Arquivos Ciência - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

ciência

SBPC e sua capilarização: Regional de Pernambuco rumo aos 70 anos

*Maria do Carmo F. Soares e Maria do Rosário Andrade Leitão (Secretária Regional e Secretária adjunta da SBPC-PE) A SBPC fundada em 8/7/1948 tem berço paulista, quando o seu estatuto e a eleição de sua primeira diretoria aconteceram na associação Paulista de Medicina, mas logo capilarizou-se para os demais estados do país para cumprir o que se encontrava preconizado em seus princípios descritos na ata de sua fundação. Entre seus objetivos encontra-se “apoiar e estimular o trabalho científico”, e, este objetivo não encontra barreiras sejam regionais, nacionais ou internacionais. Neste contexto no ano seguinte,1949, foi criada em Curitiba sua primeira representação regional, seguida neste mesmo ano, da representação do Rio de Janeiro. Em 1950, surgia a terceira representação em Belo Horizonte. E no ano de 1951 surgiram, concomitantemente as representações regionais de Recife e de Salvador, conforme consta na ata de reunião do Conselho e da Diretoria de 10/07/1951. Para organizá-las o próprio secretário geral, da primeira diretoria da SBPC, prof. Paulo Sawaya, viajou às duas capitais. No Recife instalou a comissão de organização, composta por: Newton da Silva Maia (professor da Escola de Engenharia); Nelson Ferreira de Castro Chaves (professor da Faculdade de Medicina); Luiz Siqueira Netto (professor da Escola de Engenharia), Aluízio Bezerra Coutinho (professor da Faculdade de Medicina), Luiz Siqueira Carneiro (professor da Escola de Veterinária) e Bento Magalhães Neto (assistente da Faculdade de Medicina e professor do Ginásio do Estado, conforme consta na Ciência e Cultura, v.3, n. 2, 1951. Foi eleito seu primeiro secretário, em 1951, o Prof. Newton da Silva Maia. Neste sentido, as regionais da SBPC dos estados de Pernambuco e da Bahia completarão neste ano de 2021, uma trajetória de 70 anos, desde a sua fundação. Portanto, desde seu início a SBPC proporcionou a abrangência de sua representatividade e o seu caráter nacional que se fortaleceu ao longo do tempo. Hoje a entidade se faz presente com 20 secretarias regionais em diversos estados brasileiros, além de uma representação oficial na Paraíba. Já chegou a possuir mais de 37 representações regionais espalhadas pelo Brasil. Uma nova forma de representatividade surgida na trajetória da entidade foi também, a afiliação das entidades científicas, atualmente somando 144 sociedades e ao todo uma média de 5 mil sócios ativos. As reuniões anuais da SBPC se constituem noutro mecanismo previsto no seu estatuto inicial, que vem ao longo do tempo acontecendo nas diversas capitais brasileiras. Não se encontrou bem delimitado o tempo que o primeiro secretário da Divisão Regional do Recife, Prof. Newton da Silva Maia, permaneceu a frente da secretaria, entretanto, quando da realização da VII Reunião Anual da SBPC, no ano de 1955, em Recife, o Prof. Nelson Chaves, encontrava-se como Conselheiro da SBPC. As reuniões anuais da SBPC, desde o início, vêm ocorrendo de forma descentralizada, em várias partes do Brasil. Com uma estruturação composta originalmente de conferências, simpósios, mesas redondas e apresentação de trabalhos. Mas, a cada reunião que foi acontecendo, de forma multidisciplinar, novas atividades surgiram e foram incorporadas na sua grande estrutura, o que tornou essa reunião no maior evento científico do país. Com o apoio da regional de Pernambuco já aconteceram 5 (cinco) reuniões anuais da SBPC na capital recifense, que foram sempre muito prestigiadas e marcadas pela receptividade e criatividade de sua gente. Desde o primeiro e bem sucedido convite, feito pelo Prof. Nelson Chaves, para que a 7ª reunião anual da SBPC acontecesse no Recife em 1955, na então Universidade do Recife, sendo a primeira do Norte/Nordeste. Foi nessa reunião onde se definiu o mês de julho para a sua realização, enquanto uma homenagem ao mês da criação da SBPC e passou a ser padrão para as demais nos anos seguintes, pois também, se aproveitava o período de férias nas universidades tornando-se mais fácil de se estruturar as reuniões dentro dos campi universitários. Essa reunião mereceu uma nota de destaque na prestigiada revista britânica Nature, mencionando a presença de cientistas britânicos no evento e a mensagem de saudações fraternais enviada pela Associação Britânica para o Progresso da Ciência, uma congênere da nossa SBPC; a presença nas principais sessões de Gilberto Freyre, conhecido sociólogo das américas e a conferência proferida pelo físico pernambucano, Mário Schenberg, em memória a Albert Einstein, falecido em abril daquele ano (Nature, n.4481, p.545-6, 17 set 1955). Assim, uma das marcas registradas das reuniões realizadas nesta capital foi a busca para incorporar algumas novidades/inovações, fomentando diálogos e incluindo o contexto da internacionalização. A segunda vez, que o Recife sediou a realização, na 26ª reunião anual, a iniciativa partiu do reitor na época, o Prof. Marcionilo de Barros Lins. Naquela ocasião, uma das novidades anunciadas foi a introdução de seminários e mesas redondas de caráter interdisciplinar. Uma chamada de capa da edição de 10/07/1974, do Jornal do Commercio anunciava a magnitude do evento: “Cientistas apresentam no Recife 1.800 trabalhos”. O programa oficial desta reunião foi publicado na íntegra na contracapa desta edição, ocupando toda a página com a chamada “Conclave da SBPC tem início a partir de hoje”. Um outro destaque desta reunião em 1974, cujo tema foi: A situação das ciências no Brasil e trouxe, como convidado, o economista Celso Furtado que se encontrava no exilio e voltava ao país, pela primeira vez, para proferir a conferência sobre o desenvolvimento brasileiro. Ele atraiu a participação e atenção dos mais jovens e da imprensa, sendo ovacionado de pé numa plateia lotada. Mais uma vez, a SBPC se posiciona como um grande palco de debates e na vanguarda do momento político. A 45ª RA no Recife em 1993 foi a terceira realizada na cidade. Foi a maior reunião, em termos de número de participantes, até então organizada pela sociedade. O Jornal do Commercio (11/07/1993) trouxe em sua matéria de capa, a imagem do campus da UFPE, anunciando que 12 mil pessoas participavam da reunião da SBPC, e se discutiria ciência e qualidade de vida. Os eventos paralelos, como a SBPC Jovem e a Expociência (mais tarde denominada, a partir da 58ª RA, com o novo nome ExpoT&C)

