Arquivos Cinema - Página 10 De 18 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

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Janela Internacional de Cinema do Recife lança crowdfunding para décima-segunda edição

Figurinha carimbada do calendário cinematográfico recifense, o festival Janela Internacional de Cinema lança, nesta segunda-feira (07), campanha de financiamento coletivo para realização de sua décima-segunda edição. Através da plataforma Benfeitoria, os apoiadores podem contribuir com valores diversos, que serão recompensados com brindes e prêmios diversos. A campanha, no ar até o dia 7 de novembro deste ano, pode ser acessada pelo link benfeitoria.com/janeladecinema. Inicialmente, almeja-se a meta de R$ 30.000, que devem custear grande parte das operações do evento, a ser realizado no Cinema São Luiz e no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco. A iniciativa de crowdfunding segue modelo já adotado por outros eventos importantes do audiovisual brasileiro, como o Festival do Rio. Em mais de uma década de história, o Janela trouxe ao Recife desde clássicos até estreias mundiais, contribuindo para a tradicional cinefilia do povo recifense. Agora, mais do que nunca, precisamos de sua ajuda. Carta aberta aos apoiadores do Festival Queridos amigos do Janela. Aos que fazem,veem e pensam filmes. Às pessoas que de alguma forma já fizeram parte do Janela Internacional de Cinema do Recife. Os cortes no apoio à Cultura implantados pelo atual Governo Federal deixaram o Janela, já com 12 anos de trabalho, sem base para a sua realização este ano. Tais restrições têm atingido inúmeros festivais de cinema no país, e a indústria do audiovisual brasileiro como um todo. Desde 1º de janeiro deste ano, a Petrobras, nossa justa parceira há cinco anos, não apoia mais nenhum festival ou projeto audiovisual pelo país, tampouco o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O edital do Funcultura, do Governo de Pernambuco, nosso apoiador contínuo desde a primeira edição, teve seu lançamento atrasado por causa de tensões na Ancine – Agência Nacional de Cinema. 2019, portanto, será a primeira vez em que não poderemos contar com o edital pernambucano. Mais do que nunca, neste ano precisamos fazer o Janela com você. Inicialmente, a equipe do Janela cogitou a não realização do festival. Logo chegamos ao sentimento de que seria uma prova enorme de coragem cancelá-lo. Não temos esse tipo de bravura. Imaginar a Rua da Aurora deserta à noite neste ano, nas datas reservadas ao Janela, não é uma opção. De 2008, nossa estreia, até hoje, contabilizamos cerca de 130 mil espectadores utilizando em média duas salas de cinema. Nesses 12 anos, exibimos aproximadamente 1.400 filmes entre curtas, médias e longas-metragens. De filmes centenários quase perdidos a estreias mundiais. Filmes incríveis, filmes estranhos, filmes delicinha, filmes maravilhosos… Festivais de Cinema não apenas exibem filmes, mas mantêm as ideias em movimento, compartilhadas. Festivais mantêm a Cultura viva e forte. Quem vai e quem já veio ao Janela sabe da energia que circula aqui. O público, as realizadoras e os realizadores, os cinemas São Luiz e as duas salas do Cinema da Fundação. É um encontro incomum. Isso porque o Janela apresenta, a cada edição, um recorte da vida em sociedade, de filmes feitos em todo o mundo, mas também no Brasil, no Nordeste do nosso país e do Recife. Aprendemos com a comunidade e com o tempo. Em São Paulo e Rio, no Recôncavo Baiano e em Salvador, em Belo Horizonte, em Porto Alegre, na República de Curitiba e em São Luís do Maranhão, em Rio Branco, em Goiânia. Nossos festivais amigos estão procurando formas de resistir. Muitos, jovens, como nós, cada um num canto do país. Sabem o que construímos juntos e que parar é ceder e retroceder. Somos parte de uma rede extraordinária de coletivos, de fóruns, de mostras e de festivais pelo Brasil e no exterior. Ajudamos a criar talvez o momento mais prolífico, diverso e rico da história do circuito produtivo e do pensamento artístico de Cinema neste país. Uma história de conquista, de reparação e de invenção que está só no começo. Uma História que está sob ataque e não pode se desmanchar.

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Festival do Filme Etnográfico começa nesta quarta

A edição de 2019, que será realizada na Aliança Francesa (Derby) entre o dia 3 e 6 de outubro, propõe uma programação composta por 21 filmes, muitos dos quais realizados no exterior. Neste sentido o Festival se torna uma vidrina relevante, onde grupos, muitas vezes subalternos, podem ter uma visibilidade, através da projeção de filmes que os retratam. Na programação, um amplo espaço tem o tema do povos indígenas, retrodata através do olhar de quem pesquisa e trabalha junto com eles. O evento conta também com uma sessão especial, que irá focar sobre o tema das elites. Nesta sessão serão exibidos filmes realizados no Recife, por cineastas afirmados/as, como Marcelo Pedroso e Dea Ferraz e Joelton Ivson. O Festival é promovido e realizado pelo Laboratório de Antropologia Visual do programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal de Pernambuco e tem o apoio da Associação Brasileira de Antropologia. Website: https://sites.ufpe.br/filmedorecife/programacao-geral/

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Festival Macuca das Artes promove mostra de cinema com curadoria de Irandhir Santos

