Convidados para sentar à mesa com a Prefeitura do Recife, todos os anos, para pensar o tradicional Concurso de Agremiações do ano seguinte, carnavalescos de todo o estado serão recebidos desta vez com uma novidade: A partir de hoje até 14 de novembro, a já tradicional roda e conversa será também um espaço de reflexão sobre o Carnaval e as muitas manifestações culturais populares e tradicionais que ele coloca nas ruas há muitas décadas.
Além de representantes da Secretaria de Cultura, da Fundação de Cultura Cidade do Recife e dos mestres, brincantes e carnavalescos que dedicam a vida a manter na rua as agremiações que são verdadeiras instituições da folia recifense, participarão do encontro estudiosos e pesquisadores da cultura popular.
Quem abre as rodas de conversas, nesta terça-feira (31), às 14h30, é Eduardo Sarmento, antropólogo, historiador e diretor do Paço do Frevo, provocando uma discussão sobre as muitas brincadeiras que cabem na folia, seus métodos e significados, confirmados e reconfigurados a cada festa, de agremiação em agremiação, de geração para geração. O evento será no Museu Cais do Sertão, com o apoio da Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer de Pernambuco.
Do dia 1º em diante, cada etapa da programação será dedicada a uma ou duas manifestações carnavalescas, como caboclinhos e tribos de índio, clubes de boneco e de frevo, blocos de pau e corda e troças carnavalescas, bois de carnaval e ursos, maracatus de baque virado e afoxés, escolas e blocos de samba e maracatus de baque solto.
Atualmente, 245 agremiações estão cadastradas na Secretaria de Cultura. Deste total, 137 enviarão representantes para os debates. “Para o poder público, é muito importante ouvir quem realmente faz e coloca o Carnaval na rua: as agremiações. Mas desta vez queremos mais que isso: queremos pensar juntos, para fazer, a cada ano, uma festa ainda mais bonita, que dê o devido protagonismo a quem somos e sempre seremos, antes, durante e depois dos clarins de Momo”, diz a secretária de Cultura, Leda Alves.
Entre os carnavalescos, foram convidados: Cidiclei Simões, Amauri Rodrigues, Claudio Brandão, Alcides Campelo, Aelson da Hora, Joana D´Arc, Wanessa Paula, Rogério Alves, Nielson e Manoel Salustiano. Dos pesquisadores, comporão a mesa Eduardo Sarmento, Sandro Guimarães, Valéria Vicente, Romero Araújo, Ester Monteiro, Hugo Menezes e Maria Alice. Saberes empíricos e teóricos reunidos numa escuta única, para que prática e reflexão pulem juntas o Carnaval que só o Recife sabe fazer.
Segue o cronograma das rodas de conversa, que serão todas realizadas no Museu Cais do Sertão, sempre das 14h30 às 17h30:
31/10 – Abertura: Leda Alves, secretária de Cultura do Recife, Eduardo Vasconcelos, secretário executivo de Cultura do Recife, e Eduardo Sarmento, antropólogo, historiador e diretor do Paço do Frevo;
1/11 - Caboclinhos e Tribos de Índios: Cidiclei Simões (Carnavalesco/ Presidente da Tribo de Índios Tupinambá), Amauri Rodrigues (Carnavalesco/ Presidente do Caboclinhos Tupã) e Sandro Guimarães (Professor Doutor em Antropologia e Pesquisador);
7/11 - Clubes de Boneco, Clubes de Frevo, Blocos de Pau e Corda, Troças Carnavalescas: Claudio Brandão (Carnavalesco/ Presidente do Clube de Boneco Seu Malaquias), Alcides Campelo (Carnavalesco/ Presidente do Bloco Lírico O Bonde) e Valéria Vicente (pesquisadora);
8/11 - Bois de Carnaval e Ursos (La Ursa): Romero Araújo (Carnavalesco e Pesquisador do Museu Cais do Sertão) e Aelson da Hora (Carnavalesco/ Presidente da FECBOIS);
9/11 - Maracatus de Baque Virado e Afoxés: Joana D´Arc (Carnavalesca/ Presidente do Baque Mulher/ Mestra do Maracatu Encanto do Pina), Ester Monteiro (Pesquisadora e brincante do Afoxé Oyá Tocolé) e Wanessa Paula (Carnavalesca/ Presidente do Maracatu Cambinda Estrela);
10/11 - Escolas de Samba e Blocos de Samba: Rogério Alves (Carnavalesco/ Presidente do Bloco de Samba Bole Bole), Nielson (Carnavalesco/ Presidente da Escola de Samba Deixa Falar) e Hugo Menezes (Professor Doutor em Antropologia);
14/11 - Maracatus de Baque Solto: Maria Alice (Pesquisadora) e Manoel Salustiano (Carnavalesco/ Presidente da AMBS).
(PCR)