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Porto do Recife é nova alternativa de visitação na cidade

(Do Porto do Recife) Na última sexta-feira (30) o ancoradouro recifense recebeu a primeira visita de público geral. O grupo de amigos, que tinha curiosidade de conhecer o Porto do Recife e sua movimentação de cargas, fez a primeira parada na administração, onde assistiu a uma breve apresentação, e logo depois a turma seguiu para o cais. No cais estavam atracados dois navios movimentando os principais produtos do terminal, malte de cevada e açúcar ensacado. Os visitantes puderam acompanhar in loco as operações, além de conhecer as instalações portuárias. Para João Vitor Neves a visita foi uma oportunidade de enriquecer o conhecimento sobre importação. "Queríamos conhecer melhor o Porto do Recife já que trabalhamos na área de importação.O conhecimento técnico já temos, mas ver na prática como funciona a operação de um navio e aprender mais sobre a história da nossa cidade foi o que nos trouxe aqui”, celebrou João. O objetivo da ação é aproximar o Porto da cidade, através da conscientização do público sobre sua importância histórica, econômica e social. “O Porto precisa ser conhecido e ele precisa ser visto. Ele faz parte da vida dos recifenses e a sua importância sócio-econômica não pode ser esquecida. Estamos de portas abertas para quem quiser conhecer um pouco dessa história e desse trabalho tão importante para a economia do Estado”, reforçou Tito Moraes, presidente do Porto do Recife. Em abril deste ano, o Porto do Recife anunciou a retomada das visitas ao ancoradouro com uma novidade: a inclusão do público geral dentro do programa “Por dentro do Porto”. Grupos interessados em conhecer o ancoradouro centenário da cidade do Recife podem agendar através do site da instituição: ww.portodorecife.pe.gov.br.

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"É possível que até o final do ano o comércio local recupere parte das perdas acumuladas"

Bernardo Peixoto, presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac-PE analisa a retomada dos setores do comércio, de serviços e do turismo, após o impacto da pandemia. Também avalia a influência do cenário de inflação e juros altos e as perspectivas do setor hoteleiro em Serinhaém, onde o Sesc vai inaugurar um hotel ainda este ano. Durante a pandemia, grandes transformações foram observadas no varejo, nos serviços e no turismo. Alguma delas, como o crescimento das vendas pelo e-commerce, vieram para ficar, segundo análise de Bernardo Peixoto, presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/ Senac-PE. Outras mudanças, antes percebidas como tendências, não permaneceram neste período em que a Covid-19 arrefeceu. É o caso da adesão dos consumidores ao chamado varejo de proximidade, também conhecido como comércio de bairro. “Com o aumento generalizado de preços, quem ganha mais força são os atacarejos e outlets”, afirma Bernardo Peixoto que, diante do cenário de desemprego, inflação e juros altos, acredita na recuperação parcial, ainda este ano, das perdas do comércio acumuladas em 2022. Nesta entrevista a Cláudia Santos, o presidente da Fecomércio também abordou a retomada dos serviços – especialmente em razão do retorno das atividades turísticas, educacionais e de shows e eventos. No turismo, inclusive, a expectativa é a inauguração, este ano, do Hotel do Sesc na praia de Gauadalupe, em Sirinhaém, empreendimento que, segundo Bernardo Peixoto, deverá atrair novos investimentos à região. O e-commerce cresceu muito na pandemia. Ele veio para ficar ou apresentou uma retração neste momento? A logística é um gargalo? O e-commerce, no Brasil, já apresentava uma tendência de expansão antes da pandemia mas em um ritmo que ainda era muito lento em relação aos padrões mundiais, sobretudo quando comparado a parceiros comerciais importantes do Brasil, como Estados Unidos e China. A paralisação das atividades presenciais, durante a crise sanitária, acabou contribuindo para que a presença dos consumidores na internet acelerasse para um padrão que se esperava apenas no final da década. Considerando esse avanço recente, é possível dizer que sim, o comércio eletrônico vai persistir após a pandemia. O Brasil é um mercado promissor para pequenos e grandes players do e-commerce. Em Pernambuco também temos essa visão e o Estado, por sua posição privilegiada, atrai operações de logística de grandes empresas do segmento. O segundo semestre costuma apresentar um aumento nas vendas no varejo. Isso vai se repetir este ano ou a inflação e a taxa de juros podem ser impeditivos para a retomada mais sustentável? Realmente, sempre há a expectativa de que o segundo semestre seja mais aquecido e que ajude a superar eventuais dificuldades, em termos de vendas, do início do ano. Mas, o que já se observa, desde 2018, é um resultado muito baixo das vendas do varejo no Estado, mesmo com o aquecimento das vendas no segundo semestre. O fato é que o desempenho do mercado de trabalho local já não contribuía e a conjuntura econômica nacional, com inflação, aceleração e aumento dos juros, coloca mais um peso sobre o poder de compra das famílias pernambucanas. O reflexo disso vê-se nas pesquisas sobre o varejo: segundo o IBGE, as vendas no Estado acumulam queda de 5,3% até julho, comparado ao ano anterior e, em julho de 2021, esse resultado era positivo em 10,2%. Ainda assim, é possível que até o final do ano o comércio local recupere parte das perdas acumuladas até então, uma vez que o mercado de trabalho formal vem com bom desempenho desde maio. Quais as perspectivas dos shoppings e do comércio de rua? Os shoppings centers têm ganhado cada vez mais adeptos no momento das compras, em diversas classes de renda. Isso porque o consumidor tem reconhecido a vantagem de poder realizar compras em ambiente controlado, com segurança, onde podem aproveitar o momento das compras para também acessar algum serviço. Esses fatores têm impulsionado o gasto nos shoppings depois da reabertura das atividades. Para se ter uma ideia, segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers, as vendas nos shoppings cresceram 38%, no segundo trimestre, em relação ao mesmo período de 2021, e 4,3% em relação ao mesmo período de 2019. A possibilidade de pesquisar os preços com mais comodidade, sem grandes deslocamentos, é outro fator que pode influenciar no comportamento do consumidor. O comércio de rua ainda tem atratividade mas é fato que ele vai dividir cada vez mais espaço na preferência dos consumidores, nos próximos anos, com a concorrência dos shoppings centers e do e-commerce. A pandemia estimulou o consumidor a comprar no comércio de bairro, próximo à residência? Antes da pandemia, os estabelecimentos no comércio de bairro, o chamado varejo de proximidade, já era uma tendência crescente. A pandemia ajudou por um tempo a segurar a demanda para esse formato de negócios, sobretudo no segmento de gêneros alimentícios. Mas, atualmente, com o aumento generalizado de preços, quem ganha mais força são os atacarejos e outlets. Nesses espaços, o consumidor enxerga uma oportunidade de continuar consumindo alguns itens por um preço abaixo da média do mercado. Leia a entrevista completa na edição 198.5: assine.algomais.com