Grande confraternização cultural do estado, o Macuca das Artes traz a sétima arte para a sua próxima edição. Com curadoria de Irandhir Santos, o festival que ocorre no dia 25 e 26 de outubro, no Agreste de Pernambuco exibe filmes para os visitantes e moradores da região. Entre os destaques da mostra: “Bacurau”, de Kleber Mendonça Filhoe Juliano Dornelles. “Recife Frio” (Kleber Mendonça) e “Mens Sana in Corpore Sano” (Juliano Dornelles) também foram confirmados na programação. As projeções ocorrem nos dias 24 e 25 de outubro, com exibições ao ar livre, no Povoado de Poço Comprido, Distrito de Correntes-PE e no Sítio Macuca, Zona Rural, dentro da programação do festival. Os dois serão ao ar livre, e a exibição no povoado será gratuita. Já na fazenda, ocorrerá durante o festival, pago. (Com acesso facilitado para moradores da região). Ambientado num futuro recente, o filme Bacurau, retrata um povoado do sertão de Pernambuco, que some misteriosamente do mapa. Quando uma série de assassinatos inexplicáveis começam a acontecer, os moradores da cidade tentam reagir. O longa de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles traz no elenco a atriz Sônia Bragae conta com participação da pernambucana Lia de Itamaracá. Recife Frioé um curta-metragem também de Kleber Mendonça Filho que se encaixa perfeitamente em um país que nega o aquecimento global. O filme fala sobre uma estranha mudança climática no Recife, região Nordeste do Brasil, que, inexplicavelmente, passa a ser fria. Curta do pernambucano Juliano Dornelles sobre obsessão por um corpo perfeito, Mens Sana in Corpore Sanorecebeu diversos prêmios em festivais de cinema, entre eles, a estatueta de melhor filme no Cine PE e o prêmio de aquisição Portas Curtas no Festival internacional de curtas de São Paulo. O Macuca das Artespretende promover uma grande confraternização cultural, com diversas linguagens artísticas e de troca de experiências entre visitantes, artistas e moradores da região. O evento também busca o beneficiamento sociocultural do local, com oficinais em escolas públicas dos municípios vizinhos e cortejo do Boi da Macuca, nas ruas do povoado de Poço Comprido. Sob o céu estrelado, luz de candeeiro e ausência de luz elétrica, o Macuca das Artes apresenta shows inéditos de artistas do calibre de Luedji Luna, Ave Sangria, Chico César, Arnaldo Antunes, Gabi da Pele Preta, Reverboe muito mais, em uma verdadeira imersão para quem busca contato com a arte, música e a natureza. Além de uma aconchegante área de camping, piscina de água corrente e uma estrutura de banheiros que inclui opção de banho quente, o Festival também dispõe de restaurantes onde serão servidos café da manhã, almoço, jantar, petiscos e lanches. Incluindo opções veganas, vegetarianas e sem glúten. Os ingressos para o Festival Macuca das Artes custam de R$ 60,00 a R$ 180,00. Todos os valores dos bilhetes para shows, camping e transfer, estão disponíveis no site da Sympla: www.sympla.com.br/macucadasartes2019. PROGRAMAÇÃO Macuca das Artes | Cinema Quinta 24/10 A partir das 19h00 Poço Comprido Correntes – PE Entrada gratuita Sexta 25/10 A partir das 20h30 Sítio Macuca Festival Macuca das Artes Macuca das Artes | Música Sexta 25/10 23h Reverbo 0h20 Luedji Luna 1h50 Arnaldo Antunes 3h50 DJ Paulo Pezão Sábado 26/10 14h Cortejo Boi da Macuca (Poço Comprido) 20h30 Gabi da Pele Preta 22h Ave Sangria 0h Chico César 2h Terça do Vinil com DJ 440 SERVIÇO Dias 25 e 26 de outubro, no Sítio da Macuca, Agreste de Pernambuco (Zona Rural de Correntes). Ingressos, Acampamento e Transfer partindo de Recife e Garanhuns: de R$ 60,00 a R$ 180,00 conferir valor. Disponíveis no site da Sympla: www.sympla.com.br/macucadasartes2019 Assessoria de Imprensa: Maurício Spinelli – (81) 9 7102.3573 Luma Araujo – (81) 9 8532.6635

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Banda Sinfônica do Recife vai de Capiba a “Rei Leão” em concerto oficial

