jaqueira, Boa Viagem, Casa Forte e Parnamirim”, informa. Serviço: Pães e Delícias - Praça Deputado Henrique Pinto, 66 - N.S. das Dores, Caruaru; (81) 3723-3300. Nova Armada - Rua Conde de Irajá, 393, Torre, Recife, (81) 3227-1812. Grandão do Queijo - Rua Padre Lemos, s/n - Casa Amarela, Recife;. (81) 3442-5335. *No período de São João os horários estão sujeitos a alteração. *Por Paulo Ricardo Mendes (algomais@algomais.com)

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A magia defumada das Rouchbiers

Sabemos que não existem mais limites quando se diz respeito ao universo do mercado de cervejas. Já vimos de cervejas exóticas feitas com águas de icebergs ou com insumos extravagantes como formigas. Mas nem tanto ao céu, nem tanto à terra, não é? Mas você já experimentou uma cerveja “defumada”, com aquele típico aroma de bacon ou linguiça? Pois é, elas existem sim e tem muitos apreciadores no mundo cervejeiro. Como se sabe, o processo de defumo dos alimentos, e que está presente em carnes e embutidos, é usado com o intuito de aumentar sua durabilidade. O que pode atingir anos. Isso porque a fumaça faz o papel de bactericida e ainda “empresta” o seu sabor aos alimentos, dando-lhes uma característica extremamente peculiar. O seu nome vem do alemão e são conhecidas como “Rauchbier”. Então “Raunch” quer dizer “fumaça” e  “Bier”, cerveja. Existem muitas histórias de como surgiram as também chamadas Smoked Beers. Em uma delas é que houve um incêndio em uma cervejaria, onde o malte foi contaminado pela fumaça, fazendo com que o mesmo ficasse defumado, como o cervejeiro tinha pouco recursos, resolveu mesmo assim produzir a bebida. Para sua surpresa a novidade caiu no gosto de quem a experimentou. O que sabemos com certeza é que sua origem vem da era pré-moderna. Isso porque os primeiros fabricantes de cerveja utilizavam o sol ou o fogo gerado pela queima da madeira para secar o malte. Tal ação chancelava o toque defumado no produto produzido. Com a industrialização foram desenvolvidas técnicas ainda mais novas, baseadas em combustíveis fósseis (carvão e óleo). Esses processos eram mais simples e baratos e livravam o produto malteado do contato com a fumaça. Mesmo assim algumas cervejarias mantiveram a antiga tradição como na cidade de Bamberg, como por exemplo a Schlenkerla que produz a Aecht Schlenkerla Rauchbier. A bebida tem coloração castanho avermelhado e o malte é secado de forma tradicional proporcionando assim fortes notas defumadas e com características muito marcantes. No Brasil, a cervejaria Bamberg produz uma das melhores Rauchbiers que provei, a Bamberg Rauchbier onde os maltes passam por defumação em fornos à lenha, além de “casar” muito bem com pratos intensos como embutidos, porco e feijoada. Este estilo da bebida a harmonização é por semelhança. Linguiças e carnes defumadas tornam a experiência intensa e memorável. Se você nunca provou uma cerveja do estilo Rauchbier, aconselho que não perca tempo, é com certeza uma experiência bastante curiosa e de uma riqueza sensorial incrível.  Confira! *Rivaldo Neto é designer e apreciador de boas cervejas (neto@algomais.com)

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Orgânicos: mercado que ajuda a preservar o meio ambiente

