Arquivos Notícias - Página 120 De 680 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

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Fotos Edson Holanda PCR

Prefeitura do Recife promove ações para marcar o Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha

Ações das Secretarias de Saúde e da Mulher irão acontecer no Pátio de São Pedro e na Policlínica Lessa de Andrade. A Frei Caneca FM, rádio pública do Recife, também participa com 24h de seleção musical exclusiva com mulheres negras, latinas e caribenhas (Da Secretaria da Mulher da Prefeitura do Recife) O Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, celebrado nesta segunda (25), é um símbolo de luta e resistência marcado pela união delas no combate ao racismo. Para marcar a data, a Prefeitura do Recife, numa ação em parceria entre as Secretarias da Mulher, Saúde, Cultura, Juventude e Direitos Humanas, Esporte e Recentro irá promover na próxima terça-feira, 26, ações pautadas na ancestralidade e bem-estar. Dentro da programação, estão oficina de turbante, vacinação, testagem de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), palestra e roda de conversa e shows. Abrindo a programação, na terça-feira (26), os profissionais da Secretaria de Saúde municipal vão estar no Pátio de São Pedro, das 8h às 17h, orientando a população sobre saúde bucal e distribuindo kits de higiene. Além disso, haverá aferição de pressão arterial e glicemia, vacinação contra covid-19, gripe e sarampo, testagem de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e distribuição de preservativo. A Secretaria da Mulher também preparou uma programação diversificada, com exibição do curta-metragem “As filhas do Vento” seguido de debate com Mãe Equedje Nete de Oyá, no Memorial Chico Science,  às 10h. Das 14h às 16h, acontece a Feira da Ancestralidade, no Pátio de São Pedro. Às 16h, também haverá Oficina de Turbante com Anaxé, para 25 mulheres, apresentação de capoeira de Angola Ifé, às 18h, a Terça Negra Mulher encerra a programação do dia com atrações como Gabo do Carmo, Edilza Aires, Twerk Recife e Maracatu Baque Mulher. Já na terça-feira (27), no auditório da Policlínica Lessa de Andrade, na Madalena, às 14h, haverá palestra com o tema “Ancestralidade e (re) existência das mulheres negras: Pensando o cuidado em saúde das mulheres lésbicas, bissexuais e transexuais”. Em seguida, será feita uma roda de diálogo e oficina de turbante. A Frei Caneca FM, rádio pública do Recife, também participa das ações em alusão à data. Serão 24h de seleção musical exclusiva com mulheres negras, latinas e caribenhas. O ouvinte curte sucessos de Lia de Itamaracá, Dona Cila do Coco, Isaar, Majur, Leci Brandão, Mariene de Castro, Dona Ivone Lara, Luedji Luna, Nubya Garcia, Omara Portuondo, Alice Coltrane, Linn da Quebrada e Rihanna. A programação da Frei Caneca FM está disponível pela 101.5 FM no Recife e região metropolitana ou pelo site de qualquer lugar do mundo pelo www.freicanecafm.org. “Trabalhamos atividades com foco na saúde da mulher negra e toda sua integralidade. E pensar o racismo como elemento que estrutura a sociedade, traz pra gente um cenário de morte e adoecimento, que coloca as mulheres negras, muitas vezes, em lugares de não acesso aos serviços de saúde. A gente tem um olhar interseccional para trazer atividades e dialogar com outros setores por saber que a mulher negra é diversa e que a saúde da mulher inicia com com saberes africanos e afroindígenas”, conta Rose Santos, coordenadora de Política de Saúde da População Negra. Programação: 26/07 Local: Pátio São Pedro 08 às 17h - Orientações em saúde bucal e distribuição de kits de higiene; aferição de pressão arterial e glicemia; vacinação contra covid-19, gripe e sarampo; testagem de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs); distribuição de preservativo e aula de ritmos com a Academia da Cidade 10h - Exibição do curta-metragem “As filhas do Vento” seguido de debate com Mãe Equedje Nete de Oyá, no Memorial Chico Science; 14h às 17h – divulgação volante dos serviços de atenção e prevenção à violência contra a mulher; 14h às 21h30 – Feira da Ancestralidade: barracas de artesanato, ervas medicinais, culinária afro, dentre outras, por empreendedoras negras; 14h às 16h - Roda de Conversa Mulher negra no mercado de trabalho da cultura,, com o tema “O mercado de trabalho para profissionais negras”, com a participação de Nathê Ferreira, Briê Silva e Sophia William - no Núcleo Afro; 16h – Oficina de Turbante – com Anaxé – para 25 mulheres; 17h às 17h40 - Capoeira Angola Ifé; 18h às 21h40 – Terça Mulher Negra – shows com as seguintes atrações: Gabo do Carmo, Edilza Aires, Twerk Recife e Maracatu Baque Mulher. 27/07  Local: Auditório da Policlínica Lessa de Andrade 14h às 16h - Tema: Ancestralidade e (re) existência das mulheres negras: Pensando o cuidado em saúde das mulheres LBT 14h - Acolhimento 14h30 - Roda de Diálogos com Íris Maria, Marcelo Oliveira e Anaxé 16h - Oficina de Turbante com Anaxé 27/06 Intervenção Urbana Colorindo Recife no muro externo do Sesc Casa Amarela. 28/06Local: Kilombourbano, Rua Bispo Cardoso Aures, 481, Soledade.14h - Oficina Moda como ResignificaçãoLocal: Kilombourbano, Rua Bispo Cardoso Aures, 481, Soledade.29/06Local: Kilombourbano, Rua Bispo Cardoso Aures, 481, Soledade.14h - Oficina Espelho de Automake: acessando nossa beleza negra18h - Gira de conversa Afroempregabilidade: experiências de negritude no mercado de trabalho30/06Local: Praça do Arsenal, Bairro do Recife9h - Olha Recife: Recife AfroLocal: Kilombourbano, Rua Bispo Cardoso Aures, 481, Soledade.14h - Oficina Comer com as Mãos: ciência ancestralidade e afroempreendedorismo17h - Feira Julho das Pretas no Kilombo 19h - Afrobaile: Edição Julho das Pretas - DJ Boneka e DJ Kananda PX

