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Cepe dedica três lançamentos ao teatro pernambucano

Teatrólogo, dramaturgo, escritor, crítico literário, jornalista… Hermilo Borba Filho (1917-1976) foi tantos que as comemorações pelo centenário de seu nascimento - completado ano passado - ainda acontecem, um ano depois, para dar conta das homenagens! Uma delas, preparada pela Cepe Editora, é o lançamento de três publicações que se debruçam sobre a vida e a obra do teatrólogo de Palmares. Destaque para o inédito ensaio 'Teatro Popular do Nordeste, o palco e o mundo de Hermilo Borba Filho', de Luís Reis. Também serão reeditados o romance 'Sol das Almas' e o álbum de contos 'Dez Histórias do Nordeste sobre dez desenhos de José Cláudio', ambos escritos por Hermilo, tendo sido a segunda publicação ilustrada pelo artista pernambucano. O evento de lançamento ocorre dia 17 de julho, no Museu do Estado, às 19h. No ensaio de Luís Reis, o leitor conhece a trajetória do Teatro Popular do Nordeste (TPN), que se mistura com a do próprio Hermilo, um de seus fundadores e líderes, assim como do  Movimento de Cultura Popular (MCP), e integrante do Teatro de Amadores de Pernambuco (TAP). Para mostrar tudo isso, a obra de Reis traz, a cada início de capítulo, cartas dirigidas a atores e, ao final, fotografias das peças encenadas no palco, além de croquis de figurinos, distribuídos em 232 páginas. É a partir dos registros do teatrólogo, portanto, que Reis baseia sua narrativa sobre o TPN, que estreou em 1958 no palco do democrático Teatro do Parque com a peça A pena e a lei, de Ariano Suassuna. O autor armorial foi o grande parceiro de criação de Borba no TPN, como também a esposa e atriz Leda Alves. “O teatro é mais do que uma arte de comunidade, é uma arte de comunhão”, disse certa vez Hermilo, natural de Palmares, município da Mata Sul de Pernambuco. Com o objetivo de tornar o teatro uma cultura popular no sentido de feita para o povo, o grupo realiza montagens inspiradas em autores ocidentais clássicos como Molière, Gil Vicente, Goldoni, Schiller e Goethe, e também nas encenações dramáticas e espontâneas nordestinas como o bumba meu boi e o mamulengo. A ideia, como diz o autor, é “tentar levar toda essa cultura teatral ao povo, a fim de instruí-lo, de aprimorá-lo como consumidor de arte”. Se nos palcos a proposta do teatrólogo era usar a arte como ferramenta crítica da realidade, na literatura ele se entrega à “liberdade imaginativa encontrada nas fábulas do povo nordestino. Diferentemente de suas encenações, seus contos e seus romances trazem uma extravagante presença do erotismo, da sexualidade”, define Reis. O contraponto do sexo com a religião também é muito presente no romance Sol das Almas (272 páginas), cuja primeira edição foi publicada em 1964. Nesta versão editada pela Cepe, a obra ganha prefácio do escritor Raimundo Carrero, que a define como ‘divina e transcendental’. “Sol das almas se caracteriza, sobretudo, pela força da linguagem, pela