O mercado de produtos orgânicos no Brasil não sabe o que é crise. Com um faturamento em 2017 de R$ 3,5 bilhões, o segmento cresce numa média de 20% ao ano, de acordo com pesquisa realizada pelo Organis (Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável). Em Pernambuco, 16% da população urbana já consome alimentos e bebidas produzidos sem agrotóxicos. Embora os benefícios à saúde sejam a principal motivação dos consumidores (64%), há outro grande motivo que impulsiona a demanda: a proteção do meio ambiente. A eliminação da presença de venenos no processo produtivo e uma série de práticas sustentáveis que imitam a natureza contribuem para a preservação e para a recuperação dos ecossistemas. O agricultor Sebastião Pessoa, 38 anos, morador da zona rural do município de Pombos, começou há oito anos a cultivar orgânicos por um processo de transição agroecológica. A agroecologia é uma ciência, prática social e filosofia de vida que propõe a criação de ecossistemas produtivos que preservem a natureza e sejam socialmente justos e economicamente viáveis. Ele deixou os métodos tradicionais de cultivos, como queimadas, uso de agrotóxicos e adubos químicos, e mergulhou nesse movimento que está em expansão. “Produzir de forma orgânica é uma transformação de vida. Deixar de trabalhar com um produto que está lhe 'ofendendo' e passar a respeitar mais a natureza é uma mudança muito grande”, conta. Hoje ele comercializa toda a sua produção nas feirinhas da Beira Rio e da Ampla, ambas no bairro da Torre, e no Colégio Apoio, em Casa Amarela. A cada ano produtores da agricultura familiar com cultivos orgânicos ou de base agroecológica, como Sebastião, têm-se deparado com um público maior de clientes. O aumento do consumo dos recifenses por esses produtos pode ser medido pelo crescimento das feirinhas segmentadas. São 30 em funcionamento na cidade de acordo com o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor. As primeiras foram criadas em bairros de classes média e alta da capital, mas hoje já começam a chegar nas periferias e em cidades da região metropolitana e do interior. A administradora Paula Gomes frequenta há cinco anos as feirinhas, principalmente em Casa Forte e em Santo Amaro. Além de frutas, verduras e legumes, a sua lista de compras inclui pães, bolachas e produtos de higiene pessoal, como desodorantes, sabonetes e cremes dentais. “O fator principal que me levou para esse tipo de consumo foi a saúde. Depois percebi outros benefícios, como o de incentivar a agricultura mais sustentável, sem o uso de pesticidas”. Ela destaca também o valor social desse tipo de consumo, que contribui para a geração de renda na agricultura familiar. “Muitos produtores falam que tendo essa venda garantida, eles evitam que seus filhos queiram sair do campo para a cidade. Acaba sendo um incentivo aos pequenos agricultores”, justifica Paula. Como os produtores que frequentam esses espaços são de municípios com no máximo 120 quilômetros de distância da capital, o primeiro benefício ao meio ambiente é a redução da geração de gases poluentes na logística de distribuição. Abreu e Lima, Igarassu, Vitória de Santo Antão, Gravatá e Glória do Goitá são a origem de vários produtores de orgânicos que comercializam na Região Metropolitana do Recife. A vantagem ambiental mais conhecida da produção desses alimentos, no entanto, é a eliminação de agrotóxicos no plantio, que contaminam diretamente o solo. De acordo com o coordenador da Comissão de Produção Orgânica de Pernambuco (Cporg-PE) e assessor de comercialização da agricultura familiar do Centro Sabiá, Davi Fantuzzi, o uso desses venenos degrada os solos e reduz a sua fertilidade. Quando associados à monocultura, reduzem também a biodiversidade. Além da própria contaminação dos lençóis freáticos, Fantuzzi afirma que esses sistemas convencionais, ao se tornarem ineficientes, demandam o uso excessivo de recursos hídricos. Segundo a ANA (Agência Nacional das Águas), 72% da água captada no País destina-se à agricultura. “O plantio convencional luta contra a natureza o tempo todo, enquanto na perspectiva agroecológica procuramos imitar os processos naturais. Os sistemas convencionais tratam o solo como uma bucha, retirando deles o máximo, sem repor seus nutrientes com outras plantas. Não há um componente florestal que ajude a manter água no sistema e isso faz com que sempre seja necessário mais recursos hídricos para produção”, afirma o coordenador da Cporg-PE. Para reverter esse cenário, diversas instituições têm atuado na formação dos homens do campo para capacitá-los a produzir numa perspectiva sustentável. Um processo educativo que se complicou nos últimos anos, após a redução drástica de recursos para a extensão rural no País. Há também ações para conscientizar consumidores e facilitar o acesso a esses produtos. Além das feirinhas, várias lojas se especializaram na venda de orgânico e até mesmo grandes redes de supermercados aumentaram seu espaço dedicado a esses alimentos. O Serta (Serviço de Tecnologia Alternativa) é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público de referência há 25 anos em formação agroecológica em Glória do Goitá. De acordo com o permacultor e professor da instituição Roberto Mendes os agricultores que atuam dentro dos princípios da agroecologia, além de excluir o uso de agrotóxicos, conseguem uma regeneração do ecossistema das suas propriedades. “Os sistemas agroecológicos tentam restaurar a paisagem anterior e toda a harmonia que existia dentro do ambiente. Os solos começam em processo de recuperação, podendo acumular mais água e minerais. Criam-se microclimas que melhoram o conforto térmico para animais, plantas e para as pessoas”, explica Mendes. Com esse equilíbrio, as propriedades, segundo o permacultor, conseguem ser mais produtivas e geram alimentos de maior qualidade. Técnico em agroecologia, o agrônomo Arlan Clímaco está iniciando um sistema agroflorestal em sua propriedade, no município de Vitória de Santo Antão. Atualmente ele e sua família já comercializam ovos de galinha de capoeira e produzem para consumo próprio macaxeira, acerola, limão, banana, entre outras culturas. “Quando fiz a universidade não aprendi muito sobre agricultura familiar e orgânica, que passei a conhecer, de fato, no Serta e nos estágios. Estamos em transição. Meu projeto é reflorestar tudo aqui, ver ressurgir as nascentes, com um plantio diversificado. Recuperando o solo, o