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"Pequenos produtores que conservam a Caatinga podem ter acesso aos créditos de carbono"

Sérgio Xavier, articulador do CBC (Centro Brasil no Clima) e desenvolvedor do Projeto HidroSinergia - Lab de Economia Regenerativa do Rio São Francisco fala sobre a primeira cooperativa de créditos de carbono do Brasil que foca na sustentabilidade do ambiente do semiárido e da sua população. Mais da metade da Caatinga está degradada e a situação no semiárido tende a se agravar. Projeções científicas apontam menos chuva, mais calor, secas mais prolongadas e desertificação nessa região que abriga 28 milhões de pessoas e concentra imensas desigualdades. Uma solução criativa para contribuir para a reversão desses efeitos das mudanças climáticas foi a criação da primeira cooperativa de créditos de carbono do Brasil. A Associação de Produtores de Crédito de Carbono Social do Bioma Caatinga visa a colaborar com os pequenos produtores da região na conservação e na regeneração de áreas das suas propriedades e, dessa forma, terem acesso a créditos de carbono. Nesta conversa com Cláudia Santos, Sérgio Xavier, articulador do CBC (Centro Brasil no Clima) e desenvolvedor do Projeto HidroSinergia - Lab de Economia Regenerativa do Rio São Francisco, explica detalhes da iniciativa. Um ponto interessante é a ideia de agregar um valor social aos créditos de carbono, já que a Caatinga captura menos CO2 do que a Amazônia e possui muitos habitantes de baixa renda que podem agravar sua condição de vulnerabilidade com o aquecimento global. O que é a Associação de Produtores de Crédito de Carbono Social do Bioma Caatinga e qual a sua proposta? Trata-se da primeira cooperativa de créditos de carbono do Brasil, em implantação na Caatinga, nas fronteiras de Alagoas, Sergipe, Bahia e Pernambuco. É uma inovação dentro do emergente conceito de economia regenerativa. Visa a gerar renda para pequenos produtores rurais, reverter desmatamentos, reduzir desigualdades, desenvolver novas cadeias de negócios sustentáveis e, simultaneamente, regenerar ambientes florestais, proteger a biodiversidade e mitigar os impactos das mudanças climáticas. A ideia é que esses pequenos produtores da região façam a conservação e regeneração da Caatinga nas suas propriedades e tenham acesso aos créditos de carbono. Esse projeto experimental está integrado ao Lab de Economia Regenerativa do Rio São Francisco, em desenvolvimento pelo CBC (Centro Brasil no Clima), com apoio do iCS (Instituto Clima e Sociedade), Instituto Climainfo e diversos parceiros. Além da inserção da agricultura familiar no promissor e irreversível mercado global de carbono, o Lab interconecta outros eixos, como: geração de energia solar em rede cooperativa; produção de mudas de espécies nativas; cadeias de reciclagem; e bioeconomia – com pesquisas de aplicações industriais para produtos da caatinga viva, de pé, buscando criar um novo modelo econômico socialmente inclusivo, cientificamente embasado e ambientalmente regenerativo. Qual o impacto das mudanças climáticas na caatinga e qual a importância da preservação do bioma? O IPCC, Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU, que reúne centenas de cientistas de 67 países, aponta o semiárido brasileiro como uma das áreas mais impactadas com o aquecimento global. Com a temperatura média do planeta subindo, resultante da queima incessante de combustíveis fósseis e desmatamentos, as projeções científicas apontam menos chuva, mais calor, secas mais prolongadas e desertificação nessa região, que abriga 28 milhões de pessoas e concentra imensas desigualdades. Metade da Caatinga já está degradada, o que agrava ainda mais a situação e exige uma urgente economia de reflorestamento, com educação ambiental e fortalecimento social. Mercado de carbono, conservação hídrica e pequenas bioindústrias comunitárias são algumas alternativas possíveis e necessárias para enfrentar este cenário. Quais as atividades desenvolvidas nesse projeto da cooperativa com os pequenos produtores voltadas para a preservação da Caatinga? Nesta fase de estruturação está sendo realizado um levantamento do estoque de carbono das áreas preservadas dos associados e a modelagem do cálculo de captura de carbono, buscando agregar valor social e mecanismos de justiça climática. Considerando que o bioma Caatinga captura menos carbono do que a Amazônia e possui milhões de pessoas com baixíssima renda, em grave risco de colapso nas condições de vida, a ideia é agregar um valor social aos créditos de carbono, visando a uma soma que envolve recomposição florestal, pagamentos por serviços ambientais, proteção da biodiversidade, redução de desigualdades e melhoria da qualidade de vida e da resiliência comunitária. Simultaneamente a esse processo, estamos articulando potenciais financiadores de eixos econômicos verdes e possíveis compradores de créditos de carbono, serviços ambientais e bioprodutos, comprometidos com o desenvolvimento inclusivo e regenerativo do bioma. Algumas grandes empresas com efetivo compromisso socioambiental estão interessadas em participar do Lab para desenvolver modelos de negócios que já trazem em si processos de regeneração florestal, economia circular, educação ambiental e fortalecimento social. Além dessas ações em desenvolvimento pelo CBC e parceiros, o presidente eleito da cooperativa, Haroldo Almeida, em conjunto com dezenas de associados e especialistas, está reunindo conhecimentos e discutindo ideias para o funcionamento institucional da iniciativa. O que é o Lab de Economia Regenerativa do Rio São Francisco, que está sendo estruturado em Paulo Afonso? O Lab do São Francisco é similar ao modelo que o Consórcio Noronha Pelo Planeta – composto por CBC, InterCidadania, Sins- Pire e Circularis, está implantando na ilha de Fernando de Noronha, com apoio da administração do arquipélago (Governo de Pernambuco) e grande patrocínio da empresa Ball Corporation, líder global em fabricação e reciclagem de latinhas de bebidas. Com 100% de investimentos privados, o Lab de Noronha também tem participação da Ambev, Minalba, Novelis, Neoenergia, Renault e Gol. Esses Labs visam unir conhecimentos acadêmicos, saberes das comunidades locais, empresas, políticas públicas e iniciativas não governamentais para desenvolver cadeias econômicas que, em vez de degradar, poluir e gerar lixo e exclusão, possam promover a reciclagem plena, o uso de energia renovável, a alta eficiência hídrica, a efetiva recuperação de ambientes degradados e, sobretudo, a reversão de desigualdades. De que forma serão lançados os créditos de carbono social e como eles serão comercializados? O modelo e a estratégia estão sendo desenvolvidos pelos associados, especialistas de diversas áreas e potenciais patrocinadores e compradores. A incorporação da dimensão social no cálculo do crédito de carbono exige visão sistêmica e conhecimento

