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Caminhada Inter-religiosa reúne manifestantes no Derby em defesa da Mata Atlântica e da APA Aldeia-Beberibe

Manifestação cobra desmatamento zero e alerta para impactos da construção da Escola de Sargentos na maior faixa de Mata Atlântica ao norte do São Francisco. Fotos: Tom Cabral Neste domingo (27), a Praça do Derby, no Recife, foi palco da Caminhada pela Vida: um ato inter-religioso em defesa da Mata Atlântica e da Área de Proteção Ambiental Aldeia-Beberibe. A manifestação, organizada pelo Coletivo InterReligioso, reuniu fiéis de diversas crenças, movimentos socioambientais e moradores da Região Metropolitana para exigir desmatamento zero e alertar sobre os impactos ambientais da construção da Escola de Sargentos do Exército na área. Essa foi a quarta ação da sociedade civil organizada em duas semanas para marcar um posicionamento sobre o empreendimento. O projeto da Escola prevê a derrubada de 90 hectares de vegetação nativa. A APA Aldeia-Beberibe é uma área estratégica para o equilíbrio ecológico da região, contendo a nascente do Rio Catucá, que abastece o Sistema Botafogo e fornece água para cerca de um milhão de pessoas. O Fórum Socioambiental de Aldeia vem denunciando a ameaça à fauna, flora e aos recursos hídricos caso a construção avance. Entre os manifestantes, estavam lideranças religiosas, ambientalistas e representantes da sociedade civil. A deputada estadual Dani Portela (PSOL) participou da caminhada e destacou que a luta é de todos: "“Os desastres ambientais têm aumentado cada vez mais. Podemos pagar um preço muito alto por desmatar tantos hectares de Mata Atlântica. É preciso que o poder público entenda a importância do desmatamento zero a um bioma tão vital para o nosso estado. Não somos contra o desenvolvimento, mas ele precisa acontecer de forma sustentável”. O evento contou ainda com apresentação cultural do Cutia Coletivo, com o espetáculo Evaristo, que traz de forma lúdica a mensagem de alerta para a urgente preservação ambiental. Nas últimas semanas, moradores de Aldeia envolvidos nesta discussão já participaram de uma ação educativa no Parque da Tamarineira e representantes do Fórum Socioambiental de Aldeia apresentaram as alternativas locacionais para a ESA em um evento na Universidade de Pernambuco, que contou com a presença da vereadora Liana Cirne. Em paralelo, há uma campanha em redes sociais, com forte engajamento da classe política e artística em defesa da preservação do bioma.

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Implementacao do projeto do coletivo Mangueboyz de captacao de agua na comunidade Arruado3 EditalJovensnoClima2024 foto Danyllo Feliciano Cavalcanti

Edital Jovens no Clima 2025 seleciona 18 coletivos para projetos ambientais no Recife

Iniciativas lideradas por jovens receberão R$ 20 mil e serão apresentadas na COP-30, em Belém (PA) A Prefeitura do Recife divulgou o resultado do Edital Jovens no Clima 2025, que selecionou 18 coletivos formados por jovens de 15 a 29 anos com propostas voltadas para enfrentar os desafios ambientais da capital pernambucana. Cada projeto receberá R$ 20 mil para ser implementado e terá um representante na Conferência da ONU sobre o Clima, a COP-30, que será realizada em Belém, no Pará. O edital, lançado pela Secretaria de Direitos Humanos e Juventude em parceria com a Rede Conhecimento Social, Delibera Brasil e organizações internacionais como a Bloomberg Philanthropies, recebeu 51 inscrições. Os critérios de avaliação foram definidos por uma comissão mista de representantes da sociedade civil e do poder público. A lista dos contemplados e suplentes está disponível no aplicativo ou site Conecta Recife, no botão “Jovens no Clima 2025”, e também na edição nº 52 do Diário Oficial do Recife, publicada em 26 de abril. “Estamos apostando na formação de jovens protagonistas na agenda climática e na transformação de ideias inovadoras em ações práticas que impactem positivamente seus territórios”, destacou o secretário Marco Aurélio Filho. O primeiro encontro entre os grupos selecionados e os realizadores será realizado no dia 17 de maio. Entre os projetos selecionados estão iniciativas como “Confabulando Ibura: Juventude, Território e Clima”, “Clima Queer: Corpos que Habitamos, Territórios que Defendemos”, “Pé de Beberybe” e “Semeando o Recife”, que integram arte, ancestralidade, comunicação e educação ambiental em suas propostas de impacto local. Confira a lista dos 18 projetos selecionados: Confabulando Ibura: Juventude, território e clima Chico no Clima Clima  em  Cena:  Jovens  Artistas  por  um  Pina Verde Alerta   Vermelho:   Monitoramento   Climático   e  Ações Educativas sobre a Maré Vermelha RECORTE RECIFE Conte uma História e Plante uma Muda Clima em Ação: Várzea Sustentável Entra  Apulso,  território  de  esperança:  juventude, arte e clima Comunicação Ambiental Refúgio Verde Jovens defensores do rio Beberibe Recife  Azul:  Complexo  sustentável  e  facilitação  ecológica na RPA 4 Clima  Queer:  Corpos  que  Habitamos,  Territórios  que Defendemos AGORA É A NOSSA VEZ Semeando o Recife Recicla Afaya a ancestralidade Nagô preservando a Natureza Pé de Beberybe Rota  –  Rede  de  Orientação  Territorial  para  Ação  climática SERVIÇO📌 Resultado do Edital Jovens no Clima 2025📲 Acesse a lista completa: Conecta Recife > botão “Jovens no Clima 2025”📰 Diário Oficial do Recife (ed. nº 52): https://dome.recife.pe.gov.br/📅 Primeiro encontro: 17 de maio de 2025