SBPC e sua capilarização: Regional de Pernambuco rumo aos 70 anos Read More »

Porto do Recife vai hospedar Laboratório Flutuante

Do Porto do Recife O Porto do Recife será a casa da nova embarcação Ciências do Mar IV, nos próximos cinco anos. A hospedagem é fruto de um Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o ancoradouro recifense e a Universidade Federal de Pernambuco. O Laboratório de Ensino Flutuante foi construído pelo estaleiro cearense Inace, já está no mar em fase de testes e deve atracar no Recife, na segunda quinzena de setembro. “A previsão era que a embarcação fosse entregue no início do ano, mas a pandemia atrasou todo o cronograma”, explica o professor Alex Costa e Silva, do departamento de oceanografia da UFPE. O Acordo visa incentivar o desenvolvimento de conhecimento técnico-científico aplicado às atividades portuárias. Além de viabilizar o uso das instalações de acostagem para a embarcação, o Porto do Recife contará com o auxílio dos estudantes de Oceanografia da universidade pernambucana na elaboração de projetos ambientais e estruturais no terminal. Durante a vigência do contrato o ancoradouro será contemplado com palestras, pesquisas, monitoramentos ambientais e análises técnicas. “O primeiro projeto de monitoramento ambiental já está sendo viabilizado entre a UFPE e o ancoradouro, para ser realizado durante as obras de dragagem que acontecerão ainda este ano”, diz Carlos Vilar presidente do Porto do Recife. O monitoramento vai estudar os aspectos físicos, químicos e biológicos da bacia portuária para saber se a obra causará algum impacto ambiental na área. Dentre os muitos termos do acordo, o Laboratório de Ensino Flutuante - Ciências do Mar IV vai fornecer ao Porto dados oceanográficos, meteorológicos e ecossistêmicos da bacia e do entorno do ancoradouro, bem como levantar a fauna aquática da bacia identificando, principalmente, as espécies invasoras. A embarcação tem 32m de comprimento, calado de 2,7m, capacidade para oito tripulantes e 18 passageiros (alunos e professores), autonomia segura para dez dias de navegação e está equipada com instrumentos de navegação, segurança e científicos. O Ciências do Mar IV poderá ser utilizado por todas as universidades da Região Nordeste que possuem cursos na área de ciências do mar O principal motivo para a parceria com o Porto do Recife foi a localização do terminal “que facilita o deslocamento da embarcação para futuros trabalhos de execução científica, como também possibilitará a abertura do laboratório flutuante para as escolas e a população, que terão a oportunidade de visitar uma embarcação de pesquisa”, explica Costa e Silva.