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edicao 198.5

O poder do jovem: a força da juventude nas urnas e na política

*Por Rafael Dantas, repórter da Algomais Mais de 2,1 milhões de adolescentes irão votar pela primeira vez neste final de semana. A quantidade de novos eleitores — que estão entre 16 e 18 anos — supera em 51% os números de 2018. Ao analisarem uma faixa mais ampla da população jovem (até os 29 anos), os cientistas políticos identificam que existe uma maior participação desse grupo na vida política do País, para além da simples presença nas urnas. Uma atuação diferente das gerações anteriores e marcada com novas prioridades. A pouca idade se confronta com um cenário que é complexo, mesmo para a população mais madura, com um mix de polarização, ativismo nas redes sociais, disseminação de fake news e da entrada mais contundente da religião no pleito eleitoral. Com 16 anos, Sidney Rodrigues estará pela primeira vez frente a uma urna eletrônica. A decisão de participar tão cedo do pleito eleitoral, tendo se cadastrado ainda com 15 anos, veio do incentivo da avó. Ele não integra nenhum dos movimentos sociais que agregaram tantos jovens nos últimos anos, nem mesmo tem perfil nas redes sociais, mas entende que o momento político do Brasil pede uma participação de todos. “Eu me importo com o que acontece no País. Eu conheço muitos jovens que também estão interessados, mas têm vários outros que não vão votar ou irão anular seu voto. Eu procuro candidatos que defendem um maior investimento em escolas. Estou entrando nesse novo mundo da política, começando a entender agora. Para isso busco informações nos noticiários, na internet, nos debates da TV”. A educação, preocupação número um mencionada por Sidney, foi um dos temas mais mencionados pelos jovens na decisão do seu voto, de acordo com pesquisas. Outras causas que mais geraram interesse foram a falta de empregos, a inflação elevada e a proteção do meio ambiente. Se esses foram fatores prioritários citados para a decisão do voto, praticamente todos relataram inquietação com a circulação de notícias falsas na internet e o risco delas influenciarem a decisão dos eleitores. MAIS ENGAJADOS Uma pesquisa realizada pela marca The Body Shop em parceria com a ONU apontou que a população brasileira dos 17 aos 30 anos é mais engajada que a média global. O estudo revelou que 49% dos brasileiros nessa faixa de idade costumam manifestar seus posicionamentos acerca de questões sociais e ambientais. Enquanto isso, a média mundial dos que expõem as suas opiniões é de 33%. Apesar de uma parcela considerável estar interessada em se manifestar politicamente, 76% dos jovens no mundo sentem que os políticos não os escutam. Quando se fala em integrar formalmente um partido político, por exemplo, apenas 16% dos brasileiros têm interesse. “Os jovens se engajam de formas diferentes. Existem aqueles que são mais ativos, que participam de partidos políticos, militâncias e coletivos. Mas, claro que não são a maioria da população. Esses são de um grupo bem específico. Mas vejo a maior participação dos jovens na política como fruto do aumento do interesse pelo debate. Temos novas formas de participação também, além das tradicionais manifestações de rua e do engajamento em diretórios estudantis. Mas eles participam ativamente de grupos do WhatsApp, canais do Telegram, das redes sociais”, afirma o cientista político e professor da Unicap, Antonio Henrique Lucena. Ao observar as últimas eleições em Pernambuco e o pleito de 2022, o cientista político e professor da UFPE, Michel Zaidan, destaca que a população mais jovem tem assumido um papel de protagonista, inclusive entre os candidatos. “Pernambuco tinha uma tradição de ter políticos já bem velhos. Hoje vemos uma renovação, com maior participação da juventude. Há um protagonismo juvenil, seja votando ou como candidatos. Isso é muito positivo, pois é deles que vem o sentimento de descontentamento e o impulso para a mudança”. MOVIMENTOS SOCIAIS E NOVAS TEMÁTICAS NO DEBATE Além de mais conectados, um dos espaços que mais têm engajado os jovens na vida política são os movimentos sociais. Aos 17 anos, Alana Gonçalves, estudante do ensino médio de Camaragibe, votará pela primeira vez. Incentivada dentro de casa a participar de mobilizações sociais e também partidárias, ela se engajou na UJS ( União da Juventude Socialista) e na UNE (União Nacional dos Estudantes). “Já sou engajada em alguns movimentos político sociais, principalmente voltados para os estudantes, que é tão importante hoje em dia. Sou presidente do grêmio estudantil da escola em que estudo. Dentro do colégio trazemos pessoas para falar de questões estudantis, dos movimentos das mulheres, das classes trabalhadoras, negros e jovens. Em algumas ações unimos as escolas técnicas também. Acredito que os jovens estão muito mais engajados hoje em dia, principalmente das últimas eleições para cá. O advento da internet provocou esse impulso para os estudantes conhecerem mais a política”, avalia Alana Gonçalves. Acima das divisões de esquerda e direita e além do momento da eleição, ela acredita que todos podem se envolver na política do País em ações práticas, como no apoio às populações mais carentes. “Percebendo a situação do Brasil, tive vontade de mudar. Sei que meu voto importa. Mas política é tudo. A gente pode se envolver em várias coisas, como na arrecadação e doação de cestas básicas, atendendo pessoas mais necessitadas, se voluntariando para ajudar em algum tipo de pesquisa. São várias formas de fazer política de forma pacífica”. Quem também está conectado e engajado nos movimentos é Jackson Augusto, morador de Olinda, de 27 anos. “Hoje minha participação está concentrada nos movimentos sociais e também nas redes sociais. Entendo a rede social como um meio para o fim. Eu integro a coordenação nacional do Movimento Negro Evangélico e da Coalização Negra por Direitos. Muito a partir da necessidade e do contexto que o povo negro está vivendo, principalmente de insegurança alimentar. Um apoio mais emergencial da ação social e também na cobrança ao Estado, que está ausente das comunidades”. As redes sociais foram o caminho que ele utilizou para se conectar com as pessoas, principalmente na pandemia. “Rede social é um lugar importante de disputa e de narrativa