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Fazenda Churrascada abre sua primeira unidade no Nordeste no Shopping Recife

"Disney do Churrasco" chega ao Parque Gourmet com rooftop de 2.400m² e promete experiência multissensorial para os amantes da carne Os apaixonados por churrasco têm um novo destino em Pernambuco: a Fazenda Churrascada, conhecida nacionalmente como a “Disney do Churrasco”, escolheu o Shopping Recife para inaugurar sua primeira unidade no Nordeste. A operação, comandada pelo Heat Group, integrará o inédito Parque Gourmet do centro de compras e promete elevar a experiência gastronômica local a um novo patamar. Instalado em um rooftop de 2.400m², o espaço oferecerá muito mais do que carnes nobres. A unidade vai contar com açougue de cortes especiais, loja de acessórios e um ambiente pensado para proporcionar um verdadeiro mergulho multissensorial no universo do churrasco. A novidade reforça o título de ser um dos restaurantes mais procurados da América Latina no TripAdvisor, consolidando sua liderança no segmento. O Parque Gourmet, com previsão de inauguração para o segundo semestre de 2025, é um projeto ambicioso do Shopping Recife. Com área de 6 mil m², reunirá nove operações de destaque da gastronomia pernambucana e brasileira, incluindo nomes como André Saburó, Pedro Godoy, Biba Fernandes e a tradicional Toscana Trattoria. O novo espaço será uma referência para quem busca experiências culinárias autênticas, do autoral ao clássico, a qualquer hora do dia.

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Acquaventura Gramado

Gramado Parks inaugura Acquaventura e anuncia Beach Club na Praia dos Carneiros

Novo parque aquático impulsiona turismo e economia no Litoral Sul de Pernambuco com investimento de R$ 140 milhões A Gramado Parks inaugurou nesta sexta-feira (25) o Acquaventura, novo parque aquático instalado na famosa Praia dos Carneiros, em Tamandaré (PE). Com investimento de R$ 140 milhões, o empreendimento combina lazer, sustentabilidade e valorização cultural, posicionando-se como um dos maiores projetos turísticos já realizados no estado. A abertura contou com autoridades, executivos da empresa e imprensa, celebrando o início de uma nova fase para o turismo e a economia local. Durante a cerimônia, a Gramado Parks anunciou ainda o lançamento de um Beach Club à beira-mar, previsto para o segundo semestre de 2025. O espaço oferecerá serviço de praia, gastronomia exclusiva, restaurante e áreas de relaxamento. "Hoje é um dia histórico para todos nós. O turismo é um dos grandes propulsores hoje, não só de investimento, de geração de renda, mas de qualificação das pessoas para o trabalho e da mudança do status de uma região", destacou Ronaldo Costa Beber, CEO da Gramado Parks. Com mais de 55 mil m², o Acquaventura tem capacidade para receber até 3 mil visitantes por dia e reúne atrações inéditas, como a primeira montanha-russa aquática de Pernambuco, a Iakataka, e um rio de corredeiras com 480 metros. O parque também oferece ampla estrutura de lazer, com piscina de 3,6 mil m², bar molhado, toboáguas radicais, áreas infantis temáticas, quadras de beach tennis e bangalôs VIPs, além do Restaurante Pirata, loja de souvenirs e espaço baby. O empreendimento gera 180 empregos diretos e 540 indiretos, além de impulsionar a infraestrutura turística de Tamandaré. "Parabenizo a todos que acreditaram, desde o começo, neste grande projeto, que tem transformado Tamandaré, gerando emprego e renda", afirmou o prefeito Isaías Honorato. Já o presidente da Empetur, Eduardo Loyo, destacou o impacto do parque para o turismo estadual: "Tenho certeza que este novo destino vai desenvolver bastante não só Tamandaré, mas toda a região". Serviço:Ingressos para o Acquaventura já estão disponíveis no site oficial www.acquaventura.com.br com tarifas promocionais durante o primeiro mês de operação.

