O nome é complicado e pode ser a origem de vários problemas como cefaleia, dor no ouvido, nos músculos do pescoço, no ombro e dificuldade para mastigar. A DTM, sigla para Disfunção Temporomandibular, é um conjunto de sinais e sintomas que afeta a musculatura da mastigação, da cabeça, do pescoço e a própria articulação temporomandibular, também chamada de ATM. Essa disfunção tem levado muitos pacientes aos consultórios dentários.
Na avaliação da dentista Maria Paula Borghi, especialista em DTM e dores orofaciais, o aumento do número de pessoas vítimas do problema pode estar relacionado ao aumento da ansiedade e do estresse. "Entendemos que não existe um fator único e isolado para o surgimento das disfunções. Há um conjunto de fatores por trás da DTM, por isso ela é considerada multifatorial. Entre as possíveis causas, podemos relacionar, os traumas na face, a mordida incorreta, o apertamento ou o hábito de ranger os dentes, algumas medicações, alterações musculares e doenças degenerativas das articulações", explica.
A maior incidência acontece em mulheres, na faixa etária é de 21 a 40 anos. As queixas mais frequentes são dificuldade de abrir a boca e para mastigar, estalidos, zumbido e dores que podem atingir a cabeça, a face, o ouvido e os músculos do pescoço e dos ombros. Maria Paula afirma que a disfunção pode estar relacionada a algumas doenças como a fibromialgia e pode acometer pacientes que apresentam o bruxismo (ato de ranger ou apertar os dentes durante o sono ou mesmo quando a pessoa está acordada). A especialista explica que o bruxismo pode estar associado ao uso de medicamentos antidepressivos, principalmente os inibidores seletivos de recaptação da serotonina (como, por exemplo, a fluoxetina e a sertralina) ou os do tipo dual (venlafaxina) que podem causar o chamado bruxismo secundário.
É importante destacar que o diagnóstico só pode ser realizado por um dentista que fará um exame clínico detalhado completo e avaliará alguns hábitos comuns no dia a dia do paciente. "O profissional avalia os músculos, as articulações, os dentes, a língua, a mucosa oral, os movimentos mandibulares, além de questioná-lo sobre a qualidade de sono, as medicações que usa, além de conhecer seus hábitos parafuncionais. Exames complementares como radiografias, tomografias e ressonância das articulações podem ser solicitados para verificar as possíveis causas e o tratamento mais indicado", esclarece Maria Paula.
O tratamento aplicado é diferente para cada paciente e pode incluir o uso de placas protetoras, ajustes na oclusão, medicações, orientações e mudanças comportamentais para melhorar a qualidade do sono, laserterapia, acupuntura, fisioterapia e acompanhamento psicológico. A especialista afirma que "cada paciente é único e não existe uma forma única de tratamento. Infelizmente não podemos afirmar que teremos uma cura completa, principalmente em pacientes crônicos, o que podemos garantir é que, com o tratamento é possível reduzir os sintomas dolorosos com grande melhora na qualidade de vida."
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