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Hemope abre edital para concurso público com 92 vagas

Vagas serão destinadas para níveis técnico e superior, com salários de até R$ 11.852,26 O Governo de Pernambuco lançou edital para a contratação de 92 profissionais para a Fundação Hemope. As vagas estão distribuídas nos cargos de hemo-médico (30), hemo-técnico-científico (20), ambos de nível superior, além hemo-assistente (40) para nível médio. Os salários para nível técnico e superior variam de R$ 1.878,42 a R$ 11.852,26. "A realização deste concurso do Hemope vai suprir vagas não apenas no Recife, mas também das unidades do hemocentro no interior, garantindo mais qualidade no atendimento aos pacientes que procuram o Hemope", comemora a presidente da Fundação Hemope, Gessyane Paulino. As inscrições começam no dia 29 de setembro e vão até 9 de novembro pelo endereço: https://www.avalia.org.br/. O edital, publicado na edição desta quarta-feira (28/09) do Diário Oficial do Estado (DOE), também está disponível no www.saude.pe.gov.br. As provas objetivas acontecem dia 11 de dezembro e o resultado geral do concurso tem divulgação prevista para o dia 17 de fevereiro de 2023. Os cargos estão divididos nas seguintes especialidades: Clínico Geral (09 vagas), Farmacêutico/Biomédico (06), Enfermeiro (09), Nutricionista (02), Assistente Social (06), Fisioterapeuta (01), Psicólogo (01), Técnico de Enfermagem (26), Técnico de Laboratório (22) e Auxiliar de Laboratório (27). Os aprovados irão atuar no Hospital Hemope, Hemocentro Recife e nas unidades do Hemope nas cidades de Arcoverde, Caruaru, Garanhuns, Limoeiro, Ouricuri, Palmares, Petrolina, Salgueiro e Serra Talhada. O concurso será composto por duas fases. A primeira, com prova objetiva para todas as especialidades e a segunda, composta por prova de títulos para o cargo de hemo-médico e de hemo-técnico-científico. As provas objetivas serão realizadas nos municípios de Arcoverde, Caruaru, Garanhuns, Ouricuri, Petrolina, Recife, Salgueiro e Serra Talhada.