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UFPE publica edital de concurso para professor com 36 vagas em diversas áreas

(Da Ascom da UFPE) A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) publicou edital de concurso público para o cargo de professor do magistério superior. São oferecidas 36 vagas, para diversas áreas do conhecimento, sendo 27 vagas para ampla concorrência, sete para pessoas negras e duas para pessoas com deficiência (PCD). As inscrições acontecem de 5 de agosto a 3 de setembro. O edital foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) no dia 13 deste mês e republicado no dia 21.  A taxa de inscrição é de R$ 239,00. O período para solicitar isenção do pagamento vai de 5 a 14 de agosto. As vagas são para os Centros de Artes e Comunicação (CAC); Ciências Médicas (CCM); Acadêmico do Agreste (CAA); Exatas e da Natureza (CCEN); Ciências da Saúde (CCS); Ciências Sociais Aplicadas (CCSA); Educação (CE); e Informática (CIn). Conforme Resolução do Cepe nº 15/2022, o concurso tem quatro etapas obrigatórias: prova escrita (eliminatória); prova didática (eliminatória); defesa de memorial (eliminatória); prova de títulos (classificatória). O docente ingressa na carreira de magistério superior na Classe A, nível 1, com as denominações professor adjunto A, se portador do título de doutor; professor assistente A, se portador do título de mestre ou; professor auxiliar, se graduado ou portador de título de especialista. A remuneração varia de acordo com a titulação e o regime de trabalho, que pode ser de 20h ou 40h com dedicação exclusiva (DE). No caso de professores que fazem 40h semanais, o salário pode ir de R$ 5.367,17 a R$ 9.616,18. O salário de docentes com carga horária total de 20h vai de R$ 2.459,95 a R$ 3.522,21. O edital está disponível na página da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progepe) da UFPE. Em breve, a Universidade vai divulgar, nesta página, os avisos e comunicados gerais de interesse dos candidatos, além de informações complementares ao edital. Para mais informações, os candidatos deverão acessar o sistema de gerenciamento do concurso (SIGRH). 

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TODOS COM A NOTA

O retorno do programa Todos com a Nota

Torcedores do Estado voltam a poder trocar notas fiscais por ingressos de partidas de futebol profissional já a partir da rodada de jogos deste fim de semana (Do Governo de Pernambuco) O Programa Todos com a Nota está oficialmente de volta aos estádios de futebol pernambucanos. O governador Paulo Câmara lançou na última sexta-feira (22.07) a nova versão da iniciativa, que passa a valer já para as rodadas deste fim de semana. Os torcedores poderão realizar o cadastro pelo aplicativo “Todos com a Nota” ou através do site www.tcn.pe. Depois da confirmação dos dados, é só registrar a nota fiscal por QR Code ou digitando a numeração do documento. A cada R$1,00 em notas fiscais é gerado um ponto na plataforma. Ao juntar 200 pontos, o torcedor poderá selecionar um jogo de sua preferência e seu ingresso já estará reservado. O limite é de cinco entradas por CPF, o que equivale a 1.000 pontos. Outra modificação é a inclusão do Retrô FC e do Afogados da Ingazeira como clubes participantes do programa em seus respectivos estádios, Arena de Pernambuco e Vianão. “A gente sabe que a torcida é o que faz toda a diferença e garante a estabilidade do clube. Ajudar o futebol é sempre muito importante porque, além de ser uma diversão para a população, gera renda e movimenta a economia no Estado. Essa iniciativa vai democratizar o acesso aos campos, ajudar os clubes e reforçar a cultura do esporte em Pernambuco”, frisou Paulo Câmara. Nesta nova versão, a capacidade de torcedores por clube também foi alterada. Ficou determinado o quantitativo de 15 mil para o Santa Cruz, seis mil para o Sport e também para o Náutico e, por fim, mil para o Retrô e mil para o Afogados. Esse limite pode ser ampliado mediante solicitação do clube junto à Federação Pernambucana de Futebol (FPF) e validação do Governo do Estado. No caso do Santa Cruz, o programa só poderá ser utilizado após liberação do anel superior do estádio pelo Corpo de Bombeiros. De acordo com o presidente da FPF, Evandro Carvalho, neste momento de retorno do Todos com a Nota uma das maiores vantagens é tornar tudo digital, facilitando o processo. “É um reconhecimento conseguir manter o programa, que é referência no Brasil. Agradecemos ao Governo do Estado por manter essa tradição, agora de forma mais prática para o torcedor. Para se ter noção da sua força, em 24 horas já foram mais de 27 mil cadastros na plataforma”, afirmou.

