Arquivos Z_Exclusivas - Página 285 De 363 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Z_Exclusivas

Por governança, entidades lançam campanha ‘Somos Cidadãos da Metrópole’

Em reunião realizada no Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco (CAU/PE), mais de 30 entidades lançaram a campanha “Somos Cidadãos da Metrópole”, em defesa da instalação da governança metropolitana prevista na Lei 13.089/15 (Estatuto da Metrópole). Com foco na conscientização da sociedade e dos gestores públicos sobre a urgência da gestão compartilhada de problemas comuns como mobilidade, saneamento e saúde, a campanha será explorada nos sites e redes sociais do Conselho, do Instituto da Gestão, da Redeprocidade e das demais entidades engajadas no movimento. A ação vem acompanhada por uma proposta de Modelo de Governança a partir da criação de um consórcio interfederativo, que será apresentada aos prefeitos nos próximos meses. “Pernambuco saiu na frente. Já temos os instrumentos técnicos, falta a mobilização política”, explica o conselheiro do CAU/PE e ex-presidente da Condepe/Fidem, Jório Cruz, lembrando que a gestão da metrópole impacta diretamente no cotidiano dos cidadãos. “As cidades não acabam nos limites territoriais dos municípios, elas continuam e, por isso, é importante distribuir as centralidades”, completa o presidente do Conselho, Roberto Montezuma. Também previsto no Estatuto da Metrópole, o Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado (PDUI), defendido internacionalmente pelo CAU, é outra preocupação das entidades. “A sociedade não aguenta mais descontinuidades, não podemos mais pensar no planejamento fatiado”, defendeu o presidente do Sinduscon-PE, José Antônio Lucas Simón. Nesse sentido, o arquiteto e urbanista Paulo Roberto Barros e Silva lembra que trata-se de um trabalho de conscientização. “Temos lutado para que as prefeituras parem de revisar seus Planos Diretores”, conta, lembrando que o PDUI deve preceder os planos municipais de forma a promover a integração. Além das instituições, o encontro contou com a presença do prefeito de Igarassu, Mário Ricardo, representante da Amupe para a Região Metropolitana do Recife. “Hoje se discute até a metrópole de Caruaru, então é importante que o Recife sirva de exemplo para essa governança. A Amupe ratifica o compromisso com essa discussão”, afirmou, ilustrando a relevância da questão com exemplos do município do qual é gestor. “Igarassu é vítima dessa falta de planejamento da metrópole. O BRT, por exemplo, nasce na nossa cidade, mas não nos beneficiamos dele”, lamenta. O evento também foi uma oportunidade para ampliar a lista de signatários do Manifesto pela Governança Metropolitana, assinado em março por 25 entidades. Entre os novos signatários, instituições como o Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPE, o Sinaenco/PE e o FabLab Recife. A relação conta ainda com instituições como o Cremepe, a OAB, a Ademi, o Sinduscon, o IAB, o Corecon, a CDL e o CREA-PE. O Estatuto Publicada em janeiro de 2015, a Lei Federal 13.089 “estabelece diretrizes gerais para o planejamento, a gestão e a execução das funções públicas de interesse comum em regiões metropolitanas e em aglomerações urbanas instituídas pelos Estados, normas gerais sobre o plano de desenvolvimento urbano integrado e outros instrumentos de governança interfederativa”. A Lei prevê um prazo de três anos para que seja instalada a referida governança e elaborado do plano de desenvolvimento urbano integrado – do qual devem partir os Planos Diretores Municipais e suas revisões. Sendo assim, a partir de janeiro do próximo ano os gestores públicos que não cumprirem o dispositivo legal incorrem em improbidade administrativa. Mais depoimentos “As pessoas moram onde há qualidade de vida e é isso que precisamos garantir, caso contrário, vamos perder nossos talentos. Não estamos aqui para criticar, mas para apontar uma solução, apresentar uma possibilidade.” Carlos Tinoco, presidente da Ademi “Já está passando da hora de termos a consciência metropolitana. Precisamos de governança e integração ou vamos enfrentar problemas multiplicados nessa época de recursos tão escassos que vivemos.” Francisco Cunha, arquiteto e urbanista, sócio fundador do INTG “O problema não está na complexidade dos sistemas de transporte, saneamento ou abastecimento de água, mas sim na natureza do cidadão metropolitano.” Geraldo Santana, arquiteto e urbanista “Esta reunião é histórica, pois reúne diversos representantes da sociedade civil organizada para cobrar soluções conjuntas a problemas que não serão resolvidos isoladamente. É preciso haver solidariedade entre os municípios.” Laércio Queiroz, consultor e ex-presidente da FIAM “A Fidem foi criada em 1977 e ainda hoje enfrentamos o mesmo problema: vontade política. Precisamos superar a lógica setorial da gestão pública e isso só vai acontecer com decisão política.” Luiz Otávio Cavalcanti, presidente da Fundaj

Por governança, entidades lançam campanha ‘Somos Cidadãos da Metrópole’ Read More »

A mãe de todas as reformas (por Francisco Cunha)

Confesso que sempre olhei com desconfiança a longa defesa que sempre fez o ex-governador, vice-presidente da República e senador Marco Maciel, da reforma política como a principal a ser feita no Brasil. Entendia eu que existia tanta coisa mais urgente para reformar no País que a política era de somenos importância. Continuei pensando assim, mesmo depois que, anos atrás, tive o insight de que ou o Brasil acabava com o modo de financiamento de campanhas políticas vigente ou ele acabaria com Brasil... Hoje, sou obrigado a reconhecer que Marco Maciel estava certo. Como antigo e profundo conhecedor da cena política nacional, ele percebeu, bem antes do senso comum, que manter o status quo de então não nos levaria a lugar muito bom como, de fato, não nos levou. Hoje, estamos atolados no pantanal político, num imbróglio que, pelo menos eu, nunca vi igual nos últimos 40 anos. Como sair da armadilha na qual entramos por falta de reforma no seu devido tempo? Depois de muito pensar no assunto, eu que não sou especialista mas que, por dever de ofício do planejamento empresarial, me vejo obrigado a especular sobre os desdobramentos futuros dos cenários nacionais, cheguei à conclusão de que pelo menos três medidas não podem deixar de ser adotadas: (1) cláusula de barreira; (2) voto distrital; (3) rígido disciplinamento do financiamento de campanha. A cláusula de barreira me parece imprescindível porque creio ser impossível administrar com mais de 30 partidos representados no Congresso Nacional, alguns deles com apenas um parlamentar. No que diz respeito ao voto distrital, além da melhor representação dos eleitores que possibilita, outro grande benefício de sua adoção está diretamente relacionado com os altos custos de campanha, já que os atuais distritos são os Estados inteiros, no caso das eleições de deputados. Em relação ao financiamento de campanha, a importância me parece óbvia: é fundamental que a clareza seja total ou, então, ficaremos eternamente reféns das delações premiadas... Trata-se, evidentemente, de um tema demasiado árido para quem não é do ramo mas, estou convencido, inescapável se tivermos a pretensão de desatar o nó atual. A reforma política é, sem dúvida hoje, a “mãe de todas as reformas” como nos queria fazer entender Marco Maciel e, infelizmente, não conseguiu. Sem ela, temo que as operações do tipo Lava Jato se perpetuem ad eternum. *Francisco Cunha é consultor e sócio da TGI