Os recifenses terão a oportunidade de viver momentos de encantamento por meio da arte dos sons. A Banda Sinfônica do Recife marcou dois encontros com o público em setembro. Nesta terça, dia 24, às 10h, crianças e jovens estudantes de escolas participam de uma visita guiada pelas dependências do Teatro de Santa Isabel e, em seguida, assistem a um ensaio geral do conjunto musical. A ação faz parte do Projeto de Educação Patrimonial – Santa Isabel em Cena. Na quarta (25), a Banda realiza concerto oficial, às 20h, com repertório formado por obras de Capiba, Pixinguinha, Duke Ellington, Dvorak e Manuel de Falla. Em um dos momentos mais celebrados em seus concertos, a Banda Sinfônica vai interpretar músicas de trilhas sonoras dos filmes: “2001: Uma Odisseia no Espaço”, Cantando Na Chuva”, “Três Homens em Conflito”, “Cantando na chuva”, “O Mágico de Oz” e “O Rei Leão”. A valsa de Capiba A Banda Sinfônica abre o concerto com a pulsante “Dança eslava – op.46, nº 7”, do tcheco Antonín Dvořák. Em seguida, o conjunto apresenta ao público uma peça de um dos grandes artistas pernambucanos, Lourenço da Fonseca Barbosa, mas conhecido como Capiba. Consagrado como um dos maiores compositores de frevo do país, o mestre Capiba também criou maravilhas sonoras em outros estilos. É o caso da “Valsa verde”, peça sentimental escrita em parceria com Ferreira dos Santos e arranjo de Nilson Lopes. Racismo e o lamento de Pixinguinha A beleza melancólica da terceira composição da noite tem origem num episódio lamentável. Depois de uma bem sucedida temporada na França, na década de 1920, o grupo Oito Batutas foi convidado pelo então magnata da comunicação Assis Chateaubriand a ser homenageado num hotel do Rio de Janeiro. Num explícito caso de racismo, o mestre Pixinguinha – que fazia parte do grupo – foi impedido de entrar pela porta da frente do prédio por ser negro. O ocorrido o inspirou a criar a sensível “Lamentos”, interpretada pela Banda com arranjo de Dimas Sedícias. Um gênio negro da música norte-americana Na sequência, mais outro músico negro será lembrando pelo conjunto sinfônico mantido pela Prefeitura do Recife. O pianista e compositor Duke Ellington – nascido em Washington, capital dos Estados Unidos – influenciou grandes artistas ao redor do mundo. Diversos autores do jazz se inspiraram nele para criar outras grandes obras. O público vai poder apreciar um pouco da música de Ellington com a execução do medley “Classic Duke”, que reúne quatro obras do norte-americano, com arranjo adaptado para banda de Paul Murtha. O Rei Leão Um dos momentos mais celebrados nos concertos da Banda Sinfônica do Recife acontece quando os sons mágicos de trilhas sonoras de filmes tomam conta do Teatro de Santa Isabel. Neste apresentação, o público será transportado para outras dimensões sensoriais por meio do medley que reúne as músicas dos filmes “2001: Uma Odisseia no Espaço”, “Cantando Na Chuva”, “Três Homens em Conflito”, “Cantando na chuva” e “O Mágico de Oz”. Responsável por encantar plateias em todo o mundo, a história de Simba, o felino cujo destino é comandar todos os outros animais da selva será lembrada por Nenéu Liberalquino e os instrumentistas da orquestra com a interpretação da peça “O Rei Leão” – formada por composições de Elton John-Tim Rice, música incidental de Hans Zimmer e arranjo de Calvin Custer. A Banda Sinfônica do Recife encerra o concerto com a exuberante “Dança Ritual do Fogo”, composição do espanhol Manuel De Falla, que faz parte do balé “El amor brujo”, escrito entres os anos de 1914 e 1915, quando Falla morou na França. Serviço Concerto da Banda Sinfônica do Recife Quarta, dia 25 de setembro, às 20h Teatro de Santa Isabel – Praça da República s/n – Recife (PE) (81) 3355-3323 / 3355-3324 Entrada gratuita – com retirada de ingressos uma hora antes, na bilheteria do teatro Ensaio Geral da Banda Sinfônica do Recife – Projeto Santa Isabel em Cena Terça, dia 24 de setembro, às 10h Participação mediante agendamento.Para agendamentos de grupos e/ou instituições de ensino enviar e-mail para: teatrodesantaisabel.educativo@gmail.com Programa 1.”Dança eslava – op.46, nº 7″ (Antonín Dvorák) Arranjo: Jan Bosveld 2.”Valsa verde” (Capiba – Ferreira dos Santos) Arranjo: Nilson Lopes 3.Lamentos (Pixinguinha) Arranjo: Dimas Sedícias 4. “Classic Duke” (Duke Ellington) – “Cotton Tail” – “Sophisticated Lady” – “It don’t Mean A Thing” Arranjo: Luther Henderson Adaptação para Banda: Paul Murtha 5. “At the movies – The classics” (Medley) -“2001: Uma Odisseia no Espaço” – Also Sprach Zaratustra -“Cantando Na Chuva” – Singin’in the Rain -“Três Homens em Conflito”- Tema principal – “O Mágico de Oz” – Over the Rainbow 6. “O Rei Leão” Músicas: Elton John-Tim Rice Música Incidental: Hans Zimmer Arranjo: Calvin Custer

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IV ANIMACINE acontece em três cidades pernambucanas

