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Festeje o Dia Internacional do Livro e o centenário de Clarice Lispector

Em celebração ao Dia Internacional do Livro e em homenagem a escritora Clarice Lispector, a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) realizará, no dia 23 deste mês, a Festa Digital do Livro. O evento começará às 6h e seguirá até a meia-noite no endereço eletrônico flidfundaj.com.br. Serão 18h ininterruptas de lives de palestras, debates, entrevistas, recitais, filmes e programas de rádio e TV. O universo do escritor irlandês James Joyce, uma das inspirações de Clarice, está relacionado à duração do evento. Em seu clássico Ulisses (1922), Joyce leva seu personagem principal em uma viagem de 18 horas por Dublin. Durante o evento online participarão diversas personalidades, entre escritores, professores, artistas, jornalistas e articuladores culturais do Brasil e do Mundo. Será discutido desde o livro em si - obras, escrita, história etc. -, até os formatos físico e digital. A jornalista e escritora Clarice Lispector será homenageada pelo seu centenário, comemorado em dezembro deste ano. Ucraniana naturalizada brasileira, a escritora é uma das autoras mais importantes internacionalmente do século 20 e a maior escritora judia desde Franz Kafka. Por isso, também, a cultura judaica integra a tríade de temas centrais. “Nada melhor no Dia Internacional do Livro que uma homenagem a mais internacional das escritoras brasileiras”, aponta o presidente da Fundação e escritor, Antônio Campos. Sobre o formato proposto, ele destaca o papel da Instituição diante do cenário de combate à pandemia do novo coronavírus. “Com as medidas de prevenção adotadas, estamos experienciando novas dimensões do convívio digital. As lives ou videoconferências nunca estiveram tão presentes e foram usadas de tantas formas quanto agora. Nosso esforço é para continuarmos atuantes, com iniciativas e atividades de qualidade. É um momento também de estimular a leitura”, ressalta. A iniciativa é coordenada pela Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca). “A Dimeca entende que o projeto de um festival 100% digital, neste momento, justifica-se por si só. É a diretoria o espaço por excelência da riqueza documental, artística, cultural e educativa da Fundação. É nossa missão realizar ações digitais que continuem a atender aos interesses da população”, explica o gestor da Dimeca, o escritor e jornalista Mario Helio Gomes, curador da Festa Digital do Livro. Para a celebração da data, explica, adotou a origem ibérica, iniciada em 23 de abril de 1926. “É também a data de morte do escritor espanhol Miguel de Cervantes e do dramaturgo inglês William Shakespeare”, acrescenta. Com uma programação híbrida, as atividades contarão com transmissão simultânea no site flidfundaj.com.br e nas redes sociais da Fundaj - Instagram, Facebook, Twitter, YouTube. Na abertura, às 6h, contará com o poema “Tecendo a manhã”, do poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto, amigo de Lispector, além da fala do presidente da Fundação, Antônio Campos, ao vivo na TV Fundaj. A leitura do horóscopo e das principais manchetes de jornais do 10 de dezembro de 1920 (nascimento da homenageada), a programação musical trazendo canções do Recife nas décadas de 1920 e 1930, antecedem a primeira entrada do programa de rádio e TV “A Hora das Estrelas”. Na sequência, a Festa Digital do Livro discute “O livro didático no Brasil”. Integram o bate-papo representantes da Fundação Joaquim Nabuco, do Ministério da Educação e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Quem assume a primeira palestra é a agente literária Luciana Villas-Boas, que refletirá sobre a situação atual e o mercado editorial em “Melhor estar no negócio do livro do que no da aviação”. A programação matutina chega ao fim com a leitura de “O mistério do coelho pensante” (1967), texto infantil escrito por Clarice Lispector após a provocação do filho sobre o porquê de escrever textos para adultos apenas. À tarde, a jornalista e escritora Cláudia Nina, que editou o caderno especializado em literatura do Jornal do Brasil, Ideias & Livros, e contribuiu para o Prosa & Verso, do O Globo; assume a segunda palestra: “O pequeno mundo compartilhado - a subjetividade pulsante nas crônicas de Clarice”. Cláudia também é autora de A palavra usurpada: exílio e nomadismo na obra de Clarice Lispector, publicado no Brasil em 2003. A crônica, aliás, é o