Porto do Recife vai hospedar Laboratório Flutuante Read More »

Debate online aborda desafios ambientais e da ciência em tempos de Covid-19

O Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas-PE), participa, nesta quinta-feira (07/05), da Marcha Virtual pela Ciência no Brasil. A pasta promove um debate, por meio de videoconferência, com o tema “Os desafios ambientais em tempos de Covid19 e de anticientificismo”. A live acontece às 16h40 e é transmitida pela página da Semas, integrando as ações do dia 7 de maio realizadas pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) junto a organizações regionais e instituições científicas afiliadas. O objetivo da iniciativa é chamar a atenção para a importância da ciência no enfrentamento a pandemia do coronavírus e suas implicações sociais, econômicas e para a saúde da sociedade. Cada instituição participante escolhe um tema para realizar o painel. O encontro da Semas contará com a participação de José Bertotti, secretário de Meio Ambiente de Pernambuco; José Antônio Aleixo, presidente da Academia Pernambucana de Ciências; Abraham Sicsu, professor da UFPE e ex-presidente da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (FACEPE); e Fábio Pedrosa, doutor em geologia Ambiental e professor da UPE e da Unicap e membro da Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental de Pernambuco. “O momento que estamos vivendo deixa claro a importância que a ciência tem para garantir o desenvolvimento sustentável do País. O que estamos vendo é os nossos cientistas, que mesmo sem recursos e com cortes nos recursos para financiamento de pesquisa, ainda possuem a determinação para seguir adiante. Agora, precisamos nos unir e buscar na ciência a ajuda necessária para enfrentar a crise econômica provocada pela Covid-19 e encontrar soluções com medidas que promovam condições de melhorias para a sociedade e um meio ambiente saudável”, frisou José Bertotti. A Marcha pretende reforçar a busca por recursos adequados para o desenvolvimento da ciência e tecnologia, para a saúde e educação no Brasil, além de divulgar o “Pacto Pela Vida e Pelo Brasil”, lançado no dia 7 de abril. O documento ganhou apoio de instituições e associações e pede a união de toda a sociedade, solidariedade e conduta ética e transparente do governo. O foco é que sejam tomadas decisões com base nas orientações dos organismos nacionais e internacionais de saúde pública no enfrentamento à pandemia. A Marcha pela Ciência de 2020 traz como temas centrais o Pacto pela vida; Educação, saúde e democracia; Ciência é investimento essencial e Fique em casa com a ciência. Além dos eventos online, haverá em dois momentos do dia já pré-determinados, de 12h às 12h30 e das 18h às 18h30, tuitaços nas redes sociais com as hashtags: #paCTopelavIda e #fiquememcasacomaciencia O pacto pela Vida foi elaborado pela SBPC com o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB); Comissão de defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns; Academia Brasileira de Ciências (ABC) e Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Serviço O quê: Semas participa da Marcha virtual pela Ciência no Brasil Data e horário: 07 de maio de 2020 às 16h40 Live pelo perfil: Facebook @SemasPE

Debate online aborda desafios ambientais e da ciência em tempos de Covid-19 Read More »

Testes para Covid-19 são produzidos em Pernambuco

O Instituto Aggeu Magalhães (IAM/Fiocruz-PE) desenvolveu um teste In House para auxiliar no diagnóstico da Covid-19 em Pernambuco. O novo kit já começou a ser utilizado na última segunda-feira (06.04) pelo Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco (Lacen-PE) e será complementar aos envios feitos pelo Ministério da Saúde. O teste é similar ao kit desenvolvido por Bio-Manguinhos, na Fiocruz do Rio de Janeiro. Ele se baseia no mesmo princípio de detecção de um fragmento do genoma do novo coronavírus (Sars-CoV-2), por meio da amplificação exponencial do material genético do vírus nas amostras biológicas coletadas de pacientes em investigação, possibilitando confirmar ou descartar o caso. “Seguimos trabalhando firmes para dotar a rede estadual de saúde de mais exames. O Instituto Aggeu Magalhães, brilhantemente, conseguiu fazer um kit de exame para a covid-19 In House, produzido aqui mesmo em Pernambuco e seguindo os mais altos padrões. Graças a esta parceria, a instituição vai auxiliar ainda mais o Estado nesse tipo de insumo, que, pela demanda mundial, vem sendo cada vez mais difícil de adquirir. Mais uma vez, quero agradecer o empenho e dedicação de todos que fazem a Fiocruz-PE”, afirmou o secretário André Longo. A vice-diretora de pesquisa da Fiocruz-PE, Constância Ayres, explica que foram realizadas avaliações para verificar a eficácia desse teste In House. Para isso, o Lacen-PE disponibilizou amostras positivas e negativas da Covid-19 e a Fiocruz fez a comparação dos resultados produzidos pelos dois testes, validando a eficácia do teste pernambucano. O material já está em uso no Lacen-PE, numa primeira produção com capacidade para 2 mil testagens. É importante destacar que para utilizar o teste produzido no Estado, o Instituto Aggeu Magalhães está comprando os mesmos kits de extração do RNA e purificação do material genético, que são necessários numa etapa anterior ao teste. Esse material tem que ser utilizado em conjunto com o material que está em produção pela Fiocruz PE. (Do Governo de Pernambuco)