A mãe de todas as reformas (por Francisco Cunha) Read More »

Açaí made in Caruaru

A marca é Amazônia Frutos do Brasil, mas a empresa é de Caruaru. O produto é tipicamente brasileiro, mas o mercado externo é um grande consumidor. E mesmo enquanto os dias são de crise e recessão para o País, os números que estão nas planilhas do CEO Adilson Caetano da Silva são positivos. Em 2015, seu faturamento registrou 30% de crescimento. Em 2016, a margem foi menor, mas teve nova elevação de 5%, alcançando a marca dos R$ 40 milhões no ano. A oportunidade de negócio na Amazônia cruzou no caminho do empresário caruaruense quando ele foi trabalhar numa empresa de produção de cosméticos naturais em Manaus. Ao comercializar fitoterápicos e cosmecêuticos (um híbrido de cosméticos e produtos farmacêuticos, pois têm na sua composição elementos que comprovadamente trazem melhorias para a saúde e combatem doenças), ele se apaixonou pelos potenciais dos frutos do Norte e decidiu investir. “Fiquei impactado com algumas experiências que os índios têm com o uso de algumas substâncias na pele, como protetores solares naturais, que evitam rugas e até câncer de pele nessas populações”. O objetivo inicial era investir em cosmecêuticos, mas como capital disponível era reduzido, ele abriu uma lanchonete de sucos energéticos de frutas do Norte, a Amazônia Mix, em 2002. Desbravador do mercado do açaí no Nordeste, Adilson viu sua pequena unidade crescer. No ano seguinte, a procura de investidores o levou a criar a primeira franquia do interior pernambucano, que hoje tem 63 unidades em operação. Mas a participação do franchising representa hoje no seu negócio apenas 12% do faturamento. A empresa cresceu e adquiriu uma propriedade de mil hectares em Presidente Figueiredo, na Região Metropolitana de Manaus. Cem hectares são destinados à plantação apenas de açaí. Na fazenda existe ainda um viveiro de mudas de frutas amazônicas, desconhecidas da população brasileira. “Nosso maior patrimônio é o conhecimento de campo e dessa área. Eu me especializei em produtos dessa região e hoje muitos países são consumidores de frutas e frutos brasileiros”. Outros 800 hectares destinam-se a uma reserva ecológica particular. As frutas colhidas são processadas em duas unidades industriais (uma está em Caruaru e outra em Castanhal, no Pará) para fabricação de produtos gelados comestíveis, como os cremes de açaí, cupuaçu, guaraná e de diversas outras frutas menos conhecidas, como o bacuri e o mangustão. No mix de produtos estão cremes, bombons gelados, poupas, xaropes, sobremesas geladas, e produtos naturais, como granolas e guaraná em pó. “Nossa prioridade hoje é a exportação e a industrialização”, afirma. Esses dois braços movimentam hoje os demais 88% do faturamento da empresa. A soma da capacidade produtiva das duas fábricas é de 72 toneladas de produtos congelados por dia. Na forma de cremes, eles chegam em bares, hotéis, restaurantes, lanchonetes e supermercados. A empresa vende também tambores de 200 litros desses produtos como insumos para outras indústrias. Atualmente 30% da produção da empresa atravessa o oceano para chegar principalmente no mercado europeu (a partir de Portugal, os produtos são distribuídos para 16 países) e nos Estados Unidos, principal cliente. “O açaí ganhou visibilidade no mercado mundial a partir do trabalho que os norte-americanos fazem com o produto para uso em cosméticos”, explica o CEO. O reconhecimento do açaí no exterior tem atraído a atenção das indústrias e consumidores para os demais produtos cultivados em terras amazônicas. Para 2017, o objetivo do empresário é consolidar a marca como fornecedora de insumos. Até pouco tempo, era conhecida apenas pela franquia. “Por ter nascido do franchising, a marca Amazônia Frutos ficou ofuscada pela Amazônia Mix. Muita gente não sabe ainda que fornecemos insumos. Esse é um dos carros-chefes da empresa, que já fornece para outras franquias nacionais”. Um dos clientes é a rede de fast food Bob’s. Após recente expansão da fábrica em Castanhal, uma das novidades para 2017 é a ampliação da unidade em Caruaru, com um investimento até o momento de R$ 2 milhões. “A fábrica foi crescendo nos últimos anos como uma árvore que vai produzindo os seus ramos e se adequando à geografia do lugar”. Oito terrenos foram adquiridos ao longo do tempo para atender às necessidades de expansão. Para o futuro existem muitos projetos sendo semeados. Uma nova empresa de óleos essenciais – para o mercado de cosméticos e perfumaria – é a grande inovação do grupo Amazônia Frutos do Brasil a ser concretizada em breve. Das suas atuais fábricas, duas novidades chegarão às prateleiras: bebidas à base de frutas e chás terapêuticos. “Há essa demanda de mercado e já estamos desenvolvendo esses projetos. Existe um potencial imenso para as frutas brasileiras”. Na área de exportação a meta da empresa é de participar de mais feiras internacionais, para abrir novos mercados. *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (rafael@revistaalgomais.com.br)

Açaí made in Caruaru Read More »

Governo de Pernambuco apresenta Estratégia de Ciência, Tecnologia e Inovação para os próximos cinco anos