Uma história não mora apenas nos negativos ou nos frames dos filmes, ela existe na própria técnica ou no autor, e também nos artefatos e nos rascunhos. O Festival de Animação do Agreste – ANIMACINE, além da difusão e formação, é um espaço de preservação e memória do cinema de animação de Pernambuco. O evento acontece de 01 a 05 de outubro nas cidades de Gravatá, Bezerros e Caruaru, com exibição de curtas, longas, exposições e debates, sob o olhar da preservação do acervo audiovisual pernambucano, especialmente da produção de cinema de animação. “Realizar a quarta edição do ANIMACINE em 2019 não é apenas um ato de resistência, mas também uma faísca de esperança do cinema enquanto transformação social. Sem patrocínios, mas com uma rede de queridos parceiros, conseguimos realizar o projeto mais uma vez”, explica o patrimônio vivo Lula Gonzaga, idealizador do Festival. Essa rede é materializada nas parcerias com realizadores, produtores, UFPE – Centro Acadêmico do Agreste, Armazém da Criatividade, Festival Stop Motion Our Fest da Argentina e o Múmia de Minas Gerais. Sob o olhar atento da preservação, o Festival lança para toda a comunidade, o projeto técnico denominado “Documentação Museológica do MUCA – Museu de Cinema de Animação Lula Gonzaga” com o objetivo de inventariar e catalogar o acervo deste espaço dedicado à animação que guarda peças, desenhos, filmes e equipamentos que contam a história da animação pernambucana e nacional. “O cinema é a porta de entrada para valorizar nossa história, o cinema de animação, além do filme deixa uma série de artefatos como o story board, os cenários, os objetos que estão espalhado entre os realizados, nesse sentido o MUCA se propõe em receber e expor a toda a comunidade essa produção”, pontua o coordenador do Festival, Tiago Delácio. Nesta edição, o ANIMACINE vai homenagear o cineasta, Wilson Lazaretti que vem para a estreia em Pernambuco do seu longa-metragem “História antes da uma história” que apresenta a jornada humana de forma inquietante e criativa. Lazaretti é um dos fundador do Núcleo de Cinema de Animação de Campinas (SP) que traz sua experiência de formador e difusor da técnica de desenho animado. “Todo mundo sabe que liberdade e independência são coisas caríssimas e é justamente por causa disso que devemos levá-la aos quatro cantos do mundo. O ANIMACINE é um exemplo de perseverança, pois o segredo do sucesso da didática é o desejo de aprender”, lembra o professor Lazareti. Outra presença importante neste Festival é a exibição do premiadíssimo longa “Tito e os pássaros” que trata da história de um menino, Tito, que se lança na missão de salvar o mundo de uma epidemia incomum, no Armazém da Criatividade, em Caruaru, com a presença do diretor André Catoto que também vem para o lançamento da exposição dos desenhos originais de seu curta denominado @DiSexta, no Museu de Cinema de Animação – MUCA, em Gravatá. Sobre o homenageado – Wilson Lazaretti Professor do Departamento de Artes Plásticas, Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas/Unicamp. É pesquisador na área de animação, com ênfase em Desenho Animado, sombra chinesa, animação de recortes, animação de bonecos, planejamento e filmagem. Aplica a didática de animação através de oficinas de brinquedos ópticos e construção de equipamentos para a produção de animação 2D. Em 1975 fundou o Núcleo de Cinema de Animação de Campinas, entidade independente e sem fins lucrativos, voltada para a animação e a dirige até a atualidade. Esta entidade produziu aproximadamente 300 curtas metragens de animação, dois longas metragens, realizou mais de 2.500 oficinas de produção de filmes por todo o Brasil e em alguns países como Argentina, Portugal, França, Dinamarca e Estados Unidos. Em 2001 iniciou a realização do seu primeiro longa metragem HISTÓRIA ANTES DE UMA HISTÓRIA, após 13 anos de produção, lançado em 2017. Confira a programação completa: BEZERROS Local: Escola Técnica Estadual de Bezerros R. José Pereira de Mendonça, 164 – Lot. Santo Amaro II 01/10 – Terça 16h – Mostra Internacional Mestre J. Borges CARUARU Local: Armazem da Criatividade BR 104, KM 62 – Nova Caruaru 02/10 – Quarta 14h – Mostra Nacional Mestre Vitalino 15h – Longa: História antes de uma história, de Wilson Lazaretti 17h – Debate com o diretor Wilson Lazaretti 03/10 – Quinta 14h – Mostra Latino-americana Simón Bolívar 15h – Longa: Tito e os pássaros, de Gustavo Steinberg / André Catoto / Gabriel Bitar 17h – Debate com o diretor André Catoto GRAVATÁ Local: MUCA – Museu de Cinema de Animação Lula Gonzaga Rua Taciano Gomes Melo Nº 03 – Bairro Porta Florada 04/10 – Sexta 15h – Lançamento Exposição @DiSexta + Exibição do Curta, com a presença do diretor André Catoto 16h – Coquetel 05/10 – Sábado 10h – Mostra Formação Mestre Lula Gonzaga 11h – Apresentação do projeto: Documentação Museológica do MUCA – Museu de Cinema de Animação Lula Gonzaga, com a museóloga Rosélia Rocha e o professor Marcos Buccini 13h – Almoço de encerramento e confraternização

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Cine Jacaré exibe documentário “Invólucro”, de Caroline Oliveira

