Arquivos Notícias - Página 658 De 659 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

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Cuidador também requer cuidados

Profissionais que atendem pessoas com Alzheimer começam a voltar suas atenções também para o familiar que cuida desses pacientes. A experiência nos consultórios, corroborada por pesquisas cientificas, mostram que os cuidadores familiares vivenciam um nível de estresse tão elevado a ponto de, em muitos casos, afetar a sua saúde. Foi o que constatou o estudo realizado pelo geriatra Alexandre de Mattos na Universidade de Pernambuco (UPE). De acordo com resultados da pesquisa, o cuidador familiar de uma pessoa com Alzheimer tem três vezes mais chances de desenvolver depressão e quatro vezes mais de ficar com ansiedade em comparação com cuidadores de idosos que não têm a doença. “Existem estudos que mostram adoecimento não só psíquico como também aumento de infarto e AVC”, acrescenta Mattos, que é professor da UPE e geriatra do Instituto de Medicina do Idoso. Esse desgaste acontece independentemente de haver ou não um cuidador profissional e da condição financeira da família. “Um profissional não passa pelo mesmo estresse do familiar, que está envolto com uma relação subjetiva e afetiva com o paciente”, ressalta o médico e psicoterapeuta Dival Cantarelli. O primeiro estresse é o próprio impacto do diagnóstico, já que a doença paulatinamente vai afetando a memória e a capacidade de realizar tarefas banais do cotidiano, como tomar banho. É como se a pessoa, aos poucos, deixasse de ser ela mesma e, como explica Cantarelli, não mais representasse o mesmo papel na trama familiar a que todos os parentes estavam acostumados. Foi o que aconteceu com a funcionária pública, Maria Joene Pires, cuja mãe, Quitéria Carolina, hoje com 92 anos, tinha uma participação forte e ativa na família. “Lá em casa era um matriarcado”, resume Joene. Foi muito doloroso para ela e seus irmãos perceberem que a “matriarca” sempre muito “condutora” e presente na vida da casa e dos filhos estava com Alzheimer. “É como se ela começasse a desaparecer. Uma morte em vida”, lamenta. “No início, a gente demora a perceber os sintomas, o que, na verdade, é uma espécie de negação. Depois as coisas vão se esclarecendo, como num processo de decantação”, compara. Um dos sintomas que causa mais estresse emocional é quando a pessoa perde a memória a tal ponto que não reconhece os próprios parentes. “É uma situação delicada, o familiar poderá sentir como se não houvesse afeto”, analisa Cantarelli. Sofrimento vivenciado por Sheila de Almeida Leite, cuja mãe, já falecida, estava com Alzheimer. “Certa vez, ela ficou meio ausente e, de repente, não me reconhecia, ficou estranha, e eu fiquei louca, só chorava. Mas, graças a Deus, no caso dela esse esquecimento durou pouco tempo”, recorda-se.   Além das questões emocionais, há ainda as demandas de cuidar de uma pessoa que não consegue mais realizar ações simples, como trocar de roupa. Mas os sintomas que dão mais impacto, de acordo com Mattos, são os comportamentais. Muitos passam a noite acordados, pode haver agressividade e agitação. Também é comum pacientes perambularem pela rua, sem que os familiares saibam, e se perderem. “Quanto mais intensos e frequentes os sintomas, maior o impacto na saúde do cuidador”, adverte o geriatra. A doença é progressiva, apresenta muitas fases de mudanças de comportamento e o paciente vai piorando gradativamente. “Cada vez que ele muda é pior para o familiar que está cuidando dele”, salienta a geriatra Carla Núbia Nunes Borges. SOLITÁRIO Na maioria dos casos, alguém da família se coloca na função do cuidador, em geral filho ou cônjuge, e carrega sozinho toda a sobrecarga de cuidar do doente. Esse isolamento não acontece, muitas vezes, por simples acomodação dos demais parentes. Alguns enfrentam uma limitação emocional diante da nova realidade. Uma mulher, por exemplo, que durante toda a vida conjugal sentia-se frágil e foi sempre cuidada pelo marido, pode ter dificuldades em perceber que seu forte protetor se encontra numa situação de vulnerabilidade. Sheila, por exemplo, lembra que cuidou sozinha de sua mãe durante o perído de um ano e meio que ficou hospitalizada. “Não contei com ninguém, apenas com cuidadoras a quem eu pagava. Meu irmão não conseguia ir ao hospital, pois não aguentava vê-la internada”. O familiar que se dispõe a ser o cuidador tenta abarcar o atendimento de todas as demandas do parente com Alzheimer. Passa a entrar numa situação de estresse, comprometendo a qualidade de vida, o tempo e até a carreira profissional. Cantarelli ressalta que o Alzheimer tem surgido numa faixa etária cada vez mais precoce e, como muitas mulheres passaram a ter filhos numa idade mais avançada, existem muitos jovens cuidando de pais com essa doença. “Eles, em muitos casos, estão tão imbuídos de salvar seu familiar, que abrem mão dos projetos profissionais, da interação social e da realização amorosa. Às vezes se separam até dos filhos para priorizar aquela ajuda”, relata o psicanalista. “Entram num processo de estresse e podem até ser agressivos com o paciente, sem ter a menor intenção disso”, acrescenta. Não por acaso, muitos acabam doentes, comprometendo sua disposição de cuidar do familiar. É POSSÍVEL PARTILHAR Mesmo diante dessa situação problemática, é possível aliviar a sobrecarga do cuidador familiar. O primeiro passo é partilhar o cuidado com outros parentes e tirar um tempo para si próprio e para o lazer. O que nem sempre é fácil. Muitas vezes o cuidador não se permite ter direito a uma folga. “Existem aqueles que acham que só ele entende o doente e só ele sabe cuidar. Mas é salutar que tenham momentos de lazer, para descansar, renovar as energias e todos os familiares têm que participar”, recomenda Carla Núbia, que também é presidente da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAZ-PE), entidade sem fins lucrativos, formada por profissionais de saúde e familiares de portadores da doença. O objetivo da Abraz é divulgar informações sobre a doença. E, nesse sentido tem ajudado muito os familiares, alertando-os para a importância de partilhar o cuidado com o doente. “Orientamos os familiares sobre o que muda com a doença, como proceder, como reagir, quando interditar. Levamos informações científicas que ajudam no cuidado. Enfatizamos a união da família e