Promover condições de competitividade, favorecer a transformação, a pesquisa e a inclusão social através da ciência, tecnologia e inovação. Foi com esse objetivo que o governador Paulo Câmara apresentou, na manhã de ontem (11), a Estratégia de Ciência, Tecnologia e Inovação para Pernambuco 2017-2022. O programa, que é fruto de parcerias entre instituições públicas, privadas, universidades e entidades sociais, pretende orientar o planejamento e as ações de desenvolvimento baseado nas áreas tema. Durante a solenidade, realizada no Palácio do Campo das Princesas, Paulo assinou o decreto que oficializa a Rede Pernambucana de Pesquisa e Educação (Repepe), uma das vertentes da Estratégia, e convênios que vão permitir o funcionamento do projeto. “Apresentamos um importante plano de estratégia para a Ciência, Tecnologia e Inovação dos próximos cinco anos. Um trabalho feito em parceria com diversos setores que estão engajados na promoção da conectividade e da inclusão. Queremos ter condições de chegar a todas as regiões do Estado com mais rapidez. E toda essa estratégia vai ajudar nisso. Vamos dar um salto de qualidade enorme em termos de conectividade em todo o Estado, principalmente, no Sertão e no Agreste, que precisam desses avanços e vão poder contar com esse suporte para avançar, seja na área da educação, de pesquisa ou nos setores produtivos”, destacou Paulo Câmara. Inspirada e globalmente conectada, a Estratégia de Ciência, Tecnologia e Inovação para Pernambuco 2017-2022 foi elaborada também com a participação dos atores que se destacam na área, para orientar o planejamento e as ações de desenvolvimento baseado em ciência, tecnologia e inovação. Estão entre os colaboradores do projeto o Porto Digital, Parqtel, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Rural de Pernambuco (UFRPE), Universidade de Pernambuco (UPE), Universidade Católica, FCA, Fitex e o Senai. O macro-objetivo da Estratégia é promover condições para elevar a qualidade de vida e garantir a prosperidade da sociedade a partir de seis eixos estratégicos que orientam a seleção, a implementação e o monitoramento das mais de 50 linhas de ação. São eles: Governança e responsabilidade, Desenvolvimento de talentos e criatividade, Pervasiva expansão da economia e sociedade digitais, Aceleração da inovação nas atividades econômicas, Cooperação e transferência de conhecimentos, Ambiente favorável à inovação. A secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação, Lúcia Melo, reforçou a importância das parcerias feitas para o funcionamento do programa. “Na verdade, esse é um conjunto de orientações que nós temos que construir juntos e aportar recursos de uma forma conjunta, porque não há condições efetivas do Governo atuar de forma isolada. É preciso criar e desenvolver parcerias para que Pernambuco tenha a oportunidade de crescer e de mostrar que tem capacidade científico-tecnológica para dar respostas ao investimentos. Nós precisamos ser protagonista ativos desse futuro que as transformações tecnológicas nos impõe”, disse. REPEPE - A Rede Pernambucana de Pesquisa e Educação será a primeira no Estado a ser associada à nova configuração da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). A Repepe interligará - a partir de internet de alta velocidade (1 a 10 Gigabytes) – 20 municípios do Estado, podendo alcançar cerca de 400 entidades até 2018. A rede terá como diferencial um modelo de negócio inovador, baseado em parcerias público-privadas voluntárias, propiciando, inclusive, a redução de custos e o compartilhamento dos benefícios propiciados. Para garantir o funcionamento do projeto, foi assinado um convênio de cooperação técnica e integração de infraestrutura entre a Celpe, Rede Nacional de Ensino e Pesquisa e a Secti, para a utilização pela RNP das infraestruturas da Celpe, na área de concessão, mediante a utilização de postes, em áreas rurais com rede de distribuição/transmissão de energia elétrica. A partir desta parceria entre as instituições, o programa terá capacidade para alcançar 1.175 quilômetros, percorrendo 10 das 12 regiões de desenvolvimento do Estado de Pernambuco. Para atender a Repepe, o governador também assinou a liberação de R$ 10 milhões, que serão aportados pela Secti até o fim deste ano – dentro do Programa de Produção e Difusão de Inovações para a Competitividade de Arranjos Produtivos Locais do Estado de Pernambuco (PROAPL) financiado pelo BID -, para a aquisição de equipamentos de transmissão de dados. Inicialmente, a REPEPE viabilizará a interligação de entidades de educação e pesquisa, como os Centros Tecnológicos do Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep), além de escolas. A partir de parcerias com outros órgãos estaduais, municipais e demais entidades. Outros potenciais públicos-alvo são centros de inovação, a exemplo do Armazém da Criatividade, em Caruaru, escolas técnicas, a TV Pernambuco, hospitais de ensino, autarquias municipais, além de bibliotecas e arquivos públicos. “Eu acho que essa união vai fazer a transformação daquilo que a Estratégia fundamentaliza. Um projeto que é fundamental para estruturar a educação, não só de Pernambuco, mas do País como um todo. E agora, nós temos essa maravilhosa oportunidade de, em conjunto, construir uma infraestrutura de uma espinha dorsal da educação e pesquisa, que passa por diversas localidades, integrando milhões de alunos, professores e pesquisadores e que vão permitir um desenvolvimento mais igualitário para essas regiões”, ressaltou o diretor geral da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), Nelson Simões. FINANCIAMENTO DE PESQUISAS – Também foi assinado durante o evento uma outorga para apoio financeiro, no valor de R$ 20 milhões, entre a Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe), vinculada à Secti, e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Os recursos serão destinados a oito projetos de pesquisa em Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) sediados no Estado com temáticas diversificadas, como inovação farmacêutica, nanotecnologia, engenharia de software, entre outras. Os INCTs fazem parte de uma rede de excelência nacional de pesquisadores que possibilitam, de forma articulada, a reunião dos melhores grupos de pesquisa em áreas de fronteira da ciência e estratégicas para o desenvolvimento sustentável do país. (Governo do Estado de Pernambuco)

Governo de Pernambuco apresenta Estratégia de Ciência, Tecnologia e Inovação para os próximos cinco anos Read More »