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Francisco: o Papa que destruiu muros e construiu pontes

*Por Carlos André Silva de Moura É consenso entre pesquisadores da história das religiões, especialmente aqueles que se dedicam a compreender aspectos políticos, sociais e culturais da Igreja Católica Apostólica Romana, que a instituição representa uma das principais estruturas conservadoras da atualidade. Pode-se destacar que muitas das suas recomendações, como a “proibição” do planejamento familiar, a falta da ascensão das mulheres em cargos de liderança ou a manutenção do celibato para o clero, são aspectos que estão distantes do diálogo com a realidade do tempo presente. Desde o papa João Paulo II (1978-2005), temáticas sensíveis sobre a reestruturação da Cúria Romana estiveram, de forma mais direta, na ordem do dia entre a hierarquia eclesiástica da Igreja Católica. No entanto, nos últimos 12 anos, o papa Francisco conseguiu estruturar um debate que atendeu parte das reivindicações de eclesiásticos, fiéis e colaboradores que trabalhavam por maior abertura da instituição. A sua proposta de uma Igreja Sinodal, que enfatiza a importância da participação ativa de todos os seus membros no processo de discernimento e decisão, apresentou a tônica dos debates estabelecidos desde 2013. O pontífice trabalhou por uma proposta relacional, com defesa da comunhão, da participação nas estruturas religiosas e constante missão, com a promoção de uma “Igreja em saída”, modelo de instituição que se move para “fora de si” e em busca das necessidades do mundo. As orientações elaboradas pelo papa Francisco estavam em seus escritos mas, também, em atos, inclusive nas recomendações para o seu funeral. Em suas primeiras horas de pontificado, surgiu para a multidão na “sacada das bênçãos”, varanda central da Basílica de São Pedro, com vestes talares simples, crucifixo de latão e poucas palavras se comparado aos seus antecessores, simbolismo que marcou o seu governo. Do mesmo modo, a escolha de Lampedusa, ilha localizada ao sul da Itália, como o destino para a sua primeira viagem demonstrou a preocupação com a causa dos imigrantes e refugiados em todo o mundo, especialmente na Itália que recebia milhares de pessoas em situação de vulnerabilidade. O papa Francisco foi um exímio negociador, em busca da execução de uma diplomacia internacional de chefe de estado e a derrubada de muros existenciais. Buscou dialogar com norte-americanos e cubanos, israelenses e palestinos, russos e ucranianos, evitou a Argentina com receio de usos políticos da sua imagem, em um trabalho de aproximação dos diferentes. Criticou os autoritarismos, a violência, os desmandos socioculturais e a guerra nos principais espaços políticos, não se resumindo ao mundo eclesiástico. Trabalhou para a construção de pontes em um mundo de crises e distanciamentos. Os últimos dias de Francisco foram marcados por atos simbólicos significativos, como a sua aparição na varanda central da Basílica de São Pedro, no dia da Páscoa, com o objetivo de conceder a bênção Urbi et Orbi, e a saudação ao povo no meio da Praça de São Pedro, demonstraram a preocupação do pontífice em fortalecer a sua conexão com os fiéis. Com todas as limitações de uma instituição conservadora, Francisco estabeleceu orientações para a Igreja Católica que exigirá do novo papa diálogos com diferentes grupos e atores sociais, mesmo aqueles distantes do mundo eclesiásticos. O pontificado que se encerrou em 21 de abril de 2025 ficará marcado por possibilidades de discussões de temas basilares para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. No entanto, sabe-se que os rompimentos são demorados, precisam de continuidades que necessitam de uma longa duração e diálogos conjuntos em uma sociedade complexa como a vivenciada atualmente. A retrospectiva do trabalho executado pelo papa Francisco exigirá do novo pontífice a construção de novas pontes e o fortalecimento daquelas já existentes. *Carlos André Silva de Moura é docente da Universidade de Pernambuco e coordenador do Laboratório de Estudos da Religião

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A infância pode durar para sempre 