objeto de análise da atividade seguinte. O jornalista Marcelo Pereira, editor do caderno Cultura do Jornal do Commercio, é convidado a responder perguntas sobre o cronista pernambucano Antônio Maria e Lispector. Já o professor Lawrence Flores Pereira, doutor em Teoria da Literatura pela PUCRS, realiza leitura de trechos da obra de William Shakespeare, na data do aniversário de morte do poeta e dramaturgo inglês William Shakespeare. O poeta e dramaturgo criou personagens imortais da literatura mundial, como Otelo, Hamlet, Romeu e Julieta. Lawrence é um dos tradutores da obra do dramaturgo no Brasil. Para refletir a cultura judaica no País, a Cinemateca Pernambucana exibe “O Rochedo e a Estrela”, de Katia Mesel. Ainda entre as palestras, o professor João Cezar de Castro Rocha abordará Shakespeare e Miguel de Cervantes dentro de uma perspectiva comparada. A leitura de trechos do romance Dom Quixote, de Cervantes, pelo professor espanhol Ángel Espina Barrio; e a entrevista ao escritor Lucilo Varejão Neto, presidente da Academia Pernambucana de Letras e membro da União Brasileira de Escritores, encerra a programação vespertina. A Hora das Estrelas volta ao ar e, dentre os destaques da noite, também está a palestra “Por uma questão de justiça: modos de ler Clarice Lispector”, com a professora da PUC-Rio Clarisse Fukelman. A palestrante reuniu publicações e adaptações da autora no Brasil e no exterior numa vasta pesquisa de mais de 30 anos. A exibição do curta-metragem Clandestina Felicidade, de Marcelo Gomes e Beto Normal, e a divulgação dos resultados dos concursos Claricem Imagens e Claricem Palavras integram o momento. Os ganhadores serão premiados com entradas grátis para os cinemas da Fundação ou fotobiografia da escritora (conferir detalhes abaixo). O encerramento fica por conta da leitura das histórias de fantasmas compiladas no livro Assombrações do Recife (1955), clássico de Gilberto Freyre. Dentre as estórias, pontos da capital pernambucana, como a Cruz do Patrão, no porto do Recife, e lendas como O Papa-Figo. Interpretações

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Projeto celebra centenário do Maracatu Rural mais antigo do Brasil

Unindo a tradição e a modernidade, o Cambinda é o mais antigo maracatu de baque solto em atividade ininterrupta no Brasil. E para celebrar e contribuir com o registro da memória do Cambinda e desta história da cultura popular pernambucana, o projeto Não deixem o brinquedo morrer: Memórias dos 100 anos do Cambinda Brasileira, encabeçado pela jornalista e pesquisadora Adriana Guarda e pelo fotógrafo Heudes Regis, apresenta um estudo sobre o processo de transmissão da herança cultural dentro do maracatu. O resultado disso é uma série de textos, relatos, entrevistas, ensaios fotográfico e vídeos, que ganham forma no acervo digital Não deixem o brinquedo morrer (https://goo.gl/E1FHyR), revelando, semanalmente, um novo capítulo dessa trajetória. Uma revista condensando os principais questionamentos sobre como se dá manutenção da cultura popular na Mata Norte pernambucana, com artigos e séries fotográficas, além de palestras gratuitas sobre o tema, levam ainda, os saberes da resistência e reinvenção da cultura pernambucana para alunos da rede pública de ensino do Estado. Da ideia de apresentar uma cobertura que não se pautasse apenas pelo Carnaval, abordando os bastidores do baque solto e "como funciona essa máquina de fazer maracatu desfilar", o projeto, iniciado em 2015, conta com financiamento do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura) e aborda temáticas como a religiosidade do maracatu de baque solto, a organização socioeconômica da agremiação, o processo de reconhecimento do baque solto como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), as mudanças enfrentadas pelo brinquedo ao longo das décadas para se manter em atividade e a história de personagens chaves desse processo, antes de tudo, de resistência. Para marcar o centenário, o projeto Não deixem o brinquedo morrer culminará com o lançamento de uma revista, concentrando o resultado das entrevistas e fotos, que será distribuída em 194 escolas municipais e estaduais da Região Metropolitana do Recife e Zona da Mata Norte do Estado, incluindo as seis instituições estaduais e 14 municipais que compõem a rede de ensino público do município de Nazaré da Mata, cidade sede dos Maracatus de Baque Solto. O resultado da pesquisa será apresentado ainda na sede do Maracatu Cambinda