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Mitos e verdades sobre green cards e vistos americanos

Seja para morar, estudar, trabalhar ou fazer turismo, os Estados Unidos atraem estrangeiros de todos os cantos do planeta, e a tendência é que a América siga cada vez mais como a “Terra das Oportunidades” nos próximos anos. No entanto, quanto maior o interesse das pessoas sobre os EUA, mais aumentam as “lendas urbanas” sobre o processo de green card e de vistos americanos. O advogado de imigração Marcelo Gondim, que já cuidou do processo imigratório de milhares de brasileiros que se tornaram residentes nos Estados Unidos, desfaz os 5 principais mitos quando se trata destes assuntos. Confira! Mito 1: “Brasileiros nos EUA só conseguem subempregos” – Foi-se o tempo em que os brasileiros chegavam na América apenas para trabalhar com limpeza ou obras. Pelo contrário, nos últimos 10 anos, brasileiros bem qualificados por suas carreiras e graduações acadêmicas estão entre os profissionais mais valorizados e bem pagos nos EUA, especialmente em grandes multinacionais americanas. Mito 2: “O visto será recusado se você disser que tem parentes nos EUA” – Esse é um dos rumores mais antigos quando se fala de entrevistas de vistos americanos, mas não é verdade. Ter parentes ou amigos morando nos EUA não é nenhum problema. Pelo contrário, o que pode atrapalhar é se o oficial consular descobrir que você omitiu esta informação. A dica é sempre falar a verdade. *Mito 3: “Para conseguir o green card é preciso investir 1 milhão de dólares ou ter parentes ou cônjuge americano(a) *– Existem diversas categorias imigratórias além do green card por casamento, laços familiares ou investimento financeiro. Algumas destas categorias são voltadas para profissionais estrangeiros com carreiras muito bem-sucedidas ou que tenham um empregador interessado em contratá-los nos EUA. Muitos brasileiros qualificam para estes tipos de green cards e nem desconfiam. *Mito 4: “Pessoas de Governador Valadares tem menos chances de conseguir um visto” - * Esta é outra lenda antiga. De fato, nos anos 90 houve um grande índice de vistos de turismo recusados para solicitantes nascidos ou residentes em Governador Valadares, já que na época foram descobertas naquela região mineira diversas gangues responsáveis por falsificações de passaportes e vistos americanos. Isto, no entanto, é parte do passado, e o oficial consular americano não é instruído a discriminar uma solicitante de visto com base em sua procedência. *Mito 5: “Os americanos não gostam de imigrantes” – *Esta é a maior de todas as inverdades. 43% da população dos EUA é formada por imigrantes ou descendentes de imigrantes, e a grande maioria dos americanos é a favor da imigração legal. Mais do que isso, o país sabe que precisa do conhecimento e da mão-de-obra de estrangeiros para seguir como a principal superpotência do planeta. O imigrante que chegar hoje aos Estados Unidos vai encontrar um país repleto de oportunidades e um povo que dá valor a quem deseja trabalhar duro e de forma honesta.

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Vinicola vale das colinas Credito Chico de Andrade