densidade psicológica e pela caracterização do personagem”, derrete-se o premiado escritor. Hermilo dá voz ao narrador Jó, um pastor protestante que vive o conflito do ‘pecado da carne’. “(...) sempre tive a certeza de que era um libidinoso. E o que é mais: um hipócrita”, confessa o protagonista ao leitor. Casado com Estela, ele a deseja mas a religião só permite sexo com fins de procriação. Após deparar-se com um livro a descrever atos sexuais, Jó não se conteve. “É a luta eterna entre Deus e o diabo, sendo o coração humano o campo de batalha”, resumiu Carrero.   Arte e Literatura Geralmente é a partir do texto que se cria a  ilustração. No caso de Dez histórias do Nordeste sobre dez desenhos de José Cláudio (60 páginas), essa lógica foi invertida. Nos anos 1970, o já grande amigo de Zé, Hermilo, foi desafiado a escrever contos a partir dos desenhos do artista:  “eu desenho e você ilustra escrevendo”. Assim disse o artista ao escritor, como conta o prefácio da curadora Clarissa Diniz. Publicados pela primeira vez em 1976, os contos de Hermilo não acompanharam as ilustrações de Zé. Como explica o editor da Cepe, Wellington Melo, na apresentação desta nova edição, os tais contos foram anteriormente batizados de Dez histórias da Zona da Mata dentro do livro As Meninas do Sobrado, acrescido de mais 21 contos. “O fato acabou por privar os leitores de um dado importante sobre o conjunto aqui publicado, qual seja, sua gênese a partir do diálogo com os desenhos de José Cláudio”, diz Wellington. A compreensão dos originais agora se faz completa graças à recuperação dos desenhos de José, guardados por Leda Alves durante anos, e depois devolvidos ao artista.  “É na materialidade do texto final que se revela a alquimia, e o gênio de Hermilo se coloca na roda de capoeira com o gênio de José Cláudio”, define Wellington. O álbum ganha edição especial, em formato de pôster, com os desenhos ao lado dos contos.   Mais homenagens Ainda dentro da comemorações do centenário de Hermilo, acontece no dia 18 de julho, no Arquivo Público, uma exposição das crônicas originais publicadas pelo escritor nas páginas de opinião do jornal Diário de Pernambuco, com apoio da Cepe Editora. De 19 a 22 de julho, o Teatro Hermilo Borba Filho contará com programação dedicada ao teatrólogo. Por lá estarão também os livros lançados pela Cepe. E em Palmares, de 24 a 29 do mesmo mês, uma programação de exibição de filmes e palestras ocupará a Fundação da Casa da Cultura Hermilo Borba Filho. Aliás, essa é a primeira fundação de cultura criada no Interior do Estado, em 1983.   Serviço Lançamento dos livros Teatro Popular do Nordeste (TPN), o palco e o mundo de Hermilo Borba Filho (Luís Reis), Sol das Almas (Hermilo Borba Filho), e Dez Histórias do Nordeste sobre dez desenhos de José Cláudio (Hermilo Borba Filho e José Cláudio) Quando: 17 de julho, às 19h Onde: Museu do Estado (Avenida Rui Barbosa, 960, Graças)   Preços: TPN - R$ 50 (livro impresso)/ R$ 20 (E-Book) Sol das Almas - R$