O cine jacaré acontece no jardim da casa-ateliê do artista plástico Jacaré. É uma projeção, ao ar livre, de filmes que foram pouco repercutidos ou não conseguiram espaço nos principais festivais de cinema e circuito comercial. A segunda edição será no sábado (dia 14 de setembro), às 19h, com exibição do longa-metragem documental Invólucro, de Caroline Oliveira. A sessão de cinema conta com pipoca por conta da casa. Após a exibição, a realizadora junto a montadora Amandine Goisbault batem um papo com o público intermediado pela escritora e professora de literatura Renata Pimentel e o realizador audiovisual e escritor Pedro Queiroz. Em pauta, questões trazidas pelo filme Invólucro: corpos femininos; feminilidade e feminismo; a condição da mulher contemporânea; maternidade e espiritualidade. Em seguida, haverá um happening com os DJs Renato L e Salvador, com sets dançantes para esquentar a pista do ateliê. Na ocasião, o artista Jacaré lança novas séries de obras de arte feitas com sucata. A entrada tem um valor simbólico de R$ 5,00 para contribuir na organização do projeto. Haverá venda de bebidas e comidas. O endereço é na Rua Hamilton Ribeiro, 211, Campo Grande, Zona Norte do Recife. O Cine Jacaré pretende difundir obras que contemplam um olhar afetivo sobre o mundo e a cultura da sustentabilidade – dispositivo artístico e de vida de Jacaré, que há mais de trinta anos atua na ressignificação do lixo no Recife transformando tudo em obra de arte. Durante o evento, várias obras do artista plástico estarão à venda na Lojinha Jacaré, que também agrega outros empreendedores criativo Sobre o Invólucro O documentário Invólucro é o primeiro filme de Caroline Oliveira: jornalista; nascida em João Pessoa, radicada em Salvador e no Recife; que também atua enquanto pesquisadora-produtora; além de ter assinado o figurino de filmes. O Invólucro foi um filme, literalmente, gestado na sua primeira gravidez. Ela apresenta a transformação do seu corpo-ser-mulher enquanto um dispositivo fílmico. E, a partir desta premissa, vai ao encontro de três personagens maduras que não são mães. Nestas escolhas, há críticas sutis ao controverso romantismo social em torno da maternidade, idealização e envelhecimento do corpo feminino. São provocações audiovisuais que refletem tais experiências enquanto instâncias “divisoras de águas”. Ainda assim, não se trata de um filme em primeira pessoa e/ou de fortes traços biográficos. O foco é em Astrid, Dudha e Izabella: três mulheres que despertam curiosidade, respeito e inspiração pelas suas escolhas incomuns. Elas expressam outras possibilidades do ser-mulher na maneira que conduzem os seus corpos-vidas. Carol é a quarta personagem, que possui um forte interesse nas alteridades para além das empatias, nas visíveis diferenças. E, através do seu olhar atento e afetuoso às singularidades de cada uma delas, ela potencializa a poética cotidiana de uma breve e intensa convivência. O filme sugere que, em boa parte, conseguimos nos reconhecer e apaziguar melhor as nossas próprias angústias em diálogo sensível ao outro. Desta forma, a obra também vai tangenciando questões como o corpo feminino; feminilidade e feminismo; a condição da mulher contemporânea; maternidade; preconceitos; beleza; envelhecimento; espiritualidade; entre outras latentes à “estética da nossa existência”. Serviço CINE JACARÉ – O MENOR CINEMA DA CIDADE DATA: 14 de Setembro | 2019 HORA: a partir das 19h ENTRADA: R$ 5,00 ENDEREÇO: Rua Hamilton Ribeiro, 211, Campo grande, Zona Norte do Recife PROGRAMAÇÃO: >20h30 – Invólucro (63’min), de Caroline Oliveira, seguido de debate com Amandine Goisbault, Renata Pimentel e Pedro Queiroz. > 22h Pista de dança livre com os Djs Renato L, Salvador

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Trilhas sonoras de cinema amanhã (11) no Teatro de Santa Isabel

Trilhas sonoras que marcaram época no cinema serão apresentadas na edição especial do Quartas Musicais, projeto promovido pelo Conservatório Pernambucano de Música, nesta quarta-feira (11). O concerto, que reúne a Orquestra de Câmara de Pernambuco, o Coro de Câmara do Conservatório Pernambucano de Música e a Liberi Cia. Artística, acontecerá às 20h, no Teatro de Santa Isabel. O público pode retirar o ingresso para o show gratuitamente na bilheteria do local uma hora antes do seu início. “As músicas apresentadas no concerto são grandes sucessos da Broadway, bem como nos cinemas e nos palcos brasileiros. O repertório inclui uma homenagem a Chico Buarque pelos 75 anos de vida e 55 de carreira. Esta é uma produção pernambucana, dos arranjos e solistas, ao coro e orquestra. O show com essa roupagem foi apresentado no Festival de Inverno de Garanhuns e foi um sucesso. Tenho certeza de que o público presente também aproveitará muito o momento de celebração da boa música”, destaca a gerente geral do Conservatório Pernambucano de Música, Roseane Hazin. Temas como o do filme “O rei leão”, “Mamma Mia”, “Os miseráveis” e “A Bela e a Fera” fazem parte do repertório cantado pelos solistas Gleyce Melo, Madson de Paula e Mônica Muniz. “Estamos muito felizes de interpretar essas trilhas de musicais, como as de “Cats’ e ‘Chicago’, ao lado do Coro de Câmara e do Liberi, que é um grupo especializado nesse tipo de música. A homenagem a Chico Buarque será com parte do repertório de ‘Grande circo místico’. Será um momento dedicado à música vocal”, explica o regente da Orquestra de Câmara de Pernambuco, José Renato Accioly. As canções “I dreamed a dream”, “Did you hear the people sing?” e “One day more”, de Os miseráveis, além de “You’re the one that I want” e “Summer Nights”, de Grease, também serão interpretadas. Os arranjos, a orquestração e adaptação são de Jetro Rodrigues. Com um currículo vasto de espetáculos, a Orquestra de Câmara de Pernambuco investe em um repertório eclético, realizando concertos que vão do erudito ao popular. As parcerias com os solistas eruditos e músicos populares são uma prática do conjunto musical, que já fez concertos com nomes como o violinista austríaco David Frühwirth, os pianistas Elyanna Caldas e Fábio Martino, Quinteto Violado e muitos outros. Atualmente sob a regência da maestrina Mônica Muniz e co-repetição do pianista Jetro Rodrigues, o Coro de Câmara do CPM foi criado em 2012 e atua com destaque nos palcos pernambucanos, apresentando um repertório variado que vai da música sacra à ópera com obras de compositores como Bach, Mozart, Verdi e Händel entre outros. A Liberi Cia. Artística é formada por cantoras e cantores de alto nível vocal, que dominam do canto popular ao erudito. O repertório da companhia conta com clássicos da música americana, incluindo musicais e artistas ícones da cultura pop, canções consagradas da nossa rica MPB e algumas peças da música erudita.   SERVIÇO ESPETÁCULO ‘MUSICAIS’ (QUARTAS MUSICAIS EDIÇÃO ESPECIAL) – Quarta-feira, 11 de setembro, às 20h, no Teatro de Santa Isabel (Praça da República, S/N, Santo Antônio). Ingressos podem ser retirados gratuitamente na bilheteria do teatro uma hora antes do início do concerto.  