Festivais e temperaturas amenas movimentam férias de julho no interior

Garanhuns, Triunfo e Taquaritinga do Norte são alguns dos destaques para quem busca opções de lazer com cultura e ecoturismo (Da Secretaria de Turismo de Pernambuco - Foto: Chico de Andrade) Quem experimenta o clima serrano, o friozinho do município de Garanhuns, sempre volta. Distante 230 km da capital, no Agreste, a cidade possui localização privilegiada e chama a atenção de quem a visita. A região é formada por sete colinas - Antas, Monte Sinai, Columinho, Megano, Ipiranga, Quilombo e Triunfo - e proporciona uma temperatura média de 21 graus no inverno. A paisagem é abundantemente verde e repleta de flores, por isso o apelido de “Cidade das Flores”. Este mês o destino está ainda mais convidativo com a realização da 30ª edição do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), que acontece até o final do mês com uma programação imperdível com mais de 800 atrações artísticas. Além da programação oficial do Festival, há muito para ver em Garanhuns. O Parque Euclides Dourado, por exemplo, é o local ideal para a prática de exercícios nas quadras esportivas e uma caminhada, respirando o ar puro com cheirinho de eucalipto. Outra opção de parque é o Ruber Van Der Linden, mais conhecido como "Pau Pombo", um local muito arborizado, com flores, fontes de água e muito contato com a natureza. O Relógio das Flores é outro ponto de visitação obrigatório. E o santuário Schoenstatt (Mãe Rainha), aberto todos os dias, das 6h30 às 17h. O Vale das Colinas é outro local que merece entrar no roteiro não apenas pela belíssima paisagem como pela possibilidade de degustar vinhos na primeira vinícola do Agreste pernambucano. A degustação de três rótulos custa R$ 20. O programa é inesquecível para casais pelo clima bucólico do lugar como também para famílias com crianças, uma vez que há opções de diversão com pedalinho e até de piquenique com o empréstimo de produtos da lojinha, como cesta, esteira e toalha. Segundo a secretária de Turismo e Lazer de Pernambuco, Milu Megale, julho será um grande mês para o turismo. “Espera-se que o nosso Aeroporto receba 11% a mais de voos que no mês de junho. Também já alcançamos 100% de recuperação da malha aérea em comparação com o mesmo período em 2019, antes da pandemia da Covid-19. No Agreste, há também uma expectativa muito boa com a realização do FIG após dois anos e com maior duração de três semanas. Aliás, as festas do frio costumam movimentar muito o nosso interior”, afirma. O município de Brejão também encanta desde a primeira vista. Situado a 254 Km do Recife, o município foi, à época de sua emancipação, em 1958, território integrado a Garanhuns. Entre as belas paisagens naturais, as fazendas e as imponentes igrejas, a região se destaca pelo cultivo de café. Brejão é um ótimo local para quem aprecia o contato com a natureza e para o desenvolvimento do turismo ecológico. Para quem visita a cidade, a dica é conhecer as bicas, mirantes, furnas e cavernas. O calendário festivo é marcado pela Acabação do Café, quando se comemora o término da colheita dos grãos. Outros festejos também aquecem o turismo do local, a exemplo da Festividade de Santa Cruz, da Cavalgada da Independência e da Trilha da Limeira. Outra opção pós-FIG é dar uma passeada pelo município de São João, que fica a 229 Km do Recife. A cidade tem como principal atrativo o Santuário de Santa Quitéria das Frexeiras, no povoado homônimo, que também é considerado um dos mais importantes centros de romarias do Nordeste. Vale, ainda, conhecer a feira livre, a cachoeira dos Carvalhos, a Bica do Sítio Matão e a Barragem de Zé Maria. Para curtir o frio, Triunfo também costuma ser uma das cidades mais procuradas. De 23 a 30 de julho, o destino recebe a 64ª edição da Festa do Estudante - Festival de Inverno de Triunfo 2022 em homenagem aos cem anos do Theatro Cinema Guarany. Quem visita a cidade pode conhecer de perto a produção de alfenins, mel de engenho e cachaça no Engenho São Pedro, construção datada do século passado. Para além dos engenhos, o município é repleto de museus, a exemplo do Museu do Cangaço, a Casa Grande das Almas e a Casa dos Caretas. Imponente, o Cine Theatro Guarany, às margens do Lago João Barbosa Sitônio, é palco do Festival de Cinema de Triunfo, que este ano acontecerá entre os dias 15 a 28 de agosto.  Já o município de Taquaritinga do Norte, que também costuma registrar temperaturas amenas no inverno, é convidativo a desvendar seu cenário rural, com trilhas, mirantes e a Rampa do Pepê, ideal para a prática do voo livre. Outro excelente programa para turistas e visitantes é conhecer o Sítio da Conceição e o seu saboroso Café Terral. Falando em café… O calendário festivo da cidade exalta a sua saborosa bebida com Festival que recebe gente de todo lugar, aquece a economia e gera empregos, com polos voltados à literatura, cultura popular, passeios e shows. Outra dica é o município de Pedra, onde há uma formação rochosa com mais 3.822 metros de circunferência e 615 metros de altura. Em uma de suas encostas, de fácil escalada, há uma via crucis. A diversidade de ecossistemas do município favorece a prática de atividades relacionadas ao ecoturismo e turismo de aventura. Na região, destacam-se, ainda, os grupos culturais e as expressões folclóricas, a exemplo do secular Siriri Horizonte Alegre, além de reisado, pastoril, repentistas, banda de pífanos e cavalgadas. Pertinho do município de Pedra, Saloá desponta, assim como a sua cidade vizinha, com potencial para o turismo ecológico. Lá, há nascente de rio, riachos, cachoeiras, córregos, reservas ecológicas, matas e trilhas. Um ótimo destino para curtir com a família e amigos as férias de julho.

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IBGE aponta crescimento de trabalhadores domésticos na informalidade

