Arquivos crianças - Página 5 de 7 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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Mais crianças no espaço público faz bem para a saúde delas e da cidade

Uma pesquisa encomendada pela marca OMO investigou a rotina de 12 mil famílias em 10 países. O resultado? Cinquenta e seis por cento das crianças passam uma hora ou menos brincando ao ar livre. Esse tempo é menor do que o período dado a presidiários para os banhos de sol em cadeias de segurança máxima. Além de acarretar problemas no desenvolvimento das crianças, mantê-las muito tempo em ambientes fechados faz com que percam a relação com a cidade. Perde-se também o sentimento de pertencimento com o local onde vive. Não raro, especialmente os filhos da classe média, mal conhecem o bairro onde moram. Numa crônica publicada na Algomais, Joca Souza Leão destacou o espanto do primeiro encontro de seu neto, Pedro, com o Centro do Recife. "Como os meninos de classe média da sua idade, 10 anos, Pedro só conhecia os caminhos da escola, do clube, um ou outro parque, a praia de Boa Viagem, shoppings, aeroporto e saídas da cidade para o interior e litoral. De carro. E de bicicleta, com o pai, João, em algumas incursões pelas precárias ciclovias domingueiras", contou o cronista. A falta de segurança urbana é um dos principais motivos que leva os pais a resguardarem seus filhos entre quatro paredes. O engenheiro Leonardo Maranhão, por exemplo, diz que costumava fazer passeios com o filho, mas abandonou a atividade há um tempo: "eu poderia correr em um parque com ele. Mas a insegurança não deixa. Ele tem que ficar gradeado". Já a administradora de empresas Silvana Queiroz queixa-se da falta de áreas verdes na cidade. “Acho muito importante o contato com a natureza, porém não é fácil numa cidade como o Recife, com poucas praças e até mesmo porque a parte de areia da praia ficou muito restrita. Os pais realmente têm que ser criativos para estimular esta interação ou buscar alternativas”, lamenta. Mas urbanistas defendem que esses problemas devem ser enfrentados pela população. A arquiteta e urbanista Clarissa Duarte, professora e pesquisadora da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) adverte que quanto mais gente na rua, mais segura ela se torna. Ela destaca o quão necessário é o esforço de todos para mobilizar e causar a mudança de hábito nas crianças. E um ponto de partida é deixar o automóvel na garagem: “se cada um de nós não tiver um pouco de coragem para ‘reconfigurar’ sua zona de conforto e passar a utilizar menos o transporte particular individual, as crianças jamais terão a oportunidade de perceber uma cidade diferente, mais coletiva, mais saudável e divertida”, defende a urbanista que leva seus filhos desde pequenos a pé ou de bike para a escola. Mas, ela mesma admite como foi difícil deixar o mais velho, Vicente, de 9 anos, ir para o colégio, sozinho e a pé, num trajeto de um quilômetro. "Ele me disse: Mãe! Não é você mesma quem diz que podemos ser assaltados em qualquer lugar? Mesmo dentro do carro ou entrando no portão de casa? Eu tô ligado!", relembra a urbanista. "Como o pai já havia concordado, só me restou encorajá-lo e testar a nova experiência urbana, que nada mais era do que a confirmação de que os milhares de dias indo a pé ou de bicicleta, com a nossa companhia, o preencheram de autoconfiança e do desejo de caminhar pela sua cidade". A jornalista Vanessa Bahé é outra mãe que costuma levar o filho Eduardo para a escola de bicicleta, desde o início de 2017. Aos poucos também tem dado mais autonomia para ele nas ruas. “Ele sente na pele a falta de cuidado com o pedestre e ciclista no nosso trânsito. Este ano passei a levá-lo na bicicleta dele, pois está crescendo. Vou ao lado dele na via e, como não temos uma ciclovia na cidade, usamos uma faixa de carro mesmo. Sinto que muita gente respeita quando vê que estou acompanhando uma criança, mas, vez ou outra, alguém buzina para ultrapassar a todo custo”, relata. Apesar dos percalços, Vanessa e o filho continuam usando o modal e acreditam na mudança: “quanto mais pessoas usarem a bicicleta, mais consciência terão. Isso é um processo de construção. Torço para que essa relação carro, transporte público e bicicleta seja saudável e todos se respeitem”. MENOS CARROS Assim como Vanessa, muitos ativistas e urbanistas torcem para que aumente o número de pessoas que levam seus filhos a utilizar as ruas e que esse movimento estimule políticas para assegurar espaços públicos seguros e de qualidade. Uma experiência com bons resultados foi a Ciclofaixa de Turismo e Lazer, projeto da Prefeitura da Cidade do Recife que oferece nos fins de semana e feriados 36,5 km de faixa exclusivas para as bicicletas. A iniciativa, segundo a PCR, conquistou a adesão de uma média de 17 mil pessoas por dia, muitas delas pessoas de classe média que, pela primeira vez, pedalaram na cidade com seus filhos. Na verdade, a dependência dos veículos motorizados, um costume desenvolvido nos centros urbanos dos séculos 20 e 21, diminui a utilização das ruas, dando espaço para as quilométricas filas de carros vistas diariamente no trânsito da cidade. A Nova Agenda Urbana, desenvolvida na Terceira Conferência das Nações Unidas sobre Moradia e Desenvolvimento Urbano Sustentável – Habitat III partiu com a ideia de promover a mobilidade urbana sustentável ligada às temáticas de idade e gênero, atreladas ao desenvolvimento territorial. Para Clarissa, a chamada mobilidade ativa estimula a humanização das ruas. “Além de ser mais saudável para todos, caminhar ou pedalar oferece a oportunidade de observar, conviver e trocar experiências com pessoas diferentes de si e é uma das principais chaves para a conquista de uma cidade mais justa e sustentável”, observa a urbanista. “Se apenas vivemos limitados aos espaços de nossas casas, condomínios, escolas, clubes e shoppings, não temos a chance de conhecer outras realidades, pessoas de classes sociais diferentes, com necessidades e gostos distintos dos nossos. A rua é o espaço da troca por excelência, e estar na rua (fora de um carro!) nos ensina a ser mais respeitosos e cuidadosos