Muitos empreendedores começam na Fenearte

Entre 6 e 16 de julho acontece no Recife a 18ª edição da Fenearte, considerada a maior feira de artesanato da América Latina. Apesar do curto período em que os trabalhos dos artesãos são expostos, o evento garante aos expositores a chance de serem mais conhecidos e terem pedidos de compras de suas peças durante o ano inteiro. A feira, na verdade, tornou-se um pontapé inicial para muitos empreendedores que hoje têm uma clientela cativa e viram sua produção artesanal transformar-se num empreendimento próspero. O designer de sapatos Jailson Marcos, por exemplo, começou a sua atividade na feirinha de Boa Viagem, por meio do Programa de Desenvolvimento do Artesanato (Prodarte). Eram tempos difíceis. “Precisei trabalhar por um momento em outra área, mas nunca deixei de produzir as minhas coisas. Mesmo sem condição, eu ia para os eventos em outros Estados com a passagem só de ida e sem saber como voltar, mas nunca desisti”, recorda. Em 1996, ele ingressou no Mercado Pop, evento que reunia arte, moda e cultura e passou a produzir sandálias conceituais. Essa participação rendeu ao designer o convite da comissão de moda da Fenearte para expor na feira num espaço coletivo, juntamente com outros dois artesãos. O evento tornou-se uma grande vitrine. “Pessoas ligadas à moda local puderam conhecer minha arte. E, vendo de perto a qualidade das produções, pude levar o que vi e vivi como experiência e inspiração para aperfeiçoar o meu trabalho”. Ele passou a participar de todas as edições da Fenearte, sendo que na terceira vez o Sebrae-PE (Serviço de Apoio as Micro e Pequenas Empresas) ofereceu um espaço, já que não tinha condições de bancar o custo. Na quarta, ele adquiriu um estande próprio. A partir daí, suas criações ganharam o mundo fashion, sendo, inclusive, comparado a artistas europeus. Seus sapatos descolados figuraram em editoriais de moda da Vogue, Claudia e Elle, graças à divulgação da mídia local na cobertura da feira. “A Fenearte dá grande visibilidade ao trabalho do artista. Se hoje consigo me manter com minhas produções, ter dois espaços no Recife (um ateliê e fábrica na Torre e uma loja na Galeria Joana D’Arc), além de uma franquia no Rio de Janeiro, é porque a feira ajudou nisso”, reconhece. Jailson também emprega 13 funcionários, distribuídos na administração e produção. Outro entusiasta do evento, Leo Pinheiro costuma dividir sua empresa em duas fases: antes e pós-Fenearte. Há 25 anos, o administrador de formação e artesão de coração, com o curso de confecções de peças, deu início ao trabalho com joias. De porta em porta, Leo carregava uma sacola, visitando os clientes para vender seus produtos. Em uma dessas visitas, na extinta Legião Assistencial do Recife (LAR), ele se encontrou com Jane Coelho Magalhães, advogada e mulher do ex-governador Roberto Magalhães. Ela lhe apresentou a proposta da Fenearte e o projeto da Prefeitura do Recife que reunia num estande vários artesãos. De imediato ele aceitou a ideia. “Depois da estreia da feira, não paramos mais. Fazemos questão de participar todos os anos”, compara o artesão. Melhor que as vendas no evento, ressalta, é a divulgação. “Você conquista uma clientela muito boa e tem o feedback o ano inteiro. À medida que o tempo passa, o público acompanha o seu trabalho”, relata. Hoje, ele e sua mulher vivem das produções do ateliê/joalheria localizado na Galeria Estação Jaqueira. Outra empresa que teve seus negócios impulsionados pela Fenearte foi a Oficina de Formas, cujo trabalho envolve modelagem em argila, cerâmica e pinturas em telas. A estreia na feira foi em 2002, sob o comando das proprietárias Adelina Raquel de Figueiredo, a Delly, e Eduarda Figueiredo. Agraciada nacionalmente, em 2016, pelo Sebrae Nacional como prêmio Top100, pela qualidade e gestão, a empresa participa, hoje, de feiras e exposições no exterior e de publicações em revistas de decoração e catálogos de arte. “A Fenearte abriu novos horizontes, porque antes as vendas eram restritas a um determinado grupo, mas com a visibilidade do evento observamos o potencial do nosso trabalho e com isso expandimos o negócio para o território nacional e internacional”, comemora Delly. No início, as proprietárias começaram como visitantes do evento e logo depois como expositoras. “Até hoje submetemos o nosso trabalho para ser exposto na Fenearte. Esse ano ainda terá um diferencial porque, devido à premiação, estaremos também no espaço do Top100 do Sebrae”, acrescenta. Já a Trocando em Miúdos, loja de acessórios femininos, participou daJuliane, da Trocando em Miúdos, conta que a feira possibilitou a divulgação da marca Fenearte, apenas em 2010. Mas foi o suficiente para alavancar as vendas. A marca surgiu quando as sócias Juliane Miranda e Amanda Braga cursavam design na UFPE e confeccionavam as bijouterias que usavam. Um dia resolveram se unir para produzir as peças. “Era mais como um hobby, tínhamos uma pequena demanda”, recorda Juliane. Mesmo não tendo perfil empresarial, por meio de uma exposição realizada na casa de Amanda, em 2006, cerca de 90% das peças foram vendidas. A ideia de participar da Fenearte surgiu depois que as proprietárias perceberam que a proposta do negócio se aproximava com à da feira. “A produção era toda manual, com acabamento em linhas, tecidos e botões. Na época não tínhamos uma pegada tão industrial”, salienta Juliane. Apesar de ter participado da Fenearte somente numa edição, a empresária confessa que após a feira a demanda aumentou. “Clientes que compraram nossos produtos durante a feira foram ao nosso ateliê para conhecer o espaço”, recorda. “Durante anos continuamos ouvindo comentários sobre a nossa participação na Fenearte. Colhemos muitos frutos do evento, foi muito bom para os negócios, porque apesar de a Trocando em Miúdos ser querida por amigas e parentes, não tínhamos uma visibilidade tão grande”, complementa a empresária. Graças ao faturamento obtido nos 11 dias do evento, as sócias tiveram recursos suficientes para construir o ateliê. “Além disso, fizemos clientes em outros Estados”, acrescenta Juliane. Hoje, a Trocando em Miúdos possui quatro lojas físicas, uma loja virtual e 25 funcionários. *Por Paulo Ricardo Mendes, repórter da Revista Algomais (algomais@revistaalgomais.com.br)  