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Paulista North Way inaugura nesta sexta (30)

O Paulista North Way Shopping inicia suas operações nesta sexta-feira (30/10). O empreendimento, com investimento da ordem de R$ 600 milhões, contará, na sua primeira etapa, com 11 lojas âncoras, sete megalojas, 121 satélites, 24 de alimentação, nove salas de cinema, 1500 vagas de estacionamento e uma faculdade, distribuídos em 35 mil metros quadrados de área bruta locável (ABL), gerando cerca de cinco mil empregos diretos e indiretos. Amanhã serão inauguradas 50 lojas. Apesar da crise que afeta a economia brasileira, 85% das lojas já foram contratadas, e a expectativa de público no dia da inauguração é de 50 mil consumidores. O Shopping chega para suprir uma demanda de aproximadamente 700 mil pessoas num raio de até 15 minutos da sua localização e tem como um dos principais diferenciais trazer marcas inéditas para a cidade. É o caso de algumas âncoras - Riachuelo, Le Biscuit, C&A - e de lojas de alimentação - Bob’s, Burguer King, Giraffas, Donatário, Bonaparte e Pizzaria Atlântico. A área de games do centro de compras também já tem dono. O grupo Parks & Games será o locatário de quase 1000m². O grupo tem 29 lojas em todo o país equipadas com atrações de última geração e uma média de 1,5 milhão de visitantes por ano. “Além disso, trata-se de um dos shoppings mais modernos do país cujas lojas estão apostando seus projetos mais novos”, explicou Marco Motta, superintendente do Paulista North Way Shopping. A expectativa é de trinta mil visitantes por dia, chegando a quarenta mil nos finais de semana. “O perfil do nosso público é B e C que buscava por um lugar que concentrasse serviços com conforto, sem precisar fazer grandes deslocamentos”, completou. “Estamos numa localização privilegiada. Um local de passagem para um importante polo automotivo e no centro de uma área em grande expansão urbana e econômica. O shopping vem como motor desse desenvolvimento”, avaliou Avelar Loureiro Filho, diretor da ACLF Empreendimentos, empreendedora do shopping. “Temos toda infraestrutura necessária prevista desde a elaboração do plano diretor da cidade. Transporte público na porta, vias de acesso, entre outras coisas. Só faltava mesmo um local que agrupasse serviços, comércio e lazer de qualidade”, explicou. O Shopping já realizou uma primeira expansão para integrar uma nova unidade da Faculdade Joaquim Nabuco, com capacidade para receber 3 mil alunos, ampliando, assim, a área Bruta locável do empreendimento em 5 mil m², passando para 35 mil metros. O projeto do shopping sinaliza para três novas ampliações para o futuro. Além do mall, a ACLF já iniciou obras para construção de um empresarial moderno, ao lado do North Way, além de torres residenciais. PATRIMÔNIO HISTÓRICO – O Paulista North Way Shopping tomou como símbolo as chaminés das antigas fábricas Arthur e Aurora e acrescentou fumaça simbolizando o ressurgimento do desenvolvimento na região. Além disso, recuperou integralmente a chaminé da Fábrica Arthur, o cruzeiro e o antigo prédio administrativo, patrimônio histórico e cultural do povo pernambucano tombado pelo conselho estadual de cultura.

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Novos horizontes para o setor elétrico

