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Exposição reaviva memória do escritor Maximiano Campos

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No próximo dia 19 de novembro, às 17h, a Biblioteca Blanche Knopf, da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), lança a exposição “O Domador de Sonhos: 80 anos de Maximiano Campos”. A montagem marca a celebração de aniversário de nascimento do autor do romance “Sem lei nem rei” (1968) e de diversas outras obras. Um perfil do escritor e contista Maximiano Campos (1941-1998) ocupará a Sala de Leitura Nilo Pereira, no Campus Derby, fazendo um passeio pela vida privada do escritor recifense e todos os seus 17 títulos publicados.

Filho de Maximiano, o presidente da Fundaj, Antônio Campos, recorda a trajetória do pai, saudado por Gilberto Freyre como “mestre na especialidade do conto”. “Em um tempo de vulgaridade artística que confunde talento com mercadoria, são poucos os que, como Maximiano, preservaram, na ficção e na poesia, a sua visão humanista primordial e digna, através da qual desenhou a vida”, acentua ao destacar uma vocação e postura humanista na obra do pai, além de uma divisão entre o divino e o humano.

Agenda TGI

Na montagem, estarão diferentes edições das obras de Maximiano. “Haverá um destaque especial para aquelas cujas dedicatórias são especiais”, assinala a coordenadora da Biblioteca, Nadja Tenório Pernambucano. Fragmentos de contos, crônicas e de seus romances ganharão destaque nas paredes, ao lado da letra do frevo “Serpentina partida”, co-autoria com Arthur Lima Cavalcanti. Outro recurso utilizado será o audiovisual, em vídeos que reúnem depoimentos.

Em julho de 2020, a Instituição recebeu a doação do acervo pessoal do escritor, com mais de 5 mil livros catalogados. Além da biblioteca do autor, estão também objetos, antigas comendas e outros arquivos. Para a coordenadora, muito além da homenagem, iniciativas como estas são um convite.“É uma oportunidade para conhecer esta importante coleção, que agora pertence à Fundação, e que está disponível ao público na visita aos nossos acervos”, reforça Nadja.

Sobre o homenageado
Maximiano Accioly Campos nasceu no Recife, em 19 de novembro de 1941. De acordo com Antônio Campos, ele começou a escrever muito cedo, desde os tempos do Colégio São João, onde fez os estudos secundários e abriu-se para o mundo do conhecimento e da literatura. Foi um dos expoentes da Geração 65 e um dos escritores que mais dialogou com Ariano Suassuna, tendo feito o posfácio da primeira edição da Pedra do Reino.

Bacharel em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco, Maximiano foi ao longo de sua vida cronista do Diario de Pernambuco e superintendente do Instituto de Documentação da Fundação Joaquim Nabuco. Entre janeiro de 1987 e dezembro de 1988, assumiu o cargo de secretário de Turismo, Cultura e Esportes do Governo de Pernambuco, durante a segunda gestão do governador Miguel Arraes.

Do seu casamento com Ana Arraes, teve dois filhos: o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (1965-2014) e o advogado e escritor, atual presidente da Fundação Joaquim Nabuco, Antônio Campos. Maximiano é autor de 17 livros, alguns publicados postumamente. Sua primeira obra “Sem lei nem rei” é também a mais conhecida. Ela narra uma briga entre coronéis do sertão e da zona da mata de Pernambuco.

Depoimento
Ex-superintendente do Instituto de Documentação da Fundação Joaquim Nabuco, o escritor recifense Frederico Pernambucano de Mello conviveu com Maximiano Campos na própria Fundaj. Uma amizade iniciada na década de 70. “Max, como os amigos o chamavam nesta Casa, era homem das chamadas letras artísticas. Para ele, literatura não era apenas a arte da palavra. Era também cultura”, ressalta.

“Cada um fala de seu tempo. No de Max, que foi também o meu, iniciado em 1972, quando éramos 80 servidores e passávamos de autarquia a fundação, o privilégio ia além do norte intelectual dado pessoalmente por Gilberto Freyre, gabinete aberto a cada fim de tarde para troca de ideias e sugestão de linhas de estudo, com aquele domínio de bruxo que Gilberto possuía sobre o tempo”, completa.

Com bagagem de atividades significativas na vida cultural de Pernambuco, Maximiano visitava raízes, projeções, grandezas e misérias. “A sua saliência não despontou no deserto, coisa fácil de acontecer em razão do contraste fácil, deu-se em meio a uma constelação de talentos, o que é façanha. Que a biblioteca, ora apropriada, chame ao presente novos exames do que foi sua contribuição a esta Casa e à inteligência da região”, pontua Frederico.

Serviço
Exposição “O Domador de Sonhos: 80 anos de Maximiano Campos”
Data: 19 de novembro
Horário: 17h
Local: Sala de Leitura Nilo Pereira
Fundação Joaquim Nabuco — Campus Derby
Entrada gratuita

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