*Por Gabriela Camarotti A infância não é apenas um período da vida, mas uma forma de existir. Mais do que um substantivo, poderíamos olhar a infância como um adjetivo, uma maneira de ser, sentir e perceber o mundo. Curiosidade, leveza, criatividade e entusiasmo não precisam ser características exclusivas das crianças; são elementos fundamentais para uma vida plena em qualquer idade. No entanto, ao longo dos anos, muitas vezes deixamos para trás essas características que nos tornam adolescentes e adultos felizes, que mantêm viva a forma genuína de sentir e perceber a realidade. O que aconteceria se, em vez de encerrar a infância, a carregássemos conosco para sempre? O educador Marcelo Cunha Bueno enfatiza que “a infância é uma forma de estar no mundo, e não apenas uma fase da vida”. Ele nos lembra que a intuição, essa inteligência sensível e profunda, é um legado da infância que nos conecta ao que há de mais autêntico em nós. É através desse olhar infantil que conseguimos viver com mais verdade, alinhados aos nossos sonhos e desejos. Mas como preservar essa essência ao longo das fases da vida? Como garantir que a infância, com suas qualidades inegociáveis, continue viva na adolescência e na vida adulta? A resposta está em cultivar aquilo que naturalmente nos impulsionava na infância: a curiosidade, a criatividade, o afeto e o protagonismo. O que os grandes pensadores da educação nos mostram é que preservar essa essência não é apenas um desejo romântico, mas uma necessidade para uma vida mais rica e significativa. O educador Paulo Freire nos ensina que a aprendizagem nasce do diálogo, da curiosidade e da capacidade de questionar, qualidades naturais da infância que, quando preservadas, tornam o adulto mais crítico e reflexivo. Loris Malaguzzi, educador italiano, com sua abordagem Reggio Emilia, reforça a ideia de que cada ser humano tem “100 linguagens”, múltiplas formas de aprender e expressar-se, que não deveriam ser reduzidas à medida que envelhecemos. Edgar Morin, sociólogo e filósofo francês, lembra que o mundo é complexo e imprevisível, e que aqueles que mantêm o pensamento exploratório e criativo da infância têm mais facilidade para se adaptar às mudanças. Manter a curiosidade na vida adulta significa não perder o encantamento pelo novo, a vontade de aprender e o olhar investigativo sobre o mundo. É preciso resgatar a capacidade de fazer perguntas, de explorar possibilidades e de não se contentar com respostas prontas. Quem mantém essa inquietação intelectual permanece aberto ao aprendizado e à inovação, sem medo de mudar de opinião ou de se reinventar. A criatividade, tão abundante na infância, não deve ser reprimida pela rigidez das obrigações e das regras impostas. Crianças transformam o ordinário em extraordinário, enxergam soluções onde ninguém mais vê e criam realidades inteiras a partir da imaginação. Cultivar essa habilidade ao longo da vida permite que continuemos inventando novas formas de nos expressar, seja na arte, na ciência, no trabalho ou nas relações cotidianas. O afeto e a escuta são fundamentais para manter viva a essência infantil. Na infância, vivemos intensamente nossas emoções e nos conectamos com os outros sem reservas. Conforme crescemos, muitas vezes endurecemos nossas relações, substituindo a escuta genuína por diálogos superficiais e a empatia pela pressa do dia a dia. Resgatar essa conexão profunda com os outros nos torna mais humanos, mais presentes e mais atentos ao que realmente importa. O protagonismo, por fim, é a chave para que a infância permaneça dentro de nós. Quando crianças, agimos com autenticidade, exploramos o mundo sem medo de errar e confiamos em nossa própria capacidade de aprender. Na vida adulta, o medo do julgamento e a necessidade de se encaixar podem limitar essa liberdade. Retomar o protagonismo significa assumir o controle sobre a própria história, fazer escolhas com coragem e manter viva a paixão por descobrir e experimentar. Se a infância é esse estado de curiosidade, leveza e encantamento, então ela não precisa acabar. Podemos continuar sendo exploradores do mundo, aprendizes constantes e sonhadores corajosos, independentemente da idade. Isso é um ato de resistência contra um mundo que nos exige rigidez e pragmatismo. É um compromisso com uma vida mais rica, mais autêntica e mais humana. Manter a infância viva não é um ato de nostalgia, mas sim um compromisso com uma vida mais autêntica, plena e criativa. Quem carrega consigo a curiosidade, a criatividade, o afeto e o protagonismo se torna mais adaptável, mais empático e mais preparado para os desafios da vida. Afinal, como nos ensina Marcelo Cunha Bueno, “a infância é uma forma de estar no mundo”. E essa forma, se cultivada, pode, e deve, nos acompanhar por toda a vida. Gabriela Camarotti é diretora pedagógica do ensino fundamental I e II da Escola Vila Aprendiz

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Dia Mundial da Propriedade Intelectual: Desafios e Oportunidades para a Indústria Musical