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Pesquisa E&E aponta temas estratégicos para a logística em Pernambuco

Diante de uma das eleições mais indefinidas da história em âmbito nacional e local, a pesquisa Empresas & Empresário pautou alguns assuntos estratégicos para o desenvolvimento do Estado nos próximos anos e que não podem deixar de ser tratados até o pleito eleitoral de outubro. O primeiro bloco temático proposto pelo corpo técnico do estudo, que é realizado pela TGI e INTG, com patrocínio do Governo de Pernambuco, é sobre Logística e Transportes. Ouvimos especialistas para analisar quatro questões consideradas fundamentais dentro desse tema: a estadualização da gestão do Porto de Suape, a construção do Arco Metropolitano, a conclusão da Transnordestina e a expansão do Metrô na Região Metropolitana. "Esses pontos são muito relevantes para a economia e a qualidade de vida dos pernambucanos. O Estado tem uma posição geográfica estratégica, mas para usufruir melhor dela é preciso de investimentos nessas áreas", afirma o coordenador da pesquisa Ricardo de Almeida. Considerado um dos principais ativos do Estado, Suape é alvo de preocupação das autoridades devido à centralização da gestão dos portos do Brasil, em vigor desde 2013. A MP dos Portos, que foi aprovada ainda na gestão da presidente Dilma Rousseff, na análise dos especialistas, paralisou a atração de novos investimentos que permitem a contínua modernização e expansão do complexo portuário. De acordo com o consultor e ex-presidente de Suape, Sérgio Kano, apesar do terminal marítimo sempre ter tido a supervisão do Ministério dos Portos, era responsabilidade do Governo de Pernambuco o planejamento, a organização e a realização das licitações. “Há cinco anos o complexo portuário ficou de mãos atadas. É urgente voltar a ter o comando do planejamento estratégico do porto para poder consolidar de vez a sua posição de destaque nas rotas nacionais e internacionais”. A movimentação de cargas segue crescendo devido aos investimentos feitos no passado. Em 2017 um total de 23,8 milhões de toneladas de cargas embarcaram ou desembarcaram em Suape. O desempenho superou 2016 em 4,7%, com destaque para a maior circulação de contêineres e veículos, que avançou respectivamente 18,9% e 46%. “Novos investimentos precisam ser feitos antes de esgotar a capacidade”, defende Kano. O presidente Temer, segundo o deputado federal Tadeu Alencar, prometeu em três ocasiões reverter a federalização da gestão dos portos. Em todas as situações, motivações político-partidárias teriam feito o Governo Federal desistir. “Sofremos claramente retaliação política. Nada justifica essa centralidade que fez o setor portuário perder a sua velocidade”, critica Alencar. O deputado, porém, é otimista quanto à retomada da autonomia do porto num horizonte próximo. “Acredito que a partir de 2019 viveremos um tempo diferente, com um presidente com legitimidade popular, que tenderá a ter outro tipo de relação com a população e com os Estados. E temos certeza de que essa será uma pauta para reunir as forças políticas do Estado”. ARCO METROPOLITANO Com o crescimento industrial em Pernambuco, em especial em Suape, o Estado passou a incentivar a descentralização de alguns investimentos, como no caso do polo automotivo e do farmacoquímico, que seguiram para a Mata Norte. Um cenário que exigia uma grande obra de infraestrutura viária que não passasse por dentro do Recife, que era o Arco Metropolitano. O planejamento, que previa o início das obras em 2013, nunca saiu do papel. O economista e sócio da CEDES Consultoria e Planejamento Ecio Costa ressalta a necessidade dessa obra para garantir competitividade aos polos industriais e melhorar a mobilidade urbana da população da Região Metropolitana do Recife (RMR), que passou a dividir a BR-101 com um volume muito maior de caminhões. O trecho mais crítico é a travessia da cidade de Abreu e Lima, mas os efeitos do aumento da movimentação de veículos são sentidos em quase toda a RMR. “A BR-101, que até pouco tempo estava sucateada, corta uma área altamente urbanizada, atrapalhando a fluidez dos veículos para Suape. A implantação do Arco facilitaria o escoamento de produtos no Estado, aumentando a segurança e a velocidade dessa logística e do transporte de pessoas”, afirma. O economista lembra que essa é uma demanda antiga do setor industrial. Ela foi, inclusive, uma das argumentações para convencer a instalação do parque industrial da Jeep Chrysler em Goiana. A viabilização do investimento do Arco chegou a ser discutida por meio de uma parceria público privada. "No entanto, o cenário ainda de saída de crise e a proximidade do pleito eleitoral empurraram essa pauta para a próxima gestão", recorda Ecio. No ano passado o ministro Moreira Franco, que na época estava na pasta da Secretaria-Geral da Presidência, informou que a obra seria financiada com recursos do próprio Governo Federal. Três meses depois os planos mudaram e o presidente Michel Temer incluiu o projeto no Programa Nacional de Desestatização. Sem andamentos ou previsões, a obra será mais um dos desafios para serem destravados politicamente a partir de 2019. TRANSNORDESTINA Outro empreendimento bilionário considerado prioridade pelo corpo técnico da E&E, a Transnordestina também tem intensa relação com o principal porto pernambucano. A obra, com mais de 1,7 mil quilômetros de extensão, tem o objetivo de ligar Eliseu Martins, no Piauí, até os Portos de Suape e de Pecém, no Ceará. Os investimentos ultrapassaram a marca dos R$ 6 bilhões. Para a continuidade do trajeto o Governo Federal estaria em busca de parceiros para aportar recursos para o término da construção da ferrovia. “Esse modal de transporte de cargas é muito pouco investido no País, que historicamente apostou no rodoviário. As ferrovias demandam um investimento elevado de implantação, mas custos baixos de manutenção”, afirma Ecio. Mais que a questão dos custos, essa nova infraestrutura teria impacto direto na competitividade industrial. “É relevante considerar que nesse modal é mais difícil acontecer roubo de cargas, um problema que tem crescido muito com o aumento da violência urbana. Além disso, a Transnordestina interioriza o desenvolvimento econômico do Nordeste, ao tornar as atividades industriais do Agreste e Sertão mais competitivas. Hoje produtos como gesso e granito não são exportados, pois o custo de transporte é muito elevado”, aponta. Além das exportações, esse canal contribuiria também para melhorar a

