Consumo das famílias recifenses recua em junho, mas otimismo persiste
Queda atinge principalmente famílias com renda até dez salários mínimos, enquanto classes mais altas mantêm confiança elevada O Índice de Consumo das Famílias (ICF) do Recife apresentou nova retração em junho de 2025, registrando 101,0 pontos, uma queda de 0,5% em relação ao mês anterior. O dado, divulgado pela Fecomércio-PE com base na pesquisa nacional da CNC, marca o quarto mês consecutivo de recuo no indicador. Ainda assim, o ICF permanece acima da linha dos 100 pontos, sinalizando que a percepção geral das famílias segue em uma zona de otimismo. O desempenho mais fraco foi puxado pela redução do consumo atual e por expectativas mais cautelosas para os próximos meses. Diferença de percepção entre faixas de renda A análise por faixa de renda revela disparidades importantes: enquanto domicílios com rendimento acima de dez salários mínimos marcaram 124,2 pontos no ICF, entre as famílias com até dez salários o índice foi de 98,8, abaixo da linha de otimismo. Esses dados confirmam que o consumo das classes mais altas segue menos afetado pelas incertezas econômicas, refletindo maior estabilidade no emprego formal e maior acesso ao crédito, segundo avaliação do economista da Fecomércio-PE, Rafael Lima. Bens duráveis ainda preocupam famílias de baixa renda Entre os componentes do índice, o momento para aquisição de bens duráveis foi o único com alta em junho, crescendo 2,6%. Apesar disso, permanece abaixo da linha de satisfação entre as famílias de menor renda, 50,6% das quais ainda consideram o momento ruim para comprar eletrodomésticos e outros bens de maior valor. Já nas famílias com renda superior, 40,5% avaliam o cenário como favorável, evidenciando a desigualdade de percepção entre os grupos sociais. Inflação desacelera, mas juros e incertezas seguem pesando Para Bernardo Peixoto, presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac, o cenário exige atenção. “Ainda que o ambiente inflacionário apresente desaceleração e a inadimplência venha apresentando sinais de alívio, a taxa de juros elevada e a instabilidade no cenário internacional seguem influenciando o comportamento das famílias. Há uma disposição ao consumo, mas ela convive com a necessidade de planejamento financeiro mais rigoroso, sobretudo entre as classes de menor renda”.
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