Os problemas na gestão do setor elétrico ficaram expostos quando a conta de luz atingiu o bolso do consumidor. De acordo com números do IBGE, o custo da energia foi o grande vilão da inflação no ano. Até junho, a elevação foi de 58,47% em 12 meses. Uma conjuntura, segundo especialistas, fruto de um planejamento equivocado do setor energético por parte do governo, e agravado pela escassez de chuvas dos últimos anos. Se o retrato de 2015 é caótico, o horizonte traz alternativas para todas as fontes energéticas. A dúvida dos analistas é se as decisões políticas vão caminhar para a direção correta. O uso da energia térmica a partir do óleo diesel, feito de forma complementar às fontes hidreléticas desde 2012, sujou a matriz energética brasileira e foi o pivô do aumento das tarifas, na opinião do engenheiro Luiz Otávio Koblitz. “O Brasil foi muito falho nos últimos 10 anos em relação ao planejamento. Foram compradas muitas usinas a diesel, que ao entrarem em funcionamento, aumentaram substancialmente os custos. Como não se previu que no dia que se precisasse delas, elas custariam até seis vezes o preço normal? O diesel é uma fonte emergencial, para funcionar 2% ou 1% do ano. É rápido para instalar e o motor diesel é barato, mas na hora que funciona você pega uma forca e se enforca. Confundiram um projeto complementar com um emergencial”, critica. O lamento dos analistas se dá principalmente pelo fato de o País dispor de grande potencial na geração solar, eólica, além da biomassa e das florestas energéticas. Há espaço também para novos investimentos em hidroelétricas. Para mudar esse quadro, o Governo Federal encontrou um caminho que também não é consenso entre os especialistas, devido aos custos dessa operação: o investir em usinas a gás natural. A alternativa imediata para colocar essas usinas para funcionar seria através da importação do gás, transportado para o Brasil através da tecnologia de liquefação (transformação do gás natural em líquido). Em Pernambuco, será instalada uma usina a gás em Suape, o UTE Novo Tempo, fruto de um investimento de R$ 3 bilhões da empresa Bolognesi. A termelétrica terá capacidade de produção de 1,2 mil MW de energia prevista em contrato para 2019. A maior usina do País com essa matriz será instalada em Aracaju, pela empresa pernambucana EBrasil. A Usina Porto de Sergipe I terá investimento de R$ 3,3 bilhões e capacidade de produção de 1,5 mil MW, com previsão de inauguração em 2020. Para o ex-presidente da Chesf e ex-secretário de recursos hídricos de Pernambuco, João Bosco, a tecnologia usada nas usinas a gás já é competitiva. No entanto, ele aposta em uma maior diversificação na matriz energética brasileira, com o uso de fontes renováveis. “Daqui para frente vai se continuar buscando as hidroelétricas, mas cientes de que o tempo para sua implantação ficou maior, devido às licenças ambientais. A energia eólica, que hoje representa 5% da nossa matriz energética, pode chegar a 15% até 2020. A energia solar ocupará um espaço significativo também nesse cenário futuro, tendo como grande vantagem a velocidade da sua instalação”, aponta. Apesar de representar 65% da matriz energética brasileira, as hidroelétricas ainda têm terreno para crescer na opinião dos especialistas. Por ser a alternativa que gera a energia mais barata no sistema, essa fonte não deixou de ser prioridade do Governo Federal, no entanto, a aprovação e instalação de novos parques hidroelétricos demoraram mais do que previram os responsáveis pelo planejamento do setor. O investimento em pequenas centrais hidroelétricas (PCHs), apesar de não possuírem a mesma competitividade das grandes usinas, também devem ganhar novos investimentos nos próximos anos. A geração de energia eólica tem se expandido com vigor no Nordeste, com intensidade maior no Rio Grande do Norte, Ceará e Bahia. Em meio à crise hídrica da região, essa fonte praticamente empatou com as hidrelétricas no Nordeste, segundo o último relatório da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Entre 2013 e 2014, a capacidade de geração eólica cresceu em 122,2%. Mais duas alternativas relacionadas à biomassa compõem esse cenário de geração de energia. Para Luiz Otávio Koblitz, o investimento em florestas energéticas (plantadas para gerar energia através da queima da madeira, com o objetivo de evitar a pressão do desmatamento sobre as florestas naturais) seria uma saída competitiva para reestruturar o sistema elétrico brasileiro. “Se quisermos apenas complementar a geração de energia hidroelétrica e nos resolvermos até 2040, precisaríamos plantar apenas 1,5% das terras agricultáveis do País. Isso daria aproximadamente 30% da nossa matriz energética. Esse seria o grande plano para transformar a geração a partir de biomassa de uma fonte complementar para uma alternativa estruturante”, sugere. Atualmente, a geração a partir de biomassa se dá em grande quantidade a partir do bagaço da cana-de-açúcar, resíduos de madeira ou mesmo de materiais como casca de arroz, de castanha de caju e até de dendê. Independente de aproveitá-los ou não, esse potencial de energia existe e nem sempre é utilizado. Koblitz menciona, por exemplo, que se usa apenas 25% do potencial de geração a partir do bagado da cana-de-açúcar. A plantação de florestas com a finalidade de gerar energia, no entanto, demanda de uma decisão do planejamento do setor elétrico brasileiro. “Hoje existem florestas energéticas na Bahia e Minas Gerais, criadas no passado para produção de ferro gusa. A topografia é um problema menor para essas florestas, que poderiam ser plantadas, por exemplo, na Zona da Mata, onde a cultura da cana está perdendo a força, mas poderia ir também para o Agreste e até alguns locais do Sertão, valorizando terras que hoje não têm absolutamente nada”, avalia Koblitz. Além das florestas energéticas, uma alternativa não explorada no País, mas sugerida por João Bosco é o uso de usinas de resíduos sólidos com queima de lixo. “Essa geração tem um potencial não tão residual. Seria uma alternativa complementar e que resolveria o problema do descarte de lixo, que hoje fica nos lixões ou aterros. Só o Recife, poderia colocar uma planta de 30 megawatts. Não é um potencial desprezível”, sugere. “Os Estados Unidos queimam atualmente

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Caixa Cultura recebe músico angolano que cria instrumentos

