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uma parede entre nos critica do filme netflix 2024

Crítica: Uma Parede Entre Nós (Netflix)

Como seria apaixonar-se por alguém sem conhecer a aparência física, apenas ouvindo sua voz? Não estou falando de “Casamento às Cegas", famoso reality da Netflix. Essa é a premissa da nova produção da plataforma, a comédia romântica espanhola Uma Parede Entre Nós. O filme conta a história de Valentina, uma pianista que após um traumatizante término de relação tenta recomeçar a vida mudando-se para um novo apartamento. Ela espera, com a nova moradia, ter paz e tranquilidade para se preparar para uma audição de piano. Porém a tranquilidade dura pouco após conhecer David, um vizinho barulhento. David é criador de jogos, vive há três anos enclausurado no próprio apartamento, imerso na construção de um jogo. O silêncio necessário à concentração no trabalho é interrompido pelas notas do piano da nova vizinha. O conflito de interesses dá início a uma discussão, ironicamente mediada por uma parede que os impede de se verem. Assim são executadas as primeiras notas de uma relação que, como todo romance, seguirá inevitavelmente do ódio à paixão. Uma Parede Entre Nós é filme para assistir após um dia cansativo, daquelas histórias para acalmar o coração e relaxar. Não espere um romance com sacadas inteligentes como os dirigidos por Woody Allen ou cheio de paixão explodindo nas veias no melhor estilo Almodóvar. A trama não escapa dos clichês e deixa muitas pontas soltas. "Uma jovem traumatizada foge de relação abusiva e tenta recomeçar a vida em outro lugar. Encontra um novo amor, mas conflitos de interesse ameaçam pôr fim à relação." É o tipo de premissa fácil de encontrar em uma lista enorme de filmes da Sessão da Tarde. Um bom roteiro faz o espectador duvidar que o protagonista conseguirá o que tanto deseja. O que não acontece no filme da Netflix. Em nenhum momento sentimos a relação de Valentina e David ameaçada, ainda que algumas sequências tentem nos convencer do contrário. Uma Parede Entre Nós é dirigido por Patricia Font (Café Para Llevar) e protagonizado por Aitana (A Última Chance) e Fernando Guallar (Gente que Vai e Volta). É remake do filme francês "Un peu, beaucoup, aveuglément", de Lilou Fogli.

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Crítica| Adú (Netflix)

Em meio às dificuldades enfrentadas por refugiados em diversas partes do mundo, inclusive aqui no Brasil, o debate sobre o tema se torna cada vez mais necessário, não importa em qual canal, inclusive na sétima arte. No intuito de aquecer esse debate, chega à Netflix o filme espanhol Adú, que tem como protagonista um garoto africano e sua difícil jornada até a Espanha. Na história, Adú (Moustapha Oumarou) e a irmã, Alika (Zayiddiya Dissou), são obrigados a fugir da vila onde moravam, no extremo norte da África, após testemunharem o assassinato de um elefante por caçadores de marfim. Sua mãe é morta e agora terão de ir à Espanha ao encontro do pai. No caminho, Adú encontrará um fiel parceiro, o jovem Massar (Adam Nourou).     No entanto, a jornada de Adú não é a única do filme. Além do conflito enfrentado pelo personagem central, temos também outros dois. O do guarda civil, Mateo (Álvaro Cervantes), que é acusado junto com outros oficiais pela morte de um imigrante e o de Gonzalo (Luis Tosar), um agente florestal que enfrenta problemas de relacionamento com a filha Sandra (Anna Castillo). O grande problema de Adú é o excesso de tramas, que tira o foco e enfraquece o arco principal. Seria até justificável se, na conclusão, essas histórias se conectassem, interligando todos os arcos e amarrando bem o roteiro. No fim, esse encontro acontece, mas de forma forçada, apenas para justificar a grande salada de tramas.   Inspirado em histórias reais Adú é dirigido pelo experiente diretor espanhol, Salvador Calvo. O cineasta contou em entrevista ao SensaCine, um portal espanhol de notícias sobre cinema e séries, que se inspirou em pessoas que conheceu quando foi voluntário da CEAR (Comissão Espanhola de Ajuda aos Refugiados). Histórias como a do próprio Massar, um adolescente da Somália, que sofria abusos do tio.

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