Testes para Covid-19 são produzidos em Pernambuco Read More »

FAPESP financiará pesquisas para o combate ao coronavírus

A FAPESP está lançando duas chamadas de propostas no valor de R$ 30 milhões para direcionar iniciativas de pesquisa ao combate da COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus (SARS-Cov-2), e estimular micro e pequenas empresas a desenvolver projetos que resultem em inovações tecnológicas voltadas ao diagnóstico e tratamento dos doentes. “O combate a epidemias e doenças em geral é sempre um processo complexo, que exige ações técnicas, pessoal treinado e decisões políticas fundamentadas na ciência. Os dois editais emergenciais da FAPESP se destinam a financiar o desenvolvimento de boas ideias para o combate à epidemia, tanto no que diz respeito ao conhecimento científico relativo ao agente, seus efeitos no organismo e tratamentos, como em seus aspectos tecnológicos, em especial à criação de produtos e serviços que melhorem a nossa capacidade de reação”, afirmou Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP. Na primeira chamada, a FAPESP disponibilizará R$ 10 milhões suplementares para redirecionar projetos de pesquisa já em andamento – nas modalidades Temático, Jovens Pesquisadores, Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) e Centros de Pesquisa em Engenharia (CPEs) – para a compreensão, redução de risco, gestão e prevenção da COVID-19 e do coronavírus. A expectativa é mobilizar pesquisadores do Estado de São Paulo a trabalhar no desenvolvimento de testes diagnósticos, terapias e procedimentos terapêuticos, no estudo de aspectos críticos da infecção viral, na pesquisa em procedimentos clínicos, na identificação e avaliação das respostas imunes, nas investigações epidemiológicas e na pesquisa sobre a contenção e minimização de comportamentos contraproducentes para a epidemia, entre outros desafios que cercam a COVID-19. Os projetos de pesquisa devem ter duração de 24 meses e o valor máximo de cada proposta será de R$ 200 mil. O prazo para submissão de projetos vai até 22 de junho de 2020. Na segunda chamada, a FAPESP oferece uma linha especial de financiamento, no âmbito do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE-Fase 3), em parceria com a Financiadora de Inovação e Pesquisa (Finep), no valor de R$ 20 milhões, para apoiar micro e pequenas empresas e startups dispostas a aplicar ou escalonar processos ou produtos inovadores relacionados à doença, a exemplo de kits diagnósticos, ventiladores pulmonares, equipamentos de proteção aos profissionais da saúde, soluções de tecnologias digitais e inteligência artificial para os serviços de saúde ou atendimento aos pacientes. No PIPE-Fase 3, resultado de um acordo entre a FAPESP e a Finep, as empresas devem realizar, em até 24 meses, o desenvolvimento comercial e industrial de produtos ou processos. Nesta chamada, cada projeto aprovado contará com até R$ 1,5 milhão. O prazo para submissão de propostas é 6 de abril de 2020, podendo ser republicado por mais 15 dias, caso a demanda das propostas submetidas seja inferior aos recursos disponíveis. “Serão selecionados projetos apresentados por startups e empresas com até 250 empregados, para desenvolvimento de processos e serviços inovadores, de forma que os produtos resultantes possam ser colocados no mercado em uma situação emergencial como esta. Refiro-me ao desenvolvimento de testes diagnósticos, ventiladores pulmonares portáteis, soluções digitais para controle da disseminação do vírus, entre outros”, disse Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico Administrativo da FAPESP. A expectativa é que a comunidade de pesquisa e as empresas de base tecnológica do Estado de São Paulo ofereçam soluções que contribuam para o combate à COVID-19, com a mesma disposição e competência com que enfrentaram outras infecções emergentes, como a dengue, febre amarela, zika e chikungunya. Chamada de propostas de pesquisa – Suplementos de Rápida Implementação contra COVID-19: Temáticos, Jovens Pesquisadores, CEPIDs e CPEs. Edital de Pesquisa para o Desenvolvimento de Tecnologias para Produtos, Serviços e Processos para o Combate à Doença por Corona Virus 2019: PAPPE-PIPE.

