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SPC avalia que ano eleitoral vai frear nova queda dos juros

Claudia Santos

Na avaliação do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), o novo corte de 0,25 ponto percentual na taxa Selic deve ser o último recuo do ciclo de queda da taxa de juros iniciada em agosto de 2016. A decisão tomada na noite de ontem (07/02) faz com que a taxa básica de juros da economia brasileira diminua de 7,0% para 6,75% ao ano, atingindo uma nova mínima histórica.

Para o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, a inflação em baixa e o ritmo ainda vagaroso do crescimento favoreceram a continuidade da queda dos juros, mesmo em um ritmo mais lento. Ele pondera, no entanto, que as incertezas de um ano eleitoral devem fazer o Banco Central a interromper o ciclo de queda.

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“A inflação continua baixa, nos menores níveis desde o início do plano Real. Por outro lado, a expectativa é de que o IPCA volte a se aproximar da meta chegando a 4% ao final deste ano, fato que somado à expectativa de que a recuperação econômica ganhe velocidade ao longo do ano fazem com que o espaço para novas quedas significativas fique cada vez menor”, avalia Pellizzaro. “Por conta disso, a expectativa é de que essa seja a última queda deste ciclo. Novas quedas vão depender de como vão se comportar os indicadores de inflação e de atividade. E mesmo que a inflação permaneça sob controle, haverá as incertezas próprias de um ano eleitoral”, explica o presidente.

Como ficam os investimentos com a Selic menor?

Apesar do rendimento da poupança cair junto com o recuo da Selic, ele permanece acima da inflação. Com a Selic a 6,75%, a poupança rende um pouco menos de 5,0%. De acordo com a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, este tipo de investimento é vantajoso somente para quem está iniciando o hábito de investir e, portanto, precisa de um investimento prático e de fácil entendimento, ou para quem vai investir por um prazo mais curto.

“Os rendimentos atrelados à taxa Selic, como o Tesouro Direto Selic, Fundos de Rendimento em Renda Fixa e CDBs, tiveram recuo no rendimento nominal com a queda da taxa básica de juros. Mas vale destacar que, dado que houve também um recuo da inflação, os rendimentos reais ainda continuam atrativos”, analisa Kawauti. “Por exemplo, se um investimento rende 6,75%, com a inflação próxima a 3,0%, o rendimento real chega a cerca de 3,75% o que ainda é bastante interessante. E o rendimento pode ser ainda maior no caso de CDBs de bancos pequenos garantidos pelo FGC que rendem uma porcentagem acima de 100% do CDI”, avalia. “Além disso, os títulos Tesouro IPCA + têm um rendimento real interessante, de cerca de 5% acima da inflação, o que é bem vantajoso.”

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