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Galeria Reciclada Cepe participa pela primeira vez da Fenearte

Transformar resíduos sólidos em algo produtivo é o grande desafio do mundo contemporâneo. A indústria gráfica, por exemplo, gera uma quantidade considerável de papel triturado resultante da máquina encadernadora. Na Cepe, esse suposto ‘lixo’ virou obra de arte graças à adição de cola e de muita criatividade para modelar esculturas e painéis. Assim nasceu a Galeria Reciclada Cepe, que agora expõe os trabalhos resultantes da iniciativa pioneira da gráfica pernambucana no Brasil na 19ª edição da Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte), de 4 a 15 de julho, no Centro de Convenções. Trata-se da primeira participação da Cepe no evento, onde terá um espaço de 37 metros quadrados, ocupados por cerca de 16 peças. O criador do acervo é o superintendente de produção gráfica, Júlio Gonçalves, que começou a colocar a mão na massa, literalmente, em março do ano passado. “A partir do momento em que tomei contato com o resíduo da máquina encadernadora, comecei a fazer testes com ele para ver no que poderia dar”, conta Júlio, artista autodidata autor de esculturas, painéis e peças utilitárias (bandejas, fruteiras) com inspiração pássaros, peixes, flores e figuras totêmicas. No repertório dos suportes para criação também entram o papelão das embalagens, madeirites, rolos de fita durex e até vasilhames de detergente. Para executar as obras, feitas no ateliê-laboratório dentro da Cepe, Júlio conta com a ajuda do auxiliar de acabamento gráfico Sílvio Capistrano, e Lígia Régis, da equipe do Diário Oficial. O próximo passo é transmitir o conhecimento a comunidades e criar uma fonte de renda a partir dos resíduos.