FAPESP financiará pesquisas para o combate ao coronavírus Read More »

Cientistas brasileiros estão desenvolvendo vacina contra novo coronavírus

Elton Alisson  – Pesquisadores do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (Incor) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) estão desenvolvendo uma vacina contra o coronavírus da síndrome respiratória aguda grave, o Sars-CoV-2. Por meio de uma estratégia diferente das adotadas por indústrias farmacêuticas e grupos de pesquisa em diversos países, os cientistas brasileiros esperam acelerar o desenvolvimento e conseguir chegar, nos próximos meses, a uma candidata a vacina contra o novo coronavírus que possa ser testada em animais. “Acreditamos que a estratégia que estamos empregando para participar desse esforço mundial para desenvolver uma candidata a vacina contra a Covid-19 é muito promissora e poderá induzir uma resposta imunológica melhor do que a de outras propostas que têm surgido, baseadas fundamentalmente em vacinas de mRNA”, disse à Agência FAPESP, Jorge Kalil, diretor do Laboratório de Imunologia do Incor e coordenador do projeto, apoiado pela FAPESP. Utilizada no desenvolvimento da primeira vacina experimental contra o Sars-CoV-2, anunciada no fim de fevereiro nos Estados Unidos, a plataforma tecnológica de mRNA se baseia na inserção na vacina de moléculas sintéticas de RNA mensageiro (mRNA) – que contêm as instruções para produção de alguma proteína reconhecível pelo sistema imunológico. A ideia é que o sistema imunológico reconheça essas proteínas artificiais para posteriormente identificar e combater o coronavírus real. Já a plataforma que será utilizada pelos pesquisadores do Incor é fundamentada no uso de partículas semelhantes a vírus (VLPs, na sigla em inglês de virus like particles). Estruturas multiproteicas, as VLPs possuem características semelhantes às de um vírus e, por isso, são facilmente reconhecidas pelas células do sistema imune. Porém, não têm material genético do vírus, o que impossibilita a replicação. Por isso, são seguras para o desenvolvimento de vacinas. “Em geral, as vacinas tradicionais, baseadas em vírus atenuados ou inativados, como a do influenza [causador da gripe], têm demonstrado excelente imunogenicidade, e o conhecimento das características delas serve de parâmetro para o desenvolvimento bem-sucedido de novas plataformas vacinais”, afirmou Gustavo Cabral, pesquisador responsável pelo projeto. “Mas, neste momento, em que estamos lidando com um vírus pouco conhecido, por questões de segurança é preciso evitar inserir material genético no corpo humano para evitar eventos adversos, como multiplicação viral e possivelmente reversão genética da virulência. Por isso, as formas alternativas para o desenvolvimento da vacina anti-Covid-19 devem priorizar, além da eficiência, a segurança”, ressaltou Cabral. A fim de permitir que sejam reconhecidas pelo sistema imunológico e gerem uma resposta contra o coronavírus, as VLPs são inoculadas juntamente com antígenos – substâncias que, ao serem introduzidas no corpo humano fazem com que o sistema imune produza anticorpos. Dessa forma, é possível unir as características de adjuvante dos VLPs com a especificidade do antígeno. Além disso, as VLPs, por serem componentes biológicos naturais e seguros, são facilmente degradadas, explicou Cabral. “Com essa estratégia é possível direcionar o sistema imunológico para reconhecer as VLPs conjugadas a antígenos como uma ameaça e desencadear a resposta imune de forma eficaz e segura”, disse. Plataforma de antígenos O pesquisador fez nos últimos 5 anos pós-doutorados nas universidades de Oxford, na Inglaterra, e de Berna, na Suíça, onde desenvolveu candidatas a vacinas utilizando VLPs contra doenças, como a causada pelo vírus zika. Por meio de um projeto apoiado pela FAPESP, Cabral retornou ao Brasil onde iniciou no laboratório de imunologia do Incor, no começo de fevereiro, um estudo voltado a desenvolver vacinas contra Streptococcus pyogenes – causador da febre reumática e da cardiopatia reumática crônica – e chikungunya utilizando VLPs. Com a pandemia do Covid-19, o projeto foi redirecionado para desenvolver uma vacina contra o novo coronavírus. O projeto também teve a participação de Edécio Cunha Neto, professor do Incor e pesquisador do Laboratório de Imunologia da instituição, que participou da decisão da abordagem do Covid-19 no projeto de Cabral e do delineamento experimental da vacina. “O objetivo é desenvolver uma plataforma de entrega de antígenos para células do sistema imune de forma extremamente fácil e rápida e que possa servir para desenvolver vacina não só contra a Covid-19, mas também para outras doenças emergentes”, ressaltou Cabral. Os antígenos do novo coronavírus estão sendo produzidos a partir da identificação de regiões da estrutura do vírus que interagem com as células e permitem a entrada dele, as chamadas proteínas spike. Essas proteínas, que são protuberâncias pontiagudas ao redor do envelope viral, resultam um formato de coroa que conferiu o nome corona a esse grupo de vírus. Após a identificação dessas proteínas spike, são extraídos fragmentos delas que são conjugadas às VLPs. Por meio de testes com o plasma sanguíneo de pacientes infectados pelo novo coronavírus é possível verificar quais fragmentos induzem uma resposta protetora e, dessa forma, servem como potenciais candidatos a antígenos. “Já estamos sintetizando esses antígenos e vamos testá-los em soro de pacientes infectados”, afirmou Cabral. Após a realização dos testes em camundongos e comprovada a eficácia da vacina, os pesquisadores pretendem estabelecer colaborações com outras instituições de pesquisa para acelerar o desenvolvimento. “Após comprovarmos que a vacina neutraliza o vírus, vamos procurar associações no Brasil e no exterior para encurtarmos o caminho e desenvolver o mais rápido possível uma candidata a vacina contra a Covid-19”, disse Kalil. O pesquisador é coordenador do Instituto de Investigação em Imunologia, sediado no Incor – um dos INCTs apoiados pela FAPESP e pelo CNPq no Estado de São Paulo. Agência FAPESP

