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Pioneiro na vacinação: como está a campanha no Reino Unido?

Rafael Dantas

O mundo parou no dia 8 de dezembro para assistir a primeira pessoa a ser vacinada no mundo, a idosa Margaret Keenan, no Reino Unido. Além do pioneirismo, a terra da rainha tem uma série de outras contribuições no combate à pandemia. Até o fechamento desta reportagem, o País já havia ultrapassado a marca do 23% de imunizados, ficando atrás apenas de Israel e dos Emirados Árabes e de nações pequenas como Gibraltar, Seychelles e Ilhas Apesar de sair na frente da vacinação, o Reino Unido é também o País europeu que registrou mais mortes por Covid-19, ultrapassando 115 mil óbitos.

"Estamos avançando em nossa meta de oferecer a primeira dose da vacina para todas as pessoas de nossos grupos prioritários até meados de fevereiro. De acordo com as recomendações do nosso Comitê Conjunto de Vacinação e Imunização (JCVI, na sigla em Inglês), esses grupos incluem idosos vivendo em instituições de longa permanência e funcionários, pessoas com mais de 80 anos e profissionais de saúde. Depois disso, vacinaremos a população em ordem de idade e condições de risco, incluindo as pessoas em situação clínica extremamente vulnerável", explicou o cônsul britânico Graham Tiday.
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Agenda TGI
Primeira vacinada do mundo foi no Reino Unido.

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Mais de 15,6 milhões de pessoas já receberam a vacina no Reino Unido. O número absoluto já é aproximadamente uma vez e meia a população total de Pernambuco. Pelo menos meio milhão já recebeu a segunda dose dos imunizantes. Desde o início do ano, a média de novos casos vem numa queda, conforme o gráfico abaixo. Estão em uso no Reino Unido no momento a vacina de Oxford-Astrazeneca e a vacina da Pfizer-BioNTech.

 

O empresário pernambucano Luiz Cláudio Guimarães, 50 anos, mora em Londres e vive a expectativa de ser vacinado. Ele chegou em solo inglês para fazer mestrado, mas decidiu permanecer no País. Pelo cronograma do País, que tem dividido a população de acordo com a vulnerabilidade à Covid-19, ele tem a previsão de ser vacinado em março. “A campanha está muito bem estruturada, com operação de logística de distribuição exemplar. A comunicação é precisa e diária quanto a evolução da vacinação. O Sistema Público de Saúde envia carta pelo correio e com a carta fazemos o agendamento no sistema online e depois é só ir a um dos mais de 1000 locais de vacinação”.

Luiz Cláudio explica que o País acelerou a vacinação, imunizando uma média de 500 mil pessoas por dia. Atualmente pessoas acima des 65 anos estão recebendo as vacinas.

Além da vacinação, o País agiu em outras frentes para conter o coronavírus, como a manutenção de um lockdown para conter a nova e mais contagiosa variante do vírus. "No momento, a quarentena está sendo seguida em todo o país. As pessoas só devem sair de casa para situações indispensáveis, como comprar itens de necessidades básicas, trabalhar (quando o trabalho remoto não for possível), e buscar tratamento médico", conta o cônsul. Para quem deseja furar o isolamento em festas clandestinas, por exemplo, o governo impôs recentemente multas que podem chegar a R$ 47 mil.

Para garantir os lockdowns, o governo inglês criou programas robustos de suporte financeiro eficientes tanto para os trabalhadores, como para as empresas. Para se ter ideia do tombo econômico do País, o PIB do Reino Unido encolheu 9,9% em 2020. A expectativa de uma retomada maior da economia, segundo o empreendedor pernambucano, é apenas a partir do segundo semestre.

Para além do seu enfrentamento do vírus, o Reino Unido tem colaborado com o financiamento do programa global de imunização. "O Reino Unido é um dos maiores financiadores da iniciativa COVAX, um consórcio internacional para permitir acesso às vacinas para os países de baixa e média renda. Já contribuímos com £548 milhões para garantir o fornecimento de 1 bilhão de doses das vacinas para 92 países ainda neste ano. Além disso, ajudamos a arrecadar quase US$1 bilhão através da mobilização de outros doadores internacionais", afirmou Graham Tiday.
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Graham Tiday, cônsul britânico no Nordeste, fala sobre a campanha de imunização no Reino Unido e acerca da cooperação internacional do País para a vacinação no mundo.

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O país que é uma das referências também em testagem e monitoramento da pandemia foi o primeiro a identificar uma variante do novo coronavírus. Além da vacinação e do lockdown, no País estão em testes científicos alguns fármacos para reduzir a mortalidade em pacientes mais graves. Um estudo clínico realizado na terra da rainha apontou, por exemplo que o tocilizumabe, uma medicação usada para artrite, reduziu em 4% a taxa de morte de pacientes graves. Quando esse medicamento foi utilizado junto com o dexametasona, o índice de óbitos foi reduzida em 50% das pessoas com infecções mais avançadas de Covid-19.

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*Por Rafael Dantas, jornalista e repórter da Revista Algomais. Ele assina as colunas Gente & Negócios e Pernambuco Antigamente
rafael@algomais.com
rafaeldantas.jornalista@gmail.com

 

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