Muitos empreendedores começam na Fenearte Read More »

A caminho da geração de energia limpa

A maior parte da produção de energia no Nordeste provém dos ventos. O recente crescimento da fonte eólica (responsável por 37,2% da geração em 2016, segundo estudo do Banco do Nordeste), associada à redução do desempenho das hidroelétricas (que respondeu por 31,5%), modificou a matriz energética que move a região. Um cenário que tende a se diversificar ainda mais com os recentes anúncios de investimentos em parques solares e os incentivos públicos para a microgeração distribuída, quando o consumidor residencial, comercial ou industrial passa a ser também produtor. Somam ainda nessa composição de alternativas a geração a partir do lixo – com o aproveitamento de resíduos sólidos urbanos – e da biomassa, conectada ao tradicional setor sucroenergético pernambucano. De acordo com o vice-presidente da Associação Mundial de Energia Eólica, Everaldo Feitosa, nos últimos quatro anos o Brasil passou a ser um dos países do mundo que mais investiu na matriz dos ventos e o Nordeste joga como protagonista desse novo momento. “Em alguns meses do ano, a produção eólica já corresponde a 50% de todo o consumo da região. O Brasil ainda não sabe disso. Passar desses 50% para 100% é um processo que pode acontecer rapidamente. Em 5 ou 10 anos, teremos capacidade de gerar toda energia a partir do vento e do sol”, prospecta o empresário, que é presidente da Eólica Tecnologia. De acordo com números da Associação Brasileira de Energia Eólica, Pernambuco é o sexto Estado do País com maior capacidade instalada de geração. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), há 31 parques eólicos em operação no Estado, gerando mais de 670 mil kW. Outros quatro estão em construção e há três novos previstos, que deverão adicionar 190 mil kW à geração total. Se alguém tem dúvida de que o papel da matriz eólica veio para ser protagonista, as cifras de alguns dos novos investimentos convencem qualquer incrédulo. No mês passado, a empresa Casa dos Ventos inaugurou na Chapada do Araripe, entre Pernambuco e o Piauí, um dos maiores complexos eólicos da América Latina. “Trata-se de um investimento de R$ 1,8 bilhão em 14 parques, capaz de abastecer 400 mil casas. A capacidade instalada deste complexo (359 MW), chamado Ventos do Araripe III, é maior do que a de todos os parques eólicos instalados em países como África do Sul, Grã-Bretanha e México”, afirma o secretário-executivo de Energias Renováveis de Pernambuco, Luiz Cardoso Ayres Filho. Esse empreendimento fecha o ciclo de investimentos da Casa dos Ventos programado para Pernambuco. De 2015 para cá, a empresa havia inaugurado outros dois complexos (Ventos de São Clemente e Eólico Caetés) no Agreste do Estado, onde investiram mais de R$ 2 bilhões. No ranking dos cinco Estados mais produtivos estão quatro nordestinos. O Rio Grande do Norte lidera, seguido pela Bahia e Ceará. O Rio Grande do Sul é o único sulista bem classificado, em quarto lugar. “Tratando-se da produção de energia propriamente dita, os principais polos são Nordeste e Sul, sendo o Nordeste responsável por mais de 70% da energia gerada por essa fonte. Importante entender que a cadeia de energia, ou seja, a produção industrial de máquinas e equipamentos, abrange de Nordeste a Sul do País”, afirma a presidente da Abeólica, Élbia Gannoum. Se Pernambuco não ocupa um lugar de liderança na geração das energias renováveis na região, o Estado possui um papel relevante na produção de equipamentos para essa cadeia produtiva. Além de ter diversas experiências pioneiras. De acordo com Ayres, o cluster industrial de Suape dispõe de quatro empreendimentos: LM Wind Power (pás para turbinas eólicas), Gestamp (torres eólicas), Iraeta/GRI (flanges) e S4 Solar (painéis solares), caçula no polo, tendo sido anunciada em setembro do ano passado. “Mesmo em um cenário de retração de investimentos, Pernambuco se mantém atrativo e competitivo. A produção de equipamentos faz parte de uma cadeia que consideramos fechada, no sentido de que temos praticamente todas as fases sendo realizadas no Estado: política energética, produção, geração e comercialização”, diz o secretário. “A presença de fábricas perto dos polos produtores é importante, no sentido logístico, inclusive, além de propiciar desenvolvimento tecnológico para a região, uma consequência muito positiva do desenvolvimento da energia eólica”, ressalta Élbia. Uma novidade na experiência pernambucana de diversificação da matriz energética é a construção do parque híbrido de Tacaratu, que abriga equipamentos para produção solar e eólica. O parque foi o grande fruto do leilão pioneiro promovido pelo Governo do Estado há dois anos. O empreendimento Fontes Solar I e II, da Enel Green Power, possui uma potência instalada de 10 MW. O parque, destinado à geração fotovoltaica, está ligado a uma planta eólica de 80 MW. A planta é capaz de gerar 340 GWh por ano, volume suficiente para abastecer 250 mil residências, reduzindo também em grande número a quantidade de emissão de gás carbônico. Além dos empreendimentos solares de Tacaratu, estão previstos mais 6 parques, com 150 mil Kw. Os especialistas ressaltam que há um potencial de desenvolvimento desses parques (eólicos, solares ou híbridos) justamente em regiões com características mais desérticas de Pernambuco, que sofreram nos últimos anos com poucas alternativas para se desenvolver. “A implantação dessas centrais em regiões sem perspectiva de desenvolvimento resulta na chegada de uma grande quantidade de empresas, além dos investimentos em infraestrutura no momento da construção. Posteriormente esses empreendimentos geram empregos de alto nível, para engenheiros e técnicos de manutenção dos sistemas. Isso garante uma mudança no perfil socioeconômico desses locais”, avalia Methodio Varejão, doutor em eficiência energética e coordenador do curso de engenharia elétrica da Devry/FBV. POTENCIAL No segmento solar não são apenas esses empreendimentos que estão despontando. Apesar de ter uma participação ainda muito reduzida na região, todos os especialistas apontam que a energia produzida a partir da luz do sol é uma das que têm maior potencial e viabilidade para o Nordeste. “A geração solar começa a despontar. Não só com projetos de médio e grande porte, mas também num formato que vem revolucionando, que é a microgeração distribuída (energia gerada pelo consumidor). Isso não