Advogada fala sobre os direitos dos trabalhadores domésticos e explica as diferenças legais entre a classe e os diaristas No próximo dia 22 de julho é celebrado o Dia do Internacional do Trabalho Doméstico e dados do IBGE apontam que dos 5,6 milhões de empregados domésticos no Brasil, mais de 4 milhões estão na informalidade, ou seja, sem registro na carteira de trabalho e sem garantias de seus direitos trabalhistas. Em muitos casos, para evitar pagar os encargos a um trabalhador formal, são várias as estratégicas dos empregadores, que vão desde optar por contratar diaristas no lugar de mensalistas, até a contratação de domésticas por meio do MEI (Microempreendedor Individual). A advogada e professora do curso de Direito da Estácio, Sheila Santos, traz esclarecimentos quanto aos direitos dos trabalhadores domésticos e esclarece que esses direitos estão elencados na Lei Complementar 150/2015, segundo a qual “empregado doméstico é aquele que presta serviços de forma contínua, no âmbito residencial por mais de dois dias por semana.” Pela simples interpretação do texto legal é possível compreender que o empregado doméstico é uma “pessoa física” que trabalha para outra pessoa física (empregador doméstico). Em termos legais, o que diferencia a diarista da empregada doméstica é a quantidade de dias de trabalho na semana, a forma de pagamento do trabalho e o tipo de contrato, analisa. A professora da Estácio, pós-graduada em Direito do Trabalho e mestre em Gestão e Estratégia, cita que um diarista pode trabalhar para uma empresa, já o empregado doméstico não. O diarista pode cadastrar-se como MEI, já que entre ele e o contratante tem-se uma relação de trabalho, ao contrário da empregada doméstica e o empregador doméstico que têm uma relação de emprego. Desde 2015, a profissão de diarista foi enquadrada na categoria de MEI, que trabalha por conta própria, mas é regido por legislação especial, ressalta. A advogada explica que a diarista não possui direitos trabalhistas conferidos pela legislação ao empregado doméstico, tais como: formalização do contrato em CTPS; salário-mínimo ou piso estadual, jornada de trabalho, intervalo para refeição, descanso semanal remunerado, horas extras, adicional noturno, férias, 13º salário, INSS, FGTS, seguro-desemprego, vale-transporte, salário família, salário maternidade, vale-transporte. É importante que os empregadores domésticos tenham atenção aos aspectos legais, porque ao contratar uma doméstica através do MEI, correrá riscos de sofrer ações trabalhistas cujo objetivo será o de reconhecimento da relação de emprego e o pagamento de todas as verbas trabalhistas devidas, uma vez que tal prática se configura como fraude à lei, conforme artigo 9º da CLT, segundo o qual “serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação”, explica a professora do curso de Direito da Estácio.

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BRK traz ônibus biblioteca “Livros nas Praças” para RMR

O objetivo do projeto é promover o hábito e o gosto pela leitura para toda população A partir do dia 26 de julho, a BRK traz com exclusividade o ônibus biblioteca “Livros nas Praças” para Recife. A biblioteca sobre rodas possui um acervo de 2 mil livros de títulos variados destinados a crianças, jovens e adultos a fim de garantir o acesso à diversidade de informação e à ampliação de seus conhecimentos culturais por meio da leitura. O acervo do ônibus biblioteca é destinado para empréstimos gratuitos a todos os moradores da região. O projeto iniciou suas atividades em novembro de 2012 e está em sua 10ª edição. Ao longo deste período o ônibus já visitou 11 estados brasileiros, na RMR funcionará da seguinte forma: o ônibus biblioteca ficará no Espaço Bidu Krause, localizado no bairro do Totó, do dia 26 a 30 de julho e em frente a ETE de Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes, de 01 a 05 de agosto. O início da visitação do público à unidade móvel nos dois locais começa às 10h e se estende até às 16h. Durante a semana, os moradores da cidade e alunos da rede pública poderão visitar a biblioteca móvel, fazer empréstimos de livros e até ler dentro da unidade móvel. Promovendo a importância do hábito de leitura e o amor aos livros por onde passa, o ônibus também possui todo tipo de inclusão a fim de atender a maior quantidade de crianças possível. “A biblioteca dispõe de um acervo em braile com mais de 60 livros destinados a adultos, 120 exemplares com ilustração em braile para crianças e 60 livros em fonte ampliada para atender pessoas com deficiência visual e deficiência múltiplas. Além de 20 audiobooks, que consiste em uma gravação do conteúdo de um livro narrado em voz alta. É um projeto extremamente interesse e vale a visita”, afirma Karine Mourato, coordenadora de responsabilidade socioambiental da BRK em Pernambuco. Os monitores literários também são experientes e preparados para atender a leitores com deficiências motoras, visuais e auditivas. O Livros nas Praças possui uma porta com acessibilidade para cadeirantes, assim como uma cadeira de transbordo para idosos e pessoas com necessidades especiais. “Sabemos como o acesso à educação transforma a vida das pessoas e precisamos democratizar isso ainda mais. Dessa forma, as cidades que recebem o projeto são escolhidas por não terem no seu entorno bibliotecas públicas ou espaços de incentivo à leitura prioritariamente. Queremos garantir que toda a população tenha acesso e possa participar dessa experiência”, conclui Karine.

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"As cotas modificaram a história do ensino superior público no Brasil"