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Filtro colorido aumenta velocidade de leitura de crianças com dislexia

André Julião/via Agência FAPESP Uma das maiores dificuldades das crianças com dislexia, a leitura, pode ser melhorada com o uso de lentes verdes. Um estudo publicado por brasileiros e franceses mostrou que voluntários de 9 e 10 anos que usaram os filtros na cor verde tiveram um aumento da velocidade de leitura. Em crianças sem dislexia, os filtros não surtiram efeito. Esses filtros coloridos foram patenteados em 1983 e já foram indicados não só para crianças com dislexia como para portadores de autismo e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). “No entanto, os estudos feitos sobre sua eficácia tinham deficiências metodológicas. Pela primeira vez foi usada uma metodologia bastante rigorosa”, disse Milena Razuk, primeira autora do artigo, publicado na Research in Developmental Disabilities. A falta de estudos sobre os filtros faz com que eles não sejam muito usados no Brasil, embora alguns países como a França o adotem. Razuk, que concluiu em abril o doutorado na Universidade Cruzeiro do Sul, realizou o experimento durante o período que passou na Université Paris Diderot-Paris 7, em estágio de pesquisa com apoio da FAPESP. Foram selecionadas 18 crianças com dislexia e outras 18 sem a condição, todas atendidas no Hospital Robert Debret, em Paris. Para o experimento, os cientistas escolheram os filtros amarelo e verde. “São 12 cores disponíveis, mas chegamos a essas duas porque seria uma dificuldade muito grande para os voluntários ficarem tanto tempo submetidos ao teste”, disse José Angelo Barela, professor do Instituto de Biociências da Unesp, em Rio Claro, e coordenador do projeto. Melhora na velocidade da leitura As 36 crianças foram postas para ler, em uma tela, trechos de livros infantis indicados para sua faixa etária. Diferentes trechos eram lidos sem filtro, com o amarelo e com o verde. Durante todo o tempo, elas usavam um aparelho apoiado na cabeça que mede os movimentos dos olhos, o Eye Tracker. Trata-se de óculos com duas câmeras que enviam sinais infravermelhos para os olhos e detectam onde o usuário está fixando o olhar e qual o tempo dessa fixação. “A criança com dislexia precisa fixar mais tempo o olhar nas palavras para conseguir compreender o texto, por isso a velocidade de leitura é menor”, disse Barela à Agência FAPESP. Enquanto em crianças sem dislexia não houve mudança na velocidade de leitura com os filtros, o Eye Tracker detectou que crianças com dislexia passaram a fixar trechos de palavras ou de frases por 500 milésimos de segundo usando o filtro verde. Com o amarelo e sem filtro, o tempo era de 600 milésimos de segundo. Ainda assim, o período é superior ao de crianças sem dislexia, cuja fixação é de 400 milésimos de segundo. Os autores do estudo enfatizam que não avaliaram se o filtro verde melhorou a compreensão do que foi lido. Condição pouco conhecida Não se sabe quais as causas da dislexia, que faz com que os portadores tenham uma integração sensório-motora menos acurada. “É como se houvesse algum ruído que atrapalha a comunicação do cérebro com o resto do corpo”, disse Razuk. No entanto, a condição não significa uma deficiência intelectual. “Para o diagnóstico de dislexia, o Q.I. tem de ser normal ou acima da média”, disse. No estudo, os autores apontam que a melhora no tempo de leitura com o filtro verde pode ser por conta de mudanças no estímulo visual disponível para processamento no sistema nervoso central. Outros estudos sugeriram que os filtros reduzem a excitabilidade do córtex cerebral, que pode ser maior nos disléxicos e por isso atrapalharia a leitura. Nessa hipótese, o filtro diminuiria o estímulo visual e, consequentemente, melhoraria a leitura. Essa possibilidade ganhou mais força depois que estudos com ressonância magnética funcional (fMRI), publicados em 2015, mostraram uma ativação significativa do córtex de voluntários durante a leitura com filtros coloridos (nesse caso, azul), comparada com a de outros que não usaram filtro algum. Essas lentes, portanto, diminuiriam o estresse visual e a distorção do texto, aumentando o processamento visual e a performance de leitura. O próximo passo da pesquisa será verificar a atividade cerebral das crianças disléxicas durante a leitura por meio de um aparelho de fMRI, já adquirido por Barela com apoio do CNPq. O artigo Effect of colored filters on reading capabilities in dyslexic children (doi: 10.1016/j.ridd.2018.07.006), de Milena Razuk, Faustine Perrin-Fievez, Christophe Loic Gerard, Hugo Peyre, José Angelo Barela e Maria Pia Bucci está publicado em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0891422218301677.