Brasileira, em evento de lançamento com projeção de fotos e roda de debate sobre as temáticas abordadas durante as entrevistas que formam o projeto. Alunos do Campus Mata Norte da Universidade de Pernambuco (UPE) e alunos e professores das redes municipal de estadual de Recife e Nazaré da Mata terão ainda a oportunidade de imergir na história e no processo de manutenção do brinquedo em uma série de palestras gratuitas. Segundo Adriana Guarda, o projeto nasceu do desejo que imergir nos bastidores da brincadeira, repleta de segredos e mistérios preservados apenas pela tradição da oralidade, por quem faz viva a brincadeira em seu cotidiano. "A gente já tinha ido fazer coberturas jornalísticas dos encontros de maracatus em dois anos, e ficamos afim de descobrir os bastidores da festa e saber como funcionava o maracatu no dia a dia, o que as pessoas não veem nas apresentações", revela. Nas imagens, Heudes Regis traz à tona cenas pouco conhecidas dos bastidores do Cambinda, como a correria e o nervosismo dos brincantes momentos antes de sair para uma apresentação, o preparo das indumentárias, o funcionamento da cozinha e dos dormitórios no período de Carnaval - quando os maracatuzeiros entram em resguardo, e homens e mulheres não podem dormir juntos -, o preparo do rei para brilhar e comandar o maracatu nas ruas. "Nossa proposta é mostrar como funcionam os bastidores do maracatu, através dessas curiosidades periféricas. Imagina como é a cena dos maracatuzeiros pegando o ônibus para ir do engenho para a cidade brincar o Carnaval? É pegar esses momentos do cotidiano e mostrar o maracatu por quem faz o maracatu", explica Regis. "O objetivo é trazer um pouco dessas memórias e explicar como se deu a transmissão dos saberes até agora. Tentar entender quais são mecanismos utilizados pelos maracatuzeiros para fazer com que o Cambinda Brasileira permaneça nas ruas. As grandes perguntas são: Como eles resistiram cem anos e, daqui prafrente, qual é o plano para existir mais cem?", completa Adriana. Nesse processo, a partir dos relatos de mestres de apito, caboclos, arreiamar, guias e os mais diversos folgazões do Cambinda Brasileira, são abordados questionamentos sobre políticas públicas para a manutenção do folguedo. Não deixem o brinquedo morrer aborda ainda quais as mudanças que ocorreram no maracatu ao longo das décadas para que ele se mantivesse em atividade ininterrupta. "Nesse contexto, é preciso se questionar sobre a invenção das tradições. Para manter a tradição, o brinquedo tem que ficar imutável?". A história mostra que não. O baque solto se revela uma máquina de reinvenção a cada sambada e desfile.

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Uma semana de atividades para celebrar o centenário de Hermilo Borba Filho

Entre os próximos dias 8 e 15 de julho, a Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, em parceria com a Secretaria de Cultura de Pernambuco e a Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), celebra um dos maiores romancistas e homens de teatro que o Nordeste já produziu. No ano em que completaria 100 anos, Hermilo Borba Filho, autor, encenador, professor, crítico e ensaísta, será homenageado com uma semana de programação cultural intensa, anunciada hoje, em coletiva de imprensa realizada no Teatro Hermilo Borba Filho. “Precisamos despertar entre os jovens o interesse pela obra de Hermilo, que se mantém muito pertinente e necessária, tratando e retratando o Nordeste com fidelidade e devoção”, disse a secretária de Cultura do Recife, Leda Alves, viúva do autor. Também à mesa da coletiva, o diretor-presidente da Cepe, Ricardo Leitão, garantiu que a celebração desse centenário vai durar muito mais que uma semana. “Ao longo dos próximos doze meses, relançaremos muita coisa da vastíssima obra do romancista, ensaísta, estudioso do folclore e dramaturgo Hermilo Borba Filho. Além disso, dedicaremos a ele a próxima edição da Fenelivro.” O secretário de Cultura de Pernambuco, Marcelino Granja, também ressaltou as qualidades do artista e a importância de render a ele justas e muitas homenagens. “Artistas têm essa virtude de serem eternizados por sua obra. Para começar a festejar Hermilo, faremos uma homenagem a ele no Festival de Inverno de Garanhuns deste ano.” Representando a cidade natal do escritor, o presidente da Fundação Casa de Cultura Hermilo Borba Filho, de Palmares, disse que a festa também está garantida na cidade para celebrar seu filho