A caminho da geração de energia limpa Read More »

Em razão da crise, 80% dos brasileiros cortaram gastos em 2017; alimentação fora de casa lidera ranking, apontam SPC Brasil e CNDL

Com o país há quase três anos mergulhado em uma crise econômica, a maior parte dos brasileiros chega ao segundo semestre de 2017 sem ainda ter notado melhora no quadro econômico. Um levantamento feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional e Dirigentes Lojistas (CNDL) com consumidores de todas as regiões, idades e classes sociais revela que, na comparação com 2016, 80% dos brasileiros tiveram de fazer cortes no orçamento ao longo do primeiro semestre deste ano para lidar com os efeitos da crise. O principal item cortado por esses consumidores foi a alimentação fora de casa, citado por seis em cada dez (57%) pessoas. Outros produtos e serviços que também deixaram de ser prioridades para o brasileiro foi a aquisição de roupas, calçados e assessórios (55%), idas a bares e restaurantes (53%), gastos com lazer e cultura, como cinema e teatro (51%), viagens (51%), idas a salões de beleza (50%) e a compra de itens supérfluos nos supermercados (50%). Para 76% dos brasileiros, vida financeira está igual ou pior que no ano passado; economia do país piorou para 39% A pesquisa demonstra que a melhora de alguns índices econômicos como o recuo da inflação e a queda das taxas de juros ainda não se refletiu em efetiva percepção de melhora no dia a dia do consumidor. De acordo com o balanço do primeiro semestre, para 76% dos consumidores, a vida financeira pessoal continuou igual ou pior do que no ano passado. Apenas 19% consideram que houve melhora no período avaliado. A percepção predominantemente negativa se mantém elevada em todos os estratos analisados, como gênero, idade e classe social. A avaliação que os entrevistados fazem do desempenho da economia do país como um todo também vai na mesma direção: para 39% dos entrevistados, as condições da economia brasileira pioraram nos seis primeiros meses deste ano em relação ao ano passado, enquanto para 38%, ela se manteve do mesmo jeito. De modo inverso, apenas 19% acreditam que houve melhora ao longo do período. “A reconquista da confiança dos brasileiros ainda demandará tempo e depende de resultados mais palpáveis no campo econômico. No momento, a condição para que a economia melhore é a solução do impasse político e a aprovação das reformas estruturais, como a da previdência e a trabalhista. As projeções indicavam que o início da recuperação se daria ao longo do segundo semestre. Agora, porém, levantam-se muitas dúvidas sobre essa possibilidade acontecer neste ano”, avalia o presidente da CNDL, Honório Pinheiro. Três em cada dez atribuem piora nas finanças à diminuição da renda ou desemprego; 57% dos brasileiros passaram a fazer bicos em 2017 Considerando a parcela de brasileiros que avaliam que o estado de suas finanças piorou ao longo do primeiro semestre, as razões relacionadas a crise ganham destaque: 34% atribuem a piora à queda da renda familiar, 32% mencionam o fato de não conseguirem mais poupar como antes e 30% culpam o desemprego. Já entre a minoria que notou alguma melhora na situação financeira pessoal, a razão mais citada é o controle do próprio orçamento, mencionado por 37% desses entrevistados. Outro dado que demonstra o alcance da crise é que 57% dos brasileiros passaram a fazer bicos e trabalhos extras para complementar a renda de casa. O desemprego bateu à porta de 36% dos consumidores ouvidos e pouco mais de um terço (35%) precisou recorrer a empréstimos bancários ou ajuda de familiares para organizar o orçamento. Há ainda, 26% de entrevistados que para conseguir algum dinheiro tiveram de vender algum bem. Resultado do dinheiro mais curto é que 38% dos entrevistados foram parar nos cadastros de inadimplentes pelo não pagamento das contas. Mais da metade (51%) dos consumidores admitiram ter ficado vários meses ao longo deste ano com as contas no vermelho e 56% não estão conseguindo pagar todas as contas em dia. Os atrasos impactam tanto as contas de primeira necessidade, como em modalidades usuais de crédito, como o cartão e cheque especial. De acordo com a pesquisa, 28% dos consumidores brasileiros se encontram atualmente em atraso no pagamento das contas de água e luz. Os atrasos no cartão de crédito e no cheque especial, duas das modalidades que cobram os juros mais elevados do mercado, alcançam 31% e 16%, respectivamente. Também há falta de pagamento nos cartões de loja (26%), contas de internet (27%), telefone (24%) e TV por assinatura (21%). “Apesar de o ano ter registrado alguns ganhos na economia, como a desaceleração da inflação e a queda das taxas de juros, o consumidor continua imerso em um ambiente de poucas certezas, vendo o desemprego ainda crescer e a renda mais curta para consumir”, explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. Em um cenário de dificuldades, 77% dos brasileiros não conseguiram juntar dinheiro do primeiro semestre e apenas 23% conseguiram concretizar algum sonho de consumo no período. 47% dos brasileiros não acreditam que país superará a recessão ainda em 2017; 70% acreditam na dificuldade de realizar planos Os entrevistados também foram questionados sobre o que esperam para o segundo semestre de 2017. A maior parte (47%) mostra-se desacreditada da possibilidade de crescimento da economia brasileira ainda neste ano. Apenas 29% dos brasileiros nutrem alguma esperança de que o país volte a crescer ainda em 2017. Na comparação com o primeiro semestre, 38% acreditam que, nos próximos meses, a economia permanecerá na mesma toada, enquanto 14% acreditam que será pior. Para 30% a situação tende a melhorar até o fim do ano. Quando a análise se detém à situação financeira do entrevistado, os números não diferem tanto: 13% acreditam que o segundo semestre será pior, 35% pensam que será igual, ao passo que outros 35% têm esperanças de que haja alguma melhora. Entre aqueles que apostam na piora da vida financeira, mais da metade (57%) justifica dizendo que a economia do país não deverá melhorar, impactando por consequência o bolso dos brasileiros. Também aparece com destaque o fato de a situação financeira estar difícil (40%), a falta de expectativa

Em razão da crise, 80% dos brasileiros cortaram gastos em 2017; alimentação fora de casa lidera ranking, apontam SPC Brasil e CNDL Read More »

“Tem mulher que gosta” (por Beatriz Braga)