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Domingo na Fundaj tem atração para todas as idades

No ano em que Joaquim Nabuco comemora 170 anos, a criançada terá a chance de conhecer a história e os ideais do abolicionista na terceira edição do ano do Domingo na Fundaj. O evento integra a programação dos 70 anos da Fundação Joaquim Nabuco, abrindo as portas da instituição para o público no dia 8 de setembro das 10h às 18h com atividades oferecidas gratuitamente por diferentes coordenações da casa. Um painel com a fachada da casa do Engenho Massangana, onde o abolicionista viveu parte da infância, será montado no pátio interno, com espaço para a criançada fazer fotos, participando do cenário. Os personagens Caco e Luzia contarão a história do Engenho para o público visitante. Na área interna acontecerão também oficinas simultâneas e contação de histórias na Sala de Leitura Nilo Pereira. Do lado de fora, atrações como o Maracatu Cruzeiro do Forte, a Escola de Frevo Fernando Borges, Orquestra Mirim do Galo da Madrugada e Orquestra Sinfônica de Paulista, e uma praça de alimentação. “O Domingo na Fundaj traz um dia inteiro de festividades para comemorar os 170 anos de Joaquim Nabuco. Todas as atividades foram pensadas como forma de estabelecer novos vínculos de aproximação da Fundaj com a sociedade, propondo uma programação especial dentro de nossos espaços comuns de atividade, como a Galeria Vicente do Rego Monteiro, a Sala de Leitura Nilo Pereira e o Cinema da Fundação.” Oficinas O Educativo do Museu do Homem do Nordeste preparou uma série de atividades com oficinas e atrações especiais para a os pequenos. “Quando o Educativo abre suas portas ele presenteia, dialoga, fala, sente e olha para o público. Nossa programação acolhe gratuitamente e com livre acesso em diversas variáveis, através de música, pintura, confecção, teatro. A Fundaj se inova por que quer aprender, não por que quer ensinar”, explicou a Coordenadora do Educativo do Museu, Edna Silva. Partindo da ideia de que várias temporalidades habitam cada corpo, tornando-o, por excelência, ancestral, a Oficina Ancestral Corpo Sonoro explora a influência cultural e sonora afro-brasileira e seus desdobramentos no Nordeste. Brinquedo característico da cultura nordestina, os bonecos de fantoches encantam a crianças e adultos. Já a Oficina de Bonecos de Fantoche dá asas a imaginação dos participantes e contribui para a construção da identidade, vivência de diferentes emoções e desempenho de diferentes papéis por meio da interpretação em teatro. O Educativo de Artes Visuais/Muhne fará a Oficina de Bonecas Abayomi, que propõe, além da confecção das bonecas, uma reflexão a respeito da história afro-brasileira e da população negra na sociedade. O termo “Abayomi” na linguagem Yorubá significa “meu presente” e a boneca faz parte da herança cultural africana trazida para o Brasil durante o triste período da escravidão. As bonecas Abayomi serão confeccionadas com retalhos de pano, sem cola ou costura, nem demarcações de olho, boca e nariz, representando as várias etnias africanas. Inspirada nos vitrais coloridos presentes nas janelas do Engenho Massangana, a Oficina de Vitrais propõe recriar com papel celofane colorido os vitrais do Engenho. Para compor o cenário, será usada uma réplica cenográfica da casa, que adentra um universo lúdico e histórico da primeira infância do abolicionista. Já a de Pegadas Policromadas convida os pequenos a usarem as mãos e os pés para experimentar diferentes cores, formas, gestos e movimentos. A prática utiliza tintas não-tóxicas, laváveis, e propõe que crianças interajam com as outras por meio da criatividade e desenvolvam respostas positivas para as situações da vida. Também no pátio interno terá o jogo Twister. Tempo de Nabuco A exposição “Nabuco Em Casa” ganhará um novo nome, um novo espaço e novas vitrines dentro da programação do Domingo na Fundaj. Agora denominada “Tempo de Nabuco”, a mostra proposta pela Coordenação-Geral de Estudos da História Brasileira Rodrigo Melo Franco de Andrade é uma reedição ampliada da exposição montada na Assembleia Legislativa de Pernambuco com itens inéditos do acervo de Joaquim Nabuco. Desta vez, serão adicionados dois painéis que homenageiam os dois parceiros do abolicionista na luta pelo fim da escravidão, André Rebouças e José Mariano Carneiro da Cunha. “A exposição está maior e recebeu esse título por que acreditamos que sempre é o tempo de Nabuco. Suas ideias chegam até nós de uma forma muito atual, mesmo tendo vindo no século XIX”, explicou a pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco, Betty Lacerda. As duas novas vitrines irão exibir documentos originais dos arquivos de Joaquim Nabuco com seus parceiros abolicionistas, como cartas, correspondências documentos do Clube do Cupim e diplomas do grupo Ave, Libertas. A mostra permanece de 8 a 29 de setembro na sala Vicente do Rêgo Monteiro, campus Derby da Fundaj. Cinema O Cinema da Fundação exibe, às 14h, o clássico O Auto da Compadecida, de Guel Arraes, nas sessões acessíveis Índigo e Alumiar, com Legenda para Surdos e Ensurdecidos (LSE), Libras, Audiodescrição, ambiente mais iluminado e som mais baixo adaptado para pessoas com necessidades específicas. Além disso, no domingo será encerrada a mostra Jean Rouch, com o aclamado Eu, Um Negro, às 16h. Realizada em parceria com a Embaixada Francesa, a mostra traz à telona o cineasta que brilhou ao tornar conhecida histórias de costumes e culturas de comunidades tradicionais africanas, denunciando suas transformações em decorrência ao colonialismo inglês. Engenheiro de pontes e estradas, o premiado Jean Rouch descobriu no cinema, e, sobretudo, na etnografia, uma força motriz para contar histórias, influenciando a geração de cineastas da Nouvelle Vague. É um dos representantes e teóricos do cinema direto, tendo cunhado o subgênero da etnoficção e conquistado a admiração de vários realizadores e amantes do cinema ao redor do mundo. A Biblioteca Blanche Knopf A Biblioteca Blanche Knopf preparou uma forma diferente de contar a história de Joaquim Nabuco no Domingo na Fundaj. O ator Adriano Cabral, interpretará o livro Joaquim Nabuco em Quadrinhos, ao lado do músico João Natureza, unindo literatura, teatro e música com a participação da plateia. O livro ficará também exposto na Sala de Leitura Nilo Pereira. “Vamos cantar a vida de Joaquim Nabuco e é importante que as crianças tenham um conhecimento