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6 fotos da Rua do Bom Jesus antigamente

Uma das mais charmosas vias púbicas do Recife, abrigando prédios históricos, como a primeira sinagora das américas (a Sinagoga Kahal Zur Israel), a Rua do Bom Jesus é o destaque da coluna Pernambuco de Antigamente, Para Lúcia Gaspar, bibliotecária da Fundaj: "Desde o tempo da ocupação holandesa, a Rua do Bom Jesus era a mais importante do Bairro do Recife, possivelmente em decorrência de seu traçado natural de velha estrada, que conduzia viajantes procedentes de Olinda". Confira abaixo as imagens da Villa Digital (Fundaj) 1. Cortejo na Rua do Bom Jesus, em 1894 (Fotografia adquirida pelo museu do açúcar a Benício Dias em 1963) 2. Rua do Bom Jesus - é possível ver a Torre Malacoff no final da imagem 3. Caminhante solitário na Rua do Bom Jesus, em 1899 4. Trilhos na Rua do Bom Jesus. No primeiro plano, na sombra, um transporte de tração animal trafegando na via. 5. Carros antigos na Rua do Bom Jesus, em 1940. 6. Cartão Postal da Rua do Bom Jesus (Acervo Josebias Bandeira) *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com)

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Brasil perde mais de 430 mil empregos na construção entre 2015 e 2016