Certa vez, um amigo propôs o seguinte argumento sobre o machismo cotidiano: “Tem mulher que gosta quando um cara a chama de gostosa na rua”. Ele mesmo tinha uma amiga que dizia sentir-se elogiada diante dessas coisas que eu chamava de assédio. Desanimei-me diante daquele argumento “infalível”. Eu não poderia levantar a bandeira do assédio, uma vez que nem todas as mulheres pensam como eu. Como explicar o que ser mulher há 27 anos me ensinou sobre mulheres? “Ninguém nasce mulher, torna-se mulher”. Simone de Beauvoir queria dizer, com essa frase, que a condição do gênero feminino no mundo não é completamente determinada por fatores biológicos. Aprendemos o que é ser mulher através do que nos é passado ao longo da vida. Não poderia concordar mais. Aprendemos a ser mulher quando, ainda novas, entendemos o sentido do “incômodo”. É a sensação de que há algo errado com o riso, com a fala ou tato de um homem, seja amigo, chefe, parente, médico. Quando pensamos nas reações que nossas roupas provocam. Quando abaixamos nossas cabeças nas ruas, nas praças, nos postos de gasolina, na escola, no trabalho. Quando nos calamos ou nos preparamos para ouvir em segredo. Ser mulher é ter muitas histórias ao seu redor. O estupro revelado dolorosamente a um grupo de amigas, o corpo marcado pela agressão, o tapa na cara do namorado ciumento. Ser mulher também é aprender a ser metade medo. Aprendemos a nos rodear de preconceitos, vergonhas, sequelas e silêncios. Aprendemos que ser mulher é não poder falar demais, beber demais, dançar demais. Ser mulher é, tantas vezes, precisar ser menos. Aprendemos quando começamos, menores de idade, a entender os olhares ao nosso redor. Notamos que homens muitos mais velhos repetem um olhar que, em algum momento, identificamos como desejo e que nos acompanhará ao longo da vida. Assim como vamos aprendendo que ser mulher é também desconstrução, coragem, força, resiliência. É ir além do prato que prepararam para nós nesse mundo, até agora, governado por homens. Desde pequenas, o mundo relaciona o nosso valor ao nosso corpo e muitas vezes acreditamos nisso. Somos um reflexo do julgamento dos homens sobre nós. E assim saímos nas ruas e entendemos o “gostosa” como elogio. Afinal, não é para isso que estamos aqui? Ser um objeto à disposição da chancela de um olhar masculino? Não julgarei a mulher que diz que um “gostosa” desconhecido a faz sentir-se bem. Ela foi criada para isso. Toda atitude que invade o espaço de uma pessoa, sua privacidade, correndo o risco de lhe impor medo, vergonha ou desconforto é abuso, violação, assédio. As cantadas inconvenientes são a ponta do iceberg. Tenho amigas que gritam nas ruas, devolvem as agressões com olhares agressivos, com foras ou simplesmente com um “boa tarde” retórico. Eu ainda não cheguei lá. Quando passo por um grupo de homens, instintivamente desvio o olhar, me finjo de surda e abaixo a cabeça. Tenho medo. E cada vez que isso acontece penso no hábito desses homens que aprenderam desde sempre a me desrespeitar. E aí penso no meu hábito de me calar diante deles. Aprendi a fazê-lo ao entender, lá atrás, o que ser mulher nesse mundo significa. Hábitos são poderosos. Por isso devemos questioná-los por nós e por todos aqueles que, mesmo que hoje não compreendam o peso de uma invasão, serão pais e mães de meninos e meninas que herdarão seus hábitos e passarão adiante. Vamos, juntos, mudar de escola. E bora combinar: mulher gosta mesmo é de respeito. As artes usadas na coluna foram publicadas pela campanha Chega de Fiu Fiu da Think Olga, que mapeia o assédio no País e mostra que a maioria das mulheres brasileiras não aprova as cantadas nas ruas. Aproveito para divulgar a palestra “Cantada não é elogio” da idealizadora desse projeto, Juliana de Faria: *Beatriz Braga é jornalista e empresária (biabbraga@gmail.com). Ela escreve semanalmente a coluna Maria pensa assim para o site da Revista Algomais *As ilustrações dessa postagem são da campanha Chega de fiu fiu (http://thinkolga.com/chega-de-fiu-fiu/)

“Tem mulher que gosta” (por Beatriz Braga) Read More »

5 bandas para conhecer o rock pernambucano (dicas de Wilfred Gadêlha)

Na semana que será comemorado o Dia do Rock, convidamos o jornalista, escritor e vocalista da banda Will2Kill Wilfred Gadêlha para fazer uma seleção de cinco bandas para conhecer o melhor do rock pernambucano. Segue abaixo a indicação das bandas e os comentários do roqueiro pernambucano.   Realidade Encoberta A veterana banda de crossover - mistura de punk e metal - é a cara da cena pernambucana do fim dos anos 80, quando punks e headbangers andavam e tocavam juntos, anos antes da noite de sábado do Abril Pro Rock. Os caras começaram em 1987, deram uma parada nos anos 90 e voltaram com tudo em 2010 Já lançaram dois EP e o excelente Cd Momentos Antes do Caos, de onde eu escolho a clássica SOS Identidade Humana, uma música altamente simbólica e atual.       2. Pandemmy Criado em 2009, o quinteto toca uma mescla de death e thrash metal. Apesar das muitas mudanças de formação, a banda se mantém produtiva e coesa em sua proposta, tendo o guitarrista Pedro Valença como único integrante da formação original. Lançaram ano passado o excelente Rise of a New Strike e já tiveram a chance de tocar com nomes como Sodom, Amon Amarth e Obituary. A música Common Is Different Than Normal é do primeiro disco (Reflections & Rebbellions, 2012).     3. Cangaço Desde 2010, o trio vem “empenando” a cabeça dos metaleiros locais, nacionais e gringos com a sua mistura de música extrema com sons nordestinos. Esse mix de Luiz Gonzaga com death metal os colocou em um patamar elevado. Integrantes do movimento Levanta do Metal Nativo, que também tem, entre outras bandas, o também pernambucano Hate Embrace. O último lançamento deles foi o EP virtual Arcabuzado 92015), onde fizeram versões de Zé Ramalho, Chico Science, Angra e Alceu Valença, justamente a canção Guerreiro.       4. Desalma Mais uma banda pernambucana que não se prende apenas a um subestilo da música pesada. O trio Desalma já tocou até no Acre e é uma das mais festejadas da molecada pernambucana. Seu último disco, Foda-Se, é uma amostra de agressividade mesclada com tempos insanos e levadas aparentemente desconexas. Em 2014, eles levaram o grupo de coco Bongar para o palco do Abril Pro Rock em um dos pontos altos do festival, tocando a música Gira.       5. Elizabethan Walpurga Veteranos da cena extrema dos 90, o Elizabethan Walpurga renasceu dos mortos e voltou à ativa em 2016, com shows importantes e o lançamento do seu primeiro CD, Walpurgisnacht. Seu black metal altamente influenciado por Iron Maiden, Mercyful Fate e Judas Priest tem como destaque as guitarras dos irmãos Erick e Breno Lira (este em uma temporada em Lisboa, substituído temporariamente por Alejandro Flores). Letras sobre vampiros e sobrenatural dão a tônica do som do quinteto, como na música The Serpent’s Eyes and the Horns of Crown.   * Wilfred Gadêlha é jornalista, escritor e vocalista da banda Will2Kill