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Plaza resgata a importância de brincar ao ar livre nas Tardes no Jardim

O uso da tecnologia vem transformando o nosso dia a dia e causando impacto, inclusive, no modo de agir e de brincar das crianças. As brincadeiras tradicionais ao ar livre foram perdendo espaço entre as novas gerações. Para resgatá-las, o Plaza Shopping promove, nos dias 15, 16, 22 e 23 de setembro, no jardim do piso L2, as Tardes no Jardim. Os ingressos devem ser comprados antecipadamente na Bilheteria Digital online (www.bilheteriadigital.com/tardesnojardim) ou na loja deles no piso L3 do centro de compras. O jardim será decorado de forma lúdica para que as crianças possam entrar no clima de piquenique e muita diversão. O espaço será dividido em dois ambientes. No primeiro, serão realizadas brincadeiras e recreação educativa em que as crianças de 3 a 10 anos aprenderão brincando. Todas terão uma hora para ficar no espaço com diversas atividades. Será possível aprender a importância de uma boa alimentação, entender melhor as Formas Geométricas; descobrir as Profissões; trabalhar em equipe com os Números, Vogais, Consoantes e as Cores; e aprender noções de Educação para o Trânsito. Também será possível aprender a relação entre imagem e texto ou encontrar figuras que correspondam à descrição no Significado das Coisas; e as Partes do Corpo Humano usando a construção de palavras. Depois das brincadeiras, as crianças serão direcionadas para o segundo espaço, onde poderão brincar na área de recreação, assim como fazer um piquenique com os acompanhantes. INGRESSOS ANTECIPADOS Cada tíquete custa R$ 30,00 e dá direito a entrada de uma criança e um adulto acompanhante, além de um kit lanche. Também haverá ingressos avulsos para adultos pelo valor de R$ 5,00. Serão três sessões por dia de evento (15h30, 16h30 e 17h30), cada uma com uma hora de duração. Os ingressos são limitados.  Todas as atividades são realizadas em parceria com A Caixa Eventos, especialista em entretenimento para eventos infantis, e contam com o apoio da Capricche e da Palmeiron.      SERVIÇO O quê: Tardes no Jardim Quando: nos dias 15, 16, 22 e 23 de setembro. Serão três sessões por dia de evento (15h30, 16h30 e 17h30), cada uma com uma hora de duração Onde: No jardim do piso L2 do Plaza Shopping Faixa etária: crianças de 3 a 10 anos Ingressos: R$ 30,00 (Criança + Adulto + Kit lanche). Aquisição antecipada na Bilheteria Digital (loja do Piso L3 do Plaza Shopping) ou no www.bilheteriadigital.com/tardesnojardim