A crise econômica que atingiu o país nos últimos anos levou a indústria da construção a perder 432 mil empregos formais entre 2015 e 2016, uma retração de 19% que se deu em todos os segmentos, principalmente na infraestrutura, onde o recuo foi de 15%. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou hoje (7), no Rio de Janeiro, a Pesquisa Anual da Indústria da Construção 2016 (Paic). O estudo indica que, naquele ano, a atividade da construção somou R$ 318,7 bilhões em incorporações, obras e serviços da construção. O valor das obras e serviços da construção atingiu R$ 299,1 bilhões, sendo que 31,5% provenientes de obras contratadas por entidades públicas (R$ 94,1 bilhões) e o restante por pessoas físicas e/ou entidades privadas. As empresas ativas da indústria da construção com mais de uma pessoa ocupada totalizaram 127 mil, ocupando cerca de dois milhões de pessoas em 2016. O gasto com salários, retiradas e outras remunerações atingiu R$ 58,5 bilhões e o salário médio mensal pago na atividade foi de R$ 2.235,2. Para o gerente da pesquisa, José Carlos Guabyraba, em 2016, “vários setores reduziram muito as suas atividades e o que mais sofreu foi o de infraestrutura com menor aporte e redução drástica de investimentos, principalmente do estado, que parou ou diminuiu os investimentos principalmente nas usinas, rodovias e ferrovias, o que vinha sendo mantido pelos governos anteriores a 2016”. “Foi um fenômeno que atingiu todos os níveis de empresas com cinco ou mais empregados ou com menos de cinco, com a média de redução entre elas registrando uma recuo de 15%”. Ainda assim, em 2016, a atividade de obras de infraestrutura foi a que anotou a maior média de pessoal ocupado por empresa (45) e o maior salário médio (3,3 salários mínimos mensais), ambos acima da média do total da indústria da construção. O IBGE destaca que, entre os produtos e/ou serviços oferecidos pelas empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas, as obras residenciais foram as que mais ganharam participação no ranking, passando da quinta posição (15,1%) em 2007 para a primeira (26,7%), em 2016. A construção de rodovias, ferrovias, obras urbanas e obras de arte especiais, que representava a primeira colocação em 2007 (21,4%), caiu para a segunda posição 18,4% em 2016. Importante fonte de dados setoriais para compreender o segmento empresarial da atividade da construção no país, a Paic é realizada pelo IBGE desde 1990. As informações são indispensáveis para a análise e o planejamento econômico de empresas do setor privado e dos diferentes níveis de governo. Obras de infraestrutura Praticamente no auge da crise econômica do país, refletida na queda do Produto Interno Bruto (PIB - a soma de todas as riquezas produzidas no país), foi o setor de infraestrutura, altamente dependente de investimentos públicos, o que mais sofreu com a falta de recursos e a suspensão de investimentos importantes para o setor. Os dados da pesquisa indicam que, entre 2007 e 2016, houve uma queda da participação das obras de infraestrutura, que passaram de 45,6% em 2007 para 29,5% no valor adicionado desse setor, enquanto crescia a participação da construção de edifícios (de 39,7% para 45,9%); e dos serviços especializados (de 19% para 24,6%). “Pode-se observar, por exemplo, que mesmo em relação às usinas do Norte do país [vitais para o abastecimento de energia] a construção das unidades caiu porque houve redução de investimentos, então, repito, a infraestrutura foi a que mais sentiu o baque”, disse o gerente do levantamento. “Na realidade não houve o fim das obras no Norte do país, conclui-se só uma: Belo Monte. E as outras [tiveram] seus investimentos diminuídos. Então, houve uma desaceleração das obras em decorrência da crise econômica, que é mundial, mas que afetou mais o Brasil, que tem a sua economia muito atrelada ao exterior”, explicou. Gastos com pessoal Outra constatação da pesquisa é a que indica que o principal item de custos e despesas da atividade de construção em 2007, assim como já era em 2016, foi o referente aos gastos de pessoal, que passaram de 29,1% para 32,4% dos custos do setor, entre um período e outro, uma vez que o consumo de materiais de construção teve queda de 26% para 22,6%. Mesmo sendo o segmento que, em termos reais, foi o principal item de custos e despesas do setor de construção, a massa salarial paga ao pessoal empregado registrou queda de 21% entre 2007 e 2016. “E isso se deu em razão do desemprego, que impactou na redução da massa salarial paga ao total das pessoas empregadas”, disse Guabyraba. O consumo de materiais de construção, que chegou a 26% no início do período, caiu para 22,6% em 2016. Por sua vez, as obras e/ou serviços contratados a terceiros também figuraram entre os principais custos e despesas da atividade de construção, apesar da diminuição na parcela do total, passando de 10,5% em 2007 para 9,5%, em 2016. Entre os produtos e/ou serviços oferecidos pelas empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas, as obras residenciais foram as que mais ganharam participação no ranking, passando da quinta posição (15,1%) em 2007 para a primeira (26,7%), em 2016. A construção de rodovias, ferrovias, obras urbanas e obras de arte especiais, que representavam a primeira colocação em 2007 (21,4%), caiu para a segunda posição (18,4%) em 2016. Estrutura da indústria por região Quando analisada regionalmente, os números da Pesquisa Anual da Indústria da Construção mostram que o Sudeste, apesar de ter perdido participação para as demais regiões, permaneceu como o principal representante, tanto em 2007 como em 2016, em relação ao número de pessoas ocupadas e ao valor das incorporações, obras e/ou serviços da construção, dentre as grandes regiões do Brasil. Os números indicam que o Sudeste participou com 52,4% no total de pessoal ocupado em 2007, diminuindo para 48% em 2016. Em relação ao valor das incorporações, obras e/ou serviços da construção, a mesma região detinha 56,2% no início do período analisado, passando para 51,1% no final. Foi a Região Sul,

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País à beira de um ataque de nervos (por Francisco Cunha)