As cotas modificaram a história do ensino superior público no Brasil. A Lei de Cotas completa 10 anos e o professor do Departamento de Educação da UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco), José Nilton de Almeida, faz uma avaliação dos seus resultados. Ele alerta que para obter impactos positivos ainda mais intensos seriam necessários mais investimentos nas universidades públicas. Ao completar 10 anos, a Lei de Cotas contabiliza resultados palpáveis. Segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), em 2011, a população de pretos e pardos representava 11% de um total de 8 milhões de matrículas nas universidades. Em 2016, ano do último censo, este percentual subiu para 30%. A Lei de Cotas (Lei 12.711, de 2012) prevê que 50% das vagas em universidades e institutos federais sejam direcionadas para pessoas que estudaram em escolas públicas. Desse total, metade é destinada à população com renda familiar de até 1,5 salário mínimo per capita. A distribuição das vagas da cota racial e deficiência é feita de acordo com a proporção de indígenas, negros, pardos e pessoas com deficiência do Estado onde está situada a universidade ou instituto federal, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Este ano está previsto que a lei deverá passar por uma revisão e há um temor por parte dos setores favoráveis às cotas que possa ocorrer um retrocesso em razão do posicionamento do atual Governo Bolsonaro. Para falar sobre o legado das cotas nas universidades, Cláudia Santos conversou com José Nilton de Almeida, do Departamento de Educação da UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco). Ele também avalia a revisão da lei e critica o fato de os mecanismos necessários para realizar um diagnóstico dessa política pública de ação afirmativa tenham sido descontinuados. Qual o impacto da Lei de Cotas no ensino superior? As políticas afirmativas, em particular as cotas, modificaram a história do ensino superior público no Brasil. Foi uma revolução silenciosa, mesmo em face das crises financeiras e das fases importantes da falta de compromissos efetivos dos poderes públicos com investimentos em educação, como a gestão federal atual. As políticas de ação afirmativa repercutiram intensamente nas universidades federais e estaduais, porque é nelas que se encontra a maioria das iniciativas de inclusão de estudantes matriculados no ensino superior público do País. Em 2018, essas instituições representaram 82% das políticas de inclusão com qualidade. Dados de IBGE são muito reveladores: em 2000, existiam aproximadamente 12% de diplomados no ensino superior, e deles somente 2,2% eram pretos e pardos. Em 2018, este índice alcança 9,3%. Para a população branca esses indicadores eram 9,3%, em 2002, e alcançam 22%. Segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), em 2011, a população de pretos e pardos representava 11% de um total de 8 milhões de matrículas nas universidades. Em 2016, ano do último censo, este percentual subiu para 30%. Esses são indicadores extraordinários! Para avaliar o impacto das políticas de ação afirmativa e a Lei de Cotas é preciso compreender o contexto da expansão e da interiorização da oferta de vagas no ensino superior provocadas pelo Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais), criado em 2007, e nesse mesmo contexto deu-se a ampliação da Rede de Educação Profissional Tecnológica, com criação dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. E de outro lado, a implementação, ainda que modestas, das políticas inclusão e de financiamento para assistência estudantil. Internamente nas instituições de ensino, os impactos também estiveram associados à ampliação de grupos de pesquisas, temas de estudos e consolidação de produção de estudos acadêmicos a fim de qualificar o debate público, o planejamento e a avaliação sobre diferentes iniciativas de políticas públicas voltadas à promoção da igualdade e da inclusão de populações negras e indígenas no ensino superior. Qual tem sido o desempenho dos estudantes que entraram na universidade pelo sistema de cotas? Apesar de recorrente, esta pergunta, atualmente, é bastante irrelevante. Vista da perspectiva da gestão universitária das políticas afirmativas, as questões centrais são de outra natureza. Isto porque a análise temporal das ações afirmativas demonstraram – e continuam demonstrando – que a interrogação sobre o desempenho dos estudantes incluídos por cotas estava sempre vinculada ao mito da perda da qualidade das instituições em face das políticas inclusivas. Isto é, uma interrogação que, de algum modo, era uma forma de camuflar um preconceito social em um país desigual e com uma forte base de racismo estrutural. Após 20 anos, temos experiências institucionais muito consolidadas, que tiveram início de 2003 (ano em que a UnB implantou as cotas), e dos 10 anos da Lei de Cotas, se, por um lado, os dados de pesquisa sobre a realidade educacional brasileira reafirmam o persistente caráter elitista ainda fortemente presente no acesso ao ensino superior, por outo lado, também evidenciam que os/ as cotistas vêm obtendo rendimentos similares aos demais estudantes, superando-os/as, inclusive, nos índices de diplomação e nas menores taxas de evasão. Essas pesquisas também revelam que a efetividade dessas políticas pode adquirir repercussões com resultados positivos mais intensos, aumento do financiamento para a gestão do sistema de ensino público, ampliação do corpo docente, incremento em recursos para assistência estudantil e a expansão dos programas de monitorias ou a adoção de projetos pedagógicos inclusivos. Todas estas condições auspiciosas que não vemos presentes em compromissos e iniciativas de responsabilidades governamentais. Em algumas universidades há uma mobilização para incluir mais transgêneros entre os matriculados. O que o senhor acha dessa reivindicação? Compreendo que a preciosidade da liberdade de cátedra e autonomia da universidade nos permitem, constantemente, ressignificar o sentido de universidade democrática e plural. De fato, as políticas de ação afirmativa foram implementadas no âmbito das universidades públicas federais anteriormente a um marco legal. Antes da promulgação da Lei de Cotas, aproximadamente, mais de 50% das universidades federais haviam constituído um modelo de democratização de acesso, com novos perfis de ingressantes, a partir de debate no contexto da comunidade acadêmica e aprovação de resolução própria no Conselho Universitário, instância máxima de decisão em uma

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Entrevista com Cláudia Lima: "A saída é a bioeconomia"