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Lançamento da Cepe propõe um novo olhar sobre o futebol

O gol que Pelé não fez no jogo entre Brasil e Tchecoslováquia na Copa de 1970; o sonho frustrado, aos 11 minutos do fim da partida contra o Uruguai, em 1959, e o gol de Adriano na decisão contra a Argentina, aos 48 do segundo tempo, na Copa de 2004, estão entre as tantas histórias, de vitórias e fracassos, que embalam a trajetória centenária da Seleção Brasileira. Mas imagine se tais fatos memoráveis fossem contados por alguns “personagens sem voz”, como a bola, a trave, as chuteiras, entre outros inanimados do universo esportivo? É com essa perspectiva peculiar que o livro Gol a Gol, crônicas verde-amarelas rememora acontecimentos e ídolos da Amarelinha em lançamento da Cepe Editora que chega às livrarias e bancas nesta semana. Escrito pelo jornalista André Teixeira e com ilustrações de Ricardo Melo, Gol a Gol reúne nove textos escritos em linguagem leve e humorada em que o protagonismo de momentos importantes da Canarinha são devidamente compartilhados e narrados na perspectiva dos objetos. A cada crônica, um QR Code aplicado no final das páginas leva os leitores a vídeos sobre os temas tratados em texto, como o gol de Zico anulado no jogo contra a Suécia, em 1978, ou os lances da primeira conquista brasileira, em 1958. Frases que destacam o pensamento de personalidades brasileiras sobre o futebol complementam o conteúdo. Lá estão Jorge Cury, Nelson Rodrigues, Armando Nogueira, o ex-presidente da República João Goulart, entre outros. “A ideia do livro foi de estimular um olhar diferente sobre o futebol, ouvindo o que os objetos teriam a dizer sobre o esporte", afirma o autor. Serviço: Valor do livro: R$ 10,00 e R$ 3,00 (versão e-book) Onde encontrar: bancas de revistas, livrarias Jaqueira, da Praça e loja virtual da Cepe (www.cepe.com.br)

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Livro Trem para Branquinha enfoca o Nordeste açucareiro em memória familiar

Em O Trem para Branquinha, dos engenhos às usinas de açúcar no Nordeste Oriental: histórias familiares (1796-1966), livro do professor, economista e escritor Gustavo Maia Gomes, narrativas biográficas se entrelaçam a fatos históricos tecendo um registro social, econômico e político da região, sobretudo, dos séculos XIX e XX. A obra, que sai com o selo da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), marca a estreia do autor como historiador e tem lançamento marcado para o dia 05 de junho, na Livraria Jaqueira, a partir das 18h. O livro tem prefácio da presidente da Fundação Gilberto Freyre, Sônia Freyre Pimentel, que o considera uma importante fonte para o estudo açucareiro. “A fartura de citações toponímicas, fotografias, endereços comerciais, árvore genealógica familiar e outras mais, servirão hoje e muito mais no futuro ao estudo da sociedade do Brasil”, destaca. Aborda, em suas 564 páginas, as transformações do Nordeste canavieiro, dos engenhos às grandes unidades agroindustriais de açúcar, a decadência econômica rural e a evolução urbana, resgatando e contextualizando a saga de sua família, majoritariamente de proprietários engenhos de açúcar, fazendas de cana e usinas. O Trem para Branquinha (nome da cidadezinha alagoana onde estão fincadas as raízes dos Maia Gomes) inicia a viagem histórica em 1796, mas dá destaque ao período compreendido entre 1811 (nascimento de Maria Madalena da Silva, sua trisavó materna) a 1966 (morte de Nominando Maia Gomes, avô paterno). “Tive como ponto de partida e fio condutor o reconhecimento de que as vidas dos meus parentes não transcorreram em um vácuo, nem se perderam na absoluta inexpressividade. Elas foram não apenas influenciadas pelos já referidos acontecimentos e circunstâncias políticos, econômicos e culturais; mas também ajudaram a produzir esses mesmos acontecimentos e a manter ou modificar as respectivas circunstâncias”,assegura o autor. Ex-diretor do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), ex-secretário de Planejamento, Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Pernambuco (1991), Gustavo Maia Gomes é um estudioso das questões regionais nordestinas e é autor de livros nesta temática, como Política Agrícola no Nordeste (1970), Conflito e Conciliação, Economia de Pernambuco (org./2006) e Política Regional no Mundo Contemporâneo (2011). SERVIÇO: Lançamento do livro O Trem para Branquinha Data: 05 de junho Horário: 18h Local: Livraria Jaqueira Endereço: Rua Antenor Navarro, 138, Jaqueira Valor do livro: R$ 60,00 e 18,00 (e-book)