A greve dos caminhoneiros mostrou a cara de um país neurastênico, como se dizia há muito tempo atrás. Estressada por uma inédita confluência de crises (econômica, política, social, ética) que parece configurar algo como uma “tempestade perfeita”, quatro meses antes das eleições presidenciais mais incertas desde a redemocratização, a sociedade reage com altas doses de histerismo e inúmeros boatos cabeludos pelas redes sociais. Defendeu-se de tudo pela internet. Desde “Intervenção Militar, Já!”, até uma “desobediência” tributária do tipo “não pague nenhum imposto até que todos os políticos corruptos sejam varridos no mapa”. Noves fora os delírios, esse comportamento parece denunciar uma espécie de exaustão da ampla maioria com o estado de coisas no qual o País mergulhou caracterizado por uma profunda descrença na classe política que não consegue mais, como se passou a dizer muito por aí, “nos representar”. Há quem diga que estamos vivendo no Brasil o fim de um longo ciclo político/econômico de 30 anos que começou, justamente, com a Nova República e caracterizou-se pelo predomínio das soluções “políticas” e pela expansão fiscal que hoje já compromete cerca de 35% do PIB de carga tributária (era de 24% quando o ciclo começou em 1987) e, com o déficit fiscal de cerca de 6% do PIB, pela apropriação de mais de 40% do PIB pelo setor público contra a prestação de serviços de qualidade que vai de ruim a muito ruim. Se esta interpretação está correta (e as indicações são cada vez mais que sim), estamos naquela situação já descrita como a pior possível, ou seja, no limbo político: momento em que todos estão insatisfeitos já que a necessária mudança ainda não se fez, o novo não surgiu, e o antigo resiste ferozmente a acabar. Seja como for, a hora é muito delicada pois as demandas e carências são maiores do que a atual capacidade política e econômica de revolvê-las. E nervos esgotados, neurastenia, estresse e raiva não são bons conselheiros para nada, em especial para resolver problemas econômicos, políticos e sociais históricos complexos, típicos do final de um ciclo longo que muito prometeu e pouco cumpriu. É preciso muita calma nesta hora. Em menos de quatro meses teremos as eleições gerais, o remédio democrático para a incerteza política. Além disso, também muito cuidado na hora de votar pois a eleição de um populista turbinará a crise com certeza absoluta.

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Gente & Negócios: desafios no rastro da crise

A mobilização dos caminhoneiros, que parou o País na semana passada, expôs algumas das fragilidades brasileiras: a dependência do modal rodoviário no transporte de mercadorias (e de passageiros). O impacto no abastecimento de combustíveis foi tão grande devido à decisão histórica e equivocada do Estado brasileiro de privilegiar o investimento em rodovias em detrimento de outros modais, como em ferrovias. O destravamento das obras da Transnordestina é um passo relevante para o início da mudança dessa cultura logística que ainda não enxerga os trilhos. A ausência da alternativa de logística por trens é um dos fatores que reduz a competitividade da economia brasileira, em especial para a produção do interior do País. Às vésperas de uma eleição presidencial, esse é um dos desafios que poderiam entrar na pauta. Usina Petribú investe em sistema de irrigação israelense A Usina Petribú, que tem o empresário Jorge Petribú como presidente do conselho, está fazendo um investimento de R$ 3,2 milhões em um sistema de irrigação por gotejamento (os valores se aproximam de R$ 5 milhões com o novo plantio da área). O primeiro trecho do projeto, previsto para ser concluído em agosto, contempla uma região de 214,5 hectares.  A nova tecnologia, que vem da empresa israelense Netafim, aumentará a capacidade de produção anual de 60 toneladas de cana de açúcar por hectare para 100 toneladas por hectare. "Já executamos 60% desse primeiro projeto. Após essa primeira etapa, o nosso planejamento é de instalar o novo sistema de irrigação por gotejamento em mais 750 hectares até 2019", afirma o gerente agrícola da usina, Cloves Rodrigues. O ganho de produtividade não é a única vantagem dessa nova tecnologia. De acordo com Cloves, com o sistema convencional de irrigação, a cada 5 anos é necessário replantar o canavial. Com a nova tecnologia um novo plantio só será necessário a cada 10 anos. Para