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Boca de urna digital: pedir votos nas redes sociais no dia das eleições também é crime

O dia das eleições se aproxima e com ele uma série de cuidados que o eleitor precisa tomar para que o momento seja de tranquilidade. Além da atenção ao local de votação e título de eleitor, é preciso ter cautela com o entusiasmo com os candidatos escolhidos. A conhecida boca de urna, crime eleitoral que consiste em pedir votos no dia das eleições, inclui também a abordagem na internet, em uma modalidade específica. Ou seja, pedir votos nas redes sociais no dia 2 de outubro e, onde houver segundo turno, no dia 30 de outubro é crime e tem pena prevista de seis meses a um ano de prisão, com a alternativa de prestação de serviços à comunidade e multa no valor de até R$ 15.961,50. A infração está prevista na Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997) e na Resolução TSE nº 23.610, que define as regras da propaganda eleitoral. “As redes sociais são um verdadeiro ambiente público e por trás de cada perfil existe um cidadão. Por tal razão, as atitudes dos eleitores no ambiente digital estão sujeitas à lei eleitoral, de forma a tentar prevenir e coibir práticas inadequadas para o referido período”, explica o advogado Vinicius Cipriano, professor do curso de Direito da Estácio. O professor esclarece que o cidadão, no dia do pleito eleitoral, não pode abordar alguém diretamente via SMS ou aplicativo de mensagens como Messenger e WhatsApp ou postagem no Instagram para demonstrar o seu voto ou fazer algum tipo de campanha com novos conteúdos ou impulsionamento de conteúdos antigos. A constatação dessa prática poderá ser verificada através de testemunhas ou captação de imagens, como prints, feitas por quem recebeu as mensagens. O que é possível, na votação presencial, é a manifestação individual e silenciosa da preferência do eleitor por partido político, coligação ou candidato, revelada exclusivamente pelo uso de bandeiras, broches, dísticos, adesivos e camisetas. Denúncia e fiscalização eleitoral Caso sejam identificadas infrações eleitorais e irregularidades nas campanhas eleitorais, o cidadão pode fazer uma denúncia à Justiça Eleitoral e ao Ministério Público por meio do Pardal - um sistema digital desenvolvido pela Justiça Eleitoral para uso gratuito em smartphones e tablets. O acesso pode ser feito pelo link: https://pardal.tse.jus.br/pardal-web/ O Pardal pode ser utilizado para noticiar diversos tipos de infrações eleitorais, como as relativas à propaganda eleitoral, compra de votos, uso da máquina pública, crimes eleitorais, doações e gastos eleitorais e também problemas no ato de votar, em especial qualquer irregularidade relativa ao funcionamento na urna eletrônica (defeito, mau funcionamento, etc.).

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"A saúde emocional dos profissionais é um ponto que deve ter muita atenção das empresas"