Celebrado em 26 de abril, o Dia Mundial da Propriedade Intelectual traz à tona a importância da proteção dos direitos autorais e os novos desafios para a indústria musical, como a regulação da inteligência artificial na criação de conteúdo. Celebrado a cada 26 de abril, o Dia Mundial da Propriedade Intelectual promove a conscientização sobre a importância dos direitos de propriedade intelectual (PI) em escala global. Neste ano, a campanha do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) tem como mote “Sinta o Ritmo da PI”, com foco na música e na relevância da proteção legal para garantir que artistas e criadores tenham seus direitos preservados e reconhecidos. No Brasil, a relação entre música e Propriedade Intelectual é regulamentada principalmente pela Lei de Direitos Autorais (Lei nº 9.610/98), que estabelece os direitos morais e patrimoniais dos autores e titulares. A legislação permite que músicos, compositores, intérpretes, produtores fonográficos e editores tenham controle sobre o uso de suas obras, garantindo retorno econômico e reconhecimento. Em um cenário de transformações tecnológicas e mudanças nos hábitos de consumo, o debate sobre a proteção da PI no setor musical ganha ainda mais relevância. Segundo dados divulgados pelo Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), a arrecadação de direitos autorais em 2024 ultrapassou R$ 1,8 bilhão, com R$ 1,57 bilhão distribuídos a mais de 345 mil titulares. Os serviços digitais lideraram pela primeira vez o ranking de arrecadação, representando 26% do total, em linha com o crescimento do streaming como principal forma de consumo musical. “O avanço da tecnologia tem permitido uma identificação mais precisa das execuções musicais, o que é essencial para uma distribuição mais justa. Mas, ao mesmo tempo, traz novos desafios, como a regulação do uso da inteligência artificial na criação de conteúdo”, avalia o advogado Gustavo Escobar, especialista em Propriedade Intelectual e sócio gestor do escritório Escobar Advocacia. O uso da IA generativa, por exemplo, levantou preocupações entre artistas em todo o mundo, gerando debates intensos sobre os limites éticos e legais da criação automática de obras musicais. “A proteção da autoria humana é um princípio estruturante do nosso sistema jurídico. No Brasil, ainda há dificuldade em compatibilizar a legislação vigente com a produção automatizada, o que exige um debate mais aprofundado e urgente”, complementa Escobar. Casos recentes reforçam a importância de atenção aos contratos e à gestão dos direitos autorais. A disputa envolvendo a cantora Taylor Swift e seu ex-empresário Scooter Braun trouxe à tona a relevância dos chamados direitos sobre os masters - as gravações originais de álbuns e músicas. Ao relançar suas obras sob o selo “Taylor’s Version”, a artista buscou retomar o controle sobre seu repertório e reacender o debate sobre a autonomia dos criadores sobre sua própria arte. No Brasil, exemplos semelhantes surgem em diferentes frentes, inclusive em campanhas políticas. Em decisão recente, o Tribunal de Justiça de Goiás condenou um candidato ao pagamento de indenização por uso indevido de um jingle de campanha, sem autorização dos autores. A sentença reconheceu a violação dos direitos morais e patrimoniais, destacando a irrenunciabilidade da autoria e o dever de compensação financeira. INOVAÇÃO Para além da questão legal, a PI também desempenha papel estratégico no estímulo à inovação. De acordo com o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), iniciativas como o programa de patentes verdes buscam integrar proteção legal e desenvolvimento sustentável. No campo musical, isso se reflete tanto em novas tecnologias de produção e distribuição quanto na preservação da diversidade cultural brasileira. O repertório nacional respondeu por 62% dos valores distribuídos pelo Ecad em 2024. “Isso mostra a vitalidade da nossa música e a importância de mecanismos que garantam que essa riqueza cultural continue sendo valorizada”, afirma Escobar.

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Festival Recife Coffee movimenta economia criativa e impulsiona mercado de cafés especiais em Pernambuco