5 bandas para conhecer o rock pernambucano (dicas de Wilfred Gadêlha) Read More »

Prefeitura oferece mais de 3800 vagas gratuitas em cursos profissionalizantes

A partir desta segunda-feira (10), os recifenses interessados em se capacitar para o mercado de trabalho poderão se inscrever nos cursos de qualificação profissional da Prefeitura do Recife. Estão sendo oferecidas 3.808 vagas em 66 cursos gratuitos, nas áreas de Administração, Informática, Indústria, Vestuário, Construção Civil, Beleza, Alimentação, Artes e Idiomas. As inscrições começam às 14h do dia 10 e devem ser feitas pelo site qualifica.recife.pe.gov.br, até as 23h59 da quarta-feira (12). Na seleção anterior, feita em janeiro deste ano, foram oferecidas 3.589 vagas. O resultado será divulgado em 14 de julho e as matrículas acontecem entre os dias 17 e 20. Os candidatos devem ficar atentos ao site de 26 de julho a 2 de agosto, período em que são feitos os remanejamentos. As aulas terão início no dia 7 de agosto e acontecerão em 16 escolas profissionalizantes gerenciadas pela Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Recife. O candidato tem que ser residente na cidade do Recife por no mínimo três anos, atender aos critérios de idade e escolaridade mínimas definidas para cada curso, não estar matriculado nas escolas profissionalizantes das PCR e não ter abandonado o curso sem justificativa nos últimos seis meses. Quem não tiver acesso à Internet pode comparecer à Sala do Empreendedor do Compaz Eduardo Campos, no Alto Santa Terezinha, na segunda, das 14 às 17h, e nos outros dias, das 8h às 17h, onde haverá computador à disposição para as inscrições. Para conseguir a vaga, é preciso acessar o site qualifica.recife.pe.gov.br, preencher seus dados corretamente e imprimir o comprovante de inscrição. Os candidatos serão selecionados por ordem cronológica, a partir da primeira inscrição, até o preenchimento das vagas do curso optado pelos candidatos. A listagem dos selecionados será divulgada no site, por ordem de classificação. Entre as 66 opções oferecidas estão assistente administrativo, cuidador de idosos, mecânico de bicicleta, bartender, confeitaria, pastelaria, solda elétrica, corte e costura e bombeiro hidráulico, além de línguas como inglês, italiano, francês, japonês e russo. Cada candidato só poderá se inscrever para um curso. Quem for selecionado na primeira lista publicada deverá comparecer à escola indicada para se matricular no curso escolhido, de 17 a 20 de julho, portando original e cópia dos seguintes documentos: RG ou CNH, CPF, comprovante de escolaridade e de residência, foto 3x4. Haverá dois remanejamentos antes do início das aulas. INFORMAÇÕES PARA O PÚBLICO - (81) 3355-2561 INSCRIÇÕES: Pelo site qualifica.recife.pe.gov.br, das 14h da segunda (10) às 23h59 da quarta-feira (12). Quem não tiver acesso à Internet pode comparecer ao Compaz Eduardo Campos, no Alto Santa Terezinha, na segunda, das 14 às 17h, e nos outros dias, das 8h às 17h, onde haverá computador à disposição.   CALENDÁRIO: 10 a 12/07 - Inscrições 14/07 - Divulgação do Resultado 17 a 20/07 - Matrícula dos selecionados De 26/7 a 02/08 - Período de remanejamento 07/08 - Início das aulas   LISTA DOS CURSOS: Assistente administrativo Assistente de almoxarifado Assistente de gestão de qualidade e atendimento ao público Assistente de logística Atendente administrativo Atendente judiciário Atendente em serviços de saúde Atendimento ao público Auxiliar administrativo Auxiliar de almoxarifado Auxiliar de gestão em recursos humanos Auxiliar de logística Auxiliar de logística e distribuição Cuidador de idosos Práticas do judiciário Recepção em serviços turísticos e em hotelaria Autocad e revit Informática básica Informática intermediária Caldeiraria Marcenaria Mecânico de bicicleta Serralharia Serralharia ornamental Solda elétrica com mig-mag Solda elétrica (eletródo revestido) Corte e costura Bombeiro hidráulico (encanador) Eletricista predial Cabeleireiro Curso básico de auxiliar de massoterapia Auxiliar de massagista Estética para salão de beleza (manicure, design de sobrancelha e maquiagem) Penteados especiais e escovista Maquiagem e penteado Bartender Confeitaria Confeitaria avançada Culinária Culinária fácil Culinária, doces e salgados Culinária prática Curso básico de massas e pães Doces e salgados Doces finos Garçom Pastelaria Pastelaria prática Tortas finas Tortas finas e doces finos Artigos decorativos Artes serigráficas Customização Estamparia Pintura em tecido Serigrafia Espanhol aplicado em atendimento ao público Espanhol aplicado a serviços turísticos Espanhol básico Francês básico Inglês básico Inglês aplicado a serviços turísticos Italiano básico Japonês básico Libras Russo básico   (PCR)

Prefeitura oferece mais de 3800 vagas gratuitas em cursos profissionalizantes Read More »