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A era dos bebês sedentários

Se por um lado a tecnologia trouxe novas e até pouco tempo inimagináveis perspectivas para a medicina, por outro, suas facilidades também estimulam o sedentarismo. Uma situação que nos deixa mais vulneráveis às doenças crônicas, diminuindo nossa qualidade de vida e longevidade. Longas horas diante das telinhas nos fazem esquecer o passar do tempo e a necessidade de manter o corpo em atividade física. Nem mesmo as crianças pequenas escapam dessa sedução causada por dispositivos eletrônicos. E hoje já se fala até em bebês sedentários. “Essa denominação tem sido aplicada em bebês que gastam horas por dia frente a aparelhos com tela, em especial tablets e celulares, ou ficam períodos longos acordados em cadeiras tipo bebê-conforto”, conceitua João Guilherme Alves, diretor de ensino e pesquisa do Imip, um dos palestrantes do CAM FPS. A Sociedade Canadense de Pediatria, segundo o médico, recomenda que crianças abaixo dos 2 anos não utilizem esses dispositivos e permaneçam menos de uma hora em berço ou cadeiras enquanto acordadas. Para as que têm entre 2 a 4 anos, a orientação é de uma hora de tela por dia. “Quando não estão dormindo, elas devem ter menos de uma hora, em berço ou cadeira”, adverte o médico. O Imip também realizou uma pesquisa recente, na qual 84% dos bebês estudados apresentavam um comportamento sedentário, ou seja, tinham várias horas de tela, mesmo ainda sem completar o segundo ano de vida. Esse percentual foi mais alto do que o encontrado no Canadá (68%). Nesse mesmo estudo, observou-se que o primeiro contato da criança com a tela ocorria muito cedo, por volta dos cinco meses de idade. “Também foi observado que quanto mais horas as mães gastavam frente à TV, mais tempo seus filhos eram expostos à tela. Isso parece demonstrar claramente que os hábitos dos pais passam para os filhos”, conclui João Guilherme. Para as crianças maiores, as recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde) são de que a prática de exercícios na infância seja realizada, no mínimo, uma hora por dia, com intensidade moderada a vigorosa para fortalecimento muscular e ósseo. Deve ser em sua maior parte aeróbica, mas também inclui atividades de força ou anaeróbicas. Exercícios musculares para crianças e adolescentes, segundo a OMS, melhora aptidão física e composição corporal, incluindo aumento da massa óssea-muscular e redução da gordura. “Mas devem ser feitos após avaliação médica, com prática supervisionada por profissional habilitado e exercícios progressivos”, recomenda João Guilherme. Uma boa maneira de estimular a malhação entre os pequenos é a educação física. “Estudos comprovam que se trata de uma importante intervenção para prevenir as doenças crônicas degenerativas que têm início na infância”, ressalta o diretor do Imip. Apesar dessa importância, João Guilherme afirma que essas aulas são negligenciadas. “Em colégio públicos do Recife, menos da metade dos alunos (44,7%) são assíduos, isto é, frequentam ao menos 80% das aulas. Esse percentual nas escolas privadas é mais elevado, 86%”, revela. Os pais também devem ficar atentos para investir em programas de atividade física extraescolar, que podem incluir até academias de ginástica para crianças. Pois é, elas não são feitas só pra gente grande. Mas devem oferecer segurança e orientação de profissionais habilitados. Sair das quatro paredes e fazer passeios com a garotada em áreas verdes e parques infantis é outra dica importante. “Estudos recentes têm evidenciado que quanto maior a área verde de uma cidade e o número de parques, menor é o surgimento de várias doenças em seus habitantes”, justifica João Guilherme. *Por Cláudia Santos, editora da Revista Algomais (claudia@algomais.com)