Cientistas brasileiros estão desenvolvendo vacina contra novo coronavírus Read More »

Ciência na Praça hoje (08/02)

Uma nova edição do Ciência na Praça acontecerá hoje (08/02) no Parque Santana, na Zona Norte do Recife, das 8h às 12h. No evento, pesquisadores e alunos do Departamento de Entomologia da Fiocruz Pernambuco vão falar sobre como a ciência funciona e sua importância na vida das pessoas, em linguagem acessível a crianças e adultos. Mitos e verdades sobre a ciência, fake news e doenças transmitidas por mosquitos, como dengue, zika e Chikungunya, serão outros temas abordados, de forma lúdica e atrativa. A iniciativa da Fiocruz Pernambuco conta com o apoio da coordenação local do Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc/PE). Seu objetivo é difundir e popularizar o conhecimento científico junto ao público leigo, além de mostrar o que é feito nos laboratórios com investimentos públicos. Serviço: Ciência na Praça Quando: sábado (08/02) Horário: 8h às 12h Onde: Parque Santana Ariano Suassuna - Rua José Gomes de Sá, Santana – Recife/PE Atividade aberta ao público e gratuita O pesquisador Gabriel Wallau é o coordenador do projeto e estará disponível para entrevistas no local do evento.

Ciência na Praça hoje (08/02) Read More »

BID deseja fomentar ações de CT&I no Nordeste

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) planeja viabilizar projetos na área de ciência, tecnologia e inovação para o Nordeste. Nesta quarta (20.11), o chefe da divisão de Competitividade, Tecnologia e Inovação da instituição, Gonzalo Rivas, esteve em João Pessoa-PB, no Palácio da Redenção, reunido com secretários de CT&I. O banco tem a área como prioritária e está prestes a disponibilizar US$ 120 milhões para financiar ações na região. Representante do Nordeste na diretoria do Conselho Nacional de Secretários de Ciência Tecnologia e Inovação, Aluísio Lessa destacou a importância desta iniciativa, que é chancelada pelo Consórcio Nordeste. "Realizamos projetos em Pernambuco com o BID e desejamos ampliar esta parceria com a instituição, agora em convergência com os nove estados do Nordeste. As ações de Ciência, Tecnologia e Inovação serão mais impactantes se envolverem toda a região", declarou. "Consideramos Ciência Tecnologia e Inovação é uma parte importante para o desenvolvimento da América Latina. O Nordeste possui talento e tem se destacado na área. Queremos apoiar projetos de educação voltados para a Ciência, Tecnologia e Inovação", comentou o executivo, sinalizando que o BID está disposto a incentivar ações de CT&I no Nordeste. Acompanhado pelo especialista principal em Ciência, Tecnologia e Inovação, Rafael Anta; a especialista líder em Ciência Tecnologia e Inovação para o Brasil, Vanderleia Radaelli; e o especialista em Ciência, Tecnologia e Inovação para a República Dominicana, Michael Hennessey, Gonzalo Rivas participou de reunião com a governadora em exercício da Paraíba, Lígia Feliciano, e se encontrou com os dirigentes estaduais da área. Participaram do evento o secretário executivo da Ciência e Tecnologia da Paraíba, Cláudio Furtado; o presidente Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq), Roberto Germano; o secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação de Pernambuco, Aluísio Lessa; o presidente da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe), Fernando Jucá; a secretária de Ciência Tecnologia e Inovação da Bahia, Adélia Pinheiro; e a secretária-executiva de Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará, Nágyla Drumond.