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“Bacurau” faz retrato de um Nordeste que insiste em resistir

Houldine Nascimento Em um primeiro momento, Bacurau, a comunidade retratada no filme homônimo dos diretores Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, aparenta ser arcaica, mas vários elementos presentes na trama desmistificam essa impressão. Já nos minutos iniciais, o vilarejo localizado no “oeste de Pernambuco” demonstra estar bastante atento e conectado às novidades. O retorno de Teresa (Bárbara Colen) a sua terra natal serve de introdução para que o espectador tenha acesso às particularidades daquele ambiente. A falta d’água é uma realidade e o funeral da matriarca Carmelita (Lia de Itamaracá) reúne os habitantes, num rito que nada tem de melancólico, exceto pelo comportamento inapropriado da médica Domingas (Sonia Braga), uma das conselheiras do local. A partida da grande figura é o primeiro marco de “Bacurau” (Brasil/França, 2019), o filme – em cartaz nos cinemas brasileiros –, e antecede uma sequência de estranhos acontecimentos que a população passa a assistir. O clima de tensão é crescente: a cidade some do mapa. O caminhão-pipa que trafega com frequência para dentro e para fora da comunidade é misteriosamente atingido por tiros e cavalos soltos em disparada no fim de noite acentuam essa atmosfera. Isolada do restante do Brasil e abandonada à própria sorte, Bacurau resiste às inúmeras dificuldades a sua maneira. Há um senso de união entre os moradores, especialmente diante da chegada de um político oportunista e de dois forasteiros. Qualquer entrada atípica na cidade é motivo de alerta. As ações contínuas preparam o público para um segundo ato bastante explosivo, que sintetiza o distanciamento entre pessoas do Norte e do Sul do Brasil e a forma como uma região enxerga a outra. A partir de um grupo de estrangeiros que aporta nas redondezas, a obra delibera a pretensa superioridade que alguns brasileiros imaginam ter sobre os outros e o chamado “complexo de vira-lata”, abordado outrora por Nelson Rodrigues, perante outras nações. Não há um claro protagonista em “Bacurau”, a não ser a própria cidade. O entra e sai de atores não dificulta o trabalho da montagem, assinada por Eduardo Serrano, que consegue dar um dinamismo aos acontecimentos, garantindo fluidez na transição das personagens. As boas atuações saltam aos olhos. Um dos destaques é Lunga (Silvero Pereira), um foragido da justiça muito festejado pela população. Sua figura híbrida poderia muito bem ter saído de um “Mad Max”. A participação do alemão Udo Kier como Michael, o líder dos estrangeiros, também é marcante em razão das nuances que ele consegue empregar. Há, ainda, uma forte presença de povo, com passagens reservadas a moradores da comunidade de Barra, em Parelhas, no Sertão do Seridó (RN), onde o filme foi rodado. A narrativa de “Bacurau” é bastante intensa na segunda parte e não economiza na violência. O filme transita por diversos gêneros: ficção científica, ação, suspense, faroeste, terror e drama. Isso faz lembrar um bolo recheado com diversas camadas. Numa comparação, é como um suculento bolo de rolo pernambucano. Em seu terceiro longa-metragem de ficção, Mendonça Filho se juntou a Dornelles, designer de produção de “O som ao redor” e “Aquarius”. Uma curiosidade é que a ideia de tecer “Bacurau” surgiu em 2009, anos antes dos dois filmes. O roteiro também foi escrito pela dupla e reserva diálogos muito consistentes, o que, por vezes, costuma ser uma grande dificuldade das produções ficcionais brasileiras. Embora no começo os letreiros anunciem que a história se passa “daqui a alguns anos”, há muitos elementos que se chocam com a situação política do Brasil. O entreguista prefeito Tony Jr., vivido com brilhantismo por Thardelly Lima, talvez seja o que existe de mais evidente nesse sentido. É difícil apreender uma obra como “Bacurau” em sua completude. Experienciar este filme inclassificável será quase sempre muito melhor do que qualquer relato. Trata-se de uma produção única dentro do cinema brasileiro, daquelas que provocam imersão total e fazem a plateia vibrar.