ilustre. “Teremos exposição e exibição de filmes e entrevistas concedidas por Hermilo, entre os próximos dias 17 e 21.” No Recife, a obra marcada pelo realismo fantástico com sotaque nordestino inaugurado pelo autor será festejada com lançamento de livros, leituras dramatizadas, exposição de fotos, espetáculos teatrais e exibição de filmes. A programação da Semana Hermilo é uma realização do Centro de Formação e Pesquisa em Artes Cênicas Apolo-Hermilo, da Prefeitura do Recife, e será aberta ao público e gratuita. No próximo dia 8 de julho, data de nascimento de Hermilo, as atividades começam às 18h, com uma apresentação do Banco de Cavalo Marinho Boi Pintado Mestre Grimário, criado em Aliança e sediado na Cidade Tabajara. Depois, a programação segue intensa, com fala da secretária de Cultura do Recife, atriz e viúva de Hermilo, Leda Alves, do presidente da Cepe, Ricardo Leitão, e do professor doutor da Universidade Federal de Pernambuco, Luís Reis, estudioso incansável da obra de Hermilo. A noite contará ainda com lançamento do livro Contos e da novela Os Ambulantes de Deus, ambos da Editora Cepe. E com a inauguração da exposição Hermilo 100 anos, de fotos e outros registros da vida e intensa produção do escritor e autor, cuja obra nunca encontrou cenário melhor nem mais pertinente que Palmares, sua terra natal, que ele visitava sempre em sua ficção de muros baixos, baseada em fatos e personagens reais. “Palmares é minha marca para toda a vida”, costumava dizer o autor. A exposição tomará conta do hall dos teatros Hermilo e Apolo e ficará em cartaz durante toda a semana de comemorações e pelos próximos dozes meses. Ainda no dia 8, a programação segue com uma leitura dramatizada de trechos de várias obras de Hermilo, pelos atores Adriano Cabral e Hilda Torres, às 19h. A partir das 19h30, será apresentado o espetáculo Mucurana, o Peixe, no Teatro Hermilo Borba Filho, uma adaptação de Carlos Carvalho do conto O Peixe, com Mario Miranda, Iris Campos e Flávio Renovatto, da companhia Construtores de Histórias, no elenco. No domingo (9), a partir das 16h, será encenado o espetáculo infantil Luzia no Caminho das Águas, texto de Alexsandro Souto Maior, com direção de Eron Vilar e Lane Cardoso, Vanessa Lins, Edjalma Freitas, Kamila Souza e Tatto Medinni no elenco, celebrando os 15 anos do grupo Engenho de Teatro. A obra tem como cenário o mesmo imaginário nordestino que abriga a produção hermiliana. No dia 10, a programação continua com a exposição Hermilo 100 anos, em cartaz nos teatros Apolo e Hermilo. Na terça (11), além da exposição, haverá exibição do documentário Hermilo Borba Filho, de Carla Denise, da Fundação Joaquim Nabuco, no Teatro Hermilo, partir das 19h. Na quarta (12), outro filme será exibido, desta vez no Teatro Apolo: O Canto do Mar, de Alberto Cavalcanti, cujos diálogos são assinados por Hermilo. A partir das 19h da quinta (13), será encenado o espetáculo A Gloriosa Vida e o Triste Fim de Zumba sem Dente, adaptação de Carlos Carvalho do conto hermiliano O Traidor. No elenco: Mario Miranda, Flávio Renovatto, Daniel Barros e Andrezza Alves. Na sexta (14), Mucurana, o Peixe será novamente encenado, a partir das 19h. E no sábado (15), encerrando a programação, mais um conto de Hermilo ganha os palcos, a partir das 19h. O espetáculo A Rã, adaptado e dirigido por Luiz Manuel, a partir do conto de mesmo nome escrito por Hermilo, será encenado pelo Coletivo Caverna, com os atores Claudio Lira e Raimundo Branco. “Buscamos espetáculos que possuíssem alguma coisa a ver com a estética hermiliana. A partir disso, optamos por apresentações que primam pela cena aberta livre, pouco material cênico, e onde a dramaturgia se debruça sobre a cena brasileira. Outra marca da obra de Hermilo era a presença da cultura popular nordestina em seus contos”, explica o diretor e curador da Semana Hermilo, Carlos Carvalho. Sobre Hermilo – Um dos autores e homens de teatro mais atuantes e inventivos do Nordeste, Hermilo Borba Filho, nascido no Engenho Verde, da cidade de Palmares, em 1917, tinha enorme e declarado apreço pela cultura e pelas tradições nordestinas. Escritor, encenador, professor, crítico e ensaísta, foi diretor artístico do Teatro do Estudante de Pernambuco e fundador do Teatro Popular do Nordeste, além de ter deixado uma profícua produção literária, de Palmares para sempre. Na próxima edição da revista iremos trazer uma matéria falando sobre

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