Recife recebe pela primeira o artista angolano-portugês Victor Gama. O compositor e designer se apresenta pelo projeto Solo Música na Caixa Cultural no dia 27 de outubro. Com o show “Sol(o)”, ele exibe instrumentos musicais que construiu a partir de uma variedade de materiais. Entre os instrumentos peculiares criados por ele estão Acrux, Dino e Toha. O concerto às 20h e os ingressos custam R$ 10 e R$ 5 (meia), com venda a partir das 10h do dia do espetáculo. Victor, que ainda é engenheiro eletrônico, criou uma organização sem fins lucrativos para desenvolver pesquisa em música. O projeto é inovador estuda um sistema de escrita no qual introduz uma componente tridimensional, que permite a exploração da conexão entre o som virtual e o físico, o digital e o analógico. Victor Gama cria novas músicas para o século 21, misturando tecnologias atuais de fabricação digital com ideias, materiais e tradições inspiradas pelo mundo natural. “Ele possui um belo e importante trabalho de criação e construção de instrumentos, que traz uma semelhança com Walter Smetak e UAKTI, artistas que o influenciaram. Mas as composições de Gama traduzem suas origens na África, com uma mescla do eletrônico”, diz Alvaro Collaço, produtor e curador da Série Solo Música. Serviço: Solo Música - Victor Gama Data: 27/10 - 20h. Local: CAIXA Cultural Recife, Avenida Alfredo Lisboa, 505 – Praça do Marco Zero – Bairro do Recife Antigo. – 3425-1900/1915 Classificação indicativa: 10 anos.

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Pesquise antes de comprar remédio

Os gastos com medicamentos representam 48,6% da fatia do orçamento que as famílias brasileiras destinam à saúde. Diferentemente do que ocorre com outros tipos de despesas, esta não pode ser simplesmente cortada da lista de compras por estar relacionada a itens de primeira necessidade. Mas isso não significa que não se possa economizar. Para tanto, o consumidor precisa estar disposto a pesquisar. Uma análise realizada pela Revista Algomais revelou variações significativas nos preços dos remédios e que somadas podem fazer a diferença no bolso do consumidor. Com duas listas de medicamentos distintas, a comparação foi realizada em quatro das grandes redes farmacêuticas: Drogasil, Drogaria São Paulo, Big Ben e Pague Menos (Veja tabela). Como amostragem, foram selecionados 18 remédios e duas filiais de cada grupo, sendo uma na Zona Sul e outra na Zona Norte. O resultado: variações de custo que impressionam. Na Zona Norte, o preço que teve a maior oscilação foi o do Zetsim, custando R$ 18, 87 a mais em dois dos estabelecimentos. Em Boa Viagem, o Centrum CDP 30 foi o campeão na diferença de valores. Na Drogasil, o complexo vitamínico era comercializado por R$ 49,89, já na Big Ben, por R$ 33,99. Uma economia de mais de 30%. A pesquisa também mostrou uma radiografia diferente nas duas regiões do Recife. Enquanto nas drogarias da Zona Sul, os preços não se repetiram, nos estabelecimentos da Zona Norte, é possível notar um tabelamento dos preços. O Alpaghan Z 5 ml é um exemplo disso. Em três dos quatros estabelecimentos pesquisados, o colírio é vendido exatamente pelo mesmo valor (R$ 40, 05). No entanto, na hora de fechar a conta é possível notar a diferença. Os dados coletados mostram que houve uma redução de mais de R$ 70 na hora de pagar a lista de medicamentos da Zona Norte. Tal diferença foi garantida pela filial da Big Ben, que saiu na frente na disputa pelo menor preço. À Drogaria São Paulo, coube a última posição no ranking. Na Zona Sul, a economia foi menor, mas, mesmo assim, foi possível poupar mais de R$ 30. A Big Ben novamente teve o melhor custo-benefício, mas, desta vez, o título de mais cara ficou com a Drogaria São Paulo. Os resultados, no entanto, não garante que esse cenário seja encontrado em todas as unidades de cada uma dessas redes. Uma pesquisa realizada pelo Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor (Procon-PE) revelou, inclusive, que em lojas de um mesmo grupo, localizadas até no mesmo bairro, os preços podem apresentar variação. Tal situação foi constatada, por exemplo, com o Maleato de Enalapril. A droga foi encontrada com valores distintos em duas unidades da Big Ben localizadas em Casa Caiada, em Olinda. Em uma delas, a caixa custava R$ 12 a mais. A fiscalização dos preços dos medicamentos começou a ser realizada pelo Procon em julho e já ocorreu em dois municípios: Recife e Olinda. A pesquisa mostrou que os genéricos são os que têm maior variação, chegando a 397%. Esse foi o percentual da diferença de preço observado na venda do Captopril.  A droga foi encontrada por R$ 24, 85 e R$ 5. A tabela com todos os itens pesquisados fica disponível no site do www.procon.pe.gov.br. “O segredo para o consumidor conseguir o menor preço é pesquisar. Essa tabela, que nós colocamos à disposição dele, é um instrumento fundamental para que se  possa ter uma referência de preços”, coloca o gerente geral do órgão, Erivaldo Coutinho.  

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Exposição mostra o olhar de Francisco Cunha sobre o Recife