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Paulo Miklos: “Sou fã da música e do cinema pernambucanos”

Por Yuri Euzébio Olá!! Eu sou Yuri Euzébio e começo hoje um espaço dedicado à música, aqui no site da Revista de Pernambuco.  Falaremos sobre a cena nacional, novidades que estão surgindo, shows, lançamentos e tudo o mais que envolva ritmo, melodia e letra. Sempre com o sotaque pernambucano, claro. No debut, teremos nada mais nada menos do que Paulo Miklos. Paulo Miklos é um artista inquieto. Músico reconhecido, com longa passagem em uma das mais importantes bandas de rock brasileiro, Titãs, ele mantém em paralelo uma premiada carreira de ator no cinema e estreou nos palcos de teatro há dois anos com uma peça sobre um músico. Ora porque não unir as duas paixões?? Ainda mais contando a história de um dos grandes ícones do jazz norte-americano Chet Baker, morto em 1988? No último domingo, o espetáculo desembarca no Recife e um simpático Paulo atendeu a coluna, por telefone, para conversar sobre essa mais nova empreitada em sua carreira. “Dezessete anos depois da minha estreia como ator no cinema em O Invasor, eu finalmente tive tempo e o convite pra estrear nos palcos”, destacou entusiasmado. Após, o lançamento do seu terceiro disco solo, o primeiro desde que anunciou sua saída dos Titãs, o cantor recebeu o convite do produtor Fábio Santana para estrelar a peça escrita por Sérgio Roveri e dirigida por João Jardim. “O teatro é uma experiência fundamental para o ator e me faltava isso. Depois de O Invasor, fiz diversos longas-metragens, recebi algumas premiações, fiz novela na TV, só faltava mesmo vivenciar uma história no palco”, confidenciou o ex-titã. Em Chet Baker – Apenas Um Sopro, o artista une duas paixões, a atuação e a música, além de celebrar uma de suas grandes influências sonoras. “A peça se passa na década de 1960 e aborda o lado humano e conturbado do Chet Baker, ele é espancado na rua em São Francisco, perde os dentes e acompanhamos sua volta ao estúdio de gravação, sem saber se ele vai conseguir ou não gravar alguma coisa. Ele tem que superar a desconfiança tanto do público quanto dos próprios amigos e outros artistas” provocou. A relação de Paulo com Chet Baker não vem de agora. Sua admiração pelo trompetista surgiu há bastante tempo e foi amor à primeira vista; “Conheci o Chet Baker na adolescência e me interessei muito pelo jazz, cantando e tocando trompete, porque eu sempre toquei flauta transversal desde criança. Quando soube da influência pra bossa nova, reconhecida inclusive pelo mestre João Gilberto, só me fez admirá-lo ainda mais” recorda o compositor. “Com o processo todo da peça, tive que me debruçar novamente sobre a vida dele, li biografias, assistir documentários e vejo como ele é um artista único e lançou uma tendência, um estilo com uma maneira cool de cantar, bem suave”, relembrou o compositor. A grande expectativa da peça é saber o desfecho do drama vivido pelo músico, se ele irá conseguir superar as dificuldades e voltar a tocar ou não. “Nós já sabemos o que aconteceu, ele superou e teve uma carreira brilhante, entrou para a história com sua voz que era quase a continuação do trompete que ele tocava” destacou o músico. Mesmo com a peça agora rodando por todo o Brasil, o músico continua a fazer shows de seu último CD A Gente Mora no Agora (2016) e não demonstra nenhuma preocupação em equilibrar as duas carreiras. No último Festival de Gramado, Paulo Miklos foi eleito melhor ator pelo filme O Homem Cordial, reconhecimento de que caminha na direção certa. Perguntado sobre a música e o cinema pernambucanos, o artista demonstra estar totalmente conectado com o que acontece aqui, relatando um carinho especial pela terra. “Sou muito fã tanto do cinema, como da música pernambucanos. Conheci pessoalmente Kleber Mendonça Filho agora em Gramado, sou muito fã dos filmes dele. Assim como os de Cláudio Assis, Lírio Ferreira e outros”, revelou entusiasmado. “Na música, eu sou apaixonado pela cena pernambucana, basta dizer que a produção musical do meu disco mais recente, A Gente Mora No Agora, ficou à cargo do Pupillo, baterista da Nação Zumbi” celebra. Miklos transmite uma energia boa e isso se reflete tanto em sua música quanto em sua obra cinematográfica, figura solar, mesmo quando era mais ligado ao rock dos Titãs, ele parece não saber ou não se importar com o status que ocupa dentro da música e do cinema brasileiro. E é isso que cativa seus fãs, incluindo aqui o autor dessa coluna que vos escreve.

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