conhecer um pouco mais da história centenária da usina, veja o vídeo abaixo, recém produzido sobre a Petribú. Multi comemora 15 anos em evento que discutirá comunicação e mercado Teresa Maciel e Patrícia Natuska comemoram os 15 anos da Multi Comunicação anunciando novidades para se adequar às mudanças do mercado. Reúnem imprensa e representantes dos seus 24 clientes para apresentar nova logo, site e posicionamento para o digital. A celebração será no restaurante Solar do Douro (JCPM), com coquetel no próximo dia 07.06 (quinta-feira). Na ocasião, elas e o consultor Francisco Cunha, da TGI, falam sobre comunicação e mercado. "Pensar nas melhores soluções de comunicação para o cliente sempre foi o nosso norte", afirma Teresa Maciel. As mudanças no setor fizeram a empresa diversificar suas atividades nos últimos anos. Hoje a equipe da Multi conta com 17 pessoas, distribuídos nas diferentes áreas de atuação da empresa. A Multi oferece serviços de assessoria de imprensa, social media, vídeos, clipping, comunicação interna e endomarketing, planejamento e consultoria em comunicação, media training, prevenção e gestão de crise, jornais e revistas. Já sentindo o início da recuperação do cenário de crise econômica nacional, Natuska destaca que o mercado já está dando sinais de melhora. "Desde o final do ano passado percebemos um aumento da procura pelos serviços de comunicação. Isso é uma mostra que esse é um investimento que já voltou para o radar das grandes, médias e até pequenas empresas e profissionais liberais". Economista da CEDEPE analisa o cenário pós-greve dos caminhoneiros Encerrada a greve dos caminhoneiros, a economia brasileira vai demorar para se recuperar completamente. Segundo Tiago Monteiro, professor de economia do Cedepe Business School, os impactos da crise dos combustíveis serão sentidos durante muito tempo ainda. “O setor agropecuário está entre os que vão se recuperar no curto e médio prazo. A indústria automotiva, por outro lado, está sofrendo grandes perdas devido à falta de matéria-prima para a produção de peças e deve demorar mais tempo para voltar ao ritmo de produção anterior à greve. E essa é uma indústria que merece atenção pois é responsável por criar uma grande quantidade de empregos no país. Isso sem contar os novos negócios que deixaram de ser fechados por causa da falta de combustível e do cancelamento de voos. Aliado a esses fatores, precisamos considerar a recuperação da economia brasileira como um todo. Para se ter uma ideia dos danos, antes dessa crise a previsão de crescimento do PIB chegava a 3%. Agora, é de 2,37%.” Rota dos Coqueiros investe em infraestrutura Só nos cinco primeiros cinco meses deste ano, a Rota dos Coqueiros – que dá acesso a praias do litoral sul e à Reserva do Paiva – está investindo R$ 1,5 milhão em manutenção da infraestrutura. Segundo o diretor-presidente da concessionária, Elias Lages, os recursos estão sendo aplicados em paisagismo – só nesse item o desembolso passa de um milhão de reais. Outra frente é na revitalização da Ponte Arquiteto Wilson Campos Júnior – que liga as cidades de Jaboatão dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho. Por ela passam cerca de 350 mil pessoas/mês, entre motoristas, motociclistas, pedestres e ciclistas. Os serviços envolvem ainda reforma e impermeabilização das cabines das duas praças de pedágio da primeira parceria Público-Privada (PPP) de Pernambuco e a primeira PPP de rodovias do País. Ping pong com Matheus Ximenes Pinho, sócio e curador da Muma Os sócios da Muma, Matheus Ximenes Pinho, Carolina Lumack e Diego Ortiz, comemoram na próxima quinta-feira (07/06) o 1° ano da Guide Shop Recife, com um happy hour para convidados a partir das 19h, na Rua Amélia, 470. Os convidados poderão prestigiar o lançamento da estampa Orquidário, assinada por Zezé Estúdio.   Vocês nasceram online e instalaram há um ano a loja física. Qual a avaliação desse primeiro ano de funcionamento? Muito positiva. Agora conseguimos dar uma experiência mais completa para os nossos clientes. Além de oferecer a experiência online, oferecemos a experiência física e conseguimos dessa forma gerar muito mais confiança sobre a qualidade dos nossos produtos. Principalmente no que diz respeito a excelência dos acabamentos dos produtos e do nosso atendimento. Conseguimos transmitir ao cliente o que a Muma é, o seu DNA. Isso tudo, obviamente, refletiu