No ano passado, em entrevista a Algomais, Cláudia Lima, diretora do ITCBio (Instituto Tecnológico das Cadeias Biossustentáveis) defendeu ser possível aplacar a fome do País e ainda ganhar muito dinheiro com a biodiversidade do Brasil. E o melhor: deixando a floresta em pé. Em meio à atual crise econômica, que tem arrastado um grande contingente de brasileiros para a pobreza, Cláudia vive hoje a expectativa de o instituto começar a caminhar em direção a que ela idealiza e acredita. A organização foi selecionada em três editais para capacitar pequenas comunidades no sertão, na mata atlântica e no litoral do Nordeste para atuar na cadeia produtiva de bioinsumos. Está prevista a instalação de três biofábricas. As marisqueiras do litoral norte pernambucano também serão beneficiadas. Um dos projetos visa a implantar a qualidade no processo da pesca e lançar um novo produto no mercado para aumentar o valor agregado e a biossegurança. Exultante com as novas perspectivas, Cláudia, que também é professora da UFPE, crê na abertura de grandes oportunidades, já que a indústria brasileira importa boa parte dos bioinsumos produzidos em clima tropical. Nesta entrevista a Cláudia Santos, ela detalha os projetos e as possibilidades desse mercado. Quais ações deste ano do ICTbio? A indústria brasileira importa insumos originários de climas tropicais, mas nós também podemos produzi-los. Nós desconhecemos a riqueza que temos com a biodiversidade do Brasil, que é a maior do planeta. A nossa população nordestina, tão trabalhadora, está passando fome. Mais da metade da população brasileira está abaixo do limite de pobreza, uma boa parte morando na região do semiárido nordestino. É algo muito triste e a gente pode e deve fazer alguma coisa para reverter essa situação. A saída, que a gente vem defendendo há seis anos, é a bioeconomia. Numa outra entrevista, eu disse a você que com a bioeconomia dá para aplacar a fome e ganhar dinheiro. Essa é uma frase que não são espumas ao vento, é algo concreto. Demos um primeiro passo nesse sentido com a aprovação do nosso projeto num edital da Facepe (Fundação de Amparo a Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco) para instalação de fábricas de bioinsumos, ou seja, insumos biológicos, originados da natureza, para fornecermos para o setor industrial, nas áreas de alimentos, cosméticos e farmacêutica. A produção será realizada por pequenas comunidades que serão capacitadas por nós para profissionalizar os seus processos, que estão em nível artesanal, e estabelecer uma cadeia produtiva. A capacitação também abrangerá a gestão desses bionegócios. Estamos comprando os equipamentos, organizando toda a infraestrutura, para capacitarmos as comunidades. No final de 2019, concorremos com um projeto em um edital de pesquisa e desenvolvimento do Banco do Nordeste, com foco na cadeira de valor de mariscos e ostras. O objetivo é apoiar pescadoras artesanais (a maioria são mulheres) no litoral norte de Pernambuco, implantar a qualidade no processo e lançar um novo produto no mercado para aumentar o valor agregado e a biossegurança. Esse projeto também foi aprovado. E acabamos de aprovar um grande projeto na Sudene para implantação de fábricas de bioinsumos em três Estados do Nordeste. Foi um edital muito concorrido, com alto nível de exigência e tenho muita satisfação de dizer que fomos os únicos aprovados. Vamos capacitar, mas a palavra seria empoderar as comunidades, propor cooperativas, realizar um diagnóstico social para mostrar as potencialidades de cada região. Ao mesmo tempo, entramos em contato com indústrias que utilizam esses insumos. Perguntamos: se você tivesse um insumo produzido no Brasil, qualificado pelo ITCbio, que fará toda a parte de controle de qualidade, você tem interesse em comprar? Claro que eles têm interesse, porque vão deixar de importar esses ativos. Onde serão localizadas essas biofábricas? Uma delas será sediada na cidade de Crateús (na foto abaixo), no sertão do Ceará, que um tem um polo de desenvolvimento tecnológico e um trabalho muito interessante na produção do mel. As outras biofábricas serão na região de Caicó, no Rio Grande do Norte, e em Carpina, em Pernambuco. Vamos contar com o apoio da Universidade Federal do Ceará, do Instituto Federal do Ceará, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, da Universidade Federal de Pernambuco e da Universidade Federal Rural de Pernambuco, que foi a nossa primeira parceira. Inclusive a biofábrica daqui do Estado vai ser instalada numa estação experimental UFRPE, em Carpina. Quais os bioinsumos que serão produzidos? Levantamos quais os insumos que a indústria está precisando. Inicialmente não vamos colocar produtos novos, mas aqueles que o setor industrial brasileiro já importa. O objetivo é fortalecer a base dessa cadeia produtiva para essas comunidades terem o retorno financeiro e, a partir daí, poderemos ampliar. Faremos um manejo racional de produtos que já são utilizados, em especial na indústria alimentícia e cosmética, e que estão sendo importados. Selecionamos três insumos da caatinga, três da mata atlântica e dois do litoral do Nordeste. Um fator importante é que o ITCbio vai fornecer um selo de origem biotecnológica. Não se trata de indicação geográfica, mas um selo desenvolvido pelo ITCBio que irá atestar a qualidade e a origem dos insumos e dos produtos acabados. Quais os insumos que serão produzidos no sertão? Um dos insumos que selecionamos é o mel produzido na caatinga. O que ele tem de tão interessante? Essa é uma região muito árida, muito agressiva para as pessoas e para as plantas. Fazendo um comparativo, podemos imaginar que ao estar num ambiente hostil, a pessoa fica preparada para se defender a qualquer momento. Na caatinga, que tem alto estresse solar, baixa quantidade de água e competitividade por nutrientes no solo, as plantas também precisam se defender. E elas se defendem produzindo compostos para que possam se manter vivas por mais tempo, para ter uma reserva nutritiva necessária para crescer. Esses compostos apresentam maior índice de oxigenação nos seus componentes. Isso significa que eles têm um potencial antioxidante fantástico contra radicais livres. O Nordeste tem esse potencial em relação às outras regiões do Brasil. Por exemplo há um estudo mostrando que a pitanga nossa

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