BID deseja fomentar ações de CT&I no Nordeste Read More »

Expotec fará foguete decolar em Camaragibe

Nesta sexta-feira e sábado (dias 21 e 22), o Camará Shopping recebe a 7ª Exposição de Tecnologia e Ciência de Camaragibe, evento organizado pela Escola Estadual Ministro Jarbas Passarinho, que conta com o apoio da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e agrega vários projetos científicos desenvolvidos por estudantes de escolas públicas e privadas do Município. Entre as principais atrações, estão a produção de bioplástico a partir da casca de manga, que é uma solução sustentável para substituição dos plásticos sintéticos, e o MOPSE, aplicativo off-line de primeiros socorros. O evento terá ainda oficinas de robótica e o lançamento de um foguete feito com garrafa pet. Os participantes poderão colaborar na montagem do foguete e vê-lo decolar, voar por aproximadamente 300m e cair com um paraquedas. A feira tem entrada franca e funcionará das 10h às 18h. Para a produção dos projetos, os estudantes utilizaram métodos científicos e invenções tecnológicas. Os alunos que desenvolveram bioplástico com casca de manga estavam inquietos com a alta produção do plástico sintético. Eles fizeram uma pesquisa, foram à feira de Camaragibe e viram a possibilidade de usar a casca da manga. O trabalho agora está na fase de testes com relação à textura, temperatura, durabilidade, aplicabilidade e aceitação do bioplástico na comunidade local. Segundo a professora Alessandra Martins, orientadora do projeto, o objetivo é estimular os alunos a refletir sobre os problemas que são apresentados no dia a dia, buscando soluções através da pesquisa científica e da criatividade. A feira tem entrada gratuita, mas as vagas são limitadas. SERVIÇO Expotec 2018 Data: Dias 21 e 22 de setembro Hora: Das 10h às 18h Local: Piso L3 – Praça de Alimentação Mais informações sobre o evento: www.camarashopping.com.br/novidades/expotec/ ou www.expotec.ufrpe.br/br

Expotec fará foguete decolar em Camaragibe Read More »