Comemorando 10 anos, evento reúne 39 cafeterias e espera atrair mais de 200 mil pessoas, fortalecendo negócios locais e cadeias produtivas sustentáveis. Foto: Filipe Ramos Com uma década de história, o Recife Coffee chega à sua 10ª edição consolidado como um dos maiores festivais de cafés especiais do Brasil e uma vitrine potente para o setor de economia criativa em Pernambuco. Este ano, o evento acontece de 4 de maio a 8 de junho, reunindo 39 cafeterias autorais do Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Taquaritinga do Norte e Gravatá — cidades que vêm se destacando na cena do café especial no Nordeste. Durante o circuito, todas as cafeterias participantes oferecem a “sugestão do barista”, que inclui café especial, salgado e sobremesa, por R$ 41,90 — mesmo valor do ano passado, apesar da alta dos insumos. A decisão é estratégica e simbólica: manter o preço é garantir o acesso do público e preservar a essência do festival. “A ideia é ampliar o alcance, ‘furando a bolha’ e levando o universo do café especial para todos”, afirma Lidiane Santos, presidente da Associação de Cafeterias de Especialidades de Pernambuco (ASCAPE), organizadora do evento. O impacto econômico é significativo. A expectativa da ASCAPE é de um crescimento de 15% no número de visitantes em relação a 2024, com mais de 200 mil pessoas circulando pelas cafeterias. Além disso, o setor de cafés especiais em Pernambuco deve crescer cerca de 10% este ano, impulsionado por eventos como o Recife Coffee, que fortalece negócios locais e promove práticas sustentáveis na produção de grãos com rastreabilidade e alto padrão sensorial. A abertura do festival será marcada pelo evento “Café na Rua”, no dia 3 de maio, na Avenida Rio Branco, no Recife Antigo, com degustações gratuitas, feira de artesanato, palestras, shows e concurso de latte art — tudo gratuito e aberto ao público. “O Recife Coffee, além de ter como objetivo divulgar o café especial, é também uma oportunidade da cafeteria se tornar mais conhecida e aumentar sua receita, consequentemente”, destaca Ane Wink, vice-presidente da ASCAPE. Serviço | Recife Coffee 2025📅 Abertura: 03/05, das 9h às 17h, na Av. Rio Branco (Recife Antigo)📆 Festival: 04/05 a 08/06/2025💰 Valor da sugestão do barista: R$ 41,90 (café + salgado + sobremesa)🔎 Mais informações: @recifecoffeeoficial CAFETERIAS PARTICIPANTES (e as Sugestões dos Baristas) GRAVATÁ Arte Café Sugestão do barista: Latte - café espresso com leite vaporizado; Croque Monsieur -camadas de pão recheado com peito de peru e queijo parmesão, coberto com molho bechamel; e Choux cream - massa francesa de crosta fina, recheada com creme de baunilha e finalizada com mousse de caramelo salgado. Serviço: Rua Cleto Campelo, 210 – Gravatá. Seg, das 14h às 22h, e qua a dom, das 14h às 22h. Contato: 81 3533.3452 e @artecafe_oficial JABOATÃO DOS GUARARAPES Fridda Café Sugestão do barista: capuccino com Tulla Café, variedade Geisha, com notas de caramelo, melaço, chocolate e acidez cítrica; Autêntica Muffuletta de New Orleans - Pão American Bread com muçarela, presunto, provolone e peito de peru defumado, abraçados por uma Relish com azeitonas pretas e verdes, pimentões vermelhos, pepino em conserva, pimenta do reino, suco de limão siciliano e azeite extra virgem; e coleção de quatro mini brownies, com coberturas de pistache, floresta negra, limão e Kit Kat. Serviço: Rua Antônio Ferreira Campos, 4366, Candeias. Seg a sex, das 10h às 21h, sáb, das 9h às 21h, e dom, das 8h às 20h. Contato: 81 98204.0237 e @friddacafe Nouve Sugestão do barista:  capuccino italiano; docaccia da casa recheada com pesto de tomate seco, muçarela fresca, copa, mortadela italiana, basílico e azeite; e bolo intenso de chocolate nobre meio amargo, acompanhado de crumble de paçoca, ganache de chocolate meio amargo e finalizado com flor de sal. Serviço: Av. Bernardo Vieira de Melo, 3310, Piedade. Ter a sáb, das 14h30 às 20h, e dom, das 16h30 às 20h. Contato: 81 99735.8176 e @nouve.cafe RECIFE 81 Coffee co.  Sugestão do barista: Iced Cookie Latte - leite cremoso, saborizado com xarope de cookies e um duplo shot de espresso; Crispy Chicken Toast - tosta de focaccia com pesto de salsa, rúcula fresca, frango empanado na Panko, queijo mussarela maçaricado e tomates assados; e Cheesecake Brownie - base de brownie com cacau black com cobertura de cheesecake. Serviço: Rua das Creoulas, 55 A – Graças. Ter a Sex, das 12h às 20h, e sáb e dom, das 9h às 20h. Contato: 81 99236-0808 e @81coffeeco A Vida é Bela Café Sugestão do barista: Mocha chocolate branco - leite vaporizado, dose de espresso e gotinhas de chocolate branco no fundo da xícara; Pão de alho do Consulado - pão caseiro com recheio de creme de queijo adocicado, manteiga de alho e pedacinhos de bacon; e cupcake pistache - bolinho fofo com pistache, recheio de chocolate branco e cobertura de brigadeiro de pistache. Serviço: Rua Francisco Lacerda, 394 – Várzea. Ter a sex, das 14h às 20h, e sáb e dom, das 13h às 20h. Contato: 81 97334.2024 e @avidaebela.cafe Aurora Café Sugestão do barista: cappuccino clássico italiano; sanduíche de lombo canadense -Pão Recife generosamente recheado com lombo canadense, maionese de hortelã, geleia de abacaxi e rúcula; e cheesecake de abacaxi. Serviço: Praça do Arsenal da Marinha, 91 – Museu Paço do Frevo, Recife Antigo. Ter a sex, das 10h às 18h30, e sáb e dom, das 11h às 19h. Contato: @auroracafe.recife Borsoi Café Sugestão do barista: Café filtrado Brasilidade - doce e tropical, direto de Piatã (BA); Ciabatta recheada com mortadela, pesto de Pistache e creme de alho poró; e bolo de chocolate molhadinho com calda de chocolate 70% e mousse de queijo. Serviço: Rua Artur Muniz, 82 – Loja 5, Boa Viagem (Edf. Califórnia). Ter a dom, das 8h às 20h. Contato: 81 3071.6834 e @borsoicafe Café com dengo Sugestão do barista: café filtrado no Koar com notas sensoriais de frutas cítricas, caramelo e chocolate; Sanduíche Pururuca - pão francês com crosta crocante de queijo parmesão recheado com fraldinha na chapa, queijo muçarela, maionese da casa, cebola crispy e rúcula; e Bolinho de Tangerina - três camadas de massa de tangerina, intercaladas com brigadeiro branco e um delicioso curd de tangerina, além