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O que aprendi com Balzac

*Por Beatriz Braga Em agosto começo a minha volta ao redor do sol rumo a Balzac. Vai ser o meu último ano na casa dos vinte. Achei simbólico ler A mulher de trinta anos do escritor que, com esse livro, cunhou o termo “balzaquiana”, referente às mulheres que completam três décadas de vida. A história da protagonista Júlia gira em torno da infelicidade no seu casamento em uma época - século 19 - que se esperava da mulher ser mãe e esposa, apenas. O livro é considerado um marco por levar em conta as angústias da mulher burguesa já casada, considerada “velha”, enquanto seu marido da mesma idade era um jovem promissor. Deixei o livro na estante aliviada por não me reconhecer em Júlia. Apesar de entendê-la e levar em conta os séculos entre nós. Eu não sei bem o que os meninos da minha escola faziam aos 11 anos, mas com certeza algo a ver com bola e desenho animado. Acho que nem sonhavam com uma brincadeira comum do lado de cá: um jogo de sorte que dizia com qual idade iríamos casar e ter uma família. Lembro do momento no qual soube que casaria aos 24 e teria 4 filhos antes dos 30. O próximo passo era descobrir a primeira letra do nome do meu futuro marido. Se eu dissesse à mini Beatriz que, quase balzaquiana, eu ainda não casei e nem engravidei, ela imaginaria que algo deu errado. Se eu tivesse a oportunidade de compartilhar meus sonhos e ambições com Júlia de Balzac, no entanto, acho que ela teria certo orgulho. A personagem, por sua vez, não tinha com quem conversar. Ela morreu incompreendida com a sensação de que sempre lhe faltou algo na vida. Eu sempre tive muitas mulheres ao meu redor. Vejo minhas melhores amigas: algumas casadas, outras com filhos, outras nem pensar, algumas no caminho. No entanto, nada disso nos define. Somos, sim, a versão mais velha da criança para a qual era vital prever o calendário maternal. Mas tivemos sorte. Tivemos privilégios. Tivemos o feminismo que há alguns anos nos encontrou. Não vou dizer que não estamos em crise. Chegar aos trinta ainda é um momento de reflexão. Mas o que vejo? Vejo mães batalhando para que o mundo não limite seus espaços por conta da maternidade. Vejo mulheres largando as profissões que escolheram aos 18 anos e descobrindo novos talentos, agora mesmo, aos 30. Vejo-as mudando de cidade, de país, de vida. Vejo-as independentes. Vejo cicatrizes de um mundo machista e racista. Mas as vejo também se reconstruindo e se reinventando. Redescobrindo suas sexualidades. Vejo amigas empreendendo, estudando, arrasando em ambientes de trabalho muitas vezes dominados por homens. Vejo-as colocar muita paixão em uma causa, um trabalho ou um hobbie. E ainda me ensinam sobre estrelas, espiritualidade e terapia. Ouço minhas amigas reclamando dos assédios e das portas fechadas por serem mulheres. E depois vejo-as conquistando mais espaços. Vejo amigas realizadas com seus trabalhos e outras lutando por isso. Vejo-as morando sós, viajando sozinhas, exigindo respeito e igualdade nos relacionamentos. Nossas vidas não são perfeitas, claro. Nossas questões giram em torno de muitas coisas, nosso status de relacionamento é apenas uma parte do todo. Isso não é o que nos completa. Mais importante: não estamos velhas. Estamos apenas no meio do caminho. Olho mais à frente e vejo minha mãe que vai comemorar, em breve, mais três décadas depois de Balzac. Vivendo, quem sabe, a melhor época da sua vida. Jogadora de basquete e com a alma cada vez mais jovem. Ao lado dela, minhas tias fortalezas, cajazeiras, me fazem não ter medo da velhice. Penso nos meus trinta anos e tenho muitos planos. Posso dizer, com certeza, que a melhor parte deles veio da convivência com as mulheres com as quais nasci e as que adotei na vida. Vejo Balzac empoeirando na estante e fico grata porque os privilégios me distanciaram de Júlia. Hoje tenho sede de justiça de lutar por um mundo para que todas as mulheres possam ter essa sorte. E por sorte chamo essa cena corriqueira: a mesa de bar com as amigas onde tudo é possível. Ganhar o mundo, casar, ficar sozinha, reinventar-se, abandonar os planos dos últimos dez anos, perder-se e encontrar-se ali em mulheres que também servem como espelhos. Nem sempre será fácil essa (e as próximas) voltas ao redor do sol. Mas, com muita sorte, será sempre em boa companhia. *Beatriz Braga é empresária e jornalista **Para acessar o site de Libby Vander Ploeg clique aqui. (Link: https://www.libbyvanderploeg.com)

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Faturamento da indústria cresce 1,5% em abril, aponta CNI

O faturamento da indústria aumentou 1,5% em abril na comparação com março, informou a Confederação Nacional da Indústria nesta segunda-feira (4), por meio do relatório Indicadores Industriais. O dado é referente à série livre de influências sazonais. Com esse resultado, o indicador de faturamento industrial fechou o quadrimenstre (de janeiro a abril) com alta de 6,9% na comparação com o mesmo período do ano passado. Em termos reais, o faturamento atual é 12,2% superior ao registrado há 12 meses. "Os Indicadores Industriais de abril indicam que a indústria retomou sua recuperação, embora esse processo seja lento e ainda esteja longe de ser concluído", diz um trecho do relatório. Ainda de acordo com a pesquisa, as horas trabalhadas na produção também aumentaram 2,2% em abril, após uma sequência de duas quedas consecutivas, em fevereiro e março. A utilização da capacidade instalada ficou praticamente estável em 78%, com leve recuo de 0,1 ponto percentual em abril na comparação com março. Conforme a CNI, a utilização média da capacidade instalada no primeiro quadrimestre é 1,2 ponto percentual superior à do mesmo período de 2017. Já o emprego na indústria cresceu 0,1% em abril na comparação com março, na série dessazonalizada. Foi o oitavo mês consecutivo de crescimento do emprego, que registra uma expansão de 0,7% no primeiro quadrimestre na comparação com o mesmo período de 2017. Baixas A massa real de salários caiu 0,4% e o rendimento médio real dos trabalhadores também diminuiu 0,4% em abril frente a março, na série dessazonalizada. Segundo a CNI, o resultado mostra "que o mercado de trabalho ainda segue em fase de ajustes". Apesar disso, na comparação do primeiro quadrimestre com o mesmo período de 2017, a massa real de salários aumentou 1,8% e o rendimento médio real do trabalhador subiu 1,1%.

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