Assegurar inclusão de mulheres melhora a qualidade da ciência

Maria Fernanda Ziegler/via Agência FAPESP  O relatório Gender in the Global Research Landscape, da Elsevier, indicou Brasil e Portugal como os países com maior porcentual de mulheres (49%) entre autores de artigos científicos entre as nações analisadas. O relatório, com dados de 2011 a 2015, mostra um notável avanço no Brasil, uma vez que no período anterior, 1996 a 2000, apenas 38% dos autores de artigos eram mulheres. Somente a Austrália mostrou crescimento semelhante. Apesar da boa notícia, no Brasil falta espaço para mulheres em cargos acadêmicos mais elevados, na liderança e coordenação da ciência. Das universidades federais, por exemplo, apenas um terço tem reitoras mulheres. Nas estaduais, o índice é ainda menor, segundo destacaram as pesquisadoras convidadas do Ciência Aberta no dia 1º de agosto. O programa é produzido pela FAPESP em parceria com o jornal Folha de S.Paulo. “Pode parecer que se preocupar ou discutir gênero e ciência seja para melhorar a vida das cientistas. Não é isso. Discutir gênero e ciência é melhorar a forma como a ciência é feita”, disse a socióloga Alice Rangel de Paiva Abreu, professora emérita da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e diretora do GenderInSite (Gender in science, innovation, technology and enginnering). Também participaram do programa Márcia Barbosa, professora de física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e Vanderlan Bolzani, professora titular do Instituto de Química da Universidade Estadual Paulista (Unesp), vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e membro do Conselho Superior da FAPESP. “Diversidade leva à eficiência. Estudo feito pela empresa da McKinsey, em 2017, mostrou que as empresas com maior diversidade na direção ganhavam mais dinheiro. O estudo concluiu que isso tem relação com a forma que resolvemos problemas, a partir da cooperação. Se em um grupo as pessoas forem diferentes, tiverem culturas diferentes, histórias diferentes, elas vão trazer melhores soluções. Dar espaço para a mulher não é só adicionar 50% da população. A adição da mulher vira uma multiplicação e o que será produzido no final vai ser melhor”, disse Barbosa. De acordo com as pesquisadoras, o machismo é, além de tudo, ineficiente. Dessa forma, situações pouco operacionais – e que até já ganharam termos – como explicar algo óbvio ou que uma mulher já sabe (mansplaining), interromper desnecessariamente para que uma mulher não seja ouvida (manterrupting) ou se apropriar da ideia de uma mulher (bropriating) – permanecem comuns. Outro problema levantado no debate foi o tratamento diferente dado a meninos e meninas desde a infância, em casa e na escola. É comum a noção de que o menino pode ser aventureiro e a menina deve ser contida. “Todos podem ser aventureiros, isso deve ser incentivado em casa e também nas escolas”, disse Bolzani. As pesquisadoras defenderam que a transformação desse cenário para uma maior participação das mulheres em todos os níveis da ciência só será possível a partir de mudanças institucionais. Um exemplo mencionado é o que está sendo feito na União Internacional de Física Pura e Aplicada (Iupap). No fim de 2017, a partir da constatação de que havia pouca participação de mulheres em todos os níveis de discussão da instituição, foi criado um comitê para monitorar e aumentar a participação feminina. Estabeleceu-se, inclusive, a meta mínima de 20% para a presença de mulheres entre os participantes das comissões consultivas. Entre 2015 e 2017, a média mundial de participação feminina nos eventos da instituição foi de 17% entre integrantes das conferências. “Se dá trabalho e não leva prestígio, tem mulher. Se dá prestígio, não tem mulher. O porcentual de mulheres, em qualquer área, diminui à medida que se vai para o topo da carreira. Poder, em qualquer área, ainda é um atributo masculino. Porém, na área de exatas, e isso é universal, o porcentual de entrada das mulheres é menor. Que ingrediente é esse? O poder, porque a área de exatas ainda detém a manufatura econômica, tecnológica, que é fonte de dinheiro e ainda está na mão dos homens”, disse Barbosa. Abreu comentou que é preciso trabalhar de maneira global a percepção de que a mulher deve estar presente em todas as áreas e etapas da ciência “Os países desenvolvidos têm políticas já implementadas que podemos estudar e decidir quais devem ser aplicadas no Brasil”, disse. Bolzani destacou a necessidade de se produzir dados mais concretos e globais sobre o problema. “Temos apenas dados pontuais que não mostram a realidade como um todo. Mesmo que eles mostrem que avançamos nos últimos anos, não temos todo o quadro. É importante ter uma visão geral”, disse. Abreu citou o programa STEM and Gender Advancement (SAGA), da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que trabalha com indicadores da situação das mulheres e disparidades nos campos da ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM, na sigla em inglês). “O Brasil não está nesse programa, mas poderíamos. Isso seria importante para saber como estamos nesses indicadores e ter um quadro geral do papel da mulher na ciência”, disse Abreu. Jovem pesquisadora e mãe Outro exemplo abordado no debate foi a iniciativa da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS), que instituiu que mulheres com filhos pequenos recebam uma pequena ajuda financeira quando forem a conferências. Dessa forma, elas podem levar os filhos aos congressos (e contratar babás ou creches). A creche, uma velha reivindicação feminina, continua sendo uma demanda importante para inserção e manutenção das mulheres na ciência. Nessa profissão em especial, a idade fértil da mulher combina com a faixa etária em que a jovem pesquisadora precisa competir por bolsa de estudos, participar de congressos e ganhar destaque para ascender na carreira. Com a maternidade, a mulher é prejudicada também pelo fato de a sua produção científica cair por algum tempo – um a dois anos pelo menos – e esses anos não serem descartados da sua avaliação. Com uma média de produção científica menor, ela perde oportunidades de bolsas e de ascensão profissional. “Temos que ter condições institucionais para isso. Se a mulher

Assegurar inclusão de mulheres melhora a qualidade da ciência Read More »