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Foto Bruno Spada Camara dos Deputados

Obra de J. Borges ocupa o Congresso Nacional em homenagem feita pelo Governo de Pernambuco

Exposição no Salão Negro reúne xilogravuras, cordéis e matrizes do mestre de Bezerros, ícone da cultura nordestina. Foto: Bruno Spada A força da arte popular pernambucana chegou ao coração do poder legislativo do Brasil. Com curadoria inédita do Governo de Pernambuco, foi aberta nesta quarta (23) no Salão Negro do Congresso Nacional, em Brasília, a exposição J. Borges: Poesia e Arte, que celebra o legado do mestre da xilogravura e do cordel. A mostra reúne cerca de 70 obras, entre xilogravuras, matrizes e folhetos, organizadas em três núcleos temáticos — Religiosidade, Sertão e Cotidiano Nordestino. Idealizada pelo Estado em homenagem aos 90 anos que o artista completaria em 2025, a exposição foi selecionada por edital da Câmara dos Deputados e é a primeira grande mostra póstuma dedicada ao artista de Bezerros, falecido em 2023. A governadora Raquel Lyra participou da abertura, destacando J. Borges como símbolo da identidade pernambucana. "O trabalho dele falava da força e da resiliência da nossa gente. Essa é a expressão da cultura popular que nos faz únicos", afirmou. A curadoria, realizada pelo Governo de Pernambuco, inclui obras icônicas como A mulher que botou o diabo na garrafa e O monstro do sertão, além de uma linha do tempo com os principais marcos dos 60 anos de carreira do artista. Oficinas de xilogravura com Pablo Borges, filho do artista, integram a programação educativa. Outro destaque é o lançamento do primeiro catálogo bilíngue (português-inglês) sobre a obra de J. Borges, com foco na internacionalização do legado. Durante a cerimônia, autoridades como os senadores Teresa Leitão e Humberto Costa, deputados federais e estaduais, e a prefeita de Bezerros, Lucielle Laurentino, ressaltaram o papel da mostra como reconhecimento da cultura nordestina no cenário nacional. "Expor J. Borges no Parlamento é um ato político de afirmação da nossa identidade", afirmou o deputado Carlos Veras. Serviço🖼️ Exposição: J. Borges – Poesia e Arte📍 Local: Salão Negro do Congresso Nacional – Brasília (DF)📅 Período: até 6 de julho de 2025🎨 Oficinas de xilogravura com Pablo Borges ao longo da programação📘 Lançamento do catálogo bilíngue sobre a obra de J. Borges🔎 Mais informações: @culturape

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Joao Canto 1 3

“Diante das tarifas aplicadas pelos EUA, produtos pernambucanos deverão buscar novos mercados consumidores.”