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5º Prêmio Pernambuco de Literatura lança livros vencedores

A Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), a Secretaria de Cultura do Estado e a Fundarpe lançam na próxima quinta-feira (26), às 19h, no Museu do Estado, os cinco livros vencedores do 5º Prêmio Pernambuco de Literatura. O certame, cujos nomes vencedores foram anunciados em outubro do ano passado, consagra os trabalhos dos escritores Amâncio Siqueira (Nem tudo cabe na paisagem, Contos), Enoo Miranda (Chã, Poesia), Ezter Liu (Das tripas coração, Contos), Fred Caju (Nada consta, Poesia) e de Walter Cavalcanti Costa (O velocista, Romance). Além das obras editadas pela Cepe, os vencedores do Prêmio, que tem como objetivo o fortalecimento da produção literária pernambucana, foram agraciados com uma premiação no valor total de R$ 40 mil O resultado alcançado nesta edição revela a diversidade criativa dos nossos produtores: uma reunião de contos sobre viagens e descobertas; um romance-livro de memórias do protagonista; um poemário que joga luz sobre o fazer criativo do poeta; uma narrativa que mergulha nas pequenas tragédias cotidianas do homem e, ainda, um conjunto de histórias que evidenciam as diversas facetas do feminino, integram a mais recente coleção da Cepe. "Promover o livro e a leitura estão entre as principais missões institucionais da empresa e fazemos isso com mais entusiasmo ao editarmos trabalhos com a qualidade encontrada entre os que venceram o 5º Prêmio Pernambuco de Literatura", destaca o presidente da Cepe, Ricardo Leitão. A presidente da Fundarpe, Márcia Souto, também comemora. “Este é um momento muito importante para todos nós que lutamos por mais visibilidade para a literatura pernambucana e para ampliação do acesso ao livro e à leitura no Estado”, assegura a gestora. Além da premiação em dinheiro e a tiragem de mil exemplares de cada obra, o Prêmio garante a distribuição dos livros em escolas públicas estaduais e a participação dos escritores em rodas de diálogo de eventos, como o Festival de Inverno de Garanhuns e de projetos como o Outras Palavras. Obras vendedoras Primeira mulher a receber o maior reconhecimento em uma edição do Prêmio, a escritora recifense Ezter Liu apresenta o livro de contos Das tripas coração, que reúne 18 contos que têm em comum a temática feminina, mas com narrativas que apontam para panoramas diversos. Nada consta é nono livro de poemas de Fred Caju. Um poemário sobre o próprio poemário, luzes sobre processos criativos do escritor.   pediram a cabeça do poeta incendiário chega de badvibes foi o que disseram após a decapitação o cheiro de pólvora ficou com cheirinho de morango e não se ouviu nunca mais nenhuma explosão nasceram arco-íris longe das chuvas e nenhum poema precisa mais existir Em Chã, Enoo Miranda evoca pequenas tragédias cotidianas que assolam o homem do nosso tempo, ora recordando e hábitos do trabalho no meio rural, ora realçando conflitos internos ou típicos da vida nos grandes centros urbanos em seus poemas. Viagem e descoberta são os motes que dão unidade aos contos de Nem tudo cabe na paisagem, de Amâncio Siqueira, que lança uma luz diferente sobre situações cotidianas, expondo seu teor dramático nos recortes apresentados, muitas vezes flertando com o cômico, em seu texto direto. No percurso do romance O Velocista, Walter Cavalcanti Costa navega pela experimentação formal e procura mostrar suas influências em quatro epígrafes: o futurismo europeu, o modernismo brasileiro, o concretismo brasileiro e a teoria literária. Com linguagem telegráfica, a obra é também um livro de memórias do protagonista, o astronauta Jô Tadeu. Mais sobre os escritores Ezter Liu nasceu no Recife, mas mora em Carpina desde criança. Graduada em Letras, escritora de prosa e poesia, desde o ano de 2005 tem seus textos publicados em várias coletâneas na região e no estado. Em 2015, pela Porta Aberta Editora Independente, lançou seu primeiro livro solo: Vermelho alcalino (poemas). Fred Caju é autor de Arremessos de um dado viciado, As tripas de Francis Conceição por ela mesma, Paisagens sépias, Intervalo aberto, Estilhaços, Transpassar: poemas de atravessamento, O revide das pequenas maldades e Permanência. Também é editor, artesão do livro e livreiro nômade da Castanha Mecânica   Enoo Miranda é escritor, coordenador do Cineclube Tela da Mata, professor licenciado em Letras pela Universidade de Pernambuco, campus Mata Norte, situado em Nazaré da Mata, município onde reside e trabalha. Entre suas publicações encontram-se textos em antologias, como Inquebrável: Estelita para cima (Mariposa Cartonera, 2014), a coletânea 1 (Publique-se!, Livrinho de Papel Finíssimo, 2015), e o livro solo Papel de pegar mosca (Porta Aberta, 2016). Atualmente se dedica à criação do selo Vão! Edições e Publicações Independentes.   Amâncio Siqueira nasceu em Afogados da Ingazeira e mora em Garanhuns. Aficionado por livros, acalenta a ilusão de que existem aqueles que ainda não foram escritos e tenta escrevê-los. Entre tais tentativas, teve publicada a novela Quebra Cabeças, em 2014. Walter Cavalcanti Costa é doutorando em Teoria da Literatura (PPGL/UFPE). A maior parte de sua formação foi realizada na UPE/Mata Norte, com graduação em Licenciatura em Letras, especialização lato sensu em Literatura Brasileira e Mestrado Profissional em Educação (PPGE/UPE). Recifense, nascido em 1989, é professor rede pública de ensino de Pernambuco. Na escrita, realizou publicações acadêmicas em revistas científicas. Publicou Entressafra 89 (2011), livro de poemas e contos que também ganhou curta-metragem, e Marlinda: em diálogo de amor às suas cidades (2017), livro infantojuvenil incentivado pelo Funcultura, em parceria com Milca de Paula. SERVIÇO Lançamento dos livros vencedores do 5º Prêmio Pernambuco de Literatura   Data: 26.04.18, quinta-feira Horário: 19h Local: Museu do Estado Endereço: Avenida Rui Barbosa, 960 - Graças Valor dos livros: R$ 20,00 (cada)

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A arte de Victor Moreira impressa em lançamento da Cepe