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"Creche não é só um local para deixar a criança"

A neurociência “invadiu” a área da educação ao comprovar o que estudiosos já propagavam: cri-anças de 0 a 3 que não são estimuladas podem ter o desenvolvimento do seu cérebro afetado e prejudicar o aprendizado. Como a escola pode ajudar nesse processo? O que fazer com os peque-nos que não estão no ensino infantil, ou cujos pais são analfabetos, e moram em condições insalu-bres? Desafios como esse, têm levado o secretário de Educação do Recife Alexandre Rebêlo a buscar soluções criativas e a pedir o apoio de toda a sociedade. Nesta entrevista a Cláudia Santos, ele conta também como tem enfrentado o analfabetismo funcional e incentivado os alunos a par-tir da robótica, do cinema e do rádio. Sua meta é levar o Recife, que sempre esteve entre as cinco piores cidades do País no ensino fundamental, segundo o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Edu-cação Básica) a ficar entre as 10 melhores do Brasil em 2021. Quais os principais desafios da educação? Os desafios da rede pública municipal são divididos em três grandes blocos. O primeiro é educação infantil, abrangendo crianças do berçário até 5 anos, o segundo é o ciclo da alfabetização (5 a 8 anos). Em ambos atendemos 70 mil crianças. O terceiro bloco é o fundamental 2 (este a gente divide a responsabilidade com o Estado) e envolve 10 mil alunos adolescentes. Em relação à educação infantil, hoje em dia, as pesquisas em neurociência, que utilizam ressonância magnética, comprovam o que já era percebido há 60 anos por pensadores como Piaget: na primeira infância em especial, dos 0 aos 3 anos, é a fase de formação cerebral da criança e, em muita medida, determina o desenvolvimento do ser humano em sua vida inteira. Quando a criança é estimulada de forma correta, ela cria um volume tal de sinapses (conexões entre os neurônios) que quando chegar aos 5 anos, ela passa a descartar as sinapses que não está mais usando e quando estiver com 10, 11 anos, esse processo se estabiliza, isto é, torna-se um adulto formado do ponto de vista cerebral. O lado positivo é que podemos estimular essa criança. O lado negativo é que se essa criança na primeira infância, em especial de 0 a 3 anos, sofre maus tratos, é agredida, passa fome, cria-se um nível de estresse cerebral que desmonta e mata as sinapses e não as recupera nunca mais. A partir do que está sendo colocado na ciência a gente procura hoje enfrentar dois grandes desafios na educação infantil. Um deles é a criação de vagas nas creches da rede municipal. Qual é o déficit de vagas? Temos 17 mil crianças na educação infantil. Nas creches de 4 a 5 anos conseguimos universalizar, mas de 0 a 3 anos temos hoje 1.500 pedidos de instituições como Ministério Público, Conselho Tutelar e pessoas que formalizaram a demanda que atendemos, mas ainda temos cerca de 700 pedidos sem atender. Durante nossa gestão foram construídas 12 creches, aumentamos 18% o número de vagas. Temos mais quatro em construção e um projeto de ampliação das que já existem. O segundo desafio é a qualificação do que se faz nessa creche. Creche não é depósito de criança. No passado havia esse viés assistencialista, em que se deixava o filho para poder trabalhar. Mas a educação tem a obrigação de fazer um trabalho direcionado para desenvolver essa criança desde o berçário. Por isso, criamos o programa Brinqueducar, um conjunto de brinquedos e livros, com viés pedagógico para ser usado nessa primeira infância. Os funcionários recebem um manual abordando todos os brinquedos que receberam e como trabalhar com eles, de acordo com a faixa etária das crianças. Por exemplo, um conjunto de aramado trabalha a coordenação motora fina da criança, que depois vai permitir a ela pegar num lápis ou caneta. Ou fantoches que trabalham a imaginação e criatividade. Qual a dificuldade para implantar isso? Para a criação de vagas trata-se de uma questão financeira e de espaço físico na cidade. Todas as vagas são bancadas basicamente pela prefeitura. Uma creche custa algo como e R$ 3 milhões, mas para manter uma criança dentro dela custa muito mais, R$ 14 mil por ano. Algumas creches já existentes não têm problema material e são superiores às particulares. O desafio é que algumas delas não têm estrutura adequada. Quase metade das nossas escolas são casas adaptadas, ou seja, só metade da rede foi feita para ser escola, algumas eram imóveis de associações de moradores ou um galpão. Num processo de 30 anos, é claro que algumas delas foram ajustadas, melhoradas e são escolas bastante descentes, mas mesmo assim, não são foram feitas para serem escolas, que têm que ter pátio, espaço para crianças comerem, local para a criança olhar a natureza. A cons-trução da compreensão dos professores e de todos os profissionais da área de educação da necessi-dade de desenvolver a criança tem melhorado a cada dia, em razão do volume de informações que já foram feitas sobre a compreensão de como usa o brinquedo e como se estrutura uma aula e também pelo aporte de tecnologia. Recife hoje tem-se tornado referência em educação infantil. É um momento muito rico. Tive a oportunidade de participar de um curso da Universidade de Harvard, financiado pela Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, de São Paulo, voltada para o desenvolvimento da primeira infância. A universidade conta com o primeiro centro de pesquisa sobre a primeira infância, um hospital infantil que tem a maior produção de conhecimento sobre o tema. Numa aula foi exposto que o importante para as crianças dessa idade é a relação, a interação. Se ela está no berço e você está lavando os pratos, fale com ela, cante e brinque com ela, aponte as coi-sas para ela. Isso desenvolve o cérebro. Qual o desafio gigantesco nosso? Quem é nosso cliente, os pais e mães das crianças? Onde moram? Em barraco, com chão de barro, onde residem seis, sete pessoas, sem banheiro. Uma vez, falando com a diretora de uma escola, ela me disse