Carolina Holanda, psicóloga e sócia da TGI analisa as transformações provocadas pela pandemia no trabalho, afirma que ficou ainda mais evidente a importância das habilidades socioemocionais dos funcionários e alerta para a necessidade de os gestores se preocuparem com a saúde mental de sua equipe. A pandemia trouxe grandes mudanças para as empresas e os profissionais. Ambos tiveram que se adequar à realidade do home office e, agora, com a possibilidade do retorno ao trabalho presencial, o regime híbrido tem sido adotado em muitos ambientes corporativos. Mas como a Covid-19 abalou a condição psicológica de boa parte da população do planeta, essa consequência, inevitavelmente impactou o mundo laboral. A psicóloga Carolina Holanda, sócia da TGI, ressalta que todas essas repercussões levaram a uma necessidade ainda maior dos gestores de cuidarem e se preocuparem com seus funcionários. O momento também deixou ainda mais notória a importância da inteligência emocional como uma das habilidades necessárias aos trabalhadores contemporâneos. “Ficou evidente que profissionais que tinham desenvolvido mais competências socioemocionais souberam lidar melhor nas situações de crise”, constata a consultora da TGI. Nesta entrevista à Cláudia Santos, Carolina analisa esses impactos da pandemia, fala da importância da diversidade nas equipes e fornece algumas dicas para entrar no mercado de trabalho. Passada a fase mais crítica da pandemia, podemos dizer que o trabalho híbrido veio para ficar? Por quê? O modelo de trabalho híbrido é realmente uma tendência que deve ficar cada vez mais forte nas empresas daqui pra frente. Isso porque durante o período de isolamento e do trabalho remoto, provocados pela pandemia, em muitas empresas se observou um aumento de produtividade, redução dos custos empresariais, além de um maior sentimento de bem-estar nos profissionais. Eles puderam no período de home office ficar mais próximos da família, não enfrentar o estresse do trânsito, reduzir os gastos pessoais. Porém, ao mesmo tempo, enfrentaram desafios ao tentar conciliar a rotina de casa com a do trabalho e dar conta das inúmeras demandas com a família. Se por um lado, teve ganhos, por outro lado, sentiram também a perda da troca de experiência com os colegas ou com seu gestor, de ter uma melhor definição do horário de trabalho (em casa, boa parte, trabalhava mais horas do que no escritório) e de poder sair do mesmo ambiente. Do mesmo modo, muitas empresas também sentiram o peso de ter toda a equipe distante, com perda da integração e das possibilidades de construção conjunta e até uma menor agilidade na tomada de decisão. Também com a pandemia, veio a necessidade de as empresas prestarem mais atenção a um ponto que impacta diretamente o desempenho das pessoas: a saúde emocional. Então, oferecer um modelo de trabalho mais flexível, com possibilidade de os profissionais alternarem idas ao escritório com dias de home office tem sido uma boa alternativa para os dois lados. Empresas com profissionais mais satisfeitos e produtivos terão melhor resultado e um clima de trabalho mais saudável. Porém, é importante ressaltar que o modelo de trabalho hibrido nem sempre é adequado para todas as empresas e segmentos, seja porque a empresa ainda não se sente preparada para lidar com esse modelo ou pela demanda de ter profissionais presentes integralmente na estrutura física. Não existe um modelo único que cabe para todas as empresas. Quais são as condições necessárias para as pessoas serem produtivas em home office? Primeiro passo é definir em qual local da casa você vai trabalhar, que além de ter as condições mínimas como uma boa internet, deve ser um espaço reservado livre de interrupções constantes e barulho. Não podemos esquecer de definir um horário para começar e terminar o expediente, levando em conta sua jornada de trabalho habitual. A segunda dica é se organizar. Definir uma rotina que contemple todas as suas obrigações profissionais e pessoais, sem permitir que uma prejudique a outra. É fundamental definir seu plano de atividades a cumprir no dia, elencadas por prioridade, e ter clareza de quais entregas do trabalho precisa realizar. Sem esquecer, inclusive, das reuniões remotas que podem estar programadas. O fato de estar em casa, muitas vezes, leva a um certo desleixo com esses agendamentos. Devemos nos comportar como se estivéssemos na empresa e nos mantermos prontos para fazer uma chamada por vídeo com um cliente ou gestor de última hora. Não vale ficar de pijama ou desarrumado só porque está em casa. Sozinhos e em casa pode ser mais difícil evitar as distrações e ter a disciplina necessária para não cair em algumas armadilhas como: “vou deixar para amanhã, quando chegar no escritório”, fazer uso excessivo das redes sociais ou envolver-se nas demandas do lar fora do horário previsto, principalmente quando se tem criança em casa. Esse, de fato, é um grande desafio e pode não parecer fácil porque, para algumas crianças, os pais estarem em casa significa que estão disponíveis para brincar ou dar atenção. Minha sugestão é sempre conversar, explicando que agora o modelo de trabalho está diferente e combinar minimamente alguns acordos para evitar as interferências. E, claro, sempre após o expediente de trabalho, dedicar-se a fazer alguma atividade com os filhos. Como tem sido o retorno ao trabalho presencial, mesmo que seja híbrido? Tenho percebido que agora está mais tranquilo e com menor receio com a redução expressiva do risco de contaminação. Além disso, como falei no início, muitos profissionais estavam sentindo falta da dinâmica que há nas empresas, das trocas, da possibilidade de voltar a ter mais integração. Muitos estão precisando reorganizar suas rotinas considerando o tempo de deslocamento novamente, a logística familiar e a saudade da comodidade de estar em casa. Há, também, os que estão passando por problemas emocionais, como ansiedade, depressão ou doenças psicossomáticas e doenças físicas, ambos impulsionados por tudo que viveram durante a pandemia. Tudo isso acaba impactando na produtividade, engajamento e motivação dos profissionais e fica cada vez mais evidente que saúde emocional é, sim, um ponto que deve ter muita atenção das empresas. Os gestores precisam ter sensibilidade para identificar os sinais de que

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Saiba como encontrar seu local de votação para o dia das eleições

(Da Agência Brasil) No dia 2 de outubro, primeiro turno das eleições, mais de 156 milhões de eleitores estarão aptos a comparecer às urnas para eleger o presidente da República, governadores, senadores e deputados federais, estaduais e distritais. Faltando uma semana para o pleito, o eleitor pode consultar com antecedência o local de votação e evitar eventuais transtornos. No site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o cidadão pode fazer a busca, devendo informar o número do CPF ou do título de eleitor, a data de nascimento e o nome da mãe. O resultado indicará os números da zona eleitoral, da seção eleitoral e o endereço do local de votação. A mesma busca também pode ser feita nos sites dos tribunais regionais eleitorais. Pelo aplicativo e-título, além de saber o local de votação, o eleitor também pode ativar a localização do celular e ser guiado até sua zona eleitoral por meio de um mapa virtual. Para o eleitor que tem sua biometria cadastrada, o e-título também serve como documento de identificação para votar, substituindo o título de papel ou outro documento de identificação com foto. Segundo o TSE, cerca de 118 milhões de pessoas, número correspondente a 75% do eleitorado, estão cadastradas pela biometria. Quem tiver interesse pode baixar gratuitamente a ferramenta, que está disponível nas lojas de aplicativos dos sistemas operacionais Apple e Android. Em 1° de outubro, dia anterior ao primeiro turno, o download do aplicativo será suspenso e liberado somente no dia seguinte ao pleito. No segundo turno, será possível baixar o aplicativo somente até 29 de outubro, data anterior ao segundo turno. A última opção para consultar o local de votação é utilizar o Chatbot do TSE. Para acessar o assistente virtual, o eleitor pode salvar o número +55 61 9637-1078 na lista de contatos do WhatsApp e iniciar a conversa virtual com o aplicativo.