A história de uma vida com mais de 60 anos dedicados à arte e à cultura está impressa no livro A arte de Victor Moreira, que a Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) lançará no 28 de fevereiro, às 19h, no Museu do Estado. Escrita pelo encenador e pesquisador Marcondes Lima, a obra apresenta a vida e as muitas contribuições de um dos mais importantes criadores da cena teatral pernambucana, sua atuação no campo da moda, no jornalismo impresso especializado, TV, entre outras linhas de frente abertas ao longo de uma carreira pautada pela liberdade criativa. Com 172 páginas e fartamente ilustrado, o livro, projeto aprovado pelo Funcultura, é resultado de um profundo trabalho de pesquisa realizado durante um ano e meio por Marcondes Lima, que teve como principal fonte de consulta o gigantesco e labiríntico acervo do biografado. Só para a pesquisa do livro, foram digitalizadas 1.500 imagens – das quais cerca de 250 estão na edição. São desenhos, documentos, páginas de jornais, fotografias, estudos e originais de estamparias criados ao longo das últimas décadas por Victor Moreira, que se prepara para comemorar, no próximo dia 03 de março, 84 anos de vida. O livro traz ainda textos do professor do Curso de Teatro da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Luís Reis e de Syomara dos Santos Duarte Pinto, professora do Instituto de Cultura e Arte da Universidade Federal do Ceará. “Entre tudo o que realizou no teatro, um capítulo decerto merece especial destaque: a sua atuação, como um dos pilares criativos, no fabuloso espetáculo da Paixão de Cristo, de Nova Jerusalém. Sem a presença (efetiva e afetiva) de Victor Moreira, a iniciativa da família Mendonça, ao levar o drama do calvário às ruas de Fazenda Nova, e o sonho de pedra de Plínio Pacheco, ao erguer aquela monumental cidade-teatro, teriam enfrentado muito mais dificuldades para se tornar realidade. O seu nome, portanto, estará sempre inscrito naquelas muralhas, naqueles cenários e nos corações de todos os que viveram – e os que vivem – de perto aquela inacreditável aventura”, destaca Reis. Victor nasceu em Olinda e traz da infância muito de sua base artística, influência do avô materno, dono do Cine Olinda. Participou da primeira encenação teatral na adolescência, no Colégio Marista, e no Naútico, clube que frequentava, colaborou na realização das festas de Carnaval e São João. Nos anos 1950, aluno do curso de odontologia na Universidade do Recife, o acaso pontuou o começo de uma trajetória profissional de sucesso no mundo da moda e nas artes cênicas a partir da mobilização de sua turma, que realizou um desfile de modas para angariar dinheiro para desabrigados das chuvas. “Poderia ser um livro de 500 páginas. Conseguimos fazer 172, que deixam registradas as múltiplas facetas desse criador inquieto, curioso, workaholic. Várias outras pesquisas poderiam ser feitas a partir desse levantamento inicial”, assegura o autor. Com a dificuldade de mostrar seu trabalho às novas gerações, Victor Moreira temia ver sua produção ficar esquecida e desaparecer. “Espero que o livro possa despertar curiosidade e, quem sabe, novas investidas nesse acervo tão rico”, finaliza. Com informações da Assessoria de Imprensa do autor. Serviço Lançamento do livro A arte de Victor Moreira Quando: 28 de fevereiro, quarta-feira Horário: 19h Local: Museu do Estado de Pernambuco (Av. Rui Barbosa, 960 – Graças) Endereço: Avenida Rui Barbosa, 960, Graças. Valor do livro: R$ 25,00 (livro físico), R$ 8,00 (E-book)

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Cepe abre inscrições para terceira edição do concurso nacional de literatura

Começam hoje (27) e se estendem dia 11 de agosto as inscrições para a terceira edição do Prêmio Cepe Nacional de Literatura. O edital e anexos já estão disponíveis no site editora.cepe.com.br, no portal www.cepe.com.br, no face da Cepe Editora e no site da Secretaria de Administração: htttp://www.portais.pe.gov.br/web.seadm. O certame distribui um prêmio total de R$ 80 mil, sendo R$ 20 mil para cada uma das categorias em que está dividido: romance, conto, poesia e infantojuvenil. Além disso, os livros vencedores serão publicados pela Cepe Editora. O resultado está previsto para ser divulgado no mês de dezembro. O concurso foi criado pelo governo do Estado por meio da Companhia Editora de Pernambuco, em comemoração aos 100 anos da Imprensa Oficial do Estado de Pernambuco, instituída em 27 de dezembro de 1915 pelo governador Manoel Borba. O Prêmio tem atraído a participação de autores de todas as regiões brasileiras e também do exterior. Em sua primeira edição, foram registradas 579 inscrições, incluindo as oriundas de Portugal, Estados Unidos, Chile e Holanda. Na segunda, foram contabilizadas 711 inscrições, figurando entre elas as procedentes da Alemanha, Japão, Uruguai e, como na edição anterior, também de Portugal e dos EUA. Em 2016, um dos vencedores foi o pernambucano de Vitória de Santo Antão Walther Moreira Santos, com o livro de poemas Arquiteturas de vento frio. O prêmio é aberto a brasileiros residentes no país e no exterior, bem como estrangeiros naturalizados, que poderão inscrever apenas uma obra em uma única categoria. Outro pré-requisito do concurso é que, além de serem escritas em português, as obras devem ser totalmente inéditas. (Governo do Estado de Pernambuco)  