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Shopping Patteo Olinda tem programação infantil gratuita no mês de agosto

O espaço Quintal Verde do Shopping Patteo Olinda segue com programação especial e gratuita para as crianças nos domingos do mês de agosto, sempre a partir das 15h. Localizado no piso L2, o Quintal Verde receberá apresentações do projeto “Tapete Voador”, com contação de histórias e homenagem ao Dia dos Pais, muita recreação com o grupo Hora do Lazer, além das surpresas do Mágico Rodrigo Lima. No dia 05 de agosto, o “Tapete Voador”, formado pela atriz e cantora Mila Puntel e pela musicista Bruna Peixoto, leva sua apresentação “Contos e Cantos” para o Patteo Olinda, com um repertório repleto de histórias e canções divertidas. Já no dia 12 de agosto, a dupla apresenta no Quintal Verde o projeto “Meu pai sabe voar”, com sessão de historinhas e músicas em homenagem ao Dia dos Pais. O grupo de recreação Hora do Lazer ocupa o Quintal Verde no dia 19 de agosto, levando para o espaço várias atividades divertidas e desafios para a criançada, sempre com muita música. E fechando a programação, no dia 26 de agosto o Mágico Rodrigo Lima retorna ao Shopping Patteo Olinda, onde se apresentou na temporada de férias, com seu show que une mágica, comédia e ventriloquia. Outra ação do Shopping Patteo Olinda para crianças e jovens é o espaço “Parks & Games”, que devido ao grande sucesso teve sua temporada estendida para o mês de agosto. O parque de diversões indoor conta com mais de 16 brinquedos especiais, entre games eletrônicos e simuladores, além do tradicional gira-gira em formato de xícara gigante. A rodada em cada brinquedo custa a partir de R$ 4 e o espaço funciona de acordo com o horário do shopping. O Shopping Patteo Olinda, localizado na Rua Carmelita Muniz de Araújo, S/N, em Casa Caiada, funciona de segunda a sábado, das 12h às 22h, e aos domingos das 12h às 21h.

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Nutricionista dá dicas de como preparar uma lancheira saudável