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Oito em cada dez brasileiros têm portas abertas para estudar, trabalhar e morar no Canadá

Taxa de aprovação de vistos de estudo solicitados no Brasil supera média mundial. Metade dos novos residentes permanentes em 2024 poderão ser estudantes internacionais formados no país Fazer um intercâmbio de estudo e trabalho no Canadá é uma das principais portas de entrada para imigrar – metade das novas residências permanentes até 2024 poderão ser concedidas a estudantes que se formaram no país, segundo o governo canadense. O primeiro passo desse caminho é obter a permissão para ingressar em uma instituição de nível superior. Neste quesito, o Brasil se destaca: 80% dos pedidos desse tipo de visto têm resposta positiva, taxa de aprovação superior à média mundial de 60%. Um total de 11.425 brasileiros se tornaram residentes permanentes do país em 2021. Os números integram uma análise feita pela agência de intercâmbio canadense e brasileira Hi Bonjour, com base em estatísticas do IRCC (Immigration, Refugees and Citizenship Canada), órgão de imigração do Canadá. A análise da Hi Bonjour indica que a taxa de aprovação de vistos para brasileiros em 2021 (80%), que sofrera queda causada pela pandemia em 2020 (61%), recuperou o patamar de 2019 (83%). Em todo o período analisado, o Brasil sempre se manteve à frente das médias globais (60%, 51% e 60% nos três anos, respectivamente). “O Canadá oferece inúmeros benefícios para estudantes internacionais, como a possibilidade de levar a família e de, ao término dos estudos, obter visto de trabalho temporário para continuar no país, que é o grande passo para a residência permanente”, resume Thaís Della Nina, fundadora da Hi Bonjour. Os programas de estudo em colleges públicos do Canadá – que podem durar de oito meses a dois anos – garantem ao estudante permissão de trabalhar em meio período durante o curso. Além disso, o cônjuge pode trabalhar em tempo integral para garantir renda em dólares para a família e os filhos menores têm acesso a escolas públicas gratuitas, da Educação Infantil ao Ensino Médio. A saúde pública também é acessível na maioria das províncias. O grande atalho para a imigração é o Post-Graduation Work Permit (PGWP), a permissão concedida ao estudante para permanecer no país trabalhando por até três anos após a graduação. A formação acadêmica e a experiência de trabalho canadenses, além da fluência em inglês ou francês, contam pontos no Express Entry, sistema online do governo que classifica os candidatos a imigrantes. “Quanto maior a duração do curso, maior o tempo de PGWP. Quem faz um programa de dois anos em um college geralmente obtém o PGWP de três anos, totalizando cinco anos em solo canadense, tempo que costuma ser suficiente para obter a residência permanente”, explica Thaís Della Nina. Três quartos dos portadores de PGWP conseguem imigrar em até cinco anos Dentro desse prazo, segundo o IRCC, 75% dos portadores de PGWP se tornam residentes permanentes no Canadá. Em muitos casos, o objetivo é alcançado em tempo ainda menor. A estratégia de combinar estudo e trabalho foi adotada pela pernambucana Camila Ferreira, 31, que foi há cinco anos para Toronto, Ontário, com o marido, Israel Dias, 33. O casal se tornou residente permanente em 2020. Ao chegar no Canadá, ela cursou um programa de um ano em Marketing no Centennial College, além de ter trabalhado como repositora de supermercado e assistente de eventos. Ele entrou no mercado de trabalho como analista de TI, além de atuar como motorista de Uber. Hoje, Camila é consultora educacional e Israel, analista de cyber segurança de TI em um banco canadense. “Por conta do poder de compra no Canadá, vivemos num padrão de vida significantemente melhor do que vivíamos no Brasil”, diz ela, que também mantém um perfil no Instagram em que dá dicas sobre estudo no Canadá (@canadacomcamila). Outro exemplo é o da advogada pernambucana Paula Affonso, 39 anos, que imigrou para o Canadá com o marido, José Arlan, 42, também advogado, o caçula Davi, 8, e os gêmeos Jabes e Carolina, 18. A família chegou em agosto de 2018 na cidade de London, em Ontário, para Paula cursar um programa de dois anos em Business Marketing no Fanshawe College. Em dezembro de 2021, conquistaram a residência permanente. “Eu ganhava muito bem no Brasil, mas ter filhos lá é muito caro. Você paga escola, plano de saúde, esporte… Aqui o dinheiro vale muito mais”, afirma ela, que se tornou consultora educacional e empresária no Canadá, desenvolvendo negócios através de seu canal no Instagram (@paulanocanada). Novo plano de imigração priorizará estudantes internacionais formados no Canadá O Plano de Imigração 2022-2024 do governo canadense apresenta uma das metas mais ambiciosas da história do país. No ano passado, mais de 405.000 pessoas de várias nacionalidades receberam a residência permanente, maior número já concedido pelo Canadá em um único ano. A ideia é, em 2022, aumentar essa quantidade para 431.645. Em 2023, serão 447.055 e, em 2024, 451.000. Segundo a análise da Hi Bonjour nas estatísticas do IRCC, quase a metade das vagas serão destinadas às modalidades de imigração mais utilizadas por estudantes internacionais recém-graduados. “Uma das prioridades do Canadá é atrair e reter essas pessoas no mercado de trabalho local”, afirma Thaís Della Nina. Em alguns desses programas de imigração, da esfera federal, o número de vagas nas quais estudantes internacionais se encaixam irá saltar de 55.900 em 2020 para 111.500 em 2024. Já em programas provinciais, o número passará de 83.500 em 2022 para 93. 000 em 2024. A população de estudantes internacionais no Canadá se recuperou de forma significativa em 2021, com aumento de 17% sobre 2020 – precisamente o percentual de declínio causado pela pandemia. Segundo o IRCC, 621.565 residentes temporários com visto de estudo estavam no Canadá, ao final de 2021, cursando programas de pelo menos seis meses de duração. A quantidade é quase a mesma de antes da pandemia, em 2019, quando havia 638.380 estudantes em solo canadense. Canadá Road Show Para orientar quem tem planos de sair do Brasil para estudar, trabalhar e morar no país, a Hi Bonjour promove, de 13 a 28 de setembro, o Canadá Road