Feitas de celular, 40 imagens do consultor estão até o dia 31 de outubro no Espaço Vitrúvio Para os amantes das paisagens recifenses, uma dica para o mês de outubro é visitar a exposição “O Recife Tomado à Luz - Fotografias de um Caminhante”. Reunindo 40 fotografias do consultor Francisco Cunha, sócio da TGI, a mostra é um pequeno recorte dos seus quilômetros de caminhada pela capital pernambucana. Todas as imagens foram feitar a partir do seu celular, em suas andanças pelas ruas da cidade.  As fotografias que ganharam as paredes do  Espaço Vitrúvio partiram de uma seleção de 13 mil imagens registradas pelo consultor. Dessas, a equipe responsável pela curadoria da mostra fez uma seleção de 200 imagens para um livro, que está sendo editado, com previsão de lançamento para 2016. A mostra apresenta um Recife das águas, dos monumentos e de prédios históricos. A decisão de organizar a exposição veio de muitos pedidos dos amigos, após visualizar as fotos nas redes sociais. Desde que começou a fotografar, Francisco Cunha compartilha as imagens que capta pelo celular pelo seu perfil do Facebook e Instagram, trazendo lugares poucos conhecidos da cidade ou um novo olhar, de um andarilho, de espaços que a maioria dos recifenses transita diariamente. Serviço O Recife Tomado à Luz - Fotografias de um Caminhante Visitação: de sexta (9) a 31 de outubro, quartas e domingos, das 16h às 21h Espaço Vitrúvio - Rua Antônio Vitruvio, 71, Poço da Panela Entrada gratuita

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A internet não vai acabar com outros veículos

Entrevista a Camila Moura e Cláudia Santos   Jorge José Pioneiro da TV e personagem do rádio em Pernambuco fala de sua trajetória na comunicação Uma verdadeira enciclopédia  do rádio e TV pernambucanos, Jorge José Santana trabalhou ainda garoto nos estúdios radiofônicos e integrou a primeira equipe que atuou na televisão no Estado. Nesta conversa com Algomais ele fala  dessa trajetória e da sua vida como escritor. Como foi a infância no Recife? Quando garoto, brincava na praça de Casa Forte, depois eu fui morar em Apipucos, depois Dois Irmãos. Morei num sítio enorme ao lado da casa de Gilberto Freyre.  Ficava vendo Fernando Freyre e Sonia Freyre andado de patins. Como  eu era pobre, não tinha dinheiro para comprar patins, pelo menos eu ficava lá olhando, me divertindo. Às vezes, eu me acordava cedinho para apanhar as mangas que caiam no meu quintal  e vendia a 10 centavos. Era um dinheirinho para pagar o cinema. Eu estudava no São Luís e minha mãe impôs regras para o meu estudo: se eu tirasse 10 e 10, eu tinha um dinheiro para ir ao cinema. Se fosse 10 e 9, eu não tinha o dinheiro para ir ao cinema . E se tirasse menos do que isso, eu ficava de castigo e não ia ao cinema. Depois fui para o colégio estadual,  em seguida passei uma temporada no Colégio Padre Félix. Houve um período em que eu não dei continuidade aos estudos. Quando eu cheguei na fase de vestibular, já havia entrado no rádio que era um ópio, me seduzia. Garoto ainda, de 11 anos, fazia rádio, subia num banquinho porque a haste do microfone não descia até a minha altura. E como você entrou no rádio? Eu ficava em casa lendo os jornais em voz alta, transmitindo o jogo de futebol e meu pai viu que eu gostava daquilo. Eu pedi: pai, eu quero trabalhar no rádio. Ele falou com o amigo Ziul Matos, locutor que tinha programa de auditório na Rádio Tamandaré. Ele me levou para o rádio e comecei a fazer os papéis de garoto nas radionovelas. Depois, encontrei uma pessoa que me ensinou a ser contrarregra,  fazia ruídos de passos (usando tábuas) cavalo correndo no asfalto (com cocos), etc.  Lá para frente surgiu a oportunidade de ser produtor de rádio, escrevendo. Existia naquela época a novela semanal. Nós íamos assistir ao filme, antes de ele ser lançado, e depois a gente iria radiofonizar aquele filme em cinco capítulos.  Isso foi em 1954. E na televisão? Em 1959 abriu um curso para televisão e me inscrevi. Nessa época a Rádio Tamandaré tinha passado para a Rádio Clube de Pernambuco (pertencente aos Diários Associados), e houve a transferência da equipe. O curso era para produtor de televisão e ocorreu um concurso em que tirei terceiro lugar. Eu era garotão, 18, 19 anos. Comecei na TV Rádio Clube com a responsabilidade de escrever novelas. Eu já vinha escrevendo novelas para o rádio. Nenhum dos produtores tinham a dimensão da força da imagem e da palavra ao escrever aqueles grandes teatros que duravam uma hora e meia. Tudo ao vivo. O estúdio era quente, os atores terminavam o ato e precisavam trocar de camisa, porque estavam todos molhados de suor. Segui esse caminho, fazendo teleteatro, depois escrevendo novelas. A primeira foi chamada O Ruído do Silêncio.  Os atores vieram do teatro e do rádio, tanto na TV Rádio Clube, quanto na TV Jornal do Commercio, que era chamada gaiola de ouro, porque tudo lá era muito rico, grandes estúdios. Qual foi a primeira TV a ser inaugurada? A TV Rádio Clube. Inaugurou no dia 20 de junho de 1960. Uma semana depois inaugurou a  TV Jornal do Commercio. Bem, um dia resolvi ir embora para o Sul do País. Muita gente tinha ido para o Rio de Janeiro, porque já tinha começado o sistema de videotape, os custos baratearam e na produção local o custo era alto. No Sudeste havia mais oportunidades. Foi na época que foram para lá: José Santa Cruz, Lucio Mauro, Arlete Salles. Mas, por um acaso, encontrei Paulo Pessoa (ex- dono da TV Jornal) que me chamou para trabalhar com ele e me disse: “você vai fazer a viagem por conta da empresa. Vai conhecer nossos representantes do Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul e quando voltar, você vai dirigir o departamento de teleteatro”. Isso foi em 1964.  Voltei de São Paulo e fui para a TV Jornal do Commercio, com o segundo salário mais alto da empresa na época. Uma empresa que eu sempre sonhara em trabalhar. Foi uma fase de muitas novelas.  Uma delas,  A Moça do Sobrado Grande, foi um sucesso.  Tanto que ela foi exibida na TV Bandeirantes para todo o País. E depois? Fui chamado para ir para a Bahia, trabalhar na  TV Itapoan. Resolvi ir, porque queria conhecer o mercado e porque a empresa Jornal do Commercio estava para inaugurar lá uma emissora. Quando avisei sobre a proposta recebida, Paulo Pessoa disse: “ótimo, vá para lá. Você vai para conhecer o mercado, porque quando a gente inaugurar a nossa emissora, você vai trabalhar com a gente”.  Fui  trabalhar nos Associados como olheiro. (risos). Mas a TV Itapoan passou muitos anos como única emissora da Bahia.  Quando inaugurou a TV Aratu, com uma programação mais moderna, fornecida pela Globo, os espectadores migraram para TV Aratu. A audiência dos Associados caiu. Vi que não dava para mim: primeiro porque não conseguia brigar com uma audiência dessa, segundo era uma programação global, terceiro os programas dos Associados estavam meio cansativos, não havia renovação. Nesse período, a empresa  Jornal do Commercio que ia inaugurar uma emissora lá, começou o processo de falência. Eles não acompanharam a evolução de tecnologia. Compraram todo equipamento em preto e branco e de repente começou a surgir o sistema colorido e todo equipamento foi perdido. Além da Bahia, Paulo Pessoa também pensou em comprar a TV Rio e começou a levar o dinheiro daqui para