O processo de educação alimentar ocorre ainda na primeira infância, período que compreende do nascimento até os seis anos de vida da criança. Segundo os especialistas, é importante estimular hábitos saudáveis nos pequenos para evitar que erros alimentares aconteçam, já que é mais difícil corrigi-los depois de adulto. "Quando os adultos chegam ao consultório para um processo de reeducação alimentar é porque na primeira infância eles não foram bem orientados", disse a nutricionista do Greenmix Bárbara Duque. Com a volta às aulas, Bárbara orienta os pais a prepararem o lanche das crianças em casa ao oferecer dinheiro aos filhos. "Muitas cantinas de escolas não oferecem alimentos saudáveis", enfatizou. A atenção dos pais também devem passar pela conservação dos alimentos na lancheira. Os alimentos perecíveis, como o iogurte, precisam ser mantidos refrigerados. "Se o turno da criança for integral, é melhor optar por frutas de casca (laranja, maçã, banana, por exemplo). No caso de apenas um turno, os pais podem colocar uma fruta de corte (melancia, melão, mamão) na lancheira até 3 horas com tranquilidade e segurança", orienta a nutricionista. A especialista pede que os pais deem preferência à lancheira térmica, pois ajuda no processo de conservação. No mercado, existem opções mais práticas sem deixar de lado o quesito saudável. Frutas secas, cereais, oleaginosas podem ser uma opção. No Greenmix, localizado nas Zonas Norte e Sul do Recife, os lanches são saudáveis sem deixar de lado o sabor. Bolo formigueiro, de cenoura, biscoito polvilho, mini cookies, todos com teor reduzido de açúcar ou adoçado com demerara são mais saudáveis do que os tradicionais. A nutricionista Bárbara Duque alerta quanto ao uso do sal e açúcar no preparo dos alimentos dos pequenos: "Até dois anos, não recomendamos a ingestão de açúcar. Sobre o sal, é ideal que os pais não abusem, já que em muitos alimentos in natura existe sal intrínseco", afirmou.

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Camará Shopping promove Oficina de Slimes

De 21 a 31 de julho, o Camará Shopping, em Camaragibe, promove uma divertida Oficina de Slimes. Os pais podem até não saber do que se trata, mas é só perguntar a qualquer criança e ela vai dizer rapidinho. O slime virou febre no mundo inteiro. A brincadeira consiste em modelar, colorir e decorar uma massinha extremamente flexível, que promove uma sensação tátil indescritível. A atividade é extremamente relaxante, não só para quem está com a mão na massa, mas também para aqueles que apenas observam. As substâncias são antialérgicas. Durante a atividade, crianças e adolescentes (04 a 12 anos) irão aprender a criar seu próprio slime, escolhendo cores, brilhos e até a consistência. Monitores irão ajudar nas tarefas. O som produzido no manuseio é divertido e também faz parte da brincadeira. A diversão tem duração de 60 minutos e custa a partir de R$ 15,00. O participante poderá levar para casa a sua massinha e para os que quiserem continuar a animação em casa, o espaço irá disponibilizar a venda de slimes avulsos e kits para produção de forma doméstica. A Oficina de Slime está localizada no piso L2, em frente à loja Renner.

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Programação de férias para crianças e adolescentes no Porto Digital

Julho é época de férias para muita gente, mas também pode ser um mês para aprender ainda mais. Durante o período, o Porto Digital estará com diversos cursos e atividades voltados para diferentes faixas etárias, com assuntos que abordam robótica, criação audiovisual e momentos de lazer. Confira a programação: Colônia de Férias Durante a Colônia de Férias, as crianças serão inseridas em um universo de inovação e serão estimulados a terem ideias criativas, com uso de noções de robótica e programação de forma lúdica. Quando: 9 a 11 de julho - 9h às 12h Faixa etária: 7 a 10 anos Onde: Apolo 235 - Rua do Apolo, 235, Bairro do Recife Inscrições e mais informações: http://bit.ly/coloniadeferiascyber Trela - Oficina de Realização Audiovisual Na oficina, os alunos irão vivenciar a experiência de um set de filmagem e conhecerão as principais áreas do audiovisual, além de terem a chance de realizar um filme de curta duração. Quando: 9 a 13 de julho - 8h30 às 12h Faixa etária: 14 a 19 anos Onde: Portomídia - Rua do Apolo, 181, Bairro do Recife Inscrições e mais informações: http://bit.ly/oficinatrela Treinamento em Arduino Voltado para quem tem vontade de aprender e experimentar novas tecnologias, criar coisas interativas e tirar sua ideia do papel, o curso aborda o mundo do Arduino por completo, passando por todas etapas de conhecimento até o desenvolvimento do projeto final. Quando: 9 a 13 de julho - 18h às 22h Onde: Apolo 235 - Rua do Apolo, 235, Bairro do Recife Inscrições e mais informações: http://bit.ly/treinamentoarduino Robótica Pais e Filhos O workshop é uma introdução ao mundo da robótica amadora, onde pais e filhos irão colocar as mãos na massa de forma dinâmica, divertida e fácil de aprender. As crianças e adolescentes irão aprender junto com seus pais conceitos básicos de eletrônica, mecânica e programação, por meio da criação de um robô autônomo. Quando: 12 e 19 de julho - 9h às 12h Faixa etária: a partir de 8 anos Onde: Laboratório de Objetos Urbanos Conectados (LOUCo) - Rua do Apolo, 235, Bairro do Recife Inscrições e mais informações: http://bit.ly/roboticapaisefilhos