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Acordo de Cooperação Técnica do Porto do Recife-Unicap gera soluções para o ancoradouro

O Porto do Recife recebeu os alunos e professores do curso de Engenharia da Complexidade da UNICAP, que apresentaram no auditório do ancoradouro os projetos desenvolvidos dentro do Acordo de Cooperação Técnica, assinado com a universidade, no dia 20 de julho, com duração de cinco anos e que irá fomentar o desenvolvimento de novas soluções para as operações portuárias do ancoradouro recifense. O acordo contempla o curso de Engenharia da Complexidade, uma formação que estimula a análise, compreensão e desenvolvimento de soluções para problemas práticos. Em 2021, quatro estudantes deram início ao trabalho em parceria com o Porto e estagiaram no ancoradouro por um período de três meses e meio. Nesse tempo, colheram informações, materiais e puderam observar na prática as operações portuárias. Os estudantes trabalharam em cima de quatro demandas principais que o Porto apresentou: a necessidade de uma batimetria recorrente, a melhora no sistema de monitoramento das condições ambientais na zona portuária, um filtro para atuar dentro do sistema de drenagem do cais e o desenvolvimento de uma moega ecologicamente mais eficiente. Os alunos desenvolveram uma solução inovadora que irá resolver dois dos problemas apresentados pelo ancoradouro, um protótipo de um barco movido a energia renovável e controlado remotamente para realização de batimetria e monitoramento ambiental em tempo real. Através de sensores instalados na embarcação, será possível analisar os parâmetros ambientais da água e ar na zona portuária, como também monitorar as profundidades dos berços, tornando a atracação e desatracação mais eficientes. A movimentação e produção de energia dentro do barco foi pensada para evitar impactos ambientais. Os pesquisadores já realizaram testes com placas solares e estão em busca da melhor fonte renovável, tanto para o abastecimento quanto para geração de energia que manterá os equipamentos funcionando. Ao fim das operações de carga e descarga, sempre é realizada uma lavagem do cais. Toda a água proveniente dessa limpeza passa pelo sistema de drenagem do terminal e deságua nos afluentes que atuam na região. Os alunos desenvolveram um filtro químico que será acoplado ao sistema de drenagem do ancoradouro para filtrar com mais eficiência os líquidos potencialmente agressivos. Por fim, os estudantes trabalharam numa solução para o particulado propagado pelo ar durante operações com barrilha, fertilizantes e outros produtos a granel. Foi desenvolvido o que ficou batizado como “moega sustentável”, que trabalha com um sistema de ciclone. Sensores instalados na moega irão identificar a quantidade de particulado disperso no ar e se for necessário, realizar a sucção desse material de volta à moega. Nos testes realizados com barrilha, 80% da disseminação do produto foi reduzida. “A aproximação da universidade com o porto permite que os alunos cheguem mais perto do mercado. Isso é bom pra universidade, porque a gente capacita os alunos e eles operam transformando em prática aquilo que eles aprendem em teoria. Também é bom para o Porto do Recife, que tem os seus problemas principais resolvidos, e para a sociedade, que vai conviver com um nível de operação portuária mais eficiente”, celebra o professor Fernando Nogueira, coordenador do curso de Engenharia da Complexidade da UNICAP. Os próximos passos são o desenvolvimento dos modelos em escala real dos quatro projetos apresentados ao Porto e procurar parceiros para financiar a concepção dessas tecnologias. Para isso, o ancoradouro e a universidade já planejaram entrar em contato com ICTs, Instituições de Ciência e Tecnologia, que são organizações com o objetivo principal de realizar e incentivar a pesquisas científicas e tecnológicas no país.

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DRA ANA ELIZABETH CRIANCA COMPORTAMENTO

"Depois da pandemia, as crianças estão desmotivadas e com dificuldade de acompanhar a aula"