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Na política há os idealistas e os carreiristas

Entrevista a Cláudia santos e Rafael Dantas   Advogado fala sobre sua atuação na ditadura e à frente da Comissão da Verdade Ele foi personagem ativo da política brasileira nos últimos 60 anos. Nesta conversa com a Algomais, o advogado Fernando Coelho conta como foi sua trajetória na luta pelas liberdades democráticas.   Como o senhor chegou ao Recife? Sou paraibano, de Campina Grande, meu pai era funcionário federal. Quando eu tinha 6 anos, ele foi transferido para Minas Gerais. De lá veio para o Recife. Hoje tenho título de cidadão pernambucano, eu praticamente me criei aqui. Estudei no Colégio Nóbrega e na Faculdade de Direito. Tive a satisfação de ser eleito deputado federal por Pernambuco, sendo o mais votado em seis zonas do Recife e na  RMR. E fui ainda candidato a vice-governador. Por que a política o atraiu? Sempre acompanhei com interesse a política desde menino. Ainda como secundarista, participava do grêmio do Grupo João Barbalho. Na universidade, fui eleito vice-presidente nacional da UNE, em 1953. Eu mesmo não me considero político. Como foi a entrada no legislativo? Quando saí da faculdade, participei da política fazendo advocacia eleitoral. Era delegado do Partido Socialista Brasileiro no cartório eleitoral. Trabalhei na prefeitura de Pelópidas Silveira. Quando ele saiu, Arraes pediu para que eu continuasse na prefeitura, mas em outro cargo. Fui presidente do Ipsep (Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Pernambuco), aos 28 anos. Quando houve o golpe, saí com todos do governo de Arraes. Como viveu o dia do golpe? O dia do golpe era dia de pagamento das pensões no Ipsep. Duas mil pessoas, geralmente idosas,  iam receber a pensão no instituto. Muitas vezes, sem ter a passagem de volta.  Passei a véspera do golpe resolvendo problemas de requalificação de algumas pessoas. Às 23h, saí do instituto para Boa Viagem, onde morava. Estava até cochilando no carro quando, ao passar por trás do Teatro Santa Isabel, vi que a ponte estava cheia de motocicletas, obstando a passagem. O motorista deu a volta e seguiu pelo Palácio da Justiça e Rua do Imperador. Aí olhei o Palácio do Governo com as luzes todas acesas. Pedi ao motorista que retornasse. Precisava saber o que estava havendo. Estava acontecendo uma reunião. As notícias do palácio era de uma sublevação em Minas, mas que estava sob controle.  Tínhamos notícias contraditórias. As oficiais eram de que o governo estava sob controle. Fui de carona para casa com Egídio Lima, deputado estadual que morava perto de minha casa. No caminho, uma surpresa: defronte aos armazéns do Cais José Estelita, passou um tanque de guerra. O carro de Egídio era um fusquinha. Se ele não tivesse tirado o carro da frente com a maior rapidez, e entrado num acostamento, o tanque tinha passado por cima. Ao chegar na ponte, tinha um tanque olhando para cá e na outra cabeceira outro virado para o outro lado. O trânsito estava passando, mas eles tinham tomado a ponte. Já no Ipsep, pela manhã, de vez em quando, eu colocava a cabeça pela janela para ver o movimento na Rua do Sol. Muitos soldados passando para o Palácio das Princesas. Chegou um diretor e disse: "deu no rádio, Arraes foi deposto e Paulo Guerra assumiu". Não era verdade, isso só aconteceu no fim da tarde. Mas eles (os militares) tinham tomado as rádios e a partir nas 9h passaram a dar com frequência um noticiário falso, que desmobilizava o nosso pessoal do interior. Ao cumprir meus compromissos fui para o palácio, mas não pude entrar. Como foi sua vida depois do golpe? Eu era advogado, funcionário do Estado e assumi o meu lugar. Não pude sair para o exterior, por causa da família e por não ser rico. Tinha um filho pequeno e a esposa esperava outro. Deixaria a família com quem? Segui advogando. Entrei com 30 ou 40 mandados de segurança para reintegrar ao serviço público pessoas que foram demitidas sem processo administrativo com direito a defesa. Como o senhor retornou à política? Houve uma discussão com pessoas amigas, que tinham preocupações semelhantes, sobre o que poderíamos fazer. Achávamos a luta armada errada do ponto de vista estratégico. Seríamos amadores desarmados lutando contra pessoas profissionais armadas. Sabíamos já que o golpe fora dado por brasileiros, mas com auxílio internacional, por conta da Guerra Fria. Todos os países onde os governos eram independentes, mesmo sem serem comunistas, contrariando interesses norte-americanos, foram derrubados, como no caso do Brasil. Uma reação só no Brasil não ganharia e não seria mantida. A classe média estava muito dividida. O operariado menos dividido, mas a repressão foi muito violenta. Aqui em Pernambuco o sistema de repressão vinha do Estado Novo, praticamente não houve descontinuidade. Veio Arraes, mas depois,num tempo curtíssimo, veio o golpe. As estruturas da repressão continuaram. Quando o Exército começou a reprimir, a repressão aqui não teve o que aprender, já sabia tudo. Optamos pela oposição institucional, fui fundador da primeira direção do MDB. Mas fazer oposição era uma insanidade com nenhuma oportunidade de ganhar. Por que a classe média estava dividida? Porque havia propaganda massiva afirmando que aqui havia subversão. Saiu matéria n' O Globo com foto dos bacamarteiros de Caruaru, dizendo que eram uma milícia privada armada de Arraes para derrubar o governo, que dissolveriam o Exército regular e criariam uma milícia civil, como Cuba. Os bacamarteiros eram a prova que as pessoas estavam treinando (risos). Como foi ser deputado do MDB? Não queria ser candidato. Na época, eu era candidato a presidente da OAB-PE quando veio a eleição e me indicaram. Eu tinha um certo respeito, era professor de faculdade e eles insistiram para que eu fosse candidato. Mas tinha uma experiência política pelo trabalho do Ipsep. No Governo de Arraes, fui escolhido como secretário do ano. Mudei o quadro da instituição, Arraes me deu todo apoio e isso repercutiu. Recebi muita carta de viúva dizendo que votaria em minha candidatura. Em 1974, fui eleito deputado pela primeira vez. Nessa eleição eles achavam impossível que a