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Legião Anônima: uma degustação do texto (Por Paulo Caldas)

Campo fértil à criação artística, Pernambuco sempre se destacou em todas as formas de expressão. No campo da literatura, por exemplo, a cada ano surge uma safra de bons frutos nesta “Roma de bravos guerreiros”: uns amadurecem no pomar da prosa, outros no dos versos, e até aqueles que frutificam dos dois lados, caso do escritor João Paulo Parísio. Este é um que pratica uma escrita nascida madura. No seu "Legião anônima" (Cepe Editora, 2014), está explícita tal constatação. Como bem observado pelo escritor Raimundo de Moraes, na orelha do livro, “Ao atender o convite de João Paulo Parísio, o leitor vai entrar nessa legião anônima de anjos que rastejam em sarjetas. Mulheres mortas que deslizam num rio igualmente cadáver, outras que se afogam no próprio desamor e homens de barro que podem desmanchar-se no rolar de uma lágrima”. No texto do livro é visível a destreza de Parísio no manejo de um vocabulário amplo, na aposição exata de cada palavra em seu lugar e até minúcias da técnica ficcional. Quanto ao apelo do conteúdo, recorro ao “Monólogo da camélia”, página 51, conto escolhido para a análise, o autor adere à narrativa na primeira pessoa, o que traz o leitor para o interior da cena, está dito: "toda puta tem algo de sacerdotisa, de sibila, de pitonisa, que as paisanas não têm; menos ainda agora que perderam o fascínio das vestais: a castidade", e arremata: "é por essas e outras que a nossa classe sobrevive, como certas espécies epidêmicas: a adversidade é o nosso bioma. Somos gratas às moças de família - essas sim,  vias de extinção," e fecha a ideia: "Somos parte da mesma dieta, mas não nos comemos". Mais adiante, de braços com a ironia, a personagem sacramenta. "Bem- aventurado as freiras que nos renegam cheias de inveja e as carolas que despertam a curiosidade sobre nós na cabeça dos meninos tenros, tornando-nos proibidas, irresistíveis ainda que proibitivas”. “É certo, pois que através de nós a sociedade elimina suas impurezas”..., “Somos a válvula de escape, a abertura do esfíncter”, afirma a personagem. É possível, prazeroso até, citar outros trechos elogiáveis do conto, mas seria maximizar a degustação. Contudo façamos este mimo extra ao leitor: “a nossa dignidade está escrita na testa, com a marca da besta. Por isso os egípcios nos veneravam e os japoneses, tão assépticos na vida e na morte, cultivam camélias”. E finalizando a personagem adverte: “Humanidade devora-me ou eu decifro-te”. Para não dizer que omitimos pequeninas imperfeições, há uma observação sobre a voz da protagonista, uma vez que ela faz uso dos pronomes oblíquos, refinando o discurso, não obstante ocupar um espaço inferior na estratificação social. No universo da poesia, Parísio tem publicado “Esculturas fluidas” (Cepe Editora, 2014) com uma primorosa apresentação gráfica, apresentado por Laura Moosburger, professora da USP que se dedica à interface entre a Filosofia, Literatura e Poesia.    

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