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Atraso na fala em crianças de até dois anos é o principal sintoma de perda auditiva na infância

A perda auditiva pode afetar a vida de uma criança de várias maneiras e uma delas é no desenvolvimento da fala. É importante que os pais fiquem atentos aos sinais de atraso na linguagem oral, nos primeiros dois anos de vida, para que a criança não sofra efeitos negativos no seu desenvolvimento que podem acarretar em problemas por toda a vida. Muitos só buscam tratamento para o problema de audição dos filhos quando outros sintomas começam a surgir. Apesar de o atraso na fala e a falta de diálogo serem os sinais mais importantes de perda auditiva, muitos pais relacionam esses problemas a outros distúrbios, por exemplo. Diagnósticos equivocados e o costume de esperar que a criança desenvolva o diálogo naturalmente podem causar danos irreparáveis na infância e até na vida adulta; além de atrasar o tratamento do déficit auditivo. “Quanto antes o tratamento for iniciado, maiores as chances de desenvolvimento da criança, além de melhores resultados no processo de tratamento que possibilitam que o desempenho comunicativo seja alcançado mais rapidamente, muito próximo ao de crianças ouvintes”, explica Marcella Vidal, Fonoaudióloga da Telex Soluções Auditivas, especialista em tratamento infantil, que complementa: “a perda auditiva pode ser diagnosticada com uma audiometria, um exame simples que detecta a doença em até 90% dos casos, dependendo da idade e da colaboração da criança”. Mesmo que a criança, quando recém-nascida, tenha passado pelo Teste da Orelhinha sem apresentar alterações, ao menor sinal de atraso na fala é importante que ela faça exames regulares, pois a perda auditiva pode ser genética ou progressiva, ou mesmo ser causada por medicamentos ototóxicos, se manifestando, portanto, ao longo da infância. Exames como o PEATE (Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico) e o EOA (Emissão Otoacústica) podem detectar o grau de perda auditiva, servindo como ponto de partida para que o médico otorrinolaringologista indique o tratamento mais adequado para cada caso. “O processo de maturação do sistema auditivo central ocorre durante os primeiros anos de vida. Por isso, a estimulação sonora neste período de maior plasticidade cerebral é imprescindível, já que para o aprendizado da linguagem oral e, consequentemente, o desenvolvimento intelectual, emocional e de habilidades, é preciso que as crianças interajam com seus interlocutores e, assim, estabeleçam novas conexões neurais. É importante enfatizar também que há diferenças entre ouvir e escutar. Os sons que entram pelos ouvidos precisam fazer sentido, ter significado”, pontua a Fonoaudióloga da Telex, que é especialista em audiologia. Com o passar do anos, por causa da falta de diálogo com outras pessoas, a perda auditiva afeta a socialização e a autoestima das crianças e pode também prejudicar bastante seu desenvolvimento cognitivo e a alfabetização. De acordo com o Censo Escolar, entre 2011 e 2016 houve uma redução de 23% no universo de estudantes surdos, o que dá a entender que esse público estaria deixando a escola. Não raro, há pessoas que só identificam a perda auditiva na universidade e descobrem que a dificuldade de aprendizagem ou até mesmo o déficit de atenção diagnosticado na infância era, na verdade, uma perda auditiva. Dados da OMS apontam que aproximadamente 32 milhões de crianças, no mundo inteiro, têm algum tipo de deficiência auditiva, sendo que 40% dos casos ocorrem devido problemas genéticos e 31% por infecções, como sarampo, rubéola e meningite. No Brasil, segundo dados do Censo de 2010 realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), um milhão dos 9,7 milhões de pessoas que têm deficiência auditiva são jovens de até 19 anos. Estima-se que três em cada 1.000 crianças sofrem com algum tipo de perda auditiva.

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