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É bom conhecer outras formas de ver o mundo

Entrevista a Camila Moura e Rafael Dantas   Embaixadora de Bangladesh fala da carreira e da experiência de vivenciar outras culturas Única pernambucana a ocupar o cargo de embaixadora, Wanja Campos, foi morar em Brasília quando ainda era criança, mas os laços com a terra natal nunca desapareceram. Desde que foi aprovada no concurso do Instituto Rio Branco, já passou por 10 países. A mudança mais recente ocorreu, em 2013, quando assumiu, em Bangladesh, o tão almejado posto de chefia das missões diplomáticas. De passagem no Recife, falou a Algomais, fez um balanço de sua carreira e revelou as curiosidades dos bastidores da vida dedicada à diplomacia. Qual sua relação com o Recife? Minhas origens são recifenses. Nasci no Recife e as recordações daqui estão presentes na minha memória. As minhas primeiras lembranças de infância são da casa da minha avó, no Espinheiro, com quintal, mangueira, carambola, pular cerca para brincar na casa dos vizinhos. Como foi a mudança para Brasília? Meu pai era engenheiro e, em 1963, logo no início de Brasília, quando começaram a importar profissionais para construir a cidade, meu pai foi para lá. Eu era pequenininha, deveria ter uns 4 anos. Então, toda a minha vida escolar foi em Brasília. Você manteve contato com Pernambuco? Todos os anos, eu, meus pais e meus irmãos passávamos as férias aqui. Conheci as melhores praias daqui, numa época, em que só havia casas de pescadores. Apesar, de termos ido morar em Brasília, sempre mantivemos os laços. Você também teve referências do Sertão na infância? Minha mãe é de Triunfo e meu pai, do interior da Paraíba. Naquela época, quando vínhamos de Brasília, muitas vezes, fazíamos a viagem de carro para que pudéssemos ir para o interior. Conheci o Sertão inteiro quando ainda era criança. Fui conhecendo o Brasil. Talvez, por isso, eu tenha tomado gosto em sair pelo mundo. Há referência do cangaço na sua família? O meu avô paterno, Chico Pinheiro, foi um cangaceiro paraibano e, com minha avó, Jarda, participou de muitas lutas e foi, por diversas vezes, perseguido, até ser assassinado. Minha avó, com medo que os filhos pudessem entrar numa vida de vingança, criou meu pai e meus tios de uma forma muito pacífica. Mas o cangaço sempre foi uma realidade muito presente nas nossas vidas. Temos uma visão distinta das pessoas das outras partes dos Brasil, que enxergam de uma maneira folclórica, sem entender as raízes e o que leva uma pessoa do bem, como era meu avô, a uma vida de fuga, de luta. Como surgiu o interesse pela carreira diplomática? Acho que a mosca me mordeu nessas viagens que fazia pelo Nordeste quando era criança. Da oportunidade de conhecer culturas diferentes e ter a sensação de descobrir algo novo. Na minha adolescência fiz intercâmbio para os Estados Unidos. Na época, eu achava que queria ser arquiteta, mas, quando eu voltei de viagem, decidi que queria fazer relações internacionais. Eram os primeiros cursos de nível superior na Universidade de Brasília. Fiz o curso, no entanto, ainda não pensava em diplomacia. Quando me formei, continuei estudando direito e comecei a ver que os principais postos com os quais eu imaginava que era trabalhar com relações internacionais estavam ocupados justamente por diplomatas. Então, fiz o concurso público para o Instituto Rio Branco e passei. Desde então, já são mais de 30 anos. Como foram os primeiros passos da carreira diplomática? Não é uma vida glamourosa, como as pessoas pensam. As mudanças exigem capacidade de adaptação trmenda. Os filhos e cônjuges sofrem com isso. O lado profissional para o diplomata é também uma estrada longa e que exige muita dedicação. Dizemos que estamos disponíveis 7 dias por semana, 365 dias por ano e 24 horas por dia. Não importa onde você esteja, se precisam, seja por causa de uma tragédia ou por simples fatos que acontecem em Bangladesh, onde estou agora, você precisa comparecer. Por exemplo, muitas vezes, os brasileiros chegam ao aeroporto e são informados que precisam de visto. Então, eles nos ligam de madrugada. Logo, é necessário você ter a