Os impactos do tarifaço provocado por Donald Trump são analisados pelo vice-presidente do Instituto de Pesquisas Estratégicas em Relações Internacionais e Diplomacia, João Canto. Ele avalia as oportunidades e ameaças que a crise apresenta a países como China e Brasil, aponta os setores mais afetados em Pernambuco e a necessidade de o Estado encontrar novos parceiros comerciais. Ao analisar a intrincada guerra tarifária desencadeada pelo Governo Donald Trump, João Canto, vice-presidente do Iperid (Instituto de Pesquisas Estratégicas em Relações Internacionais e Diplomacia), aponta para a perspectiva de o Brasil ser considerado como um destino interessante para algumas cadeias produtivas. Entretanto, caso a crise comercial se intensifique, o País pode ser prejudicado, segundo Canto, porque o comércio mundial perderá dinamismo, o que afetaria a demanda por commodities brasileiras. “A balança comercial brasileira sofreria alto impacto pois a China é o maior parceiro do Brasil; haveria fuga de dólar e desvalorização do real; aumento do custo de produção de muitos setores industriais brasileiros; entrada massiva de produtos chineses mais baratos no País; maior dificuldade para a indústria brasileira competir”, adverte o vice-presidente do Iperid. Na verdade, nesse xadrez de aumento tarifário, é difícil saber quem perde e quem ganha. Profissional de Comércio Internacional com mais de 15 anos de experiência, Canto afirma que a China aposta num jogo de paciência. “Quanto mais os EUA intensificam a retórica protecionista, mais se isolam de aliados e perdem competitividade global, abrindo espaço para Pequim se apresentar como alternativa estável e racional”. Mas salienta que a guerra comercial traz impactos para as duas maiores economias do mundo, que são as que mais importam e exportam. “O custo de conversão para empresas exportadoras chinesas e importadoras americanas é alto, e não há muitas saídas a curtíssimo prazo: ou absorvem o custo da tarifação (reduzindo rentabilidade), ou repassarão no preço (risco de redução no consumo). Isso desencadeia desaceleração econômica e pressão sobre outros parceiros econômicos das duas potências”.  De qualquer forma, para o analista, a alternativa para o Brasil e Pernambuco é buscar novos mercados exportadores para mitigar os impactos tarifários.  E acrescenta que exportadores pernambucanos têm ainda a possibilidade de se voltar para o mercado doméstico. Qual sua análise sobre o enfrentamento da China aos sucessivos anúncios de aumento de tarifas feitos por Trump? Especialistas afirmam que o Gigante Asiático já se preparava para esta situação e tem investido no seu mercado interno para não ficar à mercê das exportações.  A China tem adotado uma estratégia cuidadosamente calibrada que mescla firmeza diplomática, resiliência e planejamento de longo prazo, e tem respondido aos aumentos tarifários de forma equivalente ou até mais rigorosa, como ocorreu recentemente com a elevação de taxas para produtos norte-americanos de 84% para 125%. É um recado de que Pequim não cederá à pressão, nem aceitará acordos desvantajosos, preservando sua imagem tanto interna, quanto externa.  A China vem diversificando suas cadeias de suprimentos, incentiva a inovação tecnológica, para semicondutores, IA, entre outros, como forma de independência estratégica, e vem investindo no consumo interno para depender cada vez menos de exportações. Uma diretriz clara desde o plano “dupla circulação” anunciado por Xi Jinping. Entretanto, ainda que a China tenha poder de reação, a guerra comercial com os EUA traz impactos para os dois lados, pois são as duas economias que mais importam e exportam, sempre estão no topo e dependem uma da outra.  A função de pivotar grandes cadeias de suprimentos estabelecidas para países intensivos em comércio internacional, como China e EUA, tem um custo alto. O custo de conversão (ou também de não fazer nada) para empresas exportadoras chinesas e importadoras americanas é alto, e não há muitas saídas a curtíssimo prazo: ou absorvem o custo da tarifação (reduzindo rentabilidade), ou repassarão no preço (risco de redução no consumo). Isso desencadeia desaceleração econômica e pressão sobre outros parceiros econômicos das duas potências.  Segundo especialistas, a China aposta num jogo de paciência: quanto mais os EUA intensificam a retórica protecionista, mais se isolam de aliados e perdem competitividade global, abrindo espaço para Pequim se apresentar como alternativa estável e racional. Isso também é importante domesticamente para a China, onde o governo precisa mostrar à população e ao próprio Partido Comunista que não se dobra às provocações estrangeiras, especialmente de um rival estratégico como os EUA.  Todo esse embate tarifário não está apenas no comércio de bens e serviços, há conexão com o tema da dívida pública americana. A China é um dos maiores detentores de títulos da dívida americana, e, há anos, exportava produtos para os EUA e reinvestia os dólares recebidos comprando títulos dessa dívida. Isso ajudava a financiar gastos do governo americano a juros baixos, a manter o dólar forte e o yuan relativamente desvalorizado, favorecendo suas exportações. Com a guerra comercial imposta, a tendência é que a China venda menos, tenha menos dólares e, portanto, compre menos títulos da dívida.  Atualmente, a dívida pública dos EUA ultrapassa US$ 34 trilhões, e o país precisa vender mais títulos para pagar juros e financiar seus programas. Se a China e outros países compradores (como Japão) se retraem economicamente, os EUA precisariam aumentar o juro da dívida para atrair outros investidores e, caso o FED (Federal Reserve, banco central norte-americano) recompre, terá efeitos inflacionários, agravando a situação.  A China, claro, evita fazer isso de forma agressiva porque também seria prejudicada. Mas o simples fato de ter esse poder é uma alavanca estratégica importante no contexto. É curioso o comportamento da China, que tem uma economia socialista de mercado, criticar e desestimular tarifas no comércio internacional e, ao mesmo tempo, o descompasso teórico ou ideológico de Washington que, nesse tema, renunciou ao liberalismo da Escola de Chicago para defender sua economia sob o protecionismo tarifário. Quais os prejuízos da economia brasileira, especialmente o setor industrial, provocados pela guerra tarifária? Há risco de o mercado do Brasil ser invadido por produtos chineses mais baratos? Sim. Já estamos sendo invadidos por produtos chineses há muito tempo e seriámos ainda mais. A China é uma economia em que a

“Diante das tarifas aplicadas pelos EUA, produtos pernambucanos deverão buscar novos mercados consumidores.” Read More »