Ana Elizabeth Cavalcanti, psicanalista integrante do CPPL (Centro de Pesquisa em Psicanálise e Linguagem), avalia o impacto da pandemia no desenvolvimento e na saúde mental das crianças e adolescentes, o estresse sofrido pelos pais e analisa os problemas provocados pelo retorno às aulas presenciais nas escolas. Passado o período mais intenso de isolamento e das aulas 100% online (medidas adotadas no auge da pandemia) ob- serva-se nos estudantes a dificuldade do convívio social, um comprometimento do aprendizado e, sobretudo na população adolescente, um aumento nos índices de depressão. Para conversar sobre esse impacto da crise sanitária da Covid-19 nas vi- das dos alunos, Cláudia Santos conversou, por videoconferência, com a psicanalista Ana Elizabeth Cavalcanti, integrante do CPPL (Centro de Pesquisa em Psicanálise e Linguagem). Ela abordou a culpa dos pais por não corresponderem a um “ideal de família feliz” impossível de alcançar durante a situação de confinamento (como dar conta do trabalho remoto, da assistência ao ensino online dos filhos e do cuidado com a casa). A psicanalista tam- bém ressalta a dificuldade de crianças e adolescentes de se rea- daptarem às aulas presenciais e orienta como ajudá-los. Qual o impacto da pandemia no desenvolvimento da criança? O impacto é inquestionável e varia com a idade, a classe social, as condições que as crianças tiveram durante a pandemia. Uma pesquisa mundial da Unicef, na qual entrevistaram os pais, mostra que 63% deles tiveram perda financeira na pandemia e 6%, não tiveram o que comer. Aqui as pesquisas também apontam nessa direção. Isso gera insegurança, desespero, violência. Algo fundamental para ser levado em consideração é o confinamento, que implicava em você estar em casa com as crianças (aquelas que puderam ter essa condição). Algumas crianças ficavam em situações deploráveis, a violência doméstica explodia, em razão da convivência demasiada. Outro ponto crucial é a privação da escola. O Brasil foi o país que teve mais semanas sem aulas presenciais do mundo. Enquanto a média mundial foi de 20 semanas, nós chegamos a 70 semanas. Ficou muito visível o que representa a escola que, além da evidente função da educação formal, implica também, desde questões básicas de um espaço onde as crianças podem comer melhor, até a sua importância no desenvolvimento do contato social, da transmissão dos valores. De repente, elas se viram privadas de tudo isso. A escola é o espaço onde a criança vai aprender a lidar com as vicissitudes do seu desejo. Ela quer sempre fazer o que quer, objetalizar o outro. O que faz com que isso não se exacerbe é o exercício do convívio social. Somos todos agressivos? Sim. O que faz com que não nos matemos uns aos outros – até que se mata, mas não no nível de nos exterminarmos? É justamente esse exercício de relação entre as pessoas. Na escola acontece muito de um coleguinha morder o outro. O coleguinha chora, dizemos para a criança pedir desculpas. Depois, morde novamente e fazemos a mesma coisa. Esse é o exercício. A privação disso é expressa pela tendência ao isolamento. As depressões e as crises de ansiedade, sobretudo nos adolescentes, estouraram, assim como os índices de automutilação e suicídio. Para as crianças mais precoces, que estavam no infantil e na alfabetização, foi um desastre completo do ponto de vista afetivo emocional, porque sabemos a importância da escola nessa faixa etária. Existem crianças, por exemplo, que não falam e quando entram na escola começam a falar, em dois meses. Nas crianças com mais idade, vimos que todos esses componentes da sociabilidade da escola estavam lá presentes, mas houve também o comprometimento da educação formal. Os efeitos já são visíveis, mas serão ainda mais à proporção que o tempo passa. Do ponto de vista da saúde mental, pessoas de todas as idades foram atingidas. As mães que foram para a maternidade no auge da pandemia, não puderam ser visitadas, não contaram com o apoio dos familiares ou de outras pessoas, porque todos estavam confinados. Nas classes médias não tinha quem ajudasse na manutenção da casa. Tudo sobrou para os pais, que muitas vezes já tinham outra criança. Uma situação adversa para a chegada de um bebê. Os bebês que estavam confinados junto com os pais passaram a ver todas as outras pessoas que não estavam em casa – avós, tios, os primos, os amigos dos pais – mascarados. O rosto é uma referência importante porque é por ele que passam as mensagens afetivas. Esse foi um dos motivos que aumentou o número de diagnóstico equivocado de autismo. Se a criança está nesse contexto, privada de estimulação, sem conviver, sem ter acesso aos rostos humanos, é claro que farão uma sintomatologia como atraso de linguagem, irritabilidade, dificuldade de convivência, tendência a isolamento. Do meu ponto de vista fazer um diagnóstico de autismo nesse caso é um equívoco enorme. Outro componente fundamental é a presença das telas inclusive para bebês, numa situação muito especial porque os pais precisavam trabalhar, cuidar da casa, não havia maldade nisso. Qual o impacto da tela nas crianças? Sabemos que a exposição excessiva à tela coloca a pessoa numa situação de passividade. A criança desenvolve a linguagem e a capacidade de pensar na interação ativa, responsiva com outro. Na medida em que grande parte do seu tempo é ocupado pela tela, em que ela se coloca de forma passiva, com pouca capacidade de reagir a isso, é uma questão que preocupa. Outra consequência é a pouca aptidão para desenvolver relações na presença do outro, porque há uma tendência, não só nas crianças muito pequenas, mas também nas maiores e nos adolescentes, de ficarem naquele isolamento que a tela permite. No caso de crianças maiores, outra preocupação é a exposição a conteúdos que não são adequados. Temos visto muito na clínica o acesso a conteúdos difíceis, como pornografia e violência, que são acessados pela criança e absorvido por ela sem nenhuma mediação. A pandemia sobrecarregou os pais, que ficaram mais estressados, com home office, e por ajudar no ensino online dos filhos. Esse estado emocional dos

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