noção que presta um serviço público, que exige um nível mais elaborado de preparo e atualização constante. E assim é a nossa carreira, a qual tem seis estágios: terceiro secretário, segundo secretário, primeiro, conselheiro, ministro e o último ponto embaixador. É uma longa carreira de sacrifício, mas da qual eu não me arrependo nenhum minuto. Mas há também o lado positivo? Sim, claro. Eu acho fascinante a possibilidade de morar em outro lugar e vivenciar o dia a dia. O que mais me encanta é a possibilidade de você conhecer e perceber outras formas de ver o mundo. Em Bangladesh, por exemplo, eu tenho aproveitado para conhecer os países da região. Fui a Myanmar. Viajei só e contratei uma guia. Conversando, ela me perguntou qual o dia eu tinha nascido. Respondi, mas, na verdade, ela queria saber o dia exato da semana. Lá, isso é tão importante que o dia da semana é incorporado ao nome próprio. Em Myanmar, o calendário da semana tem 8 dias e toda lua cheia é feriado! Isso para mim foi a coisa mais fascinante que eu ouvi nos últimos 30 anos. Então, você é obrigado a pensar de forma diferente. Quais os países onde morou? Logo após a formatura no Instituto Rio Branco, fazemos um estágio em alguma embaixada, normalmente, na América do Sul. O meu foi na Bolívia. Em seguida, fui para a Austrália, onde fiquei quase 6 meses. Depois, minha primeira missão permanente foi no Suriname, onde ocupei o posto de terceira secretária por mais de dois anos. Na sequência fui para Paris, Argel, Roma, Cidade do Cabo, Washington e Toronto e de lá fui para Bangladesh, em 2013. Em alguns momentos, também voltei para Brasília. Como fica a família nessa rotina? Atualmente, a minha família está completamente pulverizada mundo afora (risos). Meu marido também é diplomata e está em Brasília, em outra função. Temos duas filhas. Uma ficou em Toronto, no Canadá, porque quando

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Algomais na final do Prêmio Estácio

A matéria “Educação acelera desenvolvimento”, publicada na edição de junho da Algomais, foi uma das três finalistas do Prêmio Estácio de Jornalismo, na categoria impresso regional. A reportagem, que foi assinada pelo repórter Rafael Dantas, tratou do impacto da interiorização do ensino superior em Pernambuco e do seu desdobramento, com a criação de especializações e mestrados. A Estácio anunciou no dia 30, em cerimônia no Rio de Janeiro, os vencedores da edição 2015 do Prêmio Estácio de Jornalismo. A festa de premiação reuniu cerca de 100 pessoas, grande parte delas profissionais de comunicação de todas as regiões do Brasil. A quinta edição do Prêmio foi marcada por recordes: 333 reportagens inscritas. No total, 151 veículos de imprensa (entre jornais, revistas, TV, rádio e internet) de 23 estados e do Distrito Federal participaram desta edição. O objetivo do prêmio é fomentar a produção pela imprensa de matérias jornalísticas que abordem o Ensino Superior no Brasil, de forma a ampliar o debate e a importância do tema para o desenvolvimento do país. A grande premiada da noite foi a Folha de S. Paulo, com a matéria “A inédita Folha de Pagamentos da USP”, assinada pelos repórteres Fabio Takahashi, Mario Cesar Carvalho e Severino Mota. Na categoria impresso regional, em que a Revista Algomais foi uma das concorrentes, o prêmio foi para o Jornal do Commercio, com a série de reportagens “A educação, o caminho”, da jornalista Angela Belfort. Também saíram com distinções a TV Band, TV Globo, Rádio Bandnews, o portal IG entre outros. REPORTAGEM. Na produção da matéria “Educação acelera desenvolvimento”, a redação da Revista Algomais entrevistou diretores, professores e alunos da UFPE, UFRPE, UPE, IFPE e de instituições privadas de ensino superior. Todas elas têm seus braços no agreste, sertão e zona da mata do Estado e  a maioria já ofertam especializações e mestrados, além das graduações e cursos técnicos. A matéria abordou a relevância da formação de mão de obra e da realização de pesquisas para o desenvolvimento dos polos econômicos de Pernambuco. Leia a matéria na íntegra:   “Educação acelera desenvolvimento”

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